TERÇA-FEIRA, 7 DE AGOSTO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5362
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
PLANO B: PT DEFINE HADDAD COMO VICE E POSSÍVEL CANDIDATO CASO LULA SEJA IMPEDIDO
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Causa Operária Ediçao 1016
Em Convenção Nacional realizada no último sábado, em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores reafirmou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
Na edição de hoje do DCO, o apoio a Lula e o problema do plano B, os candidatos do PCO nos estados e as articulações eleitoriais dos partidos da burguesia. Veja também a mobilização para o grande ato em Brasília no dia 15 pelo registro da candidatura de Lula e por sua liberdade.
Conselho Editorial
EDITORIAL
Tribunais perseguem implacavelmente as mulheres pelo “crime” de aborto No Brasil hoje se criminaliza tudo, até mesmo abortos feitos em condições legais. Um assunto que deveria ser uma questão prioritariamente de saúde pública, agora faz parte do direito penal. Isso porque segundo estudo do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Defensoria Pública de São Paulo, a Justiça paulista negou 83% dos habeas corpus para mulheres acusadas de terem praticado aborto.
Emboscada organizada Mourão vice de Bolsonaro, formada a por latifundiário mata chapa do golpe militar sem-terra em Rondônia A extrema-direita pertence ao PSDB: Ana Amélia é a vice de Alckmin
Nesse domingo (5), a “chapa da intervenção militar fascista” foi oficialmente formada com a efetivação da candidatura do general de
“linha dura” das Forças Armadas, Hamilton Mourão, como vice do candidato à presidência da república, o fascista Jair Bolsonaro (PSL).
Ciro, candidato dos latifundiários, sobe em palanque de Ronaldo Caiado O candidato abutre mor, Ciro Gomes (hoje no PDT), que por muito tempo vestiu uma mascara de esquerdista, procurando se passar de opositor do governo golpista e de aliado do ex-presidente Lula
O APOIO INCONDICIONAL DO PCO: COM LULA ATÉ O FIM, CONTRA O GOLPE. É LULA OU NADA Encerrou-se no último domingo, o prazo para a realização das convenções partidárias, definindo-se o nome de 13 chapas de candidatos a presidente e vice-presidentes da República, em um processo eleitoral dominado pelo regime golpista que pretende fazer das eleições um processo fraudulento, sem a participação de Lula, que sirva apenas para referendar a “escolha”feita pelo imperialismo e seus servos da direita brasileira de um novo carrasco do povo brasileiro, que leve adiante política golpista de ataque ao povo brasileiro e de destruição da economia nacional em favor dos monopólios norte-americanos e consorciados.
2 | EDITORIAL EDITORIAL
O apoio incondicional do PCO: com Lula até o fim, contra o golpe. É Lula ou nada
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ncerrou-se no último domingo, o prazo para a realização das convenções partidárias, definindo-se o nome de 13 chapas de candidatos a presidente e vice-presidentes da República, em um processo eleitoral dominado pelo regime golpista que pretende fazer das eleições um processo fraudulento, sem a participação de Lula, que sirva apenas para referendar a “escolha”feita pelo imperialismo e seus servos da direita brasileira de um novo carrasco do povo brasileiro, que leve adiante política golpista de ataque ao povo brasileiro e de destruição da economia nacional em favor dos monopólios norte-americanos e consorciados. As decisões de última hora, para eleições que estão para serem realizadas dentro de apenas 60 dias, refletem claramente a situação de aguda polarização e radicalização que tendem a se agravar ainda mais. Essa tem como raiz fundamental o golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, há dois anos, e que – na fase atual – tem como centro a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a decisão já tomada pelos golpistas, por cima Constituição Federal e da vontade popular, de impedi-lo de ser candidato. Por isso mesmo, muito além de uma disputa eleitoral, o que está em questão nesse momento é a luta contra o golpe. Diante disso, a maioria da esquerda, acompanha a direita, no que diz respeito à tentativa de enganar o povo, apresentando as eleições como uma disputa minimamente democrática, na qual estaria em disputa quem tem os melhores candidatos ou melhores programas de governo.
CHARGE
Nada poderia ser mais falso e prejudicial à evolução política dos trabalhadores e da juventude. É preciso dizer a verdade. Estamos diante de uma grave crise, que não poderá ser enfrentada e resolvida – do ponto de vista dos explorados – por meio das eleições fraudulentas que estão sendo organizadas. O centro da crise é o golpe que precisa ser derrotado para defender os interesses da imensa maioria do povo brasileiro. Mais do que nunca, a questão não é apresentar projetos mirabolantes prometendo resolver esse ou aquele problema da população pobre, quando nada, absolutamente nada de importante será resolvido sem que se ponha abaixo o regime golpista dominado por entreguistas, capachos do imperialismo que estão entregando toda a riqueza nacional (do petróleo à água) e fazendo retroceder como nunca as condições de vida do povo brasileiro, para satisfazer os apetites dos tubarões imperialistas diante da crise mundial do capitalismo. Nestas condições, na Convenção Nacional do PT, realizada no sábado (dia 4), foi ratificada a candidatura presidencial de Lula, ficando para ser anunciado o nome do candidato a vice (Fernando Haddad), no final de domingo. No encontro do PT, e em quase duas dezenas de Conferências estaduais, o Partido da Causa Operária, ratificou e explicitou sua decisão de apoiar a candidatura do ex-dirigente metalúrgico,nesse momento, o ponto de aglutinação dos que lutam contra o golpe. Em torno da luta pela sua liberdade e na defesa de sua candidatura está estabelecida, de fato, uma verdadeira frente única de luta contra o golpe, uma vez que
ele é o único com autoridade para unir esse movimento de luta contra os golpistas. O PCO deixou claro, desde antes da Convenção do PT, que trata-se de um apoio incondicional, ou seja, que o Partido não colocou qualquer condição para apoiar Lula, não esperando e nem pedindo nada em troca; sem ganhar nada, tendo como único objetivo fazer avançar a luta contra o golpe; essencial para defender quaisquer reivindicação fundamental para os trabalhadores. O Partido vai apoiar Lula – como fez em outras oportunidades (em 1989, quando seu grupo originário atuava como corrente interna do PT; em 1994 e 1998, já no como parte do processo de construção e fortalecimento de um verdadeiro partido dos trabalhadores, operário e revolucionário), tendo como base seu próprio programa, um programa de independência de classe que tem como eixo central a luta por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, sem partidos burgueses, sem patrões e sem golpistas. Nesse processo, o Partido destaca-se como representante de uma vanguarda política da luta contra o golpe, armado de um programa ainda minoritário, mas cada vez com maior apoio entre os ativistas que vêm realizando uma importante experiência política e esgotando ilusões no regime atual e na política de colaboração de classes levada adiante pela maioria da esquerda. Com esta política o PCO chama a juventude, os trabalhadores e demais explorados a se agruparem no Partido, nos Comitês de Luta e demais organizações de luta contra o golpe para impulsionar a necessária mobilização revolucionária, nas elei-
ções e fora delas, para libertar Lula, a marchar com Lula até o fim, proclamando em alto e bom som: é Lula ou nada! Alvaro Dias (Podemos) Vice: Paulo Rabello de Castro, do PSC Cabo Daciolo (Patriota) Vice: Suelene Balduino Nascimento, também filiada ao Patriota Ciro Gomes (PDT) Vice: Kátia Abreu, também do PDT Geraldo Alckmin (PSDB) Vice: Ana Amélia, do PP Guilherme Boulos (PSOL) Vice: Sônia Guajajara, também do PSOL Henrique Meirelles (MDB) Vice: Germano Rigotto, também do MDB Jair Bolsonaro (PSL) Vice: general Hamilton Mourão, do PRTB João Amoêdo (Novo) Vice: Christian Lohbauer, também do NOVO João Goulart Filho (PPL) Vice: Léo Alves, também do PPL José Maria Eymael (DC) Vice: pastor Helvio Costa, também do DC Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Vice: Fernando Haddad, também do PT Marina (REDE) Vice: Eduardo Jorge (PV)
COXÃO E COXINHA: O DONO DO MUNDO, POR JOTA CAMELO
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PLANO B
PT define Haddad como vice e possível candidato caso Lula seja impedido E
m Convenção Nacional realizada no último sábado, em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores reafirmou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à Presidência da República. No final de domingo, lançou como candidato a vice, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. De acordo com nota divulgada no site de Lula, “Haddad será o porta-voz de Lula até o trâmite final da homologação da candidatura Lula na Justiça Eleitoral”. Concluída essa etapa, segue a nota, “a ex-deputada Manuela D´Ávila assumirá a posição de vice na chapa, por indicação do PCdoB, que aprovou, também, uma coligação nacional com o PT”. Essa decisão da Convenção do PT está sendo interpretada nos meios politicos e admitida também por setores da própria direção do Partido, como uma sinalização para a conformação de um “Plano B”, na medida que a candidatura Lula não seja homologada pela Justiça Eleitoral. Nesse hipótese, Haddad seria alçado a condição de candidato à presidência, tendo Manuela como vice. O Partido da Causa Operária tem insistentemente manifestado que a
possiblidade da consumação de um “Plano B” é a política que vai ao encontro dos planos dos golpistas que pretendem utilizar das eleições para dar uma aparência “democrática” ao golpe de Estado em curso no país, dando aparência legal a um governo golpista “referendado” por meio de eleições fraudulentas, sem a participação de Lula. As eleições não são o terreno preferencial para a luta e a organização da imensa maioria do povo. A própria experiência brasileira é uma demonstração disso, através de todo tipo de manipulação utlizada pela burguesia e pelos seus monopólios das comunicações, como nas eleições de 89, 94 e 98, contra o próprio Lula. As eleições de 2018 estão sendo organizada para serem ainda mais controladas pela direita golpista, basta ver a escandalosa operação das instituições do Estado, em particular o Judiciário, para cassar a candidatura de Lula e mantê-lo preso há mais de 110 dias, em aberta violação à própria Constituição Federal. A questão fundamental que deve estar presente é que a candidatura
ELEIÇÕES 2018
Lula expressa a própria luta contra o golpe. Lula é, indiscutivelmente, o maior líder popular do país e é justamente por isso que a sua viabilização como candidato só pode se dar por uma poderosa mobilização popular que ponha na defensiva os próprios golpistas. Ou seja, somente a mobilização popular poder impor a candidatura de Lula contra a vontade dos donos do golpe. O que está colocado nesse momento é justamente organizar essa mobilização popular. Nesse sentido,
fazer um ato gigantesco em Brasília no próximo dia 15 de agosto é a tarefa central do momento, uma ponto de partida para uma luta que quebre os planos dos golpistas. A esquerda que efetivamente luta contra o golpe deve concentrar todos seus esforços no sentido de garantir o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas para a capital federal. Essa deve ser a disposição para todos aqueles que apoiam Lula e almejam enterrar o golpe de Estado no País. Eleição sem Lula é fraude!
RONDÔNIA
Emboscada organizada por latifundiário Mourão vice de Bolsonaro, formada a chapa do golpe militar mata sem-terra em Rondônia P
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esse domingo (5), a “chapa da intervenção militar fascista” foi oficialmente formada com a efetivação da candidatura do general de “linha dura” das Forças Armadas, Hamilton Mourão, como vice do candidato à presidência da república, o fascista Jair Bolsonaro (PSL). Ambos os candidatos defendem abertamente o golpe militar e qualificam como “heróis” os torturadores da ditadura militar. A formação dessa chapa é um sintoma de forte polarização política à esquerda, indicando que a burguesia está se preparando para efetivar um golpe militar se for necessário. O fascismo cresce sob conivência da bur-
guesia pois essa é a arma para “situações emergenciais” do sistema burguês para conter o avanço popular. A prisão inconstitucional de Lula, os desmandos do judiciário, a série de medidas de entrega nacional, a intervenção militar no Rio de Janeiro, mostram que a democracia burguesa está em forte desagregação e que a sua ditadura está cada vez mais aparente e clara. Por isso, não é possível ignorar o avanço do fascismo no Brasil como perigo real para o movimento operário. É preciso conter o fascismo, intensificar a mobilização popular à esquerda, pela Liberdade de Lula e contra o golpe. É preciso levar a todos para Brasília no dia 15 de agosto.
istoleiros contratados por latifundiário em Rondônia realizaram uma emboscada e mataram o trabalhador sem-terra Ismauro Fatimo dos Santos, de 49 anos, e feriu gravemente sua filha de 16 anos, na cabeça. Ismauro, conhecido por “Paraná”, morava na ocupação Paulo Freire 4 e estava apoiando a ocupação Enilson Ribeiro, que fica no mesmo município. O ocorrido deu-se a mais de 500 quilômetros de distância da capital Porto Velho e é conhecida por conflitos agrários e pistolagem. O crime ocorreu na cidade de Seringueiras, quando o veículo dirigido por “Paraná” foi interceptado por pistoleiros de deram quatro tiros no sem-terra, sendo três na cabeça. Ainda estavam no carro uma mulher e uma criança de oito anos que não ficaram feridas. Logo após o assassinato, a imprensa burguesa de Rondônia, juntamente com a polícia, tratou de atacar os sem-terra, e em particular, a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) que atua na luta pela terra da região. O Estado de Rondônia é um exemplo de como os golpistas apoiados no latifúndio querem implantar em todo o país. Governado há décadas por latifundiários e grileiros de terra, incentivam a pistolagem, sob a cobertura
do aparato estatal e conluio da justiça burguesa, com a formação de verdadeiros esquadrões da morte formada por policiais militares e civis para atacar os trabalhadores que lutam por um pedaço de terra para trabalhar e sobreviver. É preciso lutar pelo direito de autodefesa dos trabalhadores sem-terra e a formação de comitês de autodefesa para garantir a segurança das famílias nos assentamentos e nas ocupações de terra. Todo apoio aos trabalhadores sem-terra de Rondônia! Todo apoio à Liga dos Camponeses Pobres!
4| NACIONAL
EXTREMA-DIREITA
A extrema-direita pertence ao PSDB: Ana Amélia é a vice de Alckmin A
escolha da senadora golpista gaúcha Ana Amélia do Partido Progressistas (PP), revela o controle da extrema-direita pelos setores centrais da direita nacional, chamado pela imprensa golpista de “centro”. A presença na chapa do PSDB da senadora gaúcha, representante dos ruralistas, ou seja, de alas extremamente conservadoras e violentas da direita, é uma forma de Alckmin, candidato oficial dos golpistas, consolidar apoio entre tais setores, que até o momento, concentram parte do seu apoio no candidato do Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro. Os próprios analistas do PSDB confirmam essa estratégia. Uma das possíveis candidatas a vice de Alckmin era a vice-governadora do Piauí, Margareth Coelho. A proposta era, supos-
tamente, tentar fortalecer o eleitorado tucano no Nordeste, uma região onde o PT tem amplo apoio popular. Todavia, a escolha acabou sendo a extrema-direita, a senadora gaúcha em uma clara demonstração do caráter profundamente direitista da candidatura de Alckmin, com a consolidação do apoio de um setor extremamente conservador. Alckmin quer, com isso, buscar os votos do eleitorado de Jair Bolsonaro, demonstrando que quem controla e impulsiona a extrema-direita é próprio PSDB. Esses setores financiaram e usaram os “radicais” da direita, para atuar em favor da derrubada do governo Dilma e atacar as organizações dos explorados. Agora, na hora de tomar conta da situação para atender aos interesses do imperialismo, “a bo-
ABUTRE-MOR
la” está – diretamente – com o PSDB e seus comparsas do centrão. Em um momento de crescente polarização política no País, a direita ofi-
cial busca fortalecer seu apoio entre a extrema-direita, utilizando-se de figuras representativas desse setor, como é o caso da senadora Ana Amélia.
ABORTO
Tribunais perseguem Ciro, candidato dos implacavelmente as mulheres latifundiários, sobe em palanque de Ronaldo Caiado pelo “crime” de aborto O
candidato abutre mor, Ciro Gomes (hoje no PDT), que por muito tempo vestiu uma mascara de esquerdista, procurando se passar de opositor do governo golpista e de aliado do ex-presidente Lula, mostra mais uma vez sua cara de golpista, ao declarar apoio a um dos elementos mais reacionários, golpistas e, porque não, sanguinários do país, o senador Ronaldo Caiado do Partido Democratas, de Goiás, ex-dirigente de uma das organizações mais reacionárias do País, a UDR (União Democrática Ruralista) responsável pela perseguição e massacre de sem terras em diversas regiões do País. Durante coletiva de imprensa, convocada pelo senador Wilder Morais do DEM, em Goiânia, na ultima sexta-feira, 3, o apoio ao senador Ronaldo Caiado foi concretizado pelo PDT de Ciro Gomes. Ou seja, o ruralista, ligado a assassinos de sem-terras, golpista, receberá o apoio e dividirá o palanque com Ciro. Ao mesmo tempo em que se junta à Ronaldo Caiado, da extrema direita dos latifundiários, Ciro indicou como sua vice a senadora Kátia Abreu, hoje também]em no PDT, depois de ser expulsa do PMDB por ter se colocado contra o impeachment de Dilma Rousseff, que também é representante também dos setores latifundiários. Assim como Caiado, Abreu tem contra ela denúncias de trabalho escravo em suas fazendas. Com o apoio dos setores ruralistas à candidatura de Ciro Gomes, o
N
candidato do PDT se consolida ainda mais como um candidato de setores reacionários contra o povo. Ciro, que não tem nada a ver com a esquerda, uma vez que já passou por diversos partidos da direita, como o PSDB e a própria ARENA, dos militares, tenta se credenciar como um dos favoritos dos golpistas para aplicar política de destruição das condições de vida da população e perseguição aos movimentos sociais, como os movimentos de luta pela terra. Nesse sentido, é preciso ter clareza que, dentro do quadro institucional das eleições, a única candidatura que expressa uma verdadeira oposição a política golpista é a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, hoje preso arbitrariamente em Curitiba. É necessário, portanto, mobilizar a população para que os golpistas aceitem, por meio da força popular, a candidatura do ex-presidente. Trata-se de impulsionar uma gigantesca mobilização pela libertação de Lula e pela derrota do golpe de estado.
o Brasil hoje se criminaliza tudo, até mesmo abortos feitos em condições legais. Um assunto que deveria ser uma questão prioritariamente de saúde pública, agora faz parte do direito penal. Isso porque segundo estudo do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Defensoria Pública de São Paulo, a Justiça paulista negou 83% dos habeas corpus para mulheres acusadas de terem praticado aborto. Isso significa que essas mulheres cometeram crimes e podem ser indiciadas e presas por cometerem tal ato. Mas o que surpreende é que nos habeas corpus negados, há duas mulheres acusadas pelo “crime”, mesmo tendo feito aborto de forma legal, com atendimento de uma equipe especializada. A pergunta que fica é como alguém pode ir preso por fazer algo que a própria Justiça autorizou? Em 56,6% dos casos, ou seja, 17 dos 30 analisados, as denúncias foram fei-
tas por profissionais de saúde. Contudo, em 21 casos houve quebra de sigilo profissional, o que corresponde a 70% do total de processos analisados. Das 30 ações analisadas, em 20 delas, hospitais forneceram dados médicos e 19 profissionais depuseram na delegacia. Apenas um hospital informou que não disponibilizaria os documentos em respeito ao dever ético de sigilo médico. Essa perseguição indiscriminada visa apenas trazer medo e insegurança às mulheres, principalmente as mais pobres e em condições de vulnerabilidade, que já possuem pouco conhecimento sobre seus direitos sexuais e reprodutivos. Casos como esse evidenciam que a proibição do aborto serve para o Estado reprimir as mulheres. É mais uma lei repressiva que dá ao Estado o poder de controlar e oprimir metade da população.