SEGUNDA-FEIRA, 17 DE SETEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5403
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
A caminho da ditadura: para o General Mourão uma nova “Constituição não precisa ser feita por eleitos do povo”
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Causa Operária Ediçao 1022
ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO
Ceará: liderança indígena sobre emboscada e é baleada na nuca
Uma nova Constituição brasileira deveria ser elaborada por “notáveis juristas e constitucionalistas”, sem a participação do povo, a quem restaria apenas aprová-la por meio de um plebiscito, é o que afirmou o General Mourão, na última quinta-feira, dia 13, durante um discurso para cerca de 500 pessoas em Curitiba.
COLUNA
Eleição sem Lula é fraude ou eleição sem Lula é fácil?”
Ditadura do judiciário: STF mantém decisão de prisão de Lula em 2ª instância
Militante petista é presa no Itaquerão por estar com faixa “Lula livre”
Por Antônio Carlos Silva Outro título dessa nossa coluna poderia ser: Ilusão sem lula é fácil! Depois de bradar com entusiasmo, cantar em “verso e prosa”, escrever e portar faixas e cartazes, em atividades com Lula e sem Lula, desde 2017, que “eleição sem Lula é fraude”, expressando claramente que era uma nova etapa do golpe deixar de fora da eleição a maior liderança popular do País e único candidato com verdadeiro apoio popular,
Mais um General fora da caserna: Paulo Chagas chama Ciro de cachorro sarnento vira-latas
Mais um habeas corpus de Lula foi negado pela maioria do plenário virtual do STF, em uma votação que foi de 7×1, tendo apenas concedido a liberdade o ministro Marco Aurélio.
Golpe acaba com direito de greve: sindicalista demitido na Companhia Hidrelétrica do São Francisco
A comunidade indígena Pitaguary, na região metropolitana de Fortaleza, sofreu mais um ataque contra a demarcação de suas terras. Nesta quarta-feira, a Cacique Madalena Pitaguary, importante liderança indígena na luta pela demarcação da Terra Indígena Pitaguary, em Maracanaú, sofreu uma emboscada e foi baleada na nuca quando voltava para casa com outros três indígenas.
Golpe fecha curso na UFMS: estudantes protestam e fecham estrada O golpe de Estado de 2016 produziu uma série de sucessivas sabotagens à população em todos os aspectos: Saúde, Saneamento Básico, Cultura, Emprego e, como não poderia deixar de ser, Educação. A Educação Pública sofreu inúmeros ataques dos golpistas, como a PEC do Teto, que congela investimentos durante 20 anos, a “reforma” do Ensino Médio, que liquida com parte significativa do estudo das Ciências Humanas,
2 | EDITORIAL COLUNA
Eleição sem Lula é fraude ou eleição sem Lula é fácil? Por Antôno Carlos Silva
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utro título dessa nossa coluna poderia ser: Ilusão sem lula é
fácil! Depois de bradar com entusiasmo, cantar em “verso e prosa”, escrever e portar faixas e cartazes, em atividades com Lula e sem Lula, desde 2017, que “eleição sem Lula é fraude”, expressando claramente que era uma nova etapa do golpe deixar de fora da eleição a maior liderança popular do País e único candidato com verdadeiro apoio popular, que não decorre apenas de campanhas de marketing e manobras eleitorais (que apresentam verdadeiros criminosos e vende-pátrias como “amigos do povo”, “defensores dos interesses da nação”etc.); depois de tudo isso, setores da esquerda mergulharam freneticamente na ilusão eleitoral de que abriu-se uma “janela de oportunidades” para uma vitória contra os golpistas nas eleições por eles controladas. A animar essas ilusões estão as tradicionais “pesquisas” profundamente manipuladas pela burguesia para induzir o processo eleitoral na direções que melhor lhe pareça, que apontam um crescimento da intenção de voto no candidato substituto de Lula, Fernando Haddad, e a pregação dessa mesma esquerda de que o único caminho para derrotar o golpe é o das eleições.
Em sua entrevista ao Jornal Nacional, dessa sexta (dia 14), o próprio Haddad, também afirmou que confia que no caso de uma vitória sua nas eleições, seu governo não seria mais alvo dos ataques que o PSDB fez contra o governo Dilma, por conta de declarações feitas, agora, pelo ex-presidente daquele partido, o senador Tarso Jereissati, do Ceará. O mundo mudou? O PSDB mudou? o golpe mudou? A candidatura de Haddad teria provocado um milagre? Nada poderia ser mais falso do que responder afirmativamente a estas afirmações. Mostrando que tudo que é fundamental está no mesmo lugar, no STF a votação de um novo recurso que poderia colocar Lula em liberdade foi suspenso quando o resultado era de 7 votos a 1, contra o direito de Lula e de todo brasileiro (conforme a Constituição) de não ser preso antes do trânsito julgado, ou seja, antes de uma condenação definitiva. AO mesmo tempo, Gilmar Mendes colocou o tucano Beto Richa, ex-governador do Paraná, em liberdade. O general candidato a vice de Bolsonaro defendeu uma nova constituição, feita sem eleição de constituintes, reforçando a posição golpista defendida pelo mi-
nistro do Exercito quando ameaçou o PT e todo o País, com um golpe militar, caos mantivesse a candidatura de Lula. O padre Julio Lancelotti foi espancado pela Guarda Municipal, do PSDB, na mesma semana em que um candidato a deputado petista foi baleado no Paraná, onde direitistas também atiram uma pequena bomba nas pernas do candidato a governador petista. Os primeiros dias da campanha do ex-“porta voz” e agora “substituto” de Lula na chapa presidencial do PT-PCdoB, Fernando Haddad, evidenciaram uma profunda crença de alguns setores da esquerda (sem base na realidade) de que as eleições, teriam se transformado em um “passeio democrático”, na qual – da noite para o dia – a direita golpista que derrubou a presidenta Dilma Rousseff por meio de um golpe de Estado, condenou Lula, sem provas, mantém o ex-presidente no cativeiro a mais de 160 dias e cassou, ilegalmente (contrariando até Resolução da ONU ã respeito) etc. estaria disposta a retroceder no golpe, aceitando outro resultado que não seja a “legitimação” de um candidato golpista, que seja o novo carrasco do povo brasileiro. Desconsidera-se o fato que, assim como nas fases anteriores do golpe,
não pode haver uma vitória contra o golpe sem a sua derrota efetiva e que, esta só pode ser conquistada pela mobilização popular, como ficou evidente em todas as etapas anteriores em que as ilusões nas instituições do regime golpista (congresso, judiciário, forças armadas etc.) conduziram a seguidas derrotas. Superar tais ilusões, é a tarefa central do próximo período. Ao mesmo tempo em que defendem, sem maiores explicações, esta política, setores dirigentes, como Jaques Wagner (PT-BA), liderança da defesa do “plano B”, do abandono da candidatura de Lula, há muito tempo, repetiu Haddad ao afirmar que em um eventual segundo turno entre Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro, votaria no candidato do PSDB, evidenciando que o “já ganhou” é – para muitos setores – uma encenação para encobrir a possibilidade de uma nova capitulação: depois de abandonar a candidatura de Lula, votar diretamente no candidato preferencial dos golpistas. Uma prova de que a “febre eleitoral” pode conduzir a posições cada vez mais reacionárias, como apoiar um candidato num governo golpista (como Alckmin, Ciro etc.), intensificando-se a política de busca de um acordo com esses setores.
ATIVIDADES
São José do Rio Preto pela liberdade de Lula: PCO e Comitê Contra o Golpe distribuem milhares de materiais
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Partido da Causa Operária (PCO) realizou nesta quinta-feira (13) atividade de panfletagem e venda de Jornal da Causa Operária (JCO) nas ruas de São José do Rio Preto, denunciando a prisão política e pela liberdade de Lula e contra o Golpe de Estado. Os companheiros abriram a tradicional banca de materiais do partido, com panfletos, adesivos, trazendo o progra-
ma histórico da classe trabalhadora para as eleições, jornal do “Educadores em Luta” – da corrente sindical dos professores do PCO -, bem como, cartazes e o jornal “A luta Contra o Golpe” dos Comitês de Luta Contra o Golpe. Foram distribuídos centenas de jornais dos comitês, milhares de adesivos e os companheiros realizaram importantes debates com os trabalhadores.
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INTERVENÇÃO MILITAR
A caminho da ditadura: para o General Mourão uma nova “Constituição não precisa ser feita por eleitos do povo” U
ma nova Constituição brasileira deveria ser elaborada por “notáveis juristas e constitucionalistas”, sem a participação do povo, a quem restaria apenas aprová-la por meio de um plebiscito, é o que afirmou o General Mourão, na última quinta-feira, dia 13, durante um discurso para cerca de 500 pessoas em Curitiba. Na visão do militar, foi um erro a atual Constituição ter sido idealizada por representantes eleitos. Ela ainda estaria tratando de muitos assuntos que deveriam na verdade ser disciplinados por lei comum, de modo a facilitar eventuais alterações nas regras de acordo com os valores e com o tempo. Talvez ele tenha se referido aos direitos civis, políticos e trabalhistas do povo brasileiro, que estão previstos na Constituição e tiveram que ser cassados pelas instituições golpistas do Estado de forma mais dificultosa do que se fossem tratados por meio de lei comum. Praticamente
uma ditadura como a de 1964 em que tudo era imposto pelos militares que comandaram o país 21 anos e não foram eleitos pelo povo. Ele aproveitou a oportunidade para reafirmar a máxima fascista de comprometimento com a valorização dos policiais e demais agentes da repressão, criticando os direitos humanos da população ao defender que “direitos humanos têm que servir para humanos direitos e não para marginais”. As declarações servem para mostrar que os militares estão no controle meticuloso da situação de golpe que instaurou no país e se articulam para oficializar a mudança no regime político mediante imposição de uma nova Constituição. O suposto plebiscito de aprovação se destinaria apenas a atribuir um papel pérfido à imprensa golpista de enganar e manipular a população como já acontece nas eleições, levando o povo a aprovar algo contra si mesmo.
DITADURA DO JUDICIÁRIO
MAIS UM GENERAL FORA DA CASERNA
STF mantém decisão de prisão Paulo Chagas chama Ciro de cachorro sarnento vira-latas de Lula em 2ª instância O
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ais um habeas corpus de Lula foi negado pela maioria do plenário virtual do STF, em uma votação que foi de 7×1, tendo apenas concedido a liberdade o ministro Marco Aurélio. Em seguida, quando da prolação do voto do ministro Ricardo Lewandowski, este pediu vista dos autos, e suspendeu automaticamente o julgamento eletrônico do processo. Entretanto, de acordo com as normas corte superior, quando um membro do tribunal pede vista dos autos, em sede de julgamento virtual, o processo é automaticamente remetido ao plenário físico para julgamento presencial dos ministros. A tese para o ajuizamento deste remédio constitucional (habeas corpus) é apenas interpretativa em relação à decisão que julgou procedente a execução de pena após decisão de segunda instância. A referida tese diz respeito, segundo entendimento da
defesa de Lula, ao fato de que a prisão em segunda instância não seria automática, pois o juiz deveria justificar a restrição da liberdade, ou seja, expor os motivos pelos quais a privação da liberdade seria devida. Até agora, somente o ministro Marco Aurélio acatou essa argumentação. Apesar de o debate presencial possibilitar a mudança de posicionamento dos demais ministros que votaram contra a concessão, a expectativa de liberdade é muito remota. Está mais do que provado que existe uma conspiração do poder judiciário contra as cláusulas pétreas (garantias constitucionais) para que a prisão de Lula seja efetivada. Eles não respeitam sequer as normas básicas da República. Diante desse quadro, somente a mobilização popular de caráter revolucionário será capaz de restabelecer as garantias mínimas da população e da liberdade do ex-presidente Lula.
militar da reserva, general Paulo Chagas, candidato ao Governo do Distrito Federal, pelo PRP, publicou no Facebook uma ameaça direta a Ciro Gomes (PDT), em resposta às ofensas que o “cearense” anda proferindo sobre membros das Forças Armadas. O general, que é apoiador de Jair Bolsonaro (PSL), escreveu, na sexta-feita (14/9): “Cautela, ‘cãodidato’, porque o silêncio do lobo e o coice do ‘jumento de carga’ são, seguramente, mais perigosos que o latido de um cão, particularmente, quando este é um sarnento vira-latas!”. Na quarta-feira (12), na sabatina do jornal O Globo, Ciro tinha afirmado: “Sob ordens da Constituição, eu mando e eles [militares] obedecem. Não quero eles envolvidos em negócio de narcotráfico. Isso é invenção de norte-americano. Eu os quero altivos, bem-remunerados, mas no meu governo o Exército não fala em política”, afirmou o presidenciável, na ocasião. O pedetista também chamou o general da reserva Hamilton Mourão – candidato a vice de Bolsonaro – de “jumento de carga”. Além disso, criticou uma entrevista do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, na qual o militar disse que a legitimidade do próximo presidente pode ser questionada por adversários. “Ele estaria demitido e provavelmente pegaria uma cana. Ele está fazendo isso para tentar calar a voz das cadelas no cio que estão se animando”, afirmou o candidato. Para mostrar que tem o poder real, o general ainda afirmou que “o desconhecimento da ética militar pode levar
um ignorante como Ciro Gomes a imaginar que aos soldados cabe suportar até a afronta de seus superiores hierárquicos. Ao contrário do que ele pensa, erra quem afronta e muito mais quem a suporta com atitude de cordeiro. Os regulamentos castrenses ensinam que o princípio da obediência está condicionado ao honesto exercício impessoal da autoridade legal, coisa que passa ao largo da sua pretensão caudilhesca. Não é legal afrontar os subordinados: ‘Eu mando, eles obedecem’. Só um idiota despreparado pensa assim ou que pode ser assim! Ordem errada ou fora dos seus limites, não se cumpre, muito menos de um fanfarrão, demagogo e mentiroso. A Nação brasileira confia, sem restrições, nos homens e nas mulheres a quem entrega o último recurso da razão, pois sabe que as Forças Armadas são disciplinadas, mas não estão mortas e conhecem o seu dever e os limites da autoridade legal!” O candidato ao governo do DF assina a ameaça à ordem democrática como “General de Brigada Paulo Chagas, do Exército de Caxias“, aquele herói paradigmático que devastou a população indígena do Paraguai, incluindo crianças e mulheres, que defendiam seu território da invasão de brasileiros, argentinos e uruguaios armados pela Inglaterra. Vale lembrar que estamos diante de uma suposta eleição geral para a Presidência da República, governos estaduais e parlamentos. Nesse nível de debate, não será surpresa se os “políticos” medirem suas forças baixando as calças e batendo na mesa.
4| NACIONAL
REPRESSÃO
Militante petista é presa no Itaquerão por estar com faixa “Lula livre” U
ma militante petista foi presa pela fascista Polícia Militar (PM) em frente ao estádio Arena Corinthians, o Itaquerão, ela estava portando uma faixa com a hashtag #LulaLivre. Em suas redes sociais, a professora da rede pública Liliane Roque, denunciou a ação arbitrária, as ofensas dos policiais e fez um vídeo para mostrar o tratamento de uma verdadeira ditadura. Liliane participou do Festival Lula
Livre na Avenida Paulista, neste domingo (16), indo para o jogo após o evento e levou sua faixa para denunciar a prisão política de Lula. Ela foi agredida por policiais e levada para a 24ª DP por se manifestar. Segue a postagem no facebook da companheira denunciando a situação: “Este foi o crime que cometi: passei na manifestação da av. paulista e depois fui para o jogo do corinthians. mandar eu jogar minha ideologia no lixo ,pq? não é
droga,é uma arma contra o fascismo e a má índole. defendo o meu direito de ir e vir. fui presa, agredida e tive tortura pisicologica , porém não abaixo a cabe-
ça quando tentam tirar o meu direito de forma truculenta e agressiva, pois se eu defendo o meu próximo imagine a mim mesma # lula livre”
DITADURA JUDICIAL BRASILEIRA
Golpe acaba com direito de greve: sindicalista demitido na Companhia Hidrelétrica do São Francisco A
ditadura judicial brasileira, denunciada sistematicamente neste diário operário, toma os contornos de perseguição real contra os trabalhadores e suas organizações. Em mais uma violação contra a liberdade de atuação sindical, a direção da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) demitiu, na última quarta-feira (12), um dirigente do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE) pela participação em um ato, no dia do aniversário da empresa, contra a privatização da Chesf. É o avanço dos golpistas contra o direito histórico de greve, que foi atacada frontalmente para que seja extinto após toda uma luta, mortes e torturas de milhares de trabalhadores contra a Ditadura Militar de 1964 no Brasil. O dirigente sindical do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU-DF), David Oliveira, denunciou que a decisão arbitrária e sem justificativa legal do presidente da empresa, Fábio Lopes, e do diretor de Gestão, Adriano Soares da Costa, evidencia a intimidação contra os trabalhadores se organizarem para lutar por condições dignas. Disse que “é inadmissível essa postura autoritária e abusiva por parte da empresa. Não podemos tolerar uma postura totalmente absurda e ilegal como essa”. O dirigente explica ainda, que a CLT – destruída pela “modernização golpista” -, em seu artigo 543, garantia a estabilidade no emprego para os trabalhadores que ocupam cargos de representação sindical. Essa afirmação do sindicalista demonstra que a lei não vale mais nos países em que o imperialismo articula seus capachos dentro do judiciário, legislativo e executivo, para arrasar todos os direitos dos trabalhadores. David escancarou ainda mais a ditadura afirmando: “lutar pacificamente por nossos direitos e por melhores
serviços prestados à população agora virou falta grave? É evidente que se trata de perseguição e intimidação contra aqueles que estão lutando contra esse governo ilegítimo, que só sabe retirar direitos dos trabalhadores. Mas não vão nos calar diante de tamanha brutalidade e arbitrariedade”. Após o ocorrido, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) organizou uma resposta contra a prática antissindical, encaminhando uma correspondência à diretora de Administração da Eletrobras, Aracilba Alves Rocha para pressionar em nome dos trabalhadores e lançando uma nota oficial para alertar sobre o aumento desses casos em pernambuco. “Este clima de perseguição que hoje se institui na Chesf, na base de Pernambuco, pode ser um precedente perigoso para os trabalhadores de outras empresas do Sistema. Portanto, todos os sindicatos devem ficar atentos e mobilizados para denunciar esse tipo de atitude”. Os eletricitários afirmam que o presidente da Chesf, responsável pela demissão do trabalhador Gerson Francisco dos Santos Junior, entrou no cargo como indicação pessoal do Fernando Bezerra Filho, ex-ministro de Minas e Energia do golpista Michel Temer (MDB-SP). Além das medidas de denúncia, os trabalhadores organizados no sindicato marcaram para hoje (17), um ato em frente à Chesf contra a demissão. Confira a nota na íntegra da CNE: As entidades representativas do Coletivo Nacional dos Eletricitários foram surpreendidas com a informação de que a Chesf, através da CORRESPONDÊNCIA INTERNA – C.I SIND 08/2018 instaurou Processo de Sindicância para apurar conduta do trabalhador GERSON FRANCISCO DOS SANTOS JUNIOR,
MATRÍCULA 233099, que por sinal é Diretor do SINDICATO DOS URBANITÁRIOS DE PERNAMBUCO SINDURB/PE. A motivação para tal ato, segundo a empresa, foi devido o trabalhador ter realizado em conjunto com diversos outros empregados, um protesto na festa de aniversário da CHESF, ato que foi entendido pela empresa como atentatório às normas internas. O CNE vem repudiar a instauração de procedimento desta natureza por parte da CHESF, uma vez que não existe motivação para tal ato, e também por entender que não existe o estabelecimento de posição hierárquica entre o Diretor do Sindicato e a administração da empresa. A Constituição Brasileira estabelece em seu Art. 8º, o direito à livre a associação profissional ou sindical, observado também ao Estado, a proibição quanto à intervenção estatal em sua organização. Sabe-se, portanto, que ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. Tambem não é demais lembrar que a Convenção nº 87 da OIT – Organização Internacional do Trabalho reforça o princípio da liberdade sindical, prevendo em seu artigo 2º que: “trabalhadores e empregadores, sem distinção de qualquer espécie, terão o direito de constituir, sem prévia autorização, organizações de sua própria escolha e, sob a única condição de observar seus estatutos, a elas se filiarem”. A Convenção continua tratando da liberdade sindical, dizendo em seu artigo 3º o seguinte: “1. As organizações de trabalhadores e de empregadores terão o direito de elaborar seus estatutos e regimentos, eleger livremente seus representantes, organizar sua administração e atividades e formular seus programas de ação. 2. As autoridades públicas abster-se-ão de qualquer intervenção que possa limitar esse direito ou cercear seu exercício legal”.
Entendemos que submeter o trabalhador a um processo disciplinar, mesmo que uma sindicância é tentar impor amarras ao livre exercício das atividades sindicais, corolário da liberdade de expressão e abrir precedente perigoso para que as empresas limitem a capacidade de ação dos sindicatos e demais entidades representativas. Em primeiro lugar, estamos em pleno período eleitoral, e de acordo com a legislação eleitoral (artigo 73, V, da Lei nº 9.504/97), os agentes públicos não podem demitir sem justa causa na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos. Alem disso, a constituição federal proíbe a demissão de dirigente sindical, sem que haja a falta grave, devidamente apurado por inquérito judicial para apuração de falta grave, o que não houve Ademais, com a condução da Senhora Aracilba Rocha à condição de Diretora da Eletrobras, e o clima que culminou com a negociação do ACT Nacional e Específicos, tivéssemos aberto a possibilidade de tentar reorganizar as relações entre empresa e seus trabalhadores, uma vez que a honra coletiva dos trabalhadores e trabalhadoras devido aos constantes ataques que temos submetidos, tendo inclusive sendo chamados de vagabundos, safados, inúteis, etc, estava bastante abalada. Ao fim as entidades representativas dos trabalhadores e trabalhadoras das empresas do Sistema Eletrobras, solicitaram da Diretora de Administração, Dra. Aracilba, o compromisso de anular tal processo, como forma de evitar animosidade entre sindicatos e empresa, visto que sob nossa ótica essa é uma forma de perseguição, com a qual não iremos coadunar. Ainda continuamos no aguardo da manifestação da Diretora sobre os pontos levantados levantados. *Com informações STIU-DF
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CEARÁ
Liderança indígena sobre emboscada e é baleada na nuca A
comunidade indígena Pitaguary, na região metropolitana de Fortaleza, sofreu mais um ataque contra a demarcação de suas terras. Nesta quarta-feira, a Cacique Madalena Pitaguary, importante liderança indígena na luta pela demarcação da Terra Indígena Pitaguary, em Maracanaú, sofreu uma emboscada e foi baleada na nuca quando voltava para casa com outros três indígenas. Os indígenas Pitaguary sofrem para a demarcação de suas terras e já foram vítimas de diversos ataques violentos. Em agosto do ano passado, outra liderança Pitaguary, Maurício Alves Feitosa, foi espancado e teve o corpo incendiado com gasolina dentro de casa durante a madrugada. A terra indígena sofre com a violência de mineradoras que atuam dentro da área e que atua de todas as maneiras para impedir a demarcação de sua área total. Essas ações resultaram, no
inicio de julho deste ano, na redução da área demarcada realizada pela Funai a pedido da Justiça Federal do Ceará. A redução de uma enorme parcela da Terra Indígena Pitaguary vem para satisfazer os interesses da especulação imobiliária e das mineradoras que mandam no judiciário golpista e que atua com extrema violência contra os indígenas. O que vem com os Pitaguary é resultado direto da tomada do poder pelos golpistas que retiram direitos das comunidades indígenas com apoio de pistoleiros e das arbitrariedades do judiciário. Os indígenas não devem aceitar a redução da demarcação e a retirada de seus direitos duramente conquistados. Devem impedir qualquer invasão de sua terra pelas mineradoras da maneira que for necessária e criar comitês de autodefesa para impedir novos ataques contra lideranças.
GOLPE FECHA CURSO NA UFMS
Estudantes protestam e fecham estrada O golpe de Estado de 2016 produziu uma série de sucessivas sabotagens à população em todos os aspectos: Saúde, Saneamento Básico, Cultura, Emprego e, como não poderia deixar de ser, Educação. A Educação Pública sofreu inúmeros ataques dos golpistas, como a PEC do Teto, que congela investimentos durante 20 anos, a “reforma” do Ensino Médio, que liquida com parte significativa do estudo das Ciências Humanas, o Projeto Escola sem Partido etc. Nessa semana, o golpe disparou mais um ataque contra a população, dessa vez na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
No dia 4 desse mês, a reitoria da UFMS anunciou o fechamento do curso de Letras com habilitação em Literatura. A decisão foi tomada pelo reitor Marcelo Augusto Santos Turine, pelo diretor do campus Osmar Macedo Jesus e outros membros do Conselho da instituição. Oa estudantes, no entanto, não foram escutados em nenhum momento. Indignados com mais esse ataque, os estudantes organizaram um protesto no último dia 6. Com cartazes e palavras de ordem, os estudantes se concentraram no Restaurante Universitário da UFMS e caminharam até a BR-262, trancando o trânsito naquele momento.
Assista Análise Política todo sábado na Causa Operária Tv: no site: causaoperariatv.com.br ou no youtube: causaoperariatv
Sábado musical
Couvert: R$ 10,00
Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai
3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista
4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)