Edição Diário Causa Operária 5312

SEGUNDA-FEIRA, 18 DE JUNHO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5312

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

Mais uma medida ecológica dos tribunais: três tucanos se livram da prisão

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Ceará: termina eleição do Sindicato dos agentes de Saúde

SÉRGIO MORO ESTÁ NA COPA DO MUNDO DE 2018 Na estreia do Brasil na Copa do Mundo, ficou claro que está montado todo um esquema para que o Brasil não seja campeão, e para isso, a arbitragem está afinada com o golpe de Estado, com o imperialismo.

Causa Operária Ediçao 1009

ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO Na edição de hoje do DCO,a repercussão do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo, as posições da esquerda pequeno-burguesa e a pressão do imperialismo contra a Seleção.

Veja também matéria sobre os apoiadores de Ciro Gomes que invertem a realidade dizendo que Ciro pode ganhar de Bolsonaro para convencer de que não se deve votar em Lula.

Conselho Editorial

Plano B é fraude: Lula esmaga Lupa: agência que fiscaliza Política Bolsonaro, Ciro empate e pode perder “notícias falsas” se retrata por internacional, greve geral no publicar “notícia falsa” Brasil e Copa do Imprensa golpista e Mundo, tudo isso na Análise Política Judiciário novamente usam da Semana

Sítio Atibaia contra Lula

Diante da crise do golpe, unificar a luta em torno da greve geral

Um setor da esquerda outros setores da esquerda pequeno-burguesa ainda de que Ciro Gomes, o aliainsiste em martelar falácias do da FIESP, e apadrinhado e refratar a luz da situação de Tasso Jereissati, seria o O golpe de Estado no Bra- política, querem por todos caminho para derrubar a disil e sua política de devastação os meios tentar convencer reita. dos direitos da população começa a encontrar resistência Coxinha reacionário quer impedir de determinados setores da população, o que é um indício mobilização do futebol na Vila de um ascenso da mobilização Madalena, em São Paulo popular contra os golpistas.

EDITORIAL

VAI TER QUE SER NA MARRA Alguns brasileiros estavam se perguntando, antes de começar a Copa do Mundo, se uma vitória da Seleção Brasileira não seria usada pelos golpistas, até mesmo por Michel Temer, para fazer propaganda do golpe de Estado.

COLUNA

Futebol: expressão popular contra a burguesia Por Henrique Áreas

2 | EDITORIAL COLUNA

EDITORIAL

A

Vai ter que ser na marra

lguns brasileiros estavam se perguntando, antes de começar a Copa do Mundo, se uma vitória da Seleção Brasileira não seria usada pelos golpistas, até mesmo por Michel Temer, para fazer propaganda do golpe de Estado. Alguns até chegaram a colocar em suspeita se o imperialismo, por meio da FIFA, não favoreceria uma vitória do Brasil para esse intuito.

Tais ideia serviriam para justifica que o brasileiro não deveria torcer para a Seleção na Copa.

A ideia de não torcer para a Seleção Brasileira já seria absurda por si só, afinal, para quem se torceria?

Para uma seleção de um país imperialista? Para outro País pobre que passa pelos mesmos problemas que o Brasil? Contudo, o primeiro jogo da Seleção Brasileira, ontem contra a Suíça, mostrou que a política do imperialismo está muito longe de ser dar a vitória para o Brasil.

Em primeiro lugar é preciso dizer que a ideia de que a impopularidade gigantesca dos golpistas seria minimamente revertida com a Copa é absurda. Nesse momento, a crise dos golpistas é tão grande que nem mesmo um milagre poderia reverter a situação. É mais provável que ocorra o contrário, que com a vitória do Brasil o povo saia na rua e isso coloque a população em choque com a direita, que quer o povo dentro de casa, longe das ruas.

Do ponto de vista internacional também não faz sentido a ideia de que o imperialismo daria a vitória para o Brasil. A crise imperialista é generalizada e para os países imperialistas, do ponto de vista político, é mais vantajoso dar a vitória para um time europeu, como a França ou a Espanha, por exemplo. Mas há ainda o problema econômico. A vitória de um país imperialista significa milhões e milhões de dólares a mais para os monopólios imperialistas do que a vitória de um País pobre como o Brasil. A euforia gerada por uma vitória de uma seleção europeia resulta na movimen-

tação de um mercado gigantesco, incomparavelmente maior do que o mercado brasileiro ou de qualquer outro País pobre.

O imperialismo não tem motivos para facilitar o jogo para o Brasil, nem econômico, nem político. A partida contra a Suíça mostra claramente isso. A influência da arbitragem sobre o resultado do jogo foi escancarada. Tudo torna-se ainda mais claro se levarmos em conta a nova regra da FIFA do uso de tecnologia como vídeo e chip para jogadas duvidosas. Enquanto que na partida contra a França o recurso foi usado mais de um vez, na partida do Brasil, nos dois lances polêmicos, o gol irregular da Suíça e o pênalti sofrido por Gabriel Jesus, o recurso foi dispensado. E quem decide sobre o uso ou não do recurso? A arbitragem escalada pela FIFA. A roubo descarado contra o Brasil tem um motivo claro: a superioridade técnica da Seleção sobre as demais. O Brasil só pode ganhar a Copa do Mundo como ganhou as outras cinco, na marra, passando por cima dos obstáculos que serão colocados contra o time. Obstáculos internos e externos. O futebol brasileiro, que é muito superior em técnica e habilidade sobre o das outras seleções, tem plenas condições de passar por cima do esquema montado pela FIFA. Esse jornal, momentos antes de começar a Copa, explicava a importância de torcer pelo Brasil e lutar contra o golpe e pela liberdade de Lula. Fica claro que a luta da Seleção Brasileira para ganhar a Copa, passando por cima do esquema montado pelo imperialismo, ou seja, a luta da cultura do futebol brasileiro contra a máfia imperialista do futebol europeu, em grande medida coincide com a luta contra o golpe. Para libertar Lula e derrotar o golpe, a maioria do povo brasileiro vai precisar passar por cima das arbitrariedade dos Juízes. Será preciso mobilizar o povo garantir a vitória contra os golpistas na marra.

No futebol e na política, vai ter que ser na marra!

E O GOLPE CONTINUA, POR JOTA CAMELO

Futebol: expressão popular contra a burguesia Por Henrique Áreas de Araujo

E

m todos os países, as manifestações e a culturas populares em geral se opõem às tendências aristocráticas da burguesia. No caso do esporte é comum, em vários países, que determinados jogos sejam identificados com a classe operária e as camadas mais pobres e outros com as camadas mais endinheiradas. O futebol é um esporte em geral, na maioria dos países, identificado com a classe operária, por isso é tão popular no mundo todo.

No Brasil, essa característica é bem definida. O futebol é parte da cultura popular brasileira. Ele movimenta amplas massas de trabalhadores no que é potencialmente uma enorme mobilização do povo. Basta uma breve análise para ver que, justamente pelo caráter popular desse esporte, a burguesia não gosta de futebol. Existe uma confusão no meio da esquerda pequeno-burguesa que confunde a exploração do futebol pela burguesia em busca de seus interesses, do lucro que resulta desse enorme mercado que é o futebol, com uma identificação do esporte com a classe dominante. A burguesia atura o futebol porque na medida em que consegue controlar para garantir seus lucros, existe uma intensa luta contra o futebol, basta olhar para a constante perseguição às torcidas organizadas, o encarecimento dos preços dos ingressos nos estádios, a proibição de manifestações de rua em torno do esporte, a repressão policial nos estádios.

O golpe no Brasil deixou claro também que essa burguesia, que é quem

dá a orientação política para os coxinhas, tem verdadeiro asco do povo e da cultura brasileira. Embora tenham usado a camisa da Seleção nos coxinhatos, a maioria ali desprezo o Brasil e sua cultura. São amantes dos Estados Unidos.

Um aspecto importante, portanto, é que o futebol, assim como as diferentes formas de expressão da cultura popular, são uma maneira encontrada pelo povo de se afirmar diante das classes dominantes. Enquanto o opressor tem poder e dinheiro, usa a força bruta para reprimir, o povo procura mostrar-se inteligente, procura desenvolver a criatividade para enfrentar o opressor. Esse mesmo caso explica também o sentimento nacionalista do Brasil diante das seleções dos Países imperialistas. O futebol é a maneira que o povo brasileiro expressa a luta contra a opressão dos colonizadores e isso é mais claro ainda no futebol por se tratar de um esporte praticado no mundo todo.

Portanto, a cultura popular, e no caso brasileiro o futebol tem importância ainda maior nesse sentido, faz parte da formação da personalidade das camadas populares contra a burguesia. A ideia de que o futebol é da burguesia, ou que é um simples mecanismo de manipulação da burguesia, é não compreender a importância da cultura popular para a luta do povo, ou seja, é tratar o terreno da cultura, e por consequência da arte, como algo meramente supérfluo ou artificial, sem nenhuma relação com a luta de classes.

ATIVIDADES

POLÍTICA INTERNACIONAL, GREVE GERAL NO BRASIL E COPA DO MUNDO, TUDO ISSO NA ANÁLISE POLÍTICA DA SEMANA

A

ssista à importante edição da Análise Política da Semana desse sábado (16), programa consagrado de Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, na Causa Operária TV (COTV), e entenda a posição estratégica chave que a greve geral tem em derrubar o governo golpista. Além disso, não perca a explicação operária do significado da Copa do Mundo e do futebol em geral como fenômeno popular derivado da luta de classes.

A Copa do Mundo é uma importante oportunidade de fazer o debate político contra o governo golpista e em favor da reunião de todos os operários em favor de seus próprios interesses de classe, unificados pela palavra de ordem geral Abaixo o golpe e Liberdade para Lula. A mobilização revolucionária das massas é a única forma de conter e derrubar o golpe.

Por isso, é preciso que todas as opor-

tunidades de agregação social sejam utilizadas para levar o povo a luta.

Nessa edição da Análise, Rui também deixa claro a importância de fazer frente a “lei anti-greve” efetivada com as multas exorbitantes aos grevistas e sindicatos. É bancar a multa ou ignorá-la. Mas é preciso fazer greve. A greve forte e continuada, por si mesma, é uma forma de erradicar as arbitrariedades que visam impedir a permanência das greves. Rui Pimenta cita, nesse tópico, a importância das greves do ABC para a derrubada da ditadura.

Para efetivar a luta contra o golpe e por a campanha de Lula Livre nas ruas, haverá a Conferência Nacional Aberta, chamada pelos Comitês de Luta Contra o Golpe, pelo PCO e apoiada por importantes setores do PT e da CUT. Veja mais sobre isso e sobre todos os fatos fundamentais do Brasil e do mundo abaixo, na Análise Política da Semana.

NACIONAL| 3

PLANO B É FRAUDE

Lula esmaga Bolsonaro, Ciro empate e pode perder U

m setor da esquerda pequeno-burguesa ainda insiste em martelar falácias e refratar a luz da situação política, querem por todos os meios tentar convencer outros setores da esquerda de que Ciro Gomes, o aliado da FIESP, e apadrinhado de Tasso Jereissati, seria o caminho para derrubar a direita.

Nesta semana, Miguel do Rosário publicou no O Cafezinho, uma matéria que faz prova de um sofismo argumentativo enorme. Ele tenta explicar que a candidatura de Lula – aquela que tem 39% dos votos, segundo a própria imprensa golpista – seria uma opção arriscada, pois segundo dados do Datafolha, Lula não é um cenário popular em certos setores da classe média, e seu eleitorado é composto pela parcela da população brasileira que recebe menos de dois salários mínimos, parcela que, supostamente, está mais sujeita a não votar nas eleições. Já a candidatura de Ciro Gomes – aquela que nem se somada a ou-

tras candidaturas consegue derrotar a de Lula – seria uma melhor opção, já que ele conseguiria bater de frente com Bolsonaro nos votos daqueles que recebem mais de cinco salários mínimos e têm meios para financiar

as campanhas, e, segundo Miguel, seriam proporcionalmente mais presentes nas urnas.

Também foi escrito que Lula teria uma desvantagem alta na hora dos debates por conta da sua condena-

ção em segunda instancia, e isso seria muito explorado pelos seus inimigos, e para contornar isso, teria que bater na justiça, justiça essa que pode cassar sua candidatura. Esta linha de raciocínio, além de querer justificar uma aliança com o candidato que faz coro com a direita, como muitas vezes demostrado aqui, também mostra uma total confusão política, pondo suas esperanças numa parcela minoritária da população. A maior parte da população brasileira está voltando para a miséria e sabe a diferença que o governo Lula, mesmo que com suas tímidas reformas, proporcionou a ela, e por isso está pronta a defender Lula com unhas e dentes, isso é visível em todas as pesquisas, mesmo as da imprensa golpista.

Não podemos cogitar eleições sem Lula, estaríamos baixando a cabeça diante uma perseguição política, e ao maior líder do Brasil, aquele que tem mais recursos para se defender dentre a esquerda.

PROIBIDO TORCER

GREVE GERAL

Coxinha reacionário quer impedir mobilização do futebol na Vila Madalena, em São Paulo

Diante da crise do golpe, unificar a luta em torno da greve geral O

A

poiador de Aécio Neves e de João Doria, o presidente da coxinha Associação de Moradores da Vila Madalena, Cássio Calazans, quer impedir tomada das ruas da Vila Madalena, importante bairro da zona Oeste da capital paulista, pela juventude e pelo povo durante os jogos do Brasil.

Para isso, Calazans se reuniu com órgãos de segurança pública e definiu medidas para evitar que o povo tome as ruas da Vila Madalena durante os jogos, entre elas impor que os bares da região coloquem apenas TVs internas e que as ruas principais, como a Aspicuelta, sofram mudanças nas normas de trânsito e passe a ser proi-

bido estacionar. Além disso, também ficou acertado com a prefeitura que não ocorrerão eventos, para não estimular a população a tomar as ruas.

Segundo o coxinha Cássio Calazans, “a ideia é evitar vendedores ambulantes”, mas este ataque não é o principal objetivo dos coxinhas, o principal objetivo é procurar impedir a mobilização popular em torno do futebol, que assim como o carnaval, que mostrou a mobilização popular contra o golpe de Estado, que ficou claro no carnaval de rua e até no desfile da escola de samba Paraíso do Tuiuti, o futebol também pode se transformar em importante elemento mobilizador popular contra o golpe.

golpe de Estado no Brasil e sua política de devastação dos direitos da população começa a encontrar resistência de determinados setores da população, o que é um indício de um ascenso da mobilização popular contra os golpistas. A greve dos caminhoneiros, que colocou o governo golpista contra a parede é um indício desse fato. A política de privatização da Petrobrás, levada a cabo pelos golpistas, fez com que os preços dos combustíveis fossem regulados diretamente pelo mercado internacional, elevando o preço da gasolina e do diesel. A paralisação a nível nacional dos caminhoneiros colocou a política privatista do golpe na defensiva. Ao mesmo tempo, os petroleiros iniciaram uma greve em defesa da Petrobrás, a qual foi perseguida pelo Judiciário golpista.

As recentes pesquisas de intenções de votos revelam que Lula, mesmo preso, lidera com ampla margem em relação aos candidatos da direita.

Uma expressão também do repúdio popular ao golpe e retirada completa dos direitos do povo. Nesse sentido, os golpistas e o próprio imperialismo não conseguem impor de maneira acabada o projeto de terra arrasada contra todo o povo brasileiro.

Uma das principais lições da greve dos caminhoneiros foi a demonstração, na prática, de que somente a mobilização popular pode levar a alguma vitória diante dos golpistas.

Enquanto a maior parte da esquerda deposita suas fichas na via eleitoral e nas instituições, completamente controladas pelos golpistas, haja vista as

multas impostas ilegalmente pelos juízes contra os sindicatos grevistas, os caminhoneiros paralisaram em todo o país e conseguiram desestabilizar completamente o governo e o golpe.

E necessário, portanto, impulsionar essa tendência à mobilização, materializá-la em uma greve geral de toda a classe trabalhadora brasileira que coloque em questão as privatizações, o ataque à CLT, a aposentadoria, a perseguição politica aos direitos do povo, a liberdade para o ex-presidente Lula e todos os presos políticos e a derrota do golpe de estado. A Central Única dos Trabalhadores, a CUT, e a única organização capaz de realizar essa mobilização e dirigi-la de maneira clara contra os golpistas.

Nesse viés, também ganha fundamental importância a realização da I Conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe que sera realizada em São Paulo nos 21 e 22 de julho próximo. A atividade reunirá ativistas, militantes e companheiros das mais diversas regiões do país e debatera e encaminhara um plano de lutas para a atual conjuntura politica. Um passo de suma importância na organização da greve geral e da luta que sera travada no próximo período.

4| NACIONAL

EM PROL DA FAUNA

Mais uma medida ecológica dos tribunais: três tucanos se livram da prisão M

ais uma medida tomada em prol da fauna do nosso país, a justiça brasileira está trabalhando dia e noite para poder manter nossos tucanos livres e despreocupados.

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça arquivou a segunda investigação do processo apelidado de “trensalão”, essa investigação tratava sobre as licitações fraudadas em trechos da linha 2 do Metrô de São Paulo durante o governo de Geraldo Alckmin, José Serra e Alberto Goldman do PSDB e Claudio Lembo do DEM, o contrato recebeu 8 incisões a última sendo feita em setembro de 2011. O nome das empresas e dos executivos não foram divulgados. O STJ também decidiu que não se encaixavam na tipificação de cartel.

Do lado do STF foram arquivadas as investigações de dois tucanos, trata-se do o chanceler Aloysio Nunes e do senador Ricardo Ferraço. Também foi arquivado um processo envolvendo a

dupla de senadores: Eduardo Braga do MDB e Omar Aziz do PSD. Aloysio Nunes era investigado por ter recebido R$ 200 mil não declarados para a sua campanha de senador em 2010, o dinheiro teria sido enviado pela UTC segundo a delação de Ricardo Pessoa. Celso de Mello arquivou o processo a mando da PGR. Ferraço também não declarou dinheiro de campanha, mas dessa vez recebido pela Odebertch. Foi o Ministro Barroso – sim aquele mesmo que a globo vende como paladino da luta contra a corrupção – que arquivou essa investigação.

No que diz respeito à dupla de senadores, os dois são acusados de receber propina na construção da ponte em rio Negro durante o mandato de governador de Eduardo Braga. O relator nesse caso é Alexandre de Morais.

Parece que quando se trata de preservar a fauna do Brasil a justiça não

é tão implacável quanto na perseguição política de petistas, ninguém chega nem perto de tocar num tucano do

PSDB, e a regra vale também para os amigos, pois quem é amigo de tucano, tucano é.

MOVIMENTO OPERÁRIO

Ceará: termina eleição do Sindicato dos agentes de Saúde A

votação [ara a nova diretoria do Sinasce (Sindicato dos agentes de saúde e endemias do Ceará) ocorreu dia 15 de junho e a apuração dos votos começou logo em seguida, o resultado foi conhecido na manhã de sábado (16), a chapa 1 saiu vitoriosa.

A chapa 1 obteve 966 votos, a chapa 2 obteve 955 votos e a 3 obteve 177 votos, cabe destaque para chapa 3, que embora tenha ficado em último teve uma expressiva votação para quem não tinha estrutura financeira para a disputa.

Desde o início do processo a disputa entre chapa 1 e 2 foi acirrada, com troca de acusações entre elas, mostrando que o interesse maior das mesmas era ganhar a eleição, nem que fosse no tapetão.

Durante as eleições, uma chapa acusava a outra de transportar eleitores, de dar camisa, de comprar votos e etc, a chapa 3 em nenhum momento foi acusada de nada e nem mesmo os membros usavam camisas da chapa.

Depois de um tumultuado processo de votação, com troca de agressões físicas e verbais entre as chapas 1 e 2, foi iniciado o processo de apuração e os conflitos se intensificaram.

Logo na apuração da primeira urna, a chapa 2 se recusou a contar os votos da mesma, pois o número de cédulas na urna era inferior ao de assinaturas dos votantes, fato normal, visto que o eleitor pode muito bem não depositar o voto na urna e levar a cédula consigo.

Na urna 21, nova confusão, antes de ser aberta, membro da chapa 2 obser-

va um pequeno buraco na mesma, por onde poderiam ter entrado ou saído votos. A comissão eleitoral decidiu abrir as duas urnas, a urna 1, assim como outras tinha menos votos que as assinaturas, logo o critério dela não poderia ser diferente, apenas a chapa 2 foi contra.

Na urna 21, após sua abertura, foi constatado que o número de votos foi exatamente igual aos de assinaturas

e todas as cédulas estavam devidamente assinadas pelos mesários indicados pelas três chapas.

Um fato importante é que a urna 1 e 21 eram as da sede do sindicato e que pelo número expressivo de pessoas com a camisa da chapa 1, já se esperava que a mesma vencesse em ambas, por isso o interesse da chapa 2 em impugnar as mesmas.

Terminada a eleição ficou claro que o interesse tanto da chapa 1 como da 2 era apenas se manter no comando da burocracia, já que os candidatos a presidente compõem a antiga gestão, já a chapa 3 era formada por militantes do PCO e por independentes e era a única que de fato lutava para devolver o sindicato nas mãos da categoria.

NACIONAL|5

ECONOMIA

A inflação e as suas implicações para a greve geral A

crise econômica vem se agravando cada vez mais no Brasil. A internacionalização da economia brasileira é muito grande. Já em 2016, com o golpe de Estado, a margem de lucro das empresas brasileiras caiu 35%.

Com esse crescimento da internacionalização da economia e a atual desvalorização do real, os preços tendem a subir de uma maneira bastante rápida, dada a subida do dólar.

Pois vários itens tanto de consumo, quanto que compõem mercadorias são importados e cotados em dólar.

Se o governo não conseguir controlar o dólar, é possível que haja no Brasil uma crise inflacionária muito grande.

A crise inflacionária, por constatações históricas, tende a criar uma situação pré-revolucionária numa onda muito grande de greves.

O que ameaça acontecer nesse momento é muito semelhante com a situação do final da Ditadura Militar: governo desacreditado e inflação alta. O governo golpista atua da mesma forma, reajustando o salário mínimo abaixo da inflação e inviabilizando, por meio do judiciário, que as greves se concretizem.

O que há no país hoje é uma recessão econômica, muito agravada pela política do governo golpista. Não há crescimento nenhum na economia brasileira e os trabalhadores sentem na prática o crescimento do desemprego e das demissões. Já existe, no

Brasil, uma situação propícia para levar adiante uma greve que englobe todos os setores organizados e convocar os trabalhadores e a juventude a saírem às ruas. Isso traria uma virada histórica na situação política brasileira.

Uma das coisas que mantém o imperialismo no controle da situação política é a paralisia da classe operária. A inflação, no entanto, derrubaria os alicerces dessa paralisia. Mas a situação seria definida apenas na luta política entre setores populares e o imperialismo.

Uma greve geral contra as privatizações, contra a política do imperialismo para o petróleo brasileiro, contra o desemprego e contra as reformas trabalhista e previdenciária pode unificar todas as expectativas dos setores populares contra as medidas do governo golpista.

Isso deve ser colocado em primeiro plano. A situação vem evoluindo à esquerda. No entanto, uma parte do movimento popular está de olho nas eleições, que são uma ratoeira colocada pelos golpistas. Só haverá eleições se os golpistas souberem que podem garantir a sua vitória.

Enquanto alguns setores discutem a eleição como a única saída possível para a crise política brasileira, do ponto de vista operário, popular e democrático a única saída é a mobilização popular na forma de uma greve geral.

Inscreva-se para participar da conferência nacional Temer efetiva general no aberta de luta contra o golpe Ministério da Defesa

MILITARES NO COMANDO

E

sta semana, Silva e Luna foi efetivado pelo golpista Michel Temer como Ministro da Defesa. É a primeira vez, desde sua criação, em 1999, que esse cargo é comandado por um militar.

Luna era ministro interino, substituindo Raul Jungmann, que, atualmente, está no Ministério da Segurança Pública.

A perda total de controle e poder de Temer já foi perceptível diversas vezes. A militarização de seu governo é um exemplo. Desde o decreto dos militares de Garantia da Lei e da Ordem, a lei que afirma que os militares serão responsáveis por julgar os seus em casos de crimes cometidos, até a intervenção militar no Rio de Janeiro.

Atualmente a Casa Civil, a Fundação

Nacional do Índio e a Agência Brasileira de Inteligência são comandadas por militares.

Os militares orquestram o golpe no país. Cometem verdadeiros massacres e foram os responsáveis pelo pior período da história do país: a ditadura militar, na qual inúmeros são os casos de mortos, desaparecidos e torturados, além da devastação da economia nacional.

Os avanços dos golpistas devem ser barrados imediatamente. Nesse sentido é fundamental a luta contra o golpe e pela liberdade de Lula, bem como pelo seu direito de ser candidato. É através da mobilização popular, com uma política ofensiva de todos os setores populares, que será possível derrotar o golpe.