QUARTA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5342
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
Vive la diversité: Macron, lucro total
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Como na Venezuela, imperialismo quer intervir para derrubar o governo na Nicarágua
VIVE LA DIVERSITÈ: NIKE VAI LUCRAR BILHÕES COM A VITÓRIA FRANCESA
Causa Operária Ediçao 1013
Para muitos, pode parecer um resultado meio fortuito o resultado da Copa do Mundo de 2018, com a vitória da França. Para outros, como a Nike, uma vitória necessária, uma vitória, digamos, planejada.
ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO Na edição de hoje, DCO vai trazer uma análise completa dos principais vitoriosos da Copa do Mundo: Macron, a Nike e o imperialismo. Leia todos os preparativos para a Conferência Nacional Aberta contra o Golpe, os apoios e a mobilização de todo o País. Veja também, as articulações de Boulos e Tarso Genro para o plano B, contra Lula.
Conselho Editorial
COLUNA
Unificar o movimento para derrotar o golpe
Tarso Genro: “amigo da Caçado pela Globo, onça” e general do “plano Crivella tem bens bloqueados por juiz do DF B” quer apoiar Boulos Falência neoliberal: em 2018 o saldo de emprego 80% menor que o previsto
Por Rafael Dantas
BOULOS DA DEPRESSÃO: em meio ao golpe, PSOL faz campanha como se tudo estivesse normal
O atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella teve seus bens bloqueados por um juiz de Brasilia. O juiz Renato Borelli, da 20ª Vara Federal do Distrito Federal, decretou o blo-
queio dos bens de Crivella e de mais oito investigados em uma operação que apura contratos feitos entre Ministério da Pesca em 2012 e uma empresa de Manutenção de Equipamentos Eletrônicos.
Na justiça contra caminhoneiros, PSDB quer mais dinheiro para as concessionários das estradas A burguesia só faz acordo com os dedos cruzados. Marcio França (PSB), atual governador de São Paulo, até bem pouco tempo vice de Alckmin (PSDB), quer
processar a União contra a isenção de pedágios nos eixos suspenso em estaduais concedida aos caminhoneiros após a greve de maio.
EDITORIAL
CONFERÊNCIA VAI IMPULSIONAR MOBILIZAÇÃO GERAL CONTRA O GOLPE E PELA LIBERDADE DE LULA Dentro de três dias, reúne-se a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, em São Paulo, com abertura marcada para as 10h, na Quadra dos Bancários, no centro de São Paulo.
2 | EDITORIAL EDITORIAL
CAPITALISMO DEU CERTO, POR JOTA CAMELO
Conferência vai impulsionar mobilização geral contra o golpe e pela liberdade de Lula
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entro de três dias, reúne-se a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, em São Paulo, com abertura marcada para as 10h, na Quadra dos Bancários, no centro de São Paulo. O encontro acontece na semana em que se completaram 100 dias da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem que exista qualquer expectativa, até mesmo da parte de Lula – que afirmou não confiar em uma sentença favorável do judiciário – que ele possa ser colocado em liberdade por meio de uma ação jurídica, e sem que se possa ter qualquer expectativa de que a direita golpista não se encaminhe para realizar eleições fraudulentas, impedindo ou indeferindo o registro da candidatura presidencial que tem o apoio declarado (mesmo nas pesquisas manipuladas pelos institutos e imprensa golpista) da maioria do povo trabalhador e das suas principais organizações de luta. Mesmo diante da notória divisão do judiciário golpista, fica evidente que sua ala mais reacionária, vinculada ou comprada pelo imperialismo (principalmente norte-americano) mantém o controle da situação em um regime em que de nada vale o que diz a Constituição e no qual à Lula são negados os direitos que já foram concedidos a milhares de outras pessoas e que vem sendo cassado de forma totalmente arbitrária pela ditadura do judiciário. A recente negativa de soltura de Lula, mesmo depois do habeas corpus concedido pelo juiz plantonista do TRF-4, na qual Sérgio Moro, a Polícia Federal e a cúpula do TRF4, descumpriram a “ordem judicial” que a direita diz ser “indiscutível” quando se trata do cumprimento de sentenças contra os trabalhadores e suas organizações, deixou ainda mais claro que não há nada o que esperar pelo judiciário, que
não há qualquer saída real para garantir os direitos democráticos de Lula e de todo o povo brasileiro por meios dos “homens de toga”. É preciso colocar em ação a força poderosa da classe trabalhadora da cidade e do campo, da juventude e das suas organizações de luta. À frente dessa luta precisa estar o combativo pelotão da classe operária, os metalúrgicos, os petroleiros, os eletricitários, os trabalhadores dos correios, dos transportes etc. que podem parar o País contra a destruição da economia nacional, a entrega de nossas riquezas (petróleo, água, estatais etc.) e a destruição de nossas condições de vida. A Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, é um aspecto fundamental dessa luta. Para impulsionar as mobilizações que já estão sendo convocadas pelas grande organizações de luta dos explorados, como a CUT, o MST, a CMP e os partidos de esquerda, como PT e o PCO, como é o caso do dia nacional de lutas, em 10 de agosto, e o grande ato pela inscrição da candidatura presidencial de Lula, no TSE, em 15 de agosto. Mas é preciso ir além, criar um grande movimento de unificação dos comitês de luta e de todas as organizações dos explorados e da esquerda que luta contra o golpe, pela liberdade de Lula e apóiam Lula para presidente. Para realizar esta tarefa todo o ativismo da esquerda que luta contra o golpe e todos os que defendem os direitos democráticos de Lula e do povo brasileiro e se opõe ao chamado “plano B” (de deixar Lula mofando na cadeia e apoiar um falso candidato de esquerda) está chamado a participar da Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, é preciso dedicar todo o empenho a essa atividade central que se realiza nos próximos dias 21 e 22 de julho, em São Paulo.
FRASE DO DIA
Meios de comunicação atuam como um novo braço do Judiciário Dilma Rousseff
COLUNA
Unificar o movimento para derrotar o golpe Por Rafael Dantas
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os dias 21 e 22 de julho, os comitês contra o golpe e entidades de todo o país vão se reunir para discutir o golpe de Estado e o seu atual estágio, com a prisão de Lula e o impasse da direita diante da sua candidatura. A conferência não tem como objetivo apenas reunir a militância para discutir uma política eficaz contra o golpe. Ela visa a dar um passo no sentido de unificar os milhares de ativistas que estão se levantando contra o golpe em todo o país. É preciso criar uma rede de comitês que seja capaz de organizar os militantes atualmente dispersos e promover uma ampla mobilização. Uma vez que esses ativistas estejam organizados e militando como um só corpo contra o golpe e a prisão de Lula, a luta contra o golpe pode ser efetiva e adquirir um caráter de massas. Muitos se perguntam por que o “povo” não se mobiliza; por que não é capaz de barrar as medidas dos golpistas e por que não se rebela contra a prisão de Lula.
A conferência é uma tentativa de avançar nesse sentido. Se as organizações de massas dos trabalhadores estão no momento incapacitadas para promover essa mobilização, é preciso se organizar de outra maneira. É preciso unificar e centralizar a luta. A mobilização “do povo”, ou seja, generalizada, de massas, nunca acontece de maneira totalmente espontânea. É preciso prepará-la, por meio de intensa propaganda, capaz de conquistar cada vez mais pessoas para essa luta. Essa necessidade se revela ainda mais premente num momento em que ficou patente que não há nenhuma saída institucional que favoreça os trabalhadores e a população em geral. A Justiça, o Congresso e as eleições não permitirão que a vontade popular se expresse contra os golpistas. Só uma mobilização independente e firme, que atinja cada vez mais as amplas massas de trabalhadores pode solucionar essa situação, ou seja, derrotar o golpe.
NACIONAL| 3
VITÓRIA PLANEJADA
Vive la diversitè: Nike vai lucrar bilhões com a vitória francesa P
ara muitos, pode parecer um resultado meio fortuito o resultado da Copa do Mundo de 2018, com a vitória da França. Para outros, como a Nike, uma vitória necessária, uma vitória, digamos, planejada. As semifinais já indicavam a satisfação da Nike com a Copa. Três dos quatro times semifinalistas tinham equipamentos esportivos patrocinados pela Nike, empresa americana, ao contrário da Adidas, marca alemã, fabricante da bola desta Copa, que patrocinou a Bélgica. Mbappé também é um garoto propaganda da Nike, também por isso tanta festa em torno do rapaz que foi comparado, sem qualquer base na realidade, a Pelé. Tirando a idade na Copa do Mundo, esse rapaz não apresenta um futebol nem próximo ao que Pelé jogou. Foi a primeira vez que a Nike esteve de maneira soberana em uma
final de Copa do Mundo, o que levou a empresa a divulgar, antes do resultado, os dois uniformes com uma estrela em cima do brasão de cada país. Antes da final da Copa, a Nike já havia tido uma progressão de mais de 4% nas bolsas de especulação financeira. Depois da final, os números sequer foram divulgados. A empresa faturou e vai faturar bilhões com esse resultado. Isso porque, apesar do Brasil ser patrocinado pela Nike, a vitória brasileira não reverteria os mesmos bilhões para a empresa. O povo brasileiro não tem condições de comprar camisas oficiais da Seleção, que custam centenas de reais. Quem acabaria tendo altos ganhos seria o comércio dos trabalhadores ambulantes. A Nike lucraria menos aqui do que, certamente, vai abocanhar com a vitória do medíocre futebol francês.
RIO DE JANEIRO
BOULOS DA DEPRESSÃO
Caçado pela Globo, Crivella tem bens bloqueados por juiz do DF O
Em meio ao golpe, PSOL faz campanha como se tudo estivesse normal
atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella teve seus bens bloqueados por um juiz de Brasilia. O juiz Renato Borelli, da 20ª Vara Federal do Distrito Federal, decretou o bloqueio dos bens de Crivella e de mais oito investigados em uma operação que apura contratos feitos entre Ministério da Pesca em 2012 e uma empresa de Manutenção de Equipamentos Eletrônicos. Na época, Crivella ocupava a pasta do Ministério da Pesca. A investigação gira em torno de contratos supostamente superfaturados e acusações de aquisição de serviços sem necessidade por parte do ministerio O caso, no entanto, não pode ser visto pelo seu lado jurídico, nos últimos meses o judiciário tem se revelado um verdadeiro aparato golpista, passando por cima das leis e dos direitos, como no caso recente do ex-presidente Lula, preso sem provas, o qual teve um habeas corpus legitimo negado pelo judiciário de forma totalmente arbitraria. O caso de Crivella tem que ser analisado, portanto, pelo angulo politico, da violenta luta de classes estabelecida, inclusive, entre setores da burguesia. O atual prefeito do Rio de Janeiro, do PRB, não representa a ala central da burguesia golpista, que hoje busca a todo custo impor a politica do imperialismo no Pais. Crivella está ligado a setores da burguesia regional do Rio de Janeiro, a qual devido a seus inte-
resses próprios, acaba impondo uma certa resistência a ala abertamente golpista. Integrante dessa ala, a Rede Globo, apoiadora do golpe de estado de maneira integral, durante as eleições para a prefeitura carioca partiu para a ofensiva contra Crivella, utilizando se inclusive da esquerda pequeno burguesa, de Marcelo Freixo, do PSOL. Nas ultimas semanas se intensificou a ofensiva contra Crivella, com a tentativa de estabelecer o processo de impeachment do prefeito do Rio de Janeiro e, agora, o bloqueio dos bens pelo judiciário golpista. É preciso ter claro que essa ofensiva não é dirigida pela população pobre do Rio de Janeiro, mas pelas alas mais golpistas da direita, como a própria Rede Globo. O conflito entre esses dois setores da burguesia no Rio de Janeiro e uma expressão da divisão que ocorre também a nível nacional entre tais setores.
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á pouco mais que cem dias, milhares de trabalhadores impediram, durante 24 horas, que a Polícia Federal prendesse o ex-presidente Lula. Um mês depois, militantes de todo o país se deslocaram até Curitiba para realizar o primeiro de maio unificado pela liberdade de Lula. Nesse momento, centenas de pessoas estão se inscrevendo na Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe. A tendência à mobilização dos trabalhadores é evidente; no entanto, Guilherme Boulos e o PSOL resolveram ignorar. A candidatura Boulos-PSOL já deixou bem claro para que veio: ajudar a encobrir a fraude que são as eleições que a direita quer realizar sem Lula, para dar uma falas aparência legal ao regime nascido do golpe de estado e agir para enfraquecer a luta contra o golpe. Tal qual um verdadeiro abutre, Boulos sequer se dá ao trabalho de denunciar a prisão do ex-presidente Lula em sua campanha, muito menos o golpe de Estado dado contra Dilma Rousseff.A campanha de Boulos é completamente estranha ao Brasil – na verdade, é estranha a qualquer país atrasado da face da terra. Pode-se dizer, sem qualquer exagero, que a candidatura Boulos-PSOL foi inscrita na galáxia errada – afinal, suas propostas não fazem sentido em qualquer planeta conhecido. Ao ignorar que o Brasil sofreu um golpe de Estado, que caminha no sentido de uma ditadura
militar, Boulos faz parecer que tudo é possível – bastaria, portanto, “boas propostas” e “boa vontade”. Boulos promete que vai realizar uma reforma agrária no Brasil. No entanto, ele não fala em expropriar o latifúndio, da necessidade da autodefesa dos camponeses pobres, da necessária luta contra os “senhores da terra”. Brinca de propor mudanças quando o governo atual e o próximo se depender da direita e das eleições fraudulentas que ela pretende realizar, terá junto de si um parlamento completamente corrompido pelos fazendeiros – é óbvio que o parlamento estaria nas mãos da direita, uma vez que ela é quem controla as eleições e Boulos não tem a menor intenção em mobilizar os trabalhadores contra a burguesia. Esse é apenas um dos tantos exemplos de como é a campanha de Boulos. Promessas vazias de mais emprego, “mais democracia” e mais moradia ao mesmo tempo em que garante que não irá “demonizar o empresariado”.
4| NACIONAL
TARSO GENRO
“Amigo da onça” e general do “plano B” quer apoiar Boulos S
abotando publicamente a estratégia apresentada por Lula e pelos principais dirigentes do Partido dos Trabalhadores de levar a candidatura de Lula às últimas consequências, o ex-ministro Tarso Genro cumpre agenda da esquerda pequeno burguesa e propõe Guilherme Boulos como candidato à presidência caso a candidatura de Lula não seja vetada pela direita golpista. “Nós vamos defender que o PT lidere uma nova frente política e convide o companheiro Boulos para ser nosso candidato à Presidência da República”, disse Tarso durante debate denominado “Os Caminhos da Esquerda”, realizado no teatro da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Como de costume, com ampla cobertura da imprensa golpista, interessada em dividir o PT e a esquerda que luta contra o golpe e empenhada em impor um “candidato da esquerda” sob medida para ser derrotado em eleições fraudulentas que referendem um candidato golpista. Aquilo que pode parecer, num primeiro momento, uma atitude de
pragmatismo eleitoral é na verdade uma declaração de capitulação no mais alto grau. Propor que o PT saia com Boulos, candidato inexpressivo, sem apoio popular e que não só não se opôs ao golpe de estado como foi usado em vários momentos pela direita para atacar os governos do PT (como na campanha reacionária contra a Copa do Mundo, “não vai ter Copa”) é dinamitar toda a luta contra o golpe por meio de uma falsa via eleitoral que só pode levar a derrota, com a consequência gravíssima de endossar um processo que sem Lula seria obviamente fraudulento. A prisão de Lula liberou as forças internas sabotadoras do PT que se mantinham discretas em seu golpismo enquanto a grande liderança do partido gozava ainda de liberdade. A fala do ex ministro é a culminância de uma estratégia de longa data de setores reacionários para tomar a frente do partido. Setores que, inclusive, buscaram tirar proveito dos ataques da direita ao PT e à toda
classe trabalhadora e às suas organizações para tirar dividendos políticos e eleitorais. Essa ofensiva “esquerdista” contra a própria candidatura de Lula, cujo veto da direita deveria ser aceito, é mais uma frente impulsionada pela própria direita (por meio de sua imprensa golpista), como a campanha em favor do candidato-abutre Ciro Gomes e a campanha a favor de que
o PT escolha outro candidato petista que não seja Lula. É importante denunciar a finalidade desses ataques, desse “fogo-amigo” que ajuda a direita, divide e faz o jogo dos inimigos dos trabalhadores e de todos os explorados e de suas organizações de luta que lutam contra o golpe, pela liberdade de Lula e defendem sua candidatura presidencial, entendendo claramente que é Lula ou nada!.
FALÊNCIA NEOLIBERAL
STF
Em 2018 o saldo de emprego 80% menor que o previsto
Pertence quer deixar defesa de Lula, evidenciando que negociação com os golpistas é impossível
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governo golpista precisou de apenas dois anos para expor a podridão e a decadência em que se encontra o capitalismo. A presidenta Dilma Rousseff, do PT, havia sido derrubada, supostamente, por ser corrupta e por estar afundando a economia brasileira. Contudo, Temer mostrou que a maior corrupção e o maior desastre econômico ocorrem sempre quando os representantes dos monopólios internacionais assumem o poder. No ano de 2018, o saldo de empregos será de apenas 200 mil – enquanto a promessa era de pelo menos 1,2 milhão. Isto é, mesmo com todas as manobras e falsificações que o governo golpista promoveu durante o ano, fica evidente o retrocesso imposto pela política econômica de favorecimento do imperialismo do regime golpista. A crise vem avançando de forma acelerada e segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nos últimos meses,
desde março, “a desaceleração tem sido tão brusca que, mantido o ritmo registrado a partir daquele mês, o mercado de trabalho pode fechar 2018 com um saldo líquido de apenas 220 mil vagas com carteira” (Zero Hora, 17/07/2018). Tais números equivalem menos de 20% do previsto por economistas, que estimavam, no final de 2017, a geração de mais de 1 milhão de novos postos com carteira assinada, em 2018. A situação evidencia a necessidade de mobilizar a classe operária contra o regime golpista que está promovendo o maior retrocesso nas condições de vida de todos os tempos. Para barrar esta ofensiva que ameaça levar à ruína milhões de explorados à ruína é preciso colocar abaixo o golpe de estado, pôr abaixo todas as “reformas” de Temer e toda a quadrilha golpista que domina o Congresso Nacional, libertar Lula e impedir eleições fraudulentas sem a participação do ex-presidente.
S
epúlveda Pertence, ex-ministro do STF e um dos advogados de defesa de Lula, enviou carta ao ex-presidente informando seu desejo de abandonar a defesa. Na sua justificativa, o ex-ministro alega não ter gostado de uma nota pública assinada pelo próprio ex-presidente, em conjunto com o advogado Cristiano Zanin, através da qual teceram duras críticas ao relator do caso, ministro do STF Edson Fachin, por ter retirado de pauta o julgamento de liberdade para Lula. Além desse primeiro argumento, Pertence ainda expressou seu desconforto com o habeas corpus protocolado pelos deputados federais Paulo Pimenta, Wadih Damous e Paulo Teixeira, e devidamente deferido pelo desembargador de plantão no TRF-4 que gerou mais uma onda de violações da Lei por parte da Polícia Federal, do juizeco fascista Sérgio Moro e pela cúpula do próprio TRf-4, no último dia 8. Em que pese o fato de o ex-ministro ainda não ter abandonado o patrocínio da causa, haja vista que condicionou a efetivação da saída após futura visita que fará ao ex-presidente, Sepúlvida Pertence revela a fragilidade de sua defesa em favor de Lula. Certamente pressionado pelos setores
mais conservadores e pró-imperialistas do judiciário golpista, especialmente daqueles ligados à operação lava jato e que – de fato – estão “dando as cartas” na ditadura do judiciário. o ex-ministro expressou seu desconforto ao ver os recentes confrontos políticos empreendidos contra o TRF 4 e o STF, mas evidenciou que suas iniciativas e de toda a defesa, amparadas na Constituição, não tem reais condições de prosperar, se depender apenas da vontade do regime de arbítrio que vigora no imperial poder judiciário. Ao invés de denunciar essa situação, o jurista – por hora – busca encontrar pretextos para justificar o insucesso da operação de encontrar uma saída para a liberdade de Lula, simplesmente pelas vias institucionais, controladas pela direita golpista. É notório que a operação lava jato se utiliza a todo momento de ataques políticos, ao arrepio da Constituição, contra o ex-presidente. Portanto, a defesa do ex-presidente também teria que se utilizar desse expediente. Mais ainda, sem a necessária luta política, sem uma verdadeira mobilização revolucionária o golpe não cederá, não será derrotado e não serão garantidos os direitos democráticos de Lula e de todo o povo brasileiro.
NACIONAL 5
BURGUESIA GOLPISTA
Na justiça contra caminhoneiros, PSDB quer mais dinheiro para as concessionários das estradas A
burguesia só faz acordo com os dedos cruzados. Marcio França (PSB), atual governador de São Paulo, até bem pouco tempo vice de Alckmin (PSDB), quer processar a União contra a isenção de pedágios nos eixos suspenso em estaduais concedida aos caminhoneiros após a greve de maio. Os caminhoneiros são isentos de pedágios nos eixos suspensos nas estradas federais desde 2015, vitória concedida no governo Dilma, e conseguiram a isenção de pedágio nos eixos suspensos nas rodovias estaduais após a grande greve que fizeram esse ano. A greve parou o País, abriu caminho para uma greve geral – que não foi devidamente explorada pelos sin-
dicatos e pela direção da CUT (única organização capaz de convocar uma greve geral) – fazendo a burguesia golpista ficar acuada com os caminhoneiros. Dois meses depois da greve os golpistas mostram que não vieram para aliviar nenhum trabalhador, e além de aumentar diversas vezes o preço da gasolina, também querem tirar as outras conquistas da greve. Enquanto isso a imprensa golpista está numa ofensiva voraz contra os caminhoneiros, a Globo fez uma longa matéria no seus telejornais dessa terça (17), para atacar os caminhoneiros e botar a culpa da recessão econômica do País em cima deles. Querem que o brasileiro acredite que
o real despencando, o desemprego desenfreado, a crise política e econômica do regime apodrecido é culpa de um setor dos trabalhadores que pa-
ralisou o Brasil justamente por causa dessa situação imposta à maioria da população pelos golpistas e seus apoiadores, como a Rede Globo.
INTERNACIONAL
Vive la diversité: Macron, lucro total A
vitória da seleção francesa na Copa do Mundo da Rússia, cuidadosamente armada junto à imprensa e à arbitragem, é uma espécie de panaceia para o imperialismo e mais especificamente para o governo direitista de Emmanuel Macron na França. Além de constituir um evidente triunfo político e econômico, a conquista serve para ocultar o racismo que volta a grassar no velho mundo. Com a crise global iniciada na década de 1970, os países centrais do imperialismo – como a França – se tornaram os destinos preferidos sobretudo daqueles nascidos em suas colônias que haviam se tornado independentes no pós-guerra. Talvez ainda com mais intensidade que no restante do mundo, essas metrópoles se tornaram palco de aguda polarização política, com um significativo ascenso do racismo e da segregação religiosa – sobretudo contra muçulmanos e judeus. Por um lado, setores conservadores vêm cada vez mais alavancando partidos de extrema direita, como a nazista Frente Nacional de Marine Le Pen, que ficou em segundo lugar nas duas últimas eleições. Por outro lado, é crescente o descontentamento das camadas mais pobres da população, compostas sobretudo por imigrantes negros, árabes ou seus descendentes, materializado por exemplo nas constantes manifestações de rua contra o racismo e contra as reformas propostas pelo governo de Macron. A popularidade do presidente direitista francês Emmanuel Macron vem despencando com sua permanência no poder, chegando a apenas 40%. Seu infortúnio se deve sobretudo às política anti-povo que vem aplicando. Contra os trabalhadores em geral,
Macron decretou uma reforma trabalhista ainda no primeiro ano de mandato. Em fevereiro, apresentou um projeto de lei endurecendo a política migratória. Frente a todos esses revezes, a vitória da seleção francesa de futebol no Mundial da Rússia é bastante conveniente para Macron. Evidentemente, o principal propósito é econômico. Conforme estampado no site da Radio França Internacional (RFI), o Sucesso da França na Copa turbina a economia do futebol francês: a Federação Francesa de Futebol, por exemplo, tem um orçamento de 250 milhões de Euros, recebendo quase 33 milhões da Fifa com a vitória. Somados, os passes dos jogadores da seleção somam mais de um bilhão de Euros. Há ainda toda uma cadeia de produtos esportivos que tem a venda alavancada em toda a Europa com a vitória da França. Por fim, com a maior popularidade do esporte no país, a TV e demais meios de comunicação imperialistas – detentores dos direitos de transmissão
dos jogos e da maioria das imagens – aumentarão consideravelmente seu faturamento. Macron tratou de associar a sua imagem à vitória dos Bleus (os Azuis, como é conhecida a seleção). Presente na partida final em Moscou, o presidente desceu ao campo na chuva para abraçar os jogadores e invadiu o vestiário para beijar a taça. O excesso na Rússia foi tal que a RFI, por exemplo, encarregou-se de botar os devidos panos quentes, assegurando que Macron se controlou e não instrumentalizou politicamente a vitória da França. Como se vê, ocorre justamente o contrário. Dos 23 jogadores da seleção francesa, 18 são descendentes de imigrantes: Umtiti, Varane, Hernandez, Kanté, Matuidi, Pogba, Griezmann, Mbappé, Tolisso, Nzonzi, Fekir, Dembélé, Kimpembe, Sidibé, Mendy, Lemar, Mananda, Rami, Areola. A grande estrela do time, Kylian Mbappé , filho de pai camaronês e mãe argelina, nasceu em Bondy, uma região na periferia de Paris brutalmente reprimida pela po-
lícia e achacada pela pobreza e pelo desemprego, palco de violentos protestos populares em 2005. Também da periferia da capital são Pogba, Kanté, Mendy, Matuidi, Areola, Kimpembe, e Nzonzi. Com essa escalação, o oportunista Macron tratou de lançar a campanha publicitária da seleção miscigenada, que supostamente refletiria a tolerância do país com os imigrantes, com os negros, com os muçulmanos. No Brasil, a direita e até mesmo setores da esquerda apressaram-se em aplaudir o exemplo dos Bleus: Viva a diversidade! Nada mais longe da realidade. Como no Brasil, os jogadores de futebol franceses mais talentosos são mestiços, pobres, e viram no esporte uma possibilidade de redenção de seu futuro miserável. Sua presença na seleção não significa em absoluto que a França de Marine Le Pen ou de Emmanuel Macron tenha uma política menos racista que outros países centrais do imperialismo. A população francesa sabe disso, e as massivas comemorações do triunfo francês ensejaram conflitos em diversos lugares. O mais significativo foi o saque de um shopping na avenida dos Champs-Elysées tomada por uma multidão de quase 100 mil pessoas. Seguiu-se, como sempre nas periferias, uma brutal repressão policial que resultou em dois mortos e centenas de feridos. Assim como o futebol é uma possibilidade de redenção social para muitos poucos jogadores, os movimentos de massas expressam a revolta dessa imensa camada da população francesa cujos países de origem enriqueceram a Europa em séculos de cruel colonização, cuja família foi e é perseguida como imigrantes ilegais, cujos membros, enfim, conformam a seleção que venceu a Copa do Mundo de futebol.
6 | INTERNACIONAL
GOLPE
Como na Venezuela, imperialismo quer intervir para derrubar o governo na Nicarágua O
golpe na Nicarágua continua em marcha. O governo está encurralado pelas mobilizações patronais que acontecem pelo país e que têm como principal objetivo derrubar o governo nacionalista de Daniel Ortega. O mesmo modus operandi da direita agindo na desestabilização de governos mundo afora. A Nicarágua vive a cópia da tentativa de golpe de Estado na Venezuela. O mesmo apoio da imprensa internacional, os mesmos crimes, a mesma
manipulação. Como em Caracas, entre abril e julho do ano passado, há dias que Managuá e outras cidades da Nicarágua vivem dias de extrema violência e manifestações orquestradas pelo governo imperialista norte-americano. Mas não satisfeito em apenas colocar infiltrados para organizar os protestos, os EUA exigem o fim imediato da repressão de protestos opositores e que o governo atenda às reivindicações dos manifestantes, estimulando
PROPAGANDA IMPERIALISTA
a antecipação das eleições como saída para a crise. Diante desse cenário, fica a indagação: Ortega perdeu a legitimidade nos 16 meses de gestão governamental? Cometeu erros que o desqualificam como presidente da nação? Não. Ao contrário, seu governo organizou ações destinadas a melhorar as condições de vida do povo. Hoje, educação e saúde são gratuitas para grande parte da população e o equilíbrio econômico está mantido.
Claro está que esse governo nacionalista de Ortega gera desconfiança em Washington. Por isso estão financiando mais um golpe na América Latina, mais uma “primavera democrática” se aproxima do continente. É preciso denunciar o golpe de Estado na Nicarágua, pois está claro que se trata de um processo de desestabilização que segue à risca um manual externo já utilizado em outros país da América Latina, entre eles, a Venezuela.
UNIVERSIDADE DE FÉRIAS
O curso e o lazer que você Invadir campo de futebol era ruim, até virar protesto trabalhador não pode perder contra Putin F A
Rússia foi palco, por trinta e um dias consecutivos, do evento esportivo de maior prestígio e público em todo o planeta. A Copa do Mundo reuniu trinta e duas seleções dos cinco continentes, sendo transmitida para mais de 200 países, com um público expectador estimado em mais de 3 bilhões de pessoas. Um evento deste porte faz do país organizador uma grande vitrine para o mundo. Uma excelente oportunidade para a propaganda política, ideológica, cultural e social da nação que realiza o grandioso evento. A Rússia explorou de forma muito proveitosa e eficiente esta possibilidade, o que trouxe grandes dividendos para o regime liderado pelo presidente Vladimir Putin, recém eleito, às vésperas da Copa, para um novo mandato. É sabido também que o imperialismo buscou, por todos os meios e flancos, atacar a Copa do Mundo e seus realizadores, no intuito claro de atingir o regime político russo e sua principal expressão, o presidente Putin. O imperialismo norte-americano e europeu ameaçou diretamente boicotar o evento, se valendo de acusações completamente infundadas ao líder do governo russo. Não obstante a campanha de desestabilização conduzida pelo imperialismo, a competição mundial acabou sendo um evento bem sucedido, repercutindo de forma muito positiva em todo o mundo. Entretanto, na expectativa de uma oportunidade para atacar o evento e a Rússia, o imperialismo e seus representantes montaram uma verdadeira trincheira, permanecendo atentos a todos os movimentos que pudessem ser explorados para desqualificar a Copa do Mundo, a Rússia e suas lideranças. Na partida final, realizada no dia 15 de julho, em Moscou, confrontando as seleções da França e da Croácia, foi
registrado um pequeno incidente, logo no início do segundo tempo, quando três integrantes da banda punk Pussy Riot, autointitulada “feminista e de oposição” ao governo, invadiu o campo, num protesto contra o presidente Putin, a quem os “músicos” acusam de sufocar as liberdades políticas e individuais no país. Obviamente que os arautos do imperialismo rapidamente buscaram dar ampla publicidade ao fato, na tentativa de transformar um desprezível incidente em um acontecimento de repercussão ampla, notória e mundial. Ou seja, os mesmos personagens que transformaram o esporte mais popular do mundo numa grande chatice, proibindo e condenando todas as mais legítimas manifestações das torcidas e também dos jogadores; os mesmos personagens que seqüestraram o futebol, alijando-o das grandes massas, confinando os torcedores em “arenas esportivas”; os mesmos personagens que mercantilizaram o futebol, burocratizando-o de forma a confiscar a criatividade e a plasticidade dos gramados; esses mesmos cínicos e hipócritas personagens, que sempre condenaram as invasões de campo como sendo obra de “vândalos e marginais”, buscaram (sem muito sucesso, na verdade), dar ampla publicidade à invasão do estádio Luzhiniki, em Moscou, palco da final. A razão? Muito simples: Os invasores tinham como propósito “protestar” contra o presidente Putin. Portanto, o cinismo e a hipocrisia dessa gente desclassificada não conhece limites. É preciso um amplo movimento para denunciar as manobras e a manipulação do imperialismo, que busca interferir em todos os aspectos da vida social para defender seus mesquinhos interesses, de um reduzidíssimo punhado de grande magnatas contra a imensa maioria da população.
alta menos de uma semana para o início do maior curso de formação marxista do País, a 42ª Universidade de Férias do Partido da Causa Operária e Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), que nesta segunda edição do ano terá como tema: “Brasil: da crise da ditadura militar ao golpe de 2016”, dando sequência aos debates do primeiro semestre sobre a crise histórica do capitalismo. A atividade de férias é extremamente convidativa, sendo impar no sentido de trazer uma vivência socialista de uma semana, com atividades diversas: o curso com grupos de estudo, palestras culturais, campeonato de futebol, passeios, filmes e lazer completo, tudo isso num hotel fazenda em Suzano, e, o melhor de tudo, o preço é mais que acessível se comparado com qualquer férias. Os valores de R$ 650 em estadia na barraca e R$ 850 nos quartos são para as despesas de alimentação e aluguel do espaço, sendo divididos por 3 refeições completas, produzidas pelos próprios participantes nos grupos de cozinha socialista e com um cardápio temático. O curso, que é a base teórica para a militância do PCO há 20 anos, sendo apresentado pelo Presidente Nacional do PCO, o companheiro Rui Costa Pimenta, um dirigente com 40 anos de experiência na luta política nacional e internacional, sai de graça. Você pode procurar já essa semana a SORG (Secretaria de Organização), fazer sua inscrição e ver a melhor forma de pagamento para participar dessa atividade única, as férias com trabalhadores revolucionários que vão marcar sua vida. Ressaltamos aos interessados, que o curso preza pela riqueza de detalhes, por isso o período de uma semana, onde, após as aulas são organizados grupos de discussão com material impresso que resultam em
perguntas relacionadas aos debates diários, para facilitar a absorção dos conteúdos. Convidamos todos os trabalhadores para participar dessa atividade de crescimento teórico e prático coletivo. Afinal, como bem disse o líder da Revolução Russa de 1917, Vladimir Lenin: “Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário”. Quer entender melhor o que é a Universidade de Férias? https://www.causaoperaria.org.br/ acervo/blog/2018/01/06/o-que-e-universidade-de-ferias-do-pco/#.WzvfZdhKjEo https://www.causaoperaria.org.br/ universidade-de-ferias-3/ Os contatos para voce fazer agora sua inscrição: Email: pco.sorg@gmail Telefone: TIM: (11) 98589-7537 Vivo: (11) 96388-6198 Claro: (11) 97077-2322 Oi: (11) 93143-4534