Edição Diário Causa Operária 5315 by Diário Causa Operária

QUINTA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5315

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

Frigorífico Cardeal não fornece o Comunicado de Acidentes do trabalho (CAT)

WWW.PCO.ORG.BR

EUA saíram do Conselho de Direitos Humanos para violar direitos na fronteira mais à vontade

PARA QUE PROVAS? MERCADO QUER LULA PRESO, ESSA É A SENTENÇA DOS CAPITALISTAS

Causa Operária Ediçao 1009

Por meio do site Infomoney, os oráculos do mercado mandaram um aviso às autoridades brasileiras: o núcleo duro do golpe – o grande capital internacional – quer ver Lula não apenas longe das eleições, mas encarcerado e impedido de atuar politicamente.

ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO Na edição de hoje do DCO, leia artigo sobre a absolvição de Gleisi Hoffmann, senadora e presidenta do PT. Veja também as matérias sobre os candidatos abutres. Ciro janta com representantes dos golpistas DEM, PP e Solidariedade para fechar aliança. Boulos diz que dará indulto a Lula “se for eleito”. E acompanhe todas as polêmicas e a cobertura da Copa do Mundo de futebol.

Conselho Editorial

Banquete com golpistas: Boulos quer tirar votos de Se pudesse, a Lula prometendo dar indulto Ciro Gomes janta com representantes do DEM, do PP direita golpista ao ex-presidente COLUNA

e do SD para articular aliança

acabaria com a cultura

PSOL foi caluniado: partido defende sim a Lava Jato, operação golpista que prendeu Lula sem provas

Por João Silva

Na última semana o governo golpista de Michel Temer anunciou que vai cortar ainda mais verbas da cultura. O Ministério da Cultura em função da Medida Provisória que institui o Fundo Nacional de Segurança Pública 841/2018 reduziu de 3% para até 0,5% a participação do Fundo Nacional de Cultura na receita das loterias federais. Os recursos agora serão destinados ao novo novo fundo de segurança, uma espécie de “SUS da repressão”.

São Paulo: cortaram merenda, agora estão cortando os uniformes Guilherme Boulos do Psol, um dos candidatos “abutres” a presidência da República nas improváveis eleições de 2018, em entrevista a revista golpista

IstoÉ, afirmou que está de olho nos eleitores de Lula, ao dizer que se eleito vai conceder indulto ao preso político Luís Inácio Lula da Silva.

Vídeo coxinha na Copa: veja quem são os embaixadores dos coxinhatos na Rússia

EDITORIAL

ABSOLVIÇÃO PARCIAL DE GLEISI DESMORALIZA LAVA JATO MAS SERVE DE PRETEXTO PARA PERSEGUIÇÃO “IMPARCIAL” DO JUDICIÁRIO A LULA A absolvição da senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann nessa terça-feira, dia 19, pela segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF)

2 | EDITORIAL EDITORIAL

Absolvição parcial de Gleisi desmoraliza Lava Jato mas serve de pretexto para perseguição “imparcial” do judiciário a Lula

absolvição da senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann nessa terça-feira, dia 19, pela segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nem de longe expressa uma virada na situação do judiciário golpista em favor dos direitos democráticos do PT, de Lula e de todo o povo brasileiro, pisoteados com a sequência de decisões tomadas em flagrante violação da Constituição Federal e em clara perseguição política aos opositores do regime golpista. De fato como escreveu Lula em sua mensagem à presidenta petista, “no julgamento desta 3ª feira sua defesa mostrou que a Lava Jato construiu uma denúncia falsa a partir de depoimentos negociados com criminosos, em troca de benefícios penais e até financeiros”. Mas não é primeira vez que o STF emite sinais de aparente imparcialidade, principalmente diante da proximidade de decisões importantes contra a principal liderança da esquerda e candidato com apoio majoritário nas possíveis eleições de outubro, para depois agir com sua a costumeira arbitrariedade do judiciário golpista para cassas direitos líquidos e certos, estabelecidos na Lei, como é o caso de que ninguém será preso sem que tenha ocorrido o trânsito em julgado, ou seja, o esgotamento de toda possibilidade de recurso contra sua condenação. No próprio julgamento da senadora, a parte mais reacionária da turma,

tentou mudar a acusação para condená-la por suposto crime eleitoral que não fazia parte do que era imputado aos acusados (Gleise e Paulo Bernardo) nos autos do processo. A “desmoralização” do esquema fraudulento das delações constituem parte importante da evolução d situação e é claramente o resultado de uma compreensão crescente de amplas parcelas da população de que toda a lava jato nada tem a ver com o anunciado “combate à corrupção”, mas é parte do golpe de Estado que entregou o comando do País aos maiores corruptos à serviço dos interesses do grande capital estrangeiro e “nacional” que estão destruindo a economia, entregando as riquezas nacionais (petróleo etc.) à “preço de banana” e fazendo retroceder em décadas as condições de vida e de trabalho da maioria da população. Para derrotar esta ofensiva reacionária, muito além de ações jurídicas e articulações políticas com setores que apoiaram e continuam a apoiar o golpe em seus aspectos fundamentais (o que inclui cassar os direitos políticos de Lula e realizar eleições fraudulentas que ofereçam uma falsa legitimidade a um novo governo golpista) será preciso colocar em movimento a força da mobilização revolucionária das organizações de luta da classe operária, da juventude e de todos os explorados, sem o que não poderá espera nada além de manobras circunstanciais dos golpistas.

COLUNA

Se pudesse, a direita golpista acabaria com a cultura Por João Silva

a última semana o governo golpista de Michel Temer anunciou que vai cortar ainda mais verbas da cultura. O Ministério da Cultura em função da Medida Provisória que institui o Fundo Nacional de Segurança Pública 841/2018 reduziu de 3% para até 0,5% a participação do Fundo Nacional de Cultura na receita das loterias federais. Os recursos agora serão destinados ao novo novo fundo de segurança, uma espécie de “SUS da repressão”. A medida fez até o capacho golpista, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, criticar o governo. Sá Leitão, o mesmo que está perseguindo o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, com multas abusivas sobre seu filme “O Som ao Redor”, se pronunciar dizendo que “O combate à violência urbana, porém, não deve se dar em detrimento da cultura, mas também por meio da cultura, assim como do esporte e da promoção do desenvolvimento. Além de seu valor simbólico e potencial transformador, a cultura é um vetor de inclusão e crescimento econômico”. O ministro fez a encenação e até ensaiou uma demissão que não se confirmou.

A questão aqui é o fato de a Cultura ser uma das áreas mais afetadas desde o início do golpe. Assim que Dilma foi destituída e Temer assumiu, em 2016, o Ministério da Cultura foi extinto. Logo após inúmeros protestos nacionais e internacionais o governo voltou atrás, mas os ataques continuaram. A Lei Rouanet foi atacada, desde então o cargo de Ministro foi já foi trocado duas vezes. Os projetos culturais federais, estaduais e municipais foram gradativamente cortados. Esta política de ataque à cultura é uma constante do governo golpista. A cultura é tratada como uma algo supérfluo e extremamente desnecessário para os golpistas. A direita não tem interesse nenhum em investir em cultura. A categoria dos artistas foi uma das que mais protestou e denunciou o golpe em vários âmbitos. A direita é ignorante, é superficial, não tem discernimento, não gosta de arte, não gosta da cultura popular e nem da cultura erudita. Se não houvesse resistência por parte dos artistas e do povo a cultura já teria acabado. Se pudessem, os golpistas acabariam com a cultura.

ENQUANTO ELES TE ROUBAM, POR VITOR TEIXEIRA

ATIVIDADES

PT chega ao governo: venha conhecer uma análise científica dos acontecimentos na Universidade de Férias do PCO Em 1980 nascia o Partido dos Trabalhadores em pleno ascenso do movimento operário, que teve como marco a criação da Central Única dos Trabalhadores 1983. A ação do movimento operário e popular reorganizado, foi para a ditadura, o tiro de misericórdia. Com a redemocratização um novo regime político se ergueu por cima dos escombros da ditadura, consumado na Constituição de 1988. Nesse regime o PT foi pedra angular. O Partido dos Trabalhadores constituiu-se de fato como a representação das massas populares, dos operários, dos movimentos sociais no regime político, que estava dominado pela direita neoliberal nos anos 90. A crise econômica e social que resultou dos anos de neoliberalismo, sobretudo nos governos do PSDB, 1994 a 2002, fora indescritível. Explode lutas populares não só no Brasil, mas na América Latina e também mundo. No Brasil a imensa insatisfação popular canaliza-se para a eleição de 2002. Luís Inácio Lula da Silva principal líder do Partido chega em fim a presidência após disputar quatro eleições. Em apenas 23 anos de existência o PT controla o executivo nacional. Em uma aliança com setores secundários, ainda que importantes, da burguesia brasileira e latifundiários, dar-se-á início a um governo de conciliação à esquerda, que durará 14 anos, até ser interrompido violentamente por um golpe de Estado. O que foi descrito sumariamente nas linhas acima, será submetido ao rigor da análise marxista para retirar da história todas as lições que nos permitiram compreender profundamente o momento atual; o golpe de Estado. A 42 Universidade de Férias e Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) terá como tema a história recente do Brasil, da

crise da ditadura ao golpe de 2016. Para ter clareza a respeito das características fundamentais do regime político que surgiu após a ditadura e que termina com a derrubada da presidenta Dilma Rousseff, para entender as motivações do golpe é as tendências de desenvolvimento subjacentes a ele,e mais para antever as tendências de desenvolvimento futuras e, sobretudo para levar adiante uma luta intransigente e coerente contra o golpe? Venha para a Universidade de Férias do PCO, o principal curso de formação teórica marxista do País, que acontecera entre os dias 23 à 29 de julho em São Paulo. Um curso destinado não a oferecer um diploma, mas dotar militantes e ativistas das ferramentas e conhecimentos teóricos necessários a ação revolucionária. O curso será ministrado e coordenado pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente Nacional do PCO. O curso contará ainda, como base teórica, o mais novo livro do companheiro Rui, intitulado: Golpe de Estado no Brasil :balanço e perspectivas. Venha fazer a história, participe!

NACIONAL| 3

NÚCLEO DO GOLPE

Para que provas? Mercado quer Lula preso, essa é a sentença dos capitalistas P

or meio do site Infomoney, os oráculos do mercado mandaram um aviso às autoridades brasileiras: o núcleo duro do golpe – o grande capital internacional – quer ver Lula não apenas longe das eleições, mas encarcerado e impedido de atuar politicamente. Na última semana, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) pautou para a reunião de 26 de junho da Segunda Turma da Côrte o julgamento de um pedido de suspensão de prisão encaminhado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – preso em Curitiba há mais de dois meses. Abre-se assim uma saída institucional viável para por fim ao aprisionamento ilegal da maior liderança política do país. Segundo o site Infomoney, “julgamento de recurso pelo colegiado acende sinal de alerta no mercado, que teme a evolução do risco político à agenda ortodoxa de reformas econômicas”. O imperialismo expressa sua vontade e “opinião” de diversas formas. A mais comum, e inequívoca, é a divulgação dos relatórios das análises internas feitas pelos bancos e grupos de investimentos. Estes documentos são lidos por jornais especializados e traduzidos em artigos que “dão o recado” aos agentes políticos. É o caso do artigo do Infomoney, que menciona o relatório de análise de uma certa

XP Investimentos, criada por Guilherme Benchimol e Marcelo Maisonnave em 2001 e parcialmente comprada pelo grupo Itaú há pouco mais de um ano por R$ 6,3 bilhões. Benchimol é cotado mesmo para a sucessão de Roberto Setubal na direção do principal banco do país, e um dos principais promotores do golpe de estado em curso, fazendo a ponte entre o mercado financeiro nacional e o global. O alerta dos golpistas aos juristas portanto é claro: o objetivo do golpe está longe de ser cumprido. Há uma agenda de aprofundamento dos ataques à população brasileira – candi-

damente chamados no artigo de “reformas econômicas ortodoxas”, que só seria possíveis com a vitória de um candidato de direita (chamado pelos golpista de “candidato de centro”). Há todo um colchão de bem-estar social ainda a ser desgastado pela voracidade da crise imperialista global: fim de toda a saúde e educação públicas, fim das garantias sociais mínimas. Não há limites para o cenário de terra arrasada que se pretende impor de modo a sugar todo o orçamento federal para o pagamento de juros a banqueiros. A luta de classes fica igualmente explicitada: Lula não apenas deve ser

impedido de concorrer à presidência. Para o mercado, Lula deve continuar preso de modo a não usar de sua capacidade de articulação e liderança na composição das candidaturas de todos os níveis às eleições de outubro. Isso porque Lula é o principal agente capaz de fazer valer a pressão da classe trabalhadora nas arenas da política institucional. Mas o imperialismo não vem conduzindo o golpe ao acaso, e evidentemente Dilma não foi derrubada para que um verdadeiro representante dos trabalhadores fosse alçado ao poder pela via eleitoral dois anos depois. Ao contrário, para os golpistas, a eleição é vista como a legitimação do golpe, como um processo capaz de tornar aceitáveis por meio de um processo “democrático” os ataques à classe trabalhadora que se pretende aprofundar. Ocorre que é cada vez mais claro para a esquerda brasileira que eleição sem Lula é fraude, e que um pleito em que o principal candidato está preso ilegalmente não será bem-sucedido em legitimar a continuidade do golpe. Em todo caso, o Infomoney trata de acalmar seus leitores com a sentença dos golpistas – à revelia do mérito do processo, se Lula é ou não culpado no caso: “uma eventual concessão da soltura não é o cenário mais provável”. Os capitalistas agradecem o afago.

CANDIDATO ABUTRE

Boulos quer tirar votos de Lula prometendo dar indulto ao ex-presidente G

uilherme Boulos do Psol, um dos candidatos “abutres” a presidência da República nas improváveis eleições de 2018, em entrevista a revista golpista IstoÉ, afirmou que está de olho nos eleitores de Lula, ao dizer que se eleito vai conceder indulto ao preso político Luís Inácio Lula da Silva. Apesar da metade de seu partido, o Psol, liderada por Luciana Genro declarar apoio a operação golpista “Lava Jato”, Guilherme Boulos como típico candidato pequeno burguês que é, está prometendo aos eleitores de Lula, que se ocorrer o improvável, e ele se transformar em presidente do país, Lula sairá da cadeia. Mostrando também que essa declaração se trata apenas de votos e não de princípios, Guilherme Boulos considera que apenas Lula é preso político, e que os demais presos da operação golpista “Lava Jato” estão presos por que existem provas “robustas” de corrupção, e que por isso

ele manterá todos os demais presos na cadeia. Em primeiro lugar é necessário denunciar a demagogia do candidato “abutre” do PSOL, que sabe perfeitamente que não tem a mínima chance de ganhar as eleições e portanto con-

ceder indulto ao ex-presidente Lula, que se trata apenas de um discurso retórico para ficar de bem com o eleitorado de Lula, que corresponde a mais de 40% dos votos. Segundo, que se houver eleições em 2018, com Lula preso e sem o

direito de concorrer, as eleições são uma verdadeira farsa, e aqueles que participam dessa farsa sem denunciá-la, está ajudando os golpistas enganar o povo e aprofundar o golpe no país, dando ao golpe uma cobertura de democracia.

4| NACIONAL

BANQUETE COM GOLPISTAS

Ciro Gomes janta com representantes do DEM, do PP e do SD para articular aliança D

ada a dificuldade de forçar o PT a abandonar a candidatura de Lula esquecendo-o na cadeia, o pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) tem gradativamente abandonado a nada convincente máscara de esquerdista e aplainado relações com a direita nas suas mais diversas vertentes. Enfrentamentos pontuais (e superficiais) que o pré-candidato do PDT tem tido com ideólogos neoliberais da imprensa burguesa, a respeito da condução da economia, fazem setores menos atentos da esquerda e do eleitorado em geral embarcarem na miragem de político progressista e nacionalista. Contudo, a sucessão de indícios que Ciro tem dado de que é candidato dos golpistas, a despeito da confusão que possa causar em quem leva a sério suas falas públicas, recebeu ontem um reforço demasiado marcante. O pedetista se reuniu com um dos heróis dos coxinhas intervencionistas, General Villas Boas.

O Exército, que na prática já exerce grande controle sobre o Brasil, jamais abriria espaço para diálogo com elementos não golpistas, uma vez que a derrubada de Dilma contou obviamente com uma retaguarda militar pronta a agir caso os planos do imperialismo não se consumassem. É determinante ainda lembrar que o próprio STF sofreu publicamente pressão dos militares para garantir a prisão ilegal de Lula, que, segundo Ciro, teve seu direito de ampla defesa plenamente respeitado num julgamento perfeitamente lícito. Para Ciro, Lula não é nem mesmo preso político, como ele mesmo declarou. Nesse sentido, é preciso denunciar o caráter golpista da candidatura-abutre de Ciro e mais do que nunca manter as mobilizações em nível nacional e internacional contra o golpe, a prisão de Lula e pelo retorno à democracia no Brasil; desfazendo ilusões de candidaturas alternativas

que só servirão para dar aos golpistas o controle total do processo eleitoral Veja abaixo o relato do encontro, feito pelo próprio general em seu twitter: “À tarde, conversei com o Sr. Ciro Gomes na mesma toada dos outros

pré-candidatos. Necessidade de orçamento previsível; atenção aos projetos estratégicos do @exercitooficial; defesa e segurança no foco da sociedade foram alguns temas discutidos.” — General Villas Boas (@Gen_VillasBoas) 19 de junho de 2018

PSOL FOI CALUNIADO

SÃO PAULO

Partido defende sim a Lava Jato, operação golpista que prendeu Lula sem provas

Cortaram merenda, agora estão cortando os uniformes

PSOL foi “acusado” pelo blog direitista “O Antagonista” de ter assinado uma CPI para “matar” a Lava Jato. O partido logo se sentiu ofendido, e se apressou em publicar uma nota, assinada por toda a sua bancada na Câmara, na qual nega veementemente ser contra a operação golpista Segundo os parlamentares psolistas, a Lava Jato é uma operação “na qual reconhecemos muitos méritos e, também, parcialidades”. É importante lembrar que a Operação Lava Jato é um dos fatores centrais de avanço do golpe de Estado no Brasil. Foi através desta operação policial extremamente autoritária e fora dos limites constitucionais que a burguesia golpista viu a brecha para destruir o governo do PT e, até mes-

mo, chegar ao estado atual da situação política, com Lula na cadeia. Outra lembrança pertinente a se fazer é que, ao mesmo tempo que a operação se mostrou como instrumental para os golpistas no ataque a todas as organizações, movimentos populares, sindicatos, e até mesmo o roubo descarado da Petrobrás por especuladores estrangeiros, a ex-candidata à presidência pelo PSOL, Luciana Genro, declarou entusiasticamente: “viva a Lava Jato!”. Guilherme Boulos, um dos que se coloca como defensor ferrenho de Lula, é o candidato à presidência na próxima eleição justamente pelo PSOL, esse partido que agora reconhece “muitos méritos” da Lava Jato. Ou seja, o partido considera válida a operação que colocou na cadeia, ilegalmente, a maior liderança popular do país. Chega quase a beirar a esquizofrenia a distância entre o discurso e a ação prática de Boulos. Os golpistas não serão derrotados através desse tipo de política. É preciso defender, com todas as letras, o fim da Lava Jato e a liberdade para Lula como parte das reivindicações centrais para derrotar o golpe. Setores vacilantes e oportunistas, como é o caso do PSOL, não são nada mais que um instrumento de confusão na mão da burguesia, não conseguindo contribuir efetivamente em nada na luta contra o golpe.

corte dos benefícios para as populações mais pobres é geral e intenso. Não escapa ninguém. Exemplo disso são os estudantes das escolas municipais de Guarulhos e Cotia, na Grande São Paulo. Eles estão, desde o início letivo, sem todos os itens do uniforme escolar fornecido pela prefeitura. Tem aluno que sequer recebeu o uniforme, tendo que reutilizar o uniforme de anos anteriores. A prefeitura de Guarulhos, cujo prefeito é do PSB, sustenta que houve “problemas” na licitação para aquisição do material escolar, tendo o prefeito transferido a culpa para

a má administração das secretarias executivas competentes. Outrossim, o prefeito garantiu que os uniformes seriam entregues, até o início do segundo semestre, para até 80% dos alunos. Ficou claro, portanto, que não se tratou de falta de recursos financeiros, mas sim de uma intenção de não fornecer o material escolar para as crianças mais pobres do município e que dependem dessas políticas públicas para continuarem a estudar. Com o golpe de estado de 2016, a direita se sentiu mais a vontade para fazer o que sempre fez: atacar a população.

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VÍDEO COXINHA NA COPA

Veja quem são os embaixadores dos coxinhatos na Rússia N

a ultima semana, durante a primeira rodada da Copa do Mundo, um caso envolvendo uma mulher russa e um grupo de homens coxinhas brasileiros chamou atenção nas redes sociais. Na filmagem, feita por celular, os homens ofendem a mulher russa, referindo-se ao seu órgão genital. A mulher, sem saber o que estava de fato acontecendo, acaba caindo na provocação e na humilhação dos coxinhas. O video viralizou nas redes e o repúdio ao grupo de brasileiros foi gigantesco. No início dessa semana foi divulgado os nomes e as ocupações dos envolvidos no caso. Um deles e policial militar do Estado de Santa Catarina, tenente Eduardo Nunes, outro e engenheiro civil do Estado do Piauí, Luciano Gil, este também já foi secretario de Saúde e educação daquele Estado. Luciano chegou a ser preso durante uma Operação da Polícia

Federal em conjunto com a Controladoria Geral da União em 2015, por, supostamente, ter integrado um esquema de desvios da verba destinada

à educação para a prefeitura de Agripina, em Pernambuco. Na época, Luciano trabalhava como engenheiro civil para a prefeitura, o esquema teria

o envolvimento de aliados do prefeito Alexandre Arraes do PSB. Outro envolvido no caso de assédio na Rússia é o advogado pernambucano, Diego Jatobá, ex-secretario de Turismo de Ipojuca. Pelas descrições dos participantes do caso e possível identificar que se tratam de típicos “coxinhas” direitistas. São os mesmos que fizeram uma campanha baixa de difamação e humilhação contra a presidenta Dilma Rousseff, com adesivos sugerindo o estupro da presidenta e as ofensas a Dilma pelo fato dela ser mulher. E a escória direitista reacionária que saiu às ruas fazendo a campanha contra os setores oprimidos da sociedade brasileira, como as mulheres, os negros, entre outros. Sao os apoiadores do golpe de estado no pais, o mesmo golpe que vem a cada dia massacrando os direitos do povo brasileiro.

MOVIMENTO OPERÁRIO DENÚNCIA

PERSEGUIÇÃO POLÍTICA

Frigorífico Cardeal não fornece o Comunicado de Acidentes do trabalho (CAT) C

Professora e processada por apresentar filme sobre a cultura negra

om mais de 150 trabalhadores, o frigorífico Cardeal, localizado no município de São Caetano do Sul, região do grande ABC vem desrespeitando a legislação. Os trabalhadores denunciaram aos representantes do Sindicato dos Frios que os patrões da fábrica de embutidos como, linguiça, salsicha, mortadela, presunto, etc. não fornecem o Comunicado de Acidentes do trabalho (CAT) e o setor de recursos humanos não aceita atestados. No Cardeal há inúmeras irregularidades, desde a falta de manutenção nos maquinários, como também, de equipamentos de proteção individual (EPIs). Apesar de o ambiente dentro do frigorífico ser muito gelado, com temperaturas ultrapassando os trinta graus negativos, os patrões não permitem aos seus funcionários o intervalo térmico, ou seja, a cada uma hora e quarenta minutos, cada trabalhador nas câmaras frias têm o direito há vinte minutos em temperatura ambiente, conforme a consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No frigorífico não existe leis, ou melhor, quem as faz são os próprios patrões. Os trabalhadores não podem descansar nos feriados, pois os patrões do Frigorífico cardeal fazem com que os operários da fábrica trabalhem de graça para eles, infringindo, inclusive

a própria convenção coletiva dos trabalhadores. Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne, Derivados e do Frio no Estado de São Paulo estiveram na porta do frigorifico para discutir sobre a campanha salarial de emergência e, diante da situação, chamou os operários para uma reunião nas imediações da fábrica na próxima semana para esclarecer sobre essas questões e exigir dos patrões do cardeal a imediata resolução dos problemas levantados pelos trabalhadores.

golpe de estado tem por objetivo impor uma política de perseguição contra os professores. A denúncia dessa vez e de uma professora do município de Macaé. A docente Sabrina Luz, do Colégio municipal Elza Ibrahim foi denunciada pelos pais de um estudante da escola devido ao fato da professora ter exibido para os seus alunos o filme O Besouro. A obra trata da vida do capoeirista Ailton Carmo, na década de 1920. O filme faz referencia a historia da cultura negra, bem como aborda o tema das religiões africanas. Baseado em fatos reais, o capoeirista baiano liderou uma revolta contra um coronel da sua região, apos o mesmo assassinar o seu mestre de capoeira. A repressão ao filme e a professo-

ra demonstram a ofensiva da direita contra a educação e a liberdade de expressão. Trata-se do projeto Escola Sem Partido, o qual quer transformar as escolas em um local de imposição das ideias dos golpistas, de conteúdo reacionário e dominante. Como resposta a acusação, professores, alunos e pais organizaram uma atividade para debater a cultura negra, na qual ocorreu a exibição do filme O Besouro. A prefeitura afirmou que não ira abrir processo contra a docente, no entanto, e necessario que a comunidade escolar se mantenha atenta a perseguição da direita. E preciso mobilizar professores, estudantes e a comunidade escolar contra o golpe e a tentativa de censurar a educação, transformando-a em um objeto de dominação da direita golpista.

6| MOVIMENTOS

PUC-RJ

Hoje, estudantes coxinhas, amanhã juízes racistas R

ecentemente, nos Jogos Jurídicos do Rio de Janeiro, a PUC-RJ se destacou pelo comportamento deplorável de seus estudantes, que entoavam cânticos racistas e jogavam cascas de banana em atletas rivais. O fato foi denunciado e estabeleceu-se uma grande polêmica na mídia e nas redes sociais, diante do absurdo das atitudes. Mas o problema não é apenas nos Jogos Jurídicos. Esses mesmos estudantes, sem absolutamente nada na cabeça, dispostos a diminuir o outro por conta da cor da pele, ou de sua classe social, serão os futuros juízes e desembargadores que irão julgar, sem provas, mas com muita convicção, milhares de pobres e negros. Cerca de 60% da população carce-

rária do Brasil, que já está entre as maiores do mundo, é composta por negros. Ao mesmo tempo que, do outro lado da situação, apenas 15% de todos os funcionários do Judiciário são negros. É essa mesma gente que defende, e até mesmo premia, a polícia que massacra os pobres e negros nas periferias. São vários os grupos de extermínio que possuem “costas quentes” no Judiciário. No último período de golpe vimos diversos casos de absurdos proferidos por “doutores” juristas nas redes sociais, destilando ignorância. São estes, racistas, misóginos, violentos, desprovidos de inteligência e cultura, que servem de garantia para o domínio da burguesia golpista.

EFEITO DO GOLPE

PROTESTO CONTRA CORTES

Direita realiza marcha contra o aborto

Contra corte de verbas pelos golpistas, estudantes indígenas e quilombolas fazem protesto

nquanto a proposta que defende a descriminalização da interrupção da gravidez está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) direitistas realizaram a “11ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida – do Movimento Brasil sem aborto” que reuniu centenas de pessoas em Brasília na tarde desta terça-feira (19). Eles protestaram contra a discussão, no Supremo Tribunal Federal (STF), de proposta que defende a descriminalização da interrupção da gravidez até a 12ª semana de gestação. O grupo que é contrário ao aborto ocupou o gramado da frente do gramado do Congresso. Com bandeiras e cartazes, eles defenderam que o Congresso aprove o Estatuto do Nascituro, projeto de lei que está em discussão na Câmara dos Deputados. Uma ação (ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442) pede que o Supremo impugne os artigos do Código Penal que preveem pena de prisão para mulheres que cometem aborto nos casos não autorizados por lei. Atualmente, o aborto só é permitido em caso de estupro, fetos anencefálicos ou para salvar a vida da gestante. Porém está em tramitação a PEC 181/2015, que pode proibir o aborto em qualquer circunstância – até nas situações em que a prática não é punida, como em caso de estupro, risco de morte para a mãe ou gestação de feto anencéfalo. A legalização do aborto é uma das questões mais importantes para a emancipação da mulher, a qual deve ser reconhecido o direito de escolher entre ter filhos ou não, cuidar do lar e das crianças ou não, independentemente de sua vida sexual. Enquanto lutamos para derrotar o golpe e a extrema direita que são uma

ameaça para os direitos de toda população, particularmente das mulheres e demais setores oprimidos, vimos um direito pelos quais as mulheres lutam há muito tempo serem aprovados na Irlanda e na vizinha Argentina. No dia 25 de maio, a Irlanda de maioria católica aprova o aborto legal até a 12ª semana, após a derrubada da 8ª Emenda, texto de 1983 que previa o “direito à vida do feto”. A lei previa pena de 14 anos de prisão, sendo a legislação mais restritiva da Europa. Na Argentina, a legislação era menos restritiva. O aborto era considerado legal em casos de gestação resultado de estupro, quando a gestação causa risco de vida para a mulher ou risco de morte para a mulher. No entanto, essas previsões legais nunca garantiram de fato o direito das mulheres. Até que na quinta-feira, com uma manifestação gigantesca nas ruas da capital Buenos Aires, os Deputados disseram sim ao aborto que poderá ser realizado até a 14ª semana de gestação. O projeto segue agora para o Senado. No Brasil o tema já passou por diversos momentos, mas o debate sempre foi pautado por um obscurantismo religioso, uma ofensiva da direita que mostra a partir do problema do aborto seu verdadeiro programa para as mulheres: a escravização do lar, nenhuma autonomia sobre a própria vida, sobre o próprio corpo. Para saber mais sobre esse assunto veja na COTV o Programa TV Mulheres que tem várias entrevistas que tratam da questão do aborto. A última entrevista sobre esse tema foi com Maria José Rosado, presidenta das Católicas pelo Direito de Decidir, organização que há anos atua no Brasil e cumpre um importante papel na luta por direitos e em defesa do Estado Laico.

studantes quilombolas e indígenas realizaram protesto nesta terça-feira (19) em frente ao Palácio do Planalto. O protesto diz respeito a política de cortes de verbas assistência estudantil promovida pelos golpistas. Outro tema é a liberação de bolsas universitárias, a concessão de bolsa para permanência de indígenas e quilombolas nas universidades em 2018, só foi autorizada a última semana, já no fim do primeiro semestre letivo. Os estudantes paralisaram por cerca de uma hora um das faixas da esplanada dos ministérios, uma das vias que dá acesso ao Palácio. Segundo os próprios estudantes as negociações com o Ministérios da Educação não surtiram efeito, seguem os cortes e as investidas contra os direitos destas populações. De uma demanda de 5 mil bolsas semestrais, o governo

autorizou apenas 2,5 mil para o segundo semestre de 2018, sendo que as bolsas terão repasse somente no prazo de 2 meses. Os estudantes denunciam a tentativa dos golpistas de passar a administração do Plano Nacional de Assistência Estudantil para o MEC ao invés de ser por.conta de cada Centro universitário, clara tentativa de inviabilizar ainda mais o acesso ao direito. O governo golpista cinicamente afirmou,através do MEC, que vai refazer em algum momento a estimativa de bolsa, que estão fixadas (não se sabe por quem) em 2,5 mil para 2018, e ainda que muitos estudantes não atendem os requisitos. Evidentemente, que a “política educacional” prioritária dos golpistas é impedir que população tenha acesso ao direito à educação, sobretudo a população mais vulnerável.

INTERNACIONAL | 7

IMPERIALISMO

EUA saíram do Conselho de Direitos Humanos para violar direitos na fronteira mais à vontade O

s Estados Unidos se retiraram do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC). O anúncio foi feito em enbtrevista coletiva na terça-feira pelo Secretário de Estado, Mike Pompeo e pela Embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley. O pretexto foi a pretensa política anti israelense do órgão. O anúncio foi objeto de repúdio ao redor do mundo exceto por parte de Israel cujo Primeiro-Ministro, Benjamin (Bibi) Netanyahu, agradeceu os Estados Unidos pela decisão que classificou de corajosa e classificou o órgão da ONU como tendencioso, hostil, anti israelense e traidor de sua missão de proteger os direitos humanos. A ONU foi concebida como órgão através do qual o imperialismo norte-americano poderia controlar o mundo. Basta lembrar que entre os principais envolvidos na sua estruturação estava a família Rockefeller que chegou a doar uma área para a construção da sua sede em Nova Iorque. Embora mantenha o controle da maioria dos órgãos que são parte da ONU, os Estados Unidos vez por outra tem esse controle ameaçado ou mesmo perdido. No ano passado após muitos anos de atritos os

Estados Unidos e Israel retiraram-se da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Logo após a sua fundação o Conselho de Direitos Humanos da ONU estabeleceu por votação que permanentemente em todas as suas seções seria efetuada uma resenha das alegações de violações de direitos humanos por parte de Israel. Além disso foi estabelecido que o relator especial sobre o conflito entre Israel e a Palestina seria o único especialista do órgão com mandato permanente. Isso foi o suficiente para que os Estados Unidos boicotassem o órgão desde o seu início. A retirada dos Estados Unidos da UNHRC vem com um bônus adicional que é o desapararecimento de qualquer aparência de comprometimento com os direitos humanos. A decisão do governo imperialista dos EUA vem exatamente no momento em que são exibidas nos jornais de todo o mundo imagens de crianças enjauladas nos Estados Unidos como resultado da sua política anti imigração. Soma-se a isto as recentes retiradas do país de acordos comerciais multilaterais, da imposição de tarifas a seus parceiros comerciais, sanções a países considerados inimigos (que atingem

MASSACRE POVO PALESTINO

países considerados amigos) além do rompimento unilateral do acordo que a administração anterior havia celebrado com o Irã em torno da questão das armas nucleares daquele país. As críticas por parte dos países da Europa Ocidental (leia-se França e Alemanha) são cada vez mais frequentes. No momento cresce o número de países que estão se desfazendo dos títulos da dívida norte-americana componentes de suas reservas cambiais.

É visível que o imperialismo norte-americano decidiu pelo isolacionismo internacional e pelo incremento da agressão militar como instrumento para manter seu domínio mundial. O apoio ao domínio norte-americano no mundo encontra-se em regressão e é motivo de grandes divergências entre as burguesias dos países centrais. A crise dentro do capitalismo persiste e explica a aparente falta de sentido nas políticas dos países centrais.

CINISMO DO IMPERIALISMO

O massacre imperialista dos árabes: Campanha golpista do armas britânicas são usadas por Israel imperialismo: ONU acusa Síria de para esmagar população de Gaza crimes contra a humanidade

Reino Unido está financiando o massacre do povo palestino. Desde a guerra de Gaza em 2014, os britânicos já venderam 445 milhões de dólares estimados em armamento para Israel. Diversos equipamentos militares estão nessa conta, desde partes separadas de armamento, peças para drones, até rifles inteiros. Em 2017, segundo figurões do UK Department for International Trade (Departamento Britânico para o Comércio Internacional), o RU aumentou a cota de exportação de armamento para os israelenses de 20 milhões por ano para impressionantes 216 milhões. Esse armamento tem sido usado para aniquilar a população palestina que ousa protestar contra o genocídio de seu povo promovido por Israel. Segundo as estatísticas de saúde da Palestina, durante o a marcha de 70 anos do Nakba – Nabka em árabe significa catástrofe ou desastre, e nesse caso se refere ao êxodo palestino durante a guerra Árabe-Israelense de 1947 a 1948, quando quase um milhão de palestinos foram expulsos de suas casas pelo governo israelense –, que começou em março desse ano e durou 6 semanas, terminando em

maio, 40 palestinos teriam morrido na mão de soldados israelenses, somente no período entre março e metade de abril. Não temos as estatísticas das mortes até o presente momento, porém diversas mortes foram noticiadas pela imprensa anti-imperialista internacional e sabemos que esse número já foi facilmente dobrado, lembrando do caso que aconteceu menos de um mês atrás da jovem Razan al-Najjara, paramédica, que morreu atingida por um sniper israelita enquanto tentava socorrer um manifestante ferido. É importante lembrar que a esquerda inglesa, notadamente o candidato a primeiro ministro do Partido Trabalhista inglês, Jeremy Corbin, já denunciou várias vezes, diante o parlamento inglês, o massacre que a Grã-Bretanha promove na palestina, e por isso é fortemente caluniado. O mais cínico de tudo isso é que os britânicos, e os demais países imperialistas, são os primeiros a acusar e caluniar outros países, como a Rússia, quando estes fornecem armamentos para países que eles consideram inimigos. Fazem uma enorme campanha contra a Rússia por esta apoiar o governo sírio, mas debaixo dos panos financiam extermínios em massa nos países árabes

ma “investigação” da Organização das Nações Unidas (ONU), que é um verdadeiro instrumento internacional do imperialismo para subjugar outros países, decidiu nessa quarta-feira que o regime sírio teria cometido “crimes contra a humanidade”. O cinismo do imperialismo atingiu um nível exorbitante. Quando se trata de crimes cometidos pelo imperialismo e seus aliados, a ONU trata de fechar os olhos e fingir que não existiu, como vem sendo feito sobre os ataques da coalizão saudita no Iêmen, que apenas recentemente o debate foi aberto, diante das condições extremas em que chegou a crise no país. O mais engraçado, entretanto, é que o principal argumento utilizado contra o regime sírio, do presidente Bashar al-Assad, seria o de que “os civis estão passando fome”. Isto é, fica claro que se trata de um instrumento do imperialismo, não só porque a fome é causada pela própria guerra estimulada pelos países imperialistas como também porque na grande maioria dos países capitalistas, uma boa parte da população está passan-

do fome, e geralmente por conta da própria política, que a ONU apoia, que é exercida pelo imperialismo nos países em que eles metem a mão. As acusações da ONU são provocações contra a Síria e o povo sírio que vêm resistindo às agressões desde o início da guerra. Revela um aprofundamento da crise política internacional, e do próprio imperialismo que está usando o jogo sujo para poder prevalecer seus interesses. É preciso denunciar, e exigir o imperialismo fora da Síria e de todo o Oriente Médio.

8 | NACIONAL

ATIVIDADES

Inscreva-se para a principal atividade de luta: venha para a Conferência Nacional Aberta E

m 2016, a direita brasileira, impulsionada pelos monopólios internacionais, conseguiu derrubar a presidenta Dilma Rousseff, eleita por mais de 50 milhões de brasileiros. Por meio de um processo de impeachment completamente fraudulento e com o apoio do corrompido Judiciário, foi dado mais um golpe de Estado no Brasil. Contudo, por mais que a direita tenha conseguido derrubar o governo do PT, os trabalhadores e setores democráticos não ficaram passivos diante das ofensivas da burguesia: mesmo antes do impeachment, vários foram os atos e manifestações contrários ao golpe. O ano de 2017, que teve 365 dias de governo Temer, foi também testemunha de vários momentos importantes de revolta da esquerda contra o golpe. Em abril, uma greve geral – considerada por muitos a maior da história do país – parou todo o Brasil e colocou o governo golpista em uma posição bastante defensiva. Em maio, um grande ato em Curitiba, construído por meio de caravanas de todas as regiões brasileiras, forçou o juiz Sérgio Moro a recuar em sua decisão de prender o ex-presidente Lula. No mesmo mês, um ato em Brasília colo-

cou milhares de pessoas em posição de confronto direto com a Polícia Militar e o as Forças Armadas. Os eventos do primeiro semestre de 2017 foram seguidas de uma grande dispersão, causada sobretudo pela falta de clareza da maioria das organizações de esquerda diante da necessidade de confrontar o golpe de Estado com uma política revolucionária. Nesse período de dispersão, os atos pela anulação do impeachment, em Brasília, e o ato contra a condenação de Lula, em Curitiba, ocuparam um importante papel para reagrupar a luta política contra o golpe, fortalecendo sobretudo os comitês de luta contra o golpe. O ano de 2018 já começou com uma fortíssima tendência à mobilização dos trabalhadores. O ato em Porto Alegre contra a condenação de Lula, ocorrido no fim de janeiro, foi mais um importante momento de agrupamento dos setores envolvidos na luta contra o golpe, expressando de maneira significativa a evolução dos comitês de luta contra o golpe em todo o Brasil. Em março, os atos em São Bernardo, motivados pelo pedido de prisão do ex-presidente Lula, elevaram a luta contra o golpe para outro

TEATRO OFICINA

patamar. Por meio de uma mobilização revolucionária, os trabalhadores impediram, na marra, a prisão do ex-presidente durante quase 24 horas, mostrando o caminho que deve ser seguido para a vitória contra os golpistas: o enfrentamento das massas contra a burguesia. Em maio deste ano, o ato de primeiro de maio unificado em Curitiba mostrou o apoio dos trabalhadores ao ex-presidente Lula e o repúdio total ao “plano B”. Além disso, o ato serviu como encontro de mais de 100 comitês de luta contra o golpe, expondo o contínuo crescimento da organização da luta dos trabalhadores. No fim do mês, os caminhoneiros iniciaram uma greve que acabou tomando proporções inimagináveis, colocando o governo golpista em seríssimo risco de queda. A crise gerada pela greve e o apoio popular à luta contra a privatização da Petrobras e contra o golpe colocaram a possibilidade de uma greve geral contra o golpe na ordem do dia. Agora, após todos os acontecimentos, a única atividade de luta que está colocada claramente para os trabalhadores é a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe. Se,

por um lado, os candidatos abutres da esquerda se negam a convocar os trabalhadores para lutar contra o golpe e estão imersos em suas mesquinhas campanhas eleitorais, por outro, a conferência oferece uma perspectiva de luta real aos trabalhadores. A Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe será um evento de extrema importância para esclarecer a situação política, reunir os comitês de todo o país e, sobretudo, para determinar, de maneira concreta, quais são os próximos passos que aqueles que querem derrotar os golpistas devem dar para desenvolver a luta política. A presença já confirmada de vários sindicalistas e outros setores da esquerda nacional já apontam que a conferência será um evento marcante na luta contra o golpe: chegou a hora de todos que estão revoltados com o governo golpista se envolverem de maneira real com a luta dos trabalhadores. Não fique de fora da Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe! Ela acontecerá nos dias 21 e 22 de julho, em São Paulo. Para mais informações, basta entrar no site: lutecontraogolpe.com

VAR

A serviço de Silvio Santos e dos FIFA não permite acesso da CBF capitalistas, MBL apoia destruição aos áudios e vídeos da partida de patrimônio artístico entre Brasil e Suíça

IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) deu aval à construção de torres residenciais, pelo Grupo Silvio Santos, ao redor do Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, em São Paulo. Representantes do Teatro Oficina através da companhia teatral fez uma “Nota denúncia“, em que acusa o “aparelhamento sádico” dos órgãos de defesa do patrimônio — além do Iphan, o texto se refere ao Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), que no ano passado reverteu o tombamento decidido pela própria instituição em 1983. Ocorre que o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) se eximiu de votar a questão no fim de 2017, deixando que o IPHAN arbitrasse a questão. Era um drible da administração em prejuízo da cultura. Em defesa dos artistas a nota elaborada pelas arquitetas Carila Matzenbacher e Marília Gallmeister, ligadas ao Teatro Oficina, companhia que tem como diretor o dramaturgo José

Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso. O advogado da companhia teatral, Marcio Sotelo, já afirmou que irá recorrer da decisão. Do lado da “grana que destroi coisas belas” a Sisan, companhia imobiliária do Grupo Silvio Santos, tem o projeto de erguer três torres de apartamentos nos três terrenos que envolvem o Oficina — a fachada do teatro dá para a rua Jaceguai. A coisa já vem de longe. Uma das torres já havia sido autorizada, e agora o Iphan deu aval às outras duas, inclusive a que deve obstruir a vista do famoso janelão criado por Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta ítalo-brasileira que criou o Masp e Sesc Pompeia e assina o projeto de reforma do Oficina ao lado de Edson Elito. A força da grana pode fazer desaparecer o JANELÃO. O janelão, de cem metros quadrados, faz a comunicação ou ligação — ou ainda contracenação, como prefere a companhia teatral — do Oficina com a cidade de São Paulo. Nos aplausos pelo fim da arte e, em apoio irrestrito a burguesia está o MBL. Ao lado dos capitalistas e da destruição da arte, típica do fascismo

a manhã de quarta-feira, dia 20, a entidade maior do futebol mundial, a FIFA, respondeu os questionamentos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre os episódios ocorridos na partida em que o selecionado nacional empatou com a Suiça, pelo placar de 1 x 1, no confronto que marcou a estreia das duas seleções na Copa da Rússia. Na carta enviada à FIFA, os dirigentes brasileiros solicitaram explicações quanto ao fato do recurso eletrônico (o chamado VAR, ou árbitro de vídeo) não ter sido acionado para dirimir dois lances polêmicos e capitais ocorridos durante o jogo e que interferiram diretamente no resultado da partida. “Respeitosamente, a CBF solicita receber as gravações de vídeo e áudio do VAR, tudo para verificar o que realmente aconteceu”, diz o trecho da carta assinada pelo chefe de delegação da seleção na Rússia, Rogério Caboclo (UOL, 20/06). Em resposta à CBF, a entidade mundial explicou que o “uso do VAR e a interferência só ocorre em erros considerados claros pelos árbitros de vídeo durante a Copa do Mundo da

Rússia”. (UOL, 20/06). Quanto ao pedido de acesso aos áudios e vídeos do jogo de domingo, a FIFA negou a solicitação, sem dar maiores explicações. Ora, ao responder que a “interferência só ocorre em erros considerados claros”, então a que se considerar a revisão dos lances, pois foram flagrantes e muito claras as irregularidades ocorridas nas duas situações. Soma-se a isto o fato de que a comissão técnica brasileira teria sido avisada, à beira do gramado, que as jogadas estavam sob verificação. O fato é que por mais moderna e sofisticada que possa ser, nenhuma tecnologia irá deter ou estará acima dos enormes interesses que permeiam o mundo dos esportes, em particular do futebol, transformado em lucrativo negócio pelos capitalistas e que movimenta somas vultuosas ao redor de todo o planeta. A luta pelo resgate do verdadeiro espírito do futebol, portanto, passa por arrancar, das mãos da burguesia, a exploração, o controle e a manipulação do esporte mais popular do mundo, devolvendo-o aos trabalhadores e às massas populares.