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SEXTA-FEIRA, 1º DE NOVEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5813
Eduardo Bolsonaro ameaça o País com ditadura T erça-feira (29), o deputado Eduardo Bolsonaro ameaçou o Brasil com uma nova ditadura, do mesmo tipo que a ditadura militar do golpe de 1964. Agora presidente do PSL, Eduardo Bolsonaro fez um discurso no plenário da Câmara dizendo o seguinte: “eles vão querer repetir no Brasil o que está acontecendo no Chile”, procurando atribuir a insatisfação popular com o neoliberalismo a um plano deliberado de agentes políticos ocultos.
A importância da II Conferência Nacional Aberta Uma das principais resoluções aprovadas na plenária que reuniu mais de 100 comitês, movimentos sociais e da juventude de todo o País no último dia 27 em Curitiba foi a realização em dezembro próximo, a II Conferência Nacional Aberta dos Comitês de luta contra o golpe, pela liberdade de Lula e contra o fascismo.
“Basta de Bolsonaro” é para conter o “fora Bolsonaro!” Diversas organizações, movimentos sociais e estudantis como a Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo, União Nacional dos Estudantes e União Brasileira de Estudantes Secundaristas estão convocando para o próximo dia 05 de novembro atos em todo o País com o chamado central: “Basta de Bolsonaro”. Embora haja uma evolução na palavra de ordem central, uma vez que os chamados de atos anteriores sequer mencionavam Bolsonaro e se restringiam a palavras de ordens específicas como “Não a destruição da educação” ou “Não a reforma da Previdência”, o “Basta Bolsonaro” expressa, quando muito, uma política “enrustida” da esquerda em assumir o “fora Bolsonaro”. Em outras palavras cumpre o papel de conter o “fora Bolsonaro”.
Ato em Brasília denuncia o criminoso bloqueio econômico a Cuba Nesta quarta-feira (30) realizou-se, em frente a embaixada dos Estados Unidos da América, um ato contra o bloqueio dos países imperialistas, principalmente o norte-americano a Cuba. O ato organizado pelo Fórum de Solidariedade Internacional contou com a participação de várias entidades
Central de Movimentos Populares pede Fora Bolsonaro!
Nada de pedir consciência aos patrões, mobilizar os estivadores
A Central de Movimentos Populares, uma grande e importante organização, está pedindo o Fora Bolsonaro! Esse é um fato político muito importante, diante do fato de que muitas lideranças de esquerda hoje se recusam a levantar essa palavra de ordem fundamental. A CMP está ouvindo o clamor das ruas, e levando adiante uma política capaz de levar à derrota da direita. O momento é grave, toda semana Bolsonaro renova sua ameaça de implantar uma ditadura.
Na última quarta (30), as centrais sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) publicaram nota conjunta em que, ao invés de chamarem a mobilização dos trabalhadores, que façam greve com ocupação do cais, fazem um apelo aos patrões para que tenham sensibilidade social com os estivadores de Santos e região.
Brasil e os brasileiros, os páreas da América Latina Por Henrique Áreas de Araujo Os acontecimentos nos países da América Latina, em particular no Equador, no Chile e o resultado eleitoral na Argentina trouxeram à tona uma ideologia bastante peculiar que vez ou outra toma conta da esquerda pequeno-burguesa.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
COLUNA
A importância da II Conferência Nacional Aberta
Brasil e os brasileiros, os páreas da América Latina Por Henrique Áreas de Araujo
Uma das principais resoluções aprovadas na plenária que reuniu mais de 100 comitês, movimentos sociais e da juventude de todo o País no último dia 27 em Curitiba foi a realização em dezembro próximo, a II Conferência Nacional Aberta dos Comitês de luta contra o golpe, pela liberdade de Lula e contra o fascismo. A Conferência que ocorrerá em São Paulo (capital) nos dias 14 e 15 de dezembro será de fundamental importância como instrumento impulsionador da mobilização nacional em torno da liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro, duas palavras de ordem que se fundem e representam a luta direta para por abaixo o golpe de Estado no Brasil. Além dessas duas palavras de ordem centrais aprovadas plenária do dia 27 de outubro, outros temas foram discutidos, aprovados e devem ser aprofundados na Conferência, pois se tratam de desdobramentos naturais da luta contra o golpe e a destruição do País patrocinada pelo imperialismo e pelos golpistas de todas as matizes, como a questão de reivindicar da Frente Brasil Popular a convocação do Congresso do Povo; a redução da jornada de trabalho para 35 h semanais, contra o desemprego; a luta contra as privatizações das empresas estatais; a luta contra a militarização das escolas; a luta contra o Future-se e a destruição do ensino público; a luta pela dissolução da PM assassina; a luta para por abaixo os governos fascistas contra o povo negro, as mulheres e os LGBTs; a greve geral, a luta por eleições gerais, com Lula candidato à presidente; e por uma assembleia constituinte livre, soberana e popular. Desde já, o trabalho de mobilização para construir uma grande conferência será a tarefa central do Partido da Causa Operária e dos comitês impulsionados pelo PCO. Os atos ocorridos em Curitiba em 14 de setembro e agora no dia 27 apontam uma evolução crescente à esquerda que deve ser impulsionada por um grande trabalho de agitação até a data de realização do evento. As explosões sociais que têm varrido a América Latina e outras regiões
do mundo e a própria condição de “fervura” presente na situação brasileira, apontam que é uma questão de tempo para que o País também seja varrido por grandes protestos. Por outro lado, a reação dos governos fascistas e reacionários, como no Chile e no Equador, mostra que a direita e a extrema-direita não vão se curvar com facilidade. É por isso que quanto mais consciente, quanto mais preparados estiverem os movimentos que lutam contra o golpe no Brasil, maior será a capacidade de apontar uma via verdadeiramente progressista do ponto de vista dos interesses das massas exploradas. Um aspecto central da campanha de mobilização que o PCO e os comitês vêm desenvolvendo em todo o País e que foi testado pela evolução do movimento pela liberdade de Lula reside na realização de mutirões todos os finais de semana e às quartas-feiras nas universidades. Portanto, o que se coloca até a realização da conferência é a ampliação desse movimento tanto de um ponto de vista quantitativo como qualitativo. Aumentar o número de cidades e regiões, como feiras, bairros, locais de trabalho, escolas e universidades, ampliar o número de participantes, tirar centenas de milhares de cartazes e panfletos, enfim, construir uma verdadeira atividade militante de agitação nas ruas. Um outro aspecto vinculado aos mutirões é o necessário funcionamento regular dos comitês, com a realização de reuniões, para preparar a intervenção nas ruas, fazer campanha financeira para sustentar as atividades, inclusive as caravanas que se deslocarão para São Paulo. A hora de colocar todas as energias militante em ação. Nada de tergiversar. A luta de classes, as grandes mobilizações populares se avizinham no País, não vão esperar que a esquerda se prepare. Os lutadores têm a obrigação de se antecipar aos fatos. Quanto mais consciente estiver o movimento maiores serão as perspectivas de vitória. A luta pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro serão, sem dúvida, os elementos centrais catalisadores na próxima etapa política.
Os acontecimentos nos países da América Latina, em particular no Equador, no Chile e o resultado eleitoral na Argentina trouxeram à tona uma ideologia bastante peculiar que vez ou outra toma conta da esquerda pequeno-burguesa. Segundo essa ideologia, divulgada pela burguesia, o brasileiro é um ser atrasado, despolitizado, acomodado. O brasileiro, como um todo, seria quase que um daqueles escravos “pai-joão”, conhecidos por sua covardia e subserviência exarcebada diante dos senhores. Segundo essa ideia, nada do que aconteceu no Brasil foi produto da luta de classes, mas apenas uma manobra das “elites” para resolver tudo “por cima”, pelas costas da participação popular. Independência, abolição da escravidão, República, tudo foi uma decisão das classes dominantes. O povo passou longe, muito longe, quase como se não existisse. A vitória de Bolsonaro nas eleições fraudadas no País deu uma nova “roupagem” a essa ideologia. Agora, não apenas o brasileiro é acomodado como é cúmplice das barbaridades defendidas pela extrema-direita. Enquanto isso, os chilenos, argentinos, uruguaios, equatorianos, venezue-
lanos e outros estão cumprindo seu papel de cidadão. Logicamente que os que defendem tais teses são os primeiros a ignorarem que a eleição de Bolsonaro só foi possível graças a uma fraude escandalosa, pois não fosse isso, muito provavelmente Lula ganharia a eleição mesmo no meio do golpe e mesmo com uma campanha gigantesca contra ele por parte de toda a imprensa golpista. Mas isso não vem ao caso quando se trata de justificar uma ideologia pregada pela burguesia. Há quem diga inclusive que o brasileiro sequer se considera latino-americano, o brasileiro vira as costas para os “hermanos”, nos achamos superiores, e por aí vai… A esquerda repete tudo isso de maneira acrítica ao ponto de ser talvez a principal correia de transmissão dessa ideologia. Para a burguesia, especificamente a imperialista, nada mais conveniente do que convencer os brasileiros de que são uns acomodados. Afinal se os acomodados decidem reagir, quem é que vai segurar?Por um reveillon vermelho, onde quer que Lula esteja! Fora Bolsonaro! Lula Livre!
POLÍTICA E POLÊMICA | 3
NOVO AI5
Eduardo Bolsonaro ameaça o País com ditadura Se ainda restasse alguma dúvida sobre isso, quinta-feira (31) o filho do golpista e ilegítimo apareceu na Internet prometendo um novo AI5 se a esquerda se “radicalizar”. A declaração foi dada à jornalista Leda Nagle, que tinha entrevistado Eduardo Bolsonaro na segunda-feira (28) e postou a conversa em seu canal na quinta. Ainda durante as eleições, Eduardo Bolsonaro tinha sido autor da famosa afirmação de que bastariam um cabo e um soldado para fechar o Congresso. Ameaça reiterada
Terça-feira (29), o deputado Eduardo Bolsonaro ameaçou o Brasil com uma nova ditadura, do mesmo tipo que a ditadura militar do golpe de 1964. Agora presidente do PSL, Eduardo Bolsonaro fez um discurso no plenário da Câmara dizendo o seguinte: “eles vão querer repetir no Brasil o que está acontecendo no Chile”, procurando atribuir a insatisfação popular com o neoliberalismo a um plano deliberado de agentes políticos ocultos.
E continuou o discurso com a ameaça de implantar uma ditadura: “Não vamos deixar isso aí vir para cá. Se vier para cá, vai ter que se ver com a polícia. E se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como a banda vai tocar”. O sentido dessas palavras é inegável, “ver a história se repetir” é repetir a repressão da ditadura militar, com censura, proibição de reunião de pessoas, torturas e assassinatos.
Essas declarações, reiteradas essa semana, são consistentes com uma série de afirmações feitas pelo próprio Jair Bolsonaro. Começando por uma antiga entrevista, dos anos 90, em que ele dizia que “tem que matar 30 mil” para governar, e que ele fecharia o Congresso caso governasse o País, até chegar a frases mais recentes, como os elogios aos ditadores Alfredo Stroessner, do Paraguai, e Augusto Pinochet, do Chile. Também sobre os protestos no Chile, Jair Bolsonaro disse que os problemas do país “começaram em 1990”, ano em que terminou a ditadura de Pinochet. Como se vê, os Bolsonaros já repetiram essas ameaças tantas vezes que já não se pode chamá-las simplesmente de ameaças. São um programa mais do que claro. O projeto de Bolsonaro é tornar-se um ditador assim que houver condições para fazê-lo. Não é possível duvidar disso, diante da insistência com que o presidente golpista e
seus filhos voltam ao assunto. O modelo de como se deve governar, para Bolsonaro, são ditadura sanguinárias que sufocam a população. Fora Bolsonaro! Para evitar que Bolsonaro consiga estabelecer o governo de seus sonhos, com poderes ditatoriais e instituições completamente submetidas ao “bolsonarismo”, é preciso levar adiante a mobilização contra o governo. Dado o avanço da direita até aqui, não é possível contrapor à direita a simples oposição a determinadas políticas de Bolsonaro. É preciso uma política de oposição ao regime político da direita golpista como um todo, e para isso é necessário apresentar uma alternativa da esquerda para a crise política. Por isso, é preciso levantar as palavras de ordem: Fora Bolsonaro!, Liberdade para Lula!, Eleições gerais! E levar adiante uma campanha nacional para mobilizar as massas em torno dessas reivindicações. Se o governo não for enfrentado enquanto está em crise, com uma política capaz de impor uma derrota à direita de forma mais abrangente, a direita vai apresentar suas próprias saídas para a crise. As saídas da direita podem ser alguma manobra para substituir Bolsonaro por algum elemento da direita, ou o fechamento do regime político com um golpe. Neste segundo caso, o próprio Bolsonaro é um candidato a ditador, e está disposto a tentar esmagar o povo para impor a política do imperialismo ao Brasil.
ATOS DO DIA 5 DE NOVEMBRO
“Basta de Bolsonaro” é para conter o “fora Bolsonaro!” Diversas organizações, movimentos sociais e estudantis como a Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo, União Nacional dos Estudantes e União Brasileira de Estudantes Secundaristas estão convocando para o próximo dia 05 de novembro atos em todo o País com o chamado central: “Basta de Bolsonaro”. Embora haja uma evolução na palavra de ordem central, uma vez que os chamados de atos anteriores sequer mencionavam Bolsonaro e se restringiam a palavras de ordens específicas como “Não a destruição da educação” ou “Não a reforma da Previdência”, o “Basta Bolsonaro” expressa, quando muito, uma política “enrustida” da esquerda em assumir o “fora Bolsonaro”. Em outras palavras cumpre o papel de conter o “fora Bolsonaro”. “Basta” tem o significado de “conter”. Por que conter Bolsonaro e não colocá-lo para “Fora”? O presidente fascista foi eleito por uma fraude gigantesca contra o conjunto da população. Os golpistas manipularam as eleições de todas as maneiras a começar por ex-
cluir do processo eleitoral o candidato virtualmente eleito, o ex-presidente Lula. Nesses 10 meses em que está à frente do governo, Bolsonaro promoveu um ataque sem precedentes contra o conjunto da população em todas as áreas, sem exceção. É extremamente repudiado de norte a sul do País. Quaisquer manifestações populares que ocorram é motivo para mandar o presidente “tomar naquele lugar”. Desde o carnaval esse é o grito de guerra mais entoado em todo o Brasil. A última denúncia contra o fascista Bolsonaro aponta o seu envolvimento no assassinato da vereadora do Psol pelo Rio de Janeiro, Marielle Franco. Está mais do que provado que uma ala do governo, incluindo a família do presidente, está envolvido diretamente com as milícias de extrema-direita no Brasil, particularmente no Estado do Rio. Então o que mais esperar? Um outro aspecto central do problema é a crise que corrói o conjunto do regime golpista. Por um lado, essa crise é produto da própria instabilidade
política gerada com o golpe de 2016 e a necessidade dos golpistas em se curvarem a uma candidatura improvisada, mas, por outro lado, é produto da enorme crise que a política neoliberal está produzindo em todo o mundo. Basta ver o que se passa nos países latino-americanos. Por que Fora Piñera? Fora Lenin Moreno? e não fora Bolsonaro? O que distingue os governos golpistas desses países com o de cá? Nada! Todos, sem exceção, são fantoches da política norte-americana de impor um ataque sem precedentes às massas e a destruição das economias nacionais. Essa política de “vai, mas não vai” é confusionista. Em última instância é uma política de desgaste do governo Bolsonaro, que visa desembocar nas eleições de 2020 e 2022. As grandes manifestações que ocorrem em todo o nosso subcontinente já produzem marola no Brasil. É uma questão de tempo. A indecisão, a falta de palavras de ordem contundentes que expressem os verdadeiros anseios populares, como são o caso do “Fora Bolsonaro” e a
“Liberdade para Lula”, abre espaço para que o próprio regime político saído do golpe manobre diante da evolução crise e eventualmente até promova uma “remoção” do governo fascista, para colocar outro fascista em seu lugar. As massas latino americanas estão apontando o caminho. Quanto mais decidida estiver a esquerda em varrer com o golpe de Estado, maiores serão as possibilidades de uma vitória popular. O contrário também é válido. Quanto mais vacilante, quanto mais a esquerda estiver ancorada nas instituições golpistas, maiores serão as possibilidades que a direita e a extrema-direita se recomponham e esmaguem o movimento. A repressão aos movimentos no Chile, no Equador, em Honduras mostram que o imperialismo não está para contemporização. As grandes revoltas do início do século, serviram de exemplo para os EUA e o imperialismo europeu. Para eles é tudo ou nada. A única saída para a esquerda é tratar o problema, também, como tudo ou nada!
4 | POLÍTICA
BLOQUEIO IMPERIALISTA
Ato em Brasília denuncia o criminoso bloqueio econômico a Cuba Nesta quarta-feira (30) realizou-se, em frente a embaixada dos Estados Unidos da América, um ato contra o bloqueio dos países imperialistas, principalmente o norte-americano a Cuba. O ato organizado pelo Fórum de Solidariedade Internacional contou com a participação de várias entidades, tais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT); Movimento dos Sem Terra (MST); Frente Nacional de Libertação (FNL), o Comitê em defesa da Venezuela General Abreu e Lima e partidos políticos como PT e PCO. O ato que se concentrou em frente a Catedral de Brasília, saiu em passeata pela Esplanada dos Ministérios até a embaixada norte-americana. Nas falas dos dirigentes, das várias entidades que compunham o ato, era unanime as colocações em relação as intervenções dos países imperialista aos povos, principalmente, da América Latina e do Caribe, que vem sofrendo, em praticamente todos os países golpes e embargos, conforme acontece, também, ao povo venezuelano através do embargo imposto pelo governo fascista de Donald Trump.
O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA, desde 1962, a Cuba é um ato criminoso, digno de um governo fascista, que tenta a qualquer custo asfixiar o país na tentativa de destruir tudo que a revolução Cubana conquistou. Para um dos organizadores e componente do Fórum de Solidariedade Internacional e dirigente
a CUT DF, Ismael Cesar, os países imperialistas executam uma política de fome e miséria aos povos das Américas e Caribe para satisfazer o apetite dos grandes capitalistas e banqueiros internacionais. É necessário seguir os exemplos dos trabalhadores chilenos e equatoriano respondendo os ataques dos governos lacaios do imperialismo nas ruas.
O PCO esteve presente na atividade fazendo um chamado a todos os trabalhadores e a juventude a repudiar os atos genocida dos países imperialistas através dos boicotes aos povos da América Latina que lutam pelos seus direitos e conquistas através de muitas lutas e revoluções.
CLAMOR DAS RUAS
Central de Movimentos Populares pede Fora Bolsonaro! A Central de Movimentos Populares, uma grande e importante organização, está pedindo o Fora Bolsonaro! Esse é um fato político muito importante, diante do fato de que muitas lideranças de esquerda hoje se recusam a levantar essa palavra de ordem fundamental. A CMP está ouvindo o clamor das ruas, e levando adiante uma política capaz de levar à derrota da direita. O momento é grave, toda semana Bolsonaro renova sua ameaça de implantar uma ditadura. É preciso responder a essas ameaças com mobilização nas ruas. Abaixo, reproduzimos a nota oficial da CMP pedindo Fora Bolsonaro! NOTA DA CMP: O assassinato de Marielle chega à casa 58. Já é tempo de gritar Fora Bolsonaro Na noite de ontem, o Jornal Nacional trouxe a público novas denúncias que ajudam a elucidar as circunstâncias do assassino de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018. De acordo com depoimento dado à polícia pelo porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, local em que mora o presidente Jair Bolsonaro e o principal suspeito do crime, e também de acordo com os registros da portaria, um outro suspeito do crime, Élcio de Queiroz (mais um Queiroz na vida de Bolsonaro!) entrou no condomínio no dia do assassinato, e disse ao porteiro que iria para a casa 58, do então deputado Jair Bolsonaro. Com as revelações, o caso deve ir ao Supremo Tribunal Federal (STF). Até
hoje, não se sabe quem são os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. A reação de Bolsonaro não poderia ser outra: divulgou um vídeo na internet refutando as acusações com palavrões, de forma destemperada, em mais uma demonstração de sua inadequação ao cargo que ocupa. Em menos de um ano na presidência, Bolsonaro acumula situações de descontrole, com episódios lamentáveis que vão desde a divulgação de cenas grotescas em pleno carnaval, para atacar a maior festa popular do país, até a subserviência patética frente aos EUA e Donald Trump. Não bastasse isso, Bolsonaro, sua família e seu partido acumulam denúncias relacionadas a improbidade, crime eleitoral e corrupção, como o disparo massivo de Fake News na campanha presidencial com apoio de empresas, o que é vedado pela legislação eleitoral, o uso do Sistema de Justiça para perseguir, caluniar e levar à prisão a maior liderança popular do país, o Lula, de forma injusta e sem garantias básicas do direito à defesa, e ainda fatos não elucidados como o enriquecimento do motorista da família, Fabrício Queiroz, com movimentações financeiras envolvendo a primeira-dama Michelle Bolsonaro, e relações não republicanas com o filho do presidente, Flávio Bolsonaro. O MP-RJ suspeita ainda da existência de um esquema no gabinete de Flávio quando ainda deputado na Assembleia Legislativa do RJ, em que os assessores seriam obrigados a pagar parte dos salários para os políticos que os empregam.
Diante de tantos acontecimentos, da inadequação de Bolsonaro ao cargo e do desmonte dos direitos, da economia e da democracia brasileira, já passou da hora de levantarmos a bandeira “Fora Bolsonaro”. A Central de Movimentos Populares exige que todas as denúncias envolvendo o presidente sejam apuradas de forma rigorosa, o que somente será possível com o afastamento de Bolsonaro e de
Sérgio Moro dos cargos que ocupam. A CMP também conclama às forças progressistas a trazer para o centro da luta o impeachment de Bolsonaro e eleições gerais já! Que as lutas contra o neoliberalismo na América Latina nos inspirem a sair às ruas para defender um outro projeto de país: nacional, democrático e popular. CMP – Central de Movimentos Populares
POLÍTICA | 5
CENTRAIS TEM FÉ NO INIMIGO
Nada de pedir consciência aos patrões, mobilizar os estivadores Na última quarta (30), as centrais sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) publicaram nota conjunta em que, ao invés de chamarem a mobilização dos trabalhadores, que façam greve com ocupação do cais, fazem um apelo aos patrões para que tenham sensibilidade social com os estivadores de Santos e região. “… destacamos um apelo de sensibilidade social as empresas citadas acima, no sentido de cobrar medidas em prol dos trabalhadores portuários e da sociedade brasileira.” A carta expressa uma política totalmente equivocada sobre a situação enfrentada pelos estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão. As centrais deixam de lado a mobilização dos trabalhadores, que estão em estado de greve, e opõe a isso um pedido de sensibilidade dos capitalistas.
Isso ocorre num cenário em que a empresa Proporto descumpre o acordo coletivo, de que 100% da mão de obra seria agenciada através do OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra) e está contratando mão de obra por fora dos TPAS (Trabalhadores Portuários Avulsos), utilizando mão de obra não especializada para rebaixar os salários dos trabalhadores. A empresa está permitindo a movimentação de veículos, caminhões e máquinas das fabricantes Jeep, Peugeot, Volskwagen, Citroen, Iveco, GM, GEFCO, Maruba, WW, MOL, K LINE e CSAV, sem utilizar os TPAS, aumentando os riscos de acidentes de trabalho. A carta das centrais mostra um caminho de conciliação com o patrão, de amizade e companheirismo com o inimigo de classe dos trabalhadores, está totalmente descolada da realidade. É a clássica armadilha das direções contra os trabalhadores de tentar passar a ideia de que é possí-
vel vencer os patrões sem luta, mas apenas com acordos. Contra essa perspectiva totalmente capituladora, é preciso intensificar a mobilização dos estivadores, evoluir a luta
do estado de greve para uma greve combativa, que ocupe o cais e pare a operação nos navios, exigindo o cumprimento das reivindicações da categoria. Só assim será possível os estivadores avançarem.
"LULA LIVRE" NÃO FOI EIXO
Ato em Brasília quiz “pressionar” governo que precisa ser derrubado Sob a liderança da nova direção executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), realizou-se em Brasília na última quarta-feira (dia 30), um ato convocado “contra a política econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL), comandada pelo ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes“, conforme anuncia o próprio balanço do evento apresentado pelo sítio oficial da entidade. A iniciativa da CUT, agora presidida, pelo sindicalista Sérgio Nobre, contou com a participação de dirigentes de outras “centrais”, como a Força Sindical (cujo presidente licenciado é o presidente do Partido Solidariedade que votou a favor das miseráveis “reformas” trabalhista e da Previdência) e da UGT (ligado ao PSDB e que junto com o a FS, sabotou a greve geral de 14 de junho), além da CTB (comandada pelo PCdoB), da CSB (ligada ao MDB) e da Intersindical (PSOL). Também compareceram dirigentes do PT (como sua presidenta Gleisi Hoffmann e o líder da bancada na Câmara, Paulo Pimenta), do PCdoB e do PSOL (como o ex-candidato presidencial do Partido, Guilherme Boulos). Poucas semanas depois que a CUT realizou seu 13º Congresso Nacional (ConCUT) e deliberou como eixos “o desenvolvimento de duas lutas imediatas e articuladas: a luta pelo fim do governo Bolsonaro, que significa a queda do bloco político que o sustenta e não só do presidente. E a luta pela soberania popular, com novas eleições, livres, justas e plenamente democráticas, que só podem acontecer com Lula livre e participando ativamente do processo político” (da Resolução do Concut, sobre Estratégia; grifos nossos), o ato realizou-se sem
que essas questões ocupassem o centro da mobilização. Em outras palavras, nem o “Fora Bolsonaro”, nem o “Lula livre já!’, foram os eixos do ato, mas uma suposta luta contra a política econômica e em defesa da soberania, fórmulas vagas defendidas justamente pelos setores que não defendem a liberdade de Lula e nem querem luta pelo fim do do governo Bolsonaro. Ficou evidente que a direção da CUT, a maior organização dos trabalhadores do País (de longe) fez um acordo com esses setores, rebaixando a política decidida em seu Congresso, mas o que se viu na manifestação foi que isso de nada adiantou (como nunca ocorreu) para promover uma ampliação da manifestação como se pretendia supor. No ato, a maioria das demais forças, contrárias aos eixos aprovados no Concut apareceram apenas para fazer discursos genéricos e vazios e, o mais importante, em meio a um enorme agravamento da crise, quando há uma verdadeira rebelião dos trabalhadores latino americanos contra os governos golpistas e neoliberais e quando se aprofunda a crise do governo ilegítimo de Bolsonaro, o ato deixou de apresentar qualquer perspectiva real diante da situação se limitando a apresentar conclusões tão óbvia quanto inúteis como a de que “dizer que o Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro não são donos do Brasil, que eles têm que respeitar o povo brasileiro e a nossa soberania”, como afirmou o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, no início da marcha. O ato de Brasília, realizando três dias depois do grande e combativo ato e das atividades realizadas em Curitiba, pela liberdade de Lula, por ocasião dos seus 74 anos (sem a presença da
maioria dos dirigentes que foram discursas na capital federal), contrasta com aquele justamente por não apontar um eixo concreto para a mobilização dos trabalhadores e reforçar um caminho seguido até aqui pela maioria da burocracia sindical e pelas direções da esquerda pequeno burguesa, que só resultaram em derrotas dos trabalhadores e das suas lutas. É claro que havia vozes dissonantes e setores na manifestação, como o PCO e alas do PT, que participaram do ato de domingo e de quarta e que compreendem ser necessário trilhar outro caminho. O caminho aponta-
do na Plenária dos Comitês, realizada no domingo à tarde em Curitiba, que apontaram a necessidade reforçar a mobilização em torno do Lula livre Já e do “Fora Bolsonaro, levantando ao mesmo tempo as reivindicações centrais dos trabalhadores diante da crise, como a luta contra o desemprego (pela redução da jornada para 35 h semanais) e contra as privatizações. É preciso confrontar as perspectivas apontadas por esses dois atos para apontar uma perspectiva de luta e de superação das derrotas nos próximos passos que o movimento de luta dos trabalhadores terá que dar.
6 | POLÍTICA
JUSTIÇA É GOLPISTA
Sem novidades: promotora do caso Marielle é bolsonarista Uma das promotoras que atua nas investigações do caso da vereadora carioca do PSOL, Marielle Franco, assassinada em março de 2018, é ferrenha apoiadora do atual presidente golpista, Jair Bolsonaro. Carmem Eliza Bastos, aparece em diversas fotos vestindo uma camisa com a imagem de Bolsonaro nas redes sociais. Em um post no dia 1 de janeiro deste ano, a promotora comemora a eleição fraudada de Bolsonaro, “há anos que não me sinto tão emocionada”. A promotora bolsonarista também aparece em uma foto ao lado do atual deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Rodrigo Amorin, do PSL. O deputado foi um dos responsáveis por quebrar umas placa em homenagem à Marielle Franco no Rio de Janeiro, no final do último ano. Carmen Eliza também é uma das fundadoras de um movimento de extrema-direita no interior do judiciário, denominado de Movimento de Combate à Impunidade, o qual reune diversos juizes e promotores.
O caso é muito educativo sobre o verdadeiro caráter do judiciário e de todas as instituições do regime político dominado pelos golpistas. Todas elas estão sob o controle da direita e da extrema-direita, dos setores mais reacionários, como é o caso dos bolsonaristas.
O caso serve de alerta para amplos setores da esquerda que ainda acreditam ser possível travar uma luta dentro do campo institucional, como o judiciário, por exemplo. Desde o golpe de estado de 2016, as instituições, que sempre estiveram nas mãos da direita, foram ainda mais aparelhadas pelos
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golpistas para cumprir os objetivos do golpe, ou seja, perseguir de maneira implacável a esquerda, seus partidos, os movimentos populares e classe trabalhadora. Tanto no que se refere ao assassinato da vereadora Marielle Franco, quanto no caso da prisão política do ex-presidente Lula, vemos o judiciário e todas as instituições atuando abertamente para proteger os verdadeiros criminosos, enquanto as lideranças populares são presas, violentadas e assassinadas. É preciso superar de uma vez por todas as ilusões nas instituições golpistas. A luta precisa ser travada nas ruas, de maneira independe, por meio da mobilização do povo e suas organizações. É preciso colocar abaixo o regime golpista, de caráter cada vez mais ditatorial que avança sobre toda a população brasileira. É necessário levantar a palvara de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas, exigir a Liberdade do ex-presidente Lula, novas eleições com Lula candidato.
ATIVIDADES DO PCO | 7
MAIS UMA RODADA
Veja onde serão os próximos cursos da II Escola Marxista os dias de hoje se faz mais atual que nunca. Como participar?
Até o começo de dezembro o PCO (Partido da Causa Operária) realizará mais uma Escola Marxista, dessa vez com um curso sobre o Programa para a revolução socialista nos dias de hoje, o programa de Transição da 4ª Internacional, de Leon Trotski, escrito em 1938 Com uma carga horária de cinco horas, o curso é um instrumento fun-
damental para a luta contra o golpe. Aborda os acontecimentos de um ponto de vista científico, busca estudar a realidade para uma intervenção na luta de classes real. Nesse momento, em que a América Latina se encontra em ebulição e a liberdade de Lula e a derrubada de Bolsonaro estão colocadas na ordem do dia, a discussão sobre o programa da revolução socialista para
Para participar em um dos muitos cursos que ainda serão realizados em todo o Brasil, basta entrar em contato pelo número (11) 96388-6198, ou pelo email [email protected]. O curso é gratuito e basta comparecer no local em que o curso acontecer na sua cidade, na hora marcada. Caso sua cidade não esteja entre os locais listados para receber o curso, é possível organizar para que o curso seja realizado. Os cursos da Escola Marxista são um instrumento fundamental para a luta contra o golpe. Abordados sob um ponto de vista científico, os cursos buscam estudar a realidade para uma intervenção na luta de classes real. Nesse momento, em que a América Latina se encontra em ebulição e a liberdade de Lula e a derrubada de Bolsonaro estão colocadas na ordem do dia, a discussão sobre o programa da revolução socialista para os dias de hoje se faz mais atual que nunca. É preciso que a esquerda levante um conjunto de reivindicações que permitam desenvolver o movimento de luta contra o golpe no sentido de se chocar com a direita golpista. Para is-
so, reivindicações como a redução de jornada de trabalho, em resposta ao desemprego, são essenciais para que os trabalhadores se mobilizem para tomar o poder. Para se armar contra a direita e fortalecer o movimento pelo fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula, participe da Escola Marxista! Saiba onde acontecerá o curso neste domingo e não fique de fora. Quais são as próximas cidades em que o curso será realizado? A seguir, veja a lista das cidades em que o curso ainda será realizado. Para mais informações sobre a realização do curso em sua cidade, entre em contato pelo número de telefone divulgado acima. Confira os locais dos próximos cursos: RS-Viamão RS-Rio Grande SC-Imbituba SC-Palhoça PR-Paranavaí RS-Quaraí RS-Santa cruz SC-Sombrio PR-Maringá Centro-Oeste DF-Samanbaia (Acampamento Che Guevara) BA-Teixeira de Freitas BA-Porto Seguro
NOVO PROJETO DO PCO
PREVIDÊNCIA SOCIAL EM DEBATE
Curso sobre a Revolução Chinesa abrirá a Universidade Marxista
Hoje tem Sexta Operária no CCBP Salvador!
Na próxima segunda-feira, 4 de novembro, começa o curso sobre os 70 anos da Revolução Chinesa, ministrado por Rui Costa Pimenta no Centro Cultural Benjamin Péret, na rua Serranos, 90, na Saúde em São Paulo, durante toda a semana às 18h30. O curso será gratuito para quem quiser assistir às aulas. Para contribuir com a realização da atividade, também estará disponível um material especial para acompanhar as aulas, incluindo textos teóricos, documentos históricos, imagens e vídeos, entre outros materiais. Para o PCO, esse curso também será a oportunidade de lançar um novo projeto. Universidade Marxista Durante seus 40 anos de história, o PCO sempre se preocupou em realizar atividades de formação política marxista para seus militantes. Há décadas são realizados os acampamentos de férias da juventude do partido, que a cada ano traz um curso sobre um determinado assunto. Durante o ano, diversas atividades trazem cursos sobre acontecimentos históricos gerais e da luta classe trabalhadora, e temas de teoria marxista e da luta pela construção de um partido operário.
A partir do curso sobre a Revolução Chinesa, o partido começará a montar um acervo de pesquisa na Internet para estudos sob uma perspectiva marxista. À medida em que novos cursos forem realizados, a base de dados será ampliada com novos temas, de modo que uma base de dados cada vez mais completa será montada para consulta de um vasto material teórico de textos e arquivos de imagens e vídeos, que ficarão disponíveis para os assinantes da plataforma. Essa nova base de dados servirá para apoiar atividades de formação e ajudarão no aprofundamento do estudo do marxismo. Ao lado da imprensa revolucionária impulsionada pelo partido com o Jornal Causa Operária e o Diário Causa Operária, os cursos ministrados ao longo do ano, complementados pelo acervo do portal da Universidade Marxista, contribuirão para a disseminação de um conhecimento marxista mais profundo relativo à história e à teoria.
Ocorre hoje (01/11) mais uma edição da Sexta Operária no Centro Cultural Benjamin Péret e sede Estadual do PCO, em Salvador. A atividade é realizada desde o início deste ano e tem a finalidade de trazer à população da cidade, principalmente do entorno do centro, uma atividade cultural e politizada, que trás discussões sobre temas centrais para a classe trabalhadora, mas com um ar mais leve por ser o final da semana. Desta vez será exibido o filme “Eu, Daniel Blake” do diretor Ken Loach, vencedor da Palma de Ouro em 2016, o qual aborta as dificuldades de um carpinteiro no fim de sua longa jornada, prestes à se aposentar, doente e na busca por ser atendido pelo que deveria ser um sistema previdenciário social. A temática não só aborda uma pauta central na atual luta dos trabalhadores contra o governo Bolsonaro, como exemplifica como se dará as dificuldades para milhões de trabalhadores brasileiros ao se depararem com o estrago feito pelo a reforma neoliberal nominada de “reforma” da previdência recém aprovada pelo governo e congresso. Em seguida ao filme, será feito um debate aonde os presentes estão convidados a relatar suas experiências, comentar suas posições e discutir os próximos passos da luta contra os ataques que os trabalhadores tem sofrido, tan-
to em âmbito local, quanto em âmbito nacional. A população de Salvador e da Bahia, deve buscar se mobilizar o quanto antes contra estes ataques, haja vista que, tanto o governo do Estado de Rui Costa, quanto a prefeitura do golpista ACM Neto, tem tocado a política econômica neoliberal de arrocho contra a classe trabalhadora, com privatizações, cortes de salário, retaliações a grevistas, reforma previdenciária, inclusive se antecipando aos ataques do fascista Bolsonaro e do “cachorro louco” de Chicago, Paulo Guedes. É uma atividade essencial para os trabalhadores e todos estão convidados. Venha debater, tomar uma cerveja, um refrigerante, pegar um cartaz, adesivo ou adquirir um item em nossa loja, como livros, jornais, camisetas, canecas, botons, bonés etc. Está ainda em exposição no CCBP, a mostra Maio Baiano, que retrata em fotos, o enfrentamento dos alunos da UFBA ao governo de Antônio Carlos Magalhães em 2001. PROGRAMAÇÃO Filme: Eu, Daniel Blake – Duração: 100 min. Debate: de 20 às 21:30h Horário: 18 horas Valor: grátis Endereço: Rua Carlos Gomes, 901, Centro, antes do posto BR. Contatos: (71) 98110 4289 / (71) 99104 7441
8 | INTERNACIONAL
FORA IMPERIALISMO DA SÍRIA
Soldados dos EUA continuam na Síria, violando sua soberania Nem mesmo após um mês depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado a retirada de tropas militares da Síria, militares norte-americanos iniciam patrulhas no nordeste do país, região controlada por forças curdas. Após a retirada das tropas dos Estados Unidos, o governo turco de Erdogan iniciou uma ofensiva militar na região, fato que já era esperado. Os EUA nunca deveriam ter estado na região. A presença de tropas norte-americanas na Síria é uma violação à soberania do país, que deve resolver seus problemas internamente, sem
interferência dos Estados Unidos da América. O Oriente Médio é um local de constante ocupação por parte dos países imperialistas, sobretudo os EUA, que tentam de qualquer forma manter seu poderio na região por meio de invasões militares. Os países imperialistas no geral vêm desde o início do conflito sírio, em 2011, fornecendo apoio logístico e militar para a oposição ao presidente sírio Bashar Al-Assad. O próprio conflito em si é incentivado pelos países imperialistas como forma de aumentar seu domínio na região. Fora imperialismo do Oriente Médio!
CHILE EM EBULIÇÃO
EXTREMA-DIREITA AVANÇA
Chile: aumenta a crise, Piñera cancela encontros internacionais
Extrema-direita vence eleição em reduto da esquerda na Itália Sob a liderança de Matteo Salvini – epígono de Mussolini, aliança de direita vence, neste domingo (27) na Úmbria, no centro da Itália, com 57,5% dos votos, reduto há 50 anos da esquerda italiana. Donatella Tesel, advogada e integrante da Liga Norte [partido de Salvini] e apoiada pelo partido Força Itália, de Silvio Berlusconi, governará a região de agora em diante. O Movimento 5 estrelas e o Partido Democrático lançaram Vincenzo Bianconi através de uma coalizão inédita, porém, ficaram com 37,6% dos votos. Vale lembrar que, em agosto, Salvini
Em meio à enorme crise política, presidente do Chile anuncia o cancelamento de duas cúpulas internacionais. O pronunciamento feito na quarta-feira (30), no Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, onde o presidente Sebastián Piñera – vassalo do imperialismo, escancarou a condição de profusa debilidade em lidar com a mobilização popular que tem arrastado milhões de pessoas às ruas chilenas. Tanto a Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) como a COP25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019), foram canceladas. “Nossa primeira preocupação e prioridade como governo é concentrar-nos, primeiro, em restaurar completamente a ordem pública, a segurança dos cidadãos e a paz social; segundo, promover com toda a força e urgência a nova agenda social necessária para responder às principais demandas de nossos cidadãos; e terceiro, promover um amplo e profundo processo de diálogo para ouvir nossos compatriotas”, afirmara Piñera. “Nosso governo, com muita dor, porque isso é uma dor para o Chile, resolveu não realizar a cúpula da Apec nem a cúpula da COP. Sentimos e lamentamos profundamente os problemas e inconvenientes que esta decisão significará para ambas as cúpulas”, acrescentou Piñera.
A Apec, marcada para acontecer entre os dias 16 e 17 de novembro, por sua vez, reuniria presidentes de 21 países e selaria o livre comércio na região da Ásia-Pacífico – o que favoreceria países imperialistas –, como os EUA, por exemplo, uma vez que os principais produtos que importa são primários e matéria-prima, exportando, por conseguinte, produtos industrializados, mantendo os países menos desenvolvidos dependentes das economias mais desenvolvidas, como o próprio EUA. Já a COP25, estava marcada para ocorrer entre os dias 2 e 13 de dezembro. No tocante à final da Copa Libertadores entre Flamengo e River Plate, de acordo com a ministra do Esporte do Chile, Cecilia Pérez, não haverá problemas para a realização, estando, portanto, confirmada para 23 de novembro, em Santiago, apesar dos protestos. Após a fagulha que iniciara os protestos através do aumento da passagem de metrô, Piñera tem buscado evitar o confronto para não alimentar, sobremaneira, o barril de pólvora que resguarda um acúmulo de 30 anos de política neoliberal e intensos ataques contra o povo. A situação, porém, se desenvolve cada vez mais para o aprofundamento da crise, enquanto que a mobilização popular tem ganhado corpo dia após dia.
deixou a coalizão com o movimento 5 Estrelas, buscando novas eleições, já que as pesquisas prometiam sua vitória. Nesse ínterim, o Movimento 5 Estrelas se uniu ao Partido Democrático, procurando enfraquecer o apoio a Salvini. O crescimento da extrema-direita é, em todo o caso, o reflexo da crise do regime político. Ao invés da esquerda se colocar como uma alternativa real ao regime moribundo e em desmantelamento da direita tradicional, acaba sempre se adaptando as condições impostas pela burguesia e seus representantes parlamentares.
PROTESTOS AVANÇAM NO LÍBANO
Protestos no Líbano já duram mais de duas semanas A onda de protestos não cessa no Líbano. A evolução das manifestações iniciadas após a centelha provocada com a cobrança de impostos em ligações de aplicativos de mensagens, todavia, levou nesta terça-feira (29), à renúncia do de Saad al-Hariri, primeiro ministro do Líbano. “Vou ao Palácio de Baabda apresentar um pedido de renúncia do governo ao presidente Michel Aoun para cumprir a vontade de muitos libaneses”, disse al-Hariri. Durante um discurso à nação, o primeiro ministro disse que seu governo chegou a um “beco sem saída”, acrescentando que o país precisa “de uma grande sacudida para combater essa crise”. Vale lembrar que Hariri chegara à renunciar ao cargo em maio de 2017, mas voltara atrás após acordo para cessar crise entre o Irã e a Arábia Saudita. Neste domingo (27), uma corrente humanitária foi formada por manifestantes no 11º dia de protestos contra as medidas de austeridade do governo libanês. Em meio à convulsão social, a associação bancária libanesa que já man-
tém os bancos fechados há oito dias úteis seguidos, decidiu manter a postura na segunda-feira (28). Ademais, escolas e diversos setores do comércio também mantiveram as portas fechadas. Mesmo após o governo anunciar um pacote de reformas de emergência nesta semana, os protestos não reduziram e a revolta popular continua. As medidas, tampouco, foram capazes de destravar 11 bilhões de dólares em doações de países que prometeram ajuda financeira ao Líbano no ano passado. As “doações”, no entanto, foram feitas sob a condição de que o país colocasse em prática uma série de reformas que, segundo os “investidores”, há muito necessárias.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 9
ENSINO À DISTÂNCIA
Depois do golpe, mais de 65% das licenciaturas são à distância O objetivo do ministro golpista da Educação é ampliar as universidades à distância. Com os cortes de gastos, haverá um aumento exponencial dos EADs. Afinal, é a razão de existir dos programas neoliberais – gastar o mínimo com a população. A cada três estudantes de Pedagogia no Brasil, dois (65%) fazem o curso à distância. Todas as licenciaturas na rede privada já somam mais que os alunos de forma presencial. Com a iniciativa do governo golpista para cortar gastos, as licenciaturas passarão para 100% em ensino à distância. Alguém poderia achar bom o ensino à distância algo positivo, mas não é, pois a socialização é parte integrante é fundamental da formação do indivíduo. Para os golpistas, o Plano Nacional de Educação, o PNE “é muito caro”, pois tem previsão de construir novos campus universitários, e o objetivo deles é fechar as universidades públicas, tornar tudo à distância, mesmo sabendo que milhões de brasileiros vivem sem acesso à internet.
Não é somente o ensino superior que será à distância, o objetivo do Conselho Nacional de Educação CNE é transformar o ensino médio á distância, de acordo com a lei o ensino diur-
no poderá ser 20% à distância; no caso do noturno 30% e no EJA (Educação de Jovens e Adultos), até 80%. Segundo analistas de educação isso representa uma passo importante no
sentido do fechamento de milhares de escolas e desemprego massivo entre os professores. A política dos golpistas é atacar duramente o ensino público no País, expulsando milhões de jovens das escolas públicas, demitindo dezenas de milhares de professores e favorecendo os tubarões do ensino pago que irão lucrar bilhões com as escolas que sobrarem. O ataque ao ensino em todas as esferas, é um ataque à juventude pobre, filhos e filhas da classe trabalhadora, que irão ficar totalmente excluídos do direito básico de uma educação pública e gratuita. É preciso denunciar essa política e chamar os professores, estudantes e toda a comunidade escolar a se mobilizar contra a destruição da educação pública promovida pelo golpe de estado. É preciso organizar os comitês de luta contra o golpe em todas as escolas e levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas e Liberdade para Lula.
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10 | CIDADES
GOVERNO DE DEVASTAÇÃO
Mancha de óleo de 200km se aproxima de Abrolhos e governo ainda nega O óleo que contamina o litoral nordestino do país se aproxima de uma das regiões mais ricas em biodiversidade no mundo, a Região de Abrolhos na Bahia. Estima-se que a mancha tenha 200 Km. Em Abrolhos encontra-se o Parque Nacional marinho, conhecido por ser o berçário de espécies como a baleia jubarte, corais, entre outras. Os pescadores e moradores da região estão sendo obrigados a retira o óleo do mar com as redes de pesca e as próprias mãos. Desde domingo, cerca de 200 quilos de óleo foram retirados das praias. A região se destaca também pela atividade extrativista nos manguezais, a qual serve de sustento para mais de 2500 famílias. A contaminação da área pelo óleo causará um impacto desastroso tanto do ponto de vista ambiental, quanto do ponto de vista econômico, deixando estas famí-
lias completamente desamparadas de sua principal atividade produtiva. Trata-se de um verdadeiro crime de responsabilidade do governo golpista de Jair Bolsonaro. Mesmo com a contaminação de diversas regiões do nordeste, o governo golpista nega que o óleo esteja se espalhando e nada faz, a não ser atacar àqueles que denunciam, ou fazer demagogia com a situação. Esta situação demonstra que o governo golpista de Bolsonaro é um governo de devastação nacional em todos os aspectos. Tudo para atender aos interesses econômicos dos grandes monopólios empresarias, dos banqueiros, do próprio imperialismo. Nesse sentido, precisa ser combatido desde já. É preciso levantar a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
SOROCABA: A LUTA CONTRA O GOLPE
Ato do dia 27 teve importante participação dos Rodoviários de Sorocaba O ato do dia 27 de outubro em Curitiba (PR) foi um sucesso na perspectiva de aumento rápido da mobilização pela liberdade de Lula e de salto organizativo na luta contra o golpe, pela derrubada do ilegítimo governo Bolsonaro. A manifestação foi deliberada na Plenária Nacional Lula Livre do dia 21 de setembro, em São Paulo, onde estavam presentes 300 representantes de 80 organizações. Entre essas organizações, além dos partidos que compõe a Frente Brasil Popular, como o Partido dos Trabalhadores e o Partido da Causa Operária fizeram parte dos encaminhamentos entidades estudantis, sindicais e outros coletivos como União Nacional dos Estudantes, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e Central Única dos Trabalhadores. E sua programação foi divulgada por organizações como diretamente de Curitiba pela Vigília Lula Livre. O que demonstra que a decisão foi acertada foi que do dia 14 de setembro, quando também teve manifesta-
ção em Curitiba, o ato quase triplicou de tamanho. Envolvendo mais organizações como uma maior presença de sindicatos de diversas localidades. De Sorocaba-SP saíram dois ônibus com participação fundamental do Sindicato dos Rodoviários. O exemplo dos Rodoviários abrirá caminho para que outros sindicatos passem a aderir mais intensamente a luta pela liberdade de Lula. E mostra, que tanto nessa cidade como em qualquer localidade, que uma vanguarda toma a iniciativa e essa atitude que impulsiona outras organizações. Sorocaba tem realizado mutirões constantes pela liberdade de Lula com regularidade e adesão cada vez maior de representantes de diversos sindicatos e parlamentares do Partido dos Trabalhadores. Além de reuniões periódicas no espaço do Sindicato dos Rodoviários com participações de integrantes de outras categorias. Nesse sentindo, muito importante a participação de todos os que lutam pela liberdade de Lula em Sorocaba estejam presentes na II Conferência
Nacional de Luta Contra o Golpe que acontecerá em dezembro. A primeira conferência teve a fundamental presença da presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores: Gleisi Hoffmann, e que também esteve no dia 27. A primeira conferência proporcionou a manifestação da candidatura
de Lula em agosto de 2018, com cerca de 30 mil pessoas. O que demonstra o poder da organização e de uma grande mobilização. Todos a II Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe, em dezembro. Em breve mais informações nesse sítio.
Notícia se encontra em qualquer lugar Análise consequente e um plano de ação só no Diário Causa Operária
NEGROS E CULTURA | 11
09/03/1950 - 08/10/1999
Paulo Colina: 20 anos da morte de um gigante da poesia negra Em 9 de março de 1950, nascia em Colina interior de São Paulo, Paulo Eduardo de Oliveira. Militante da causa negra nos anos 70, conheceu em meados de 1975 o jornalista e escritor Oswaldo de Camargo que o ajudaria a trilhar sua carreira de poeta. Pouco mais tarde conheceria Abelardo Rodrigues formando-se o “Triunvirato” de poetas negros daquela geração. Paulo Colina publicou inúmeros escritos na imprensa alternativa da época, foi um dos fundadores, em 1978, do Grupo Quilombhoje que edita o “Cadernos Negros”. Além de poeta, foi também ficcionista, autor teatral, crítico e tradutor, tendo participado da diretoria da União Brasileira de Escritores.Organizou o volume AXÉ: Antologia Contemporânea de Poesia Negra Brasileira, publicado pela Editora Global e vencedor do prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Artes, na categoria me-
lhor livro de poesia do ano em 1982. A obra reúne a produção de quatorze poetas afro-brasileiros, destacando a extensão da escrita afrodescendente em todas as regiões do país. Seu primeiro livro, Fogo cruzado (1980) inovou trazendo a narrativa sob a perspectiva do oprimido ao abordar temas como a violência urbana, a solidão do homem e da mulher negra. Em 1984, Colina estreia na poesia com o volume Plano de Voo, ao qual se seguem as coletâneas poéticas A noite não pede licença (1987) e Todo o fogo da luta (1989). Entre outras obras trazidas à tona com sua morte precoce em 8 de outubro de 1999 Senta que o dragão é manso, de contos, Entre dentes – drama em um ato para negros, teatro, e Águas fortes em beco escuro, reunião de textos críticos. Colina morreu quase desconhecido, o racismo estrutural e institucionalizado tentou e ainda tenta ofuscar
a grandiosidade de suas obras, mas a poeticidade de seus versos permanecerá presente na temática negra, “conjugando elementos da herança e da tradição africanas e procurando sempre “alçar voo” no sentido de oferecer seus versos à leitura como
metáfora para a dor de qualquer brasileiro, de qualquer ser humano.” Sua luta contribuiu substantivamente para a divulgação da produção dos novos escritores afro-brasileiros e é nossa dica de leitura semanal para os leitores do JCO.
FIM DA PM E FORA BOLSONARO
ONG denuncia Bolsonaro por genocídio do povo negro A Educafro, uma ONG sem fins lucrativos, que trabalha com a preparação de negros para o ingresso na universidade, denunciou o Brasil sob o comando da extrema-direita bolsonarista na Organização das Nações Unidas (ONU) e na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por promover uma política genocida contra a população negra nacional. Essa política genocida é a política de segurança pública adotada pela extrema-direita golpista hoje no poder. Segundo Irapuã Santana, autor da denúncia e consultor jurídico da entidade, “tendo em vista que 75,5% dos homicídios ocorrem com pessoas negras”– referindo-se a política assassínio da extrema-direita que é levado adiante pelos dos órgãos de repressão e que já causaram a morte de milhares de pessoas em menos de um ano de governo da extrema direita, – “há uma evidente questão racial” por trás disso” Para ele, existe uma conivência das instituições com o tratamento dispensado à população negra pelo aparelho de repressão estatal: “A fim de que essas mortes não sejam devidamente apuradas, a legislação brasileira é conivente com o tratamento dispensado à população negra”. A entidade também é crítica dos governos Witzel no Rio de Janeiro e Dória em São Paulo, bem como do chamado pacote anticrime que o governo Bolsonaro tenta aprovar. A denúncia, contudo, tem por objetivo tão e somente exigir das instituições internacionais que peçam ao governo Bolsonaro que “abandone imediatamente a política de enfrentamento que tem gerado um verdadeiro genocídio de sua população negra”. Os resultados de uma denúncia como esta são incertos, uma vez que
estas instituições são engrenagens políticas do imperialismo mundial, servindo via de regra, para condenar seus inimigos, mas nunca a si e a seus aliados. Contudo, serve como ferramenta de propaganda política, de denúncia da opressão e perseguição sofridas pela população negra no país, que se agrava dramaticamente com a subida da extrema-direita ao poder. A denúncia, entretanto, expressa a confusão existente no interior do movimento negro em relação ao governo Bolsonaro, ao próprio genocídio da população negra e a tarefa premente deste movimento. Chama a atenção que o genocídio da população negra apareça numa denúncia como essa como resultante de uma má política governamental e não como uma das características essên-
cias e necessárias da extrema-direita, única forma de justificar o objetivo acanhado da denúncia, fazer com que o governo abandone essa política, adote uma outra, como se fosse possível. Fica evidente que aqui, como também na boca muitos setores de esquerda, o termo genocídio é encarado, mais como força de expressão, do que como uma realidade objetiva, caso contrário seria preciso, no mínimo, exigir a derrubada do governo genocida e a condenação dos genocidas individuais, já que genocídio é um crime contra a humanidade, inclusive. Para enfrentar um governo que promove um genocídio, uma política de perseguição e de extermínio de uma parcela da população, e é o caso do governo Bolsonaro, é necessário bem
mais do que uma propaganda, ainda mais uma propaganda acanhada, é preciso de uma vigorosa campanha de denúncia acompanhada de grande e permanente mobilização, unificando-se com outros setores oprimidos sob a bandeira de um amplo programa democrático para derrotar nas ruas o governo e a política que promove este e outros massacres. Um dos problemas centrais deste programa tem de ser necessariamente a luta pelo fim do aparelho repressivo estatal em especial da Polícia Militar, que é o braço armado da burguesia para oprimir o povo e em particular para promover o genocídio contra a população negra. O número de mortes que a PM comete contra a população negra mostra efetivamente que estamos diante de uma política genocida que está se tornando ainda mais atroz sob o comando direto da extrema-direita. O fim da PM significa a libertação das massas oprimidas do jugo da burguesia racista e anti-nacional que controla o país. Nesse sentido um programa político se impõe ao movimento negro, e é necessário desfazer as confusões para lutar por ele. Esse programa tem como elementos centrais, o fora Bolsonaro, o governo dos assassinos do povo negro, a reivindicação de liberdade para Lula como expressão da luta pela libertação de todo o povo negro perseguido e injustiçado pelo judiciário brasileiro, que serve aos inimigos do povo negro e a exigência de dissolução da PM, que hoje faz as vezes dos capitães do Mato de outrora. Nenhuma confiança nas instituições do Estado racista e genocida, só a organização e a mobilização do negro em conjunto dos demais setores oprimidos pode libertá-lo da opressão.
12 | JUVENTUDE
JUVENTUDE NA CATALUNHA
Estudantes catalães acampam em Barcelona Nesta última quarta-feira(30), um grupo de dezenas de estudantes acamparam em frente ao prédio histórico da Universidade de Barcelona, enquanto outro grupo de cerca de 60 bloqueou o tráfego da Gran Via, no centro da cidade. Os estudantes decidiram permanecer no local por tempo indeterminado, reunindo-se em assembleia para discutirem futuras ações e tomarem decisões para os protestos. As tendas foram montadas durante a manhã e a polícia local foi obrigada a realizar desvios para dar vazão ao tráfego de automóveis. Os jovens dividiram-se em comissões, com o objetivo de fazerem o protesto durar o máximo possível e publicaram um manifesto, que anuncia a sua permanência por tempo indeterminado até que as suas cinco reivindicações elaboradas estejam cumpridas. Dentre as exigências, estão: o fim da “repressão contra uma geração que tomou as ruas em defesa dos seus direitos e liberdades” e que se apurem as
responsabilidades das polícias, tanto da Polícia Nacional oficial da Espanha, quanto da própria polícia catalã, o Mosso d’Esquadra; a exigência de uma negociação com o governo de Pedro Sánchez a respeito de “um referendo de autodeterminação que dê voz à cidadania” ; a garantia de “anistia total para todos os presos políticos” ; a recuperação dos “direitos civis e políticos violados e colocados em causa pelo Supremo” e, por último, “um futuro decente seja garantido” para a sua geração. Os últimos acontecimentos da Catalunha relacionados à condenação de prisão dos líderes políticos catalães que reivindicaram, com o apoio da população, a independência da província contra o estado espanhol no final do ano de 2017 logo após a votação de um plebiscito democrático, estimularam uma mobilização gigantesca do povo catalão contra as medidas ditatoriais por parte da Espanha, que luta por manter uma unidade fajuta do seu próprio território. O movimento de
massas ilustra, com a mais evidente clareza, que a exigência colocada pela população da Catalunha é absolutamente legítima e deveria ser atendida. Dentre os muitos setores mobilizados ao redor da reivindicação separatista está a juventude das universidades. Tradicionalmente, a luta dos estudantes sempre se destaca, uma vez que trata-se de um setor muito atingido pela economia capitalista decadente e pela política repressora da burguesia.
Os jovens catalães não fogem à regra e depois de serem estimulados pelas manifestações, agora se colocaram mais uma vez na linha de frente do combate contra o estado espanhol. As suas reivindicações expressam a vontade popular e as suas atitudes de ocupação das ruas e de se reunirem em assembleias para deliberarem os rumos das mobilizações são algumas das medidas mais corretas a serem replicadas para setores ainda mais amplos.
ELEIÇÕES DO DCE
ÀS RUAS CONTRA O GOLPE
Os métodos bolsonaristas do movimento estudantil da USP
Picos/PI: estudantes bloqueiam estrada por falta de professores
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de São Paulo (USP), atualmente sob o comando do PT e do PCdoB, acaba de convocar novas eleições para eleger a chapa que ficará responsável por sua gestão no próximo período. A forma como a convocação foi feita, contudo, chama bastante atenção: a disputa será dado por meio de uma “eleição relâmpago”, com prazos extremamente curtos para a inscrição de chapas e para a própria campanha política dos postulantes. O pouco tempo entre a convocação e a própria realização da eleição do DCE da USP não é por acaso. Trata-se de um método muito antigo, porém frequentemente utilizado para manter o domínio de uma determinada organização – seja um sindicato, um diretório acadêmico, uma associação de moradores ou o próprio DCE. Afinal de contas, se a gestão coloca um prazo estrangulado para a disputa política, a eleição está sendo fraudada em favor daqueles que já administram a organização em questão. Como seria possível que, em um prazo de pouco mais de uma semana, os estudantes que não estão ligados à gestão do DCE organizem uma chapa própria, registrem essa chapa devidamente e, o que é o mais importante, façam a campanha em defesa de seu programa para o diretório? Obviamente, não é possível, e é exatamente esse o interesse da gestão comandada pelo PT e pelo PCdoB: impedir que seus adversários tenham quaisquer condições de concorrer nas eleições.
Nesta última quarta-feira, dia 30, estudantes da Uespi de Picos, do estado do Piauí, bloquearam a BR-316 em protesto pela falta de professores decorrentes dos ataques que o golpe vem promovendo à educação. A rodovia foi ocupada por cerca de uma hora e meia, entre o período das 9 horas até as 10:30, uma continuidade da série de protestos e atividades organizadas em conjunto ao DCE e professores do campus, que desde terça-feira vem realizando rodas de debates entre outras atividades com o intuito de debater a situação em que o campus se encontra, sobretudo após a nova investida do governo de Jair Bolsonaro, que mesmo recuando em liberar parte das verbas, ainda esmaga os estudantes das universidades por todo país. No caso da Uespi de Picos a crise está em ponto critico, são muitos os cursos praticamente paralisados pela falta de professores, laboratórios e demais estruturas responsáveis por manter minimamente as condições de estudo para os discentes. O curso de jornalismo por exemplo, conta hoje com a ausência de quatorze disciplinas sem professores, enquanto cursos integrais como agronomia são obrigados a viver sem as mínimas condições de realizar suas pesquisas e utilizar da inexistente estrutura do campus para o estudo da área. Com tal desenvolvimento, muitos alunos tem aula apenas dois, três dias por semana, levando boa parte das atividades de estudo serem suspensas sem previsão de volta, um total bloqueio a continuidade dos próprios cursos, tendo dessa forma diversos
Esses métodos, que têm como objetivo eliminar as chapas opositoras por meio de uma série de manobras burocráticas, revelam uma política da direita, e não uma política democrática, o que deveria ser esperado no movimento estudantil, já que dominam os partidos e organizações de esquerda. É a mesma política que a burguesia utilizou para impedir que o ex-presidente Lula participasse das eleições de 2018 e entregasse o poder ao fascista Jair Bolsonaro – os métodos fraudulentos que estão sendo utilizados nas eleições para o DCE da USP são, portanto, bolsonaristas. O curtíssimo prazo entre a convocação das eleições e a realização dessas é apenas uma das muitas manobras que fazem parte da tradição golpista que vem sendo aplicada ao movimento estudantil em todo o país. Frequentemente, além de mal haver tempo para campanha e para a inscrição de chapas, são feitas exigências absurdas, como em relação à composição da chapa, e ocorrem impugnações por detalhes ridículos, como a inadequação de determinado documento comprobatório. As iniciativas de tipo bolsonaristas não só dificultam que os estudantes se organizem para participar das eleições, mas também acabam por colocar todo o movimento estudantil em uma profunda desmoralização. Na medida em que não há campanha, nem qualquer tipo de discussão, o processo eleitoral não consegue atrair a maioria dos estudantes, afastando uma parcela significativa da juventude da luta política.
estudantes em reta final dos estudos sem condições de sequer finaliza-los. Toda esta questão surge principalmente após os ataques promovidos desde o inicio do golpe de Estado, que assolou o país com a política neoliberal de destruição de tudo que é público, dos direitos básicos da população e entregando, de maneira descarada, o país para o estrangeiro, as universidades brasileiras, já de realidade sofrida devido ao pouco investimento na educação do país, sofreram duríssimos ataques promovidos pelo golpe que visa sua completa destruição e entrega para o capital estrangeiro. Desse modo, as universidades brasileiras e todo país são colocados contra a parede, e totalmente saqueados pelo imperialismo que em uma grande política de pilhagem nacional, destrói toda economia, cultura e sociedade brasileira. Como demonstrado pelos estudantes desta e de diversas universidades por todo país, o único caminho real que resta a população brasileira é o caminho da mobilização, do povo na rua com suas próprias forças e organizações lutando não só pela defesa de seus direitos mas também por um futuro melhor, que necessariamente passa pela derrubada imediata do governo Bolsonaro e todos os golpistas. Não há outra forma, ou derrotamos o golpe ou o imperialismo continuará aprofundando os ataques contra nosso país e as camadas populares. A burguesia brasileira esmaga por completo o povo, por isso, derrota-los nas ruas é a realidade para o futuro do país. Fora Bolsonaro, Liberdade para Lula, Eleições Gerais!
MORADIA E TERRA | 13
QUASE 5 MIL ÍNDIOS AMEACADOS
BA: Governo pede fim de terra indígena para construção de resort A EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) enviou em julho deste ano à FUNAI (Fundação Nacional do ÍNDIO) ofício que requer o fim de processo de demarcação de terra indígena no sul da Bahia para construir na área hotel luxo da empresa portuguesa Vila Galé. Como o pedido é inconstitucional o ofício, que deve ter parecer da presidência da república, estava ocorrendo em sigilo. Mas, a imprensa de jornalismo investigativo, The Intercept, teve acesso e divulgou o documento em seu sítio no último dia 27. A área cobiçada pelo grupo português tem 470 quilômetros quadrados, onde residem 4.600 nativos da tribo Tupinambá de Olivença, povo que tem história desde o ano de 1680. Mas, pelo lucro “a Embratur vem à presença de vossa Senhoria [Marcelo Augusto Xavier, presidente da Funai] manifestar o seu interesse no encerramento do processo de demarcação de terras indígenas Tupinambá de Olivença, localizadas especialmente nos muni-
cípios de Una e Ilhéus, Estado da Bahia. (…) Rogamos o fundamental e imprescindível apoio para a viabilização deste importante pólo turístico”, diz o ofício. O documento foi assinado pelo presidente da EMBRATUR, Gilson Machado Neto, amigo pessoal de Jair Bolsonaro. Neto não conteve sua euforia com sua parceria no empreendimento lucrativo e relatou nas redes sociais
que considera o projeto “magnífico” e “conta com o apoio do Governo federal”. O povo Tupinambá luta há pelo menos 15 anos pela demarcação da terra. Sendo que a primeira fase do processo foi concluída em 2009. Entretanto, a Vila Galé pretende passar por cima de toda essa história e dos quase cinco mil moradores da região. Pois negam a existência dos indígenas: “não existem indígenas (…) nem quaisquer vestígios dos mesmos”, e sublinha que o processo de demarcação de terra indígena “não está concluído”. Dizem ainda que “não está aprovado pelo Ministério da Justiça que tutela a Funai e muito menos pelo Presidente da República, o que é essencial. Existe uma contestação desta pretensão por parte dos proprietários que fundamentam a total inconsistência do processo. Só após aprovação formal do Presidente da República é que se poderá falar em terreno indígena”. Mais esse episódio do golpe impe-
rialista que vive o Brasil e a América Latina mostra o óbvio de qualquer golpe – não existe nem mesmo a Constituição Federal de 1988, não há nem acesso por parte da população do que está sendo decidido no seu próprio país. E, literalmente, se precisar sumir com cinco mil pessoas para lucrar isso será feito. Por isso, toda a esquerda que se importa com os nativos do nosso país precisa aderir imediatamente a luta pela derrubada do governo Bolsonaro e a liberdade de Lula. A próxima etapa dessa luta será organizada na II Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe nos dias 14 e 15 de dezembro. A primeira conferência conseguiu organizar 30 mil pessoas em Brasília quando foi registrada a candidatura de Lula. O que mostra que com organização é possível movimentar dezenas de milhares de pessoas e que não é possível dar golpe em um número tão grande de militantes organizados.
FASCISMO ECOLÓGICO
Porto Seguro/BA: Para atacar assentados, direita usa plano contra caça Em reunião no Parque Nacional do Pau-Brasil, o Ministério Público (MP) aliado com a direita bolsonarista vai implantar um plano de combate a caça de animais silvestres na região. Além do MP, estão participando funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio), Ibama e Polícia Militar. As informações é de que vão iniciar uma ação coordenada para combater a caça de animais silvestres na região. Apesar de conter um apelo e parecer uma causa nobre em defesa do meio ambiente não passa de uma campanha suja para atacar e intimidar os agricultores familiares da região em benefício de latifundiários e de ataques aos direitos dos trabalhadores e para a destruição do patrimônio da população, como fim de assentamentos da reforma agrária e de privatização de unidade de conservação. É importante lembrar que recentemente o Parque Nacional do Pau-Brasil foi privatizado pelo governo Bolsonaro e seu ministro da destruição ambiental Ricardo Salles (Partido Novo), responsável por grandes desastres na área ambiental como a privatização de dezenas de unidades de conservação, aumento desenfreado de desmatamento e queimadas em todo o país, principalmente na Amazônia, e recentemente pela total omissão no desastre de óleo no litoral nordestino. Quais seriam os interesses do governo Bolsonaro e entidades tomadas pelos bolsonaristas como a coordenação do ICMBio, Ibama, Polícia Militar e Ministério Público? Diante desse quadro de destruição ambiental e de total apoio do governo, a única alternativa que podemos chegar é a repressão da
população que se coloca contrária aos ataques de Bolsonaro. As informações que chegam a redação do Diário da Causa Operária (DCO) através de conversas e denúncias são que existem acusações que agricultores familiares do entorno do Parque Nacional do Pau-Brasil (PNPB) estariam entrando na unidade de conservação para caçar animais silvestres. Segundo relatos, inclusive acusam famílias que ficam em assentamentos próximos ao PNPB sem nenhuma prova ou investigação. A acusação criminosa é de que câmeras escondidas (câmera Trap, utilizadas para fotografar animais silvestres) flagraram trabalhadores rurais de assentamentos caçando. Uma farsa grotesca manipulada por bolsonaristas para atacar os movimentos de luta pela terra. Esses órgãos e bolsonaristas enrustidos ligados ao ministro fascista do meio ambiente Ricardo Salles tentam dissimular essas informações para intimidar os agricultores da região, especialmente assentados e acampados, quando os verdadeiros caçadores e destruidores da unidade de conservação são grandes proprietários de terras do entorno e bolsonaristas que recebem dinheiro de projetos de Ricardo Salles. Essa campanha contra a caça busca incriminar as comunidades do entorno do PNPB enquanto Bolsonaro e seus aliados colocam em prática seu plano de ataques aos trabalhadores, ao meio ambiente e ao patrimônio público. Isso foi visto na privatização do Parque Nacional do Pau-Brasil que gerou uma enorme mobilização da população do entorno contrária a entrega
desse enorme patrimônio e que nem sequer foi consultada. Um bom exemplo dessa política ocorreu recentemente onde Bolsonaro colocou militares para combater os incêndios na Amazônia e prendeu dezenas de pequenos agricultores sem-terra sob a acusação de realizarem o dia do fogo. Após investigações e denuncias de entidades dos direitos humanos, tiveram que recuar e soltar os agricultores quando ficou evidente que foram os latifundiários que organizaram as gigantescas queimadas nas margens da BR-163 no fatídico dia do fogo. E os incêndios e o desmatamento não reduziram após o exército ir para a região. Ou seja, se utilizaram de um argumento ambiental para atacar os movimentos de luta pela terra e da causa ambiental. Não passa de uma campanha feroz de intimidação de trabalhadores rurais para que os bolsonaristas consigam
realizar seus planos de privatização total do Parque Nacional do Pau-Brasil, ataque aos povos indígenas que tiveram parte de suas terras tomadas pelo Parque Nacional do Monte Pascoal e Parque Nacional do Descobrimento, e aos assentamentos de reforma agrária que estão nessa região. O maior crime é privatizar o Parque Nacional do Pau-Brasil, atacar os trabalhadores rurais e indígenas sob o argumento da defesa do meio ambiente, enquanto os verdadeiros criminosos realizam as maiores atrocidades contra o meio ambiente como a empresa Veracel Celulose, latifundiários e poderosos da região. É preciso denunciar o fascismo ecológico da extrema direita e a utilização de demagogia de capachos de Bolsonaro e Ricardo Salles para atacar a população, em especial os assentamentos e acampamentos da reforma agrária.
14 | MORADIA E TERRA E DIA DE HOJE NA HISTÓRIA
CENSURA
Governo ameaça servidores sobre o desastre de óleo no nordeste O governo do ilegítimo Bolsonaro apela mais uma vez para a censura. A princípio, a bola da vez é a ameaça de exoneração de quem mencionar o derramamento de óleo nas praias do nordeste. A fim de impedir críticas à seu governo, Bolsonaro impõe um silêncio forçado a respeito da origem da catástrofe ocorrida nas praias do nordeste. Nos corredores dos institutos federais há um clima inquisitório para quem fala ou tem intenção de pesquisar sobre o assunto. Tanto que os órgãos mais pressionados são o INPE e a Fundação Joaquim Nabuco. O primeiro é responsável por detectar a origem do desastre através de imagens de satélite, enquanto que o segundo faz pesquisas do impacto econômico e social das populações costeiras afetadas. Visto que são justamente estas instituições que podem causar maior impacto na imagem já desgastada do governo que são o foco principal da censura.
Uma vez que o método da extrema direita é censurar, nem mesmo as universidades federais que gozam de certa autonomia se expõem abertamente sobre o tema. De fato a maioria de professores que pesquisam temas relacionados tem se negado a dar entrevistas abertamente. Tudo isso porque, segundo uma das fontes, o governo golpista não poderia posar de malvado. Entretanto, é preciso enfrentar o governo fascista de Bolsonaro. Mais do que isto, é passada a hora de impedir que este coloque panos quentes sobre os problemas que é incapaz de resolver. Quanto mais a população atacá-lo menos força ele terá para coagir e perseguir estes pesquisadores. Importante para compreender o método é entender a causa que leva o governo golpista a apelar para a censura. Se ao invés de determinar a causa da mancha de óleo – que vai desde o sul da Bahia até o Rio Grande
do Norte – for possível mantê-la em segredo, esta se torna parte de um plano de mentiras em que a burguesia imperialista tem com objetivo atacar a Venezuela e seu governo, tal como já foi feito anteriormente. Em conformidade com isso, o go-
verno brasileiro se exime de mais um dano ambiental que se acumularam trimestralmente. A fim de encobrir sua incompetência e criar um inimigo interno e externo, o socialismo, milhares de famílias são impedidas de tirarem seu sustento da natureza.
FRENTE DE LIBERTAÇÃO NACIONAL
1º de novembro de 1954: tem início a Revolução Argelina De meados do Século XIX até o final da II Guerra Mundial, o imperialismo britânico e francês controlava militarmente grandes porções do mundo. A França tinha forte presença sobre as regiões setentrionais da África. No deserto onde atualmente é a Argélia, viviam cerca de 8 milhões de habitantes, somados a 900 mil colonos franceses. Ao longo das décadas de 1950, motivados pelo enfraquecimento do imperialismo, uma série de movimentos de libertação tomaram conta das colônias europeias da África e Ásia. Em 1954 foi criada a Frente de Libertação Nacional, na Argélia, que iniciou uma violenta guerra de independência, com sabotagens e atentados no campo e na cidade. Três anos mais tarde, o movimento operário organizaria a Greve de Oito Dias, e seria desencadeada a Batalha de Argel. A batalha foi fortemente reprimida. Oito mil paraquedistas franceses foram enviados para o deserto. Entretanto, as lutas travadas contra o imperialismo fizeram finalmente a França recuar, e permitir a constituição de um
país independente, a Argélia. A própria Batalha de Argel inspiraria um filme clássico, com o mesmo nome, em 1966. Trata-se de mais um exemplo revolucionário, entre os tantos movimentos de libertação nacional que se formaram durante o pós-guerra. A burguesia procura retratar estes episódios como acordos pacíficos firmados graças à benevolência de uma Europa e uma ONU que queriam levavam a “civilização,” a “democracia,” o “progresso” e os “valores republicanos.” Mas o fato é que os séculos de imperialismo e colonialismo sobre o hemisfério sul causaram profundas feridas. Deixaram regiões e continentes inteiros desagregados e na miséria. Trouxeram seus habitantes, na forma da imigração, para serem tratados como cidadãos de segunda classe nos países centrais. É por este lastro de exploração que os movimentos travaram e continuam travando suas lutas, até que a organização coletiva da classe trabalhadora coloque abaixo a completamente a exploração capitalista.
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ESPORTES| 15
PERSEGUIÇÃO ÀS TORCIDAS
Fim das torcidas, a quem interessa? Desde o golpe de Estado de 2016 e mais particularmente depois da chegada ao Palácio do Planalto do candidato de extrema direita, via eleição fraudada e manipulada, não houve um só terreno no qual os obscurantistas brasileiros não buscassem deixar sua marca reacionária. Tem sido uma constante os ataques ao livre direito de expressão, reunião e manifestação, assim como o cerceamento às liberdades democráticas formalmente ainda existentes no texto constitucional. Atualmente, os direitos e garantias individuais da cidadania figuram cada vez mais como letra morta inscrita na carta magna. Muito tem contribuído para a ofensiva da direita retrógrada no país a atuação da chamada “esquerda progressista” agrupada nos partidos com representação parlamentar, assim como outras entidades que se reivindicam como representantes das lutas populares. Em várias iniciativas a esquerda brasileira tem se alinhado aos setores direitistas, seja na atuação parlamentar ou extra-parlamentar, apoiando ou mesmo propondo leis que atacam os direitos democráticos da população. Dessa forma, ao invés de denunciar e combater os intentos golpistas da extrema direita, os setores ditos “progressistas” atuam como força auxiliar dos reacionários na cruzada obscurantista contra o povo e toda a nação.
Um exemplo inequívoco desta política contrária aos interesses da maioria da população ocorre dentro do parlamento. Um caso clássico deste alinhamento com a direita congressual, neste momento – embora pudéssemos citar aqui dezenas de outros – está explicitado no Projeto de Lei que acaba de ser aprovado no Senado Federal, prevendo um aumento da punição às torcidas organizadas de futebol, o espote de maior apelo popular no país. A relatora do famigerado Projeto, a senadora do PSB-DF, Leila Barros, a “Leila do Vôlei”, incluiu no texto final um conjunto de outros itens ainda mais draconianos, que prevê o aumento de três para cinco anos de punição para as torcidas que: a) invadir local de treinamento; b) brigar com torcedores ou induzir o confronto entre eles; c) praticar crimes contra atletas, árbitros, fiscais, organizadores de eventos esportivos e jornalistas, mesmo que esses não estejam atuando ou envolvidos com a competição (G1, 30/10). As torcidas organizadas, junto a outros setores da população vem, no último período, se colocando como um elemento a mais de contestação aos golpistas que usurparam o poder via golpe de Estado. Os protestos nos estádios nacionais ganharam uma enorme dimensão e as “organizadas” se impuseram, onde o grito de guerra das torcidas é francamente de oposição e confronto contra o governo de Jair Bolsonaro. O presidente fraudulento cos-
tuma aparecer em jogos do campeonato brasileiro para tentar se passar como popular, mas a realidade é que toda vez que isso acontece, Bolsonaro é hostilizado e xingado pelo público torcedor presente aos estádios, manifestação que deixa claro o repúdio da população ao seu governo de fome, miséria e ataques aos direitos da maioria do povo brasileiro. As restrições que estão sendo impostas ao direito de livre manifestação e expressão das torcidas nos estádios e até mesmo fora deles é um primeiro passo para o banimento por completo das “organizadas”. É este o propósito das leis ainda mais repressivas que o reacionário Senado Federal está propondo. O Projeto será agora encaminhado à sanção para ser ratificado ou não pelo ocupante clandestino do Planalto.
O ampliação das penas propostas pela senadora do PSB-DF ao Projeto é mais um degrau na escalada reacionária do regime burguês-golpista contra os direitos democráticos da população e está claramente direcionado a amordaçar, reprimir e sufocar o grito da população pobre e explorada do país contra o governo direitista dos banqueiros, da extrema direita e do imperialismo. As torcidas organizadas não devem se curvar a mais este ataque vil contra o seu direito inalienável à livre expressão e reunião, onde quer que seja, dentro e fora dos estádios. Neste sentido, exortamos as torcidas a organizarem protestos massivos em todos os estádios do país para exigir o fim da perseguição e pela garantia ao livre direito de manifestação.
BURGUESIA AMEAÇANDO O FUTEBOL
Havan quer controlar o Brusque FC: fora capitalistas do futebol! Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, famoso bajulador do ilegítimo Jair Bolsonaro e acumulador de denuncias e condenações de fraude e sonegação milionárias, está se inserindo cada vez mais de um ramo multibilionário, o futebol, mais especificamente o Brusque FC, atual campeão da série D. Tal fato segue a esteira da pauta cada vez mais forçada pela mídia capitalista e pelo parlamento golpista, a criação dos clube-empresa. Os clubes-empresa são um modelo de gestão onde, dentre outras coisas o abismo entre dirigentes e torcida se acentua. Na verdade uma das propostas dessa natureza, o Projeto de Lei 5516/19, do senador Rodrigo Pacheco(DEM-MG), prevê inclusive que “a totalidade das ações de sua emissão pertencente a um único acionista, pessoa natural ou jurídica”. Ou seja a gestão de um clube pode passar para tão somente uma única pessoa. A lei esquece que os clubes de futebol são um campo de lutas políticas onde os torcedores se colocam acerca dos ru-
mos da instituição, o que do contrário tornaria os cartolas seres inquestionáveis. No caso do Brusque FC, a vulnerabilidade do clube para com Luciano Hang se torna tão visível que o atual presidente do clube, Danilo Rezini, recentemente declarou o interesse em tornar o filho do “véio da havan” em presidente do clube.
Na Câmara dos Deputados, corre outro projeto que trata desse mesmo assunto, porem igualmente reacionário. Sob a autoria de Pedro Paulo (DEM-RJ), propõe-se dentre outras coisas que o atleta abra mão de seus direitos trabalhistas ao assinar um contrato, uma maneira de dar prosseguimento a política de esmagamento dos
direitos trabalhistas, algo que Luciano Hang, como todo capitalista enxerga com apetite e manifesta efusivamente. Nota-se assim que Luciano Hang de fato é figura adequada a esse ‘novo futebol’ que as propostas de clube empresa apresentam. Jogadores mais vulneráveis às arbitrariedades de empresários e dirigentes, por outro lado torcedores cada vez menos influenciando nos rumos do clube, seja nas arquibancadas ou na tomada de decisões. O futebol brasileiro é um bem do trabalhador, seja como jogador ou como torcedor, a partir da classe operária técnicas foram desenvolvidas em campo e o afinco de empurrar o time em momentos de dificuldade vieram dessa camada. Entregar ainda mais o nosso futebol aos capitalistas é tirar mais uma parcela da essência do nosso futebol. Sendo assim, só os torcedores podem conduzir o futebol ao sucesso, pois são a verdadeira força política da bola, a privatização do futebol deve acabar o quanto antes.
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