SEGUNDA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5396
Militantes do PCO e dos Comitês Contra o Golpe de Assis e de Bauru realizam atividades em defesa da candidatura de Lula
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DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE
Latifundiários incendeiam casa de liderança quilombola no norte de Minas Gerais
“Devemos repudiar o chamado a paz e solidariedade a Bolsonaro”, diz Rui Costa Pimenta
Causa Operária Ediçao 1021 SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 1979 • REVOLUÇÃO, GOVERNO OPERÁRIO E COMUNISMO • Nº 1021 • 8 DE SETEMBRO DE 2018 • PREÇO: R$ 2,00 • SP: R$1,00 www.causaoperaria.org.br
Ano 39 • Distribuição nacional
CONTRA A VIOLAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
IR COM LULA ATÉ O FIM
Um desastre nacional, um atentado contra todo o povo e sua cultura Leia mais na pág.2
Só a mobilização pode impedir a fraude
MP tucano, em campanha eleitoral, denuncia Haddad: não há acordo possível com a direita
Leia mais na pág.2
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JUÍZA FASCISTA DEFENDE “DIREITOS HUMANOS” DE POLICIAIS E ABSOLVE PMS QUE MATARAM CRIANÇA DE 10 ANOS
“FACADA” EM BOLSONARO:
O “11 DE SETEMBRO” DOS GOLPISTAS Página 3
NÃO BASTA AUMENTO DE 16,38%, JUÍZES QUEREM MANTER AUXÍLIO MORADIA Página 3
Protesto gigante na Cinelândia por Museu Nacional expressa rejeição popular aos golpistas Página 5
Bando dos Quatro nos Correios assinam definitivamente o ataque ao plano de saúde Página 6 Mães encarceradas: só 3,5% de presas que poderiam receber indulto foram soltas Página 7 Fracasso neoliberal: sob Macri, Argentina vive destruição da moeda nacional e saques a supermercados Página 8 Herança perdida: 13 artefatos dos 18 milhões Por dentro da NED, perdidos no incêndio do organização que dá golpes em eleições em Museu Nacional Página 5 todo o mundo Página 8
Na edição de hoje, contra toda a campanha da burguesia para Bolsonaro, a edição de hoje do DCO mostra tudo o que está por trás da extrema-direita no País. Veja também, as ameaças dos EUA contra a Venezuela. Conselho Editorial
EDITORIAL
UEFA quer banir o melhor futebol do mundo dos gramados internacionais Egito: Ditadura apoiada pela BBC e PSTU manda matar 75 líderes dos protestos contra o golpe de 2013
A esquerda não pode se Bolsonaro e a direita solidarizar com a direita, impulsionam a violência contra o povo pobre brasileiro precisa derrotá-la em todos os terrenos Bolsonaristas deixam disfarce de patriotas e levantam bandeiras dos EUA e de Israel Nesse dia 09 houve uma manifestação de apoio a Jair Bolsonaro, em virtude da facada que ele levou no último dia 06.
O suposto atentado contra candidato fascista, Jair Bolsonaro, de um determinado modo, serviu para desmascarar completamente os moralistas pequeno-burgueses da esquerda nacional e seu compromisso para com a sociedade capitalista liberal.
As declarações de guerra contra o povo que partiram de Jair Bolsonaro
GENERAL, MINISTRO E CABO ELEITORAL DE BOLSONARO, VILLAS BOAS AMEAÇA O PT E O POVO BRASILEIRO Em entrevista ao reacionário jornal O Estado de S. Paulo, o ministro do Exército, general Villas expressou claramente a posição golpista e de defesa da violação dos direitos constitucionais do ex-presidente Lula e de todo o povo brasileiro do comando das Forças Armadas.
Não há democracia: as eleições estão sendo realizadas para servir aos interesses do golpe
2 | EDITORIAL EDITORIAL
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General, ministro e cabo eleitoral de Bolsonaro, Villas Boas ameaça o PT e o povo brasileiro
m entrevista ao reacionário jornal O Estado de S. Paulo, o ministro do Exército, general Villas expressou claramente a posição golpista e de defesa da violação dos direitos constitucionais do ex-presidente Lula e de todo o povo brasileiro do comando das Forças Armadas. Usando como pretexto o suposto atentado contra o deputado e capitão da reserva Jair Bolsonaro (PSL), o general – mais uma vez – fez ameaças em relação às eleições e, até mesmo, quanto aos possíveis resultados da mesma, assinalando que, se o novo governo não estiver de acordo com a vontade do Exército pode “ter sua le gitimidade questionada”. Para o general o suspeitíssimo atentado foi “a materialização das preocupações que a gente estava antevendo de todo esse acirramen to dessas divergências, que saíram do nível político e já passaram para nível comportamental das pessoas”. Para o general não houve problemas no fato de dispararem contra o ônibus do ex-presidente da República; nada contra que os apoiadores de Bolsonaro espanquem um padre e mulheres; nenhum problema que uma vereadora da esquerda seja assassinada e que dezenas de pessoas sejam assassinadas nas comunidades pobres do Rio, por conta da intervenção militar…. mas, se há um suposto atentado contra o candidato militar que tem como vice o ex-segundo em comando do Exército, general Hamilton Mourão, aí a coisa muda de figura; e o general parte diretamente para ameaças. Apesar de dizer que o Exército não tem partido, o general saiu em clara defesa de Bolsonaro, o candidato que distribuiu ameaças por todo País, como “metralhar” os petistas e a Comunidade da Rocinha e estuprar mulheres, inclusive, uma deputada; que atacou negros, homossexuais etc. Para o general, se Bolsonaro não
CHARGE
for eleito, teria todo o direito de “di zer que prejudicaram a campanha dele”. Mesmo dizendo Bolsonaro “não é candidato das Forças “, fez questão de destacar que “ele tem apelo no pú blico militar, porque ele procura se identificar com as questões que são caras às Forças, além de ter senso de oportunidade aguçada”, mostrando que ele tomou claramente partido nas eleições e usa o cargo para fazer campanha, o que não é permitido legalmente nem a ele e nem a centenas de milhares de soldados. Como parte de sua campanha bolsonarista, Villas Boas, elogiou as posições cínicas e reacionárias dos demais candidatos presidenciais que se solidarizaram com Bolsonaro diante do suposto atentado e criticou quem discorda delas – como é o caso do Partido da Causa Operária (PCO) que denunciou toda a armação em torno do ocorrido – como ele teria percebido nas mensagens de “intolerância nas redes sociais”. O general não ficou apenas na pregação da harmonia com Bolsonaro. Ao ser interrogado sobre as tentativas legais e legítimas do PT de registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive, com base em Resolução do Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas, o general que – entre outros episódios – atendeu às decisões da ONU quando se tratava de ocupar militarmente o Haiti ou apoiar o bombardeio do Iraque, sempre para defender os interesses dos EUA, disparou que se tratava de “uma tentativa de invasão da soberania nacional”, isso depois de ter apoiado a deposição sem qualquer crime da presidenta eleita por mais de 54,4 milhões de brasileiros e a posse de um presidente fantoche e do seu governo golpista que serve clara e cotidianamente aos interesses do grande capital internacional, destacadamente, do imperialismo
norte-americano, contra a imensa maioria do povo brasileiro. O mesmo ministro militar que, em abril, ameaçou com golpe militar caso o STF aprovasse o habeas corpus de Lula, desta feita bradou que “depende de nós permitir que ela [a candidatura] se confirme ou não. Isso é algo que nos preocupa, porque pode comprometer nossa estabilidade, as condições de governabilidade e de legitimidade do próximo governo”. E se metendo mais uma vez na decisão que deveria, supostamente, ser tomada pelos ministros do STF, sentenciou contra a candidatura apoiada por mais de 60 milhões de brasileiros (segundo as pesquisas eleitorais), afirmando que “o pior cenário é termos alguém sub judice, afron tan do tan to a Constituição quanto a Lei da ficha limpa, tirando a legiti midade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro gover no e dividindo ainda mais a socieda de brasileira”. Ou seja, para o militar, a Constituição (que estabelece os direitos políticos de Lula), vontade da imensa maioria da nação e até a opinião dos ministros não tem nenhum valor, porque ele, o chefe do Exército já decidiu que a candidatura de Lula seria “o pior cenário”. Como nos tempos da ditadura, quando a vontade dos generais estava acima de tudo, Villas Boas, respondeu até mesmo em sua entrevista à pergunta – formulada sob medida – sobre “quando essa questão tem de ser decidida?”. Como se fosse presidente do STF, declarou que “seja de cidida com oportunidade para que o processo eleitoral transcorra normal mente e naturalmente”, deixando evidente que até mesmo as eleições estão sob ameaça direta dos militares, podendo ser riscadas do mapa, se os militares considerarem que elas não estão dentro da “normalidade e naturalidade”. O general ameaçou com o golpe militar, pelas urnas ou fora delas, to-
do o povo brasileiro. Acertadamente, a direção do Partido dos Trabalhadores, chamou “as forças democráticas do país a repudiar declarações de cunho autoritário e inconstitucional do comandante do Exército divulgadas pela imprensa neste domingo”, classificando a entrevista como “o mais grave episódio de insubordinação de uma comandante das Forças Armadas ao papel que lhes foi delimitado, pela vontade soberana do povo, na Constituição democrática de 1988”. É preciso ir além das palavras e da condenação. Villas Boas, o judiciário, imprensa golpista e os verdadeiros donos do golpe, estão deixando claro que não aceitam a candidatura de Lula porque ela é a principal arma do povo, neste momento, na luta contra o golpe de estado que eles buscam aprofundar com a eleição (ou oposição) de um novo governo golpista que deve adiante os ataques contra o povo brasileiro e a economia nacional, ditados pelo imperialismo. Aceitar essa exigência desses violadores da Constituição e inimigos do povo é referendar o avanço do golpe que eles querem impor. Fica ainda mais claro que não se trata apenas de lutar pelos direitos de Lula. Está em jogo os direitos democráticos e a defesa das próprias condições de vida da maioria do povo brasileiro que não podem ser negociadas com os golpistas. É preciso reafirmar a manutenção da candidatura Lula. e que eleição sem Lula é fraude, é golpe que, agora, aparece ainda mais claramente tutelado pelos militares. Contra este golpismo explícito, é preciso convocar uma grande mobilização. Dia 17, ocupar Brasília, parar o País, pela liberdade de Lula, pela aprovação de sua candidatura em cumprimento ao que determina a Constituição Federal. Que seja o povo quem decida, não os militares e o judiciário golpistas.
FRASE DO DIA
“Eleição é quando o povo decide” Rui Costa Pimenta
FRASE INOLVIDÁVEL
Já pegou fogo, quer que eu faça o quê? Se não tem dinheiro, paciência Jair Bolsonaro
NACIONAL| 3
ANÁLISE POLÍTICA DA SEMANA
“Devemos repudiar o chamado a paz e solidariedade a Bolsonaro”, diz Rui Costa Pimenta A
burguesia espera que as organizações populares apanhem caladas, e que sejam solidárias a qualquer ideia de agressão a seus representantes. Bolsonaro é um fascista de mão cheia. Não é de hoje. Desde que entrou na vida pública, suas declarações em atividades políticas, enquanto parlamentar, foram veementes em favor de um Estado repressivo e arbitrário. É contrário ao voto e favorável a uma ditadura que mate 30 mil pessoas. Para ele, o erro da ditadura de 64 foi torturar e não matar. Prometeu acabar com as reservas indígenas e áreas quilombolas, os quais “não servem nem para procriar”. Considera o relacionamento homoafetivo e de brancos com negros como promiscuidade e falta de educação. Defendeu o massacre no Carandiru. Em sua defesa do impeachment, homenageou Brilhante Ustra, torturador de Dilma Rousseff, monstro capaz de colocar
os filhos para assistir a tortura dos pais e vice-versa. É gente assim que novamente anseia o poder. São os “profissionais da violência“, como se autodefiniu o general Mourão, vice de Bolsonaro, aproveitando para destilar mais uma ameaça ao Partido dos Trabalhadores. Gente que desfila com a camiseta de Lula decapitado, mas agora vem posar de vítima. Dia após dia, as organizações populares sofrem atentados contra suas lideranças e militantes. Foram tiros contra a caravana de Lula e mais tiros contra o acampamento em Curitiba. Foram açoites com chicote contra a militância petista. Foram as comemorações sádicas dos direitistas à morte de Marisa Letícia. Foi o assassinato de Marielle Franco. Afora outros tantos nem mesmo são divulgados. Gestos de violência minimizada pela imprensa, esquecidos pelos investigadores e comemorados pelos direitistas, que
fazem a facada a Bolsonaro parecer brincadeira de criança. Por isso, a solidariedade a Bolsonaro prestada por candidatos de esquerda é um péssimo exemplo de como agir frente ao agressor. É um exemplo que finge não ver a estupidez da classe exploradora, ou tenta fazer acreditar que cordialidade e flores os farão desistir da violência. Cheira a falsidade, ilude e desorienta a classe trabalhadora. Foram posturas vacilantes de igual natureza que subestimaram o perigo do Nazismo, da ditadura de 1964 entre tantos outros. O grande capital, incapaz de sustentar o regime em crise, recorre à repressão do povo insatisfeito. Bolsonaro é cria deste momento histórico. Ele é o cão raivoso que se prontifica na linha de frente do aparato repressivo da burguesia. Com os cães raivosos do fascismo não há discussão, não há ilusões de construir democracia.
Estes covardes só conhecem o argumento da violência, portanto, é o único argumento que podemos usar para intimidá-los. A esquerda não deve compactuar com discursos de solidariedade a Bolsonaro, mas denunciar o perigo real que ele representa.
CANDIDATO FASCISTA
A esquerda não pode se solidarizar com a direita, precisa derrotá-la em todos os terrenos O
suposto atentado contra candidato fascista, Jair Bolsonaro, de um determinado modo, serviu para desmascarar completamente os moralistas pequeno-burgueses da esquerda nacional e seu compromisso para com a sociedade capitalista liberal. Demonstram que estão na contramão das necessidades políticas da classe operária brasileira no período atual. O ataque contra o fascista é expressão da polarização política nacional, ou seja, do deslocamento das massas populares para a esquerda. Diante da investida violenta da burguesia golpista contra o povo, derrubando um governo eleito, colocando o principal líder popular na cadeia, destruindo a economia nacional etc., e da ausência de um movimento unificado de toda a esquerda e dos trabalhadores, pela frouxidão da esquerda na luta contra o golpe, o sentimento anti-golpista crescente na população, expresso na candidatura do ex-presidente Lula, acaba transbordando em ações individuais inócuas e desesperada como esta. Quer dizer, a ação isolada de um indivíduo oprimido contra um represente do sistema monstruoso que burguesia estabeleceu no país. A burguesia como classe consciente de seus interesses sabe que a polarização política existente é profundamente desfavorável a si. Por isso, prontamente, após o suposto atentado, saiu em defesa da “democracia”, da normalidade institucional, da moral democrática etc., logicamente, não por ideologia, mas por necessidade prática: o acirramento da luta de
classes latente no Brasil é um perigo a implementação de sua política e até mesmo, no limite, a sua dominação de classe. A esquerda pequeno burguesa, em seu seguidismo tradicional, converteu a orientação política da burguesia, de pacificação das massas diante do golpe, para uma linguagem esquerdista. A esquerda em geral repudiou o atentado e seu autor, exigindo pronta investigação e punição, e até mesmo o pronto restabelecimento do fascista. Não ao ódio! o ódio não pode substituir o debate político e programático! a violência e o ódio não servem ao Brasil! Brada a esquerda nacional contra a polarização política crescente. São muitas e absurdas as declarações, destaquemos alguma. O Psol em nota da executiva Nacional afirmou que: “A agressão sofrida pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, configura um grave atentado à normalidade democrática e ao processo eleitoral. Nosso partido tem denunciado a escalada de violência e intolerância que contaminaram o ambiente político nos últimos anos. Por isso, não podemos nos calar diante deste fato grave”. Guilherme Boulos, candidato à presidência pelo Psol também se manifestou: “Soube agora do que ocorreu com Bolsonaro em Minas. A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato”. O PCB, Partido sem expressão política e aliado do Psol também saiu
em defesa do debate político e contra o “ódio” e a “intolerância”. Manuela D’ávila do PC do B também bem afirmou: A violência e o ódio não servem para o Brasil e nosso povo”. Por sua vez, Fernando Haddad do PT também se manifestou equivocadamente:“Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro”. Essas são apenas algumas declarações, muitas outras houveram. O cinismo desta afirmações é atroz, o Psol, inacreditavelmente, quer contrapor à violência contra Bolsonaro à normalidade democrática, ora, o país vive um golpe Estado profundamente violento, em que os direitos democráticos são pisoteados diariamente, em que a repressão e a violência da direita contra a população aumentam enormemente. É como se dissessem e endossassem a tese de que só é legítimo a violência do Estado, dos poderosos contra o povo, dos oprimidos contra poderosos não é permitido. Sob a aparência de uma campanha contra o ódio, o que de fato fazem é campanha pela passividade das massas exploradas e oprimidas para que manifestem sua revolta única e exclusivamente nas urnas. É a defesa dos princípios elementares do regime de dominação burguês. A esquerda não deve solidarizar-se com Bolsonaro Bolsonaro é inimigo mortal dos Trabalhadores, é defensor da ditadura, da tortura, do esmagamento do povo para
atender os interesses dos capitalistas. O povo trabalhador, o conjunto dos oprimidos e explorados do país não deve a mínima solidariedade a este fascista, ante, deve combater intransigentemente, a ele seus asseclas. A ação violenta de Bolsonaro contra população, sua defesa da ditadura, a qual estamos ameaçados constantemente, da tortura contra a esquerda e o povo, seus ataques aos negros, às mulheres, LGBTS etc., despertam o ódio de esmagadora maioria da população, atestada, inclusive nos índices de rejeição deste candidato nas pesquisas da própria burguesia. Diferentemente do que defende a esquerda-pequeno burguesa, que quer prender a luta dos trabalhadores nos limites da institucionalidade burguesa, o ódio do povo a Bolsonaro e aos golpistas em geral é absolutamente legítimo. Quem pode obrigar o povo a amar, a tolerar seus algozes? É absurdo. O ódio não só é legítimo como uma arma na luta tenaz dos oprimidos contra os opressores, e sempre foi. A facada em Bolsonaro resulta dos constantes ataques deste fascista contra os trabalhadores, uma reação a violência deste. Evidentemente, que como método político, este ataque não é defensável, ainda que compreensível, uma vez que não resolve em absoluto o problema do Golpe e da opressão contra os trabalhadores. O método de luta correto é o de mobilização e organização das massas populares para lutar contra o golpe e contra a burguesia golpista, sem prender-se nos limites da institucionalidade, é mobilizar e organizar os trabalhadores para derrotar o golpe pelos meios que forem necessários e em defesa dos direitos democráticos do povo. É essa a nossa tarefa.
4| NACIONAL
HIPOCRISIA
Bolsonaro e a direita impulsionam a violência contra o povo pobre brasileiro O
“atentado” contra o candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro revelou a hipocrisia de determinados setores de esquerda, que logo após ao ocorrido declararam solidariedade ao candidato fascista, se colocando contra a violência. É preciso ter claro, em primeiro lugar, que o atentado contra Bolsonaro é algo natural, diante do terrorismo feito pela direita e pela extrema-direita contra a população brasileira. O que é estranho, não é a violência contra o fascista, mas o fato do acontecimento não ter acontecido antes, haja vista a brutalidade da direita golpista. Há mais de dois anos, com o golpe, a direita vem impondo um regime de terror contra o povo. As declarações de Bolsonaro são a expressão mais clara desse fato. Bolsonaro declarou, por exemplo, que apoiava a tortura, as atrocidades cometidas pelo coronel brilhante Ulstra, um dos principais agentes da tortura durante a ditadura militar. Disse, que se eleito, iria metralhar a favela da Rocinha, declarou
para uma deputada petista que não a estuprava porque ela não merecia, atacou os negros, os quilombolas, afirmou recentemente que pretende metralhar os “petralhas” no Acre. Ou seja, uma enxurrada de ameaças contra a população pobre brasileira. Somado as declarações de Bolsonaro estão os acontecimentos ver-
dadeiramente violentos da direita, o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, o atentado a tiros contra a caravana do ex-presidente Lula, a violência dos grupos fascistas contra o acampamento Marisa Letícia em Curitiba, as milhares de mortes no campo praticada pelos latifundiários, a matança nas periferias das grandes
cidades, a própria perseguição política contra a principal liderança popular do país, o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba, sem provas, e impedido de se candidatar de maneira arbitrária. Nesse sentido, é necessário afirmar que Bolsonaro e sua corja da extrema-direita e da direita são aqueles que impulsionam a violência contra o povo e a classe trabalhadora. São eles que defendem o massacre do povo pobre nas periferias, que impõe um regime de terra arrasada, onde os direitos são suprimidos completamente. Não nos devemos nos solidarizar com a direita fascista, é preciso combatê-la, por todos os meios necessários. Se solidarizar com fascista é se colocar em uma posição de capacho diante da violência dos principais carrascos do povo. É preciso organizar a luta contra os golpistas, por meio dos comitês de luta contra o golpe. Somente uma mobilização revolucionária pode impor uma derrota definitiva a direita e sua corja fascista.
ANTI-NACIONALISMO
CANDIDATO EXTREMA-DIREITA
Bolsonaristas deixam disfarce de patriotas e levantam bandeiras dos EUA e de Israel
As declarações de guerra contra o povo que partiram de Jair Bolsonaro
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esse dia 09 houve uma manifestação de apoio a Jair Bolsonaro, em virtude da facada que ele levou no último dia 06. Eram menos de 100 adeptos do candidato de extrema-direita, mas foi possível notar que alguns portavam as bandeiras dos Estados Unidos da América e de Israel, em clara demons-
tração de anti-nacionalismo e subserviência aos interesses estrangeiros no Brasil. É evidente que os eleitores do fascista não querem o bem e o desenvolvimento da nação brasileira, como dizem por aí, mas na verdade reivindicam a completa submissão do povo e das riquezas do país às potências imperialistas.
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o contrário do que a imprensa golpista e seus candidatos falam por aí, Jair Bolsonaro tem provocado e ameaçado o povo brasileiro o suficiente para sofrer não só um, mas vários ataques por parte da classe trabalhadora, das mulheres, dos estudantes, dos movimentos sociais, dentre outros, em função de suas declarações de apologia à violência e de seu comprometimento de extinguir os direitos de sobrevivência da população. Seguem alguns exemplos dos insultos que o candidato promove contra o povo brasileiro: “O grande erro [da ditadura militar] foi torturar e não matar”. “Eu sou a favor da tortura. O pau de arara funciona. Não há a menor dúvida [de que eu fecharia o Congresso Nacional se fosse Presidente], daria golpe no mesmo dia. Através do voto você não vai mudar nada neste país. Você só vai mudar se nós partimos para uma guerra civil. E fazendo o trabalho que o regime militar não fez, matando uns 30 mil. Se vão morrer alguns inocentes, tudo bem” “Perderam em 64, perderam agora em 2016. Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff. Pelo Exército de Caxias. Pelas Forças Armadas. O meu voto é sim [pelo impeachment da presidenta eleita].” “O governo [2009] está preparando uma equipe agora pelo Araguaia,
para buscar os ossos dos marginais que combateram o regime militar. Por que, quem pediu que os militares assumissem? Foi a Igreja Católica, foram as mulheres de verdade daquela época, porque hoje as mulheres não são de verdade como naquela época, a classe empresarial, e, mais do que isto, a imprensa de forma unânime pediu. Esperamos que os militares assumam novamente este país, em nome da autoridade, do respeito e da família. Então esse pessoal vai no Araguaia agora simplesmente buscar ossos. Não existem mais ossos. Quem morreu e foi enterrado em cova rasa, os porcos comeram os ossos.” “Jamais estupraria você, porque você não merece. Dá que eu te dou outra. Vagabunda.” “O afrodescendente mais leve lá [no quilombo visitado] pesava sete arrobas. Não fazem nada. Nem pra procriar eles servem mais.” “A minha continência à bandeira americana. USA,USA! Eu vou dar carta branca pro policial matar. O trabalhador vai ter que decidir, menos direitos e emprego, ou todos os direitos e desemprego.” “Somos um país cristão, Deus acima de tudo. Não existe essa história de estado laico não, é estado cristão. Vamos fazer o Brasil para as maiorias. As minorias têm que se curvar às maiorias. As minorias se adequam ou simplesmente desapareçam.”
INTERNACIONAL| 3
NÃO HÁ DEMOCRACIA
As eleições estão sendo realizadas para servir aos interesses do golpe A
pesar das ilusões eleitorais e democráticas da esquerda, de que o voto é a única solução para a situação de repressão e esmagamento dos direitos da população imposta pela direita, os golpistas se articulam para impedir a participação popular, ou seja aprofundar ainda mais o golpe de estado que foi dado há dois anos atrás contra a presidenta Dilma, eleita pela maioria da população. A cassação totalmente arbitrária do direita à candidatura da principal liderança popular do país, o ex-presidente Lula, a sua prisão, também ilegal, sem provas, a tentativa dos golpistas de calar a esquerda, impedindo que
seus partidos façam campanha, prendendo e usando da força contra aquelas pessoas que se manifestam contra o golpe e em defesa de Lula, como foi o caso da coordenadora do Acampamento Marisa Letícia em Curitiba e de outras pessoas, ativistas e militantes que foram duramente reprimidos enquanto se manifestavam, ou seja, tais fatos demonstram que as eleições são uma completa farsa. O golpe tem intensificado a polarização política no país. As medidas nefastas dos golpistas têm feito com que uma parcela expressiva do povo se desloque à esquerda, o imenso apoio a Lula é uma prova concreta
ESPORTES
federação europeia de futebol (UEFA) começará nesta próxima quinta feira (13-08) um campeonato de seleções de times europeus, com o nome de Liga das Nações Europeias, com duração de um ano. Serão 55 times europeus que estarão divididos em 4 grupos (liga), em que os vencedores dos grupos se enfrentarão em um quadrangular final, com data marcada para junho e julho de 2019. Esse campeonato, criado pela UEFA, quando o atual presidente da FIFA, Giani Infatino, era secretário geral da UEFA tem o objetivo de isolar as seleções de outros continentes (América, Ásia, Africa e Oceania) do futebol mundial, concentrando os contratos milionários do futebol apenas na Europa. Os Europeus que usaram de todo expediente extra-campo para ganhar as últimas Copas do Mundo, como a utilização do VAR (Árbitro de Vídeo) na última Copa, para que a França fosse campeã, agora quer mesmo é eliminar os país atrasados, que jogam muito mais futebol que os europeus,
de impor uma derrota aos golpistas é por meio da mobilização popular, da luta contra o golpe contra a direita. Em defesa da candidatura do ex-presidente Lula, de sua liberdade..
INTERNACIONAL
UEFA quer banir o melhor futebol do mundo dos gramados internacionais
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desse fato. Tendo consciência disso, os golpistas agem para intensificar a arbitrariedade no país, a ditadura contra o povo. As medidas do TSE, por exemplo, impedindo Lula de se candidatar, até mesmo de aparecer nos programas eleitorais do seu partido, evidenciam a ditadura que está sendo imposta. Os generais golpistas já vieram a público, novamente, ameaçar o povo com um golpe militar, diante dos crescimento do apoio a Lula. Nesse sentido, apostar todas as fichas no caminho das eleições é fazer o jogo da direita, é dançar conforme a música dos golpistas, é se submeter ao golpe, à fraude. A única maneira
dos lucros que são gerados por esse esporte. A criação da Liga das Nações Europeias de futebol mostra sem máscaras, que para os grandes capitalistas europeus, o futebol não é uma atividade esportiva para congratulação dos povos no mundo, mas uma atividade humana de demonstração de poder econômico, que não pode de maneira nenhuma ser considerada uma especialidade dos país pobres e atrasados como o Brasil. A próxima ação da Liga das Nações é determinar o calendário do futebol mundial, inclusive modificando o atual formato da Copa do Mundo, o que bem pode se transformar em uma espécie de campeonato mundial interclubes, onde as seleções disputam em seus continentes e os campeões e cada continente se enfrentariam em um quadrangular para uma final de um continente contra o outro. Com o aprofundamento da crise do capitalismo, o imperialismo mundial mostra que o controle do futebol é fundamental para manter os seus lucros e o poder político mundial.
Egito: Ditadura apoiada pela BBC e PSTU manda matar 75 líderes dos protestos contra o golpe de 2013 A
pós o golpe de estado promovido pelo imperialismo no Egito, em 2013, o país árabe viveu um aumento significativo da repressão política. Assim como no Brasil e na Argentina, os golpistas estão promovendo uma série de ataques às principais lideranças do país. No Egito, o maior partido do país, a irmandade muçulmana, proibida no país, está sendo brutalmente perseguido pela ditadura do marechal Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Recentemente, o judiciário egípcio julgou cerca de 700 pessoas que participaram de protestos a favor da Irmandade Muçulmana, condenando 75 à pena de morte, como as lideranças Essam al-Erian, Mohamed Beltagi, o pastor Safwat Higaz e o líder espiritual da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, além de dezenas de outras pessoas que receberam sentenças de prisão perpétua. A desculpa do governo seria a de que os manifestantes teriam gerado a morte de alguns policiais, o que não seria nada mais que uma intensa reação contra o brutal regime de opressão de Al-Sisi. O julgamento foi tão desumano que a própria ONG de direitos humanos, à favor dos interesses do imperialismo, teve de se declarar contra. A perseguição ao principal partido do país, justamente por seu não ali-
nhamento com os interesses do imperialismo, é extremamente reacionária. A execução da pena de morte no país e feita por meio do enforcamento, um método medieval. Isso serve para os brasileiros a desumanidade daqueles que lideram o golpe no país. Assim como no Egito, o principal partido da população, o Partido dos Trabalhadores (PT), está tendo suas lideranças perseguidas, e apesar de ainda não termos chegado neste ponto, a direita está defendendo cada vez mais a repressão contra o povo, estimulando medidas como a redução da maioridade penal, a pena de morte, a castração química, a censura e assim por diante. Vale lembrar que parte da esquerda pequeno-burguesa, como o PSTU e parte do PSOL, defenderam o golpe militar que ocorreu no Egito, chamando-o de revolução. Eles têm parte da culpa pela perseguição de centenas de militantes contra o golpe no Egito, que saíram às ruas para defender o governo Morsi, primeiro presidente civil eleito pela população. Da mesma forma, são em parte culpados pelos golpes de estado na Ucrânia, hoje nazista, e no Brasil, controlado por Michel Temer, o judiciário e os militares. Por isso, estão totalmente desmoralizados diante da população.
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ATIVIDADES
Militantes do PCO e dos Comitês Contra o Golpe de Assis e de Bauru realizam atividades em defesa da candidatura de Lula N
esse final de semana, o militantes do Partido da Causa Operária de Bauru e da Assis, juntamente com os comitês de luta contra o golpe de ambas as cidades, realizaram atividades de panfletagem e colagem de cartazes em defesa da candidatura do ex-presidente Lula, perseguido político pela ditadura imposta pelos golpistas. Em Assis, a panfletagem ocorreu durante o desfile do 7 de setembro, que ocorreu na Avenida Davi Passarinho, região da periferia da cidade. Ao todo foram distribuídos dezenas de panfletos, adesivos e cartazes contra a prisão de Lula, assim como foram vendidos jornais Causa Operária. Em Bauru, a campanha ocorreu no sábado, no calçadão, no centro da cidade. Na atividade, foram entregues tam-
bém os jornais dos comitês de Luta contra golpe, além dos adesivos contra a prisão e em defesa da candidatura de Lula. À noite foi realizada uma colagem na periferia da cidade em postes e paredes. A receptividade da população foi muito boa. além das declarações de apoio ao ex-presidente, muitas pessoas pediram material para distribuir em seus respectivos bairros, o que demonstra o imenso apoio popular de Lula, apesar de toda a perseguição da direita. Contra as manobras dos golpistas, o caminho é a intensificação da mobilização popular. Somente a luta do povo pode impor uma derrota aos golpistas, libertar Lula e garantir que seja candidato e seja eleito.
NEGROS
Latifundiários incendeiam casa de liderança quilombola no norte de Minas Gerais
Sábado musical
Couvert: R$ 10,00
Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai
3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista
A
s comunidade quilombolas do município de Pedras de Maria da Cruz, região norte de Minas Gerais, sofreu mais um ataque de latifundiários no início do mês de setembro. No dia dois, a residência de uma família quilombola foi incendiada e completamente destruída pelo fogo, deixando uma família com sete crianças na rua. A família já foi atacada outra vez em ação conjunta de latifundiários, pistoleiros, polícia militar e justiça estadual. No dia 17 de maio de 2017, o trator da fazenda Santa Clara, também conhecida pelo nome “Triunfo” destruiu completamente a residência dentro da comunidade quilombola de Caraíbas, invadida pelos latifundiários. A comunidade quilombola de Caraíbas vem sofrendo inúmeros ataques
dos latifundiários e policiais, que sempre atuam em defesa dos latifúndio. Esses ataques são uma forma de impedira demarcação das terras quilombolas de quatro comunidades já identificadas e reconhecidas pelo Estado brasileiro através da Fundação Palmares. Em 2014, o quilombola Cleomar Rodrigues de Almeida, foi morto a tiros por pistoleiros a mando dos latifundiários da Fazenda Pioneira e Boa Vista, que está dentro do território quilombola. Esse foi um aviso dos latifundiários e que a onda de violência e intimidação não deve acabar por aí. É necessário que os quilombolas se organizem para se autodefenderem da violência do Estado, da polícia militar e dos latifundiários.
4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)
LIDO NAS REDES Passo 1 – Globo cancela divulgação de pesquisa Passo 2 – Bozo faz reunião com cúpula da Globo Passo 3 – Globo solta pesquisa com o Bozo na frente Passo 4 – Bozo sofre atentado muito mal explicado Passo 5 – Globo dá total cobertura ao fato dramatizando ao extremo Passo 6 – Vice do Bozo e sites de direita tentam culpar o PT pelo “atentado” Nilza Franco