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DOMINGO, 3 DE NOVEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5815
Rumo à conferência aberta, mutirões acontecem hoje em todo o país Atividade vai colher assinaturas em abaixo-assinado pela liberdade de Lula já! e inscrições para a II Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e o Fascismo
A esquerda está unida: contra o Fora Bolsonaro e a liberdade de Lula
Heleno mostra que os militares são a favor de um novo AI-5
Uma das contradições mais evidentes na situação política brasileira é o clamor popular pelo “Fora Bolsonaro” e pela “Liberdade de Lula” e a política da esquerda pequeno-burguesa e da “esquerda burguesa” em se posicionarem contra as duas palavras de ordem.
O general Augusto Heleno, ministro ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, insinuou concordar com a decretação de um novo AI-5.
Chefe de auditoria na Bolívia denuncia parcialidade da OEA e renuncia A denúncia mostra que a fraude eleitoral é a intervenção imperialista da OEA, o Ministério das Colônias dos EUA, que não aceitam um novo governo nacionalista de Evo Morales
Bolsonaro quer privatizar maior campo de petróleo marítimo do mundo Por 106,3 bilhões aproximadamente, golpistas entregarão os 4 campos da Bacia de Santos (incluindo Búzios) pelo valor de apenas 1 ano de exploração
Chile: repressão já causou ferimentos nos olhos de 146 pessoas De acordo com os dados divulgados Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile no dia 1º de novembro, ao menos 1,3 mil manifestantes foram atendidos nos hospitais chilenos nas últimas semanas. Ao menos 146 pessoas tiveram alguma lesão no olho, das quais 26 perderam completamente a visão.
Mobilizar as mulheres contra a intimidação da extrema-direita Um grupo de extrema direita está há quase 40 dias realizando uma vigília contra o aborto em frente do hospital Pérola Byington, um dos únicos a realizar o aborto legal de maneira gratuita (em caso de estupro, risco de morte da mãe e anencefalia do feto). O hospital fica localizado no centro da cidade de São Paulo e atende a muitas mulheres que realizam o procedimento. O grupo de extrema direita fica assediando e intimidando mulheres e funcionários do hospital, e em um caso chegaram a agredir uma paciente que sofreu estupro e que estava no local.
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2 | OPINIÃO EDITORIAL
COLUNA
A esquerda está unida: contra o Fora Bolsonaro e a liberdade de Lula Uma das contradições mais evidentes na situação política brasileira é o clamor popular pelo “Fora Bolsonaro” e pela “Liberdade de Lula” e a política da esquerda pequeno-burguesa e da “esquerda burguesa” em se posicionarem contra as duas palavras de ordem. Da esquerda-burguesa é natural esse posicionamento. Partidos como o PSB e o PDT não são mais do que extensões, verdadeiros puxadinhos, do “Centrão”, a direita brasileira. A posição desses partidos com relação ao impeachment de Dilma Rousseff, a perseguição e prisão de Lula e ao apoio velado em alguns casos, explícitos em outros, ao governo Bolsonaro, como na Reforma da Previdência, não deixam nenhuma margem de dúvidas. A pergunta que deve ser feita, então, é por que a esquerda, excluindo os partidos que representariam uma “esquerda burguesa”, diante do repúdio popular ao governo Bolsonaro, diante das atrocidades que esse governo vem implementado contra a população em seu conjunto, sem exceção, em todos as áreas – saúde, educação, aposentadoria, meio-ambiente, desemprego, assassinato de pobres e negros na periferia, indígenas, sem-terra, privatizações e muito mais – ainda, seja capaz de ser contra o “Fora Bolsonaro”? O mesmo vale para o ex-presidente Lula. O golpe para se viabilizar teve que prendê-lo baseado em uma farsa gigantesca, mais do que provada. O imperialismo, a burguesia, têm tanta consciência disso que o ex-presidente está encarcerado a quase 600 dias. No ato do último dia 27 de outubro em Curitiba, à exceção do PCO, de alguns poucos dirigentes do PT, como a presidenta do partido Gleisi Hohhman e toda uma base petista que está organizada nos comitês Lula Livre, quem mais estava lá? Onde estava o PCdoB? O Psol? As centenas e centenas de parlamentares do PT que em época de eleição usam e abusam do nome de Lula? Com certeza não estavam em Curitiba. A defesa de Lula, em todos esses casos, não passa de um discurso de ocasião. Isso dá voto. Lutar efetivamente pela sua liberdade já é muito mais complicado, porque isso coloca inevitavelmente em questão todo o regime político brasileiro podre, que se esconde sob o manto de uma fantasiosa “democracia”. “Democracia”, essa é a grande questão. Em outras palavras significa sustentar o regime saído do golpe. Não é por outro motivo que os governadores do PT estão de braços dados com a direita e por extensão com o bolsonarismo em favor da “reforma” da Previdência; que o PCdoB acaba de se aliar com o que há de mais reacionário na política brasileira para entregar a Base de Âlcantara, para o imperialismo norte-americano; que o Psol, em nome de uma suposta “onda reacionária”, reafirmou em encontro da direção nacional que a “luta” tem de ser “defensiva”, miúda, portanto não está colocado o “Fora Bolsonaro”. Se isso ocorre com
os partidos de esquerda, as suas lideranças, então, são ainda mais explícitas. Da defesa da Lava-jato, agora, “expurgada” dos seus excessos, até o “fica Bolsonaro” até 2022, são unânimes Fernando Haddad, Guilherme Boulos, Flávio Dino, Rui Costa, Jaques Wagner, entre muitos outros. Essa é a linha de frente da política de atrelar a esquerda à locomotiva golpista. Em nome de uma suposta “democracia”, a esquerda atrelou seu vagão ao vagão da esquerda burguesa, que por sua vez está atrelado ao do “Centrão”, ao dos bolsonaristas e finalmente tem a locomotiva golpista guiada pelo imperialismo que dá todos os comandos. É verdadeiramente vergonhosa a política da esquerda brasileira. Já não se trata de um mero erro, mas da própria sustentação do regime golpista, isso quando esse regime faz água por todos os lados, não apenas no Brasil, onde o golpe foi incapaz de produzir quaisquer arremedos de crescimento que pudesse criar alguma ilusão de sua viabilidade, mas em todo o mundo. A América Latina arde de norte a sul contra o massacre neoliberal. Seria até cômico, não fosse trágico, ver alguns desses políticos e partidos defendendo o “Fora Piñera”, o “Fora Lenin Moreno”. Em que eles diferem de Bolsonaro? Finalmente, os novos escândalos produzidos pelos bolsonaros, o envolvimento da família com o assassinato da vereadora Mariele Franco do Psol do Rio de Janeiro, fizeram com que setores da esquerda colocassem pela primeira vez Bolsonaro como o centro de uma manifestação, programada nacionalmente para o dia 05 de novembro. Mas essa decisão só confirma a política anterior. A palavra de ordem “Basta de Bolosnaro” é uma tentativa de responder aos anseios de uma grande base de militantes de esquerda e da população em geral que há muito já defende o “Fora Bolsonaro”. O “basta de Bolsonaro”, por outro lado, permite uma ação em comum com o trem ao qual a esquerda tem seu vagão atrelado. Setores da direita, da imprensa golpista, começam a ver a situação do presidente fascista como insustentável. Uma operação para a retirada de Bolsonaro para estancar a crise do golpe, pode ser uma alternativa dos próprios golpistas. Isso não significa que a direita esteja disposta a voltar a situação anterior ao golpe. Muito pelo contrário. A política do imperialismo não vai retroceder, até porque isso seria fatal. Desse ponto de vista, a direita se prepara mais uma vez para usar a esquerda contra o povo. Os setores da esquerda que efetivamente tem a consciência que a luta contra o golpe está entrando em uma etapa decisiva, assim tem se demonstrado em diversos países na América Latina, devem se preparar para uma batalha decisiva em que o “Fora Bolsonaro” e a “Liberdade para Lula” serão a base sobre a qual deve se erguer um grande movimento independente da burguesia e de todos os golpistas.
Os militares e a direita rumo ao golpe militar. E a esquerda? Por Renan Arruda
Não é de hoje que a extrema-direita e os militares ameaçam o povo brasileiro com o golpe militar. Quem não lembra do famoso discurso do então general Mourão em uma palestra promovida pela maçonaria em Brasília em 2017? E as seguidas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) executadas pelas Forças Armadas, que se seguiram ao golpe de 2016? A ocupação militar em diversas e cidades e em particular no Estado do Rio de Janeiro, por cerca de 10 meses? As seguidas declarações ameaçadoras do General Villas Boas diante de apreciações do STF sobre a prisão de Lula? Uma primeira questão que pareceria óbvia, mas não é para boa parte da esquerda, é que o golpe de 2016 só foi possível porque não apenas as Forças Armadas apoiavam, como eram atores centrais no processo. Até hoje é comum ouvir falar em golpe parlamentar, golpe jurídico parlamentar e até mesmo que não teve golpe, pois os tanques não estavam nas ruas. É por conta dessa política que permeia a ilusão na esquerda de que o regime político gestado pela Nova República pode ser recuperado e assim, a “democracia”, as reformas e assim por diante, podem ser resgatadas. Nesses últimos dias, declarações de Eduardo Bolsonaro, o filho do presidente ilegítimo, defendendo um novo AI-5 diante diante de uma possível radicalização das massas como a que está ocorrendo no Chile, causaram um “alvoroço” no meio da esquerda e mesmo entre setores da direita e da imprensa golpista. Hipocrisia de ambos os lados. A direita golpista e sua imprensa, as instituições, como os diversos órgãos do Judiciário e o Congresso nacional, querem acobertar os seus objetivos. Eles são os responsáveis diretos pelo golpe de Estado de 2016 sob a liderança do imperialismo norte-americano. Como vimos, praticamente em todos países da América Latina, a política do imperialismo, na atual etapa de crise, é a de impor regimes ditatoriais para garantir a sua política de rapina. No caso do Brasil, o golpe de 2016 foi apenas o primeiro ato de uma política que, a depender deles, caminhará rumo à implantação de uma ditadura de tipo fascista. A esquerda, por outro lado, na sua vã ilusão de fazer com que a roda da
história gire ao contrário, sonha com a volta da “democracia”, que garanta o seu espaço nas instituições falidas do estado burguês. Esse tempo passou. Aliás, passou a muito tempo, o que se assistiu nos últimos anos na América Latina foi apenas uma “folha de parreira” no arremedo de democracia do capitalismo moribundo. A próxima etapa política será marcada pela luta de classes no seu estágio mais avançado. Não haverá meio termo. Ou a classe operária e o conjunto dos explorados têm uma política que aponte para o enfrentamento aberto contra o imperialismo e os seus fantoches nacionais que estão à frente dos golpes de estados ou serão irremediavelmente esmagados por ele. A esquerda está tão sem bússola, desnorteada, tanto que não apenas não se manifestou ou quando muito “discursou” contra a política das “aproximações sucessivas” colocada em prática a todo momento pelos militares, como no afã de condenar as declarações em defesa do AI-5 do fascista Bolsonaro – via instituições, é claro – praticamente nada disse sobre as declarações muito mais graves do ministro do GSI, o general Augusto Heleno, que não só concordou com o que declarou Bolsonaro, como admitiu, na prática, que está sendo posto em pratica a política de “aproximações sucessivas” rumo ao golpe militar. Enquanto a esquerda sonha, o golpe avança. A atitude do Psol, seguida pelo PT e o PCdoB contra a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro foi a de entrar com uma representação junto à Comissão de Ética da Câmara Federal pedindo a sua cassação. Dois tiros, um em cada pé!. Primeiro, é possível imaginar o que é uma comissão de ética no Congresso Nacional? O mais puro dos éticos, é possível que tenha matado a própria mãe! Mas o mais grave é defender a cassação do fascista Bolsonaro por crime de opinião. A esquerda corre para a direita, para o “Centrão”, para que esse o “salve do fascismo”. Mas o “Centrão” é o fascismo, é o filho ou neto dileto da Arena, que era o sustentáculo político da ditadura com características fascistas impostas pelo golpe militar, que não terá nenhum pejo de voltar as mesmas leis contra a esquerda quando lhes convier.
ATIVIDADES DO PCO E POLÍTICA | 3
PARTICIPE
Rumo à conferência aberta, mutirões acontecem hoje em todo o país Atividade vai colher assinaturas em abaixo-assinado pela liberdade de Lula já! e inscrições para a II Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e o Fascismo Depois da vitoriosa mobilização em Curitiba, no último dia 27 (domingo), com cerca de 5 mil pessoas participando das atividades pela liberdade de Lula e pela anulação da criminosa operação lava jato, os Comitês de Luta Contra o Golpe voltam às ruas de todo o País, hoje, realizando mutirões em centenas de locais, dando continuidade à mobilização. Desta feita, além da tradicional coleta de assinaturas no Abaixo-assinado pela liberdade do ex-presidente, da distribuição de materiais da campanha (cartazes, adesivos etc.), os mutirões já terão como tarefa importante iniciar a convocação da II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, conforme deliberado na Plenária dos Comitês realizada em Curitiba, com a participação de mais de 300 companheiros, de cerca de 100 comitês de todo o País, que foram à Curitiba. A Conferência será realizada em São Paulo, nos dias 14 e 15 de dezembro e, por certo, será um marco na organização da grande mobilização que precisa ser realizada para libertar Lula e derrotar os golpistas. Nela estará em debate as propostas dos Comitês e da esquerda classista para impulsionar essa mobilização,
bem como o plano de lutas para ocupar as ruas e derrotar a direita golpista, seguindo os passos das grandes mobilizações que se desenvolvem em todo o continente latino americano e superando a política da esquerda burguesa e pequeno burguesa que defende que os explorados devem esperar pelas eleições e pela JJustiça, quando a direita ameaça com golpe militar e repressão. Veja abaixo a lista, por Estado, de algumas das cidades/locallidades que têm mutirões confirmados AL – Arapiraca, AM – Manaus AP – Santana BA – Coração de Maria, Feira de Santana, Porto Seguro, Salvador, Santa bárbara, Teixeira de Freitas CE – Juazeiro DF – Brasília (no Encontro Nacional dos Assistentes Sociais); Paranóa GO – Valparaíso MA – São Luís; Sucupira do Riachão MS – Campo GrandePA-Belém PB – Campina Grande PE – Jaboatão; Moreno; Nazaré da Mata; Olinda; Recife; Santo Agostinho PI – Teresina; Piripiri PR – Curitiba; Irati; Londrina: Paranaguá; Paranavaí; Pitanga RJ – Capital; Niterói; Nova Friburgo;
Nova Iguaçu; Petrópolis; Saquarema; Volta Redonda RN – Alexandria; Natal RR – Boa Vista RS – Caxias do Sul RS – Ijuí; Pelotas; Porto Alegre; Santa cruz; Sapucaia do Sul; Triunfo SC – Araranguá; Blumenau; Brusque; Chapecó; Laguna; Palhoça; Sombrio; Tubarão SE – Aracaju SP – Araraquara; Assis; Campinas; Capital; Catanduva; Embu: Marília; Sorocaba TO – Palmas
Participe dos mutirões em sua cidade ou nos ajude a expandir ainda mais essa atividade. A libertação de Lula e a reconquista de seus direitos políticos só ser conquistada por uma luta ampla da população contra o golpe, nas ruas, por isso, é preciso fortalecer os mutirões pela Liberdade de Lula e Anulação de todos os Processos e a atividades dos Comitês em todo o País. Para maiores informações entre em contato com a coordenação dos Comitês pelo telefone (11) 963886198 ou ainda pelo e-mail pco.sorg@gmail. com.
DITADURA
Heleno mostra que os militares são a favor de um novo AI-5 O general Augusto Heleno, ministro ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, insinuou concordar com a decretação de um novo AI-5. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do atua presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, esteve no centro da política nacional ao longo da última semana. O motivo dessa vez foi a sua declaração relacionando os protestos no Chile com a necessidade de tomar medidas antidemocráticas. Segundo ele, se o Brasil viesse a ter protestos massivos como no Chile, em que a população perdeu a paciência com a política neoliberal, seria necessário decretar um “novo AI-5”. A fala do deputado teve em repercussão em todo o país e, uma vez que a ditadura militar, responsável pela decretação do AI-5, foi muito impopular, Eduardo Bolsonaro foi criticado por muitas figuras, inclusive da direita e da extrema-direita. Essas críticas, obviamente, revelam apenas o cinismo da burguesia, uma vez que toda a burguesia apoiou o golpe militar de 1964 e apoiaria um novo fechamento do regime para manter seu controle sobre a situação política. Diante dessa onda de críticas a Eduardo Bolsonaro, a imprensa burguesa tentou pressionar o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o general Augusto Heleno. Esse, por
sua vez, surpreendeu ao não se preocupar em discordar com a ameaça de um golpe militar por parte do filho do presidente da República. Muito pelo contrário: Heleno apenas falou que “se ele falou, tem de estudar como vai fazer” – isto é, que, se necessário e se mostrar viável, o general estaria disposto a dar um golpe militar no país.
A ameaça dos militares é uma constante desde o golpe de Estado de 2016, que depôs a presidenta Dilma Rousseff. O golpe foi dado com o apoio das próprias Forças Armadas, apesar de ter sido concretizado por meio do Congresso Nacional. No entanto, desde 2017, a partir da fala do hoje vice-presidente Hamilton Mourão, os mi-
litares vêm realizando “aproximações sucessivas” com o intuito de tomar conta do regime político. É preciso combater imediatamente a participação dos militares no regime político. Para que isso aconteça, é preciso organizar uma grande mobilização do povo contra a direita, que é, por essência, golpista e sanguinária.
4 | POLÍTICA
ENTREGUISMO TOTAL
Bolsonaro quer privatizar maior campo de petróleo marítimo do mundo Por 106,3 bilhões aproximadamente, golpistas entregarão os 4 campos da Bacia de Santos (incluindo Búzios) pelo valor de apenas 1 ano de exploração O campo de petróleo de Búzios, maior em áreas marítimas do mundo, que fica na Bacia de Santos, está na mira dos golpistas e será oferecido pelo governo Bolsonaro aos tubarões das petroleiras estrangeiras no megaleilão do pré-sal, marcado para o próximo dia 6 de novembro. Fixado em R$ 68,2 bilhões em bônus de assinatura, o campo faz parte de uma área que compreende outros 3 campos, que juntos serão entregues por 106,6 bilhões de reais, que segundo autoridades brasileiras, pode fazer da licitação a maior de áreas de petróleo do mundo. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), estima-se que a produção dos quatro campos seja de 1,2 milhão de barris por dia. Com o resultado do leilão dos quatro campos na Bacia de Santos, o governo pretende arrecadar R$ 106,5 bilhões. Este valor, contudo, é extremamente baixo
se comparado ao que o País ganharia mantendo a Petrobras (que descobriu o pré-sal) com exclusividade na exploração. Isso por que o preço do barril hoje (R$ 245,99 ) x 1,2 milhões de barris que serão produzidos nos campos x 30 dias x 12 meses, temos o resultado de 106,3 bilhões aproximadamente. Ou seja, os golpistas entregarão os 4 campos pelo valor de apenas 1 ano de exploração, um preço de banana. Para José Maria Rangel, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), “hoje quem consegue extrair o petróleo do pré-sal a menor custo é a Petrobras e como o regime de partilha prevê, que retirados os custos de extração, a empresa que der maior retorno de óleo para o governo é a vencedora do leilão, quem hoje tem a condição de dar a maior quantidade é a Petrobras. Querem acabar com isso e voltar para o modelo de concessão. É
um ‘entreguismo’ generalizado.” Movimento do Golpe de Estado De acordo com matéria da FUP publicada em 30/10/19: “Em um levantamento inédito realizado pelo Ineep monitorando sete das principais empresas de petróleo, nota-se que entre 2017 e 2018 gigantes do setor como Equinor, ExxonMobil e BP registraram uma expansão de suas reservas provadas de 15,1%, 14,6% e 8,2%, respectivamente. Em escala menor, Total, Chevron e Shell também apresentaram crescimento respectivo de 5,0%, 3,3% e 1,2%. No mesmo período, no entanto, somente a Petrobras retraiu o seu volume de reservas em 3,7%.” Enquanto as empresas estrangeiras, representantes do imperialismo mundial, diversificam seus negócios, a Petrobras, sob controle do governo entreguista de Bolsonaro, vende seus ativos e abdica da exploração do pré-sal que ela mesma descobriu. Este é o
propósito do golpe de Estado, paralisar a empresa e vender seus ativos rumo à privatização, enquanto entrega todas as nossas gigantescas riquezas quase de graça para os países mais opressores do mundo.
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CULTURA | 5
ENTRE AS MAIS ANTIGAS DO PAÍS
Começa a 65ª Feira do Livro de Porto Alegre Realizada na Praça da Alfândega, centro da Capital, o evento vai até o dia 17 de novembro e conta com atividades que vão de oficinas e palestras a debates e sessões de autógrafos Nesta sexta (1º), começou a 65ª Feira do Livro de Porto Alegre. Uma das mais antigas do País e uma das maiores a céu aberto da América latina, está sendo realizada na Praça da Alfândega, centro da Capital, e tem como título desta edição “Curiosidade é o que nos move”. O evento vai até o dia 17 de novembro, abrangerá atividades que vão de palestras, seminários, bate-papos, oficinas a sessões de autógrafos com escritores brasileiros e estrangeiros, todas gratuitas. Também contará com 106 expositores, que estarão espalhados por uma área de 8 mil metros quadrados na Praça da Alfândega. Confira a programação deste domingo. Maiores detalhes e locais das atividades podem ser vistos aqui. 9h Cordelteca da Biblioteca Moacyr Scliar – até às 20:30h; MINIMUM – Propostas para as novas barracas da Feira do Livro de Porto Alegre – até às 20:30h; Hackatown: Democratização da leitura; Apresentações artísticas do Ciclo Inclusivo; Movimento Antroposófico – celebrando os 100 anos da Pedagogia Waldorf – até às 18h; 10h Contação de histórias com a Caravana da Sherazade; Arte na Praça – até às 12h; 11 às 13h Contação de histórias com a Caravana da Sherazade; 14h Adestrando monstros; Contação de histórias com a Caravana da Sherazade; A princesa que contava histórias, espetáculo de teatro infantil; 14:30 Os personagens e a psicanálise; Cora no foguete e outras infâncias em forma de poesia;
Não me abandone; O Planeta Feliz; Os bichos do meu quintal; Y-gara Mpaba: poéticas alinhavadas; Tempos de distopia; Supernutri em: A lancheira saudável; 15h Apometria, os Orixás e as linhas de Umbanda; 8ª Mostra de Contadores de Histórias da Feira do Livro; 15:30 O livro e o museu; Invenções e invencionices; Poemas de Abril; O Burrinho Chico Chico; Lauren; Petúnia, uma flor de cachorrinha; Hospital-bazar; 16h Quem manda no campo literário? Como papai e mamãe se apaixonaram, espetáculo de teatro infantil Infinitamente Mulher Vol. 08 Free Walk especial de Arquitetura e Urbanismo 16:30 Uma história da escravidão no Brasil. O Squonk da Antônia, contação de histórias com Suzana Bins e Moa Gutterres Água dura O Transe Ritual na Umbanda – orixás, guias e falangeiros Tempo de Viver Abordagens dos anos 90 na literatura brasileira. Contação de histórias com a Caravana da Sherazade 17:30 Hospital Psiquiátrico São Pedro Livro de Visitantes A pedagogia cosmocena nos terreiros de matriz africana ao Sul do Brasil Anéis de Saturno O Squonk da Antônia Cinquentonas Vozes do Partenon Literário XI
18:00 A Cabala e os Sistemas. Oficina de mediação da leitura para os finalistas do Prêmio RBS Educação 2019 18:30 Sarau: Poesia dita. Poesia escrita. ARI entrevista JJ Camargo. Psicologia, comunicação e pós-verdade 3ª edição – Novo ensaio sobre as eleições brasileiras de Antes não era tarde O credo de São Tomás explicado a um jovem de hoje Depois do fim 19:00 O Invisível e o visível no organismo social, palestra e vivência com Ute Craemer – projeto Esquetes teatrais com o grupo Tanabeira 19:30 Fractais no café Doces Espelhos Incerto sim O mapa da república Compras do mês Origem Inaugurada em 1955, a feira foi criada por iniciativa dos livreiros e
editores gaúchos com apoio do jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias. Considerada referência no País por seu caráter democrático e pela consistência do trabalho que desenvolve na área da formação de leitores e de mediadores da leitura, além de programação cultural 100% gratuita, é realizada desde sua primeira edição na Praça da Alfândega, Centro Histórico da capital gaúcha. É dividida em Área Geral, Área Internacional e Área Infantil e Juvenil. Centenas de escritores, ilustradores, contadores de histórias e outros profissionais participam do evento, que conta com sessões de autógrafos, mesas-redondas, oficinas, palestras e programações artísticas, entre outras atividades. Além da Praça da Alfândega, algumas atividades são realizadas no Memorial do Rio Grande do Sul, Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo, Auditório da Livraria Paulinas, Auditório do Margs e Auditório da Inspetoria da Receita Federal. Em 2005, foi declarada bem do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. Recebeu em 2006 a medalha da Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República, que a reconheceu como um dos mais importantes eventos culturais do Brasil. Em 2010, foi o primeiro bem registrado, pela Prefeitura de Porto Alegre, como integrante do Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial da cidade.
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6 | CULTURA
500 ANOS
São Paulo tem festival de cultura cubana em homenagem à Havana O Festival de Cultura Cubana, em homenagem aos 500 anos de Havana, teve início às 15h de ontem (2). Acontece neste final de semana em São Paulo o Festival da Cultura Cubana, em comemoração aos cinco séculos da fundação de Havana, capital de Cuba. O evento que acontecerá no Centro Cultural Estação Estrella Galicia Rio Verde (CCRV), na Vila Madalena e terá a duração de 12 horas, tendo iniciado às 15h de ontem (2), até a última atração nos palcos, à meia noite, com uma programação pensada pelos integrantes da Associação de Cubanos Residentes no Brasil. Além da música cubana, o festival conta com degustação de pratos da tradicional culinária cubana, apresentações de parceiros da dança cubana (tão rica quanto à música), exposições de fotos e de artes plásticas, exibição de documentários e até um workshop sobre charutos, um dos principais artigos de exportação da Ilha. Cuba, que faz fronteira marítima com os EUA ainda passa pela perse-
guição do governo Donald Trump que fez sanções econômicas ao país socialista, assim como fez com a Venezuela após a reeleição de Nicolás Maduro no ano passado. A Ilha Caribenha possui um histórico de resistência ao imperialismo americano e seu regime político socialista surge como alternativa ao capitalismo financeiro, sendo encarado como uma ameaça a superpotência americana desde a década de 1950. O Festival é uma oportunidade de intercâmbio cultural sem sair de São Paulo, conta com diversas atrações como o sensacional baixista Carlos Ceiro e seu grupo Los Seis do Sur. Eles focam o repertório na música cubana feita nos anos 20 e 30, muitas delas revividas durante os anos 2000, quando o mundo descobriu o grupo Buena Vista Social Club. Às 18h, no show Quimbara Convida Fernando Ferrer, o grupo paulistano de pesqui-
sa das sonoridades caribenhas mostra ritmos que embalam festas e danças de Porto Rico e Colômbia, com cumbias e cha cha cha de Willie Colon e Hecyor Lavoe, Orchestra Harlow, Conjunto Chappottín, Arsenio Rodri-
Todos os dias às 9h30 na Causa Operária TV
guez, Lucho Bermúdez e Simon Diaz. O cantor Ferrer, de Santiago de Cuba, tem atuado bastante em São Paulo nos últimos anos. Venha e confira a programação completa do Festival da Cultura Cubana!
INTERNACIONAL | 7
GOLPE DE ESTADO
Chefe de auditoria na Bolívia denuncia parcialidade da OEA e renuncia A denúncia mostra que a fraude eleitoral é a intervenção imperialista da OEA, o Ministério das Colônias dos EUA, que não aceitam um novo governo nacionalista de Evo Morales Na última sexta-feira (1), o chefe da missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) na auditoria das eleições presidenciais da Bolívia, o mexicano Arturo Espinosa, renunciou após admitir que era um opositor de Evo Morales e que, portanto, sua posição na auditoria não teria qualquer imparcialidade. “He decidido retirarme de la auditoría para no comprometer su imparcialidad. Debí informar a OEA sobre manifestaciones públicas previas acerca de processo electoral em Bolívia.” (Arturo Espinosa em 2/11/2019 no twitter) Além de Arturo Espinosa, a missão da OEA contém 29 membros e foi iniciada nesta quinta (31) para verificar os resultados das eleições de 20 de outubro, vencidas por Evo Morales no primeiro turno. Espinosa é um acadêmico mexicano, especialista em eleições e publicou na semana passada um artigo muito crítico a Morales. A dúvida que fica é: qual a orientação política dos demais integrantes dessa missão da OEA? Qual critério a OEA utiliza para escolher os integrantes? Destas 30 pessoas, quantas mais são opositoras a Evo Morales? Todas estas questões, escancaradas pela denúncia de Espinosa, mostram que a fraude eleitoral se trata da intervenção imperialista da OEA, o Ministério das Colônias dos EUA, nas eleições bolivianas, que não aceitam o fato de
Evo Morales ser novamente eleito pelo seu povo. Outro aspecto que evidencia a tentativa de golpe de Estado no País é a imprensa golpista ter num primeiro momento apoiado a posição de Carlos Mesa (Comunidad Ciudadana) sobre o segundo turno e em seguida, após ver a derrota de Mesa frente a Evo Morales, ter passado a pedir a realização de novas eleições que não tenham a participação nem de Mesa, nem de Morales. Ou seja, o objetivo da burguesia imperialista é, mais do que colocar Mesa no poder, tirar Morales do poder. Por fim, dois indicadores que desmascaram por completo o que está em jogo na Bolívia são: quem é Carlos Mesa e quem são seus principais apoiadores. Entre 80 e 90, Mesa tornou-se uma figura pública e até fundou um canal de televisão privado com uma equipe de jornalistas. A linha editorial do jornal: o alinhamento com as medidas neoliberais da época, como a privatização das empresas bolivianas. Mesa ingressou no projeto político do empresário de mineração e chefe do partido mais poderoso da Bolívia na época, Gonzalo Sánchez de Lozada. Hoje Mesa tem um canal de TV ganhar prêmios nacionais e internacionais, manobra do imperialismo para alçá-lo candidato. Carlos Mesa
foi eleito vice-presidente em 2002 do governo Lozada, capacho do imperialismo. Lozada enfrentou gigantescas manifestações, utilizou o exército para assassinar manifestantes e foi derrubado pelos mineiros, que invadiram o palácio do governo com dinamites. Mesa assumiu a presidência em 2003, foi também derrubado pela pressão do movimento operário e popular e ficou conhecido na Bolívia como o último presidente neoliberal da história do País. Nas eleições deste ano Mesa retorna apoiado pelo imperialismo para tentar acabar com a continuidade do governo nacionalista de Morales. Entre os principais apoios do direitista estão:
O empresário de centro-direita Samuel Doria Medina, o ex-presidente de direita Jorge Quiroga – um incansável promotor de uma campanha internacional contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro – o colombiano Andrés Pastrana, ex-presidente da Colômbia e integrante do Partido Conservador, Oscar Ortiz, empresário e 3º colocada nas eleições bolivianas. Este episódio da Bolívia mostra que a onda de golpes de Estado na América latina está longe de terminar e que para enfrentá-la é preciso mobilizar o povo nas ruas contra a intervenção imperialista e as diversas tentativas de golpes, seja por dentro ou por fora das instituições da democracia burguesa.
DIREITA GOLPISTA
Chile: repressão já causou ferimentos nos olhos de 146 pessoas Nos protestos que têm ocorrido nas últimas semanas, pelo menos 146 pessoas apresentaram lesões causadas por tiros da polícia e das Forças Armadas chilenas. De acordo com os dados divulgados Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile no dia 1º de novembro, ao menos 1,3 mil manifestantes foram atendidos nos hospitais chilenos nas últimas semanas. Ao menos 146 pessoas tiveram alguma lesão no olho, das quais 26 perderam completamente a visão. Segundo especialistas, o número altíssimo de lesões, em especial nos olhos, aponta para o uso excessivo de balas de borracha, em geral atiradas a curta distância. Isso, contudo, não é nenhuma novidade: o próprio ministro da Justiça chileno, Hernán Larraín, admitiu possíveis violações de direitos humanos por parte de forças de segurança que atuaram nos protestos contra a política neoliberal do governo de Sebastián Piñera. O número de vítimas da repressão empenhada pela polícia e pelo Exército chilenos ajuda a apontar o cenário em que se encontra a situação política no país andino. Há mais de duas semanas, os jovens e trabalhadores do Chile vêm protestando
contra a política do governo Piñera – protestos esses que tiveram como estopim o aumento nas tarifas do transporte público. As mobilizações cresceram e, mesmo com o recuo do governo em relação à questão das tarifas, os chilenos continuam nas ruas exigindo a derrubada do governo de Sebastián Piñera, capacho do imperialismo. Os levantes no Chile, por sua vez, coincidem com uma série de revoltas que estão acontecendo na América Latina de conjunto: no Haiti, no Equador, em Honduras e em Porto Rico, o povo tem saído às ruas para enfrentar a direita golpista, que está devastando o continente. As revoltas são inevitáveis, e deverão acontecer em todos os países em que a direita vêm aplicando a política neoliberal, incluindo o Brasil. Por isso, a contrapartida das tendências cada vz mais explosivas do povo latino-americano tem sido o endurecimento da repressão. No Equador, o governo golpista declarou estado de emergência para tentar controlar os levantes. no Uruguai,
a direita tentou aprovar um plebiscito que aumentava enormemente o poder dos militares no regime. E o mesmo vem acontecendo no Chile, que
não só decretou estado de emergência em resposta aos protestos, mas também tem agido com a mais brutal repressão.
8 | INTERNACIONAL
MANIFESTAÇÕES JÁ DURAM 8 MESES
Argelinos voltam às ruas e pedem uma nova independência do país Desde fevereiro ocorrem manifestações semanais na Argélia. Manifestações vem se acirrando cada vez mais após a queda do expresidente Bouteflika. Após 8 meses de manifestações, manifestantes seguem com atos todas as semanas na Argélia. Na última sexta feira (1), houve um dos maiores atos da onda de manifestações que vêm ocorrendo. O ato foi marcado por palavras de ordem contra o regime que se instalou no país após a queda do ex-presidente Bouteflika. Após o início das manifestações, o imperialismo mundial tratou de orquestrar um golpe de estado contra Bouteflika e o partido mais importante da Argélia e responsável pela independência do país, a Frente de Libertação Nacional (FNL), focando em temas como o da corrupção e a falta de liberdade no país por Bouteflika tentar um quinto mandato.
Mesmo após Bouteflika não tentar um novo mandato, e mesmo após sua renuncia, as manifestações em toda a Argélia continuaram. As últimas manifestações, ocorridas na sexta, pediam uma nova independência do país e acusavam o governo militar que se instaurou após a queda de Bouteflika de ter entregue o país ao imperialismo. As manifestações na Argélia se somam a manifestações que ocorrem em todo o mundo e demonstram o sistema capitalista como um todo está se degenerando. O sistema atual não consegue dar conta da crise em que se colocou, apontando para um enfrentamento cada vez maior entre as classes e resultando em um acirramento da luta entre elas.
ENFRENTAMENTO CRESCE NO HAITI
Haiti já registra mais de 40 mortos em protestos Onda de manifestações que vem desde setembro já deixou mais de 40 mortos e 86 feridos, demonstrando como o enfrentamento entre governo e população tem crescido no país. Desde que a última onda de protestos no Haiti se iniciou, em setembro deste ano, mais de 40 pessoas foram mortas pelo sistema de repressão do governo do país. Além do número expressivo de mortos, pelo menos outras 86 pessoas ficaram feridas. Desde que assumiu a presidência em 2017 o atual presidente do Haiti é contestado pelas camadas mais populares da população. O número de mortos e feridos comprovam o alto nível de tensão em que se encontra o país e a polarização política que vêm tomando conta das manifestações. As manifestações vêm se intensificando cada vez mais por conta da
escassez de combustível e outros produtos no país. A população vem acertadamente pedindo o fim do atual governo direitista, que promove um completo ataque contra a população. O Haiti é um dos países mais pobres da América, sendo também o primeiro país colonizado pela França a se tornar independente no continente. As manifestações não tem tido quase nenhuma cobertura da grande mídia no Brasil. As manifestações que ocorrem no Haiti se somam à manifestações que vêm explodindo em todo o mundo, por conta da crise generalizada do capitalismo.
MULHERES E MORADIA E TERRA | 9
FASCISMO
Mobilizar as mulheres contra a intimidação da extrema-direita Grupo de extrema direita contra o aborto organiza vigília contra o aborto e convoca ato para este sábado em frente ao hospital Pérola Byington em São Paulo Um grupo de extrema direita está há quase 40 dias realizando uma vigília contra o aborto em frente do hospital Pérola Byington, um dos únicos a realizar o aborto legal de maneira gratuita (em caso de estupro, risco de morte da mãe e anencefalia do feto). O hospital fica localizado no centro da cidade de São Paulo e atende a muitas mulheres que realizam o procedimento. O grupo de extrema direita fica assediando e intimidando mulheres e funcionários do hospital, e em um caso chegaram a agredir uma paciente que sofreu estupro e que estava no local. Chegando a vários integrantes da mobilização com características fascistas serem levados a delegacia para prestarem depoimentos. Como é de praxe, foram soltos e voltaram a vigília fascista para intimidar mais pacientes e funcionários. A campanha era tão grotesca que um grupo de mulheres moradoras da região formaram um acampamento em defesa do direito das mulheres contra a extrema direita bem ao lado da vigília fascista. No início desta semana, policiais tentaram retirar do local essa vigília formada por moradores locais em apoio as vítimas da violência e intimi-
dação da extrema direita. Segundo os policiais, os manifestantes que defendiam as mulheres e seu direito de realizar os procedimentos não tinha autorização para ficar no local e deveriam desmontar seu acampamento. Já a vigília da extrema direita sequer foi incomodada pelos policiais, pois segundo os agentes de repressão “como assim eles são maus se são de Deus?” Neste sábado ocorre um ato de fechamento dos 40 dias de oração e vigília pelo fim do aborto no local e recebeu o apoio da TFP (Tradição, Família e Propriedade), uma organização de extrema direita fascista e que está realizando um buzinaço no local. A extrema direita está fazendo essas ações porque estão se sentindo a vontade com a situação política e não há nenhuma resposta da esquerda e da entidades feministas. A extrema-direita se apoia na paralisia dessas organizações e por isso criam um clima de intimidação e perseguição as mulheres e funcionários do hospital que realizam o procedimento de aborto. As organizações de esquerda e os grupos feministas não devem aceitar essa situação e há a necessidade de mobilização das mulheres para combater essa ação fascista da direita. Não
devem se curvar diante da ofensiva da extrema direita contra as mulheres, pois esse é o intuito desses grupos que são minoritários na população e se apoiam somente na burguesia. É preciso reverter essa ofensiva e não deixar que haja nenhuma vigília que ataque qualquer direito fun-
damental das mulheres, em especial sobre as decisões em relação ao seu corpo. Neste sábado convocar um grande ato contra a extrema direita e seus métodos de intimidação no hospital Pérola Byinton em defesa das mulheres e seu direito ao aborto.
O POVO QUE SE VIRE!
Derramamento de óleo: órgãos ambientais só fornecem carriola e tambor ICMBio de Porto Seguro não tem nenhum equipamento de proteção para fornecer à população que está limpando as praias. Já se passaram mais de dois meses que o vazamento de óleo, petróleo cru, foi detectado no litoral do Nordeste do país, e até o momento nenhuma ação efetiva para conter o óleo e reduzir os impactos de sua propagação, foi feito pelo governo Bolsonaro. Cabe ao governo federal atuar uma vez que se trata de um desastre ambiental de grandes proporções, assim o Ministério do Meio Ambiente teria o a obrigação de acionar outros órgãos como IBAMA, ICMBio, Petrobrás, Marinha, centros de pesquisas, etc. Nos últimos dias as manchas de óleo chagaram ao sul da Bahia e às praias de Porto Seguro. Assim como em outros locais a comunidade já começou a agir para retirar o óleo das praias e diminuir os impactos. Porém, tem se deparado novamente com o descaso do governo Bolsonaro ao buscar suporte do ICMBio. Moradores de comunidades afetadas de Porto Seguro, ao entrar em contato com o órgão, foram informados que este só poderia fornecer tonéis, baldes e carriolas para recolher o óleo das praias. Esta é a resposta do órgão federal responsável por cuidar das áreas de preservação ambiental do país, que no caso, tem uma direto-
ria direitista alinhada com a lógica de descaso do governo Bolsonaro. Órgãos como o IBAMA, ICMBio, CDAs da Petrobrás, deveriam atuar efetivamente na contenção e isolamento do óleo, limpeza das áreas afetadas e prestando todo o suporte e informação às comunidades afetadas e, quando necessário, fornecendo equipamentos de proteção adequados para lidar com o material, como botas, luvas, máscaras, macacão e óculos, além de máquinas e veículos para transporte. O petróleo cru é rico em hidrocarbonetos cancerígenos, podendo causar asfixia em altas concentrações. A curto prazo, causa problemas dermatológicos e respiratórios. Ao longo do tempo, pode gerar problemas neurológicos e alguns tipos de câncer, como a leucemia. Segundo dados do próprio IBAMA, já são mais de 300 localidades afetadas, em mais de 100 municípios, numa faixa territorial de mais de 3 mil quilômetros de extensão que vai do Maranhão ao sul da Bahia. Na última semana, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro descobriram uma grande mancha de óleo no sul da Bahia de mais de 200 km².
A posição de inércia do governo Bolsonaro e de seus ministros é simplesmente inaceitável e, assim como ocorreu nos incêndios na Amazônia, mostra que este grupo de golpistas que tomou conta do governo não é nacionalista, não defende em nenhuma aspecto a população, nem os recursos naturais do país. Ao contrário, a cada dia Bolsonaro e sua “trupe de malucos violentos” mostra que veio para arrasar com país e entregar com
população e tudo à burguesia internacional. Derramamentos como este são desastres típicos em países e regiões fragilizadas, que são entregues à fúria extrativista das empresas multinacionais, que agem sem qualquer preocupação com a população e o meio ambiente. Basta lembrarmos os desastres da Vale em Mariana e Brumadinho, a Vale que é um símbolo dos programas de privatizações neoliberais.
10 | MORADIA E TERRA E JUVENTUDE
LUTA CONTRA O LATIFÚNDIO
Indígena é assassinado em confronto com madeireiros no Maranhão Latifundiários organizam emboscada para assassinar indígenas no Maranhão. Nesta sexta-feira (01/11), madeireiros organizaram uma emboscada dentro da Terra Indígena Araribóia, localizada no município de Bom Jesus das Selva, interior do Estado do Maranhão. A emboscada se deu entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo quando um grupo de indígenas chamados de Guardiões da Floresta realizavam uma ronda para defender seu território e suas famílias que vivem dentro da Terra Indígena. A emboscada resultou na morte do indígena Paulo Paulino Guajajara e só não foi pior pois os indígenas que sofreram a emboscada estão armados e revidaram aos ataques. No confronto um pistoleiro também morreu em decorrência da troca de tiros. Os conflitos dentro da Terra Indígena são constantes e as invasões dos latifundiários se agravaram após o golpe e no início de 2019 as ameaças aumentaram numa escala nunca antes vista. A Terra Indígena Araribóia é cercada por latifúndios e ainda possui indígenas isolados que não querem contato
com o “homem branco”. São aproximadamente 413 mil hectares de terras e mais de cem aldeias que somam 12 mil indígenas da etnia Guajajara e 80 Awá-Guajá. Indígenas criam grupo de autodefesa contra os latifundiários Com tanta violência e invasões de seus territórios por latifundiários, os indígenas que vivem na TI Araribóia se organizaram e formaram grupo de autodefesa chamado de Guardiões da Floresta. O grupo foi criado pelos indígenas Guajajara para realizar rondas para fiscalização e o monitoramento do território. Desde a sua formação, houve dezenas de conflitos e os pistoleiros frequentemente atacam integrantes dos Guardiões da Floresta. Em 2016, cinco indígenas foram assassinados e três deles eram integrantes desse grupo vítimas de emboscadas. É preciso aumentar o efetivo da guarda, mais treinamento e equipamentos para que os indígenas possam
se defender e reagir a altura dos ataques dos latifundiários. O que aconteceu com a liderança Paulo Guajajara é uma tentativa de intimidar os indígenas e desestimular a formação do grupo de autodefesa Guardiões da Floresta. Fica evidente a necessidade de forta-
lecer o grupo de autodefesa chamado Guardiões da Floresta diante da ofensiva dos latifundiários com retirada de madeira, loteamento da terra indígena e aumento da violência. Acabar com o grupo de autodefesa é o que os latifundiários bolsonaristas querem para atacar os indígenas.
ATAQUE GOLPISTA À EDUCAÇÃO
Destruição: 18 mil bolsas do CNPq já foram cortadas Desde que o governo ilegítimo assumiu em 2019, implantou sua política de aprofundamento do golpe e tem desferido ataques graves educação pública de nível superior. Fora Bolsonaro! O governo autoritário de Jair Bolsonaro é inimigo da educação brasileira. Desde que o governo ilegítimo assumiu em 2019 e implantou sua política de aprofundamento do golpe, tem desferido ataques graves ao serviço público, sendo a educação superior foi um dos setores mais atingidos. Até então, os golpistas já cortaram 18 mil bolsas de pesquisa ofertadas pela CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica) e pelo CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Já no mês de setembro, tivemos ameaçado o pagamento de cerca de 84 mil bolsas de pesquisa pela política de cortes e arrocho e o comprometimento de pesquisas científicas de importância global nas universidades federais do país. O corte das bolsas atinge diretamente pesquisas voltadas para o bem social e o desenvolvimento econômico. Pesquisas que buscam o desenvolvimento de remédios e cura de doenças epidêmicas, infectologia, tecnologia hospitalar e inovação estão dentre os trabalhos afetados. Segundo dados publicados pela Agência de Inovação da Unicamp, os projetos empresariais de ex-alunos geram lucros de 7,9 bilhões de reais anualmente. Sabemos que a pesquisa e o desenvolvimento de novas ideias e tecnologias geram ótimos resultados para o desenvolvimento econômico de um país. O governo fascistóidee
acéfalo de Jair Bolsonaro finge não saber disso. É claro e evidente que o governo golpista tem o objetivo de destruir a educação pública de nível superior.
Esta, que é gratuita, fornece educação de alta qualidade e que dá o mínimo de oportunidades de desenvolvimento aos filhos da classe trabalhadora está sofrendo sérios ataques.
Estes ataques buscam o sucateamento das universidades e a consequente expulsão da classe trabalhadora do ambiente acadêmico, abrindo espaço para setores privados que financiam o golpe de Estado e as falcatruas dos golpistas para lucrar com a extorsão dos direitos à educação superior da população. O corte das bolsas e a destruição do ensino superior público é umas das maiores provas de que o governo da extrema direita não tem o objetivo de desenvolver economicamente o país. Destruindo os setores de pesquisa, os golpistas destroem também a autonomia que o Brasil tem em produzir tecnologia e inovação nacionais. Na verdade, desenvolvimento econômico para os golpistas significa arrocho salarial, retirada de direitos da classe trabalhadora, desemprego e aumento dos preços. Diante da situação, é preciso que os estudantes e a população brasileira reajam contra as medidas destrutivas. Sabemos que o problema de corte das bolsas e do investimento público na educação superior é fruto da política da direita para o país, e que este não é um ataque isolado. Portanto é preciso romper definitivamente com o governo de Jair Bolsonaro, derrubando o projeto da direita e a entrega do país ao setor privado. Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições gerais!
JUVENTUDE | 11
MILITARIZAÇÃO NAS ESCOLAS
Pais denunciam intimidação da PM a alunos no Rio de Janeiro Projeto de militarização das escolas em menos de dois meses gera revolta em pais de alunos da Zona Sul do Rio de Janeiro por humilhação a adolescentes O chamado projeto Laranjeiras Presente implantado pelo fascista Wilson Witzel (que assassina e festeja assassinatos de pessoas de helicóptero) há cerca de um pouco mais de um mês e meio no bairro das Laranjeiras, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro – RJ já tem gerado protestos de pais de alunos da região. Na última segunda-feira, dia 28, um grupo de três adolescentes foram revistados em frente ao Colégio São Vicente de Paulo. Eles estavam no horário de almoço quando policiais sem identificação visível revistaram os jovens chegando a abaixar as calças de um dos estudantes. Uma moça de dezesseis anos foi levada à 9ª Delegacia de Polícia (Catete), sendo que de acordo com Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a delegacia própria é a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Além disso, os policiais retiraram o guidão da bicicleta dos alunos alegando fazer parte da revista. Com toda essa humilhação só encontraram um dichavador (vendido em lojas de tabacaria) de maconha.
A adolescente que foi conduzida à Delegacia foi encontrada sozinha pelos pais, sem a presença dos policiais que a conduziram porque haveria encerrado o expediente destes. Os moradores das Laranjeiras fizeram uma reunião na última sexta-feira, dia primeiro, convocada pelos pais dos alunos e chamaram o coletivo reunido
de Mães Presentes. Apenas na última semana há vários relatos de menores de idade humilhados dessa forma pelos policiais militares de Witzel. O projeto completou apenas 57 dias nesse domingo. Esse é somente o início do resultado da militarização das escolas. Obviamente, o objetivo é de criar uma situação de pânico nos jo-
vens para que estes não se manifestem contra a economia neoliberal que está apodrecendo a América Latina. É preciso deixar claro que a militarização nas escolas já é parte da intervenção militar para tentar evitar protestos estudantis como aconteceu no Chile contra Piñera. E como em 1977, no Brasil, após nove anos que não havia nenhuma única passeata de rua por conta do AI-5, os estudantes da Universidade de São Paulo quebraram a paralisia tomando as ruas. A partir do ano seguinte iniciaram as greves operárias que tornaram a Ditadura Militar insustentável. A única forma possível de evitar o avanço do militarismo no Brasil e na América Latina é derrubando todos os golpistas através de mobilizações. No Brasil, é necessário a luta pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas como Wilson Witzel – fazem parte da mesma fraude eleitoral, do mesmo golpe de estado. Exigir eleições gerais com Lula candidato, liberdade para Lula. Para organizar essa luta, todos à II Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe, dias 14 e 15 de dezembro.
O GOLPE REPRESENTA O FIM
ENEM, cada dia mais destruído pelos golpistas Graças ao golpe de estado e a política neoliberal por ele implantada, a educação brasileira está ainda mais destruída e o ENEM tem o menor número de inscritos na década. O governo golpista desde o golpe de Estado em 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff vem atacando o povo brasileiro das mais diversas formas possíveis. Inicialmente os primeiros grande ataques vieram em torno de questões trabalhistas. O povo pobre trabalhador precisava pagar pela crise do capitalismo e a ele foram impostas o fim de seus direitos trabalhistas, o fim da sua aposentadoria, e colocado para trabalhar como escravo até morrer. Não suficiente para a política neoliberal que havia começado a ser colocada em prática no país, o imperialismo, principal força atuante junto a burguesia brasileira, passou a devastar a economia como um todo, destruir as empresas nacionais e abrindo totalmente o país para um estado semi-colonial, com um governo fantoche totalmente capacho aos interesses do grande capital estrangeiro. Com este desenvolvimento, o povo brasileiro, assim como de toda América Latina, passou a ser cada vez mais esmagado, massacrado pela burguesia. Os ataques atingiram todos os níveis da população, mas como é de se esperar, foi o povo mais pobre, já esmagado, que sofreu diretamente na pele. Tendo em vista a situação em que o país se encontrava, após uma década
de reformar sociais, boa parte da população mais humilde passou a ver o estudo como uma alternativa para sair da situação de miséria em que se encontrava. Dessa forma, as cotas sociais, a ampliação do ensino público, o ENEM, e demais conquistas sociais durante o governo de Lula e Dilma, puderam providenciar, mesmo que de maneira muito singela, uma misera possibilidade do povo pobre se erguer economicamente na sociedade. Ao se analisar por exemplo, os dados correspondentes ao número de
inscritos no ENEM na última década, vemos com clareza que antes do golpe, a taxa de inscrição aumentava a cada ano, tendo em 2009 4,1 milhões de estudantes e em 2016 8.627.371 milhões. Um gráfico altamente crescente e que demonstrava um aumento nas oportunidades para os estudantes de baixa renda. No entanto, após o golpe de estado e a devastação neoliberal o número de inscritos para a prova do ENEM caíram drasticamente. Analisando o gráfico chega a ser espantoso o nível de des-
truição educacional e econômica que o país teve após o golpe de estado. Se em 2016 tivemos 8.627.371 milhões de inscritos, em 2017 foram 6.731.300, uma queda de 2 milhões, algo nunca antes visto nessa década. Porém, os dados só pioraram a partir dai e hoje, em 2019, o ENEM registra o menor número de inscritos desde 2011, tendo registrado apenas 5 milhões de estudantes, uma diferença de mais de 3 milhões comparado ao último governo antes do golpe. Este resultado nada mais é que uma conclusão gerada pelo golpe de estado e a devastação econômica e educacional que o país sofreu. A educação brasileira vem cada vez mais sendo atacada, milhões já foram cortados da pasta, enquanto a população empobrece drasticamente, aumentando assim o nível de evasão escolar e fazendo com que a continuidade do estudos, como no ENEM, sejam postas para segundo plano, devido a necessidade básica de ter que trabalhar para sobreviver. O golpe de estado representa a destruição completa do país, sua continuidade é o prosseguimento para um futuro ainda pior para o povo brasileiro. Graças a isso, que a população brasileira aumenta a cada dia sua revolta, e a palavra de ordem Fora Bolsonaro e todos os Golpistas mostra-se ser a mais popular do momento.
12 | ESPORTES E NEGROS
30ª RODADA DO BRASILEIRÃO
Gre-Nal valendo vaga no G-4: veja os jogos de hoje do Brasileirão Chegando à reta final do campeonato, todos os jogos têm a sua importância para a classificação na disputa da Libertadores, da Sulamericana e pela permanência na Série A. Neste domingo (3), o Internacional de Porto Alegre visita o Grêmio na Arena do Grêmio, às 18h, pela, 30ª rodada do Brasileirão 2019. Além do clássico que é o Gre-Nal, teremos um jogo apimentado pela briga por uma vaga em definitivo para a libertadores. Uma vaga na competição continental seria, para os colorados, a confirmação da grandiosidade do Inter, que depois de volta à série A, fez um grande ano. Já para o Grêmio, seria mais uma chance para Renato Gaúcho seguir apresentando um bom futebol. Mas o clássico não é o único jogão da rodada. Chegando à reta final do campeonato, todos os jogos têm a sua importância para a classificação na disputa de competições continentais ou para fugir da zona da degola. Pensando nisso, outro jogaço da rodada, às 19h, é Cruzeiro x Bahia, no Mineirão. As duas equipes têm objetivos muito claros na rodada. O Cruzeiro tentando escapar de vez do rebaixamento e o Bahia, com Roger Carvalho e cia. fazendo bom campeonato, tentando as-
segurar a chance de classificação para a Libertadores da América. O Atlético Paranaense recebe um CSA desfalcado no Paraná, às 18h. As equipes estão nas mesmas situações que Bahia e Cruzeiro, respectivamente. Flamengo x Corinthians se enfrentam num jogo de gigantes, no Maracanã, às 16h. O Flamengo vem de um empate amargo com um Goiás corajoso e quer a vitória, ainda mais depois que o Palmeiras venceu nesta rodada e encurtou a distância do líder para 5 pontos. Já o Corinthians vem de um campeonato confuso de altos e baixos. Entre derrotas e vitórias, Carille tenta encontrar a melhor forma de jogar, o que parece uma história sem fim por enquanto. Mas o Corinthians recebe pressão para garantir uma vaga na Libertadores. Já em Santos x Botafogo, 19h, na Vila Belmiro e Goiás x Avaí, às 19h30, no Brinco da Princesa, cumprem jogos com o objetivo de sustentar suas situações no campeonato. Destes, so-
mente o Avaí deve ir com sangue nos olhos para o jogo, pois precisa manter suas chances de permanência na elite do futebol brasileiro. Acompanhe o nosso programa de análise de futebol com Henrique
Áreas, Juliano Lopes e Edson Dorta. Todo domingo, às 20h da noite, na COTV. Participe da análise da 30ª rodada do campeonato brasileiro conosco e dê sua opinião sobre tudo que aconteceu na rodada.
HERESIA OU CENSURA DIREITISTA?
RACISMO
Blasfêmia, palavrões, homofobia: pretextos morais contra o futebol
Imprensa burguesa utiliza caso Ludmilla para pedir mais repressão
Na Itália a direita proíbe até mesmos os craques de se expressarem
O caso da cantora Ludmilla, alvo de racismo, tem sido utilizada pela direita para intensificar a campanha pela repressão.
Avança ainda mais a ofensiva da direita contra o futebol pelo mundo. A justiça federativa decidiu punir dois atletas do Campeonato Italiano, os meio-campistas Francesco Magnanelli, capitão do Sassuolo, e Matteo Scozzarella, do Parma por proferirem “heresias” no campo de jogo. Isso mesmo! Você, caro leitor, não esta perdendo a sanidade mental! E não(!), não voltamos à Idade Média! Os dois jogadores foram condenados por um “palavrão” dentro de um regime político que vai a passos largos para a extrema-direita e onde essa tal justiça se sente a vontade para condenar craques como Gianluigi Buffon e Zlatan Ibrahimovic. É preciso dizer que isso é um total absurdo, uma censura contra o que as pessoas podem ou não falar! Em segundo lugar, vale lembrar que a poucos dias atrás alguns torcedores fascistas da Lazio saíram pelas ruas escocesas marchando e não foram condenados pela “justiça esportiva” do velho continente. Claramente há dois pesos e duas medidas nos regimes europeus onde a extrema-direita avança, e mais, a direita utiliza-se desses julgamentos para ameaçar quem fale contra sua política – agora contra suas crenças. Neste caso da Lazio, a torcida organizada do Celtic respondeu altura,
Na última terça-feira (29), a cantora Ludmila afirmou ter sido vítima de racismo ao ser xingada de “macaca” quando ia receber o Prêmio Multishow no Rio de Janeiro. A imprensa burguesa, em sua sanha para aumentar a repressão do Estado à população, utilizou-se deste caso para pedir punições exemplares para quem cometa racismo ou expresse uma opinião racista. Segundo matéria publicada no portal R7, deve ser implementada uma política de “tolerância zero”, isto é, de encarceramento, repressão policial e punições severas em relação aqueles que cometam racismo, O aumento das penas e a repressão policial não trarão qualquer benefício para o povo negro, uma vez que este é vítima de todo tipo de arbitrariedades
construindo um mural com o fascista Mussolini pendurado e executado. A exposição de faixas contra o fascismo dentro do estádio escocês é a atitude correta para enfrentar a direita e vem no mesmo sentida da resposta das torcidas organizadas brasileiras que pedem o “Fora Bolsonaro” para responder a censura do governo golpista. E para demonstrar o nível de decadência moralista na Itália, há um termo muito utilizado pelo seu povo – e nos arredores – desde os tempos pré-cambrianos, o “Porco Dio” (Deus Porco), uma interjeição de espanto, raiva, alegria ou qualquer outra coisa, e que para a direita é passível de punição. Este termo “herege” também veio para o Brasil com os imigrantes italianos, enraizando-se no sul e sudoeste. O caso italiano, que é nitidamente a direita atacando, deve servir de exemplo para a esquerda brasileira de como não importa o pretexto (de esquerda ou de direita, “bom” ou “mau”), isso não passa de uma política geral para atacar o futebol e o povo. Defender a censura em diversos campos é uma política direita e esta cada vez mais nítido. É preciso reagir nas ruas, nos estádios, contra o avanço da censura, da direita em todos ops países.
e massacres por parte da polícia e encarcerado – frequentemente sem nenhum direito democrático processual e sem ter sido julgado e condenado – pelo sistema judiciário brasileiro. A legislação repressiva somente aumenta o poder da polícia e do judiciário e serve como uma justificativa para pôr mais negros e pobres na cadeia, já superlotadas e conhecidas como verdadeiros campos de concentração e tortura. Somente a organização política e a mobilização do povo negro contra o capitalismo e a opressão política do Estado podem acabar com o racismo. Qualquer medida de tipo repressivo pode somente criar pretexto para ainda mais arbitrariedades cometidas contra os próprios negros.
Não leia o que eles querem que você leia. Saiba o que realmente está acontecendo
SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA O jornal Causa Operária é o mais tradicional jornal da esquerda nacional, um semanário operário, socialista que contém notícias e análise de interesse para as lutas operárias, populares e democráticas. Adquira o seu com um militante do partido por apenas R$2,00 ou entre em contato pelo telefone: 11 96388-6198 e peça já o seu exemplar