Edição Diário Causa Operária nº 5358

Page 1

SEXTA-FEIRA, 3 DE AGOSTO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5358

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

WWW.PCO.ORG.BR

ESTRANGULAMENTO ECONÔMICO: Israel proíbe entrada de combustíveis em Gaza

ACORDO RUIM: PT ENTREGA QUATRO ESTADOS E MESMO ASSIM NÃO CONSEGUE APOIO DO PSB A LULA

Causa Operária Ediçao 1015

A direção do PT (Partido dos Trabalhadores) anunciou um acordo de “não agressão” com o golpista PSB, partido que na sua quase totalidade apoiou o golpe de Estado, o impeachment de Dilma Rousseff, e se cala diante da arbitrariedade policial, cometida com a prisão política do ex-presidente Lula.

ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO Na edição de hoje do Diário Causa Operária, veja a análise do acordo entre o PT e o PSB, que resultou em uma crise principalmente em Pernambuco. Veja também a mobilização pelo dia 15, pela liberdade de Lula e por sua candidatura.

Conselho Editorial

EDITORIAL

COLUNA

A única política realista é “Lula ou nada!” o resto é se render ao golpe

Liberdade para Lula

Por João Pimenta Para os mais leigos da política, o processo político é quase que exclusivamente a política eleitoral. Na verdade as eleições são apenas uma versão distorcida da política real, a luta de classes, da luta política travada no dia a dia, e uma distorção que nunca favorece os trabalhadores. Na época eleitoral a burguesia limita onde se pode fazer campanha, de onde o dinheiro pode vir,

Lula está preso a 120 dias. Sua prisão política, passando por cima de todos os direitos democráticos mais elemen-

tares do cidadão, abre o caminho para um ataque generalizado contra todo o povo e as organizações populares.

Dia 15: ocupar Brasília em defesa de Lula Neste dia 15 de agosto, a palavra de ordem é: “Ocupar Brasília, em favor do registro da candidatura de Lula, e de sua liberdade!”

Em livro de 2016, Fux argumenta que qualquer candidato na situação de Lula deveria poder participar das eleições

Grave erro: marcar festival em Porto Alegre no mesmo dia do ato em Brasília joga contra mobilização em defesa de Lula O dia 15 de agosto vem sendo aguardado com grande expectativa por um enorme contingente composto pelos mais diversos setores da sociedade nacional que se colocaram e que se colocam hoje contra o golpe de estado engendrado pelo imperialismo, a burguesia e

o grande capital nacional. Trata-se do dia nacional de luta marcado pelas forças progressistas, democráticas e de luta em defesa dos direitos democráticos mais elementares da população, duramente golpeados pelas medidas de ataque dos golpistas contra a maioria da população do país.

ACORDO PT-PSB, NA CONTRAMÃO DA LUTA CONTRA O GOLPE E PELA LIBERDADE DE LULA Por meio de Resolução de sua Executiva Nacional, a direção do Partido dos Trabalhadores tornou pública, nessa quarta-feira (dia 1º) um “acordo político” com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) pelo qual, em nome da “unidade do campo popular: e da busca de “reverter a agenda do golpe e retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão” o Partido “decide incorporar-se às campanhas em que aliados históricos disputam governos estaduais, criando as condições para ampliar nacionalmente o apoio à candidatura Lula”.


2 | EDITORIAL EDITORIAL

Acordo PT-PSB, na contra-mão da luta contra o golpe e pela liberdade de Lula Por meio de Resolução de sua Executiva Nacional, a direção do Partido dos Trabalhadores tornou pública, nessa quarta-feira (dia 1º) um “acordo político” com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) pelo qual, em nome da “unidade do campo popular: e da busca de “reverter a agenda do golpe e retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão” o Partido “decide incorporar-se às campanhas em que aliados históricos disputam governos estaduais, criando as condições para ampliar nacionalmente o apoio à candidatura Lula”. De acordo com a Resolução, a Comissão Executiva Nacional do PT decidiu, principalmente: “apoiar, nos estados do Amazonas, Amapá, Paraíba e Pernambuco, os candidatos a governador do PSB, assim como já apoiamos a candidatura do PCdoB no Maranhão” e “formalizar este apoio por meio da integração do PT às respectivas coligações majoritárias”. Embora o objetivo declarado da direção do PT seja “ampliar nacionalmente o apoio à candidatura Lula”, o PSB, apesar deste apoio fundamental para que haja alguma possibilidade de vitória dos seus candidatos, não se compromete a apoiar a candidatura Lula em nível nacional; já tendo sua direção anunciado que vai liberar o voto, o que em vários estados, como São Paulo, o que significa – de fato – apoiar o candidato preferencial da direita golpista, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). O apoio do PSB à direita golpista não é uma novidade. Em 2014, o partido que integrou a base parlamentar de apoio aos governos de Lula e DiIma, tendo ocupado cargos importantes nos seus ministérios, lançou a chapa presidencial Eduardo Campos e Marina Silva que ajudou a garantir a presença do tucano Aécio Neves,

no segundo turno das eleições; no qual o PSB apoiou o candidato do imperialismo contra a candidata do PT. Nos anos seguintes, o PSB se manteve ao lado da direita apoiando o golpe de estado que derrubou a presidenta eleita com mais de 54,5 milhões de votos, em um processo totalmente fraudulento. Como parte dessa política golpista, uma ala do PSB tentou emplacar como candidato o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, que em 2012 liderou o julgamento fraudulento do mensalão, que condenou sem provas ex-dirigentes do PT, como José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares. Cartaz autista denunciando voto pela reforma trabalhista É evidente que o PSB, como todas as instituições do regime golpistas (incluindo seus partidos), está dividido e uma ala pressionada por setores da burguesia “nacional” e setores das oligarquias regionais encontra-se dividido, diante do verdadeiro retrocesso imposto à economia nacional pelo regime nascido do golpe de estado que coloca em prática uma política de total ao imperialismo norte-americano. Se houve acordo para derrubar Dilma e atacar o PT e avançar ferozmente contra os trabalhadores (“reforma” trabalhista etc.), agora, há muitos desacordos diante da voracidade do imperialismo que afeta interesses dos capitalistas “nacionais”. Mas isto nem de longe os torna aliados da luta contra o golpe. A justificativa de caráter aparentemente eleitoral apresentada pelo PT, também esbarra na realidade. São os governos e candidatos desgastados do PSB que precisam do apoio de Lula – amplamente majoritário nos estados em que o PT vai apoiar o PSB, e não o contrário. Essa política que, já seria desastrosa em “tempos de paz” e que se mostrou como

um fator para empurrar o PT para alianças com inimigos dos trabalhadores, agora, em tempos de golpe, de ditadura do judiciário e da direita golpista, de cassação dos direitos democráticos de Lula, do PT e de todo o povo brasileiro, se mostra totalmente na contramão da necessidade de levar adiante uma luta ampla, sem tréguas, que impulsione uma verdadeira “rebelião popular” (como defendida pelo companheiro Gilberto Carvalho, da Executiva do PT, como única capar de libertar Lula e derrotar o golpe). O caso de Pernambuco é exemplar. Nesse Estado, onde o próprio Lula declarou que se fosse militante do PT pernambucano apoiaria a candidatura própria do Partido, a Resolução do PT, contra a qual há recurso de dirigentes do Partido, significa colocar o PT à reboque de uma oligarquia golpista e sufocar a militância do Partido que se mobiliza pela liberdade de Lula, que constrói Comitês, que participa de mobilizações. Nesse, e em outros casos, essa política é apoiada – dentro e fora do PT – por setores que têm interesses eleitorais mesquinhos, como a reeleição de algum governador, senador ou deputado petista (que também não fica garantida) em função de um suposto apoio do PSB (com o qual não se deve contar, uma vez que esses “socialistas” já mostraram o quanto são capazes de trair a esquerda e o povo brasileiro para defender seus interesses e curvarem aos dos abutres capitalistas internacionais. O pretexto de que essa política serve para isolar Ciro Gomes e conter sua fracassada tentativa de se apresentar como candidato “da esquerda” que após (e é apoiado) por setores da direta, também não se justifica. Ciro está sendo abandonado por setores da burguesia porque a direita

golpista se unificou, ao menos por hora, em torno da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), apesar dos esforços do “pedetista” de conquistar apoio entre os golpistas e de atacar Lula (que para ele “não é preso político”) e o PT. O PSB já não tinha como apoiar esse candidato-abutre e sem apoio popular. Esta política, infelizmente, abre caminho para fortalecer também – dentro e fora do PT – a política do chamado “plano B”, ou seja, o abandono da luta pela liberdade de Lula e por usa candidatura presidencial, contra o golpe, para se desviar em direção ao lançamento de outra candidatura – do PT ou de fora dele – que não seja a expressão da luta contra o golpe, que não conta com o apoio das principais organizações de luta dos explorados, mas que seja aceitável ao regime golpista, que sirva para ser derrotada eme eleições fraudulentas (sem a participação de Lula) e ajude – concretamente – a legitimar os planos dos golpistas para as eleições: conquistar uma aparente legitimidade para um governo golpista “aprovado” por uma minoria do povo brasileiro, em eleições fraudulentas e manipuladas. Contra essa política de capitulação, chamamos a toda a militância de esquerda a se manter unidos em torno da perspectiva de luta e de independência de classe aprovada na Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe, realizada dias atrás. Fortalecer a organização independente dos explorados nos Comitês de Luta; unificar a esquerda que luta contra o golpe contra o “plano B”, em defesa da imediata ;liberdade de Lula, contra o golpe, pela anulação do impeachment e de todas as medidas do regime golpista, e por Lula presidente contra o golpe. É Lula ou nada! Pois eleições em Lula, é fraude!

COLUNA

A única política realista é “Lula ou nada!” o resto é se render ao golpe Por João Pimenta

P

ara os mais leigos da política, o processo político é quase que exclusivamente a política eleitoral. Na verdade as eleições são apenas uma versão distorcida da política real, a luta de classes, da luta política travada no dia a dia, e uma distorção que nunca favorece os trabalhadores. Na época eleitoral a burguesia limita onde se pode fazer campanha, de onde o dinheiro pode vir, que tipo de campanha pode ser feita, é o terreno favorito da burguesia, podemos ver que nem nos momentos maiores de radicalização do povo, a esquerda operária conseguiu uma maioria no parlamento burguês. O PT, que contava com apoio de um amplo setor dos capitalistas, com fileiras de milhões de trabalhadores de

trás de suas bandeiras, nunca conseguiu nem 20% dos deputados, quanto mais uma maioria. Agora, em época de eleições, carreiristas e oportunistas de todos os tipos vêm dizer para a militância que é preciso fazer escolhas práticas, “pragmáticas”, para “ganhar as eleições”. A primeira destas escolhas práticas seria abandonar a candidatura de Lula para presidente, escolher um novo candidato, abandonar a campanha de protesto contra o golpe, fazer campanha como se nada tivesse acontecido. Estes senhores “práticos”, os generais do “Plano B”, falam como se estivéssemos participando numa disputa de iguais com a direita golpista. Mas não estamos. A eleição será regulada pelo TSE, que está nas mãos de quem

prendeu Lula, e a publicidade das eleições será feita pelo monopólio da imprensa golpista, em primeiro lugar, a Rede Globo, articuladora do golpe. Mas mesmo assim, na improvável eventualidade de, se contra tudo e todos, sem lutar, a esquerda vencesse as eleições, irá a direita aceitar uma derrota? Ou eles farão como fizeram em 2014, começarão um novo “terceiro turno”, um novo golpe de estado? Participar das eleições como meras eleições, como se fossem justas e democráticas, e não uma roleta viciada, é se render ao golpe, e, ao contrário do que diz a esquerda rendida ao golpe, não é a única opção. Nas eleições é preciso fazer campanha contra o golpe. Exigir que libertem os presos políticos da República

de Curitiba, começando por Lula. É preciso ir às ruas e fazer para campanha pela presidência de Lula contra a direita e contra o golpe. Se a direita escancarar a farsa e não permitir que Lula seja candidato é preciso que a população não assine embaixo, denunciando as eleições e a fraude que se tornaram e fazendo com seja lá qual for o golpista “eleito”, será eleito só com o voto dos ricos, sem a legitimidade do povo. A burguesia estabeleceu as suas regras para as eleições, o TSE está escolhendo quem pode ser candidato. É preciso derrotar a direita e forçar, nas ruas, ela a aceitar a derrota. O povo tem que escrever as suas próprias regras, e o artigo 1º tem que ser: É Lula ou nada!


NACIONAL| 3

ACORDO RUIM:

PT entrega quatro estados e mesmo assim não consegue apoio do PSB a Lula A

direção do PT (Partido dos Trabalhadores) anunciou um acordo de “não agressão” com o golpista PSB, partido que na sua quase totalidade apoiou o golpe de Estado, o impeachment de Dilma Rousseff, e se cala diante da arbitrariedade policial, cometida com a prisão política do ex-presidente Lula. O acordo que foi celebrado entre a direção do PT e o PSB, consiste em conseguir que o PSB se declare nulo na disputa eleitoral de 2018, ou seja, não lance nenhum candidato presidencial, coisa que eles já fariam depois que o ex-juiz golpista Joaquim Barbosa desistiu de sua candidatura. Outro ponto do acordo é fazer com que o PSB não declare apoio a nenhuma outra candidatura. O PSB estava negociando apoio ao abutre Ciro Gomes do PDT.

Em relação ao apoio do PSB à candidatura de Ciro, essa alternativa já tinha feito água quando o centrão resolveu apoiar o golpista Geraldo Alckmin do PSDB, dando as costas ao abutre do Ceará. Não foi o acordo com o PT que levou o PSB desistir de Ciro, foi a burguesia que resolveu abandonar a candidatura do abutre do PDT, que parece que terá que carregar sozinho sua carcaça. Então, do ponto de vista de ganhos no cenário da candidatura nacional de Lula, o PT ficou na mesma, não conseguiu nem mesmo o apoio do PSB para a candidatura presidencial. No entanto, no Estado onde Lula é mais forte, em Pernambuco, a direção do PT se comprometeu a rifar a sua candidatura ao governo, Marília Arraes, neta de Miguel Arraes, para apoiar o candidato do PSB no Estado.

120 DIAS DE PRISÃO

Liberdade para Lula L

ula está preso a 120 dias. Sua prisão política, passando por cima de todos os direitos democráticos mais elementares do cidadão, abre o caminho para um ataque generalizado contra todo o povo e as organizações populares. Engana-se, portanto, quem acredita que a prisão de Lula é apenas um problema eleitoral. A partir do momento que a direita e as instituições golpistas conseguem colocar na cadeia o maior líder popular do País, ex-presidente da República, o cidadão “comum” estará totalmente desamparado. É o fim definitivo dos direitos democráticos da população, que já sofre dia a dia com as arbitrariedades da polícia e do Judiciário. Prova disso é que aumentam exponencialmente os casos de censura e perseguição política nas universidades, na imprensa, nas manifestações culturais, contra os partidos políticos. É inegável, no entanto, que a questão eleitoral, principalmente pela proximidade das eleições, é um fator importante. Para a direita, impedir a candidatura de Lula é uma manobra essencial para a sobrevivência do golpe, ainda que a burguesia saiba que tal manobra é perigosa. Deixar Lula, que tem cerca de 40% dos votos segundo os próprios órgãos de pesquisa da burguesia, fora das eleições significa que o próximo governo terá praticamente o mesmo nível de legitimidade e popularidade do que o atual, o que pode aprofundar a crise no regime político golpista. Por outro lado, a burguesia sabe que uma candidatura de Lula pode significar a derrota do golpe. Outro aspecto importante é que Lula expressa a rejeição massiva ao

golpe e suas medidas contra o povo. Lula solto e fazendo campanha significa, mesmo que o próprio ex-presidente não quisesse, uma mobilização popular contra os golpista, coisa que o regime não pode suportar. Por isso, a principal tarefa da luta contra o golpe é organizar a luta pela liberdade de Lula, que passa pela luta pelo registro de sua candidatura no dia 15 de agosto. A CUT, os comitês de luta contra o golpe e demais organizações populares estão convocando para um enorme ato em Brasília, em frente ao TSE, para exigir que Lula seja candidato. Os golpistas já demonstraram enorme preocupação com essa mobilização. Carmen Lúcia, presidenta do STF, anuncia que pode usar as Forças Armadas no dia 15. O STF também anunciou que pretende antecipar o julgamento da liberdade de Lula, para que a decisão seja tomada antes do dia 15. Tudo isso é parte do golpe contra Lula e o todo o povo. É preciso colocar na ordem do dia a luta pela liberdade do ex-presidente e a defesa incondicional e até o fim de sua candidatura é o caminho para derrotar os golpistas.

O mesmo no que diz respeito a apoiar as candidaturas do PSB do Amazonas, Amapá e Paraíba, em troca de apenas apoiar a candidatura de Fernando Pimentel em Minas Gerais.

Estamos vendo novamente os governadores do PT atuando para negociar acordos regionais, sem levar em consideração a principal luta do PT e do povo brasileiro que é a luta contra o golpe e pela liberdade de Lula.

CHARGE

DEMOCRACIA BURGUESA, POR JOTA CAMELO

COXÃO E COXINHA


4| NACIONAL

PELO REGISTRO DA CANDIDATURA DE LULA

Dia 15: ocupar Brasília em defesa de Lula N

este dia 15 de agosto, a palavra de ordem é: “Ocupar Brasília, em favor do registro da candidatura de Lula, e de sua liberdade!” Não se deve subestimar o ato, aprovado na Conferência de Luta Contra o Golpe realizada nos dias 21 e 22 no sindicato dos Bancários em São Paulo. Está em jogo o destino do Brasil. Chamado pela direção nacional do PT, conforme anunciou Gleisi Hoffmann neste evento, e pela CUT, ele deve reunir dezenas de milhares de pessoas na capital federal. São trabalhadores e estudantes decididos a combater o golpe de Estado em curso no Brasil, que pretende fechar seu círculo de arbitrariedades com a impugnação da candidatura de Lula. Este, com elevados índices de aprovação nas pesquisas eleitorais, se impõe de forma cada vez mais clara como o úni-

co líder de esquerda com cacife político suficiente para deter o avanço da direita pró-imperialista, que quer rifar os recursos naturais do Brasil para o estrangeiro e cassar os direitos civis da população. As Caravanas partem de todas as regiões do país, e consta que a ministra Carmem Lúcia já providenciou o apoio das forças armadas para conter a multidão que ocupará a praça dos 3 poderes. Todos devem não só participar do ato do dia 15, como colaborar com a mobilização geral para o sucesso do mesmo. É fundamental, neste momento, contar com a maior participação popular possível a favor de Lula e, consequentemente, contra o golpe. Com a direita em peso, Rede Globo etc., e até setores da esquerda reacionária se posicionando contra o PT, só um grande movimento das massas

MINISTRO LUIZ FUX

pode forçar uma reorientação do Judiciário. Como se sabe, este tem se encaminhado inflexivelmente, até agora, no sentido do impedimento da candidatura do ex-presidente, e por-

tanto pela fraude eleitoral. Todos a Brasília no dia 15, pois, num ato monstro pela defesa de Lula, e pela restauração da democracia no Brasil! Lula livre!

ELEIÇÕES 2018

Em livro de 2016, Fux argumenta Candidatura de Manuela D’Ávila que qualquer candidato na é oficial mas não é de verdade situação de Lula deveria poder S participar das eleições

O

ministro do STF Luiz Fux, que também integra o Tribunal Superior Eleitoral, tem sido um verdadeiro militante dos interesses do imperialismo. Principal defensor das fake news, Fux sequer titubeou para negar o habeas corpus ao ex-presidente Lula. Ni entanto, Fux não vem perseguido Lula por questões de “princípios” – o ministro é capaz até mesmo de se contradizer para manter o ex-presidente excluído do Regime Político. Em livro publicado em 2016, Fux deixou bem clara sua posição em relação ao direito de réus com processo em andamento serem candidatos. Segundo Fux, no livro Novos Paradigmas do Direito Eleitoral, sempre que houver possibilidade de um candidato re-

verter eventual condição de inelegibilidade, a lei garante que o candidato “prossiga na corrida eleitoral”. Ou seja, se Fux fosse coerente com o aue escreveu há dois anos, o ministro do STF e do STF deveria defender o direito de Lula participar das eleições. No entanto, Fux não está minimamente interessado em ser coerente – seu único objetivo é sevir de capacho para o imperialismo. E é justamente por isso que Fux declarou, na última terça-feira, que Lula não poderia ser candidato para “forçar uma situação”. A liberdade de Lula e sua candidatura não virão do TSE. É necessária uma mobilização revolucionária dos trabalhadores pela liberdade de Lula. Lula ou nada!

ou candidata porque Brasil é um sonho que pode ser realizado”. Com essa manchete, o Portal Vermelho, órgão oficioso do PCdoB, resumiu em título o discurso da candidata do partido à presidencia da República, Manuela D’Ávila, ocorrido em convenção realizada na quarta-feira, primeiro de agosto. A frase não poderia expressar melhor a profunda ilusão do PCdoB nas instituições “democráticas” do Estado brasileiro, justamente em um momento em que se acentua o caráter ditatorial do golpe de Estado em curso no país. As eleições em geral já são uma farsa, justamente por serem controladas pelo aparelho estatal burguês. As de 2018, no entanto, se avizinham como uma etapa de aprofundamento do golpe, o que significa, que a farsa crescerá exponencialmente, salvo uma verdadeira rebelião popular do povo brasileiro, a começar por defender e garantir a liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva, o único candidato que pode desmontar a farsa e até ser eleito, não porque seja “bom de voto”, mas porque a sua candidatura só será real com o povo na rua. Em um discurso recheado de invocações ao desenvolvimento sustentável do país a partir de um programa de reformas, a candidata se esquece de dizer como seria a implantação de tal programa. Parodiando o outro candidato abutre, Guilherme Boulos, os pretensos dezenas de milhões de votos que obterá darão respaldo para convencer os banqueiros a taxar os lucros, a desfazer as “reformas” macabras de Temer, enfim, convencer a tola burguesia, que a democracia vale muito mais que a diatadura golpista.

Finalmente, a jovem do slogan “lute como uma garota” muito de passagem se referiu ao verdadeiro impasse que corrói as entranhas do PCdoB ao citar a falta de uma candidatura unificada da esquerda: o absoluto desmoronamento da candidatura Ciro Gomes e o consequente esvaziamento da ala cirista do partido. Se fosse um partido sério, comprometido com a luta contra o golpe no país, a única alternativa do PCdoB seria serrar fileiras com a campanha contra o golpe e pela liberdade de Lula, mas as ilusões do partido no regime democrático burguês só aponta o caminho de virar a página do golpe na doce ilusão da manutenção dos empregos parlamentares. Por esse caminho, o PCdoB mostra que assim como a sua política, a candidatura Manuela é oficial mais não é de verdade.


NACIONAL 5

GRAVE ERRO

Marcar festival em Porto Alegre no mesmo dia do ato em Brasília joga contra mobilização em defesa de Lula O dia 15 de agosto vem sendo aguardado com grande expectativa por um enorme contingente composto pelos mais diversos setores da sociedade nacional que se colocaram e que se colocam hoje contra o golpe de estado engendrado pelo imperialismo, a burguesia e o grande capital nacional. Trata-se do dia nacional de luta marcado pelas forças progressistas, democráticas e de luta em defesa dos direitos democráticos mais elementares da população, duramente golpeados pelas medidas de ataque dos golpistas contra a maioria da população do país. O que se vê por todos os quatro cantos do país é uma gigantesca mobilização no sentido de fazer do 15 de agosto um dia marcado por grandes atos e movimento de massas que cubra o país de norte a sul e leste a oeste, convergindo para Brasília, onde ocorrerá o ato oficial de entrega do registro da candidatura do companheiro Luis Inácio Lula da Silva, Lula, a maior liderança operária e popular do país, que se encontra há mais de 100 (cem) dias encarcerado como preso político do imperialismo e do regime golpista. brasileiro. Neste momento, todos os esforços, todas as energias, toda a concentração estão voltadas para fazer do dia 15 de agosto o momento em que a burguesia nacional, o imperialismo e

todas as demais forças reacionárias e golpistas irão sentir o peso da força e da mobilização dos trabalhadores da cidade e do campo, da juventude, dos negros, das mulheres e de todos os demais setores oprimidos e explorados do país. Há uma grande mobilização em curso através dos esforços que vêm sendo conjugados por todos aqueles que desejam dar um fim ao regime golpista e à política de fome e miséria da burguesia impostos ao país pelo imperialismo e seus representantes nacionais. A CUT, diversos sindicatos, partidos de esquerda, centenas de comitês de luta contra o golpe espalhados por todos o país levam adiante neste momento um grande trabalho para convocar, organizar e deslocar centenas de milhares de ativistas para Brasília, pois somente através da ocupação maciça da cidade será possível derrotar os intentos do judiciário, da imprensa e das demais forças golpistas, que desejam, por antecipação e ao arrepio da lei, declarar o ex-presidente Lula inelegível. Ou seja, preparam mais um golpe contra a vontade soberana da maioria da população, que deseja ver Lula não só candidato, mas também como o próximo presidente da república. Portanto todos os esforços devem estar dirigidos para fortalecer e fazer

crescer a mobilização para que o dia 15 de agosto seja marcado como um dia nacional de mobilização e luta da maioria do povo brasileiro em defesa dos seus direitos democráticos, em oposição ao golpismo, que deseja confiscar da população o direito à livre manifestação. Dessa forma, aparece como muito estranho que neste mesmo dia – 15 de agosto – esteja sendo organizado e chamado um ato denominado “Festival Lula Livre”, a se realizar na capital gaúcha, Porto Alegre. Não há outra palavra para definir tal iniciativa como uma explícita sabotagem ao dia de luta em Brasília, onde todas as forças que lutam contra o golpe estão concentradas para assegurar o registro da candidatura do ex-presidente. Qual o sentido de dispersar forças exatamente neste momento em que todas as energias e o peso da mobilização devem estar dirigidas para fortalecer as caravanas que se deslocarão à Brasilia? Não há qualquer sentido racional na realização deste “Festival” na mesma data em que está marcada a ocupação da capital do país. Porto Alegre é a cidade do ex-ministro e ex-governador petista Tarso Genro, um dos articuladores do “Plano B”, que vem fazendo esforços no sentido de apresentar uma alternativa à candidatura de Lula, em aliança

com setores abertamente burgueses e golpistas. O evento conta inclusive com página no Facebook, revelando que não se trata de uma iniciativa de menor envergadura ou que esteja sendo chamado por algum setor isolado, como sugeriu um comentário na página do evento, dando conta de que se trata de uma iniciativa de “artistas locais”. Ainda que se possa admitir a ideia de se tratar de uma iniciativa menor e “bem intencionada”, o fato objetivo concreto é que o evento marcado para o mesmo dia do ato em Brasília se coloca como uma aberta sabotagem aos esforços de todo o conjunto da militância em todo o país. É preciso ficar absolutamente claro que o dia 15 de agosto é para o movimento de massas e para todas as forças antigolpistas do país, o dia “D” da luta contra o golpe. Assim, todos os esforços, toda a energia e toda a concentração devem estar voltadas para fazer do dia 15 de agosto um dia que ficará registrado na história da luta de classes do país como o dia em que os golpistas, o imperialismo e seus representantes nacionais se curvaram diante da força, da energia, da luta e da determinação do povo brasileiro em marchar contra os golpistas, derrotando o golpe e sua política contrária aos interesses nacionais e de ataque à população pobre e explorada do país

MOVIMENTO OPERÁRIO

INTERNACIONAL

Golpistas dos Correios querem acabar Estrangulamento econômico: Israel proíbe entrada de combustíveis em Gaza com vale refeição da categoria

D

O

deputado do PSOL Jean Wyllys já afirmou que Israel era um país que merecia ser reconhecido e defendido por todo o mundo. Quem pensasse o contrário, por sua vez, seria considerado pelo psolista como um “antissemita”. No entanto, não há nenhum antissemitismo em dizer as coisas como são: Israel é um braço do imperialismo norte-americano no Oriente Médio. Ontem, o Estado israelense anunciou que iria cortar, mais uma vez, o fornecimento de combustível e gás na Faixa de Gaza. Independentemente das justificativas utilizadas por Israel, o corte no fornecimento de combus-

tíveis é mais uma retaliação contra o povo palestino. Israel é um Estado artificial, erguido em um território historicamente ocupado pelos palestinos. O boicote à faixa de Gaza representa, nesse sentido, mais uma investida do imperialismo contra os povos do Oriente Médio, que vêm sendo divididos e destroçados para atender os interesses dos monopólios. Os ataques de Israel à Faixa de Gaza não podem ser aceitos por qualquer organização de esquerda ou auê defenda qualquer aspecto democrático. Abaixo o Estado de Israel! Fora imperialismo do Oriente Médio!

epois de conseguir acabar com a gratuidade do plano de saúde nos Correios, com a ajuda dos sindicalistas do Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e diretoria do Sintect-MG – LPS), os golpistas dos Correios estão de olho agora em acabar com outro importante benefício da categoria dos Correios, o seu vale alimentação/refeição. Na proposta desse ano, a direção golpista dos Correios quer diminuir os valores do vale alimentação/refeição da categoria, diminuindo o número de vales pagos aos trabalhadores. Hoje o trabalhador dos Correios que trabalha de segunda a sexta recebe 23 vales, e quem trabalha aos sábados recebe 27 vales, com a proposta patronal, os trabalhadores só receberam o vale no dia em que trabalhar. De imediato, haverá a redução de no mínimo 3 vales por trabalhador, o que representará uma perda de R$ 100,00 (cem reais) nos rendimentos de cada trabalhador dos correios. Além disso, o trabalhador que ficar doente, não poderá comer enquanto estiver doente, já que não receberá o seu vale alimentação/refeição. Essa proposta é apenas a primeira dos golpistas para chegar ao ponto

de excluir de vez o vale alimentação/ refeição da categoria, coisa que a direção da ECT já está fazendo com os terceirizados que a empresa está contratando. Somente a luta contra o golpe, pela derrubada de todos os golpistas podem estabelecer um freio aos planos macabros dos golpistas de reduzir os ganhos dos trabalhadores para promover a privatização dos Correios no Brasil. Por comitês de luta contra o golpe, pela não assinatura, promovida pela Bando dos Quatro (sindicalistas do PT, PCdoB, PSTU e diretoria do Sintect-MG -LPS), de nenhum acordo coletivo que reduza direitos e benefícios da categoria dos Correios.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.