SEXTA-FEIRA, 15 DE JUNHO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5309
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
STF VALIDA DECRETO DO DEM DE 1995 PARA DEMITIR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS NA BAHIA
WWW.PCO.ORG.BR
Causa Operária Ediçao 1008
O Supremo Tribunal Federal golpista validou nessa ultima terça-feira, 13, o Decreto 4.264 de 1995 promulgado pelo governo do Estado da Bahia, o qual passa por cima da Constituição de 1988 e altera o direito de greve do funcionalismo publico, abrindo precedência, na pratica, para a demissão dos funcionários grevistas, contratação de pessoas para ocupar os cargos daqueles trabalhadores do serviço público que estiverem em greve, o corte de ponto, alem de possibilitar o desconto em folha de pagamento.
ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO Na edição de hoje do DCO, Ciro Gomes, o candidato notícia falsa e as notícias falsas da imprensa golpista. Veja também, uma breve história recente do que é o PSB, um partido burguês que está muito longe da esquerda. Acompanhe ainda a aprovação do aborto na Argentina e o início da Copa do Mundo na Rússia. Conselho Editorial
Paulo Henrique Amorim cumprirá O PSB não é pena por criticar “Negro que não um partido de esquerda; defende o negro” conheça a história Candidato notícia falsa: Ciro inventou o megaempresário que não é especulador Não fosse o golpe de Estado, bem que as eleições no Brasil seriam um espetáculo cômico de se acompanhar. Aqui temos “salvadores da pátria” de diferentes matizes. Políticos ou melhor “curandeiros” que têm a fórmula para resolver todos os males da pobre pátria chamada Brasil.
Ainda em 2008, o jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog, fez uma publicação na qual criticava o jornalista da Globo, negro, Heraldo Pereira, por este ser apenas um contratado da emissora, e, nesse sentido, era um “negro de alma branca”.
Essa frase popular busca denunciar o negro que está a serviço dos interesses do branco, o negro capacho, o “negro da casa”, nos dizeres de Malcolm X, aquele que trabalha a favor do branco contra os interesses do negro. Por isso, negro de alma branca.
Lupa: agência que fiscaliza “notícias falsas” se retrata por publicar “notícia falsa”
Imprensa golpista e Judiciário novamente usam Sítio Atibaia contra Lula
Nem os mortos o golpe deixa descansar: Moro mantém bloqueio de bens de Marisa Letícia
Em nota, Gleisi para Lava Jato: “Acusação forjada para perseguir PT” O Supremo Tribunal Federal, por meio da Segunda Turma, marcou o julgamento da ação penal contra a presidenta do PT e senadora, Gleisi Hoffmann (PR), para a próxima terça-feira (19).
2 | EDITORIAL
NACIONAL| 3
DEMISSÕES NA BAHIA
STF valida decreto do DEM de 1995 para demitir funcionários públicos na Bahia O
Supremo Tribunal Federal golpista validou nessa ultima terça-feira, 13, o Decreto 4.264 de 1995 promulgado pelo governo do Estado da Bahia, o qual passa por cima da Constituição de 1988 e altera o direito de greve do funcionalismo publico, abrindo precedência, na pratica, para a demissão dos funcionários grevistas, contratação de pessoas para ocupar os cargos daqueles trabalhadores do serviço público que estiverem em greve, o corte de ponto, alem de possibilitar o desconto em folha de pagamento. No julgamento, o STF julgou improcedentes as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 1306 e 1335, estas foram ajuizadas pelo Partido dos Trabalhadores, PT e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, a CNTE. As ações afirmam que o Decreto promulgado pelo governo baiano estaria alterando um direito básico presente no artigo 37, inciso VII da Constituição Federal, o direito de greve, o que a torna ilegal. No entendimento da maioria dos ministros do STF, que hoje agem como verdadeiros monarcas, alterando a Constituição Federal ao seu bel prazer, favorecendo sempre os interesses patronais, golpistas e do próprio imperialismo, o decreto elaborado pelo DEM não alteraria o direito constitucional de greve dos servidores, apenas dispõe de medidas administrativas que podem ser adotadas pelos estados contra os servidores que
paralisarem suas funcoes. Essa foi a defesa da presidente do tribunal Cármen Lúcia, a qual foi seguida por mais seis ministros – Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Celso de Mello. O decreto foi elaborado pelo governo baiano, que na época, 1995, era administrado pelo Partido da Frente Liberal, o PFL, hoje conhecido como Democratas, o DEM. O então governador era Paulo Souto. Vale sempre destacar que o DEM e herdeiro direto dos generais golpistas da época da ditadura, no interior do partido encontramos as figuras mais grotescas
e reacionárias do cenário político nacional, como torturadores e ruralistas assassinos. A interpretação do Decreto por Cármen Lúcia e pelos ministros, não passa de puro cinismo. O que os juiz golpistas estão afirmando e que o funcionalismo pode fazer greve, mas assim que o fizerem todos os grevistas serão demitidos pelo Estado, ou seja, e o fim do direito de greve. Trata se de mais uma manobra dessa instituição golpista que há tempos vem passando por cima dos direitos do povo, como por exemplo, autorizando a prisão em segunda instância,
sem que o processo tenha transitado em julgado, como o que ocorreu com o ex-presidente Lula, perseguido político pelos golpistas e pelo próprio STF. Mais uma vez o STF rasga a Constituição em prol dos interesses dos grandes capitalistas, se consolida como uma instituição que está agindo abertamente contra o povo brasileiro. Um tribunal golpista contra toda a população. O golpe de Estado colocou as instituições a serviço dos interesses dos grandes capitalistas, por isso não se pode mais ter a ilusão de que essa situação pode ser revertida pelos meios legais. Nas últimas semanas, por exemplo, vimos o judiciário golpista agindo ilegalmente contra as greves dos petroleiros e dos eletricitários, estipulando multas milionárias as organizações dos trabalhadores e ameaçando as categorias com demissões e perseguições. Trata se de uma ditadura aberta, não há mais garantia de direito algum. A saída, necessariamente, será pela mobilização popular. Nesse sentido e de fundamental importância a organização dos comitês de luta contra o golpe em todos os locais do pais. Nos próximos dias 21 e 22 de julho uma etapa importante dessa luta ocorrera em São Paulo, com a I conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe, uma atividade de extrema importância para organizar a mobilização contra a ofensiva dos golpistas.
“NEGRO DE ALMA BRANCA”
Paulo Henrique Amorim cumprirá pena por criticar “Negro que não defende o negro” A
inda em 2008, o jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog, fez uma publicação na qual criticava o jornalista da Globo, negro, Heraldo Pereira, por este ser apenas um contratado da emissora, e, nesse sentido, era um “negro de alma branca”. Essa frase popular busca denunciar o negro que está a serviço dos interesses do branco, o negro capacho, o “negro da casa”, nos dizeres de Malcolm X, aquele que trabalha a favor do branco contra os interesses do negro. Por isso, negro de alma branca. A crítica política de Amorim resultou em um processo de injúria racial movido por Heraldo Pereira. O processo resultou em uma condenação de Amorim a um ano e oito meses, com cumprimento da pena em regime aberto. Tudo isso em primeira instância. Com recurso, o processo foi para o Supremo Tribunal Federal, na Primei-
ra Turma, que, unanimemente manteve a condenação de Amorim, com base no relatório do ministro Roberto Barroso. O STF, com a decisão, tenta se apresentar como um tribunal democrático, preocupado com o racismo brasileiro. Uma falsidade total. O STF apoiou e apoia o golpe de Estado, em primeiro lugar. Em segundo, a decisão não tem nenhum caráter progressista, muito pelo contrário. O crime imputado a Amorim, na verdade, é um crime de manifestação política, de expressão de um pensamento. A crítica virou crime, e se utilizaram da lei que combate o racismo para punir Amorim. Mesmo que fossem ofensas raciais, palavrões ou qualquer outra ofensa verbal, não é progressista acionar o aparato repressor do Estado (que só cresce) para combater essas práticas.
O que preciso ser feito é uma intensa campanha de denúncia do racismo como um todo e contra o golpe de Estado, que aprofunda a cada dia a desigualdade racial no Brasil. Por outro lado, é preciso lutar por uma imprensa independente, dos negros, capaz de fazer frente aos meios comunicação da burguesia. O racismo, que não foi o caso da posição de Amorim de maneira alguma, precisa ser combatido nas ruas, pela mobilização do povo negro organizado em torno de suas reivindicações mais sentidas, como, por exemplo, o direito à autodefesa e a dissolução da PM. Acionar os órgãos de repressão e o Poder Judiciário (inimigos históricos do povo negro) é o caminho para reforçar o sistema de repressão como um todo, além de inibir o crescimento e desenvolvimento das organizações dos negros e sua luta.
4| NACIONAL
LUPA
Agência que fiscaliza “notícias falsas” se retrata por publicar “notícia falsa” N
esta semana estabeleceu-se uma polêmica em torno da tentativa de um consultor do papa Francisco, Juan Grabois, de visitar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e entregar um rosário abençoado pelo pontífice. O fato foi amplamente noticiado pela mídia alternativa e de esquerda, mas foi acusado por uma agência de “checagem de fatos”, chamada Agência Lupa, de propriedade da Folha, de ser “fake news”. Depois de muito debate e histeria coxinha nas redes sociais, se confirmou que o fato de Grabois ter sido barrado pela Polícia Federal ao tentar entregar o objeto abençoado para Lula era verdade. Ou seja, a agência que acusou os veículos de esquerda
de propagarem uma notícia falsa, de fato divulgou uma notícia falsa. Esse caso só confirma o que já vínhamos afirmando: a campanha das “fake news” é mais um engana-trouxa da direita para atingir a esquerda. Da noite para o dia, diversas agências de “checagem de fatos” surgiram pelo mundo, todas controladas pelos grandes veículos da burguesia, estes sim especializados em enganar o povo através de seu noticiário. É mais um caso no qual a direita imperialista se auto-proclama a “paladina defensora da moralidade e da verdade”, enquanto sabemos que suas ações miram no sentido de acabar com a mídia alternativa e atingir setores de esquerda através de mais esta “arma” chamada “fake news”.
CAMPANHA CALUNIOSA Imprensa golpista e Judiciário novamente usam Sítio Atibaia contra Lula
A
imprensa burguesa, grande agente para o golpe de estado, continua sua campanha falsa e caluniosa contra Lula. Está agora, por meio do pasquim pró-imperialista imperialista “O Estado de S. Paulo”, requentando a velha ladainha sobre o sítio de Atibaia. Uma verdadeira força-tarefa de desmoralização infundada da imagem de Lula, que só cresce nas pesquisas de intenções de voto, mesmo estando injustamente preso. O golpista de plantão no judiciário, o juiz federal Sérgio Moro, ouviu o ex-segurança de Lula, Itamar de Oliveira. Segundo seu depoimento, a mando de Dona Marisa Letícia, ele sempre ia até Atibaia cumprir suas ordens, durante os anos em que trabalhou para o então presidente Lula. Lula nunca escondeu de ninguém, muito menos da justiça burguesa e do público em geral, que sempre frequentou assiduamente o sítio Santa Bárbara em Atibaia. Entre frequentar tendo livre acesso a uma propriedade que é de um amigo e essa proprieda-
de efetivamente sua, o abismo é gigantesco. E por mais que se esforcem em jogar mais esse crime “na conta de Lula”, a população sabe que se trata de uma campanha difamatória. O jornal “O Estado de S.Paulo”, secular em prestar serviços à burguesia tais como o apoio ao golpe militar de 1964, não mede esforços para caluniar Lula sem prova alguma. Diante do fato do próprio Lula já ter reconhecido que frequentava o sítio, a declaração de Itamar de Oliveira não tem relevância alguma, a não ser nas páginas da imprensa golpista, pois essa trata sempre de distorcer a realidade. Para reverter essa situação golpista no Brasil é necessário derrotar o golpe de Estado. Dessa forma, organizar uma greve geral por tempo indeterminado, para a defesa das pautas progressistas do povo tais como a liberdade para Lula, sua participação livre nas eleições, anulação do impeachment de Dilma Rousseff e o fim da intervenção militar no Rio; é a tarefa política do momento.
POBREZA VOLTA AO BRASIL, POR JOTA CAMELO
GROSSOMODO, POR MUNA
NACIONAL|5
DIREITA GOLPISTA DISFARÇADA
O PSB não é um partido de esquerda; conheça a história O
golpe de Estado de 2016 ajudou bastante a situar os partidos políticos dentro do regime. Antes, as diferenças entre as organizações de direita e as organizações de esquerda não estavam bem delineadas, bem como não estava tão claro quem realmente tinha vínculo com o movimento operário. O golpe dividiu os partidos em basicamente duas categorias: os que participaram do golpe e os que lutaram contra. Há também aqueles que não apoiaram o golpe explicitamente, mas colaboraram com este, como no caso do PCdoB, que pediu que Dilma renunciasse, e da Frente Povo sem Medo, que se juntou aos golpistas para fazer campanha contra Dilma. O PSB é um dos partidos cuja imagem foi bastante afetada pelo golpe. Afinal, o partido majoritariamente votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Além disso, seus governadores, como o de pernambucano Paulo Câmara, chegaram desonerar secretários apenas para que voltassem à Câmara e votasse a favor do impeachment. Apesar da postura francamente golpista do PSB, a burguesia ainda faz um grande esforço para que este pareça um partido de esquerda. Is-
so, obviamente, é fundamental para a direita, pois, em tempos se grande impopularidade do regime, é vantajoso ter alguns pseudoesquerdistas no bolso. Tal caracterização, no entanto, é totalmente inaceitável. O PSB não virou um partido direitista apenas em 2016. Por isso, a tese de que seus dirigentes estariam arrependidos do golpe é não apenas mentirosa como absurda. A história do partido mostra isso de maneira cristalina. Se voltarmos quatro anos atrás, veremos o PSB tal qual é hoje: um partido direitista que tenta se passar por um partido popular para roubar votos do PT. Em 2014, o PSB rompeu com PT e lançou um candidato próprio à Presidência. Assim, o PSB, que chegou a ter ministros nos governos do PT, decidiu participar das eleições presidenciais justamente quando o PT tinha o maior risco de perder – no momento em que já se preparava o golpe de Estado. Qualquer semelhança com a candidatura de Manuela D’Ávila não é coincidência. No segundo turno, o Partido não hesitou em apoiar Aécio Neves. Dois anos antes, o PSB teve outro rompimento importante com o PT. Em Recife, capital do Estado em que o PSB detinha maior força, infiltrados
de Eduardo Campos – então presidente do PSB – provocaram uma crise interna dentro do Partido dos Trabalhadores. Como consequência, o PT foi enfraquecido para as eleições municipais e acabou sendo derrotado por Geraldo Julio, do PSB. O PSB estava junto ao PT em Recife desde 2000, tendo inclusive indicado o vice-prefeito em 2008. Qualquer semelhante com o golpe de Temer não é mera coincidência.
Em 2010, o PSB ajudou a eleger, pela primeira vez, um governador do PSDB no Paraná. O nome dele? Beto Richa, mais conhecido como Beto Hitler, especialmente após ter mandado a Polícia Militar massacrar os professores em greve. Qualquer um que retroceda ainda mais na história, verá centenas ou talvez milhares de outros episódios de golpes, traições e vigarices do PSB.
CANDIDATO NOTÍCIA FALSA
Ciro inventou o mega-empresário que não é especulador N
ão fosse o golpe de Estado, bem que as eleições no Brasil seriam um espetáculo cômico de se acompanhar. Aqui temos “salvadores da pátria” de diferentes matizes. Políticos ou melhor “curandeiros” que têm a fórmula para resolver todos os males da pobre pátria chamada Brasil. Um deles, em particular, tem se destacado por procurar parecer ser o que realmente não é. Falamos do notório “abutre” Ciro Gomes. Esse paulistano crescido no sertão cearense foi “líder” em sua juventude do partido da ditadura militar, a ARENA, controlada naquele estado pelos antigos “coronéis” das oligarquias cearense. Com o ocaso a ditadura, foi “adotado” pelo candidato a novo “coronel”, agora sob o manto da “Nova República”, o megaempresário e representante da Coca-Cola e da Rede Globo no Estado, o atual senador Tasso Jereissati. Como o novo era ser “progressista”, o garoto da ARENA, buscou uma carapuça que escondesse o que realmente é. Do alto do seu personalismo evoluiu de pupilo para parceiro do “novo coronel” cearense e construiu o seu próprio “puxadinho” no Estado. De governador do Ceará, chegou a ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, em substituição ao então ministro Fernando Henrique Cardoso, para dar prosseguimento à imple-
mentação do Plano Real, a base sobre a qual se ergueu a primeira onda neoliberal no Brasil, em meados dos anos 90, justamente com o candidato a presidência escolhido pelo imperialismo e pelo grande capital nacional, FHC, em uma das maiores manipulações políticas já ocorridas até então no país, talvez superada apenas pelo Golpe de Estado de 2016. Diante do seu “voo” nacional, embora não mais no PSDB, Ciro foi uma peça na engrenagem daquele partido nas eleições 2002 e 2006, foi candidato pelo PPS, um “laranja” do PSDB, na tentativa de tirar votos do PT e levar
às eleições para um segundo turno, permitindo, no mínimo, um maior comprometimento do PT com os partidos do regime político. Esses breves relatos da trajetória de Ciro mostram, que não estamos diante de uma candidatura de esquerda, muito ao contrário. Embora travestido de esquerdista, Ciro é uma figura de confiança da direita. Todas as suas bravatas contra o golpe, não passaram disso: meras bravatas. Ciro é uma jogada de marketing, trata-se de um político infiltrado com objetivo de aparentar o que realmente não é.
No atual momento, o ensaboado Ciro, tem uma certeza. Nada de Lula. Sua candidatura se coloca como busca ainda vir a ser o “Plano B”, por isso as tratativas com o PCdoB e o PSB, mas nunca sem esquecer o DEM. Existe ainda o outro lado, porque não o candidato do “centro”, leia-se, dos golpistas, diante da falta de candidatos da direita? Tem ainda a possibilidade da “candidatura de conciliação nacional” contra, nas palavras do próprio candidato bravateiro o “boçal despreparado”, Jair Bolsonaro. Mas como no mundo nem tudo são flores, haja sabão para manter o discurso de uma no cravo e outra na ferradura. Ao tempo em que esbraveja contra o capital financeiro; “do mercado financeiro, em nenhuma hipótese”, ao se referir ao seu candidato a vice em recente encontro com prefeitos de Santa Catarina, tem como um dos seus patronos o megaempresário, que não é especulador (imagina, é capital produtivo!), Benjamin Steinbruch. Steinbruch, um possível vice de Ciro, não apenas é especulador, como é homem de confiança do imperialismo. Basta ver o seu papel como um dos principais articuladores do golpe de Estado no Brasil. O Ciro notícia falsa é justamente o que ele é. Um candidato da direita para virar a página do golpe no país.
6 | NACIONAL
BLOQUEIO DE BENS
Nem os mortos o golpe deixa descansar: Moro mantém bloqueio de bens de Marisa Letícia E
stá comprovado e ratificado: Moro é um fascista malandrão. O juiz malandro de Curitiba deixou de apreciar, desde janeiro/2018, um pedido liminar para liberação do espólio da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Diante da esperteza do juizeco, os advogados de defesa apresentaram recurso no TRF-4 para que ele apreciasse o pedido liminar em até três dias. O pedido foi deferido. No mesmo dia do julgamento do recurso, o capacho de Curitiba resolveu decidir acerca do pedido. No entanto, resolveu manter a penhora dos bens até sentença, sob o argumento
de que a origem dos bens não teria sido totalmente esclarecida. Como se pode verificar, trata-se de uma decisão arbitrária e que contraria os princípios constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal, isto é, o malandrão quer que a defesa prove que os bens são lícitos. É uma completa inversão das garantias constitucionais, pois a cidadã que não está viva precisa demonstrar que é inocente. A defesa do espólio, que também é a mesma do ex-presidente Lula, declarou acertadamente que a decisão não encontra respaldo jurídico.
PERSEGUIÇÃO
MOVIMENTO OPERÁRIO
Em nota, Gleisi para Lava Jato: “Acusação forjada para perseguir PT”
O
Supremo Tribunal Federal, por meio da Segunda Turma, marcou o julgamento da ação penal contra a presidenta do PT e senadora, Gleisi Hoffmann (PR), para a próxima terça-feira (19). A ação penal é parte da perseguição política ao PT – e em particular à senadora, por sua conduta decidida e combativa na luta contra o golpe de Estado, pela liberdade do ex-presidente Lula e por sua candidatura – por parte da golpista operação Lava-jato, que a originou, e do golpe em geral. Expressa o recrudescimento da perseguição política da repressão do regime golpista a toda forma de oposição. Na última semana o ministro revisor da golpista e ilegal Lava-jato na Corte, Celso de Mello, liberou o caso para o julgamento, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente da Segunda Turma marcou a data do julgamento da acusação falsa contra a senadora e seu marido Paulo Bernardo. Acusação que não deveria nem mesmo ter sido aceita, caso a Corte estivesse comprometida minimamente com o devido processo legal. É uma acusação claramente forjada, fruto de delação premiada feita sob medida e sem qualquer prova material, como é de praxe na operação golpista, que gerou a denúncia. De acordo com um delator, Paulo Roberto Costa, à Lava jato, Gleisi, por meio de Paulo Bernardo, também acusado, teria pedido e recebido, em 2010, dinheiro que poderia ter saído de “esquemas” da Petrobras.
Evidentemente, nada de concreto existe na acusação. O que existe de fato é uma operação orquestrada de perseguição política permanente, levada adiante pelos golpistas da Lava-jato e as instituições golpista em geral contra a senadora, contra o PT e a esquerda nacional. Trata-se de mais um golpe inadmissível. A Segunda Turma do STF tem, por obrigação, que respeitar a lei e inocentar a senadora Gleisi, de acusação infundada. É necessário se mobilizar para impor que a Corte, que se destaca por rasgar e jogar fora, a cada julgamento, novas páginas da Constituição, respeite a lei e os direitos democráticos da senadora e de todos os brasileiros. Em nota a presidenta do PT denuncia a perseguição política disfarçada de acusação. Leia aqui a nota: Recebi com serenidade a notícia de que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar, na próxima terça-feira (19), a ação penal em que fui injustamente denunciada, sem qualquer prova ou indício de crime. Trata-se de acusação forjada nos subterrâneos da Lava Jato, onde criminosos condenados negociam benefícios penais e financeiros em troca de delações mentirosas, que servem à perseguição política contra o PT e os nossos dirigentes. No meu caso, a cada falsidade desmascarada durante o processo, os criminosos foram mudando seus depoimentos e mentindo cada vez mais. É escandaloso que a Procuradoria Geral da República (PGR) tenha oferecido denúncia contra mim em vez de punir os que são acobertados pela Lava Jato. Há quatro anos, aguardo o desfecho dessa trama. Nada vai apagar o sofrimento causado a mim e a minha família, os danos a minha imagem pessoal e política, mas vejo com alívio o dia em que a Justiça terá a oportunidade de me absolver e restaurar a verdade. Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Campanha salarial dos bancários: organizar a luta contra o golpe para derrotar os banqueiros golpistas
N
a última quarta-feira (13), em São Paulo, foi entregue pelo Comando Nacional dos Bancários à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a pauta de reivindicações da categoria bancária, dando início as negociações. A campanha salarial dos bancários 2018 se realizará em meio a uma intensa ofensiva dos banqueiros com a retirada dos direitos e conquistas, da política de demissão em massa na categoria, assédio moral, descomissionamento, transferências compulsórias, arrocho salarial, etc. Os lucros dos bancos têm aumentado na mesma proporção que a exploração dos trabalhadores bancários. A reestruturação do setor, promovida nas últimas duas décadas, junto com as fusões, privatizações, desregulamentações, a redução acentuada dos custos operacionais e o uso intensivo da informática, levou à prática de uma política de arrocho salarial agressiva pelos bancos baseada na transformação das agências em lojas de vendas e negócios, junto com as demissões de antigos funcionários, a contratação de estagiários e de ex-funcionários através de empresas terceirizadas. Os lucros dos bancos contrastam com a deterioração dos rendimentos dos trabalhadores assalariados, hoje o salário de ingresso de um bancário de banco privado não chega a R$ 2.000,00 enquanto que um trabalhador de banco público o piso passa um pouco disso. Nos últimos dois anos foram fechados cerca de 40 mil postos de trabalho e consequentemente a demissão dezenas de milhares de trabalhadores. Os bancários, nesta campanha, estarão diante de uma gigantesca movimentação golpista e da ofensiva da direita. Deverão lutar contra a política
econômica, levada adiante pelo representante dos banqueiros nacionais e internacionais no governo golpista, que coloca em prática o plano de terra arrasada contra os trabalhadores; bem como se opor à “alternativa” da direita golpista que é intensificar a política de expropriação em favor dos banqueiros e dos grandes monopólios internacionais. Os golpistas já anunciaram nos quatro cantos do mundo que pretendem privatizar os aeroportos, as ferrovias os portos, Petrobras, Eletrobras, CEF, BB, etc. Estão entregando a preço de banana para o capital estrangeiro todo o pré-sal. A 20ª Conferência dos Bancários, realizada recentemente em São Paulo, aprovou a pauta de reivindicações, dentre elas um “aumento” real de 5%, quando a categoria, em alguns bancos, as perdas salariais passam de mais de 60%, além disso é um reajuste que entra em contradição com relação os fabulosos lucros dos banqueiros apurado nos últimos 2 anos. A campanha salarial dos bancários se dará em um momento decisivo no processo golpista, a unidade com outras categorias deve ser um momento para uma mobilização mais efetiva para a organização da paralisação nacional para derrotar o golpe e os banqueiros contra a política de ataques aos trabalhadores para beneficiar meia dúzia de parasitas capitalistas.