SEXTA-FEIRA, 17 DE AGOSTO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5372
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
Com medo do resultado eleitoral, MBL também pede impugnação de Lula
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Sem direitos e sem trabalho: Brasil tem 27 milhões de desempregados
GRANDE ATO EM DEFESA DE LULA MOSTROU DISPOSIÇÃO PARA A MOBILIZAÇÃO
Causa Operária Ediçao 1017
No início de abril, a direita golpista conseguiu colocar Lula na cadeia. Mesmo sem ter nenhuma prova contra o expresidente, os golpistas aceleraram ao máximo sua condenação – afinal, 2018 é ano de eleição.
ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO Na edição de hoje do DCO, veja mais detalhes da cobertura do ato dia 15, que garantiu o registro da candidatura de Lula. A próxima tarefa agora é organizar uma mobilização ainda maior para o dia do julgamento da chapa no TSE.
Conselho Editorial
EDITORIAL
COLUNA
A cegueira acadêmica diante do golpe e os recém convertidos ao “anti-golpismo” Por Antônio Eduardo Alves A intrincada crise política que levou a derrubada do governo Dilma e em sequência um formidável ataque aos direitos sociais e democráticos do povo brasileiro tem provocado uma verdadeira avalanche de textos interpretativos sobre o que levou ao retrocesso político no pais. Uma característica marcante dessa literatura é a quase completa falta de perspectiva histórica,
Comitês de Luta contra o Paradoxo do “Estadão”: PT Golpe decidem próximo aumentou renda dos pobres passo: um grande ato no e não fez nada pelos pobres Em qualquer pesquisa, verno é um capacho dos sedia do julgamento de Lula mesmo as que são encomen- tores mais reacionários da dadas pela burguesia, o ex-presidente Lula aparece como o favorito para as eleições presidenciais deste ano. Lula está preso, o atual go-
burguesia e o Judiciário é controlado pelo imperialismo – mesmo assim, a direita não consegue controlar a crise no Regime Político.
Dodge pediu impugnação de Lula: direita está fraudando as eleições Nessa quarta-feira, a candidatura do ex-presidente Lula foi registrada em Brasília. O registro foi feito em meio a um ato gi-
gantesco na capital do país, que foi resultado da mobilização dos trabalhadores em todos os Estados do Brasil.
PREPARAR JÁ UMA UMA GIGANTESCA MOBILIZAÇÃO CONTRA A CASSAÇÃO DO REGISTRO DE LULA Logo depois da combativa mobilização no ato de registro da candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, com a participação de dezenas de milhares de pessoas, a direita intensificou seus ataques, sabendo que não tem a menor possibilidade de disputar e vencer no voto o candidato apoiado pela quase totalidade das organizações dos explorados do País. Duas horas após o registro, ainda a tempo de ser divulgado no famigerado Jornal Nacional, da TV Globo golpista
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COLUNA
Preparar já uma uma gigantesca mobilização contra a cassação do registro de Lula
L
ogo depois da combativa mobilização no ato de registro da candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, com a participação de dezenas de milhares de pessoas, a direita intensificou seus ataques, sabendo que não tem a menor possibilidade de disputar e vencer no voto o candidato apoiado pela quase totalidade das organizações dos explorados do País. Duas horas após o registro, ainda a tempo de ser divulgado no famigerado Jornal Nacional, da TV Globo golpista, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge – indicada para o cargo por Michel Temer -, apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a impugnação (questionamento) da candidatura de Lula à Presidência da República. O recurso, assim como outros que deverão ser apresentados até o dia 20, serão analisados pelo ministro Luís Roberto Barroso, vice-presidente do TSE e relator do pedido de registro, ferrenho defensor da prisão de Lula e do golpe de estado no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao mesmo tempo o Ministério Público Federal (MPF) golpista apresentou à Justiça uma série de questionamentos sobre o número de advogados cadastrados para defender Lula e contra o comportamento de Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso na superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde 7 de abril, buscando restringir as visitas ao ex-presidente e impedir que o candidato à presidência faça pronunciamentos públicos, diretamente ou através de terceiros. Um dos alvos dos “questionamentos”, destacados pelos procuradores, é a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, habilitada legalmente como uma das advogadas de Lula. Cinicamente, o MPF alega que Gleisi visita Lula com “frequência incomum”, que ela estaria impedida do exercício da advocacia, por ocupar cargo parlamentar, e querem que ela seja impedida de atuar como ad-
vogada no caso de Lula. A situação evidencia que não estamos diante de uma campanha eleitoral, mas de um verdadeira guerra, na qual os golpistas tem como arma principal, impedir a candidatura de Lula, condição sine qua non para realizar eleições fraudulentas (sem Lula) que permitam dar a “vitória” a um candidato do regime golpista, comprometido com os interesses do imperialismo norte-americano, os verdadeiros “donos do golpe”: destruir a economia nacional e promover o maior retrocesso nas condições de vida do povo brasileiro de todos os tempos. O ato no TSE, do dia 15, mostra o enorme potencial e disposição de luta presentes entre o ativismo da esquerda, dos trabalhadores e da juventude e de suas organizações de luta; ao mesmo tempo, impulsiona um claro sentimento de que é possível lutar e derrotar os golpistas. A tarefa é impulsionar esta perspectiva, deixando para trás a perspectiva de derrotas de conciliação e entendimento com os golpistas, os planos traidores dos defensores do “plano B”, de abandonar Lula e apresentar uma candidatura aceitável para o regime nascido no golpe de estado, que sirva para ser derrotada e eleições fraudulentas, que sirvam apenas para legitimar um novo governo golpista, que intensifique os ataques contra os trabalhadores. É o momento de fortalecer os comitês de luta em todo o País, os quais tiveram um papel decisivo na mobilização do último dia 15 e – há muito – na manutenção da luta contra o golpe. Multiplicar os comitês nos locais de trabalho, estudo e moradia. Organizar campanha de coleta de recursos, fazer listas, publicar materiais de divulgação etc. por em marcha uma gigantesca mobilização nacional que tenha como eixo imediata realização de uma manifestação gigantesca na data do julgamento da cassação de Lula pelo TSE.
FRASE DO DIA
“ Não estou pedindo nenhum favor. Quero apenas que os direitos que vêm sendo reconhecidos pelos tribunais em favor de centenas de outros candidatos há anos também sejam reconhecidos para mim. Não posso admitir casuísmo e o juízo de exceção “ Lula
A cegueira acadêmica diante do golpe e os recém convertidos ao “anti-golpismo” Po Antônio Eduardo Alves
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intrincada crise política que levou a derrubada do governo Dilma e em sequência um formidável ataque aos direitos sociais e democráticos do povo brasileiro tem provocado uma verdadeira avalanche de textos interpretativos sobre o que levou ao retrocesso político no pais. Uma característica marcante dessa literatura é a quase completa falta de perspectiva histórica, isso sobretudo, por dois fatores interligados. Em primeiro lugar, a completa falta de previsibilidade da ciência política acadêmica (e das ciências humanas em geral) sobre o processo golpista que se desenrolava com desenvoltura na conjuntura política. O segundo fator, é que a intelectualidade acadêmica, inclusive a classificada de esquerda, encontra-se desvinculada de uma luta política real, preocupada com as formalidades como o “ produtivismo”, portanto, presa as rotinas burocráticas da instituição universitária. Note-se que tanto a Ciência Política tradicional quanto a esquerda acadêmica foram apanhados de surpresa pelo golpe de Estado. A esmagadora maioria dos acadêmicos da esquerda pequeno burguesa ligados ao PSTU,PCB e ao PSOL, que simplesmente de maneira obtusa negaram o golpe de Estado, ou até mesmo apoiaram a queda do PT, com argumentos fajutos tirados de um suposto “marxismo”. O vídeo em que ex-PSTU e agora PSOL, Valério Arcary insiste na completa impossibilidade de um golpe da direita é o exemplo mais saliente da completa estupidez analítica da esquerda pequeno burguesa. A expressão concreta dessa política foi atuação do Andes, sindicato nacional dos docentes do ensino superior, que durante todo o período de crise política, que resultou na derrubada do governo Dilma se recusou a lutar contra o golpe, nem mesmo reconhecendo que houve golpe. Além do mais, nunca podemos esquecer que inclusive a esquerda pequeno burguesa ( PSTU,PCB,PSOL) que dirigiu o Andes neste período praticamente transformou o Andes em sucursal dos golpistas, realizando na prática uma frente única com a direita golpista para atacar o PT como inimigo preferencial. O colapso do PSTU e da sua “central” pelo apoio dado ao golpe da direita contra Dilma, e mais recentemente na defesa da prisão do ex-presidente Lula, provocou uma verdadeira debanda das hostes morenistas, em especial no setor universitário. Não somente os intelectuais que eram vinculados diretamente ao PSTU, mas ao conjunto da esquerda pequeno burguesa (PSOL e PCB) procuraram desesperadamente desvencilhar-se do passado recente. Na medida que foi ficando cada vez mais claro, que houve um golpe de Estado e os reais objetivos do impeachment de Dilma, ficou insustentável para es-
sa esquerda acadêmica continuar na sua bolha esquerdista. Assim, textos abertamente golpistas foram escondidos, posts e vídeos apagados e discursos inflamados contra Temer foram proferidos. A quase totalidade desses doutores mais recentemente mudaram o discurso e passaram inclusive a ser apresentar como “ professores anti-golpistas”, publicando inclusive post festum receitas de como o governo Dilma e o PT poderiam ter evitado o golpe. Mais uma vez, Valério Arcary e seus seguidores são o exemplo mais característico dessa esquerda pequeno burguesa, mais poderíamos citar sem medo de errar Mauro Iassi, Virginia Fontes, Ricardo Antunes, entre outros, que tentam encobrir o que “fizeram no verão passado”. Neste sentido, é importante salientar que se bem a oferta da disciplina sobre o golpe 2016 e o futuro da democracia foi um aspecto importante em defesa da liberdade de cátedra e contra os desmandos dos golpistas, não podemos deixar de assinalar o espetáculo no mínimo inusitado, que docentes que negaram ou apoiaram o golpe ministraram aulas sobre o tema, apresentando como eixo interpretativo que o principal responsável pelo golpe não foram os golpistas, mas o próprio PT. Isso significa que continuam com as mesmas teses anteriores, atenuadas e remodeladas pela impopularidade de negar o golpe tão evidente. Num sentido geral, não podemos censurar ninguém por mudar de uma posição golpista para uma posição que reconhece que existe um processo golpista no pais. Além disso, como já assinalamos nesta coluna, é importante uma unidade contra os golpistas. Entretanto, um dado relevante é que essa intelectualidade não realizou um balanço efetivo das suas posições golpistas, uma vez que não reconhecem efetivamente o significado das suas posições políticas anteriores. Sem falar, que em praticamente todos os aspectos essenciais mantém uma posição dúbia em relação a luta contra o golpe, não participando de nenhuma luta concreta, mascarando sua inércia com declarações solenes ou textos abstratamente contra os golpistas. Não por acaso participam alegremente da campanha eleitoral de legitimação do golpe promovida pela candidatura da esquerda pequeno burguesa do PSOL.
NACIONAL| 3
LIBERDADE PARA LULA
Grande ato em defesa de Lula mostrou disposição para a mobilização N
o início de abril, a direita golpista conseguiu colocar Lula na cadeia. Mesmo sem ter nenhuma prova contra o ex-presidente, os golpistas aceleraram ao máximo sua condenação – afinal, 2018 é ano de eleição. A prisão de Lula, no entanto, não gerou o resultado que a burguesia buscava. O ex-presidente cresceu ainda mais nas pesquisas de intenção de voto e a crise do regime político se agravou ainda mais, principalmente após a greve dos caminhoneiros. As tentativas de emplacar Ciro Gomes como substituto de Lula fracassaram. Nessa semana, o registro formal da candidatura de Lula no TSE enfraqueceu ainda mais o plano B. O registro da candidatura de Lula, embora não seja definitivo, pois a direita tentará impugnar o ex-presidente a todo custo, só foi possível por causa da mobilização popular contra
o golpe. As diversas manifestações de revolta contra o golpe de Estado e contra o “plano B” foram indispensáveis para que o registro fosse feito. A mobilização contra o golpe e pela liberdade de Lula encontrou, nessa quarta-feira, mais um ponto alto da luta dos trabalhadores: um grande ato em Brasília em apoio ao ex-presidente. No ato, que contou com milhares de pessoas, ficou clara a disposição dos trabalhadores de lutar contra o golpe e contra o “plano B”. A única forma de derrotar o golpe é a mobilização revolucionária dos trabalhadores. A disposição dos manifestantes que estavam no ato dessa semana precisa se traduzir no fortalecimento dos comitês de luta contra o golpe – é hora de organizar a revolta popular contra o golpe de Estado. Liberdade para Lula! Lula ou nada!
PRÓXIMO PASSO
PARADOXO DO “ESTADÃO”
Comitês de Luta contra o PT aumentou renda dos pobres Golpe decidem próximo passo: e não fez nada pelos pobres um grande ato no dia do julgamento de Lula E
m plenária realizada na Esplanada dos Ministérios na quarta (15) pouco antes do ato de registro da candidatura de Lula à Presidência da República, Comitês de Luta contra o Golpe de todo o país decidiram pela realização de um grande ato ainda maior na Capital, quando do julgamento da candidatura de Lula. Uma hora após a decisão, os Comitês se uniram à marcha de 50 mil pessoas que se dirigia às portas do edifício do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pressionar pela aceitação do registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão dos comitês foi transmitida a toda a multidão, quando da intervenção de Antônio Carlos Silva (PCO) no final do ato. Todos os movimentos de trabalhadores que fizeram o uso da palavra ressaltaram seu repúdio ao “Plano B” – o lançamento de uma candidatura de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila em substituição à de Lula, legitimando o processo eleitoral golpista. Para o povo é Lula ou nada, como se clamou várias vezes durante a manifestação. Como de hábito, os golpistas complicam o processo de julgamento e tonam-no pouco transparente, de modo a confundir a população. A Pro-
curadora-Geral da República, Raquel Dodge, entrou com um pedido de impugnação da candidatura na manhã dessa quinta (16), argumentando que, nos termos da lei da ficha limpa, Lula estaria inelegível. O encaminhamento do processo depende da decisão da relatoria no TSE, que ainda será definida pela presidente do órgão, Rosa Weber. A celeridade de Dodge em fazer o pedido é claro indício de que os golpistas têm um plano claro para neutralizar a força política de Lula por meio de sua prisão. No limite, é um sinal de que não há a menor chance de ascensão de uma liderança popular ao poder num contexto de golpe sem um grande movimento popular que lhe dê base política real. Daí o acerto da decisão tirada na plenária dos Comitês contra o Golpe: a grande manifestação do dia 15 de agosto foi só o início de uma mobilização popular motivada pela candidatura de Lula e que seja capaz derrotar o golpe de estado. Por isso, é hora de intensificar a luta nas ruas, multiplicando os comitês de luta contra o golpe de modo a pressionar as lideranças a empreender uma luta real, e não um teatro eleitoral em que o povo sempre perde no fim.
Em qualquer pesquisa, mesmo as que são encomendadas pela burguesia, o ex-presidente Lula aparece como o favorito para as eleições presidenciais deste ano. Lula está preso, o atual governo é um capacho dos setores mais reacionários da burguesia e o Judiciário é controlado pelo imperialismo – mesmo assim, a direita não consegue controlar a crise no Regime Político. O Regime Político está apodrecido, falido, e muito próximo de um colapso. O governo golpista completou dois anos há pouco e já se encontra em frangalhos. A crise do capitalismo é colossal e provoca, inevitavelmente, uma reação forte da população contra o golpe. A reação, mesmo desorganizada, encontra na candidatura de Lula uma ameaça seríssima, fazendo com que a direita se desespere. Em seu editorial chamado “Futuro perdido”, publicado nessa semana, o jornal golpista O Estado de S. Paulo admite que os governos do PT aumentou a renda dos pobres, atribuindo isso a uma “distribuição forçada de renda”. Contudo, mesmo admitindo a evidente melhora, o jornal golpista diz que Lula é responsável pela pobreza de cada brasileiro de hoje – embora o presidente do país seja o golpista Michel Temer. O argumento do jornal golpista é centrado basicamente na crítica do programa Bolsa Família, que contemplou dezenas de milhões de pessoas no governo do PT, incentivando principalmente a assistência médica e educacional e funcionando como par-
te da luta dos governos petistas contra a fome. Para O Estado de S. Paulo, no entanto, esse programa não deveria existir e é o principal responsável pela quantidade de pessoas vivendo hoje na pobreza. Obviamente, a crítica de O Estado de S. Paulo não visa apontar alguma falha no programa Bolsa Família para melhorá-lo. Trata-se, na verdade, de uma tentativa ridícula de atentar contra um dos principais legados do PT – e, portanto, uma forma de atacar o ex-presidente Lula. O problema é que a crise é tão grande e o desespero da direita é tão evidente que a imprensa burguesa não consegue nem mesmo atacar seus adversários com um pingo de coerência. O patético editorial do jornal golpista mostra claramente que é necessário colocar o regime golpista abaixo. É necessário mobilizar os trabalhadores, formar comitês de luta e reivindicar, na marra, a liberdade de Lula e uma assembleia constituinte reduza o Regime Político a pó.
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DIREITA GOLPISTA QUER IMPUGNAR LULA
Dodge pediu impugnação de Lula: direita está fraudando as eleições N
essa quarta-feira, a candidatura do ex-presidente Lula foi registrada em Brasília. O registro foi feito em meio a um ato gigantesco na capital do país, que foi resultado da mobilização dos trabalhadores em todos os Estados do Brasil. No entanto, mesmo registrada e apoiada amplamente pela população, a candidatura de Lula não está a salvo da sabotagem da direita golpista. No mesmo dia em que foi registrada a candidatura de Lula, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que é um capacho do governo golpista, pediu a impugnação do ex-presidente. Utilizando o mesmo arsenal jurídico falacioso que a impren-
sa burguesa vem reproduzindo, Dodge afirmou que Lula seria inelegível e, portanto, sua candidatura inaceitável. Lula não só é elegível, visto que está legalmente protegido pelo direito de ser candidato, como é o candidato mais importante e que corresponde às perspectivas de luta da maioria da população. Portanto, Lula não só tem o direito de ser candidato, como a defesa de sua candidatura se impõe como uma tarefa democrática na luta contra o golpe. Afinal, se a população de um país não pode sequer escolher seus governantes, significa que o regime político está tão apodrecido que não há mais como esconder a ditadura dos capitalistas sobre os trabalhadores brasileiros.
ELEIÇÃO 2018
Para derrotar o golpe, não é possível esperar que os golpistas sejam “garantistas”, “constitucionais” ou obedeçam qualquer regra. A candi-
datura de Lula deve ser defendida nas ruas por todos os trabalhadores e setores democráticos até as últimas consequências.
DESEMPREGO
Com medo do resultado eleitoral, MBL Sem direitos e sem trabalho: Brasil também pede impugnação de Lula tem 27 milhões de desempregados
O
agrupamento direitista denominado Movimento Brasil Livre (MBL), financiado pela direita nacional e estrangeira, se colocou como um dos grupos mais ativos na campanha de ataques e calúnias contra o governo da presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o conjunto da esquerda nacional. Os presunçosos direitistas são defensores das supostas virtudes do “mercado”, da “livre iniciativa” e do “Estado mínimo”. Com o dinheiro jorrando fácil da extrema-direita, procuraram levar adiante uma campanha – fundamentalmente nas redes sociais, pois nunca tiveram nenhum apoio popular – de ataques ideológicos ao socialismo e aos movimentos populares de esquerda. Amedrontados com o crescimento dos movimentos de luta que defendem o ex-presidente Lula e sua candidatura à presidência da República – que tomaram conta do país de ponta a aponta e que garantiram no dia 15 de agosto o registro de sua candi-
datura, em grande ato realizado em Brasília – o MBL se juntou ao conjunto dos golpistas que já impetraram ação para impugnar o direito legítimo de Lula candidatar-se ao cargo máximo do país. As mobilizações nacionais em defesa da candidatura do ex-presidente têm despertado uma grande preocupação dos setores da direita nacional, que vêem no crescimento da luta popular de massas em todo o país uma grande ameaça aos seus intentos golpistas. O MBL é parte (minúscula) de uma dessas frações direitistas amedrontadas e por isso se movimenta ao lado dos golpistas para tentar barrar o direito do ex-presidente de postular-se ao cargo. Esses agrupamentos nada significam do ponto de vista social; não têm nenhum apoio popular e só não desapareceram por completo em função da ausência de uma politica mais enérgica e decidida do movimento de massas e da esquerda nacional.
N
o Brasil depois do golpe de 2016, que retirou do governo uma presidenta com 54,5 milhões de votos, o desemprego tem crescido paulatinamente nesses últimos dois anos. Segundo dados do IBGE, no Brasil atualmente existe 27 milhões de desempregados, esses englobam os desempregados, os subocupados e os que deveriam estar no mercado de trabalho. Diversas pessoas também desistiram de procurar emprego, pois estão à procura há mais de dois anos e não obtêm exito. Com o desemprego observamos famílias inteiras morando nas ruas das grandes cidades. São Paulo tem batido o record de desempregados, pois concentram a
maior população economicamente ativa do país e também observamos o aumento de moradores de rua e residência de risco. Com o golpe de estado é sua política de rapina, vai matar metade da população de fome, o restante do povo terá que trabalhar até 20 horas e ter salários mais insuficientes que na atualidade. Os golpistas já aprovaram a terceirização, a “reforma” trabalhista, com isso fechou diversos postos de trabalho, congelou os salários, com isso, diminuiu o consumo, gerando mais desemprego no setor de serviços. Somente a derrota do golpe vai melhorar a vida do trabalhador, pela anulação do impeachment, pela liberdade de Lula e Lula Presidente.
INTERNACIONAL| 3
HERANÇA DO GOLPE
A polícia de hoje é uma herança da ditadura militar, como revela o ex-infiltrado japonês da Federal O
agente da golpista polícia federal Newton Ishii, que ficou conhecido nacionalmente como japonês da Federal, revelou em uma entrevista a um programa, Conversa com Bial, da também golpista rede Globo, que fora um infiltrado durante a ditadura militar. Ishii atuava em diretório estudantil, como infiltrado, sua função a princípio era informar os órgão de repressão as atividades consideradas subversiva pelos militares. Uma peça fundamental na maquina de repressão, tourtura e assassinatos montados pelos militares contra o povo brasileiro. Essa confissão é útil para mostrar quem são os heróis da direita. Newton ishii é um desclassificado, uma escória, cujos crimes contra o povo são incalculáveis. Quantos jovens foram assassinados por sua causa? e quantos foram sido torturados por causa deste indivíduo? No entanto, essa confissão coloca outro aspecto do problema da violência do Estado contra o povo, quer
dizer, o das instituições policiais em geral. Ishii não cometeu crimes contra o povo no passado apenas, ele continuou a cometê-los durante todo o período dito democrático e em particular durante o golpe de 2016, atuando em instituição policial. Nem de longe é o único. Os torturadores e assassinos do povo, essa poeira de humanidade do período da ditadura militar fora incorporada ou permaneceu nas instituições policiais, os mesmo que torturavam e matavam o povo sob a cobertura dos militares continuaram sob a cobertura das instituições policiais legais, em nome da “segurança pública” ou da “guerra às drogas”. Também esses mesmos, e os que comungam de sua ideologia torpe, que participaram e apoiaram o golpe de 2016. Essa confissão breve revela muito sobre o espírito das polícias no Brasil e também sobre o espírito da burguesia a quem servem. Instituições formas por verdadeiros criminosos, torturadores, estupradores, assassi-
nos, participantes ativos ou saudosos e ditadura e seus descendentes. De outro lado, mostra a animosidade da burguesia contra o povo, que cria e incita estas instituições verdadeiramente fascista e racistas atuarem contra o povo. As Polícia brasileiras são resquícios, o que sobrou e se consolidou da ditadura militar no regime político. Uma
sociedade minimamente democrática não pode conviver com a polícia brasileira, para que haja direitos para povo é necessário a completa e total extinção destas instituições assassinas. Só a força do movimento operário, camponês e popular pode por fim a este ninho de serpente, que é a força material mais preciosa da burguesia para que possa manter sua dominação.
NEGROS
MULHERES
“Preto é folgado e vive de Bolsa Família”: as ofensas de uma coxinha racista contra um vizinho
A proibição que mata: depois de veto no Senado argentino, mulher morre tentando abortar em casa
O
corrido mais um caso de racismo, que serve claramente para demonstrar como pensa a classe média que apoiou o golpe e deu espaço para o avanço de setores mais obscuros da direita fascista e daqueles que propriamente se sentiram a vontade para tal diante do cenário. A situação se deu no estado do Paraná, especificamente em Maringá – terra do juiz Sérgio Moro, o Mussolini de Maringá – como uma verdadeira representante do que há de mais pérfido perpassado pela figura do juiz em sua terra natal, uma vizinha coxinha fez ofensas racistas contra moradores vizinhos no condomínio Iguaçu II, localizado no bairro de Cidade Nova. A mulher, a princípio, reclamava de um dos vizinhos vítima das ofensas, Nilson Lucas Dias de 26 anos, que é psicologo e mestrando na Universidade Estadual de Maringá. A queixa se deu por uma suposta acusação de que o vizinho estaria invadindo sua vaga de estacionamento ao estacionar sua bicicleta de maneira irregular, segunda a vizinha. Com isso, a autora das ofensas, que é fisioterapeuta e antes prestava serviços ao hospital universitário de Maringá, sem nenhuma contenção ou constrangimento disparou as mais horríveis ofensas
contra Nilson e sua irmã, também moradora do condomínio. Foram feitas gravações durante o momento em que a mesma ataca de maneira grotesca os dois moradores, além do discurso totalmente contrário a população negra, sendo ela representante da maioria da população brasileira. Uma das frases usadas pela vizinha racista, “preto é folgado e vive de Bolsa Família”, faz jus ao discurso da extrema-direita que é extremamente antipopular e em suma a maior inimiga da população negra do país. Foi registrado boletim de ocorrência, e o caso foi encaminhado para investigação. Sabe-se que muitos ainda acreditam na via jurídica e institucional como meio de resolução para o racismo, mas é preciso ter claro que este não é o caminho, essas instituições são grandes participantes na opressão do povo negro, demasiadamente quando se trata da criação de mais leis repressivas, que são preferencialmente usadas em primeiro lugar contra os negros. Por isso, é necessário que a luta contra o racismo seja travada na prática pela população negra organizada politicamente contra o avanço de setores obscurantistas, e para pôr fim a opressão que é referendada pelo Estado burguês.
O
veto do Senado argentino ao projeto que visava a legalização do aborto no país já tem seus efeitos. No último domingo (12), foi constatada a morte de uma mulher argentina na tentativa de realizar aborto – sendo esta sua terceira tentativa de aborto. O caso se deu em um dos hospitais de Buenos Aires, e deixa muito claro no quê implica a proibição do aborto na vida das mulheres. O impedimento de realizar o procedimento legalmente, não acarreta somente na intervenção do direito a escolha sobre seu corpo, mas também como medida mais drástica se concretiza na morte de milhares de mulheres por conta das complicações. A jovem de apenas 24 anos deu entrada no hospital diagnosticada com infecção generalizada, devida a maneira precária como tentou realizar o aborto. Ela que já fora mãe por duas vezes, e como citado acima, já havia tentado realizar aborto em outras oportunidades, dessa vez sofreu com complicações maiores que a levaram ao óbito. Fato é que isso demonstra a política que é colocada contra os direitos das mulheres e que isso prontamente reforça o avanço da política de setores decisivos no massacre das mulheres,
principalmente quando se trata de questões urgentes na luta das mulheres como é o aborto. A legalização do aborto passa por um campo muito mais amplo, diferente do que declaram os setores que restringem a questão estritamente a leis morais, e que na verdade apenas servem como suporte a opressão das mulheres de conjunto. É isso que representa a proibição do aborto: a morte indiscriminada de mulheres, que não possuem acesso a um direito básico que está relacionado diretamente a sua saúde e bem estar psicológico, sabendo que a criminalização impõe também a tortura psicológica nas mulheres. Portanto, a reivindicação pela legalização do aborto não é apenas para que as mulheres sejam devidamente amparadas pelo Estado, mas que não precisem morrer para terem um direito plenamente assegurado. E para isso, a organização das mulheres é essencial, é preciso denunciar casos como o recente acontecido, somente o próprio movimento de luta das mulheres será capaz de emancipar-las efetivamente e, consequentemente, garantir o direito ao aborto e demais direitos democráticos.
Sábado musical
Couvert: R$ 10,00
Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai
3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista
4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)