QUINTA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5308
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
PSDB SECOU SÃO PAULO, DE NOVO A política de devastação do Estado de São Paulo, provocada pelo governo tucano do PSDB, mais uma vez, pode levar o Estado mais rico do país a enfrentar uma nova “crise” hídrica. Índices divulgados dos principais reservatórios de São Paulo divulgados nessa semana indicam que os mesmos estão operando abaixo da capacidade. Estão abaixo inclusive de 2013, período que antecedeu a crise por falta de água em São Paulo, nos anos de 2014 e 2015.
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Causa Operária Ediçao 1008
ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO
Ciro não desmentiu que quer A “Doutrina DEM e PP, estão tentando Moro”: juiz confundir a esquerda golpista dá sentenças usando lei norte-americana
A cada decisão que profere, o juiz Sérgio Moro – o Mazzaropi da Odebrecht – expressa uma arbitrariedade do golpe e um compromisso com o imperialismo. Contas da União (TCU) e mesmo o Banco Central e a Receita Federal.
Uma declaração recente de Ciro Gomes à imprensa burguesa escancarou que ele quer “virar a página do golpe”. Segundo ele, o seu governo seria de “centro-esquerda” porque combinados
partidos como o PC do B e o PSB e o DEM e o PP. Ou seja, para Ciro Gomes, o DEM não é o partido da ditadura militar e que comporta setores pró-imperialistas e da extrema-direita, mas sim um aliado.
Querem forçar a esquerda a votar no golpe: campanha de Ciro insinua que Lula perderá para Bolsonaro Por defender Lula, Gleisi Hoffmann será julgada pelo STF
Na edição de hoje do DCO, uma análise do que foi o junho de 2013, que completa cinco anos. Veja também que o PSDB está deixando São Paulo novamente na seca. E as articulações de Ciro Gomes, o candidato abutre, no sentido de uma aliança com a direita golpista, como o DEM. Veja o ataque do STF ao Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que perdeu o Foro Especial. Trata-se do avanço da direita pró-imperialista contra um setor nacional, em decorrência principalmente da disputa em torno da lei que permite a vende de terras para os estrangeiros. E hoje tem também o início da Copa do Mundo de futebol. Conselho Editorial
REVOLTA POPULAR OU COMEÇO DO GOLPE? CINCO ANOS DO JUNHO DE 2013 Nessa quarta-feira, dia 13 de junho, completaram-se cinco anos da brutal reação policial que vai dar impulso às grandes manifestações de junho de 2013 que, depois de se iniciarem por São Paulo, se espalharam por centenas de cidades de todo o País
2 | EDITORIAL EDITORIAL
Revolta popular ou começo do golpe? Cinco anos do junho de 2013
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essa quarta-feira, dia 13 de junho, completaram-se cinco anos da brutal reação policial que vai dar impulso às grandes manifestações de junho de 2013 que, depois de se iniciarem por São Paulo, se espalharam por centenas de cidades de todo o País As pequenas mobilizações iniciadas dias antes com as passeatas contra o aumento da tarifa dos transportes coletivos implementado pelo prefeito Fernando Haddad, do PT, e o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, foram enfrentadas nessa data com a tropa de choque e outros batalhões da famigerada Polícia Militar paulista que disparou contra manifestantes, jornalistas e transeuntes que circulavam pela Avenida Paulista e imediações depois de mais uma das muitas passeatas organizadas por diversos setores da esquerda, principalmente da juventude que defendiam – em sua maioria – o passe livre nos transportes para os estudantes e desempregados. A luta pelo passe livre havia se iniciado anos antes durante o governo Kassab (PSDB-PSD) e vinha sofrendo desde aquele momento a repressão policial. Ela teve momentos de mobilizações expressivas e outros momentos de pequenas manifestações, mas se manteve como o movimento de uma frente única de organizações políticas e reivindicativas de caráter permanente. No ano anterior, o PT, tendo como candidato Fernando Haddad havia derrotado o PSDB, estimulando-se na maior cidade do País um clima favorável às mobilizações de amplos setores explorados, como no caso da juventude, sem tetos etc. favorecendo-se – de certa forma – um enfrentamento com a ofensiva golpista que a direita iniciara contra os governos nacionais do PT, a partir do julgamento do mensalão, no ano anterior. Isso, mesmo em condições em que o PT chegou ao governo não como uma alternativa popular ou revolucionária ao PSDB, mas como resultado do profundo debilitamento do governo burguês antidemocrático, antioperário e pró-imperialista, que fizeram dos governos tucanos (PSDB-PSD e outros) de Kassab e Alckmin governos profundamente odiados pela imensa maioria da população. Nessas condições, as manifestações de junho de 2013 – que vão se intensificar e massificar – a partir do dia 13 foram mais um sintoma do agravamento da crise e da evolução da situação política à esquerda, expressos – entre outros – na crescente participação da juventude, inclusive das periferias, os quais começaram a participar e romperam os bloqueios a uma maior radicalização estabelecidos até então pela direção pequeno burguesa dos movimentos de luta
pelo passe livre, dominadas por defensores de uma política “pacifista”, ou seja, de conciliação, inclusive com a sanguinária PM. O brutal ataque do poderoso aparato de repressão logo no começo da manifestação daquele dia, visando sua dispersão e a aniquilação do movimento que crescia serão apresentados pela imprensa capitalista, ardorosa defensora do governo Alckmin, como “vandalismo” e “baderna”. Mas isso não será suficiente para intimidar o movimento e fazer explodir uma onda de pelas vítimas da repressão, estimulando um crescimento exponencial das manifestações nos dias que se seguirão. Essa repressão vai indicar também a total incapacidade da maior força repressiva estadual do País, a máquina de guerra de mais de 70 mil homens da PM paulista (à qual se acrescentam outras dezenas de milhares de policiais civis e outros agentes da repressão) para conter o crescimento da mobilização política que ameaçava levar à queda um dos principais pilares da direita pró-imperialista do País, o governo que detém o segundo maior orçamento público do País, no momento em que o orçamento nacional e o terceiro maior orçamento (o da Prefeitura de São Paulo) encontravam-se- ao menos parcialmente, sob o controle de um governo da esquerda semi-nacionalista e burguesa, representada pelo PT e seus aliados. Colocado frente ao impasse de ceder às manifestações ou reprimi-las, o governo Alckmin optou pela repressão valendo-se de milhares de soldados da PM, a Rota, a Tropa de Choque, da Cavalaria e vários destacamentos especiais. A reação à essa brutal repressão fará com que – nos dias seguintes – se intensifique a crise política da forma mais profunda que se tinha visto desde o fim da ditadura militar em meados da década de 80. Essa violenta repressão do dia 13 de junho foi o estopim da crise posterior, que terá de ser dominada por uma ampla articulação nacional e internacional da direita golpista que buscará conter e desviar o movimento, valendo-se da manipulação dos monopólios das comunicações, da infiltração policial das manifestações, do patrocínio de grupos de extrema direita e da capitulação de setores da esquerda pequeno burguesa. Nestas condições a repressão vai detonar uma enorme revolta popular, obrigando a direita a atuar para conte-la e a sequestra-la para desvia-la em direção à manifestações contra os governos petistas buscando criar as condições para um golpe de estado que só irá triunfar em 2016, com a derrubada da presidenta Dilma Rousseff.
PAU NO COCO, POR RALFO
ATIVIDADES
NA UNIVERSIDADE DE FÉRIAS DO PCO: AS GREVES OPERÁRIAS DE 1979 E MUITO MAIS
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curso de formação política marxista da 42ª Universidade de Férias do PCO e Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) tratará a história recente do Brasil, da crise da ditadura ao golpe de 2016. As greves do final da década de 1970 e início dos anos 80 são um dos temas centrais do curso. O ascenso do movimento operário, que derrotou da ditadura militar e levou a classe operária brasileira a criar a CUT e tomar parte na formação do PT, é um dos aspectos políticos mais importantes deste período. As greves foram fatores determinantes para a queda da ditadura e a formação do regime político inaugurado pela Constituição de 1988.
A própria figura do ex-presidente Lula só pode ser compreendida tendo em vista sua atuação e liderança no movimento operário nesta época. O objetivo da Universidade de Férias do PCO, o mais tradicional curso de formação da esquerda brasileira, é estudar e compreender as características fundamentais do regime político brasileiro e as causas profundas de seu esgotamento manifesto no golpe de Estado O curso será ministrado e coordenado pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, e terá como base teórica seu mais recente livro, “Golpe de Estado: balanço e perspectivas”. As aulas ocorrerão entre os dias 23 e 29 de julho.
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“CRISE” HÍDRICA
PSDB secou São Paulo, de novo
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política de devastação do Estado de São Paulo, provocada pelo governo tucano do PSDB, mais uma vez, pode levar o Estado mais
rico do país a enfrentar uma nova “crise” hídrica. Índices divulgados dos principais reservatórios de São Paulo divulgados nessa semana indicam
que os mesmos estão operando abaixo da capacidade. Estão abaixo inclusive de 2013, período que antecedeu a crise por falta de água em São Paulo, nos anos de 2014 e 2015. O sistema Cantareira, principal responsável por abastecer diversas regiões do Estado estava operando, nessa última terça-feira, 12, com 47% do volume útil. Este valor é abaixo do mesmo período em 2013, quando o sistema operava com 53%. Além desse dado, o volume de água que entrou no sistema está abaixo do esperado há mais de 17 meses, com 13,7 mil litros por segundo (l/s), quando a média histórica é de 37 mil l/s. O valor de junho desse ano é também muito próximo do valor de junho de 2014, em meio à “crise” hídrica, quando a quantidade era de 10 mil l/s. Trata-se mais uma vez da iminência da falta d`água em São Paulo, consequência direta da política do PSDB de sucateamento dos serviços básicos de atendimento à população paulista,
como a saúde, a educação e o saneamento. Nos últimos meses, assistimos a exemplos desse “proceder” tucano com as epidemias que ocorreram no Estado, como a epidemia de febre amarela e da gripe. Enquanto a população paulista sofre com educação pública devastada e com a possibilidade muito grande de faltar até água, os tucanos seguem impondo a política neoliberal golpista em São Paulo, agora por meio de um encarregado, Marcio França do PSB, beneficiando os bancos e os grandes capitalistas. Vale destacar que essa é a política que o PSDB e os golpistas querem impor diretamente e de maneira aberta em todo o país, como já afirmou o tucano Geraldo Alckmin, candidato a presidente. O mesmo já declarou, como fosse ameaça, que quer “fazer no Brasil o mesmo que já fez em São Paulo”. É preciso denunciar a política golpista dos tucanos não só em São Paulo, mas em todo o país. Chamar a população a se mobilizar contra o ataque aos seus direitos, o golpe de Estado, em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, perseguido político pelos golpistas.
“CENTRO-ESQUERDA”
Ciro não desmentiu que quer DEM e PP, estão tentando confundir a esquerda
Uma declaração recente de Ciro Gomes à imprensa burguesa escancarou que ele quer “virar a página do golpe”. Segundo ele, o seu governo seria de “centro-esquerda” porque combinados partidos como o PC do B e o PSB e o DEM e o PP. Ou seja, para Ciro Gomes, o DEM não é o partido da ditadura militar e que comporta setores pró-imperialistas e da extrema-direita, mas sim um aliado. Alguém ainda poderia argumentar que a aproximação com o DEM e o PP poderia indicar que há setores
“progressistas” nesses partidos. No entanto, as pessoas desses partidos com quem Ciro mais tem conversado são justamente ACM Neto e Benjamin Steinbruch. Após dar essa declaração que escancarou seu caráter golpista, Ciro Gomes nunca a desmentiu, ao contrário do que vem dizendo setores da esquerda abutre. Afinal, não teria porque desmentir: esse é e sempre foi seu plano: entregar o Brasil e a luta contra o golpe de bandeja para os Estados Unidos.
Como Ciro chegou até aqui? A prisão de Lula, tão aguardada pela direita golpista, abriu o caminho para que uma setores abutres da esquerda nacional e da burguesia fizessem mil manobras para tentar descartar de vez a candidatura do ex-presidente. No entanto, a operação fraudulenta da burguesia não resolveu a crise eleitoral do regime golpista: Lula continua liderando disparado em todas as pesquisas e direita não tem nenhum candidato que apresente qualquer chance de vencer as eleições.
A aposta da burguesia para tentar vencer as eleições sem realizar uma fraude muito descarada – como o cancelamento das eleições – é a candidatura de Ciro Gomes. Considerado pela imprensa burguesa como um candidato de “centro-esquerda”, Gomes voltou a ter uma vida pública bastante ativa durante e após o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ciro Gomes, embora tenha feito vários discursos contra o impeachment, jamais lutou contra o golpe. Essencialmente um político carreiristas sem nenhum vínculo com o movimento operário, Ciro limitou sua “luta” a algumas entrevistas. A letargia de Ciro Gomes durante o movimento de luta contra o golpe, no entanto, já era mais do que esperada. Afinal, Ciro Gomes não é e nunca foi alguém de esquerda, mas sim um ex-membro do partido da ditadura militar, fundador do PSDB e afiliado político do representante da Coca-Cola no Nordeste. Suas falas contra o golpe, assim, foi apenas uma forma de promover sua imagem perante um movimento altamente popular. A máscara de Ciro Gomes já caiu há bastante tempo. Desde que seu nome foi colocado em evidência por causa de sua candidatura à presidência da República, uma série de informações e declarações do próprio Ciro ajudaram a esclarecer que ele não é um candidato anti-golpe, mas sim um candidato submisso aos golpistas e adversário do ex-presidente Lula.
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ABUTRE
Querem forçar a esquerda a votar no golpe: campanha de Ciro insinua que Lula perderá para Bolsonaro A
burguesia golpista tenta por todos os meios tirar Lula da corrida eleitoral, mentindo, sabotando, atacando e usando seus diversos golpes sujos para tentar impedir que a vontade popular seja atendida nas urnas. Nesse sentido, a campanha de Ciro Gomes é fundamental para fazer a propaganda dos golpistas, não só porque estão procurando dar-lhe um caráter esquerdista para apresentar que eleições sem Lula seriam democráticas, mas também porque existem grandes possibilidades de que Ciro se torne o candidato oficial dos golpistas, já que se trata de um homem de confiança de um setor importante da burguesia, mas também de alguns esquerdistas que acreditam em seu discurso – o que apaziguaria a polarização política criada pelo golpe. Nesse sentido, a burguesia estaria procurando apresentar que Ciro seria a única alternativa para barrar o ultra-direitista Jair Bolsonaro. Em recente matéria da revista Veja foi divulgada uma pesquisa, do Instituo Paraná (que divulgou “pesquisas” favoráveis ao Aécio em 2014), que mostrou Bolsonaro na frente de Lula no Rio Grande do Sul. Segundo a pesquisa, Bolsonaro teria 28% enquanto que Lula 20,5%. Atrás deles estariam Ciro e Marina, com 7%.
É importante ressaltar que tanto quem divulgou a pesquisa (Veja) como quem a realizou (Instituto Paraná) são vanguarda no que diz respeito a falsificação de notícias e dados. Mas não bastasse a clara falsificação da pesquisa, o Instituto ainda promoveu uma outra alternativa, desse vez sem Lula, revelando a vontade da direita de retirar o principal candidato das eleições. Nessa outra pesquisa, Bolsonaro aparece com 29,4% e Ciro e Marina com 10%. Muitos apoiadores de Ciro têm usado essa mentira recém divulgada para fortalecer o apoio a ele. Segundo eles, a ameaça de Bolsonaro e a incapacidade de Lula se candidatar (o que é uma outra mentira) seriam razões para fazer campanha a favor de Ciro Gomes, usando a velha tática do espantalho para inflar um candidato, em que se apresenta um candidato (Bolsonaro) como personificação de todos os males enquanto que se chama apoio para um “menos pior”, que no caso seria o Ciro Gomes. Entretanto, dizer de que Ciro seria o menos pior não passa de uma mentira. Ciro é o candidato da FIESP, está se direcionando em fazer uma aliança com Benjamin Steinbruch, grande defensor da reforma trabalhista. Além
DOUTRINA MORO
do mais, Ciro já apresentou quais seriam suas alianças, além do golpista PSB e do pelego PCdoB (que foi quem liderou a política de virar a página do golpe dentro da Frente Brasil Popular), o tucano com pé de pato anunciou que estava articulando com o DEM (que também foi apoiado pelo PCdoB) e o PP, dois partidos golpistas oriundos do antigo partido da Ditadu-
ra Militar, do qual o próprio Ciro fez parte em seu passado, a ARENA. Portanto, fica claro: os setores que lutam contra o golpe não deve aceitar que a burguesia os empurre qualquer candidato usando Bolsonaro como espantalho. Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Marina Silva e todos esses outros golpistas são tão ruins quanto Jair Bolsonaro. É Lula ou nada!
INTERNACIONAL
Juiz golpista dá sentenças Blairo Maggi perde foro usando lei norte-americana privilegiado: o imperialismo
contra o agronegócio nacional
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juiz Sérgio Moro, que é tido como o herói dos direitistas, apareceu nas conversas dos empreiteiros com o codinome de “Mazzaropi”. Os empreiteiros fizeram com o Moro o mesmo que com muitos investigados na Lava Jato. Nos últimos anos, as planilhas dos empreiteiros com uma série de apelidos foi alvo de grande sensacionalismo da imprensa burguesa. Os apelidos, muitas vezes decodificador sem nenhuma confirmação da Polícia Federal, foi um meio eficiente de desmoralizar uma série de políticos e de condená-los antes de qualquer julgamento. No engano, Moro não será investigado. O fato de ter um codinome para os empreiteiros nada contará para a Polícia Federal. Afinal, a Lava Jato não quer acabar com nenhuma corrupção nem estabelecer nenhum Estado democrático – ela existe somente para punir aqueles que se colocam no meio do caminho do imperialismo. A Lava Jato é uma farsa e por isso precisa acabar. É necessária uma mobilização revolucionária dos traba-
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lhadores que ponha abaixo o regime golpista. Pelo fim da Lava Jato! Fora todos os golpistas! Pelo fim das perseguições políticas!
essa última terça-feira, os ministros da 1ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiram por maioria enviar para primeira instância da justiça de Mato Grosso, inquérito em que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, responde por corrupção. Segundo o parecer da 1ª Turma, a nova regra que restringe o foro privilegiado se aplica ao processo no qual Maggi é réu, um esquema de compra de vaga no Tribunal de Contas do Mato Grosso em 2009, no período em que era governador do Estado. Aqui estamos diante de mais um capítulo no “enfrentamento” entre setores secundários do golpe e os verdadeiros donos do golpe estavam unidos para impor o golpe no Brasil, mas que no momento seguinte O agronegócio brasileiro é um dos setores que o imperialismo tem por objetivo controlar. Tanto a destruição dos grandes frigoríficos nacionais, com a chamada operação “carne fraca”, como a liberação para a venda de
terra para os estrangeiros, fazem parte dessa operação, o que acentuou o impasse com o ministro da Agricultura, um dos principais representantes do agronegócio e um opositor da política do imperialismo com relação ao setor. A condenação de Maggi, portanto, é uma demonstração de que os capitalistas brasileiros e seus representantes políticos foram mero instrumentos no golpe de Estado no Brasil e que agora, na medida em que se oponham aos “verdadeiros donos do golpe”, são descartados por por seus antigos aliados que queiram impor uma política de absoluto controle da economia nacional. Em que pese a profunda crise por que passa o golpe de Estado no Brasil, o verdadeiro “dono do golpe”, e por isso seu maior beneficiário, o imperialismo norte-americano, continua a avançar sobre a economia nacional e sobre àqueles golpistas menores, que por algum interesse se oponham ao das grandes empesas imperialistas.
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PREFEITO GESTOR
Por defender Lula, Gleisi Hoffmann será julgada pelo STF O
STF (Supremo Tribunal Federal), que é uma peça fundamental do regime político golpista no Brasil, anunciou que na próxima terça-feira (19/6) irá julgar por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro a senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. Rodada Internacional de Palestras com Rui Costa Pimenta Um processo farsesco alimentado pelas delações premiadas de réus confessos, como o doleiro Alberto Youssef que sob a garantia de receber benefícios pelos crimes que cometeu, acusou petistas para que o juiz Sérgio Moro, amigo dos tucanos, pudessem promover a perseguição política a esquerda nacional. O agendamento do julgamento criminal de Gleisi pelo ministro golpista do STF Ricardo Lewandowski acontece no momento de maior pressão da burguesia contra o PT para que a candidatura de Lula à presidência da República não seja registrada nas eleições de 2018. Desde a época do início do golpe de estado, Gleisi Hoffmann vem se destacando como uma das mais atuantes parlamentares do PT contra os golpistas, a ponto de ser escolhida por 61%
do votos dos filiados do partido para presidir a legenda. Também possui a mais alta confiança de Lula, que minutos antes de se entregar para ser preso pelos golpistas da operação criminosa “Lava Jato”, nomeou-a sua porta voz para todos os assuntos partidários e políticos no país. Essa posição, que vem sendo realizada com muita firmeza pela senadora, rendeu a Gleisi ataques dentro do
partido e de toda imprensa golpista no país. Como não poderia ser diferente, o STF que jogou a Constituição Federal do Brasil na lata do lixo, ao ignorar o princípio constitucional da presunção de inocência no caso de Lula, agora direciona toda sua artilharia para a figura política mais importante do PT na atualidade, depois de Lula, a da senadora Gleisi Hoffmann.
Convocatória: todos à Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o golpe Os comitês de luta contra o golpe no Brasil, o Partido da Causa Operária e outras organizações abaixo-assinadas, estão convocando uma Conferência Nacional Aberta da Luta contra o Golpe de Estado no Brasil e pela Liberdade de Lula, que será realizada nos dias 21 e 22 de julho na cidade de São Paulo. A confusão no meio do movimento de esquerda no país diante do que fazer perante a ofensiva golpista, dos ataques brutais aos direitos da classe trabalhadora e de todo o povo brasileiro e da pilhagem das riquezas do País pelo capital estrangeiro, obriga a realização de um amplo debate sobre o tema a fim de mobilizar e organizar as pessoas que querem agir, dando a elas as devidas dimensões da luta que temos que realizar e uma orientação política clara e objetiva. Chamamos todos a discutir uma análise dos aspectos centrais da situação política nacional e internacional e um programa de ação que seja a conclusão desta análise. A questão Lula, preso e praticamente incomunicável, é central para que o golpe de Estado possa seguir adiante com os seus ataques aos trabalhadores. No entanto, mesmo nestas condições, com todas as manobras da burguesia, ele é líder nas pesquisas, o que mostra a crise do golpe.
O ex-presidente está no centro da crise nacional porque representa claramente, na hora atual, os anseios de luta popular contra a direita, os grandes capitalistas nacionais e estrangeiros e de conquista e reconquista dos seus direitos políticos e suas condições de vida. Neste momento, o golpe se defronta com ampla resistência popular, sendo necessário organizar esta resistência de uma forma unitária e consciente. Para sair do impasse em que o golpe se colocou, a burguesia precisa de uma operação bem arquitetada, cujo objetivo seria criar uma fachada de legitimidade institucional do golpe de 2016. Nesse sentido, os golpistas estão obrigados a eleger um candidato com autoridade política suficiente para reunificar o bloco golpista e levar adiante a política entreguista e antipopular, para que o imperialismo possa continuar e aprofundar a pilhagem do nosso país em níveis sem precedentes, assim como busca fazer neste momento no resto do planeta. Impulsionadas por essas manobras da burguesia, surgiram as chamadas “candidaturas abutres”, ou seja, candidatos de tipo Ciro Gomes, Manuela D’Ávila, do PCdoB, Guilherme Boulos, do Psol. Esses candidatos querem se apropriar dos eleitores de Lula como quem se aproveita da car-
caça de um animal atacado por leões, para levar adiante seja a divisão da frente única de luta contra o golpe, seja uma política golpista neoliberal em nome desta luta. A burguesia não quer Lula no governo, o que significa que não pode realizar eleições verdadeiras. Por isso mesmo, Lula está preso e multiplicam-se as manobras ilegais e inconstitucionais para evitar que concorra às eleições. Parte da esquerda, mesmo da esquerda antigolpista, semeia a ilusão de que as eleições seriam o meio para derrotar o golpe. A consequência nefasta desta fantasia de derrubar o golpe pela via eleitoral será a legitimação do golpe de Estado, arrastando toda a população, já amplamente rebelada contra o golpe, a uma verdadeira armadilha política que visa a desarmar esta luta e consolidar o golpe e sua política de guerra contra o povo. O princípio básico da luta contra o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff tem sido, desde o começo, o de “desconfiar das instituições dominadas pelos golpistas e confiar apenas na mobilização revolucionária do povo”. Esta mobilização, que vem crescendo desde a luta para barrar o impeachment, que foi visível na defesa de Lula contra a prisão em S. Bernardo do
O julgamento de Gleisi, marcado para a próxima semana (19/6), deixa mais uma vez a evidência de que os golpistas não deram o golpe no país, retirando do poder uma presidenta eleita, sem nenhum crime, para entregá-lo em seguida pelas vias institucionais. A perseguição política a Lula não é pessoal, mas está calcada na necessidade que os golpistas tem de estabilizar seu governo pró-imperialista, e portanto, qualquer um que se coloque contra isso será acusado, preso ou até morto. O crime de Gleisi Hoffmann é o de lutar contra o golpe, de denunciar os golpistas, de exigir a Liberdade de Lula e de defender que o PT vá com a candidatura de Lula para presidência da República até o fim. Diante disso, todos aqueles que lutam contra o golpe devem denunciar mais essa perseguição política a um dirigente do PT e se organizar através dos comitês de luta contra o golpe para mobilizações de rua. Somente a mobilização popular, sindical com caráter anti-golpista poderá botar um freio nesses ataques aos direitos de toda classe trabalhadora brasileira.
Campo e, mais recentemente, na mobilização dos caminhoneiros, tem sido obstaculizada pela falta de clareza, de iniciativa e de unidade política do muito aguerrido ativismo antigolpista. Nesse sentido, a convocação para a realização da Conferência Nacional aberta dos comitês de luta contra o golpe se torna imprescindível para esse momento em que o governo golpista se defronta com a sua maior crise. É necessária a realização de reuniões com uma ampla discussão política nas cidades, regiões aonde já existem comitês formados, formando novos comitês, a fim de que haja um grande processo de discussão, de esclarecimento, de organização e de mobilização nacional e internacional, que desembocará na Conferência Nacional a ser realizada nos dias 21 e 22 de julho na cidade de São Paulo. Nesse sentido, fazemos um chamado a todos os militantes, ativistas, simpatizantes e comitês de luta contra o golpe de todas as denominações partidárias e ideológicas a participar ativamente desta Conferência Nacional Aberta, inclusive com a apresentação de propostas e teses, contribuindo para que a luta contra o golpe dê um salto de qualidade e seja capaz de alcançar a vitória contra os golpistas nacionais e internacionais e a direita fascista! Abaixo o golpe de Estado! Cancelamento de todas as “reformas” e medidas dos golpistas! Anulação do impeachment ilegal! Liberdade para Lula! Lula presidente!