QUARTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5377
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Lula ou nada: 28º Conferência Nacional do PCO referenda apoio a Lula nas eleições até o fim
CRISE DO GOLPE: LULA SOBE E DÓLAR TAMBÉM
Causa Operária Ediçao 1018
A divulgação das pesquisas eleitorais para a presidência da República, nessa segunda-feira, dia 20, deixou os capitalistas um tanto quanto incomodados.
ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO Na edição de hoje do DCO, a repercussão das pesquisas eleitorais no início da campanha. A alta do dólar como reação dos capitalistas à liderança de Lula e ao péssimo resultado de Geraldo Alckmin.
Conselho Editorial
EDITORIAL
“Contra burguês, Hitler outra Eleição relâmpago: O czar e o tzar vez”: PSTU/Conlutas faz chapa campanha nem começou com bolsonarista de extrema- e já está acabando nas eleições deste ano direita para ganhar do PT As eleições brasileiras que os golpistas estão tentando COLUNA
sempre foram um verdadeiro jogo de cartas marcadas. Em 2018, entretanto, com a ameaça de que Lula seja eleito pelo povo por meio de uma intensa mobilização popular, o
Por Rafael Dantas Segundo a piada, a Revolução Russa começou quando o povo descobriu que o czar e o tzar eram a mesma pessoa.
Rui Costa Pimenta na TV 247: “é muito difícil Lula não aparecer na urna”
O estado de demência, senilidade e oportunismo político extremo parece ter se apossado em definitivo do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU.
evitar a todo custo, as regras eleitorais definidas pelo judiciário que persegue o principal candidato das eleições estão ainda mais ditatoriais que nas outras eleições.
LULA CHEGA A 40% E DÓLAR PASSA DE R$ 4. DESESPERO DA BURGUESIA MOSTRA QUE É HORA DE AVANÇAR Pesquisa do Ibope/Rede Globo, divulgadas nesta segunda, dia 20, confirmaram a tendências já expressas em outras e, principalmente, a tendência crescente de apoio à candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, mantido como preso político há mais de 130 dias.
Candidaturas militares: saída “legalista” em direção um golpe militar no Brasil?
2 | EDITORIAL COLUNA
EDITORIAL
Lula chega a 40% e dólar passa de R$ 4. Desespero da burguesia mostra que é hora de avançar
P
esquisa do Ibope/Rede Globo, divulgadas nesta segunda, dia 20, confirmaram a tendências já expressas em outras e, principalmente, a tendência crescente de apoio à candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, mantido como preso político há mais de 130 dias. O apoio crescente à Lula cresce na mesma proporção em que aumenta a revolta popular contra o governo golpista de Michel Temer e seus aliados, que derrubaram a presidenta Dilma Rousseff, para impor o período do maior retrocesso das condições de vida do povo brasileiro e destruição da economia nacional. Tudo isso em favor dos interesses do grande capital imperialista, principalmente norte-americano, organizador e patrocinador do golpe de Estado. Enquanto o apoio ao governo Temer está bem próximo do “fundo do poço” com cerca de 2,7%, o que significa que com a margem de erro, poderia estar ainda mais perto de 0%, Lula alcançou, segundo as pesquisas feitas e divulgadas pela própria burguesia (com suas tradicionais manipulações) à casa dos 40% ou mais, o que representa mais de 50% dos votos válidos. A própria direita não tem mais a menor dúvida: se Lula participar das eleições, poderia vencer já no primeiro turno. Como resultado dessas polarização política, puxada pela evolução da situação à esquerda, a crise entre a direita chegou a níveis extremamente elevados. Os candidatos mais identificados com o governo golpista, acompanham a “popularidade” de Temer. O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB) não passa de 1% e o ex-governador golpista de SP, Geraldo Alckmin (PSDB), verdadeiro candidato do governo e do “centrão” golpista (por enquanto), que não consegue passar dos 5%. Setores da direita
já cogitam abandonar o barco do seu candidato preferido, da mesma forma que foram deixando para trás outras lideranças do golpe como Eduardo Cunha, Aécio Neves etc. Uma situação que evidencia também que os verdadeiros donos do golpe não são os elementos que aparecem com destaque em algum momento, mas aqueles à quem eles servem: o grande capital imperialista e “nacional”. A crise e a divisão no “mercado”, ou seja, entre os capitalistas e toda a direita golpista, fez o dólar superar a barreira dos R$ 4, lembrando 1989, quando o crescimento de Lula, fez com que o então presidente da FIESP, Mário Amato, declarasse publicamente que “Se Luiz Inácio Lula da Silva vencer as eleições, 800.000 empresários deixarão o Brasil”. Infelizmente, nenhuma coisa, nem outra, aconteceu. Desta feita, a direita mostrando seu retrocesso, não tem condições de tentar “apavorar”a população com ameaças sobre uma possível vitória de Lula e, simplesmente, resolveu aprofundar o golpe impedindo que Lula seja candidato. Toda essa situação comprova a importância fundamental da candidatura de Lula, seu papel decisivo como único candidato capaz de unificar milhões de explorados e suas organizações de luta para enfrentar e derrotar os golpistas. Daí o desespero da direita, do “mercado”. Daí também, a importância de ampliar a mobilização contra a cassação do registro da candidatura de Lula. De não vacilar, de tomar a inciativa para ampliar a mobilização para impedir que o registro de Lula seja cassado, que sua candidatura vá até o fim, custe o que custar. Isso só poderá ser assegurado por meio de mobilização revolucionária que está se desenvolvendo como se viu no combativo ato realizado em Brasília, no último dia 15.
FRASE DO DIA
“Vou brigar até o fim” Lula sobre sua candidatura
FRASE INOLVIDÁVEL
“Com Lula preso, PT transforma registro de candidatura em ato político” UOL/Folha de S. Paulo, descobrindo um segredo das eleições
O czar e o tzar nas eleições deste ano Por Rafael Dantas
S
egundo a piada, a Revolução Russa começou quando o povo descobriu que o czar e o tzar eram a mesma pessoa. Aqui, no Brasil, teríamos um fenômeno parecido, porém invertido, se formos levar em conta as pesquisas de intenção de votos nas eleições desse ano. O povo (pelo menos uma parte dele, aparentemente) ainda teria que descobrir que Lula e Lula são a mesma pessoa. Vejamos o porquê. O Ibope e o jornal O Estado de S. Paulo afirmam que Lula teria 37% do eleitorado, deixando Bolsonaro em segundo lugar com 18%, seguido de Marina Silva com 6%, Ciro e Alckmin, com 5% cada um, Álvaro Dias, com 3% e outros sete candidatos com menos de 1%. Nesse quadro, haveria ainda 22% de votos inválidos (nulos e brancos, 16%) e declarações de que o eleitor não sabia em quem votar (6%). Nessa situação, Lula é o “czar”. Poderia, até mesmo, vencer no primeiro turno com o dobro de votos do segundo colocado. Entra a operação para enganar o povo. A capa d’O Estado de S. Paulo desta terça-feira (21), divulga a pesquisa do Ibope, dando conta de maneira bem cuidadosa de um segundo aspecto das mais de 2.000 entrevistas realizadas. Diz: “Bolsonaro se isola na liderança; Marina e Ciro disputam segundo lugar”. Dão a entender que Lula não existe ou, pelo menos, nunca tivesse sido candidato nesta eleição. Antes que algum fã da imprensa burguesa nos acuse de intolerância contra o seu “Estadão”, ressaltamos que o “olho” da matéria diz que “no início da campanha, deputado tem 20% no cenário sem Lula, seguido por Marina (12%), Ciro (9%) e Alckmin (7%)”. A manipulação não seria eficiente se não dessem margem para dizer: “mas nós avisamos que este seria um cenário e não o cenário”. Assim, emendam a manchete escandalosa e fraudulenta com uma frase em letras miúdas. Eis que o ex-presidente, que se elegeu duas vezes e apresentou Dilma Rousseff ao público, para que fosse eleita para mais dois mandatos consecutivos, tornou-se o “tzar”. Se o seu nome sair da “cédula”, seus votos desaparecem, se dispersariam da maneira mais improvável. Vamos aos números. Os votos inválidos e a indecisão do eleitorado aumentariam em mais de dois terços, saltando de 22% para 38%. Considerando o eleitorado apto a votar nesse ano, mais de 147,3 milhões de pessoas, os que rejeitam o processo
eleitoral saltariam de 32,4 para 55,9 milhões nas urnas; 23,5 milhões a mais. Considerando que Lula tem 54,5 milhões de votos, quase metade do seu eleitorado rejeitaria o processo se o golpe da impugnação da sua candidatura for bem-sucedido. Onde iria parar a outra metade? Marina Silva seria a maior beneficiada. Teria 8,8 milhões de votos a mais, pouco mais de 16% dos votos de Lula, seguida por Ciro, que ganharia 5,9 milhões de eleitores (quase 11% dos que votariam no ex-presidente). Outros 3 milhões de votantes diriam: “tanto faz, PT, PSDB”, e votariam em Geraldo Alckmin, que amealharia 5% dos votos do criador do Bolsa Família. O mais espantoso, talvez, seria que não só parte dos votos petistas se tornariam tucanos, como uma parte quase idêntica (2,9 milhões de votos) iriam da candidatura mais à esquerda nas eleições para a que, pelo menos na aparência, é a mais direitista. Jair Bolsonaro veria seus votos crescerem tanto quanto os de Alckmin, indo de 26,5 para 29,4 milhões de eleitores, ganhando também quase 3 milhões dos que votariam em Lula. Ou, por acaso, teríamos que acreditar que os votos seriam arranjados de maneira diferente nos dois cenários? Por exemplo: com Lula, a pessoa A votaria em Marina; sem ele, a mesma pessoa votaria em Ciro, ou Bolsonaro, mas não em Marina. Não faz o menor sentido. Isso tudo, ainda por cima, com uma margem de erro de 2,2% e um “índice de confiabilidade” de 95% (que, segundo os que colaram mais esse “selo de qualidade” no seu próprio trabalho, significaria dizer quer há 95% de chances desse resultado se traduzir fielmente nas urnas em 7 de outubro). Dos dados que foram apresentados, um que é crucial não foi analisado. O que a imprensa burguesa não diz é que, se Lula concorrer, o segundo lugar pertence aos votos brancos e nulos (indecisos) e que, sem ele na cédula eletrônica, o verdadeiro vencedor é a rejeição às eleições. Resumindo, se Lula comparece às eleições, é o favorito, de longe. Se não, seu voto será dividido da seguinte maneira: cerca de metade votaria nulo ou não votaria, os votos restantes iriam para os abutres de centro-direita (Marina e Ciro) e para os candidatos de direita (Alckmin e Bolsonaro). Acredite, se quiser. Mas os autores dessa verdadeira fraude precisariam mesmo responder à seguinte questão: o povo não sabe mesmo que Lula e Lula são a mesma pessoa?
NACIONAL| 3
CRISE DO GOLPE
Lula sobe e dólar também A
divulgação das pesquisas eleitorais para a presidência da República, nessa segunda-feira, dia 20, deixou os capitalistas um tanto quanto incomodados. Isso porque as pesquisas mostram Lula com mais de 37% das intenções, disparado em relação ao segundo colocado, Jair Bolsonaro, que tem apenas 18%, e o candidato que até então seria o preferido dos donos do golpe, Geraldo Alckmin, estagnado com apenas 4%. Segundo a imprensa golpista, o chamado “mercado” teria ficado preocupado com o péssimo desempenho de Alckmin, que não sobe nem mesmo com toda a ajuda da máquina golpista. A consequência, segundo os analistas da burguesia, seria a subida do Dólar, que começou a subir na segunda-feira e ultrapassou os R$ 4,00
nessa terça. Quando fechávamos esta edição, a moeda estava em R$ 4,05. O Dólar sobe na mesma medida em que Lula sobe nas pesquisas. Não adianta tentar tirar o ex-presidente das pesquisas, escondê-lo nos jornais, fazer campanha de que sua candidatura não existe, enfim, não adianta sequer deixar Lula preso, sua popularidade aumenta, tanto eleitoralmente quanto, e isso é o mais importante, como expressão de uma ampla mobilização latente contra o golpe de Estado. A crise do golpe se aprofunda na medida em que a direita não consegue estabelecer um candidato, o que dificulta o golpe eleitoral. O mundo ideal para o imperialismo seria tirar Lula, emplacar um candidato que colocasse em prática todo o plano do golpe com a legitimidade de ter sido eleito. O problema dessa manobra é
que a fraude eleitoral é cada vez mais escancarada e a rejeição ao golpe cada vez maior. Nisso consiste a crise política e econômica e a alta do Dólar. O tempo é
curto para a direita pró-imperialista decidir qual será seu candidato na tentativa de estabilizar a situação, coisa que parece cada vez mais difícil para os donos do golpe.
“CONTRA BURGUÊS, HITLER OUTRA VEZ”
PSTU/Conlutas faz chapa com bolsonarista de extrema-direita para ganhar do PT O
estado de demência, senilidade e oportunismo político extremo parece ter se apossado em definitivo do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU. O partido que se ombreou aos golpistas ao longo de todo o processo que deu início ao golpe de Estado no país, apartou-se completamente de todo vínculo que ainda mantinha com os interesses dos trabalhadores, onde passou a atacar, de forma frontal e direta, as representações mais legítimas da classe operária, política essa que já vinha orientando a atuação do PSTU desde quando decidiram pela ruptura com a Central Única dos Trabalhadores, a CUT, embarcando na aventura tresloucada de construir uma “central” própria, a raquítica e anêmica Conlutas, agrupamento sindical sem nenhuma expressão e presença na luta real das massas. Sem minimamente ter qualquer compreensão sobre os fundamentos mais elementares que norteiam os eixos da atual conjuntura internacional e nacional que motivam o imperialismo e um setor das burguesias nacionais a fomentarem golpes de estado em várias regiões do planeta, os morenistas adotaram a inconsequente e ensandecida postura de apoiar esses movimentos golpistas. Afirmam os enlouquecidos dirigentes morenistas que não houve golpe nestes países, mas “movimentos de luta das massas” contra governos “alinhados com a burguesia”, portanto passíveis de serem derrubados…”pelas massas”.
Essas absurdas e enlouquecidas concepções, evidentemente, conduzem a desdobramentos ainda mais inacreditáveis e desmiolados quando se trata da política do dia a dia. Toda a atividade do PSTU nesses últimos três anos no país esteve voltada para atacar e caluniar a esquerda que assumiu a denúncia e a luta contra o golpe de Estado, articulado, financiado e coordenado pelo imperialismo, consorciado ao reacionarismo direitista em vários países do continente americano. Em todos os fóruns onde estão presentes (políticos, sindicais), o que ainda resta da militância do partido se dedica a atacar o ex-presidente Lula, o PT e o conjunto do ativismo de esquerda que luta contra o golpe de Estado e a extrema-direita. Dessa forma, como o oportunismo e a desorientação política não conhecem limites, os sindicalistas morenistas partiram para uma aventura ainda mais esquizofrênica. Sem qualquer pudor, reserva ou escrúpulos, – e é bom que se diga, coerentes e sem se desviar da política que sempre orientou a atuação do partido no movimento sindical, marcado pelo mais rasteiro e deslavado oportunismo e peleguismo – os morenistas acabam de conformar uma chapa para concorrer às eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de Itabira-MG, não só apoiando, mas tendo como cabeça de chapa ninguém menos do que o elemento que é o articulador e organizador, na região, da campanha do candidato da extrema-direita fascista, o escroque Jair Bolsonaro, figura sinis-
tra, inimigo declarado dos trabalhadores e da esquerda nacional. Nunca é demais lembrar que Bolsonaro tem como candidato a vice em sua chapa presidencial ninguém menos do que o troglodita general Hamilton Mourão, o mesmo que por mais de uma vez já ocupou espaço na imprensa golpista para ameaçar o país com intervenção militar; leia-se golpe de Estado. Isso mesmo, não se assustem e creiam. Um bolsonarista de carteirinha é o candidato a presidente na chapa apoiada e composta por integrantes do PSTU/Conlutas, que tem o aval da direção nacional do partido. O elemento que estará como candidato à presidência da chapa do PSTU/Conlutas é vereador na cidade de Itabira pelo Partido da República (PR), legenda golpista de primeira hora, apoiadores do golpe contra a presidente petista e que compõe neste momento a aliança em torno ao candidato tucano Geraldo Alckmin, do PSDB, algoz dos trabalhadores e das organizações de
luta (sindicatos, partidos, movimentos) das massas. Como se vê, na orgia do vale-tudo do PSTU/Conlutas para estarem a frente dos aparatos sindicais, tudo é permitido e nenhum absurdo, por mais escandaloso que seja, será castigado. Esta é a “superior moralidade” dos morenistas que atacam o PT, a CUT e o conjunto das outras organizações de luta dos trabalhadores por estarem alinhados aos “governistas” petistas e cutistas, base da “crítica” do PSTU quando da sua ruptura com a CUT e que deu origem a fundação da minúscula e inexpressiva Conlutas. Portanto, é totalmente pecaminoso estar junto aos governistas do PT e da CUT, mas é não só legítimo como um grande “acerto político” estar alinhado a elementos da extrema-direita fascista para “levar adiante” a luta dos trabalhadores em uma entidade sindical de operários. E viva a “frente única” com o fascismo em defesa dos “superiores interesses” dos trabalhadores.
4| NACIONAL
ELEIÇÃO RELÂMPAGO
Campanha nem começou e já está acabando A
s eleições brasileiras sempre foram um verdadeiro jogo de cartas marcadas. Em 2018, entretanto, com a ameaça de que Lula seja eleito pelo povo por meio de uma intensa mobilização popular, o que os golpistas estão tentando evitar a todo custo, as regras eleitorais definidas pelo judiciário que persegue o principal candidato das eleições estão ainda mais ditatoriais que nas outras eleições. Além de terem reduzido o tempo permitido de campanha eleitoral para 52 dias, tempo que em que não dá para fazer nenhum tipo de campanha efetiva dos candidatos pequenos, tornando visível apenas os candidatos da burguesia que controlam as máquinas eleitorais e são estimulados pela imprensa golpista, neste ano, várias regras foram criadas para impedir, na prática, que haja campanha eleitoral. Citemos aqui algumas proibições na campanha eleitoral: • Os adesivos em carro só podem ser colados nas janelas, caso contrário não poderão ultrapassar meio metro quadrado, além de o dono do carro ter de provar que não recebeu dinheiro pra colar o adesivo. Uma medida que facilitará o assédio das autoridades às pessoas que colaram adesivos em seus carros. • Não será permitido pintar fachadas e muros com propaganda eleitoral, nem se for uma propriedade. Ou seja, a pessoa que apoia um candidato não poderá nem pintar o próprio de sua casa, que construiu.
• Segundo o Estadão,”De maneira geral, as regras para as campanhas eleitorais em 2018 impedem a veiculação de propagandas em bens públicos e bens de uso comum (lojas, estádios e cinemas, por exemplo). Por conta disto, é proibido colocar cavaletes ou pendurar placas e faixas em locais como postes, semáforos, pontos de ônibus, viadutos e passarelas”. Isto é, a pessoa literalmente não poderá colocar faixas, colar adesivos, colocar cartazes etc. em locais onde se pode influenciar pessoas. • Os jornais impressos só poderão circular com no máximo 10 anúncios de propaganda eleitoral, e “Os anúncios nos jornais impressos devem ter o tamanho máximo de um oitavo da página de jornal padrão e de um quarto da página de revista ou tabloide” (Estadão). Dessa forma, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece de volta a censura no país. • Os artistas também serão censurados. Não será permitido realizar showmícios em que se faça algum tipo de propaganda eleitoral. Uma coisa que vai dar as brechas para que as autoridades tenham o direito de reprimir shows em que se grite coisas como “Lula Livre” e coisas do tipo. • Também, em relação aos carros de som, instauraram um monte de regras para assediar as pessoas: “Para propaganda eleitoral, a circulação de carros de som (potência de até dez mil watts) e minitrios (potência de até 20 mil watts) é permitida até às 22 ho-
ANÁLISE POLÍTICA
dos efeitos especiais, montagens, trucagens, computação gráfica, edições e desenhos animados.” (G1, Globo) • “Permitidas bandeiras e mesas para distribuição de material, desde que não atrapalhem o trânsito e os pedestres. Bonecos e outdoors eletrônicos estão vetados” (G1, Globo). Obviamente, “não atrapalhar o trânsito dos pedestres” fica à mercê da polícia fascista que apoia o Bolsonaro e detesta esquerdista. Assim continua uma série de leis que proíbem de fato que a pessoa realize campanha eleitoral, comprovando ainda mais o caráter reacionário de eleições realizadas sob um golpe de Estado, como se não bastasse que estivessem arbitrariamente tentando proibir que o principal candidato da população, Luiz Inácio Lula da Silva, participe das eleições. Os golpistas estão usando suas cartadas para garantir que as eleições não fujam do controle e que a popularidade de Lula não fique expressa nas urnas.
CHARGE
Rui Costa Pimenta na TV 247: “é muito difícil Lula não aparecer na urna” N
esta terça-feira (21), Rui Costa Pimenta participa de mais um Análise Política na TV 247, junto com Leonardo Attuch. O programa acontece ao vivo, desde às 16h. O presidente do PCO afirmou que é difícil para a direita tirar legalmente o nome de Lula das urnas, por causa dos prazos para julgar os recursos. No entanto, há uma grande pressão do imperialismo para que a candidatura de Lula seja impugnada. Como indica, por exemplo, a alta do dólar, que representa um ataque especulativo contra o Brasil parecido com o que acontece agora na Turquia. Além disso, a guerra econômica indica a possibilidade de uma guerra aberta, com armamento. Países como Irã, Turquia e Rússia têm sido ameaçados. Países enormes em que os conflitos acabariam se espalhando. É uma situação de uma crise capitalista total. É nesse marco que se dá a prisão de Lula. “O golpe que foi dado no Brasil e
ras do dia que antecede a eleição em carreatas, passeatas, caminhadas, reuniões e comícios. A permissão para trios elétricos (potência de mais de 20 mil watts) é mais restrita: eles só podem ser utilizados para sonorizar comícios. As regras para as campanhas eleitorais em 2018 determinam ainda que o funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som aconteça entre às 8 e 22 horas. O uso é proibido a menos de 200 metros de escolas, bibliotecas públicas, igrejas, teatros, hospitais e das sedes dos poderes Executivo e Legislativo da União e dos Estados.” (Estadão) • Não bastasse isso, será proibido distribuir camisetas, chaveiros, bonés, canetas e assim por diante, coisas que são consideradas como “vantagens para o eleitor”. Pois como se sabe bem, compra-se votos distribuindo canetas e chaveiros… • Mas não acaba aí: “Nas propagandas eleitorais, não poderão ser usa-
em outros países visa a solucionar as crises dos países imperialistas às custas dos países atrasados”.
O CABO SOBE AO MONTE, POR JOTA CAMELO
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LULA OU NADA
28º Conferência Nacional do PCO referenda apoio a Lula nas eleições até o fim N
o último final de semana, dias 18 e 19 de agosto, aconteceu em São Paulo a 28ª Conferencia Nacional do Partido da Causa Operária, o PCO. A Conferencia contou com a presença de delegados eleitos de todas as regiões do País, das quais o Partido tem um trabalho organizado. A atividade também contou com a participação dos principais candidatos majoritários nas eleições desse ano pelo PCO. O PCO foi o partido que mais cresceu a nível nacional em número de candidatos nessa eleição, ao todo são cento e trinta companheiros que participarão das eleições desse ano defendendo o programa do partido, a luta contra o golpe e em defesa da liberdade e da candidatura de Lula. Um crescimento de 150% em comparação a eleição de 2014.
Na Conferência, um dos pontos chaves da discussão foi o apoio incondicional à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições desse ano. Para o PCO, a candidatura de Lula é a única que expressa uma oposição real ao golpe de estado. Lula, que está preso arbitrariamente em Curitiba, em decorrência de uma perseguição política levada a cabo pelos golpistas, é o único candidato que detém um vínculo direto com a classe trabalhadora, suas organizações de luta e movimentos sociais, Lula é a expressão direta do desenvolvimento histórico das luta operárias no país nas últimas quatro décadas. Esta fato explica intensa campanha dos golpistas, por meio da imprensa e do judiciário, na tentativa de cassar a qualquer custo a candidatura do ex-presidente.
CANDIDATURAS MILITARES
Saída “legalista” em direção um golpe militar no Brasil?
A
s eleições de 2018 contarão com 54 nomes militares para cargos ao legislativo, fora a “chapa da intervenção militar” do capitão Bolsonaro, que tem como vice o general Mourão. Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), esse aumento acarretará na eleição de mais de 35 parlamentares não-civis, dez a mais em relação ao 25 eleitos em 2014. A imprensa burguesa noticia esse fato como consequência da “luta contra a corrupção” veiculada pela operação Lava-Jato e, veladamente, indica para a prisão do ex-presidente Lula e para o impeachment de Dilma Rousseff. Essa associação feita pelos golpistas, contudo, denuncia o real carater das candidaturas militares: aprofundar
o mesmo golpe que atacou o PT sob bandeira de “combate a corrupção”. Agora, os golpistas visam estabilizar o golpe dando-lhe a “legitimidade das eleições”, livrando-se de Temer e colocando as claras o real poder que hoje já vigora no País: o poder dos militares. É preciso lutar contra o golpe no Brasil nas ruas. Não é possível acreditar nas eleições burguesas para garantir os interesses da classe operária. O estado burgues molda suas leis segundo os interesses da própria burguesia. Por isso, é preciso aprofundar a organização popular, sua mobilização e a alimentar a descrença do povo em qualquer processo institucional burgues.
Nesse sentido, a Conferência Nacional referendou a decisão anterior do Comitê Central do partido, assim como das conferencias estaduais do PCO de apoiar incondicionalmente a candidatura de Lula nas eleições desse ano. Desse modo, o PCO se opõe a qualquer tentativa de “Plano B”, ou seja, abandonar a luta pela candidatura do ex-presidente em
troca de outro nome, supostamente aceito pela direita golpista, o que seria uma completa capitulação à pressão da direita. Os delegados presentes na 28ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária não tiveram dúvidas e, por unanimidade, aprovaram que nessas eleições o PCO a palavra de ordem do PCO é “Lula ou Nada”.
CHARGE
PAU NO COCO, POR RALFO
LIDO NAS REDES
A piada do dia: artigo na UOL culpa o PT por transformar a eleição presidencial num evento político. Êta jornalismo de merda! Jota Camelo, em sua página no Facebook
Sábado musical
Couvert: R$ 10,00
Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai
3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista
4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)