Diário Causa Operária nº5806

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SEXTA-FEIRA, 25 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5806

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Ainda dá tempo de se inscrever: todos a Curitiba neste domingo!

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o momento da publicação desta matéria, caravanas de regiões mais distantes de Curitiba já estarão se deslocando para o ato do próximo domingo. São centenas de companheiros, principalmente da região nordeste, mas, também, da região norte, que estão se deslocando para cidades do NE de onde saem os ônibus para se incorporar a esse, que será o maior ato em defesa da liberdade de Lula, pelo menos desde o seu encarceramento, por obra do golpe e do preposto juiz fascista, Sérgio Moro.

A importância decisiva do ato de Curitiba Na reta final cresce, e muito, a mobilização de ativistas, em todo o País, rumo à Curitiba para o grande e combativo ato nacional por LulaLivre Já!, a ser realizado no próximo domingo,dia 27, dia do aniversário do ex-presidente.

Qual o caminho para a mobilização? No dia 23 de outubro, o portal GGN publicou o artigo “A desigualdade e a rebelião das multidões”, assinado por Aldo Fornazieri. No texto, Fornazieri introduz o termo “multidão”, explicando que os levantes populares dos últimos períodos – incluindo os protestos no Chile, no Equador e na Catalunha – foram feitos por multidões compostas de “inúmeras diferenças internas”. No desenvolver do artigo, Fornazieri conclui que o grande impasse da luta política hoje seriam as dificuldades de as lideranças entenderem as demandas das “multidões”.

Governador Rui Costa (PT) defende reforma da Previdência Setores da esquerda pequeno-burguesa parecem realmente acreditar que quanto maior a adaptação à extrema-direita, melhor. Há alguns casos como este, mas o governador da Bahia, Rui Costa (PT), tem se colocado como uma espécie de portavoz da política de conciliação radical com os golpistas.

A única saída para as massas é a revolução

O colunista Ricardo Cappelli publicou coluna no sítio do Brasil 247 com o título de “A direita na vanguarda”. Segundo ele, a direita, mais especificamente a extremadireita, tem capitaneado a tendência da população no mundo todo de rompimento com o sistema capitalista.


2 | OPINIÃO E POLÊMICA EDITORIAL

COLUNA

A importância decisiva do ato de Curitiba Na reta final cresce, e muito, a mobilização de ativistas, em todo o País, rumo à Curitiba para o grande e combativo ato nacional por LulaLivre Já!, a ser realizado no próximo domingo,dia 27, dia do aniversário do ex-presidente. A atividade está convocada unificadamente como ato central, desse dia em que haverá manifestações em todo o País. Além do Partido da Causa Operária (PCO) e dos Comitês de Luta Contra o Golpe, estão convocando a mobilização, inúmeros Comitês Lula Livre de inúmeras cidades e o Comitê Nacional Lula Livre, o Partido dos Trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares, Frente Nacional de Luta (FNL), sindicatos importantes como a APEOESP (professores/SP), Sindicato dos Bancários de Brasília, Sindicato dos Servidores Público Federais do DF, APP (trabalhadores da Educação do PR), Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Vigília Lula Livre (PR), entre tantas outras organizações de luta dos explorados do campo e da cidade, expressando a maior, mais efetiva e mais importante frente prática para mobilização que tem como eixo, uma das questões mais decisivas na etapa atual, que é a luta ela liberdade da maior liderança popular do Pais e a anulação da criminosa operação lava jato, um dos pilares do golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e que levou adiante o processo de perseguição política contra Lula e outros adversários políticos do regime. Nessa mobilização, um fator central é a participação de um amplo ativismo

de base, principalmente dos Comitês espalhados por todo o País, em meio a uma situação política extremamente favorável, que se desloca à esquerda na América Latina e em todo o mundo, como enfrentamento cada vez maior de amplas massas com a famigerada política neoliberal e golpista do imperialismo. Também quando, há claro sinais de esgotamento do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, seja pela sua incapacidade de enfrentar quaisquer dos problemas centrais provocados pelo avanço da crise econômica e ser ele mesmo um fator de crise (uma verdadeira “usina de crises”), seja pelo crescimento exponencial da sua rejeição diante das amplas massas e dos sinais crescentes de que amplas parcelas dos explorados estão à ponto de explodir em uma mobilização contra o governo e seus ataques contra todos os setores oprimidos do campo e da cidade. Assim no dia 27, tende a se expressar também a tendência a uma mobilização geral de amplas parcelas da população pela liberdade de Lula e pelo fora Bolsonaro, alargar-se a polarização política, com os explorados e suas organizações se colocando em luta contra os pilares do regime golpista. O ato em Curitiba no dia 27, tem assim, tudo para ser um ponto de inflexão na luta contra a direita e de mudança no cenário político do país, mostrando o enorme acerto que é concentrar as forças no local onde Lula encontra-se encarcerado pela direita golpista, par alavancar uma mobilização ainda mais ampla para derrotar os golpistas e seu governo ilegítimo.

Ato em Curitiba pode ser o estopim para uma mobilização de massas Por Henrique Áreas

Estamos na reta final do ato do dia 27 em Curitiba. No próximo domingo, militantes e ativistas de todas as regiões do País estarão a caminho da capital paranaense onde Lula está preso há mais de 500 dias. Lula é um preso político. A direita golpista teve que prender a maior liderança popular do País não apenas para garantir a fraude na eleições que levou Bolsonaro e a extrema-direita ao governo mas principalmente para estrangular o principal representante das massas trabalhadoras no Brasil. A esquerda pequeno-burguesa está reproduzindo uma ideologia que leva a um total imobilismo. Ao comparar as recentes revoltas no Equador e no Chile, conclui erradamente que nesses países a população seria mais mobilizada ou politizada como se fosse um fator divino. Tal ideia só tem a serventia de jogar a mobilização do povo brasileiro para baixo, quando na realidade não se

trata disso. As grandes organizações políticas, sindicais e populares do Brasil são as maiores da América Latina e é aí que mora o medo da direita. Por isso Lula está presos, pois por maiores que sejam as confusões de sua política e do PT o fato é que de maneira ainda que distorcida eles representam a luta das massas no Brasil. Por isso, ao invés de ficar olhando platonicamente o que está acontecendo fora do país, é preciso ser parte ativa na mobilização que tende a ser cada vez maior no Brasil. A luta pela liberdade de Lula e pelo “fora Bolsonaro” é um anseio das massas, tudo isso vem com um ingrediente importante: a crise profunda no regime golpista e no governo. Lotar Curitiba é tarefa de todo o povo brasileiro e pode ser o estopim para uma mobilização que transborde a confusão gerada pelas direções da esquerda e coloca em xeque o regime golpista.

COLUNA

Rui no Rio! E rumo a Curitiba, dia 27! Por Vitor Lara

CHARGE

É com imenso prazer que convidamos à todos os companheiros do Rio de Janeiro para uma atividade ímpar neste final de semana. Neste sábado, o companheiro Rui Costa Pimenta estará no Rio de Janeiro, apresentando a tradicional Análise Política da Semana diretamente do CCBP do Rio! Esta será a primeira oportunidade que os companheiros fluminenses terão de assistir a Análise Política presencialmente. A atividade ocorrerá, como de costume, no sábado, a partir das 11:30. Neste horário, abriremos as portas do CCBP do Rio de Janeiro, que fica na rua Taylor 47 no boêmio bairro da Lapa, para enfim exibir a Análise. Em seguida, os companheiros do Partido servirão um almoço especial, que poderá ser adquirido pelo valor de R$ 29,00, o número do nosso Partido.

Será uma atividade que ajudará no financiamento da Caravana do Rio de Janeiro para o ato do dia 27, bem como auxiliar também na manutenção do nosso Centro Cultural. Nesse sentido, fica aqui o convite para os companheiros, afinal, a nossa caravana partirá às 18 horas da Praça Paris, que fica próxima ao CCBP do Rio, no próprio dia 26, após a Análise do Rui. É um final de semana feito sob encomenda para os ativistas de esquerda do Rio de Janeiro. Começando com a imperdível Análise Política no sábado, para em seguida rumar em direção a Curitiba. É a hora de lutar pelo “Fora Bolsonaro” e pela liberdade de Lula já! Pedimos ajuda aos companheiros divulgando os eventos nas redes sociais. Confirme a sua presença e chame os seus contatos para virem também!


ATIVIDADES DO PCO E POLÍTICA | 3

LULA LIVRE!

Ainda dá tempo de se inscrever: todos a Curitiba neste domingo! Milhares de pessoas ocuparão as ruas de Curitiba em defesa da liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro. Participe, venha, também, homenagear o ex-presidente pelo seu aniversário. No momento da publicação desta matéria, caravanas de regiões mais distantes de Curitiba já estarão se deslocando para o ato do próximo domingo. São centenas de companheiros, principalmente da região nordeste, mas, também, da região norte, que estão se deslocando para cidades do NE de onde saem os ônibus para se incorporar a esse, que será o maior ato em defesa da liberdade de Lula, pelo menos desde o seu encarceramento, por obra do golpe e do preposto juiz fascista, Sérgio Moro. De acordo com relatórios do grupo de militantes destacados pelo PCO para acompanhar a mobilização em torno das caravanas, o sentimento presente é que os caravaneiros assumiram essa atividade como um estrondoso grito de guerra pela “Liberdade de Lula” e também pelo “Fora Bolsonaro”. Um reflexo disso é a grande adesão da juventude ao ato. São centenas de estudantes universitários e secundaristas, que se incorporaram às caravanas a partir do trabalho de agitação em escolas e universidades. Temos, ainda, um grande número de sem-terras de diferentes movimentos como o MST e FNL, desempregados, trabalhadores das mais diferentes categorias, enfim, milhares de pessoas que têm a compreensão que a luta pela liberdade de Lula é fundamental para derrotar o golpe.

Um outro aspecto central da mobilização em torno do ato do domingo é o fato de que corresponde, ainda que numa escala inferior, à intensa luta popular que vemos em diversos países latino-americanos contra a política neoliberal de destruição desses países e contra os governos fantoches do imperialismo responsáveis por essa política de rapinagem de todo no nosso subcontinente. A luta pela liberdade de Lula está diretamente ligado à luta contra o imperialismo e contra o fantoche brasileiro, o fascista Bolsonaro. O ato ocorrerá, ainda, em um momento crucial em que se manifestam tendências a uma grande mobilização operária, que tem como principal centro a greve dos petroleiros programada para iniciar neste sábado, 26. Esta greve tem o potencial de desencadear uma luta muito mais ampla contra as privatizações, a destruição dos direitos trabalhistas, as demissões, o arrocho salarial impostos pelo golpe, a pois não se trata de uma particularidade dos companheiros petroleiros, mas diz respeito a todos os explorados do País e que envolve diretamente trabalhadores de empresas em processo de privatização, como dos Correios, da Eletrobrás e subsidiárias, dos bancos públicos. Um problema que se coloca acima e ao mesmo tempo dá um conteúdo unitário a todos essas lutas e reivindicações é a luta por derrotar o

golpe e reverter a política de desmonte do Estado brasileiro, e a luta contra o golpe é a luta pela “Liberdade de Lula” e pelo “Fora Bolsonaro”. É com o esse espírito combativo que milhares de pessoas tomarão as ruas de Curitiba e farão um grande ato no domingo. A programação será extensa, será um dia de luta e mobolização, mas, também, será o dia de homenagearmos esse que é o principal líder operário e popular da história do país e por isso mesmo, vítima número 1 do golpe, na passagem dos seus 74 anos de existência. Teremos ato política, passeata,

uma variedade de programação cultural, com muita música, inclusive com a presença de um coral e uma orquestra que homenageará Lula. Ainda há tempo para vc participar! Temos ônibus saindo hoje à noite e amanhã durante o dia e também à noite, de todas as capitais do sudeste, do sul e do centro-oeste e ainda de muitas cidades do interior dessas regiões. Procure militantes do PCO e do PT. Entre em contato através do sítio do PCO. Não perca a oportunidade desse que já é considerado como o principal ato político do ano.

DIA 27

Ato em Curitiba é a principal mobilização dos trabalhadores agora É preciso concentrar os esforços no embate com a direita golpista, e a liberdade de Lula, que o regime inteiro se organizou para manter preso, tornou-se um problema central Dia 27, no próximo domingo, será realizado mais um ato nacional em defesa da liberdade do ex-presidente Lula. A data marca o aniversário do ex-presidente, preso político há 566 dias, condenado sem provas pelo ex-juiz Sérgio Moro, que hoje é ministro de Jair Bolsonaro, cargo que ganhou poucos meses depois de ordenar a prisão de Lula. O ato será realizado em Curitiba, porque é em Curitiba que Lula está sendo mantido preso arbitrária e ilegalmente pela direita golpista. Portanto, o centro da mobilização em defesa de Lula deve ser na capital paranaense, para exercer uma pressão concreta e real sobre o regime político dominado pela direita golpista. Uma pauta central no enfrentamento com a direita Em 2016 a direita golpista tomou o governo depois de uma longa campanha para derrubar o PT. Desde então, e mesmo antes, enquanto o governo de Dilma Rousseff se via pressionado pela campanha golpista, a direita está

levando adiante uma série de ataques aos trabalhadores e às condições de vida da população. Ainda durante o governo do usurpador Michel Temer a direita aprovou uma reforma trabalhista retirando direitos dos trabalhadores, e agora acaba de concluir a reforma da Previdência, que consiste em um roubo das aposentadorias. Além desses ataques brutais, a direita está cortando gastos públicos e privatizando tudo. É preciso impedir que esses ataques continuem e reverter os ataques feitos até agora. Para isso, é preciso enfrentar o regime político novo que a direita está erguendo sobre as ruínas do regime anterior, encerrado com o golpe de Estado de 2016. Todo o regime político está organizado para manter Lula preso. Desde juízes de primeira instância, procuradores e policiais, até chegar a ministro do próprio STF. As instituições estão tomadas por bandoleiros de direita que conspiram contra os direitos do ex-presidente para mantê-lo como preso político. Esses agentes da perseguição política contra Lula são cúmplices dos ata-

ques aos trabalhadores. A direita está procurando estabilizar o regime para continuar levando adiante esses ataques, e manter Lula é fundamental para essa política. Impedir Lula de participar das eleições em 2018 foi parte fundamental da manobra eleitoral com que a direita tentou apresentar o novo governo como legítimo. Agora, manter Lula preso é fundamental para tentar evitar uma polarização maior na sociedade e uma desestabilização do regime político. Por isso, os trabalhadores devem agir no sentido contrário, exigir a liberdade de Lula para colocar a direita na defensiva e derrotá-la. É por isso que essa pauta tornou-se central. Concentrar forças Portanto, se o ato deve ser em Curitiba, e se a liberdade de Lula deve ser uma pauta central do movimento contra o golpe, é preciso concentrar os esforços nesse sentido. Recentemente, a CUT aprovou a liberdade de Lula como eixo central de mobilização. É preciso concretizar essa política. A convocação de atos

para datas próximas do dia 27 em outras cidades, como o ato convocado pela CUT para o dia 30 em Brasília, acabam servindo para dispersar em alguma medida as forças reunidas para pressionar a direita. É necessário evitar esse tipo de dispersão. É hora de reunir toda a força da esquerda contra a direita em torno de pautas nacionais e políticas. Por isso, dia 27 é dia de tomar as ruas de Curitiba, mais uma vez, para desenvolver a luta dos trabalhadores em torno dessa reivindicação. Exigir a liberdade de Lula é uma política que de fato pode levar à derrota da direita, pressionando o regime político da direita golpista. Domingo é dia de exigir: liberdade para Lula! Todos a Curitiba!


4 | ATIVIDADES DO PCO

LIBERDADE PARA LULA

Neste domingo, passeata vai ocupar as ruas de Curitiba Grande ato nacional pela liberdade de Lula no dia 27 em Curitiba vai iniciar com uma passeata nas ruas da cidade para denunciar a prisão política Está confirmada na programação do ato em comemoração dos 74° anos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai ser realizado na cidade de Curitiba/PR, uma grande passeata pelas ruas da cidade para denunciar a prisão de Lula em perseguição política realizado pela direita golpista. A concentração da passeta vai ocorrer no Parque Bacacheri, na rua Canadá, próximo ao supermercado Big, as 7 horas da manhã. A concentração contará com a apresentação do grupo Mistura Popular para animar os presentes e a passeata terá início às 9 horas em direção a vigília Lula Livre em frente a carceragem da Polícia Federal. A passeata é extremamente importante para denunciar a prisão política e o caráter golpista da Operação Lava

Jato. Também ir as ruas mostrando a luta contra a direita e seus ataques, demonstrando na prática para a população que a mobilização é a única maneira de libertar Lula e derrotar o governo Bolsonaro. Colocar nas ruas as reivindicações dos trabalhadores é uma ferramenta fundamental para marcar presença e acuar a direita com grande quantidade de pessoas nas ruas. Uma grande passeata e ato na frente da carceragem da Polícia Federal vai fazer tremer a direita e os golpistas com dezenas de caravanas que vão chegar de todos os locais do país e mostrar a força dos trabalhadores. A liberdade de Lula é um reforço fundamental na luta dos trabalhadores e, portanto, um potencial fator de crise para o regime político da direita gol-

pista, que já se encontra em uma profunda crise. Mesmo preso, Lula já é um fator de polarização, em um momento em que a crise da burguesia não para de crescer diante da sua impotência para debelar a crise econômica no Brasil, embalada pela crise histórica do capitalismo em todo o Mundo. A liberdade de Lula é também uma alavanca para impulsionar a luta pelo “Fora Bolsonaro!”, que já ganhou mentes e corações de milhões de brasileiros, revoltados com o governo do presidente ilegítimo. Por isso é hora de arregaçar as mangas e trabalhar por uma grande mobilização no dia 27, em Curitiba, com concentração as 7 horas no Parque Bacacheri, na rua Canadá, próximo ao supermercado Big.

BANCAS DO PCO

PCO vende camisetas especiais e pôster Liberdade para Lula no dia 27 Com arte do quadrinista João Pinheiro, camisetas e pôsteres serão vendidos no local do ato e poderão ser usados na própria manifestação, ajudando o PCO a financiar sua campanha

Dia 27 haverá um grande ato nacional em defesa da liberdade de Lula em Curitiba. Uma pauta fundamental nesse momento no enfrentamento com a direita golpista. É preciso fazer uma grande campanha em torno dessa reivindicação, que confronta o regime político que a direita golpista está procurando estabelecer e estabilizar. Uma campanha que leve para as ruas de todo o Brasil a mensagem: liberdade para Lula! Para isso, o PCO está concentrando seus esforços em organizar a ida do máximo de pessoas possível para Curitiba e em fazer uma grande campanha em torno dessa reivindicação. Visando financiar suas atividades em torno dessa campanha e espalhar a exigência de liberdade para Lula por todos os cantos, o PCO elaborou materiais especiais relativos ao ato do dia 27 para vender durante a manifestação em Curitiba e também por meio de sua loja online. Com esses materiais, você ajuda a financiar a atividade e participa da campanha pela liberdade de Lula espalhando esta palavra de ordem pelo Brasil: Lula livre já!

Camiseta Com arte do quadrinista João Pinheiro, a camiseta vem nas opções branca, cinza e preta, com diversos tamanhos, para você mostrar que foi ao ato do dia 27 em Curitiba ou que apoia a causa da liberdade para o ex-presidente. Pôster O pôster, também com arte do quadrinista João Pinheiro, é composto em papel couchê de alta qualidade, no tamanho 44x62cm, para pendurar na parede, demonstrar apoio à liberdade de Lula e relembrar um ato histórico. Bancas do PCO Além de poder comprar esses materiais pela Internet, quem estiver em Curitiba poderá encontrá-los também em alguma das bancas que o PCO montará nos locais das atividades do dia 27. Os materiais estarão disponíveis no local, prontos para serem usados durante a própria manifestação. Todos a curitiba dia 27! Lula livre já!

A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade


ATIVIDADES DO PCO | 5

DE 4 A 11 DE NOVEMBRO

Veja aqui cinco curiosidades sobre a Revolução Chinesa Participe do mais completo curso da esquerda brasileira sobre a segunda maior revolução proletária da história O Partido da Causa Operária (PCO) vai realizar, a partir do próximo dia 4 de novembro, o mais completo curso do Brasil sobre a Revolução Chinesa. Aproveitando o aniversário de 70 anos dessa que foi a segunda maior revolução do século XX, o presidente do Partido, Rui Costa Pimenta, ministrará uma série de aulas que ocorrerão no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP), em São Paulo, e serão retransmitidas na Causa Operária TV. Para aqueles que quiserem ter acesso ao curso completo, com apostilas, textos, imagens, basta contribuir com R$ 75,00 (R$ 50,00 para membros da COTV), a fim de colaborar com o canal. Para entrar no clima do curso, selecionamos cinco curiosidades sobre a Revolução Chinesa. Essas e muito mais serão expostas no curso e no material adicional. Portanto, inscreva-se no curso pelo e-mail pco.sorg@gmail.com ou pelo WhatsApp (11) 963886198. Mao Tsé-Tung não era stalinista Muitos irão se surpreender, mas Mao não era stalinista. E o fato de ter liderado a Revolução Chinesa é prova disso. Grupos maoístas, desde aquela época, sempre consideraram o maoísmo como uma continuidade do stalinismo, mas a verdade é que a Revolução na China foi feita em contradição com a política de Stalin de tentar uma conciliação com o imperialismo. A Revolução ocorreu em 1949, mesma época em que o stalinismo boicotava o movimento revolucionário dos trabalhadores em vários países do mundo (como Itália e Grécia) a favor de uma “democracia” imperialista, para não desagradar os países imperialistas. O stalinismo foi a política oficial da burocracia soviética enquanto durou o Estado Operário a partir do domínio de Josef Stalin e o gradual esmagamento dos quadros revolucionários de 1917. Essa política, devido à autoridade de Moscou no movimento comunista, influenciou diretamente a ponto de controlar centenas de partidos comunistas pelo mundo, infiltrando seus agentes nesses partidos. Assim, as burocracias que tomaram conta desses partidos também eram, portanto, stalinistas, por serem controladas pela URSS. A política levada a cabo na época da Revolução Chinesa pelas burocracias stalinistas de cada partido, portanto, era uma política de total conciliação com o imperialismo e a burguesia de cada país. Mas Mao Tsé-Tung, em 1949, confrontou totalmente essa política e executou, liderando o PC chinês junto às massas trabalhadoras e camponesas, e realizou a revolução no país mais populoso do mundo. Após a Revolução de 1949, o stalinismo não só não conseguiu dominar o PC chinês como também entrou em guerra com o Estado Operário chinês, com a política de Nikita Kruschev e seus sucessores. Portanto, não estan-

do controlado pela burocracia soviética (o stalinismo), o partido e o governo da China não eram, automaticamente, stalinistas. Os dazibaos Dazibaos eram cartazes espalhados pelas paredes e muros da China antiga, com notícias e propaganda. Os revolucionários chineses deram continuidade a essa tradição, utilizando-a para a agitação e propaganda ideológica. Foram pintados milhões de dazibaos ao longo de todo o processo revolucionário que culminou na Revolução de 1949, a fim de influenciar o desenvolvimento político das massas. Mas foi principalmente após 1949 que os dazibaos foram utilizados de uma maneira fundamental para a educação das massas. Todas as grandes campanhas do governo chinês, como o Grande Salto Para Frente ou a Revolução Cultural estiveram envoltas em uma propaganda muito pesada por meio dos jornais e dos dazibaos. Gigantescos dazibaos eram colados nos muros, principalmente das fábricas e universidades. Em muitas universidades os estudantes passavam horas e horas pintando dazibaos com palavras de ordem como “Viva a Revolução Cultural Proletária” para colar nos mais variados espaços. Até hoje os dazibaos são produzidos na China, mas obviamente sem o seu caráter revolucionário, uma vez que o país há décadas vivenciou a restauração capitalista como uma ditadura contra a mesma classe trabalhadora que fez a vitoriosa revolução de 1949. O Livro Vermelho, o segundo livro mais vendido da história Citações do Presidente Mao Tsé-Tung, mais conhecido no Ocidente

como O Livro Vermelho, é uma coletânea de discursos e textos do líder chinês, publicado em abril de 1964 pelo governo da China e organizada pelo então ministro da Defesa, Lin Piao. Com 427 citações, que vão de um período desde a fundação do Partido Comunista (em 1921) até próximo à morte de Mao (em 1976), divididas em 33 capítulos, o livro foi a principal referência ideológica para a Revolução Cultural, iniciada em 1966. Graças ao grande investimento de propaganda do governo maoísta e ao estabelecimento das Edições em Língua Estrangeira de Pequim, foram impressas cerca de 900 milhões de cópias, distribuídas em praticamente todos os idiomas pelo mundo todo. Trata-se da maior venda de todos os tempos, depois somente da Bíblia, que tem cerca de 2 mil anos a mais de vantagem sobre ele. Durante a Revolução Cultural, eram comuns estudantes portarem orgulhosamente nas mãos e erguerem o Livro Vermelho como sinal de apoio ao empreendimento. Os Guardas Vermelhos e os operários também faziam o mesmo. A bandeira chinesa A bandeira estabelecida com a Revolução é absolutamente influenciada pela própria Revolução. Vermelha e com cinco estrelas, trata-se de uma alusão ao comunismo, à classe trabalhadora e à liderança do Partido Comunista. O vermelho da bandeira é, como toda a bandeira comunista, em homenagem ao sangue derramado pela classe operária na luta por sua emancipação. A estrela maior simboliza o Partido Comunista Chinês, vanguarda da Revolução e da construção do Estado Operário. As outras quatro estrelas, menores, simbolizam o povo chinês,

assim, na união coerente entre as massas e o Partido. Ela foi adotada em 27 de setembro de 1949, poucos dias antes da proclamação da República Popular, que ocorreu no dia 1º de outubro. O Massacre da Praça da Paz Celestial Esse foi um dos episódios mais controversos da história da China moderna, junto com a Revolução Cultural. Ocorrido em 4 de junho de 1989, é tido pela propaganda imperialista como uma repressão comunista a protestos pela abertura do país ao capitalismo. Por outro lado, as viúvas do stalinismo dizem que foi uma reação do governo chinês a uma “revolução colorida” promovida pelo imperialismo para derrubar o regime de Pequim. Nenhuma das duas histórias está correta. A China estava restaurando o capitalismo, em uma escala tal que passou de um Estado Operário para mais um laboratório do neoliberalismo, adotando uma política de choque com forte tutela dos economistas da Escola de Chicago. O povo chinês, vendo cair o seu padrão de vida e sendo retirados os seus direitos conquistados graças à Revolução de 1949, iniciou um levante de características revolucionárias para impedir a restauração e derrotar a burocracia. Os protestos começaram em abril de 1989 na Praça Tiananmen (Praça da Paz Celestial) e se espalharam por todo o país, levando operários, estudantes e camponeses às ruas contra o governo e o imperialismo. A repressão foi brutal, a serviço dos interesses capitalistas, e a revolta popular foi esmagada a ferro e fogo. Saiba mais sobre esse episódio da história chinesa neste artigo do Diário Causa Operária, sobre os 30 anos do Massacre.


6 | POLÍTICA

MOBILIZAÇÃO

STF não vai garantir a liberdade e os direitos de Lula, só o povo! O julgamento sobre a prisão após condenação em segunda instância pelo STF não garantirá a liberdade de Lula. Por isso, é preciso intensificar a mobilização para o ato do dia 27. Na tarde de ontem (24), o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao terceiro dia do julgamento sobre a prisão após condenação em segunda instância. Até o fechamento desta edição, o julgamento ainda não havia sido concluído, sendo que três ministros já haviam se pronunciado favoráveis à possibilidade de encarceramento imediatamente após a condenação em segunda instância. A decisão do STF poderá influenciar milhares de processos no Brasil, uma vez que a prisão antes que sejam esgotados os recursos nos tribunais superiores tem acontecido frequentemente. O caso mais famoso é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua prisão decretada sem ter tido todos os seus recursos julgados. Por isso, a imprensa burguesa vem discutindo a possiblidade de Lula ser solto após a decisão do STF sobre a prisão após condenação em segunda instância. A liberdade de Lula, no entanto, não virá pelo STF. Se a Corte está revendo uma decisão antiga, que possa parecer favorável ao ex-presidente Lula, isso não acontece por causa de um “arrependimento” do tribunal em relação às arbitrariedades do regime político.

O que levou o STF a discutir novamente a prisão após condenação em segunda instância foram as contradições dentro do regime político golpista. Isto é, não é Lula quem o STF está procurando libertar, mas sim Temer, Aécio Neves e outros políticos tradicionalmente ligados à burguesia. O STF é uma instituição diretamente vinculada à direita, sobretudo à direita mais pró-imperialista. Fazem parte do STF figuras como Luís Roberto Barroso, que fez de tudo para garantir que Lula fosse preso, Luiz Fux, que agiu de maneira contrária ao que havia defendido em seu livro, somente para impedir que Lula fosse candidato, o carniceiro Alexandre Moraes, que comandou vários massacres, Edson Fachin, que foi escolhido para ser o relator da Lava Jato pelos próprios lavajatistas e Carmen Lúcia, que apoiou todas as medidas do governo Temer enquanto presidente da Corte. Qualquer esperança da esquerda nesse tribunal é a mais pura ilusão. Em contrapartida à política oportunista de apoiar o STF, considerando o tribunal como uma instituição que mereça alguma credibilidade, os trabalhadores estão mostrando uma forte tendência à mobilização contra todos

os vigaristas do regime político. Assim como vem acontecendo no Chile, no Equador e Honduras, o Brasil está sendo alvo de uma série de ataques da política neoliberal, imposta à força pela direita, o que torna um levante inevitável. Uma das demonstrações dessa tendência à mobilização é o ato nacional pela liberdade de Lula que irá acontecer no próximo domingo (27), na cidade de Curitiba. Milhares de pessoas de todas as partes do país estão se organizando para participar desse ato, que acontecerá no mesmo dia do aniversário de registro de nascimento do ex-presidente Lula.

A mobilização para o ato, por sua vez, não é à toa. Lula é uma peça-chave para a luta contra o regime golpista – é a principal liderança política do país e o principal perseguido político do golpe de Estado, que preciou cassar sua candidatura para que Bolsonaro se tornasse presidente. Na medida em que a crise da direita se intesifica, a mobilização em torno da liberdade de Lula se torna cada vez mais forte. Diante disso, é preciso intensificar a mobilização para o grande ato nacional em Curitiba. É preciso organizar caravanas de todos os estados do país e marchar, aos milhares, pela cidade onde se encontra preso o ex-presidente Lula.

MOBILIZAÇÃO

Folha, vanguarda na defesa do golpe de Estado A Folha de S. Paulo não tem nada de democrático e progressista, pelo contrário criticam Bolsonaro por não estar sendo golpista o suficiente contra a Bolívia. Em matéria publicada no sítio Uol da Folha de S. Paulo, no dia 23/10/2019 por Diogo Schelp, o jornal critica o presidente fascista do Brasil Jair Bolsonaro por ser muito tolerante com a Bolívia e o presidente do país Evo Morales. Intitulada Por que Bolsonaro adota cautela diante da fraude eleitoral na Bolívia, a matéria afirma que o que está havendo no país vizinho é uma fraude eleitoral e que as declarações de Bolsonaro “não combinam com a postura aguerrida que seu governo normalmente apresenta diante de qualquer coisa de errada que possa ser relacionada ao bolivarianismo latino-americano”. Ou seja, Bolsonaro é critica por ser muito “cauteloso” em relação à denúncia da suposta fraude eleitoral que acontece na Bolívia, revelando o verdadeiro caráter golpista da Folha de S. Paulo, que tem procurado se reciclar diante da radicalização e polarização política, disfarçando seus verdadeiros interesses. Como foi afirmado por este jornal em matérias anteriores, a direita colocou em marcha um golpe de Estado na Bolívia para derrotar o presidente nacionalista Evo Morales, ligado à luta dos indígenas em seu país.

O próprio Morales denunciou o caráter golpista da operação da direita que procura contrariar o resultado das eleições bolivianas que deram vitória para o atual presidente, elegendo-o para um novo mandato presidencial. “Convoquei esta conferência para denunciar perante o povo boliviano e o mundo inteiro que está em processo um golpe de Estado. Já sabíamos antecipadamente, a direita se preparou com apoio internacional. Quero que o povo boliviano saiba que até agora humildemente aguentamos, suportamos para evitar a violência e não entramos em confronto, e nunca vamos entrar em confronto, mas quero dizer ao povo boliviano: primeiro, estado de emergência e mobilização pacífica e constitucional.” Porém, sobre o golpe em marcha na Bolívia existem outras matérias no Diário Causa Operária. O que interessa, entretanto, é o caráter golpista, de “vanguarda”, do jornal Folha de S. Paulo. O jornal paulistano sempre procura se apresentar como democrático e progressista. Recentemente, divulgou vazamentos da Lava Jato que denunciavam o esquema ilegal de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol para prender Lula. Além disso, o colunista asqueroso da

Folha, Demétrio Magnoli, publicou uma coluna intitulada Lula Livre. Fato é que todas essas medidas realizadas pelo jornal são apenas um disfarce para esconder seu golpismo e sua aliança total e completa com os interesses do imperialismo e da burguesia brasileira. A matéria de Diogo Schelp revela qual o verdadeiro objetivo da Folha: promover os golpes do imperialismo

em toda a América Latina e no mundo. Bolsonaro, que é uma das figuras mais ofensivas contra a esquerda latino-americana, foi criticado por ser muito comedido contra Evo Morales. Ou seja, a Folha quer que Bolsonaro seja ainda mais direitista e capacho do que ele já é. Com isso, fica claro que o jornal não tem nada de progressista e democrático. Na verdade, é uma vanguarda… do golpismo.


INTERNACIONAL | 7

FORA PIÑERA!

Não adiantou Piñera pedir desculpas no Chile, protestos só crescem No Brasil, essa tendência a reagir às políticas neoliberais, por aqui implementadas por Jair Bolsonaro, também é latente O presidente do Chile, Sebastian Piñera, tentou conter as manifestações no Chile com as mesmas manobras utilizadas recentemente por outro presidente da região, Lenín Moreno, do Equador. Piñera procurou apaziguar os ânimos dos manifestantes com um ridículo pedido de desculpas em um pronunciamento oficial, ao mesmo tempo em que vigorava um toque de recolher e o estado de emergência nas ruas. Reconhecendo a gravidade da situação, Piñera anunciou uma série de medidas sociais, em um reconhecimento involuntário de que quase cinco décadas de neoliberalismo no Chile tornaram a vida muito difícil para as massas no país. O objetivo das medidas econômicas e das desculpas era repetir o que Lenín Moreno conseguiu fazer no Equador: levar os protestos a pararem. O efeito, contudo, foi exatamente o contrário. As manifestações estão crescendo ainda mais. Milhares de pessoas tomaram as ruas novamente na quinta-feira (24), segundo dia de uma greve geral de dois dias convocada pela CUT chilena.

Trabalhadores nas ruas Há um desenvolvimento em relação ao que aconteceu no Equador nas mobilizações chilenas. Enquanto as manifestações equatorianas foram lideradas por movimentos indígenas, de camponeses, que acabaram entrando em um acordo com o governo, enquanto a esquerda mantinha uma postura omissa e conciliadora, no caso do Chile a classe trabalhadora entrou no movimento por meio de sua maior organização nacional. As concessões sociais de Piñera não adiantaram nada para conter o movimento, e os protestos só ficaram ainda maiores. Além de reivindicações econômicas, a CUT exige também a suspensão do estado de emergência e o fim da repressão. A central tem também uma reivindicação política de realização de uma Assembleia Constituinte. América Latina em chamas Toda a América Latina foi vítima de uma onda golpista dirigida pelo imperialismo. Essa onda continua até ago-

ra, com o objetivo de controlar todo o continente e submeter os povos latino-americanos. Na Bolívia e na Venezuela essa campanha golpista da direita dirigida pelos EUA está em pleno andamento. Em outras países, porém, a população já está reagindo a governos neoliberais impostos durante essa onda golpista. Esse foi o caso do Equador, em que houve uma explosão popular contra o governo, e é o caso do

Chile que agora está abalado por uma revolta popular. Isso é uma reação às políticas neoliberais. No Brasil, essa tendência a reagir às políticas neoliberais, por aqui implementadas por Jair Bolsonaro, também é latente. As palavras de ordem de oposição a tudo que esse governo representa já estão nas ruas: liberdade para Lula! Fora Bolsonaro! É hora de tomar as ruas contra a direita golpista.

AMÉRICA LATINA REBELADA

“Milicos nunca más”: uruguaios vão às ruas contra a direita Multidão de uruguaios vão às ruas para dizer não aos militares A ofensiva reacionária do imperialismo e as políticas de ataque aos direitos sociais das massas em todo o continente latino vem provocando, nos diversos países da região, uma verdadeira rebelião popular, como reação às políticas neoliberais adotadas pelos governos alinhados com Washington e os falcões da Casa Branca. Nas últimas semanas, centenas de milhares de manifestantes, trabalhadores, camponeses, indígenas, estudantes, a juventude e demais setores explorados sairam às ruas do Equador, Chile, Haiti, em jornadas de luta e enfrentamento contra o Estado e a repressão, evidenciando o caráter absolutamente explosivo da crise social que corrói as condições de vida das massas populares em todo o continente. A população oprimida dos países explorados da região vem demonstrando uma enorme disposição de luta para derrotar as políticas dos governos direitistas e pró-imperialistas do continente, entendendo que não há outra alternativa senão o enfrentamento direto com a burguesia dos seus próprios países e o inimigo maior, o imperialismo. Nesta quarta-feira, dia 23 de outubro, reagindo a uma tentativa de fazer com que os militares voltem a ter presença na vida política do país, centenas de milhares de uruguaios ocuparam as ruas e praças da capital, Montevidéo, numa gigantesca e im-

pressionante manifestação. Um parlamentar da direita uruguaia, do Partido Nacional, o senador Jorge Larrañaga, juntamente com outros setores da direita apresentou um projeto de “Reforma Constitucional”, onde se busca o uso de militares e das Forças Armadas na “segurança interna”, denominada “Viver sem medo”. A proposta será objeto de um referendo que será votado no domingo, próximo ao dia das eleições presidenciais. A direita uruguaia, temerosa de ver acontecer no país as enormes manifestações que ocorrem no vizinho

Chile, busca aumentar a repressão no país, apresentando emendas à constituição que endurecem as penas para crimes graves (incluindo a promulgação da prisão perpétua, além da criação de uma guarda que estaria autorizada a realizar “batidas noturnas”. Esta guarda seria integrada por cerca de dois mil militares. A multidão que foi às ruas protestou energicamente contra a aprovação de tais medidas. Vale destacar as numerosas bandeiras de cor vermelha que tomaram conta das ruas e praças ocupadas. Não faltou nem mesmo a torcida do mais tra-

dicional e popular time de futebol do país, o Peñarol, que estava presente entre os populares. Também a “Frente Ampla”, favorita às eleições de domingo, com intenções de voto em torno de 40%, participou dos protestos de quarta-feira. As grandes manifestações de massas que tem arrastado centenas de milhares de populares às ruas das principais cidades dos países sul-americanos, nada mais é do que o reflexo da situação de completo esgotamento do modelo neoliberal e das políticas de ataques às condições de vida das massas latinas que o imperialismo, juntamente com os governos títeres-fantoches da região, impuseram às nações e aos povos do continente. No Brasil, onde o fraudulento governo Bolsonaro busca impor o mesmo receituário preconizado pelo FMI e Washington, a luta contra os ataques do grande capital, da burguesia e do imperialismo passa pela superação da política de paralisia das direções do movimento operário, sindical e popular, em primeiro lugar pela necessidade de fortalecer as mobilizações em torno à luta pela liberdade do ex-presidente Lula e a anulação de todos os processos que são movidos contra a liderança petista. Neste sentido, o ato do dia 27 de outubro, em Curitiba, onde Lula se encontra preso, assume singular importância, onde todo o peso deve ser jogado para que o evento seja massivo, representativo e vitorioso.


8 | INTERNACIONAL

MASSACRE NA COLÔMBIA

Mais um ex-membro das FARC é assassinado na Colômbia Extrema-direita assassina mais um na Colômbia. País está sob forte ditadura ao mesmo tempo em que a esquerda decidiu por abandonar as armas. A extrema direita, impulsionada pelo imperialismo, ataca todos os países o povo latino-americano, a serviço de uma política de destruição destes países em prol da pilhagem do grande capital. Na Colômbia, país base dos ataques norte-americanos em todo continente, encontrasse uma ferrenha ditadura controlada pela extrema direita do regime, responsável por dar sustentação a política de invasão contra a Venezuela, de pressão aos movimentos populares e por promover um verdadeiro massacre contra seu próprio povo. A propaganda da burguesia tenta convencer a todos que a ditadura encontrasse no país vizinho, a Venezuela, no entanto os colombianos há décadas sofrem nas mãos da extrema direita, que entrega o país ao estrangeiro e tornou-se nada mais que um pilar estadunidense na região, cumprindo um papel de completa serventia.

Este governo que se mantém por todo este tempo no poder sempre buscou combater, com grande intensidade, os movimentos populares, já muito radicalizados no país devido a grande crise social. É notório neste caso a luta entre a burguesia contra a as FARC, grupo de combatentes colombianos que tradicionalmente lutam contra o regime. Esta organização por muito tempo foi conhecida por sua instrução de tipo armamentista, tornando-se um foco de ação da luta armada popular na América Latina. As FARC reunia centenas de combatentes por todo país, onde organizado como um organismo militar, continha em suas próprias colunas a autodefesa e o armamento do povo oprimido. Dessa forma a política colombiana se manteve por um longo período, onde o estado de guerra civil entre a burguesia e a população se manti-

nham. No entanto, alguns anos atrás o governo colombiano decidiu por fazer um suposto acordo de paz, onde a as farc teria que se desarmar para poder enfim receber direitos políticos. Infelizmente, a esquerda cedeu e decidiu por se entregar a mera “luta” eleitoral, abandonando por fim a autodefesa e o que lhe mantinham como uma força política organizada no país. O óbvio aconteceu, a extrema direita enganou toda a esquerda e, com a entrega das armas, passou a massacrar, como nunca antes visto, centenas de líderes sociais e combatentes, que supostamente teriam garantia do estado de sua segurança seria assegurada. Até agora 177 líderes sociais e mais de 100 combatentes da organização foram assassinados pelas forças do governo. A política de abandonar a autodefesa, como de costume da esquerda pequeno-burguesa, abriu as portas

para assassinatos em massas. Pois, se a esquerda abandona as armas, os únicos que as tem será justamente a burguesia genocida. Recentemente, mais um combatente fora assassinado. Galíndez Chicangana foi morto a tiros junto a outro companheiro, e impedido pelos grupos armados da extrema direita de ser socorridos pela população. Este jovem foi mais uma vítima da ditadura brutal que existe na Colômbia, reforçando assim a necessidade do rearmamento da esquerda e das organizações, mostrada de forma clara como a única alternativa para garantir sua própria vida frente ao imperialismo. Ao contrário do que diz a esquerda, o desarmamento promove ainda mais massacres por parte da burguesia, por isso, deve ser como revindicação fundamental o direito do povo se armar e se defender dos capitalistas.

CRISE POLÍTICA NO LÍBANO

AMÉRICA DO NORTE

Protestos no Líbano continuam, apesar de concessões do governo

Eleição no Canadá revela alta polarização política

Uma onda de protestos toma as ruas do país enquanto o governo tenta segurar a revolta com concessões.

Mesmo com a vitória, Trudeau terá de ceder à pressão dos partidos de esquerda para evitar um choque e aumentar a polarização política.

Com milhares de pessoas nas ruas, o Líbano arde em protestos. O pacote de impostos atrelado à politica de austeridade do governo libanês tem movido o povo à se colocar em protesto contra todas as medidas econômicas nos últimos dias. Este domingo (20) foi o quarto dia de intensos protestos. O estopim das mobilizações se deu na quinta-feira (17), após o anúncio de uma tarifa para ligações feitas pelo aplicativo Whatsapp. Embora o governo tenha voltado atrás e cancelado a medida, o povo não saiu das ruas e se mantém em protesto. Em meio a difusão dos protestos, já no sábado (19), houve o rompimento do laço entre um partido cristão libanês que anunciou sua retirada do governo de coalizão. Por conseguinte, à noite, o partido Forças Libanesas, aliado do primeiro-ministro Saad Ha-

riri, anunciou a renúncia de seus ministros. “Estamos convencidos de que o governo é incapaz de tomar as medidas necessárias para solucionar a situação. Consequentemente nosso bloco decidiu pedir a seus ministros que renunciem”, afirmou o líder, Samir Geagea. Por outro lado, o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, em seu primeiro pronunciamento no sábado, reafirmou seu apoio ao governo e disse: “Não queremos que o governo renuncie se esta saída significa que não há governo”. Não há dúvidas que há uma intensa crise política no Líbano e que, em todo caso, os libaneses expressam um grande descontentamento com a crise econômica do país. Resta-nos saber, portanto, o desenvolvimento em que se encontra a luta pelo poder político.

O desenvolvimento da luta de classes pode se expressar de diferentes maneiras. Em momentos de profunda crise do sistema capitalista, os regimes políticos tendem a se reorganizar para conter o que – de fato – está fadado ao desmoronamento. O regime político do Canadá, por sua vez, tem evoluído para uma polarização, onde os separatistas do Bloco do Quebec (BQ) obtiveram 34 cadeiras na Câmara dos Comuns, ou seja – triplicaram a participação. As projeções para o cenário político canadense, recentemente publicadas neste diário, demonstram, nitidamente, o rearranjo político em que o Partido Liberal (PL), do recém eleito primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, terá de se submeter. Embora os Liberais dominem o oeste canadense, dos 32 distritos, o setor lidera ou estão eleitos em 25. Esses resultados, no entanto, revelam uma queda do domínio do PL em comparação aos resultados de 2015. De acordo com o jornal The Globe and Mail, o resultado parcial, após a apuração de 41% das urnas, todavia, indica 159 cadeiras para a legenda de Trudeau, 117 aos conservadores e 34 ao BQ. Os escândalos envolvendo Trudeau já indicavam uma disputa acirrada entre os liberais e os conservadores, porém, não se esperava um aumento tão significativo dos separatistas. O BQ, portanto, indica, claramente, a

crise política que se desenrola como fruto do desmoronamento do capitalismo em todo o globo. A queda da base eleitoral do PL – juntamente à triplicação do BQ na Câmara dos Comuns – denota, também, o descontentamento da população com as políticas dos setores da burguesia ligada ao imperialismo. Mesmo com o liberal imperialista Justin Trudeau à frente, o PL terá que formar aliança com partidos de oposição para governar, o que, para o PL, significa a perda da hegemonia política e uma demonstração clara da necessidade de se adaptar à nova conjuntura de polarização política para evitar um choque com setores contrários à velha política imperialista do partido de Trudeau.


POLÊMICA | 9

O QUE NÃO UNIFICA?

Governador Rui Costa (PT) defende reforma da Previdência Numa política de completa adaptação aos golpistas, o governador novamente afirmou que a reforma tem coisas “positivas” Setores da esquerda pequeno-burguesa parecem realmente acreditar que quanto maior a adaptação à extrema-direita, melhor. Há alguns casos como este, mas o governador da Bahia, Rui Costa (PT), tem se colocado como uma espécie de porta-voz da política de conciliação radical com os golpistas. Em entrevista à Globonews, o governador da Bahia declarou que vê coisas “positivas” na reforma da Previdência aprovada esta semana pelo governo golpista, e conclui dizendo: “Tanto é que não me posicionei contra”. A posição de Rui Costa é um escárnio contra o povo da Bahia e contra especificamente o eleitorado da esquerda que foi quem o colocou no governo. Mas é preciso entender o que está por trás dessa política.

Setores da esquerda pequeno-burguesa crêem que uma política de completa subserviência diante da direita seria a salvação política diante da ofensiva cada vez mais violenta do golpe contra a própria esquerda e os direitos dos trabalhadores. Para isso, seria preciso levar uma “política responsável”, como a burguesia gosta de dizer. Na verdade significa que o povo deve ser esfolado, o governo deve ter o direito de passar por cima da população e a população deve aceitar tudo isso calada. Outra coisa que chama a atenção na posição de Rui Costa é a fraude da política da maioria dos setores da esquerda que evitam levar adiante uma política de enfrentamento com o governo golpista. Alguns dizer abertamente que a palavra de ordem “Lu-

la livre” não “unifica” outros têm essa posição, não dizem abertamente, mas não movem palha para mobilizar pela liberdade de Lula. Esses mesmos setores tentam a todo o momento explicar que não se deve chamar a palavra de ordem de “fora Bolsonaro”. Praticamente nenhuma organização da esquerda aderiu a essa palavra de ordem embora o povo nas ruas esteja clamando para derrubar o governo. Tanto a luta pela liberdade de Lula como a palavra de ordem de “fora Bolsonaro” não são bem vistas pela própria burguesia, por motivos óbvios, e há uma completa adaptação aos interesses da direita. Mas uma das principais desculpas para não levantar tais palavras de ordem é a substituição delas por reivindicações parciais.

Portanto, segundo esses setores da esquerda, o correto seria chamar o povo a sair na rua por exemplo contra a reforma da Previdência. Mas aí vem Rui Costa, um dos representantes da esquerda, e se diz a favor da reforma. Ou seja, na realidade tudo não passa de uma enganação do povo. O que esses setores da esquerda querem é procurar uma conciliação com os golpistas e garantir as próximas eleições. Resta saber se estaremos vivos até lá.

um reformismo fraco. Articularam programas sociais compensatórios que ajudaram a reduzir as desigualdades temporariamente, principalmente no momento em que o boom das commodities foi decisivo para melhor a renda, o emprego e superar os altos níveis de pobreza em vários países da região. Passado o período da bonança, os problemas históricos voltaram e se juntaram com denúncias de corrupção que atingiram boa parte dos governos da América Latina, tanto de esquerda quanto de centro-direita. Os 20 anos de governos de centro-esquerda da Concertación no Chile, somados aos quatro anos do último mandato de Michelle Bachelet, não promoveram um reformismo forte que fosse capaz de remover as instituições que causam a desigualdade e as iniquidades. O mesmo ocorreu com os governos do PT no Brasil, com o kichnerismo na Argentina, com Rafael Correa no Equador e com o chavismo na Venezuela. Este último promoveu uma grande diáspora do povo venezuelano. Uruguai e Bolívia foram os países onde os governos de esquerda foram bem sucedidos. Evo Morales merece destaque, pois assumiu o governo com altos padrões de pobreza e desigualdade e hoje a Bolívia é mais igual e mais desenvolvida." A política de creditar políticas de governo ao sucesso do desenvolvimento da luta política é tão equivocada que o próprio Fornazieri, ao tentar defendê-la, acabou criticando o governo venezuelano. Fazendo coro à direita pró-imperialista, Fornazieri acusa o chavismo de ter promovido uma grande “diáspora”. A avaliação sobre a situação no Uruguai e na Bolívia, por sua vez, também não é precisa. Afinal, o Uruguai não é um país onde a esquerda foi bem sucedida, mas sim um país em que a a esquerda se submeteu a uma frente ampla bastante

direitista, que está impondo uma série de ataques contra o povo uruguaio. Se o Uruguai não sofreu um golpe de Estado ainda como no Brasil, na Argentina e no Equador, se deve justamente ao fato de a burguesia estar infiltrada no governo de maneira profunda. A Bolívia, por sua vez, não se desenvolveu necessariamente por uma política acertada do governo Morales, mas sim porque as condições criadas pela mobilização do povo boliviano, que tiveram caráter insurrecional, permitiram esse desenvolvimento. No final de seu artigo, Fornazieri reitera sua crítica às direções e, sem apontar qualquer perspectiva para as “multidões”, condena os povos ao fracasso eterno em sua luta contra a direita: "Mesmo que ocorram rebeliões, as multidões não podem e nem devem ter esperanças, pois estas são recorrentemente afogadas pela crueldade das elites e pelas misancenes dos partidos e dos políticos, interessados apenas nos seus cálculos eleitorais, nos seus cargos, nos seus fundos e nos seus privilégios. Passada a fúria das rebeliões a vida e a realidade voltam à sua trágica normalidade e esta parece não ter fim." Diante da política errada das direções da esquerda mundial, é necessário, ao invés de condenar os trabalhadores ao sofrimento eterno, propor uma política que permita guiar as massas para um choque com seus algozes. É preciso, portanto, orientar os trabalhadores de todos os países a se orientarem com base no desenvolvimento de uma luta contra o poder político da burguesia – é necessário expulsar do poder os inimigos do povo. Por isso, é preciso organizar um amplo movimento pela derrubada do governo Bolsonaro, pela derrubada do governo Moreno, pela derrubada do governo Macron e pela expulsão do imperialismo da América Latina.

ESQUERDA PEQUENO-BURGUESA

Qual o caminho para a mobilização? Em seu mais recente artigo, Aldo Fornazieri critica os partidos da esquerda, mas não aponta o caminho para a mobilização. No dia 23 de outubro, o portal GGN publicou o artigo “A desigualdade e a rebelião das multidões”, assinado por Aldo Fornazieri. No texto, Fornazieri introduz o termo “multidão”, explicando que os levantes populares dos últimos períodos – incluindo os protestos no Chile, no Equador e na Catalunha – foram feitos por multidões compostas de “inúmeras diferenças internas”. No desenvolver do artigo, Fornazieri conclui que o grande impasse da luta política hoje seriam as dificuldades de as lideranças entenderem as demandas das “multidões”. Diz o autor: "Se é verdade que as multidões se mobilizam, protestam e são o fermento da mudança, o fato é que sem projeto, sem estratégias, sem líderes e sem organizações políticas sólidas, elas tendem a ser derrotadas ou a conquistar vitórias efêmeras, reivindicações parciais, como mostraram as histórias recentes das grandes manifestações. É precisamente aqui que existe um enorme impasse: se, por um lado, as multidões mostram a potência da mobilização, por outro, os partidos e os líderes políticos mostram a impotência e a incapacidade de liderar, de conduzir processos inovadores de mudanças, de dirigir reformas ou de revoluções. Há uma indisfarçável crise de lideranças e de perda de relevância dos partidos." Diferentemente do que defende Fornazieri, ao introduzir o termo “multidão”, a sociedade do século XXI não é diferente, em essência, da sociedade do século XX. Se as rebeliões acontecem de maneira desordenada, sem ter em sua cabeça organizações tradicionais do movimento popular, isso não

comprova que seja necessária uma adaptação dos partidos e lideranças para uma nova forma de organização social, mas sim que as rebeliões são uma forma inevitável de explosão social diante da falta de uma política correta dos partidos e lideranças. A política que deve ser levada adiante pela esquerda para uma vitória efetiva contra os ataques da ofensiva neoliberal é a política da mobilização revolucionária, isto é, a política de enfrentamento contra a direita. Como no caso dos coletes amarelos, na França, no caso da rebelião liderada pelos indígenas no Equador e em tantos outros casos de levantes recentes as direções da esquerda não impulsionaram uma política de enfrentamento, era impossível que as rebeliões ficassem sob seu domínio. Nenhuma grande organização da esquerda levantou a palavra de ordem de “fora Macron” durante a crise com os coletes amarelos, tampouco nenhuma grande organização levou adiante uma luta pelo “fora Moreno” durante os protestos contra o pacote do presidente equatoriano. A política que Fornazieri defende, no entanto, não está centrada na mobilização. Conforme fica claro no desenvolver de seu artigo, Fornazieri mostra que sua crítica às direções se refere, sobretudo, a um programa de governo, e não a um programa de reivindicações para organizar uma mobilização efetiva: "Na América Latina, os governos recentes de centro-esquerda e de esquerda não foram capazes de promover reformas profundas que atacassem as causas das desigualdades históricas. Para usar um termo de André Singer, esses governos promoveram apenas


10 | POLÊMICA

POLÊMICA COM RICARDO CAPPELLI

A única saída para as massas é a revolução Para se contrapor ao fascismo é preciso uma política revolucionária para as massas O colunista Ricardo Cappelli publicou coluna no sítio do Brasil 247 com o título de “A direita na vanguarda”. Segundo ele, a direita, mais especificamente a extrema-direita, tem capitaneado a tendência da população no mundo todo de rompimento com o sistema capitalista. Ele afirma que “Por enquanto, a direita tem surfado melhor na crise. Por incrível que pareça, assumiu a vanguarda com muito mais sagacidade que a esquerda. Paradoxalmente, a direita brasileira virou sinônimo de destruição do establishment e ousadia.” Essa situação apontada pelo colunista é um resultado da crise do regime imperialista no mundo todo. Esta crise atinge as amplas massas do povo, incluindo aí as classes médias. O fascismo é justamente o uso dessas

massas desesperadas pela burguesia contra as organizações da classe operária. O que falta na análise de Cappelli é a conclusão que deveria ser óbvia. A esquerda que procura reproduzir as instituições em crise só poderá cair na vala comum da burguesia decadente. Para se contrapor ao fascismo o único caminho é uma política revolucionária, ou seja, que aponte para as massas exploradas uma saída que passa por destruir todo o regime capitalista. Para se contrapor ao fascismo, a revolução. As massas procuram uma saída “anti-sistema” como diz Cappelli. A esquerda em todo o mundo não tem nada a oferecer a não ser o jogo do sistema, alimentando assim a extrema-direita e seu discurso demagógico.

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MOVIMENTO OPERÁRIO | 11

PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS

General quer dar mais um golpe na saúde dos trabalhadores dos Correios General Floriano Peixoto, presidente golpista da ECT convoca assembleia para dar um golpe no sitema de saúde dos Correios, a Postal Saúde O General golpista Floriano Peixoto, indicado pelo governo fraudulento de Jair Bolsonaro a ocupar o cargo de Presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) convocou na calada da noite uma assembleia extraordinária da Postal Saúde. A assembleia extraordinária acontecerá nesta quinta-feira (24-10) às 18 horas no Auditório da Universidade dos Correios em Brasília (UNICO), aonde as pessoas só podem entrar com a autorização do milico, que depois de assumir o cargo de presidente golpista dos Correios, levou vários soldados do Exército Brasileiro para fazer sua segurança naquele espaço público. Além do fato da assembleia ter sido chamada de forma escondida, e em um local que está sendo dificultado a presença dos trabalhadores da própria empresa, quem controlará a assembleia será o próprio general. A pauta da assembleia é a de mudança estatutária da operadora do plano de saúde dos trabalhadores dos Correios que nos últimos anos já so-

freu severos ataques, como a retirada dos pais/mães do plano,além da instituição do pagamento de mensalidades, e aumento do compartilhamento das despesas médicas no salário do trabalhador. Obviamente que os golpistas, que declaram para todos os lados que querem entregar os Correios brasileiro nas mãos da iniciativa privada, estão preparando também a extinção total dos benefícios da categoria, como o plano de saúde, portanto a assembleia será para mudar os estatutos e pavimentar mais esse ataque. È preciso inviabilizar a assembleia golpista do general Bolsonarista, essa assembleia é um golpe, ilegitima, pois está sendo feita para acabar com o benefício, nesse sentido, fica cada vez mais iminente a necessidade de derrubar o governo Bolsonaro do poder, antes que ele destrua todos os direitos e patrimônio do povo brasileiro. Por comitês de luta pela base contra a privatização dos Correios, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, liberdade para Lula e novas eleições.

DESMONTE DA PREVIDÊNCIA

Professores serão atingidos diretamente com a “reforma” da previdência Com o desmonte da previdência os professores serão aniquilados pelos golpistas de plantão Os professores serão afetados em cheio na “Nova Previdência”, pois de acordo com a nova regra aprovada, será de 60 anos para homens, e 57 para mulheres. Existe á possibilidade de aposentar-se de forma proporcional, ao completar 20 anos os professores recebe 60% de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a professoras, com 15 anos de contribuição. Um absurdo, pois um salário integral não dá, imagina quase metade. Os educadores poderão tentar se aposentar, no período de transição, por pontos, em que a soma dos anos de trabalho com os de contribuição deve atingir 91 para homens e 81 para mulheres com, no mínimo 30 anos de contribuição para eles e 25 para elas. Os professores já tão massacrado pela política da direita que agora vai perder uma das “vantagens” que ainda existiam na profissão, que serão aniquiladas pelo desmonte da previdência. Nos Estado de São Paulo, os professores também estão sendo atacados pelo governo fascista de Doria que vai piorar ainda mais a vida dos professores nas escolas. Como por exemplo: o fracionamento das férias em 30 dias em 4 semanas divididas entre ao longo do ano, “Escola com Fascismo”, aumento da jornada sem aumento salarial, entre outros. A direita fascista avança sobre os direitos democrático da população. Os

professores estão na linha de frente do ataque. O projeto Escola Sem Partido, ou melhor, Escola com Fascismo jé é uma realidade, na medida em que a perseguição política se intensifica com o pretexto de que ocorre uma “doutrinação comunista” nas escolas. Nacionalmente, a categoria, de maioria feminina (80%), está ameaçada pelo roubo da Previdência que Bolsonaro, Dória e Cia. querem aprovar,

aumentando o tempo de aposentadorias para os professores e igualando quase a idade mínima para aposentadoria de professoras e professores, entre outros crimes que atingem a todos os trabalhadores. A greve dos professores é fundamental na atual etapa, quando cresce a crise do governo, com as diversas alas da burguesia claramente divididas, para impulsionar uma

mobilização nacional dos educadores e impulsionar necessária greve geral, único caminho real para derrotar a reforma e demais ataques do governo e colocar abaixo o próprio regime golpista. Uma greve de massas pode ser um começo para uma mobilização geral. As organizações de massas como a CUT, a CNTE devem tomar a frente nesse processo de mobilização em todo o País.


12 | MOVIMENTO OPERÁRIO

ACIDENTES DE TRABALHO

MPT/RS condena Marfrig a pagar R$ 3 milhões por condições de trabalho Marfrig terá que pagar R$ 3 milhões e assina Termo de Ajuste de Conduta, os patrões acatam mais nunca cumprem e, as condições de vida e saúde dos trabalhadores continuam péssimas

Os patrões dos frigoríficos vivem a farra do boi, ou seja, os lucros estão cada vez mais elevados e os ataques nas condições de trabalho quanto à saúde e os inúmeros acidentes também aumentam exponencialmente. Não é atoa que esse setor industrial é o primeiro neste quesito, segundo o

próprio Ministério Público do Trabalho (MPT), este que, no mês de setembro indiciou o frigorífico Marfrig, que sofreu um processo no valor correspondente a R$ 3.000.000,00. Os donos do Marfrig Global Foods, da cidade de São Gabriel acabaram acatando o Termo de Ajuste de Con-

dutas (TAC). Assinam o acordo de ajustamento de conduta e pagará R$ 3 milhões de indenização por dano moral coletivo. De acordo com o MPT, além do frigorifico se comprometer a ajustar sua conduta com medidas específicas em nove setores / atividades como abate, acesso às câmaras frias, miúdos, corte – quarteio, desossa, triparia, embalagem de miúdos, paletização/expedição e caldeira, além de medidas gerais aplicáveis a todos os setores, tais como: obstáculos à fiscalização, máquinas e equipamentos em geral, condições gerais de Ergonomia, pausas, prevenção contra vazamentos de amônia, programas e medidas de proteção, ruído (medidas de proteção / controle auditivo), equipamentos de proteção individual (EPIs), salas de recreação, de pausas e de recuperação térmica, bem como jornada de trabalho.

O descumprimento injustificado de qualquer das cláusulas pactuadas no TAC será aplicado multa de R$ 10 mil, além de R$ 1 mil por trabalhador prejudicado, observado o parâmetro mensal, limitado ao total de R$ 1 milhão a cada constatação de descumprimento. Apesar das condições em que os patrões colocam os seus funcionários, ao fazerem trabalhar que nem burros de carga, as multas são insignificantes, diante dos altíssimos lucros que esses trabalhadores lhes proporcionam. Por isso preferem receber a multa à resolver os problemas causados pelas péssimas condições impostas a seus funcionários. (MPT/RS – 04/10/2019) Portanto, cabe aos trabalhadores, nestas circunstâncias, se mobilizarem, paralisarem as atividades e, ocuparem suas instalações até que os problemas sejam solucionados.

PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS

ECT demite trabalhadores, e gastam milhões em máquinas para privatizar Golpistas investem em máquinas nos Correios e demitem trabalhadores, tudo para entregar o patrimônio enxuto para os capitalistas

A GLOBO

Os golpistas dos Correios estão desmontando o quadro de funcionários da empresa, já extinguiram o cargo operador de triagem de transbordo (OTT), que faziam a função de triagem de cartas e encomendas nos centros de triagem. No entanto, nos últimos anos, os golpistas que estão controlando a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) estão investindo pesado em tecnologia de ponta na triagem de encomendas, cerca de 720 milhões de reais foram investidos em máquinas de triagem, uma verdadeira fortuna. O investimento dos golpistas na verdade é simplesmente para equipar a ECT para entregá-la com o investimento para um grande capitalista, uma verdadeiro roubo.

Usam o dinheiro público para equipar ainda mais o patrimônio do povo, para depois entregá-lo a preço de banana, como fizeram em todas as outras estatais. privatizadas durante a era FHC, como foi a privatização da telefônica. Naquela época, o governo FHC construiu toda a estrutura telefônica para depois entregar as teles para os capitalistas, parasitas do mercado financeiro. No Correios é a mesma coisa, a empresa está se equipando não para o uso fruto da empresa pública, mas para garantir ainda mais lucro dos capitalistas que vierem botar as mãos nessa fortuna que é a ECT. É necessário construir comitês de luta contra a privatização, pelo Fora Bolsonaro, novas eleições e liberdade de Lula.

MENTE O DIÁRIO

DESMENTE CONTRIBUA COM O


MORADIA E TERRA E CIDADES| 13

ABAIXO O LATIFÚNDIO

Não ao despejo no Paraná! MST deve reagir aos latifundiários! O fato da extrema direita ter chegado ao poder chamou um banho de sangue no campo e para se defender os trabalhadores devem reagir aos crimes dos latifundiários Na última segunda (21) 150 pessoas de 50 famílias do acampamento Ester Fernandes, em Alvorada do Sul-PR, resistiram à ameaça de despejo por parte da PM (Polícia Militar) e do grupo Atalla. Somente em 2019 já foram despejadas sete comunidades rurais no Paraná e pelo menos outras 70 áreas de acampamentos rurais então sob ameaça do governo bolsonarista de Ratinho Junior (PSD-PR). O fato da extrema direita ter chegado ao poder chamou um banho de sangue no campo e para se defender os trabalhadores devem reagir aos crimes dos latifundiários e sua polícia fascista, pois as violações de direitos só cessarão pela auto-organização dos trabalhadores. Resistir à desocupação e reagir aos latifundiários, portanto, é a única forma dos trabalhadores sem-terra defenderem seu direito à moradia e à terra e os demais setores da esquerda e do movimento operário devem defender o movimento. Prova do aumento da tensão no campo é que casos semelhantes ocorreram nesta semana em Pau D’arco-PA (onde a Polícia matou 10 trabalhadores

em 2017 no massacre de Pau D’arco) e em Taquari-RS (onde o Batalhão de Choque da Brigada Militar assediam e hostilizam pessoas acampadas). No primeiro, audiência de reintegração de posse procura expulsar 200 famílias do acampamento Jane Júlia – nome em alusão à trabalhadora sem-terra assassinada no massacra de Pau D’arco em 2017, onde a Polícia assassinou 10 trabalhadores. Grilagem vs Direito à moradia e à terra Em todos os casos, os trabalhadores reivindicam o direito à terra e a extrair dela seu sustento contra os latifundiários, que grilaram terras públicas para seu benefício próprio. Em Alvorada do Sul o conflito se dá nos 692 hectares da fazenda Palheta, que pertence ao grupo Atalla, dono da Usina Central do Paraná. Ocupada em 2009 pelos trabalhadores, a propriedade é classificada como improdutiva desde 2008 e faz parte de mais de 10 mil hectares declarados improdutivos pelo Incra, que abrange cidades da Região Metropolitana de Londrina como: O grupo usineiro deve mais de 650 milhões de reais para a União e possui trabalhadores em situação de escravidão.

MORADIA E TERRA

É assim que se faz: MST ocupa latifundio de eucalipto no ES As famílias romperam as cercas de um latifúndio de eucalipto da maior empresa de celulose do mundo, a SUZANO.

Na madrugada do sábado (19), cerca de 50 famílias Sem Terra ocuparam mais um latifúndio no Espírito Santo, segundo divulgada o sítio do MST. "Cerca de 50 famílias Sem Terra decidiram resistir ao desemprego, a fome e a concentração de terras, ocupando mais um latifúndio no Espírito Santo." As famílias romperam as cercas de um latifúndio de eucalipto da maior empresa de celulose do mundo, a SUZANO. Segundo o MST, “só nessa região a empresa amplia suas áreas em mais de 5 mil hectares.” A empresa, após a fusão com a Fibria , é responsável pela expulsão de milhares de famílias indígenas, cam-

poneses e quilombolas de suas terras. Além disso, utilizam um método que degrada totalmente as regiões que eles exploram. “Queremos terra para produzir alimentos saudáveis para a sociedade. Esse é o nosso projeto”, afirmou Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Espírito Santo." Nesta região, a luta pela terra se dá principalmente contra os latifundiários de eucalipto e da cana. Uma luta que acontece há mais de 30 anos. Por isso, a ocupação do latifúndio da SUZANO é o caminho, a ser seguido pelos Sem Terra de todo o país, para derrotar a direita e garantir o acesso a terra.

Em matéria do MST, o agricultor Samuel Pereira denuncia: “Eu posso dizer que eu mesmo nasci na terra dos Atalla e posso falar que a gente passou por desigualdade social, passamos até necessidade de pão por atraso de pagamento, serviço escravo. Eu sou uma das testemunhas… A gente quer um pedaço de terra pra poder sobreviver.” Com apoio do governo e da justiça, esse é o cenário para o campo bra-

sileiro na luta pela terra, um agravamento da violência e da ofensiva dos latifundiários com a cobertura do Estado. Por isso é necessária a formação de comitês de autodefesa no campo, com o objetivo de organizar a defesa dos assentamentos, acampamentos, aldeias e outros locais onde vivem as famílias na luta pela reforma agrária. Não ao despejo no Paraná! MST deve reagir aos latifundiários!


14 | MOVIMENTO OPERÁRIO

DESCASO TUCANO

Estado de São Paulo tem 4,6 milhões de pessoas sem acesso a saneamento No estado mais rico da Nação, o “bem-estar” social da direita é jogar a população em meio ao esgoto, lixo, animais perigosos e doenças No estado de São Paulo, o mais desenvolvido no país, cerca de 4,6 milhões de pessoas não têm acesso ao sistema de esgoto, um completo absurdo. Os estudos do SNIS (Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento), demonstraram que esse número é equivalente a duas vezes a população de Sergipe. Além disso, aproximadamente 1,7 milhão de pessoas não recebe água tratada. O órgão golpista, Folha de S. Paulo, entrevistou pessoas que falaram sobre sua situação degradante em meio ao golpe de Estado, relatando que nos dias secos, o tempo afeta o sistema respiratório e muito mais. “A gente não suporta comer, porque o fedor do Tietê é demais. Não dá para se acostumar com esse cheiro”, denunciou Maria Auxiliadora Silva (58). Para Maria Auxiliadora, que vive com familiares em uma favela à beira do Tietê, na Chácara Três Meninas,

zona leste de São Paulo, é algo absurdo morar em um lugar sem água e sem esgoto, onde cobras, ratos e capivaras dividem espaço com crianças descalças. Já para o pintor Flaviano Nunes (23), neto de Auxiliadora, obrigado a escovar os dentes usando o líquido que vem desses canos sem filtragem, o que resultou foi uma falta no trabalho por estar se sentindo mal. “Aqui a gente vive doente. Dor de cabeça, dor de dente, dor de barriga.” E para finalizar, um relato ainda mais absurdo veio da manicure Flávia Rodrigues (20), que tem uma filha de um ano no colo e outra que ainda não anda: “O corpo do meu marido ficou cheio de manchas pretas depois de ele tomar banho um dia desses. Ele ficou até com vergonha de sair de casa”. No estado mais rico do país, a megalópole que é ranqueada entre as 20 melhores cidades quando o assunto é

saneamento, “escapou” da pesquisa os excluídos da água encanada e esgoto. É preciso dizer que a direita construiu uma verdadeira ditadura dos tucanos em São Paulo. Enquanto pou-

cos capitalistas se beneficiam da destruição da aposentadoria, privatizam saúde e assaltam a educação, o povo sofre e precisa reagir. Derrubar Bolsonaro e todos os golpistas está cada vez mais na ordem do dia.

DESCASO

Voluntários que retiram o óleo das praias estão sendo internados Voluntários que retiram o oléo das praias estão sendo internados por conta da situação criada pela direita. O governo ilegítimo de bolsonaro, há mais de três meses, não realizou nenhuma providência para resolver o vazamento de oléo dos navios petrolíferos, que culminou em um dos maiores acidentes ecológicos, atingindo o litoral nordestino. Para tentar amenizar a situação, moradores, ribeirinhos, nativos de cada lugar atingindo, se reúnem e colocam “mãos a obra” e colocam quantidades de oléo dentro de sacos, retirando e limpando o derramamento das encostas. Os voluntários estão sendo contaminados, pois não tem equipamentos adequados para combater o desastre diante da omisão do governo. A omissão do governo está afetando a

saúde de milhares de voluntários que têm feito o árduo trabalho de limpeza do litoral do Nordeste. A cada dia, aumentam os relatos de sintomas como dores de cabeça, náuseas, tonturas, ardor nos olhos, dermatites, insônia, problemas respiratórios e queimaduras. É preciso denunciar o descaso do governo ilegítimo de Bolsonaro que abandonou a nação e a população brasileira, que luta para salvar o meio ambiente. O povo precisa se organizar em associações, organizações, comitês de luta contra o golpe para retirar Bolsonaro gritando a palavra de ordem “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” nas ruas e chamar Liberdade para Lula e eleições gerais com Lula candidato.


TEORIA E HISTÓRIA | 15

A BUROCRACIA CONTRA A LUTA

A Revolução Alemã e a Burocracia Stalinista “Dá ordens com voz de trovão, promove na escala burocrática gente que lhe é devotada, mostra-se fiel aos seus chefes, proíbe que lhe critiquem e vê nisso a essência da linha geral” Seguindo no estudo crítico do estalinismo, neste texto vemos que entre as lutas revolucionárias de Trótski e as tendências pequeno-burguesas antirrevolucionárias de Stálin, materializava-se o principal obstáculo concreto para a superação desta contradição: a burocracia. O centrismo “em geral” e o centrismo da burocracia estalinista – Léon Trótski Os erros da direção da Internacional Comunista e, por isso mesmo, do Partido comunista alemão pertencem, para retomar a terminologia bem conhecida de Lenin , à ”série de asneiras ultra-esquerdas’”. Mesmo as pessoas inteligentes podem cometer asneiras, sobretudo na sua juventude. Mas, como aconselhava já Heine, não se pode abusar. Quando as asneiras políticas dum certo tipo são cometidas sistematicamente, durante um longo período, além disso sobre questões muito importantes, elas deixam de ser simples asneiras e se tornam uma orientação. De que orientação se trata? A que necessidades históricas ela responde? Quais são as suas raízes sociais? A base social da ultra-esquerda varia segundo os países e as épocas. O anarquismo, o blanquismo e suas diferentes combinações, incluindo a mais recente: o anarco-sindicalismo, são expressões completas do ultra-esquerdismo. Essas correntes, que se tinham desenvolvido principalmente nos países latinos, tinham por base social a antiga pequena burguesia da indústria clássica de Paris. A sua persistência deu uma importância indelineável às diferentes variedades francesas de ultra-esquerda e lhes permitiu até a um certo ponto exercer uma influência ideológica sobre o movimento operários dos outros países. O desenvolvimento da grande indústria em França, a guerra e a Revolução russa quebraram a espinha dorsal do anarco-sindicalismo. Rejeitado para segundo lugar, ele se transformou num oportunismo de má qualidade. Nesses dois estádios do seu desenvolvimento, o sindicalismo francês é dirigido pelo mesmo Jouhaux: os tempos mudam e nós também. O anarco-sindicalismo espanhol não conseguiu conservar uma aparência revolucionária senão numa situação de estagnação política. A revolução, em colocando brutalmente os problemas, forçou os dirigentes anarco-sindicalistas a abandonar o ultra-esquerdismo e a revelar a sua natureza oportunista. Pode-se estar certo que a revolução espanhola expulsará os preconceitos sindicalistas do seu último refúgio latino. Elementos anarquistas e blanquistas estão presentes em todas as outras correntes e grupos ultra-esquerda. Na periferia do grande movimento revolucionário sempre se observou

manifestações de golpismo e de aventureirismo, cujos agentes são as camadas atrasadas, muitas vezes semi-artesanais, de operários, sejam intelectuais, companheiros de estrada. Mas em geral, esse tipo de ultra-esquerda não tem significado histórico independente e apresenta muitas vezes um carácter episódico. Nos países atrasados do ponto de vista histórico que devem realizar a sua revolução burguesa, quando já existe um movimento operários mundial desenvolvido, a intelectualidade de esquerda introduz muitas vezes no movimento semi-espontâneo das massas, principalmente pequeno burguesas, palavras de ordem e os métodos os mais extremistas. Tal é a natureza dos partidos pequeno-burgueses como o dos ”socialistas revolucionários” russos com suas tendências ao golpismo, ao terror individual, etc. Pelo fato da existência de partidos comunistas no Oriente, é pouco provável que grupos de aventureiros independentes adquiram a importância dos socialistas revolucionários russo. Em contrapartida, os elementos aventureiros podem existir nas fileiras dos jovens partidos orientais. No que diz respeito aos socialistas revolucionários russo, eles se transformaram sob a influência da evolução da sociedade burguesa, em partido da pequena burguesia imperialista e adotaram uma posição contra-revolucionária em relação à Revolução de Outubro. É claro que a ultra-esquerda da Internacional Comunista atualmente não entra em nenhuma das categorias descritas acima. O principal partido da Internacional Comunista, o Partido comunista da União soviética, apoia-se manifestamente sobre o proletariado industrial e se liga, bem ou mal, às tradições das organizações proletárias. O fato que a política ultra-esquerda do comunismo oficial domina uniformemente e simultaneamente nos diferentes países onde as condições são diferentes, não testemunham que essa corrente não têm raízes sociais comuns? Essa corrente ultra-esquerda que apresenta em todo o lado o mesmo carácter ”de princípio’” aplica-se na China e na Grã-Bretanha. Onde é então preciso procurar a origem desse novo ultra-esquerdismo? Uma circunstância muito importante complica mas ao mesmo tempo esclarece esse problema: o ultra-esquerdismo não é absolutamente um traço constante fundamental da direção atual da Internacional Comunista. Esse mesmo aparelho, para a maioria dos seus membros, levou até 1928 uma política abertamente oportunista, juntando-se ao menchevismo em numerosos pontos muito importantes. Nos anos 1924-1927, os acordos com os reformistas eram considerados como obrigatórios; além disso, admitia-se que o partido renuncie à sua independência, à sua liberdade de

crítica e mesmo à sua base de classe proletária.(1) Também, não se trata de uma corrente ultra-esquerda particular, mas do longo zigue-zague de uma corrente que, no passado, provou a sua capacidade a realizar violentos zigue-zagues ultra-direitistas. Esses indícios deixam pensar que se trata do centrismo. Para falar de maneira formal e descritiva, todas as correntes do proletariado e da sua periferia que se situam entre o reformismo e o marxismo e que representam muitas vezes as diferentes etapas levando do reformismo ao marxismo, e inversamente, revelam do centrismo. O marxismo, como o reformismo, tem a sua base social estável. O marxismo exprime os interesses históricos do proletariado. O reformismo corresponde à situação privilegiada da burocracia e das aristocracias operárias no Estado capitalista. O centrismo que nós conhecemos no passado não tinha nem podia ter base social própria. As diferentes camadas do proletariado se aproximaram da orientação revolucionária por caminhos e a ritmos diferentes. Nos períodos de expansão industrial prolongados ou ainda nos períodos de refluxo político, após uma derrota, diferentes camadas do proletariado deslizam politicamente da esquerda para a direita e chocam com outras camadas que começam a evoluir para a esquerda. Diferentes grupos, travados a certas etapas da sua evolução, encontram chefes temporários, suscitam seus próprios programas e organizações. Compreende-se assim qual diversidade de correntes a noção de ”centrismo” cobre! Segundo a sua origem, a sua composição social, a sua orientação, esses diferentes grupos podem entrar em conflito agudo uns com os outros, sem parar igualmente de serem variedades do centrismo. Se o centrismo em geral joga habitualmente o papel de caução de esquerda do reformismo, ele não é igualmente possível dar resposta definitiva à questão: a qual dos dois campos principais, marxista ou reformista, pertence tal desvio centrista? Aqui, mais que qualquer outro lugar, é preciso a cada vez analisar o conteúdo concreto do processo e as tendências internas da sua evolução. Assim, certos erros políticos de Rosa Luxemburgo pode ser caracterizados com uma relativa justeza teórica, como centristas de esquerda. Pode-se mesmo ir mais longe e afirmar que a maioria das divergências de Rosa Luxemburgo com Lenin eram devidas a um desvio centrista mais ou menos importante. Só os burocratas descarados e ignorantes da Internacional Comunista, podem classificar o luxemburguismo, como corrente histórica, no centrismo. É inútil lembrar que os ”chefes” catuais da Internacional a começar por Estaline, não chegam ao tornozelo da grande revolucionária tanto politicamente

como teoricamente e moralmente. Certos críticos que não refletiram bastante ao fundo da questão acusaram diversas vezes nestes últimos tempos o autor destas linhas de abusar do termo ”centrismo”, em reagrupando sob este termo correntes e grupos diversos do movimento operário. Com efeito, a diversidade dos tipos de centrismo provêm, dissemos, mesmo da essência do fenômeno e não de um emprego abusivo do termo. Lembremos que os marxistas foram muitas vezes acusados de meter na conta da pequena burguesia os fenômenos mais variados e os mais contraditórios. Efetivamente, é preciso situar na categoria ”pequeno-burguês” fatos, ideias e tendências à primeira vista totalmente incompatíveis. O movimento camponês e o movimento radical nas cidades pela Reforma tem um carácter pequeno-burguês; tal como os Jacobinos franceses e os populistas russo, os proudhonianos e os blanquistas, a social-democracia atual e o fascismo, os anarco-sindicalistas franceses, o Exército de Salvação, o movimento de Gandhi na Índia, etc. A filosofia e a arte oferecem um quadro ainda mais contrastado. Isso significa que o marxismo brinca com as palavras? Não, isso significa unicamente que a pequena burguesia se caracteriza pela extraordinária heterogeneidade da sua natureza social. Ao nível das suas camadas inferiores, ela confunde-se com o proletariado e cai no lumpemproletariado. Suas camadas superiores tocam de muito perto a burguesia capitalista. Ela pode apoiar-se sobre as antigas formas de produção mas igualmente conhecer um desenvolvimento rápido na base da indústria mais moderna (as novas ”camadas médias”). Nada de espantoso que ela ideologicamente se ornamente com todas as cores do arco-íris. O centrismo no seio do movimento operário joga num certo sentido o mesmo papel que a ideologia pequeno burguesa sob todas as suas formas em relação à sociedade burguesa no seu conjunto. O centrismo reflete os diferentes tipos de evolução do proletariado, o seu crescimento político, a sua fraqueza revolucionária, ligada à pressão que todas as outras classes da sociedade exercem sobre ele. Nada de espantoso que a paleta do centrismo seja tão colorida. Isso não implica que se renuncie à noção de centrismo; é preciso somente em cada caso proceder à análise social e histórica concreta para evidenciar a natureza real de tal variedade de centrismo. A fracção dirigente da Internacional Comunista não depende do centrismo ”em geral”; é uma formação histórica bem definida, com raízes sociais potentes mesmo que sejam recentes. Trata-se antes de tudo da burocracia soviética. Nos escritos dos teóricos estalinistas, esta camada social não existe. Só é questão de ”leninismo”,


16 | TEORIA E HISTÓRIA da direção desencarnada, da tradição ideológica, do espírito do bolchevismo, da inconsistente ”linha geral”; mas nem uma palavra sobre o fato de que o funcionário bem vivo, em carne e osso, agita esta linha geral como um bombeiro a sua mangueira; isso vocês não ouvem falar. Portanto, esse funcionário é parecido com tudo salvo a um espírito desencarnado. Bebe, come, multiplica-se e toma cuidado com o seu ventre florescente. Dá ordens com voz de trovão, promove na escala burocrática gente que lhe é devotada, mostra-se fiel aos seus chefes, proíbe que lhe critiquem e vê nisso a essência da linha geral. Há vários milhões desses funcionários, vários milhões! Mais que operários no momento da Revolução de Outubro. A maioria desses funcionários nunca participou na luta de classes com os riscos e os sacrifícios que ela implica. Esses indivíduos na sua imensa maioria nasceram politicamente como classe dirigente. E por detrás deles se profila o poder de Estado. Ele assegura a sua existência, colocando-os bem acima das massas. Eles ignoram o perigo do desemprego, se souberem manter-se de guarda. Os erros mais grosseiros lhes são perdoados, se eles estão prontos a jogar, no momento apropriado, o papel de bode expiatório, em inocentando seu superior imediato de toda a responsabilidade. Esta camada dirigente de vários milhões de indivíduos tem um peso social e uma influência política no país? Sim ou não? Sabe-se há muito tempo que a burocracia e a aristocracia operárias estão na base social do oportunismo. Na Rússia, esse fenômeno tomou formas novas. Sobre a base da ditadura do proletariado – num país atrasado e cercado pelos países capitalistas – criou-se pela primeira vez, a partir de camadas superiores de trabalhadores, um potente aparelho burocrático que se ergueu acima das massas, que o comanda, que goza de privilégios consideráveis; os seus membros estão solidários entre eles e introduziu na política do Estado operário os seus interesses próprios, seus métodos e os seus procedimentos. Não somos anarquistas. Nós compreendemos a necessidade do Estado operários e, por consequência, o carácter historicamente inevitável da burocracia durante o período de transição. Estamos conscientes dos perigos que isso implica, particularmente para um país atrasado e isolado. Idealizar a burocracia soviética é o erro o mais imperdoável que seja para um marxista. Lenin emprega toda a sua energia para que o partido, vanguarda independente da classe operária se erga acima do aparelho de Estado, o controle, o vigie, o dirija e o filtre, colocando os interesses históricos do proletariado – internacional e não somente nacional – acima dos interesses da burocracia dirigente. Lenin considerava que o controlo da massa do partido sobre o aparelho era a primeira condição do controlo do Estado pelos partidos. Leiam atentamente os seus artigos, seus discursos e as suas cartas do período soviético, particularmente dos dois últimos anos da sua vida, e verão

com qual angustia o seu pensamento surge cada vez sobre esta questão escaldante. Que se passou no período que segui a morte de Lenin? Toda a camada dirigente do partido e do Estado que tinha participado na revolução e na guerra civil foi varrida, afastada, esmagada. Funcionários impessoais tomaram o seu lugar. Na mesma época, a luta contra o burocratismo que tinha um carácter tão agudo do tempo de Lenin , quando a burocracia ainda estava no berço, parou totalmente, enquanto que a burocracia se desenvolveu de maneira monstruosa. Quem teria podido levar esta luta? O partido como vanguarda autogerida do proletariado não existe mais. O aparelho do partido confundiu-se com o Estado. O GPU é o instrumento principal da linha geral no interior do partido. A burocracia não tolera nenhuma crítica vindo da base, ele proíbe mesmo aos seus teóricos de falar nisso. O ódio furioso à oposição de esquerda deve-se em primeiro lugar a que a oposição fale abertamente da burocracia, do seu papel específico, dos seus interesses e revela publicamente que a linha geral é a carne e o sangue da nova camada dirigente no poder, que não se identifica de forma alguma com o proletariado. A burocracia adquire a sua infalibilidade original do carácter operário do Estado: a burocracia de um Estado operário não pode degenerar! O Estado e a burocracia são tomados aqui não como processos históricos, mas como categorias eternas: a Santa Igreja e seus servidores não pode se enganar! Se a burocracia operária na sociedade capitalista se ergueu acima do proletariado em luta e degenerou ao ponto de dar o partido de Noske, Scheidemann, Ebert e Wels, por que ela não pode degenerar erguendo-se acima do proletariado vitorioso? Pela sua posição dominante e incontrolada, a burocracia soviética adquire uma mentalidade que, em muitos aspectos, está em total contradição com a de uma revolução proletária. Para a burocracia, os seus cálculos e combinações em política interior e internacional são mais importantes que as tarefas de educação revolucionária das massas e que as exigências da revolução internacional. Durante vários anos, a fracção estalinista mostrou que os interesses e a psicologia do ”camponês rico”, do engenheiro, do administrador, do intelectual burguês chinês, do funcionário dos sindicatos britânicos eram-lhe mais próximos e mais acessíveis que a psicologia e as necessidades dos simples operários, dos camponeses pobres, das massas populares chinesas insurretas, dos grevistas ingleses, etc. Mas nesse caso, por qual razão a fracção estalinista não se comprometeu até ao fim na via do oportunismo nacional? Porque ela é a burocracia de um Estado operário. Se a social-democracia internacional defende os fundamentos da dominação da burguesia, a burocracia soviética é forçada a adaptar-se às bases sociais saídas da Revolução de Outubro, enquanto que ela não proceder a uma mudança a nível do Estado. Daí, a dupla natureza da psicologia e da polí-

tica da burocracia estalinista. O centrismo, centrismo que se apoia nos fundamentos do Estado operário, é a única expressão possível desta dupla natureza. Nos países capitalistas, os grupos centristas têm muitas vezes um carácter temporário, transitório, porque eles refletem o deslize a direita ou à esquerda de certas camadas operárias. Por outro lado, nas condições da República dos Sovietes, milhões de burocratas constituem para o centrismo uma base muito mais sólida e organizada. Ainda que sendo um meio favorável natural para as tendências oportunistas e nacionais, ela é forçada de defender as bases da sua dominação lutando contra o kulaque; ela deve também se preocupar com o seu prestígio de ”bolchevique” no governo operário mundial. Após uma tentativa para se aproximar do Komintang e da burocracia de Amesterdão, pela qual ela tem afinidades, a burocracia soviética entrou em conflito agudo permanente com a social-democracia que reflete a hostilidade da burguesia mundial em relação ao Estado soviético. Tais são as origens do atual zigue-zague à esquerda. O que faz a originalidade da situação, não é o fato que a burocracia soviética seja particularmente imunizada contra o oportunismo e o nacionalismo, mas o fato que, não podendo adotar de maneira definitiva uma posição nacional-reformista, ela se vê forçada em realizar zigue-zague entre o marxismo e o nacional-reformismo. As oscilações do centralismo burocrático que estão em relação com a sua potência, seus recursos e contradições agudas da sua situação, atingiram uma amplitude sem igual: das aventuras ultra-esquerda na Bulgária e na Estônia à aliança com Tchang Kaichek, Raditch e Purcell; da vergonhosa fraternização com os quebra-greves ingleses à recusa categórica da política da frente única com os sindicatos de massa. A burocracia estalinista exporta os seus métodos e os seus zigue-zagues para os outros países, na medida onde, pelo intermediário do partido, não somente ela dirige a Internacional Comunista, mas além disso lhe dá ordens. Thälmann era pelo Komintang, quando Estaline era pelo Komintang, embaixador de Tchang-Kaichek, um chamado Chao Litzi, interveio em coro com Thälmann, Semard e todos os Remmele contra o ”trotskismo”. O ”camarada” Chao Litzi declarou: ”Nós estamos convencidos que o Komintang sob a direção da Internacional realizará a sua missão histórica” (Processos verbais, volume 1, p. 459) Aí estão os factos históricos. Tomai o Rote Fahne do ano 1926, encontrarão aí um grande número de artigos sobre o seguinte tema: exigindo a ruptura com o Conselho geral inglês dos quebra-greves, Trótski prova o seu … menchevismo. Hoje, o ”menchevismo” consiste em defender a frente única com as organizações de massa, quer dizer em levar a política que os IIIº e IVº Congressos da Internacional Comunista tinha formulado sob a direção de Lenin (contra todos os Thälmann, Thalheimer, Bela Kun e outros Frossard).

Esses zigue-zagues assustadores teriam sido impossíveis, se em todas as ações da Internacional Comunista uma camada burocrática, se autossuficiente, isto é independente do partido, não se tivesse formado. É aí que se encontra a raiz do mal. A força do partido revolucionário reside no espírito de iniciativa da vanguarda que examina e seleciona os seus quadros; é a confiança que ela tem dos seus dirigentes que os conduz progressivamente para a cimeira. Isso cria um laço indestrutível entre os quadros e as massas, entre os dirigentes e os quadros e assegura toda a direção. Nada de igual existe nos partidos comunistas catuais. Os chefes são designados. Eles escolhem os subordinados. A base do partido é obrigada a aceitar os chefes designados à volta dos quais se cria uma atmosfera artificial de publicidade. Os quadros dependem da cúpula e não da base. Numa larga medida, eles procuram as razões da sua influência e da sua existência no exterior das massas. Eles tiram as suas palavras de ordem políticas do telegrama e não da experiência da luta. Ao mesmo tempo, Estaline mantêm em reserva para toda ocasião documentos acusadores. Cada um dos chefes sabe que a cada instante, ele pode ser varrido como uma simples palha. É assim que em toda a Internacional Comunista se cria uma camada burocrática fechada, meio favorável para os bacilos do centrismo. O centrismo de Thälmann, de Remmele e os seus compadres é muito estável e resistente do ponto de vista organizacional porque ele apoia-se sobre a burocracia do Estado soviético, mas ele distingue-se por uma extraordinária instabilidade do ponto de vista político. Privado da confiança que só pode dar uma ligação orgânica com as massas, o Comité central infalível é capaz dos zigue-zagues mais monstruosos. Menos ele está preparado a uma luta ideológica séria, mais é e generoso em injúrias, insinuações e calúnias. Estaline, ”grosseiro” e ”desleal”, segundo a definição de Lenin , é a personificação desta camada. A característica dada acima do centrismo burocrático determina a atitude da oposição de esquerda em relação à burocracia estalinista: apoio total e ilimitado na medida onde a burocracia defende as fronteiras da República dos Sovietes e os fundamentos da Revolução de Outubro; crítica aberta na medida onde a burocracia pelos seus zigue-zagues administrativos torna mais difícil a defesa da revolução e a construção do socialismo; oposição implacável na medida onde pelo seu comando burocrático, ela desorganiza a luta do proletariado mundial.

Notas de rodapé: (1) Para uma análise detalhada desse capítulo de vários anos da História da Internacional Comunista, ver nossas obras: A revolução proletária e a Internacional Comunista (crítica do programa da Internacional Comunista), A revolução permanente, Quem dirige hoje a Internacional Comunista?


TEORIA E HISTÓRIA | 17

NO DIA DE HOJE, NA HISTÓRIA

25/10/1975: Vladimir Herzog é assassinado pela ditadura militar Jornalista e militante comunista se tornou ícone da resistência contra a ditadura Vladimir Herzog foi um jornalista, dramaturgo e professor. Nascido na cidade de Osijek, à época Iugoslávia, Herzog e sua família, de origem judaica, fugiram do antissemitismo do Estado fantoche da Croácia, controlado pela Alemanha Nazista. Foram viver clandestinamente na Itália até imigrar para o Brasil. No Brasil, naturalizou-se e se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo, onde, na década de 70, assumiu foi professor de jornalismo na Escola de Comunicação e Artes. Vladimir também foi, na época, diretor do departamento de telejornalismo da TV Cultura de São Paulo. Politicamente, foi militante do Partido Comunista Brasileiro, tendo sido peça-chave na imprensa do Partido durante seus anos de militância. Em 1975, o Centro de Informações do Exército (CIE) colocou o Partido Comunista como o principal alvo. Paulo Markun, também jornalista, tomou conhecimento da prisão de Herzog e

o alertou, mas Vladimir não conseguiu fugir. O jornalista então, em 75, foi preso pela Operação Jacarta, levada à cabo pelo Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) para destruir a organização do PCB na imprensa, sindicatos e outras entidades, junto com dezenas de outros militantes. Na prisão, Vladimir foi torturado até a morte pelos militares, que tentavam arrancar informações acerca da atuação do Partido Comunista. No dia 25 de outubro, o Serviço Nacional de Informações foi notificado do “suicídio” de Herzog no DOI-CODI. À época, a ditadura mascarava seus assassinatos contando que os torturados fugiam, suicidavam-se ou eram atropelados. Estas histórias geraram os comentários de que os presos haviam sido “suicidados” pela ditadura. A história oficial da ditadura militar sobre a morte do jornalista é que Vladimir teria se enforcado, inclusive armando uma cena para mostrar isso.

No entanto, todas as evidências mostram o contrário, como as fotos de Vladimir com o pescoço em uma tira de pano amarrada a uma grade a 1,63m de altura mostrando os pés do prisioneiro tocando o chão, posição em que o enforcamento é impossível, além

das marcas no pescoço de Herzog serem típicas de estrangulamento. O caso de Vladimir foi um dos casos mais notórios de brutalidade da ditadura militar e a foto do falso suicídio do jornalista é, ainda hoje, um símbolo contra a ditadura e sua selvageria.

Todos os dias às 9h30 na Causa Operária TV


18 | JUVENTUDE

DITADURA NAS UNIVERSIDADES

Unicamp tem protesto contra demissão política Sidney Silva, funcionário da instituição, foi demitido por simplesmente ter feito uma fala na Assembleia da universidade denunciando a demissão em massa de 330 trabalhadores. Trabalhadores e estudantes da Universidade Estadual de Campinas, a UNICAMP, protestaram na manhã desta segunda-feira, 21, contra a demissão política de Sidney Silva, funcionário da instituição, que foi demitido por simplesmente ter feito uma fala na Assembleia da universidade denunciando a demissão em massa de 330 trabalhadores terceirizados da Funcamp, Fundação de Desenvolvimento da Unicamp. Os funcionários que serão demitidos prestam serviços de alimentação à universidade. Com o fim do contrato no final deste ano, e abertura de nova licitação, os funcionários serão mandados embora. Sidney, em uma Assembleia de trabalhadores, denunciou de maneira correta a situação precária dos traba-

lhadores terceirizados e por isso foi mandado embora, uma clara perseguição por parte da empresa. O caso revela também qual é o verdadeiro objetivo da terceirização e da privatização das universidades, estabelecer um verdadeiro regime de escravidão e de terror contra os trabalhadores. Estes além de trabalharem com salários baixos, sem qualquer garantia de estabilidade, não podem fazer qualquer denúncia, sob ameaça de punição. Este é também um exemplo da política que a direita golpista quer impor em todo o país. Somente a mobilização dos trabalhadores pode impor uma derrota a esta política e à direita. Pela readmissão Sidney Silva! Não à demissão dos trabalhadores da Funcamp! Fora Dória!Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

“COMBATER NAS RUAS O FASCISMO” CENSURA NAS ESCOLAS

Panfleto na USP mostra vontade da juventude de reagir contra a direita

Belo Horizonte: pais e alunos se mobilizam contra censura nas escolas

Com o aprofundamento do golpe, cresce de maneira acentuada a disposição de reação de vários setores da sociedade

Direção de tradicional colégio de BH atende pedido de pais bolsonaristas e cancelam prova da professora. Ato de censura gerou revolta entre a comunidade escolar.

Um panfleto distribuído na Universidade de São Paulo demonstra cada vez mais a crescente disposição de luta de amplos setores da juventude contra a direita golpista e fascista. O material intitulado, “Combater o fascismo nas ruas”, estabelece algumas ações de enfrentamento contra os grupos fascistas, dentre elas, o enfrentamento físico. O panfleto denúncia também a polícia, “ela não é sua amiga”, diz o texto. Fato é que o panfleto gerou repercussão e a própria imprensa capitalista noticiou o fato.

Diante do aprofundamento da política de terra arrasada do golpe de estado, com o massacre da juventude nas periferias, dos trabalhadores nos campos, com o fim dos direitos, a privatização do patrimônio nacional, cada vez mais cresce a tendência de luta dos setores explorados, principalmente da juventude. É preciso impulsionar essa disposição de enfrentamento da direita e seus lacaios. É preciso mobilizar nas ruas, não só a juventude, mas toda a classe trabalhadora, Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

Em BH, pais de alunos de dois colégios tradicionais da capital mineira, realizaram um protesto contra a postura do Colégio Loyola, que cancelou uma prova de língua portuguesa dos alunos, por conter um texto do escritor Gregório Duvivier. No texto, o autor classifica o atual governo como um “gatilho poderoso para a depressão”, e, para ele, o presidente “parece eleito pela indústria farmacêutica para vender antidepressivo”. Depois de alguns pais bolsonaristas reclamarem com a direção, alegando se tratar de um texto partidário, com críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), onde segundo eles, a professora tenta “moldar os alunos ideologicamente”, o colégio cancelou a prova de língua portuguesa que continha o texto, gerando revolta por parte dos alunos, dos pais, nas redes sociais e até do Sindicato dos Professores de

Minas Gerais (Sinpro), que emitiu nota de repúdio e indignação, e chamou o ato de “censura”, já que se trata de um conteúdo aberto, disponível na internet, que não deveria ser motivo para cancelar um prova. “A profissão de professor tem sido atacada por pessoas que desconhecem o processo pedagógico. Não é papel docente colocar uma venda nos olhos dos alunos e lhes mostrar uma visão ‘filtrada’ da realidade em que vivemos”, acrescenta Valéria Morato, presidente do Sinpro. Parte da comunidade escolar, junto com pais e alunos de outro tradicional colégio da capital, Colégio Santo Agostinho, se organizaram e realizaram um ato em defesa da liberdade dos professores em sala de aula, contra a censura e a repressão nas escolas e contra o projeto Escola Sem Partido, que está em tramitação na Câmara de BH.


JUVENTUDE E CULTURA | 19

CHANTAGEM FALACIOSA

“Solução” de Guedes para desemprego entre jovens: menos direitos ainda O combate ao desemprego preterido pelo governo é na verdade a defesa da escravização da juentude pela burguesia Imediatamente após a aprovação da nefasta reforma da previdência, o governo do fascista Jair Bolsonaro precipita-se a anunciar um novo pacote econômico ultra-neoliberal a ser entregue pelo governo ao Congresso Nacional. Este pacote incluirá, segundo adiantado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, desde a desvinculação total do orçamento da federação e dos Estados, modificando a Constituição, bem como a eliminação de direitos trabalhistas constitucionais. Segundo o ministro, em entrevista ao jornalista Valdo Cruz, da golpista Globo News: “Está tudo praticamente pronto. Já conversei até com o presidente sobre elas [medidas], mas temos de esperar seu retorno da viagem ao exterior para bater o martelo. É a nova agenda econômica para modernizar o país depois da aprovação da reforma da Previdência”. Sobre um dos aspectos mais dramáticos da economia nacional, que flagela o país, o desemprego, o plano dos golpistas apresenta como resolução a eliminação dos direitos trabalhistas, em especial dos jovens. Para tornar o trabalhador mais barato ao patrão e, supostamente, fomentar a contratação, o governo do fascista Bolsonaro pretende eliminar total ou parcialmente os encargos trabalhistas, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), multa rescisória e contribuição previdenciária nos dois primeiros anos, ou definitivamente a de-

pender evidentemente do grau de resistência das organizações operárias. Para o convencimento geral da necessidade de tamanho ataque, o ministro se vale da velha chantagem neoliberal: ou emprego ou direitos. Segundo ele: “É como defendeu o presidente durante a campanha. Tem um modelo com muitos direitos, mas poucos empregos. Podemos propor um novo com um pouco menos de direitos no início e que vai gerar mais empregos, principalmente para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho”. Puro cinismo. Evidentemente, que não se trata de uma política de combate ao desemprego, mas de aumento da exploração capitalista. O desemprego é causado pela política neoliberal que se impôs desde o golpe de 2016 e que vem se aprofundando com o governo Bolsonaro, uma política deliberada que trouxe ao país a recessão econômica e a desindustrialização. Essa política expressa o estágio de decomposição do capitalismo, cuja força motriz (acumulação de capital no centro) exige a transformação das condições de vida do trabalhador assalariado, nos países atrasados, sejam rebaixadas quase ao nível das de um escravo. Essa política nada tem haver como recuperação econômica, uma vez que a política do governo é a destruição da economia nacional; sua subordinação completa ao imperialismo. É uma falácia, querem convencer o trabalhador a aceitar a perda dos di-

reitos para preservar o emprego, no final, se depender dos golpistas, o povo brasileiro ficará sem nada. A obra que realizam de fato, cujo novo pacote econômico é um desenvolvimento, é um verdadeiro desmonte do Estado nacional em prol dos interesses da burguesia, em especial do imperialismo, bem como uma reorganização das relações entre as classes sociais, favorecendo os capitalista nacionais. Sacrifica-se os direitos do povo para estimular a burguesia brasileira a apoiar com mais afinco o saque ao país promovido pelos monopólios internacionais.

Como bem se vê, não se trata de mero pacote econômico, mas um passo adiante no golpe de estado para eliminar completamente os vestígios do regime político que vigorou da Constituinte de 1988 ao golpe de Estado de 2016. Para a juventude, vítima da política criminosa do governo, resta, não o sacrifício dos direitos por uma promessa de emprego, mas a luta pela derrubada deste governo que condena a juventude ao desemprego, o povo a miséria e que está levando o país à bancarrota. O fora Bolsonaro é o único meio de lutar por questões essenciais como salário, emprego e terra.

NO MUNDO INTEIRO

Exposições marcam os 500 anos de Leonardo Da Vinci, gênio das artes Os 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci serão lembrados através de exposições no mundo todo. Dia 2 de novembro, estreia na cidade de São Paulo a exposição “Leonardo Da VInci – 500 anos de um gênio” no Museu de Imagem e do Som (MIS). A exposição permitirá os visitantes de conhecer a vida e a obra de um dos indivíduos mais completos da história humana. Diante de sua importância, o evento irá estreiar o MIS Experience, que é um novo espaço cultural destinado às experiências imersivas e interativas. A vida e a obra do gênio do renascimento poderá ser explorada por meio de 18 áreas temáticas, que permitem conhecer sua trajetória e observar réplicas de máquinas desenhadas por ele. Além disso, o visitante terá acesso a uma experiência multissensorial com animações gráficas em alta definição, com áudios e materiais multimídia. Um passeio gratificante para todos aqueles que querem conhecer os trabalhos do homen que lançou as bases para algumas das maiores invenções da humanidade, como o helicóptero, o automóvel, a bicicleta, entre outras coisas. Terá também uma área desenvolvida em parceria com o Museu Leonardo da Vinci, em Roma, exclusiva para

a Mona Lisa, o quadro mais valioso da história. O espaço chamado “segredos da Mona Lisa” permite ao visitante ter uma análise profunda do quadro, realizada pelo pesquisador Pascal Cotte. A exposição, que iniciará no dia 2 de novembro, no MIS, estará aberta das 10 horas da manhã até as 20h30, de terça a domingo, até o dia 1º de março de 2020. Com entrada gratuita para crianças até 5 anos. O MIS Experiencie fica na Rua Vladmir Herzog, 75, na Água Branca, em São Paulo. NO LOUVRE TAMBÉM! Além do MIS em São Paulo, um dos principais museus do mundo, o Louvre, também está realizando uma exposição sobre Da Vinci por conta do aniversário de 500 anos da morte do gênio artista. O Museu do Louvre à partir desta quinta-feira iniciou uma exposição de 162 obras do artista italiano. A exposição irá acontecer até dia 24 de fevereiro. Até o momento em que estava sendo escrita esta matéria, já haviam mais de 200 mil ingressos reservados.


20 | ESPORTES

PROTESTO NO FUTEBOL

Bahia protesta contra desastre promovido por governo Bolsonaro Bahia lança uniforme contra os desmandos do governo golpista de Jair Bolsonaro A destruição causada pelo governo golpista de Jair Bolsonaro já está ficando impossível de ser contabilizada. Uma das mais denunciadas foi o vazamento de óleo no litoral do Nordeste, especialmente, na área litorânea do estado da Bahia. Diante deste fato, o time do Bahia lançou uma camiseta que busca denunciar o que fez o governo bolsonaro e os golpistas, que estão entregando as riquezas nacionais e todo o patrimônio do povo brasileiro. A camisa foi usada na partida contra o Pituaçu, no último dia 21. Em nota oficial, o clube disse: “Quem derramou esse óleo? Quem será punido por tamanha irresponsabilidade? Será que esse assunto vai ficar esquecido? O Bahia é você, somos nós, cada ser humano. É a forma como representamos o amor, o apego, o chamego, o sagrado, a justiça. O Bahia é a união de um povo que vibra na mesma direção, que

respira o mesmo ar e que depende da mesma natureza para existir, para sobreviver. Jogaremos nesta segunda-feira (21), contra o Ceará, em Pituaçu, com a camisa do Esquadrão manchada de óleo. Um convite à reflexão: o que faz um ser humano atacar e destruir espaços sagrados? O lucro a qualquer custo pode ser capaz de destruir a ética e as leis que regem e viabilizam a humanidade? A barbárie deve ser tratada como tal, não como algo natural”. O manifesto do clube revela que existe uma enorme crise nos mais variados setores da sociedade, e uma revolta imensa contra os desmandos do governo Bolsonaro e da direita. É preciso aprofundar essa disposição de luta, aumentar a revolta do povo contra Jair Bolsonaro, lutar pela sua derrubada, em mobilização que deve ter como eixo a liberdade de Lula e a anulação de seus processos.

VAR INIMIGO DO FUTEBOL

VAR continua gerando crises entre os clubes e federações Os times de futebol já perceberam que o VAR veio para arrumar resultados e facilitar os interesses externos ao futebol ligados aos grandes capitalistas A cada dia que passa, o VAR (vídeo assistente do árbitro) coleciona mais inimigos pelo Mundo, mostrando a crise que se estabeleceu com a sua utilização nos jogos de futebol. O VAR foi utilizado oficialmente pela primeira vez na Copa do Mundo da Rússia de 2018, e já no primeiro jogo, o VAR mostrou que estava para ajudar os times, no caso, a seleção mais rica, a da França. Não por acaso, o VAR naquela Copa deu vários pênaltis para os franceses e ingleses, enquanto nos jogos do Brasil, o VAR só aparecia para desmarcar os pênaltis sofridos pelos jogadores do Brasil, como um lance claríssimo de pênalti sofrido pelo jogador brasileiro Neymar. Após a Copa, a FIFA que obteve sucesso total com o VAR, consagrando a França campeã do Mundo, passou a orientar as Confederações de Futebol espalhadas pelo Mundo a adotar o vídeo, que funciona na realidade como mecanismo de controle das jogadas no campo. Nas Libertadores da América, como na Liga dos Campeões, o VAR barbarizou, marcando lances capitais que provocou a vitória de times já cotados de antemão como favoritos. No Brasil, o campeonato brasileiro vem desagradando a todos os times, a ponto da federação do Rio de Janeiro já estipular novas regras para o VAR funcionar no próximo campeonato carioca, como por exemplo colocar um representante de cada time na cabine do juízes de vídeo, a fim de tranquilizar a torcida, e botar pressão nos árbitros.

Essas mudanças ainda depende de autorização daqueles que mandam no futebol e introduziram o VAR no futebol, os grandes capitalistas que lucram com a manipulação dos resultados dos jogos.

No entanto, não vai ser a propostas de medidas parciais de contenção do VAR que vai resolver a crise, é preciso dar um cartão vermelho para esse mecanismo de controle do futebol, é preciso lutar contra o tal futebol mo-

derno, que representa um conjunto de medidas para destruir o futebol arte, o futebol improviso, tipicamente brasileiro. É preciso uma campanha nos estádios contra tudo isso, e no bojo está o VAR.


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