Edição Diário Causa Operária nº5398

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QUARTA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5398

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DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

Haddad candidato: o caminho da submissão

Causa Operária Ediçao 1021 SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 1979 • REVOLUÇÃO, GOVERNO OPERÁRIO E COMUNISMO • Nº 1021 • 8 DE SETEMBRO DE 2018 • PREÇO: R$ 2,00 • SP: R$1,00 www.causaoperaria.org.br

Ano 39 • Distribuição nacional

CONTRA A VIOLAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO

IR COM LULA ATÉ O FIM

Um desastre nacional, um atentado contra todo o povo e sua cultura Leia mais na pág.2

Só a mobilização pode impedir a fraude

MP tucano, em campanha eleitoral, denuncia Haddad: não há acordo possível com a direita

Leia mais na pág.2

Leia mais na pág.2

JUÍZA FASCISTA DEFENDE “DIREITOS HUMANOS” DE POLICIAIS E ABSOLVE PMS QUE MATARAM CRIANÇA DE 10 ANOS

“FACADA” EM BOLSONARO:

O “11 DE SETEMBRO” DOS GOLPISTAS Página 3

NÃO BASTA AUMENTO DE 16,38%, JUÍZES QUEREM MANTER AUXÍLIO MORADIA Página 3

Protesto gigante na Cinelândia por Museu Nacional expressa rejeição popular aos golpistas Página 5

Bando dos Quatro nos Correios assinam definitivamente o ataque ao plano de saúde Página 6 Mães encarceradas: só 3,5% de presas que poderiam receber indulto foram soltas Página 7 Fracasso neoliberal: sob Macri, Argentina vive destruição da moeda nacional e saques a supermercados Página 8 Herança perdida: 13 artefatos dos 18 milhões Por dentro da NED, perdidos no incêndio do organização que dá golpes em eleições em Museu Nacional Página 5 todo o mundo Página 8

ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO EDITORIAL

Sem Lula é Fraude! O povo já pensa isso. É preciso entender, apenas a mobilização revolucionária dos trabalhadores pode derrotar o golpe, é preciso tomar as ruas com esta política. As massas responderão, estão aguardando o chamado.

Direção do BNDES ataca funcionários com ameaça de retida de direitos Mulheres ganham menos, mesmo com mais formação, mostra pesquisa da OCDE Um dado concreto em relação as mulheres é de que, elas são as que mais possuem formação no ensino superior.

Uma derrota histórica do povo brasileiro: os golpistas e suas instituições encurralam o PT que retira a candidatura Lula

Eleição sem Lula continua sendo fraude: por uma mobilização em defesa da liberdade de Lula candidato Nos últimos dias a direita, por meio da imprensa golpista, do judiciário, dos militares e do próprio mercado financeiro, fizeram uma ampla campanha de chantagem e pressão para que o Partido dos

Neste 11 de setembro de 2018, a direção do PT intimidada e acuada por uma feroz campanha de cerceamento dos direitos democráticos do ex-presidente

Lula, preso injustamente em Curitiba, resolveu substituir a candidatura do principal líder político do país, que se encontrava na dianteira em todas as soldagens eleitorais.

Trabalhadores abandonasse a candidatura de Lula a presidência em troca do chamado plano B, nesse momento representado na candidatura de Fernando Haddad, ate então vice da chapa petista.

PT ADOTA “PLANO B” E REJEITA MOBILIZAR CONTRA INSTITUIÇÕES GOLPISTAS A direção do Partido dos Trabalhadores, anunciou no final da tarde desta terça-feira (dia 11) a decisão de desistir dos recursos contra a cassação da candidatura à presidente da República de Luiz Inácio Lula da Silva, preso politico há mais de cinco meses na carceragem da Polícia Federal, e substituir seu nome pelo do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na chapa presidencial.

Para Cantanhede, Lula é o “passado” e PT tem que abandonar sua candidatura

Avança a entrega da Eletrobrás

Uma demonstração de como a chamada politica do Plano B e uma estrategia que serve aos interesses dos golpistas, e o enorme frenesi que a imprensa golpista adotou

A privatização do Sistema Eletrobrás segue após entrega de quatro das suas companhias por míseros R$ 50 mil reais cada.

com a proximidade do prazo estabelecido pelo TSE golpista para a substituição do nome do ex-presidente Lula ate então candidato a presidência pelo PT.


2 | EDITORIAL EDITORIAL

PT adota “plano B” e rejeita mobilizar contra instituições golpistas

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direção do Partido dos Trabalhadores, anunciou no final da tarde desta terça-feira (dia 11) a decisão de desistir dos recursos contra a cassação da candidatura à presidente da República de Luiz Inácio Lula da Silva, preso politico há mais de cinco meses na carceragem da Polícia Federal, e substituir seu nome pelo do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na chapa presidencial. Tal decisão apontou – mais uma vez – no sentido da aceitação das imposições dos golpistas. Uma capitulação que repete a conduta adotada diante de episódios anteriores do golpe de Estado que a direita pró-imperialista colocou em marcha nos últimos anos. Primeiro, trataram de negar a realidade, se negando a reconhecer que estava em andamento o golpe, desde a vitória da presidente Dilma Rousseff, em 2014. Alimentaram a ilusa de que se tratava de uma disputa política (“terceiro turno” etc.), afirmando que “não ia ter golpe”. Depois de intensa movimentação golpista, sem uma reação e do anúncio de uma enorme confiança nos aliados golpistas (chegaram a entregar o comando das articulações políticas do governo para o vice Temer, do MDB) e de apresentar o processo de impeachment como se fosse uma decisão pessoal do então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, buscaram aparentar tranquilidade (nova ilusão) de que o impeachment não viria porque o governo seria salvo pelos seus aliados (entres eles o MDB) e organizaram toda a pressão para apenas “pressionar” o Congresso totalmente

dominado pela direita golpista. Consumado o impeachment fraudulento, participaram de nova disseminação de ilusão. Tratava-se então de fazer os trabalhadores e a juventude crer que seria possível aprovar a antecipação das eleições (“diretas já”) o que seria feito pelo mesmo congresso que derrubou Dilma, sob as ordens do imperialismo. Não bastasse toda essa capitulação e os claros sinais de intensificação da perseguição política contra Lula, o PT e toda a esquerda, destacadamente, com os processos fraudulentos contra o ex-presidente, e sua condenação em primeira instância, o PT se recusou a realizar uma campanha contra a prisão de Lula (com alguns de seus dirigentes chegando a criticar o PCO por sua campanha “negativa”, com o “Não à prisão de Lula”). Não foram poucos os dirigentes da esquerda que afirmaram que a direita “jamais” teria coragem de prender Lula, que Lula estaria garantido pela Lei, que havia uma maioria no judiciário contrária à prisão em segunda instância etc. A direita não se deteve, e nunca se deterá, diante das ilusões da esquerda. Em abril passado veio o indeferimento do habeas corpus do pedido de prisão de Lula da parte do juiz fascista Sérgio Moro e do TRF-4 golpista, de Porto Alegre, e a subseqüente ordem de prisão. Milhares de pessoas se mostraram disposta a reagir à prisão ilegal e inconstitucional da maior liderança popular do País. Mais uma vez, a orientação emanada da direção foi de aceitar e buscar uma saída pelos meios legais. Inclusive, divulgando-se a falsa idéia

CHARGE

Ele sou eu, por Ralfo

de que o cumprimento da ordem judicial facilitaria as coisas, os recursos legais para libertar mais rapidamente o ex-presidente. Alguns chegaram a marcar data para que isso acontecesse, afirmando que, em 10 dias Lula estaria livre. O desenlace dessa situação é conhecido. A mobilização necessária para enfrentar essa situação nunca foi o centro dessa política. Os militantes do PT ou de fora do Partido, que, por exemplo, tomaram a inciativa nos comitês de Luta para levar adiante uma mobilização, tiveram enormes dificuldades em receber apoio para as caravanas e outras iniciativas de luta contra o impeachment, pela sua anulação, contra a prisão de Lula, pela sua liberdade etc. A crença em sua saída por dentro das instituições do regime golpista (Congresso, judiciário etc.) e de um acordo com setores que deram o golpe, com quem setores do PT efetivaram, inclusive, alianças eleitorais, não apenas não serviu para fazer o golpe recuar “um centímetro sequer” e evitar as derrotas para os trabalhadores, como também alimentou a campanha dos setores “abutres” favoráveis a uma política de conciliação e capitulação total diante da direita golpista (“virar a página do golpe”). Estes , no caso da candidatura de Lula, estiverem sempre (de maneira clara ou dissimulada) na defesa do chamado “plano B”, do abandono da candidatura de Lula, da sua substituição etc. que agora se consuma. Agora, a ilusão da vez, é que a direita vai deixar Haddad ganhar para que ele leve adiante o mesmo

programa que Lula levaria etc. Isso em eleições que se mostram como uma farsa total, inclusive, sob a tutela das Forças Armadas, como o ministro do Exército interferindo e ditando ordens para o judiciário, partidos etc. com a cassação do candidato que detinha (segundo os institutos e a imprensa golpistas), pelo menos 60 milhões de intenções de votos. A direita derrubou Dilma e mantém Lula preso mas, nesta verdadeira fábula, estaria disposta a permitir eleições democráticas que permitissem à esquerda chegar ao governo por outros caminhos e barrar os planos golpistas ditados pelo imperialismo. Tudo isso sem luta, sem um enfrentamento das instituições, respeitando-se as “regras” ditadas pelos golpistas. Nada poderia ser mais ilusório. Seja qual for os desdobramentos do processo eleitoral, a questão central para os trabalhadores – que não podem viver de ilusões e de alguns cargos conquistados em eleições fraudulentas – é que para enfrentar a ofensiva que se prepara para logo em seguida ao processo eleitoral, e já neste momento, é preciso superar esta perspectiva ilusória. O caminho fundamental não é o das urnas , das eleições viciadas, é o das ruas. Mais do que nunca, continua vigente a luta pela liberdade de Lula, contra o golpe e pela derrota dos planos dos golpistas, que precisa se fortalecer na multiplicação dos comitês de luta contra o golpe, na denuncia da farsa das eleições e no chamado à uma mobilização independente dos golpistas nas ruas.

ANÁLISE POLÍTICA COM RUI COSTA PIMENTA

“A desistência da candidatura do Lula foi feita na ponta da baioneta” Rui Costa Pimenta

“É uma festa? Pra mim é um funeral que Lula não vá participar das eleições” Rui Costa Pimenta

“Eleição não é fundamental! Militar não respeita eleição! Dilma foi retirada por um golpe! ” Rui Costa Pimenta


NACIONAL| 3 COLUNA

Haddad candidato: o caminho da submissão Por João Pimenta

S

em Lula é Fraude! O povo já pensa isso. É preciso entender, apenas a mobilização revolucionária dos trabalhadores pode derrotar o golpe, é preciso tomar as ruas com esta política. As massas responderão, estão aguardando o chamado. Na tarde desta terça-feira os industriais que deram o golpe, sentados em sua “pirâmide” na avenida Paulista, respiraram aliviados. Os grandes bancos estouraram o champanhe em comemoração, fazia 158 dias, desde a prisão de Lula, que não comemoravam desta forma. No Quartel General, os covardes de farda, armados até os dentes contra um povo desarmado, vêem que suas ameaças tiveram efeito, Villas Boas e Hamilton batem continência um ao outro e ao imperialismo. As raposas do Judiciário, dos de capa preta do STF aos capangas da Lava Jato, como Dallagnol e Moro, desfrutam de seus 16% de aumento, o auxílio moradia, as fortunas derivadas de palestras a multinacionais com a tranquilidade de que foram bem pagos para tirar Lula da eleição, e que entregaram sua parte, resta saber se serão pagos plenamente. Nos corredores da intriga, da maldade e da mentira, ou seja, nas redações dos grandes jornais e televisões, as cobras de plantão se divertem com a desgraça nacional. Eliane Cantanhê-

de do Estado de S. Paulo grita aos quatro ventos “Lula é o passado, Haddad é o futuro”. Na tarde desta terça-feira, 11 de setembro, houve um atentado contra a vontade do povo, Lula renunciou a sua candidatura, um grave erro, um erro histórico, pois estamos vivendo e travando a luta que definirá o futuro da classe operária brasileira. O golpe conseguiu sua vontade, novamente. Dilma caiu, Temer fez as reformas, as diretas não vieram, Lula foi condenado, Lula foi preso, Lula não foi candidato, e o cenário eleitoral é complicado, não muito favorável. Os otimistas dirão que a eleição está ganha, estes mesmos senhores também não achavam que o golpe viria a ser, mas ele veio, e como veio. Os oportunistas culpam o povo pela desgraça a qual ele mesmo está sendo submetido, também é errado. Como disse o companheiro Lula, o povo não foi chamado, e ainda não estamos naquela etapa em que o povo chama os partidos e organizações a agirem. O problema é simples: toda a vez que era preciso resolver as coisas na rua, apelaram para as instituições. Quando tinhamos de enfrentar o impeachment com a força do povo mobilizado na rua, as direções disseram que iríamos vencer naquela arapuca de corruptos e ladrões que

chamam de Congresso Nacional. As lágrimas da queda de Dilma ainda não secaram no Vale do Anhangabaú. Quando Temer trucidou as leis trabalhistas, fizemos um dia de greve geral, tinhamos que ter feito mais, mas estamos direções que hoje confiam em Haddad, não soaram o alarme. Disseram que a solução eram as tais diretas, que eram nada mais nada mais do que um projeto de lei (!!) para convocar as tais diretas, isso nunca foi nem votado, o Congresso golpista cuspiu na cara do povo, e Temer trouxe de volta a fome para o Brasil. Quando Lula foi chamado ir para Curitiba, o PCO e outros setores chamaram a lutar, a ocupar as ruas, mas novamente, as mesmas direções disseram que apenas os advogados podiam resolver, que a lei estava do lado de Lula. Descobrimos que advogado nenhum neste País, talvez se tivessem trazido um americano, poderia convencer o Juiz Moro, e que lei nenhuma valia para Lula. Quando ele foi preso, a militância, como gatos escaldados, se dispôs a defender Lula, encastelá-lo no Sindicato dos Metalúrgicos e enfrentar os golpistas com a força da classe operária do ABC, que sempre esteve com Lula, de onde surgiu Lula, desta vez o povo até fechou a porta do Sindicato e estava preparado para uma “guerra fratricida” entre a esquerda. Mas

lá, as mesmas vozes, prevaleceram, disseram que ele sairia em 15 dias, fazem 158. Não podemos mais traçar o caminho de menor resistência, isto é da luta puramente institucional. O golpe controla as instituições. O povo escolheu Dilma, o golpe impôs o processo de impeachment, a esquerda aceitou, foi derrotada. Agora o golpe exigiu Lula fora da eleição, aceitaram, este é o caminho dos que abaixam a cabeça, o caminho da submissão, se os metalúrgicos do ABC tivessem trilhado este caminho em 1979, Lula estaria preso até hoje pelo regime militar. Em um ato em São Paulo, na segunda-feira (11), um velho metalúrgico da Villares, fábrica onde Lula trabalhava, disse “Lula fez greve por nós, temos que fazer uma greve geral por ele”, é preciso ouvir este metalúrgico, é preciso trilhar este caminho, o caminho da mobilização. A luta não acaba aqui, mas é preciso mudar o curso, confiar nas ruas, falar de novo, falar muito, falar em todos lugares, ajudar o povo falar: Sem Lula é Fraude! O povo já pensa isso. É preciso entender, apenas a mobilização revolucionária dos trabalhadores pode derrotar o golpe, é preciso tomar as ruas com esta política, elas responderão, estão aguardando o chamado.

ELEIÇÃO SEM LULA CONTINUA SENDO FRAUDE

Por uma mobilização em defesa da liberdade de Lula candidato N

os últimos dias a direita, por meio da imprensa golpista, do judiciário, dos militares e do próprio mercado financeiro, fizeram uma ampla campanha de chantagem e pressão para que o Partido dos Trabalhadores abandonasse a candidatura de Lula a presidência em troca do chamado plano B, nesse momento representado na candidatura de Fernando Haddad, ate então vice da chapa petista. No ultimo dia 31 de agosto, o Supremo tribunal Eleitoral golpista impugnou por 6 votos a 1 a candidatura de Lula, tendo como base a inconstitucional lei da Ficha Limpa, passando por cima, inclusive, de uma resolução do Conselho de Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas, a ONU, favorável a candidatura de Lula. O tribunal estabeleceu um prazo de dez dias para que o PT substitua o nome de Lula por outro candidato. Ao longo desse período, os golpistas deram inicio a uma intensa campanha de chantagem politica. Utilizaram para isso, os tribunais, por meio da absurda censura da imagem, e do próprio nome de Lula

na campanha eleitoral. O mercado financeiro ameaçou com a retirada dos investimentos do Pais. Por fim, os próprios militares vieram a publico em tom de terrorismo aberto contra povo dizer que se Lula for candidato, eles darão um novo golpe militar. A pressão da direita encontrou respaldo em setores do próprio Partido dos Trabalhadores, os quais ha vários dias já vem fazendo campanha em nome do plano B, na defesa do abandono da candidatura de Lula, uma clara e completa capitulação diante da chantagem, das arbitrariedades impostas pelos golpistas, ou seja, ao próprio golpe de estado. Na tarde desta terça-feira, dia 11 de setembro, o PT decidiu acatar a politica do plano B e substituir o nome do presidente Lula pelo nome de Haddad para a disputa presidencial. E preciso deixar claro que, como afirmamos anteriormente e a despeito das ilusões eleitorais da esquerda, do próprio PT, não estamos mais em um regime dito democrático. O golpe de estado vem eliminando os direitos democráticos da população um a um, a começar pelos direitos

da principal liderança popular, Lula. As eleicoes desse ano, são apenas uma fachada para encobrir essa ditadura que se impõe sobre toda a população. As decisões cada vez mais arbitrarias dos tribunais contra Lula, a violência da direita e de seus grupos fascistas contra a esquerda, suas organizações e militantes, e a própria interferência autoritária das forças armadas no processo politico, demonstram que, na pratica, já estamos em um regime ditatorial. Nesse sentido aceitar as imposições ditatoriais daqueles que deram e comandaram o golpe de estado, é se submeter as arbitrariedades da direita, se colocar de joelhos perante toda violência dos golpistas que vem tomando conta do pais. Desse modo, mesmo que a direção do PT tenha adotado a politica do Plano B e se submetido as imposições dos golpistas, é preciso continuar denunciando que as Eleições continuam sendo uma fraude, uma vez que o candidato com maior apoio popular, mantido como preso político, sem quaisquer provas, em Curitiba, por meio de um processo

fajuto, que teve seu direito a candidatura cassado de maneira arbitraria, esta impedido de participar devido a uma perseguição politica imposta pelos golpistas. E preciso lutar ate o fim e de maneira incondicional pela liberdade de Lula e por Lula presidente. Lula e o único capaz de opor uma verdadeira derrota a direita e ao próprio golpe de estado. Eleições sem Lula é fraude!


4| NACIONAL

UMA DERRROTA HISTÓRICA DO POVO BRASILEIRO

Os golpistas e suas instituições encurralam o PT que retira a candidatura Lula N

este 11 de setembro de 2018, a direção do PT intimidada e acuada por uma feroz campanha de cerceamento dos direitos democráticos do ex-presidente Lula, preso injustamente em Curitiba, resolveu substituir a candidatura do principal líder político do país, que se encontrava na dianteira em todas as soldagens eleitorais. As circunstâncias que levaram a substituição de Lula precisam ser denunciadas, uma vez que as instituições do regime, como o judiciário, não permitiram que até mesmo as normas elementares costumeiras e constitucionais fossem respeitadas. Assim a legislação foi descaradamente alterada para impedir que Lula pudesse exercer o seu direito de se candidatar. Nos últimos dias, os prazos foram alterados ( a legislação garante o direito do Partido ou coligação substituir o candidato até o dia 17 de setembro, mas o TSE impôs o dia 11 de setembro como data limite para a substituição da candidatura). O horário do PT foi censurado, com a proibição do aparecimento de Lula. Por sua vez, porta-vozes dos militares ameaçaram intervir se os direitos de Lula fossem preservados. Nesse curto período eleitoral, Lula e mesmo Haddad como seu vice, foi impedido de participar dos debates na TV, e a imprensa realizou uma formidável e monstruosa campanha para atacar cotidianamente a candidatura Lula, mesmo antes do julgamento relâmpago do TSE do processo de impugnação, a imprensa capitalista vinculava que Lula não poderia ser candidato. O crescimento continuo de Lula nas pesquisas eleitorais causaram a queda da bolsa, a alta do dólar e o pânico dos golpistas. A imposição da retirada da candidatura Lula é sem dúvida a questão chave da eleição. Através de toda sorte de expediente, os golpistas colocaram muito claramente que não aceitariam a candidatura Lula. Isso, pelo simples fato que uma eventual vitória do candidato colocaria em xeque o golpe, que se encontra em situação de descompasso. A candidatura Lula é o ponto fora da curva, e na medida em que o colapso do governo Temer arrastou consigo os partidos tradicionais como o PMDB, PSDB e os partidos do centrão, a realização do processo sucessório, ou seja a substituição do governo golpista completamente desgastado por um “ novo” governo legitimado pelas “ eleições” transformou-se em algo extremamente custoso. Em meio à crise constante, até mesmo a cartada de Bolsonaro ficou completamente comprometida diante o verdadeiro vendaval de apoio popular que a candidatura Lula expressou. A perseguição contra Lula, sua prisão e finalmente o impedimento da

sua candidatura somente confirma que os golpistas têm plena consciência que não podem permitir de forma alguma uma disputa verdadeiramente democrática. Em 2016, a direita promoveu um golpe de Estado que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff, através de um impeachment fraudulento. O desenrolar do governo golpista do vice conspirador foi perdendo rapidamente qualquer vestígio de popularidade. Como se sabe, o governo Temer é o governo mais impopular da história do país, que somente se mantém devido a tutela militar. O golpe não gerou estabilidade política, muito pelo contrário, somente fez aumentar a polarização política, incrementando o desprestigio das instituições do regime, sejam elas do executivo, legislativo e do judiciário. A aplicação do programa golpista como a Reforma Trabalhista, desmonte dos programas sociais, a aprovação da PEC 95, entrega da riqueza nacional, entre muitas outras arrasaram os partidos tradicionais da burguesia que implementaram o golpe. A completa falta de sustentação popular, mesmo com o jogo manipulado pela mídia, controlado inteiramente pelas instituições dominadas pelos golpistas, além da intervenção direta do poder econômico, a presença de Lula como candidato provocou um tensionamento político e uma ameaça real aos domínio do golpe sobre as “eleições”. O impedimento da candidatura Lula e a aceitação por parte do PT da chantagem da direita, que mesmo encurralado por todos os lados, somente timidamente esboçou uma reação, restrita na maioria das vezes a medidas legais no interior das instituições, como já assinalamos controladas pelos golpistas tem um alcance

histórico fundamental e estratégico. Ao contrário do entusiasmo de uma parcela da militância petista, que se deixa levar pelas ilusões que podem “ ganhar” e vencer as eleições, através da “ transferência “ ou como dizem os mais afoitos a “ Transposição” de votos de Lula para Haddad, é importante salientar que o dia 11 de setembro representa uma derrota importante para as forças populares. A direita reacionária identifica objetivamente a liderança popular de Lula como um principal obstáculo a ser enfrentado. Durante os processos eleitorais, Lula e depois sua candidata totalmente desconhecida pelo eleitorado (Dilma) infligiram derrotas sucessivas aos principais caciques políticos burgueses do PSDB. A derrota nas eleições de 2014 mostrou de maneira cabal que não seria através do voto que o PT seria derrotado, por isso a perspectiva golpista presente desde da crise do “ mensalão” passando pelo processo de impeachment de Dilma foi impulsionada. Por sinal, é importante salientar, que a Lava Jato e a retórica contra a “ corrupção” não era destinada apenas para derrubar Dilma, mas para atacar o ex-presidente Lula. Dessa feita, os ataques contra Lula não visavam apenas favorecer o impeachment, mas tinha como objetivo fundamental destruir o “ mito Lula”, apresentado como político “ corrupto e populista”. O problema colocado para os golpistas sempre foi impedir que um partido de centro-esquerda moderado, com significativa penetração popular, realizador de concessões para os interesses populares pudesse se reconstruir como alternativa viável, mesmo depois de afastado pelo golpe. A questão colocada que era preciso salgar a terra, ou seja, não

permitir que o PT, através de Lula, pudesse voltar ao poder. A atuação do Juiz Moro, os ataques constantes da imprensa, em especial da Globo e Veja não são gratuitos, nem produto de uma perseguição em abstrato, mas sempre buscaram a qualquer custo impedir a presença de Lula nas eleições, uma verdadeira ameaça ao golpe. De uma forma mais ampla, a força da liderança de Lula é indiscutível, pois conseguiu superar toda a campanha de ataques depreciativos sistemáticos da imprensa capitalista. Fazendo uma analogia histórica, a questão Lula representa um desafio difícil de ser enfrentado pelos golpistas como representou o Getulismo nos anos 50. Por isso, a direita não vacilou em encarcerar o ex-presidente Lula e não permitiu sua candidatura, pois preferiu rasgar qualquer tipo de formalismo e respeito a constituição, despojando-se que quaisquer escrúpulos legais para não ter que enfrentar nas urnas Lula. Ao contrário da versão fantasiosa que a imprensa golpista procurou passar, não existe nenhum processo democrático eleitoral em 2018. Não se trata disso, mas da realização de um simulacro para garantir de antemão a continuidade do golpe. É preciso compreender que as eleições sem Lula é parte do golpe de Estado. Os golpistas impuseram uma derrota ao movimento anti- golpista. Ao fazer uma encenação eleitoral sem a presença da principal liderança popular, os golpistas se desmascaram ainda mais. Não podemos ceder as arbitrariedades das instituições golpistas, não vamos legitimar a farsa grotesca dos golpistas. Lutar contra o golpe é denunciar que eleições sem Lula é fraude, é golpe!


NACIONAL| 5

POLÍTICA DO PLANO B

Para Cantanhede, Lula é o “passado” e PT tem que abandonar sua candidatura U

ma demonstração de como a chamada politica do Plano B e uma estrategia que serve aos interesses dos golpistas, e o enorme frenesi que a imprensa golpista adotou com a proximidade do prazo estabelecido pelo TSE golpista para a substituição do nome do ex-presidente Lula ate então candidato a presidência pelo PT. Antes mesmo do Partido dos Trabalhadores anunciar oficialmente a

substituição de Lula por Haddad, na última terça-feira, os jornais golpistas já festejavam o fato de que Lula seria substituído, de que sua candidatura, aquela que possui um amplo apoio popular, líder em todas as pesquisas, seria abandonada em troca de outro nome. A imprensa se somou a chantagem dos generais golpistas, os quais mais uma vez vieram a publico ameaçar o pais com um golpe militar, caso Lula

fosse substituído, algo que de fato ocorreu. Em sua coluna no jornal golpista, A Folha de São Paulo, Elaine Cantanhede, golpista de primeira linha, soltou fogos com a iminente substituição de Lula, afirmando que o ex-presidente e coisa do passado. Catanhede e uma expressão de toda uma operação dos golpistas para forcar o povo a abandonar Lula, veja a censura imposta pelos tribunais a

seu nome e a sua imagem nas campanhas de TV. E preciso dizer não a toda essa chantagem, seja ela dos militares, da imprensa, dos golpistas. Lula possui um enorme apoio popular, mesmo preso, pode ganhar as eleicoes ainda no primeiro turno. O povo quer Lula eleito, e preciso defender o interesse popular e lutar por Lula ate o fim, ate as ultimas consequências, em defesa de sua candidatura e de sua liberdade

POLÍTICA GOLPISTA

MOVIMENTO OPERÁRIO

Direção do BNDES ataca Intervenção do Postalis, isenta banco norte-americano e quer que funcionários com ameaça de trabalhadores paguem pelo rombo retida de direitos H

á mais de um ano, os golpistas interviram no Fundo de Pensão dos trabalhadores dos Correios (Postalis), através da Previc, dizendo que estavam ali para resolver o rombo que os diretores do Fundo deixaram na entidade. Na época, os cálculos eram que cerca de 8 bilhões de reais haviam desaparecido do Fundo. E o interventor nomeado pelos golpistas, Walter Parente, alegava que iria fazer uma devassa nas contas do Instituto para resolver a situação. No entanto, após 12 meses, o rombo é anunciado agora em R$ 11,2 bilhões, e a “saída” que os golpistas apresentam para os trabalhadores é o de migrar para um novo plano, onde terão que pagar mais e sem nenhuma garantia de que esse plano seja estável. Quanto ao Banco BNY Melllon que, em 2010, foi contratado pelo Posta-

lis para investir o dinheiro do Fundo no mercado de ações, e justamente nessa época o Fundo teve seus piores resutados, os interventores golpistas não falam nada. Pelo contrário, a intervenção surgiu no Postalis, justamente quando o Instituto resolveu pagar um escritório de advocacia para processar o Banco norte-americano. O BNY Mellon com sede nos Estados Unidos que tem como função gerenciar os fundos capitalistas no mercado de ações. Como o golpe no Brasil, que destituiu a presidente eleita Dilma Rousseff, tem o imperalismo dos EUA como grande beneficiário, não é a toa que o processo do Postalis contra o BNY Mellon não dê em nada, enquanto isso, os trabalhadores dos Correios tem mais um de seus benefícios sendo destruídos pelos interesses dos privatistas no País.

PERSEGUIÇÃO POLÍTICA

Prefeito de Valinhos nega até ônibus escolares para crianças sem terras S

egundo informa o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o prefeito do município de Valinhos, Orestes Previtale (PSB), tem atuado para impedir que os camponeses tenham acesso ao sistema de saúde e que seus filhos usem os ônibus escolares. O sem terra estão acampados no latifúndio improdutivo da Fazenda Eldorado Empreendimentos Imobiliários Ltda., e conseguiram liminar para permanecer no local até que o processo judicial seja concluído. Além disso, segundo os moradores, o prefeito tem usado sua in-

fluência sobre a imprensa local para difamar e caluniar o acampamento, incitando a população local contra os sem terra. Em um típico de coronelismo o prefeito foi pessoalmente ao acampamento intimidar os trabalhadores e exigir de abandonem a terra improdutiva da empresa, deixando claro seu vínculo com os donos da terra. É preciso denunciar a perseguição do governo “socialista” e exigir o direito dos filhos dos sem terra de ter acesso sem restrições ao ensino público.

Os golpistas que se instalaram à frente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) pretendem atacar, ainda mais, as conquistas dos trabalhadores através de retirada de direitos nesta campanha salarial da categoria. A liquidação com a indústria nacional está vinculada com a política do governo golpista de Michel Temer, capacho dos países imperialistas, donos do golpe de Estado no Brasil, que querem eliminar a concorrência com as empresas nacionais, e acabar com o BNDES. A Campanha Salarial dos trabalhadores do BNDES expões claramente o que os golpistas pretendem ao atacarem os direitos dos bancários na mesa de negociação. Propõem retirar cláusulas de proteção contra demissões arbitrárias, ou sem justa causa, ou seja, reduzir o quadro funcional da empresa como forma de preparação para a sua privatização. Tal proposta prevê que se o banco apresentar resultado negativo, a direção golpista poderia reduzir a folha de pagamento através de demissões. É importante ter claro que a contabilidade da empresa é uma caixa preta, que os trabalhadores não têm acesso às contas do banco para saber se efetivamente o banco vem apresentando lucro ou prejuízo. A proposta é um verdadeiro absurdo, típico de vigaristas do quilate do vampiro Temer, que pretende enxugar o quadro funcional com vista a privatização do banco. Além disso, os golpistas pretendem atacar o direito sobre a licença paternidade de 20 dias, licença médica, vale-transporte, etc. O que está por trás dos ataques ao funcionalismo do banco estatal é a completa aniquilação da economia nacional para favorecer banqueiros e capitalistas internacionais com o roubo do patrimônio nacional. Segundo dados do próprio banco, seguindo os

dados de 2016 onde os empréstimos foram reduzidos em 35% em relação à 2015, no primeiro semestre de 2018 o BNDES emprestou menos 17% em relação ao mesmo período de 2017. É uma queda gigantesca em seus empréstimos, que o banco voltou a ser o que era em 1995, ano da sua criação. A tentativa de liquidação do BNDES é parte da lista de ataques às empresas estatais feita pela direita golpista, tal qual vem acontecendo com a Petrobras, através da famigerada operação Lava Jato, Eletrobras que está em vias de ser entregue para capitalistas estrangeiros, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, que passam por um processo de reestruturação onde estão sendo fechamos dezenas de milhares de postos de trabalho e centenas de agências, Embraer que está para ser privatizada para o Boeing, etc. Somente a luta contra o golpe, através de gigantescas mobilizações, pode barrar a ofensiva da direita golpista e todas as suas medidas de terra arrasada contra os trabalhadores e toda a população.


6| NACIONAL

ENTREGUISMO

Avança a entrega da Eletrobrás A

privatização do Sistema Eletrobrás segue após entrega de quatro das suas companhias por míseros R$ 50 mil reais cada. Com uma quantia que não pagaria nem uma casa popular, a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), a Boa Vista Energia (Roraima) e a Companhia Energética do Piauí (Cepisa) foram levadas pelo capital privado. As três primeiras foram entregues no dia 30 de agosto. Já a última já havia sido vendida em 27 de julho desse ano. O próximo passo do processo será a aprovação da PLC 77/18, que dá ao capitalista o direito de transferir qualquer dívida da empresa para a tarifa do consumidor. O leilão da Amazonas Distribuidora de Energia (Amazonas Energia) espera a aprovação dessa PL e

está marcado para o dia 26 deste mês. Caso o PLC 77/18 seja definitivamente aprovado pelo Senado, a medida atingirá empresas do Sistema Eletrobras das Regiões Norte e Nordeste: Piauí (Cepisa), Alagoas (Ceal), Acre (Eletroacre), Roraima (Boa Vista Energia), Rondônia (Ceron) e Amazonas (Amazonas Energia). Isso implicará no aumento de tarifa para a população. Fabíola Antezana, da direção do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (Stiu-DF) falou sobre a inacessibilidade dos golpistas diante da vontade popular: “A gente conversou com vários senadores para que essa matéria passasse por discussão nas comissões, mas não respeitaram isso e não houve debate. Os relatores apenas vieram com relatórios prontos e não chamaram mais ninguém pra de-

Mulheres ganham menos, mesmo com mais formação, mostra pesquisa da OCDE

m dado concreto em relação as mulheres é de que, elas são as que mais possuem formação no ensino superior. Esse dado se comprova desde então nas mais diversas áreas com relação ao assunto, demonstrando que as mulheres passam muito mais tempo estudando e isso está diretamente ligada a opressão das mesmas, uma vez que essa é uma das portas para dar autonomia e libertar a mulher. A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) realizou pesquisa que, no entanto, mostra que apesar da realidade onde as mulheres obtém mais formação escolar que os homens, elas ainda tem menor participação no mercado de trabalho e também ganham menos. Com relação aos países que fazem parte da OCDE, em pesquisa anterior, do ano de 2017, 50% das mulheres possuem formação de nível superior e homens 38%. Segundo a organização, cerca de 80% das mulheres que possuem diploma estão no mercado de trabalho, diferentemente dos 89% representados pelos homens. Além de existir a desigualdade salarial propriamente

poder nas ruas para garantir a sua vitória sobre os golpistas. É preciso sair as ruas e lutar Contra o Golpe, contra a onda de privatizações das empresas brasileiras, pela Liberdade de Lula e por Lula Presidente.

ELEIÇÕES

MULHERES

U

bater e contrapor a proposta”. É isso, o Congresso, o Supremo Tribunal Federal, o Governo Federal e todas as instituições burguesas golpistas já têm pauta fechada com o imperialismo. O povo precisa demontrar

dita, são cerca de 26% a menos que as mulheres recebem nesses países. No Brasil, a situação não é diferente, as mulheres brasileiras também lideram os índices de formação acadêmica com relação aos índices masculinos e ainda assim ganham menos. Em 2017, o percentual de pessoas com formação superior chegou 20% das mulheres e 14% dos homens. Esse dado demonstrou o aumento que ocorreu quando se relaciona com a pesquisa de 2007 onde os índices marcavam 12% para mulheres e 8% para homens. No entanto, a situação salarial não se reverteu e as mulheres continuaram ganhando menos que os homens. Reivindicações como a igualdade salarial, é uma pauta histórica na luta das mulheres, e portanto deve ser prontamente tratada como uma das questões centrais quando se trata da emancipação das mulheres e equiparação com seus companheiros. A luta deve ser organizada diante do movimento de mulheres munido de uma política real e concreta, que contemple as mulheres de maneira geral e as libertam da opressão do estado burguês.

Candidato do PCO ao Senado participa de debate na PUC RJ N

esta terça-feira (11), às 11h, houve um debate na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro promovido pelo diretório estudantil, reunindo 4 candidatos ao Senado. Dos 16 políticos convidados, só compareceram os candidatos de esquerda Chico Alencar (PSOL), Cyro Garcia (PSTU), José Bonifácio (PDT) e Fernando Fagundes (PCO). Durante uma breve apresentação, lamentou-se muito a ausência dos candidatos de direita, como Flávio Bolsonaro e César Maia, que têm aliás o hábito de correr do debate, o que revela sua tendência anti-democrática. Todos admitiram que a situação do Brasil só vai mudar com a reorientação do modelo econômico neoliberal, a questão é como implementar isso na prática. Todos apontaram também para o caráter limitado das eleições como forma política suficiente para se realizar uma transformação efetiva da sociedade. Fernando perguntou a Cyro se a campanha” Liberdade para Lula”, uma vez apoiada pelas massas que aprovam o ex-presidente, não seria uma forma de desencadear uma rebelião popular AGORA, capaz de reverter o golpe. Cyro simplesmente

negou a existência do golpe de estado, acusando Lula de corrupção, e de estar justamente preso. Logo após, o próprio Cyro perguntou a Chico Alencar sobre sua votação em prol da cláusula de barreira, que atinge os partidos menores. Chico respondeu que se achou numa “escolha de Sofia”. Pressionado pela direita se viu forçado a fazer a escolha da alternativa “menos pior”. O candidato do PDT assinalou que a escolha por Ciro Gomes seria hoje a melhor opção eleitoral para a esquerda. Todos rejeitaram a PEC dos gastos que congela o orçamento da união por 20 anos, falaram sobre a necessidade de deter a sanha capitalista e envenenadora do agronegócio, em favor de uma outro modelo de agricultura, orgânica e familiar, e sobre a necessidade de se financiar a educação em todos os níveis. Na despedida, após fazer uma breve apresentação de seu partido, o candidato do PCO foi o único que apresentou uma política clara e imediata para derrotar o golpe neoliberal: rejeitar a ilusão eleitoral e mobilizar as massas pela liberdade de Lula, atualmente o maior líder popular do Brasil.


NACIONAL | 7

ENTREVISTA ELEIÇÕES

“Essas agências de avaliação de risco, servem aos interesses dos grandes monopólios capitalistas”, denuncia candidato a vice-governador de MG

O

companheiro Sebastião Pessoa, candidato a vice-governador pelo Partido da Causa Operária em Minas Gerais, foi entrevistado pela TV Band Minas no dia 27 de agosto, segunda-feira. Perguntado sobre a questão do rebaixamento da nota dada de risco do estado de Minas Gerais, o companheiro Sebastião respondeu: “Essa questão, essas agências de avaliação de risco, elas servem aos interesses dos grandes monopólios e

dos grandes capitalistas. O país não tem que obedecer essas regras e ditames dessas agências de avaliação de risco. O país tem de construir o seu destino baseado na visão que ele tem de futuro, na visão que ele tem do que é bom para o seu povo, sem se importar com aquilo que essas avaliações de risco colocam sobre a população, sobre os países. O país tem que ter uma independência econômica, financeira, social e ele não pode ficar escravo dessa agências de avaliação de risco”.

INTERNACIONAL

Governo do México tenta livrar polícia de responsabilidade por massacre de estudantes em 2016 E

sse mês completam-se quatro anos do desaparecimento dos 43: alunos da uma escola pública do México que estavam em um ônibus indo para uma cidade vizinha protestar contra o governo e foram parados pela polícia na estrada para nunca mais serem vistos. Os jovens estudavam na Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa, uma escola que era conhecida por ter um posicionamento combativo ao governo mexicano, e foram assassinados no dia 26 de setembro de 2014. No último dia 3, Enrique Peña Nieto, presidente desde 2012, declarou que havia fortes indícios de que os jovens teriam sido incinerados por membros de um quartel de droga, porém a ONU, a OEA, por meio da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), e mais importante ainda, os familiares e colegas dos jovens que desapareceram, se posicionaram contra essa versão. A Procuradoria Geral da República mexicana declarou em sua investiga-

ção oficial que os jovens teriam sido presos a mando do prefeito da cidade

de Iguala, José Luis Abarca, para evitar a participação destes no protesto. No

laudo consta que os jovens foram abatidos a tiros na cabeça e, em seguida, incinerados e jogados em um rio. Os familiares e os demais alunos da escola denunciam a participação da polícia civil e do exército na operação, e denunciam a omissão desses dados no relatório da PGR. Relatórios de órgãos de segurança mexicanos registram a movimentação do exército federal na localidade. Outro fator que provém indícios da presença do exército é o vídeo que circulou na internet publicado por um dos jovens onde o mesmo diz”os policiais já estão indo. Vão ficar só os federais e vão querer nos atacar”. Mesmo após quatro anos do ocorrido, Enrique Peña Nieto continua tentando mascarar a chacina da polícia e do exército mexicano contra 43 jovens estudantes normalista (equivalente do 1° do ensino médio) que queriam protestar contra o governo. Os 43 viraram símbolo no mundo inteiro e são mais um exemplo do caráter assassino da polícia, e da crueldade da qual é capaz a burguesia.


Sábado musical

Couvert: R$ 10,00

Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai

3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista

4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)


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