TERÇA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5404
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
Censura: TRE-SP decide que Lula não pode aparecer em propaganda do PT
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Causa Operária Ediçao 1022
ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO EDITORIAL
Burguesia criou dois espantalhos na eleição: Bolsonaro e Haddad As eleições gerais de 2018 seguem com as portas do arbítrio e da censura cada vez mais escancaradas contra a esquerda. Depois de impor uma verdadeira ditadura no que diz respeito às regras – totalmente restritivas e cerceadoras à livre participação democrática dos partidos e candidatos – a justiça eleitoral, através do TSE e dos TRE’s, desde o início da campanha, vem impondo uma implacável perseguição ao Partido dos Trabalhadores e suas candidaturas.
“Falem de Lula, mas só falem Fraude eleitoral: Globo mal”, determina TRE-SP 2008-2018. Dez não irá cobrir candidato do anos da crise maior partido do País em SP Neste domingo (16), o panha que faça alusão à canCOLUNA
econômica de 2008 Parte I
Tribunal Regional Estadual de São Paulo (TRE-SP) proibiu os candidatos paulistas ao cargo de deputado de usarem material de cam-
Por Antonio Eduardo Alves de Oliveira Em 15 de setembro de 2008, o banco de investimento Lehman Brothers declara a sua falência. No dia seguinte, o Federal Reserve (EUA) realiza o resgate da seguradora AIG por 85 milhões de dólares. O colapso do mercado financeiro leva a queda das bolsas de valores do mundo inteiro, em seguida as operações de crédito dos bancos são abruptamente suspensas.
didatura de Lula para presidência, pois estaria supostamente em desacordo com a decisão do TSE de tornar inelegível o ex-presidente.
O povo sabe que é fraude: votos nulos no maior patamar em 20 anos
Haddad no JN: 1×0 pra Globo
Acordo salarial dos Correios está entre os mais baixos do País
Para criar uma situação artificial que permita classificar seu (s) candidato (s) para o segundo turno das eleições, consumando a fraude do processo realizado sem a presença do candidato preferido pela maioria do eleitorado, o regime golpista, além de manter Lula na cadeia, cassar sua candidatura e impedir sua presença na campanha eleitoral está realizando uma verdadeira campanha de terror em que procura assustar uma parcela do eleitorado (principalmente a classe media sensível à campanha terrorista da imprensa golpista, bem como outros setores mais atrasados da população) de que haveria um enorme perigo de que o segundo turno das eleições seja disputado entre dois pólos extremos: a direita, representada pela chapa militar, defensora do golpe militar, Bolsonaro-Mourão e a esquerda, com o candidato substituto de Lula, indicado pelo PT, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo.
2 | EDITORIAL EDITORIAL
Burguesia criou dois espantalhos na eleição: Bolsonaro e Haddad
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ara criar uma situação artificial que permita classificar seu (s) candidato (s) para o segundo turno das eleições, consumando a fraude do processo realizado sem a presença do candidato preferido pela maioria do eleitorado, o regime golpista, além de manter Lula na cadeia, cassar sua candidatura e impedir sua presença na campanha eleitoral está realizando uma verdadeira campanha de terror em que procura assustar uma parcela do eleitorado (principalmente a classe media sensível à campanha terrorista da imprensa golpista, bem como outros setores mais atrasados da população) de que haveria um enorme perigo de que o segundo turno das eleições seja disputado entre dois pólos extremos: a direita, representada pela chapa mi-
litar, defensora do golpe militar, Bolsonaro-Mourão e a esquerda, com o candidato substituto de Lula, indicado pelo PT, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo. O objetivo dessa campanha é procurar pressionar os chamados setores de centro-direita, na realizada os mais poderosos aparatos da direita burguesa, golpista e pró-impeirlaista, a se unificarem em torno de uma candidatura que lhes garanta chegar ao segundo turno e eleger, com novas manipulações no segundo turno, o candidato preferencial dos golpistas, que leve adiante os ataques iniciados pelo governo golpista de Temer e toda a quadrilha que ocupa o Executivo e domina o Congresso Nacional e o Judiciário. Nesta operação, as pesquisas, longe de serem instrumento de medida
de opinião, são um instrumento de indução, de manipulação da vontade de uma parcela reacionária e, depois, de uma possível maioria da população. Dar crédito a tais levantamentos, encomendados, patrocinados, realizados e divulgados por empresas capitalistas, é uma enorme equivoco político da parte de setores da esquerda e significa aprofundar capitulação ocorrida no caso da substituição de Lula, diante das enorme pressões recebidas. Usam Bolsonaro e Haddad como espantalhos para atrair votos, principalmente, para a coligação direitista encabeçada pelo governador Geraldo Alckmin, ou seja, buscar convencer que é preciso votar em Alckmin e não em Bolsonaro para que a esquerda não ganhe no se-
gundo turno; ao mesmo tempo que tentam convencer parte dos eleitores de Haddad, que é preciso apoiar Alckmin ou Ciro, para ter melhores condições de derrotar o espantalho direitista, Bolsonaro. A presença desses candidatos usados como espantalhos, na frente das pesquisas, manipuladas pela direita, cumprem esse papel enganador e servem também para impedir que haja uma luta generalizada contra a fraude e contra o golpe, começando com a liberdade de Lula, que só pode ser conquistada como uma mobilização revolucionária, nas ruas. É preciso desmascarar esta farsa, que busca garantir a fraude total das eleições, já fraudadas com a cassação de Lula, pois eleições sem Lula é fraude.
COLUNA
2008-2018. Dez anos da crise econômica de 2008 Parte I Por Antôno Eduardo Alves de Oliveira
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m 15 de setembro de 2008, o banco de investimento Lehman Brothers declara a sua falência. No dia seguinte, o Federal Reserve (EUA) realiza o resgate da seguradora AIG por 85 milhões de dólares. O colapso do mercado financeiro leva a queda das bolsas de valores do mundo inteiro, em seguida as operações de crédito dos bancos são abruptamente suspensas. Da mesma forma da crise de 1929, o pânico é o sentimento que melhor traduz a queda do índice Dow Jones. A crise de 2008, com a falência dos mercados financeiros no mundo globalizado, provocou a destruição dos ativos financeiros. A extraordinária quebra das bolsas de valores teve como motivação imediata o estouro da bolha imobiliária norte-americana, decorrente da explosão dos valores da dívida dos empréstimos Subprimes. Entretanto, ao contrário, da visão propalada na época pelos economistas e pela imprensa especializada, que por sinal não foram capazes de produzir previsão sobre a crise econômica, a crise não era apenas decorrente das finanças ou falta de regulação do mercado financeiro, em especial dos ativos “tóxicos” do Subprimes. A crise de 2008 que redesenhou a economia mundial tem um alcance histórico, não foi obra de um acaso monumental, que o “mercado” não previu. A crise de 2008 assinala muito fortemente a exaustão das próprias bases de desenvolvimento capitalista. Além do mais, a crise de 2008 está interligada com um conjunto de crises de diferentes portes que aconteceram desde do chamado fim dos “trinta anos gloriosos”, período do imediato pós-guerra até a crise do início dos anos 1970. A mais importan-
te delas é a crise de 1973/74, com o fim do regime Bretton Woods, crise do petróleo, queda da rentabilidade e realização dos lucros e a crise fiscal dos Estados. Nos anos 80, o desdobramento da crise foi a problemática das dívidas soberanas dos países em desenvolvimento, em especial, na América latina, com a explosão das dívidas externas, que drenava os recursos países devedores para os bancos e empresas imperialistas. Ainda tivemos a crise de 1994 no México, em 1997 nos chamados Tigres Asiáticos e logo depois em 1999 na Rússia. Além de crises na Bolsa Americana relativamente importantes devido a fraudes bancarias e bolhas construídas artificialmente. Os antecedentes e os desdobramentos da crise de 2008 permite entender que a crise não pode ser tomada isoladamente, o que pese, o fato de que cada crise tem evidentemente marcos específicos. Ao longo dos últimos 30 anos, o capitalismo com pretexto de combater a crise fiscal e os “privilégios” do período do “Estado do Bem Estar Social” estabeleceu uma política de ataque permanente contra os direitos sociais e as concessões as massas populares ( direitos estes que variavam de país para país, com maior alcance nos países capitalistas centrais). Essa política neoliberal procurou enfrentar a crise de produtividade e rendimento do capitalismo através de uma política de captura dos recursos públicos e com o aumento da exploração sobre os trabalhadores, através de flexibilização dos direitos trabalhistas, terceirização, e capitalização através da liquidação dos ativos públicos através das privatizações.
O neoliberalismo veio acompanhado em uma intensa política de quebra das fronteiras nacionais, e ampliação dos mercados mundiais, através do que se convencionou denominar de globalização. Nos países atrasados, em especial naqueles com uma industrialização recente designados de “em desenvolvimento”, os governos neoliberais realizaram uma verdadeira liquidação dos ativos nacionais em beneficio da “modernidade” e “ abertura” da globalização, na verdade uma grande negociata. Durante o último quartel do século XX, aconteceram como já expomos crises agudas na periferia do sistema, em que economias da Ásia e América Latina enfrentaram ataques especulativos nas bolsas de valores como expressão da falência do modelo adotado. A crise de 2008, tem uma importância significativa por ter atingido o coração do sistema mundial capitalista, o principal motor do capitalismo: os Estados Unidos da América. A crise de 2008 indica que os mecanismos artificiais de contenção da crise econômica( e política) que tinham sido montados nas últimas três décadas em torno da política neoliberal demonstraram que não são uma saída ou alternativa, mas pelo contrário somente tem aprofundando o caráter sistêmico da crise do capitalismo. O endurecimento dos mecanismos sociais de controle, com a ampliação e aprofundamento do próprio neoliberalismo após um breve período de contenção das medidas mais draconianas, voltou na agenda dos grandes grupos dominantes e dos governos em escala internacional. O plano traçado não é uma grande novidade, é a aplicação de maneira
ainda mais aprofundada da receita neoliberal adotada após a crise de 1974, ou seja, depositar nas costas dos trabalhadores o ônus da crise econômica. Como assinalou o Informe sobre a situação política internacional do PCO( abril 2016). “ O imperialismo foi obrigado a fazer isso porque a crise colocava em pauta a necessidade de um novo ataque em profundidade contra as populações desses países (…) Essa política de austeridade visa salvar as empresas capitalistas em crise. Ou seja, trata-se de um plano de salvação dos grandes monopólios capitalistas internacionais, feito à custa de um ataque profundo, generalizado, contra os trabalhadores e as massas populares” Do ponto de vista político, o imperialismo tem adotado como perspectiva estancar qualquer forma de participação popular nas decisões fundamentais. Na próxima semana, vamos analisar como foi criada a bolha imobiliária que levou a crise do subprimes e como o sistema financeiro e a economia mundial foram atingidos pela crise de 2008.
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CENSURA
TRE-SP decide que Lula não pode aparecer em propaganda do PT A
s eleições gerais de 2018 seguem com as portas do arbítrio e da censura cada vez mais escancaradas contra a esquerda. Depois de impor uma verdadeira ditadura no que diz respeito às regras – totalmente restritivas e cerceadoras à livre participação democrática dos partidos e candidatos – a justiça eleitoral, através do TSE e dos TRE’s, desde o início da campanha, vem impondo uma implacável perseguição ao Partido dos Trabalhadores e suas candidaturas. Depois da cassação do direito legal e constitucional do ex-presidente Lula em participar como candidato ao pleito de outubro; de antes disso, impedir que Lula estivesse presente nos debates em programas de rádio e TV; após o absurdo de censurar a participação do ex-presidente inclusive nos programas eleitorais do seu próprio partido, agora surge uma outra censura, ainda mais draconiana. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo exige que o PT
paulista não veicule o nome de Lula na propaganda do partido no horário eleitoral. Um completo escândalo. Enquanto persegue de forma implacável as candidaturas da esquerda (PCO, PT), o TRE paulista – um ninho de juízes tucanos, assim como toda a “justiça” paulista – sequer faz qual-
quer referência a candidaturas representantes da direita. Um exemplo é a campanha do deputado estadual André Soares, filho do missionário pentecostal RR Soares, onde o candidato usa e abusa da imagem do pai para pedir votos, sem ser minimamente incomodado ou ameaçado pelo Tribunal.
A ingerência direta e ostensiva do TRE ditando o que pode e o quer não pode ser veiculado no material de propaganda dos candidatos caracteriza uma clara perseguição à esquerda nas eleições, o que vem acentuar o caráter farsesco do atual pleito eleitoral, totalmente dominado e controlado pela ditadura dos juízes e dos tribunais. No caso do PT paulista, o TRE estadual estipulou uma multa de R$ 5.000 por dia caso a legenda e/ou algum candidato insista em trazer em seu material de propaganda qualquer alusão ao ex-presidente. A temporada de caça à esquerda foi inaugurada ainda no primeiro mandato do ex-presidente Lula, em 2005, com a farsa do julgamento do “mensalão”. De lá para cá, as investidas da direita, da burguesia e do imperialismo só se intensificaram, chegando ao criminoso golpe de estado em 2016 que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, na perseguição e condenação sem provas do ex-presidente; a prisão política de Lula e prosseguindo com o pisoteamento da Constituição e controle total e absoluto das eleições pelo judiciário golpista.
“Falem de Lula, mas só falem mal”, determina TRE-SP N
este domingo (16), o Tribunal Regional Estadual de São Paulo (TRE-SP) proibiu os candidatos paulistas ao cargo de deputado de usarem material de campanha que faça alusão à candidatura de Lula para presidência, pois estaria supostamente em desacordo com a decisão do TSE de tornar inelegível o ex-presidente. Como se fosse um desrespeito ao TSE fazer campanha por “Lula Presidente”. Sobre isso, entretanto, vale uma explicação geral sobre o problema geral. O ex-presidente e líder metalúrgico, Luiz Inácio Lula da Silva, continua sendo o ponto central da luta política nacional. Gira em torno de sua pessoa o desenvolvimento da luta contra o golpe e também da perseguição política e retirada de direitos democráticos levado adiante pela burguesia golpista. Uma luta que reflete a dialética da sociedade, isto é, a correlação de forças entre estes dois pólos políticos, que são necessariamente inconciliáveis entre eles. Desta forma, o desenvolvimento da luta contra o golpe, que está girando em torno da liberdade e presidência do ex-presidente, depende de um avanço das forças políticas contra o regime burguês, que depende ele mesmo da repressão e manipulação exercida para controlar estas forças. Portanto, a importância que a burguesia dá ao “problema Lula” não poderia ser insignificante, pois seu futuro depende necessariamente disso. Por isso, a ofensiva para prender Lula foi tão ferrenha, e a tentativa de “sumir” com ele, de censurar aqueles
que falam em seu nome, de reprimir aqueles que estão ligados à ele etc. continua sendo imensa, mesmo depois de sua prisão ilegal. Daí, surge a política da burguesia, liderada pelos tribunais superiores, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de proibir a divulgação da imagem do ex-presidente em campanha eleitoral; de proibir o uso das palavras “eu sou Lula” e “Lula presidente” (este último fato que foi um exigência do TRE-SP para os candidatos a deputado de SP); de reprimir as manifestações que exigem sua liberdade ou sua presidência; e assim por diante. Por outro lado, as pessoas têm total liberdade de mencionar o Lula quan-
do é para vomitar uma cambada de xingamentos contra o ex-presidente, como vêm fazendo os políticos da direita, como Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Alvaro Dias, João Dória e outros parasitas da política burguesa. Basta ver, além dos posicionamentos repressivos do judiciário golpista, os argumentos utilizados pela imprensa burguesa. Quando se trata de comentar a campanha política de Haddad, que por questões óbvias procura vincular a imagem de Lula à do atual candidato petista, a imprensa é totalmente ofensiva, já quando são os candidatos de direita falando do metalúrgico, são estimulados pela mesma imprensa à realizar ataques ao ex-presidente.
Os comentários da burguesia para atacar a esquerda é de que seria um absurdo ficar utilizando o “nome de um presidiário” para fazer campanha política; de que o “lulismo” seria uma seita religiosa, sectária e intolerante, que realizaria culto à personalidade e não superaria a liderança de Lula – argumento utilizado inclusive pela esquerda pequeno-burguesa. Por trás desta campanha caluniosa, entretanto, está o interesse da burguesia de conter todo um movimento político combativo que se reúne em torno da defesa do político mais popular da América Latina, perseguindo-o de forma ditatorial. E, por isso, está proibido tudo que está vinculado à Lula, a não ser falar mal dele.
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SUBSTITUTO DE LULA
Haddad no JN: 1×0 pra Globo E
m entrevista concedida aos apresentadores de plástico do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcelos, na última sexta-feira, 14/09, o substituto de Lula, Fernando Haddad, perdeu uma oportunidade excepcional para criticar toda a farsa eleitoral montada para excluir Lula das eleições e que nessa etapa teve nas raposas do Judiciário, nas baionetas do Exército e na imprensa golpista, a começar pela própria Globo, os instrumento fundamentais a execução dessa insidiosa campanha. No jogo das eleições, os dois lados jogam. A Globo entrou com o objetivo e conseguiu. Sumiram com o Lula da entrevista, e o Haddad não conseguiu escapar da armadilha. Manipularam os fatos, falaram por cima, e conseguiram o que queriam. O problema fundamental é não falar de Lula e não denunciar o golpe. Para um candidato da esquerda, e ainda mais do PT, a questão central seria lutar contra o plano dos golpistas, falar de Lula, do significado de sua prisão e do caráter farsesco das eleições realizadas nas atuais condições fraudulentas. Na disso ocorreu. Uma questão elementar em entrevista, ainda mais quando é feita pela
visceral Rede Globo, é não cair nas artimanhas dos entrevistadores, que direcionaram suas perguntas para acuar o entrevistado. Haddad caiu no conto. Foi “forçado” a entrar no mérito da corrupção pela ótica dos maiores corruptores. O que os jornalistas classificaram como “petrolão” e “mensalão” como os “maiores esquemas de corrupção da história recente do país” protagonizados pelo PT foram os carros-chefes de uma operação golpista de todas as instituições do Estado, Estado burguês, para derrubar o PT e dar o golpe. A família Marinho é mestre nisso. Juntamente com outros grandes meios de comunicação, foram os maiores propagandistas dessa operação fraudulenta, com as arbitrariedades jurídicas, com as acusações sem provas, com a operação Lava-Jato, forjadas nos órgãos de segurança e espionagem dos Estados Unidos da América. Ao invés da denúncia, o que Haddad colocou foi justamente o inverso. Imperou a justificativo que os governos do PT foram os que mais combateram a corrução, fortaleceram instituições como o Ministério Público, a
FRAUDE ELEITORAL
Polícia Federal, entre outros mecanismos que foram largamente usados pela direita pró-imperialista em sua campanha golpista. Em um outro momento, quando confrontado com o fato de que as indicações de ministros, desembargadores e juízes tinham sido indicados em sua maioria por Lula e Dilma e de que isso seria a prova uma prova de isenção da justiça ou uma conspiração, foi taxativo em afirmar que se tratava de um erro e não uma conspiração do Judiciário. Isso quando foram patentes as manipulações inescrupulosas de todas as instâncias do Judiciário que avalizaram o impeachment comprado de Dilma, a perseguição ao PT e ao Lula, a sua prisão e finalmente a sua cassação, chegando às raias do absurdo, quando o TSE impôs a antecipação da substituição do candidato do PT, para 11/09, quando o prazo estabelecido pela própria justiça seria o dia 17/09. Haddad foi derrotado pela Globo, principalmente, porque se furtou em entrar no mérito do golpe de Estado em curso no país e que tem a sua maior expressão nesse momento na exclusão do ex-presidente Lula da campanha eleitoral. O problema não é simplesmente que Haddad estava sentado na cadeira que milhões de brasileiros gostariam de ver o ex-presidente, mas se o PT e o seu novo
O POVO SABE QUE É FRAUDE
Globo não irá cobrir candidato Votos nulos no do maior partido do País em SP maior patamar A
s eleições fraudadas de 2018, que são controladas por uma engrenagem que tem como base, o TSE (Tribunal Supeiror Eleitoral), a Rede Globo e toda a imprensa golpista e as Forças Armadas, já conseguiu impedir que mais de 50% da população brasileira pudessem votar em Lula como presidente. Agora, estão em uma tarefa de esconder do eleitorado os candidatos indesejáveis que passaram pela selva de leis e regras do TSE, estão registrados e vão ter seu nome nas urnas do dia 7 de outubro. O caso mais aberrante é do candidato do PT ao governo de São Paulo, Luís Marinho, figura conhecida do público em geral, já que foi ministro do governo Lula e Dilma e também prefeito de São Bernardo dos Campos. A Rede Globo que é a única entidade que de fato pode fazer campanha eleitoral no Brasil, resolveu estabelecer uma regra em suas coberturas diárias sobre a eleição de São Paulo, em que não é obrigada a mostrar o candidato que não tenha, pelo menos, 6% nas pesquisas eleitorais. Como a “pesquisa”, super suspeita, das intenções de votos no Estado de São Paulo, indica que apenas os candidatos direitistas João Dória do PSDB e Paulo Skaf do MDB possuem intenção de votos acima dos 6%, a emissora sócia do golpe de Estado no Brasil,
candidato vão deixar claro para esses milhões de brasileiros que Lula teve sua candidatura impedida pelo golpe de Estado que está em curso no país e que, portanto, o problema não está no voto nas urnas em 07 de outubro, mas na luta contra o golpe e pela liberdade de Lula. As eleições passam, o golpe não. O imperialismo, as Forças Armadas, o Judiciário, a Rede Globo, enfim, todos os golpistas não acordaram no dia seguinte convertidos à democracia. Apenas a mobilização revolucionária das amplas massas, que têm em Lula sua maior expressão política, será capaz de apontar uma verdadeira alternativa política para os explorados.
só irá dar cobertura do dia-dia dos dois candidatos golpistas. Para garantir que a disputa fique apenas entre os candidatos da direita, a família Marinho dona da Rede Globo, deixará de cobrir no Estado mais importante da federação, o candidato do maior partido do Brasil, mostrando claramente o caráter antidemocrático das eleições. Primeiro diziam que não cobriam o dia de candidatos como os do PCO, porque são pequenos, e não possuem representação no Parlamento, depois que não pontuavam nas pesquisas, e por último que haviam muitos candidatos para mostrarem e não dava tempo para aqueles que estão nas últimas posições nas pesquisas. Mostrando que tudo não passa de malandragem da burguesia golpista, o caso do PT evidencia que eles podem inventar o que quiser para esconder do público os candidatos que não são apoiados pelos golpistas, como a Rede Globo. Já que o PT, é grande, tem representação grande no parlamento, pontua nas “pesquisas”, inclusive de forma que não está entre os primeiros mais bem colocados. A verdade é que a eleição é uma fraude e a Rede Globo principal cabo eleitoral dos golpistas, quer que a população de São Paulo escolha somente entre dois golpistas, o plaboy João Dória ou o pato da FIESP, Paulo Skaff.
em 20 anos O
povo se afasta do processo eleitoral quando perde a confiança no pleito e nas instituições em geral. Com as eleições promovidas pelos golpistas, não é diferente. As pesquisas mostram um expressivo crescimento dos eleitores que manifestam o desejo de anular o voto ou de votar em branco. A um mês da votação em primeiro turno para Presidente da República, 13% dos eleitores revelam essa intenção, levando o país de volta à era dos governos neoliberais de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Nas eleições de 1994 e 1995, esses índices chegaram a quase 19% do eleitorado, retrocedendo para a casa dos 8% a 9% durante os governos do Partido dos Trabalhadores. O número cresceu em relação as pesquisas anteriores à retirada de Lula das urnas, quando chegava a 11%. Tal indisposição para legitimar a escolha de candidatos que atacarão seus direitos é ainda mais acentuada se considerado o elevado índice de não comparecimento dos eleitores. Para a população sem recursos, que vive em periferias afastadas do local de votação nas cidades, ou que vive em regiões remotas no campo, votar representa um custo expressivo de deslocamento. Proporcionalmente, quanto maiores os índices de votos
nulos e brancos, maior também é o índice de não comparecimento às urnas. Em 1998, por exemplo, somente a abstenção chegou a 21% dos eleitores. Se igualada essa porcentagem, pode-se chegar a um índice de alienação eleitoral da ordem de um terço do eleitorado: um alto valor que coloca em xeque a legitimidade do governo seguinte. Evidentemente, as pesquisas não revelam as abstenções – já que o entrevistado é obrigado a optar. No caso atual portanto, das eleições golpistas, a elevação da taxa de intenção de votos inválidos corresponde aos eleitores que pretendiam votar em Lula e preferem não votar em ninguém a participar de um processo destinado a legitimar um governo que fatalmente aprofundará os ataques à população iniciados por Temer e sua camarilha golpista. Na esperança de estancar a evasão, os golpistas lançaram mão dos mais variados recursos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou em todos os meios uma campanha contra o voto nulo; foram lançados diversos candidatos de direita, de “centro” – na verdade de direita –, e de esquerda pequeno-burguesa de modo a tentar cativar o eleitor que não poderá mais votar em Lula. O esforço vem sendo em vão. Sem Lula nas urnas, o povo dá de ombros. O povo sabe que só Lula representaria a classe trabalhadora, e que somente a imposição de sua candidatura pela mobilização popular representaria uma passo decisivo para a derrota do golpe. O povo sabe, enfim, que eleição sem Lula é fraude. Veja os índices no causaoperaria.og.br
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RETIRADA DE DIREITOS
Acordo salarial dos Correios está entre os mais baixos do País S
egundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), mas de 80% dos acordos e convênios celebrados no Brasil, entre patrões e empregados no ano de 2018, garantiram aumento real nos salários, com índices superiores ao INPC (ìndice Nacional de Preços ao Consumidor). Os trabalhadores dos Correios que compõem uma categoria aguerrida de mais de 100 mil trabalhadores, organizadas em torno de 35 sindicatos e uma Federação (Fentect), com data base em agosto, assinou um acordo que apenas repõe no salário o falso índice inflacionário do período, 3,67%, conforme o INPC. A burocracia sindical da categoria, representada pelo Bando dos Quatro (sindicalistas do PT, PCdoB, PSTU e diretoria do Sintect-MG – LPS) comemoraram o acordo, no momento em que os trabalhadores estão perdendo todo o seu poder aquisitivo, com inclusão de mensalidades em seu plano de saúde, que chega a mais de 10% nos seus salários brutos. Também há um processo na empresa de sucateamento e retirada de direitos, visando a privatização da
empresa, como a extinção de cargos como o de OTT (Operador de Triagem e Transbordo) além de fechamento de agências próprias da empresa. O acordo assinado, sem que a combativa categoria tenha lutado com
greve contra todos esses ataques (por conta da política capituladora de suas direções), e justamente em época de golpe de Estado serviu para que os golpistas tenham mais tranquilidade de ir aos poucos impondo o sucatea-
mento da ECT (Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos), preparando sua privatização, o que ocasionará a demissão de milhares de trabalhadores na estatal e um enorme prejuízo para todo o povo brasileiro.
REPRESSÃO
Proibido manifestar opinião política nos estádios A
escalada da censura e da repressão no País vem ganhando contornos cada vez mais acentuados. A direita fascista e reacionária, impopular e amplamente rejeitada pelas massas, se vê obrigada a adotar medidas cada vez maiores de ataques aos direitos democráticos da população. O que se vê país afora é uma verdadeira ditadura policial, que busca sufocar a rebelião popular latente entre as massas populares. O longo braço da repressão e da censura está presente em todos os aspectos da vida social. O direito a livre opinião e manifestação vem sendo constantemente ameaçado pela perseguição policialesca desencadeada pela direita fascistóide, que se utiliza do aparato militar repressivo para aterrorizar não só a população pobre e explorada, mas também a intelectualidade que lida com a cultura e a produção artística nacional. Em todas as grandes manifestações onde há concentração de massas, a truculência policial tem deixado a sua marca, evidenciando não se tratar de fatos e/ou acontecimentos isolados. Há muito a direita vem tentando impor o controle e a censura ao conjunto da sociedade, com o intuito claro de fazer cessar a crescente rejeição e o repúdio ao regime de terror dos golpistas. Uma das manifestações de maior apelo e adesão popular, que expressa de forma muito exponencial a cultura de massas, é o futebol. O esporte mais popular do país arrasta multidões, levando grandes contingentes
populacionais, em todas as regiões do país aos estádios que, por um claro temor da burguesia e da direita, foram transformados em “arenas”, com o objetivo claro de dificultar e até mesmo impedir o acesso das massas populares aos eventos esportivos. Com a agudização da crise política e o aumento dos protestos contra a direita golpista, os estádios – ainda que reduzidos em sua capacidade e controlados diretamente pelo aparato policial – se tornaram palco de grandes manifestações de massas. Isso fez com que houvesse um vertiginoso aumento da repressão contra as torcidas, com o banimento das chamadas “Organizadas”, que passaram a ser o alvo preferencial da repressão policial nos estádios.
Neste final de semana, no domingo, dia 16, um fato ocorrido no estádio do Corinthians, o Itaquerão, expõe de forma inequívoca a verdadeira ditadura policial que vem se desenvolvendo a passos largos no país. Uma torcedora corintiana militante do Partido dos Trabalhadores, que se dirigia ao Itaquerão para assistir a partida do seu time, foi brutalmente impedida pela PM fascista de ter acesso ao estádio pelo simples fato de estar portando uma faixa com os dizeres “Lula Livre”, fato que mereceu os insultos e a tradicional e costumeira brutalidade da PM tucana. A professora da rede pública Liliane Roque participou durante o dia do “Festival Lula Livre”, na avenida Paulista, de onde se dirigiu para ver o
seu time jogar, em Itaquera. Entretanto, não conseguiu entrar no estádio, pois a repressão e a truculência policial não só a impediram, como a professora foi conduzida a uma delegacia para prestar “esclarecimentos” sobre o seu direito elementar de se manifestar contra a prisão política do ex-presidente. Este verdadeiro regime de terror contra os direitos democráticos mais elementares da população somente poderá ser barrado e ter fim com a mais ampla mobilização popular, onde deverão entrar em ação o conjunto das organizações de luta dos trabalhadores, como a CUT, os sindicatos, os partidos de esquerda, o MST, o movimento estudantil, sindical e popular.
2 | INTERNACIONAL
“CRISE HUMANITÁRIA”
Pretexto forjado para invadir a Venezuela H
á pelo menos quatro anos a direita e o imperialismo vêm propagando massivamente a ideia de uma crise humanitária na Venezuela, causada pelo governo nacionalista de Nicolás Maduro. Filas nos supermercados, falta de produtos básicos nas prateleiras, falhas elétricas em instalações vitais para o funcionamento do país são notícias frequentes na imprensa burguesa. A direita retrata um inexistente caos no país vizinho, cujo culpado é o “ditador” eleito em 2013 e reeleito em 2018 pelo voto popular, apoiado pela maioria da população. Todo esse cenário teria gerado a emigração em massa de setores da população venezuelana, para fugirem daquilo que tem sido chamado de uma das piores crises humanitárias do mundo contemporâneo. Entretanto, como tem sido insistentemente denunciado pelo governo venezuelano, pela imprensa de esquerda, destacadamente por este Diário, a crise é causada, principalmente, pela burguesia venezuelana, vassala do imperialismo norte-americano. Como prova, diversos vídeos têm sido difundidos há anos, mostrando os estoques de grandes redes de supermercados lotados de produtos que deveriam estar nas prateleiras (muitos deles, vencidos há meses ou até anos). Trata-se de uma velha tática da burguesia para derrubar governos nacionalistas ou revolucionários. Durante a Revolução de Outubro de 1917 na Rússia, a burguesia russa fez de tudo para boicotar a tomada e permanência no poder dos bolcheviques e da classe operária. Após a Revolução Cubana, o mesmo ocorreu, com os responsáveis pela desestabilização, sendo reprimidos pelo poder revolucionário, tendo que ir embora para Miami. No Chile do nacionalista Salvador Allende, o golpe fascista liderado por Pinochet em 1973 foi precedido por uma situação muito semelhante à que ocorre atualmente na Venezuela: blecautes, locautes, escassez de pro-
dutos (escondidos pelos empresários do comércio), campanha intensa na imprensa pela queda do regime e, por trás disso tudo, o imperialismo tramando a derrubada do governo através da Agência Central de Inteligência (CIA), que financiou jornais e partidos de direita opositores da Frente Popular de Allende. O resultado: em 11 de setembro de 1973, após meses de profunda desestabilização, a direita bombardeou o Palácio da Moeda, sede do governo, com a morte do presidente e a instalação de uma ditadura sanguinária fascista e neoliberal que durou 17 anos. É pra isso que a imprensa internacional acusa o governo venezuelano de produzir uma “crise humanitária” em seu país, levando à morte pela fome, fuga em massa e repressão contra o povo. Mas, não nos enganemos, o roteiro é o mesmo de sempre. Isso foi comprovado pelo especialista independente das Nações Unidas, o acadêmico norte-americano Alfred de Zayas. No final de 2017, ele viajou em nome da ONU para o país sul-americano, a fim de investigar as causas e problemas da crise venezuelana. Durante mais de uma semana, de Zayas cruzou Caracas, se entrevistou com dezenas de políticos (governistas e opositores), empresários, ativistas de ONGs imperialistas e movimentos populares, estudiosos, professores, pessoas comuns e jornalistas. O que
ele relatou em entrevistas e artigos foi um cenário muito diferente do retratado pela imprensa imperialista e pelos governos capachos do imperialismo na América Latina. Alfred de Zayas, em um relatório publicado no dia 30 de agosto, destacou que a Venezuela não está na lista de 37 países que vivem atualmente uma crise humanitária, elaborada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Ou seja, é uma farsa a campanha da imprensa sobre a suposta “crise humanitária” na Venezuela. Além disso, o especialista ainda denunciou as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, Canadá e União Europeia, que impedem a Venezuela de compar alimentos e medicamentos – uma vez que o país tradicionalmente precisa comprar no exterior os principais produtos que consome. As sanções também impedem terceiros países de pagarem suas dívidas com a Venezuela, como é o caso do Brasil, que tem cerca de 40 milhões de dólares em dívida relacionada ao fornecimento de energia elétrica que a Venezuela envia para o estado de Roraima. No mesmo relatório, de Zayas citou a campanha sistemática de manipulações da imprensa para jogar a culpa da crise no governo venezuelano e mentir descaradamente sobre os acontecimentos no país. Além disso,
ele declarou que esse tipo de guerra econômica contra países soberanos visa “fazer com que suas economias fracassem, facilitar a mudança de governo e impor um enfoque socioeconômico neoliberal com o objetivo de desacreditar os governos selecionados” para serem atacados pelo imperialismo. E essa mudança de governo, ou seja, golpe de Estado, contra Nicolás Maduro e o chavismo, tem sido buscada a todo o custo pelo imperialismo. Primeiro, tentaram derrubar o regime bolivariano financiando ostensivamente a oposição entreguista. Não deu certo, pois Chávez, e depois Maduro, sempre tiveram amplo apoio popular. Em seguida, compraram militares e empresários locais, que quase conseguiram seu objetivo em abril de 2002, mas Chávez foi levado novamente à presidência pelo povo que se rebelou contra o golpe. Nos últimos anos, com a guerra econômica a estratégia se radicalizou, levando a graves consequências para o povo venezuelano. Mas isso também não adiantou. Os golpistas jogaram uma cartada arriscada quando, em 4 de agosto último, executaram um atentado terrorista falho contra Maduro, que denunciou um complô organizado pelos EUA e Colômbia. A invasão da Venezuela, sempre cogitada e, ao menos desde o ano passado, com planos publicamente conhecidos, parece ser a única opção que sobrou para o imperialismo conseguir derrotar o governo bolivariano. Exercícios militares próximos à Venezuela, envio de tropas brasileiras e colombianas para suas respectivas fronteiras com o país caribenho, declarações públicas de altos comandos militares e de governo dos EUA, além de sinalizações a este respeito por organizações imperialistas como a Organização dos Estados Americanos (OEA), indicam uma iminente invasão da Venezuela. O pretexto, totalmente forjado, é justamente a farsesca crise humanitária. O imperialismo sempre bombardeia países, massacra populações inteiras e arruína civilizações em nome de nobres causas.
ATIVIDADES| 3
IMPRENSA GOLPISTA
Globo esperneia contra candidato do PCO, Ângelo Castro, por não alimentar farsa eleitoral A
imprensa golpista entrou em uma campanha contra o candidato do Partido da Causa Operária (PCO) para o governo do Estado de Santa Catarina, Ângelo Castro. Pela sua boa pontuação nas pesquisas eleitorais, a NSC TV, afiliada da Rede Globo no Estado de Santa Catarina, foi obrigada a convocar um candidato do PCO, partido altamente perseguido pela burguesia, para uma entrevista, ao estilo mesquinho das entrevistas feitas por Wiliam Bonner e Renata Vasconcelos no Jornal Nacional. Durante a entrevista, contra a vontade dos jornalistas burgueses, que procuravam desviar o foco do debate político para uma ofensiva contra o candidato ou para coisas secundárias da situação de Santa Catarina, Ângelo denunciou o golpe de estado, a prisão de Lula e as fraudes das eleições realizadas sem o principal candidato da população, Luiz Inácio Lula da Silva, refletindo o sentido de sua candidatura pelo PCO, que é o da luta política contra o golpe e de denúncia das maracutaias da burguesia para controlar as eleições. Ângelo Castro demonstrou que não é um candidato burguês, que fica fazendo propostas sem nexo com a realidade, mentindo para o povo e desviando o foco do centro da luta política dos trabalhadores do momento: a luta contra o golpe, contra a prisão de Lula e por Lula presidente. Esse fato chegou ao ponto de incomodar os jornalistas da Rede Globo
que partiram para ataques contra o candidato, chamando-o de Fake, sem propostas e despreparado. Em recente matéria divulgada pelo G1, “Ângelo Castro diz que a eleição é uma fraude e não apresenta promessas específicas para SC em entrevista ao Jornal do Almoço”, a Globo liberou toda sua raiva contra Ângelo por ele ter ido à entrevista da imprensa golpista denunciar os ataques da burguesia e, portanto, da Rede Globo, contra a população brasileira, não se deixando intimidar pela ofensiva dos jornalistas. No início do texto, a rede golpistas procuram se mostram indignados com o fato de que o candidato declara que está concorrendo ao cargo para “denunciar o golpe contra Lula”, mas que ele “não apresentou nenhuma proposta para Santa Catarina”, como se lutar contra o golpe não fosse uma proposta política que pudesse ser apresentada por um candidato, e que seria necessário que ele, como candidato à governador de SC, se limitasse a fazer política em âmbito estadual, e pior, de um jeito administrativo. O que é preciso entender é que a candidatura de Ângelo, como as demais do PCO, é um candidatura de um partido operário e revolucionário, uma candidatura de luta, que não coloca as esperanças da classe trabalhadora nas eleições – no sentido de uma administração do estado burguês; mas que pelo contrário, está usando o espaço eleitoral para denunciar as manobras golpistas dos capitalistas.
Ainda mais quando as atuais eleições estão amplamente dominadas por um golpe de estado, que as transformaram em uma fraude total. Como assinalou Ângelo na entrevista, “nossa proposta é uma luta contra o golpe, pela liberdade do Lula e Lula presidente. Começaram com a cassação das leis trabalhistas, a CLT, a terceirização. Já estão correndo atrás da Previdência. Então, só os trabalhadores pagam pela crise, sendo que quem fez a crise – econômica, social e política – foram os capitalistas e burgueses. Então, nossa campanha é para denunciar essa atitude dos golpistas contra os trabalhadores. E chamar os trabalhadores para se organizar em comitês, na sua residência, na sua rua, no seu bairro, nas empresas, contra o golpe” Ele acrescentou ainda que “a eleição é uma fraude. Então nós estamos denunciando a fraude. Estamos ao vivo denunciando a fraude. Porque a gente acredita que um candidato, que é o maior candidato hoje da esquerda, está preso político. A gente tem que denunciar. Porque compromete toda a democracia”. Perguntado sobre indeferimento de sua candidatura pela Lei Ficha Limpa por conta de míseros R$ 100 (o que não chega nem perto da campanha milionária dos partidos burgueses), Ângelo foi à público denunciá-la, demonstrando a ditadura que exerce o judiciário golpista por meio desta lei que só serve para a repressão sobre
ELEIÇÕES 2018
Nada de política nas eleições, mulher é presa por estar com faixa “Lula Livre” A
Polícia Militar, máquina de guerra contra a população pobre, é conhecida, em todo País, por suas ações violentas, principalmente contra negros, pobres, indígenas, homossexuais e mulheres. Com o aprofundamento do golpe, o caráter repressivo contra a esquerda e seus militantes se tornou muito mais perceptível. A truculência gratuita é uma das características do regime ditatorial a qual o Brasil se encontra. No último domingo, 16, aconteceu o Festival Lula Livre, na Avenida Paulista. Lá diversos militantes, simpatizantes e alguns candidatos se reuniram com faixas, bandeiras e cartazes para denunciar a prisão política do ex-presidente Lula. Alguns, inclusive, denunciando a farsa eleitoral que excluiu o maior líder de massas da América Latina do pleito. Dentre os participantes na atividade estava Liliane Roque, professora
e militante do Partido dos Trabalhadores (PT). Ela participou da manifestação e levou consigo uma faixa que continha a hashtag “LulaLivre”. Após o ato, decidiu assistir ao jogo do Corinthians, no Itaquerão, mas foi impedida pela ação fascista da Polícia Militar. Os policiais a renderam, impedindo ela de entrar no estádio com sua faixa. Liliane foi agredida, sofreu tortura psicológica e foi levada 24ª Delegacia de Polícia, simplesmente por estar defendendo publicamente sua ideologia. Liliane postou imagens suas no Festival e também um vídeo em suas redes sociais, denunciando as ações arbitrárias e truculentas da Polícia Militar, que caracterizam um regime ditatorial e de perseguição a todos aqueles que lutam contra o golpe e pela liberdade de Lula. O conteúdo segue abaixo: É importante ressaltar a enorme contradição que existe nas eleições
controladas pelos golpistas. Em pleno período eleitoral se tornou proibido fazer política. Só podem ser expressas, nas ruas, de forma “legal“, campanhas de candidatos e partidos de direita, alinhados aos interesses da burguesia. Aqueles que querem defender a esquerda e ao maior líder popular do Brasil, Lula, são agredidos, física e verbalmente, ameaçados e presos. Ações como as que aconteceram no último final de semana estão se tornando cada vez mais recorrentes. Outras manifestações do fascismo já foram vistas, por exemplo, com o candidato petista a deputado estadual do Paraná, Renato Almeida, que, após participar de uma atividade pedindo pela liberdade de Lula, foi baleado, duas vezes, pela Guarda Municipal. No que se refere as campanhas eleitorais, via emissoras de televisão
partidos e políticos de esquerda, como o PCO e o Lula. Fica evidente, então, o caráter combativo não só da candidatura de Ângelo, como das candidaturas do PCO, de maneira geral. A tentativa de desmoralizar o candidato, chamando de despreparado e corrupto, é apenas uma tentativa da imprensa burguesa de encobrir o ódio que tiveram quando o candidato foi, ao vivo, denunciar a perseguição política do ex-presidente Lula e os ataques aos direitos democráticos da população por parte da direita. A verdade é que Ângelo é um trabalhador e um militante da luta contra o golpe, e não um político burguês profissional ou um pequeno-burguês que fica brincando de política, e portanto sua candidatura vai no sentido de denunciar os ataques aos trabalhadores e denunciar o golpe de estado, e é isso que não agrada a direita.
e rádio, a expressão do boicote as candidaturas de esquerda, especial a de Lula, também é perceptível. O maior líder de massas do país cresce consideravelmente nas pesquisas que mensuram as intenções de voto e, por isso, foi retirado delas. Ele também foi excluído de todos os debates entre os presidenciáveis. A ação mais expressiva foi a proibição da participação da figura do ex-presidente no programa eleitoral do PT. O Tribunal Superior Eleitoral demonstra a qual lado está: o da burguesia. Só podem ser feitas, assim, aparições que atendam aos interesses da direita. É preciso denunciar amplamente a fraude eleitoral comandada pela burguesia. Vale lembrar que as importantes conquistas históricas da classe trabalhadora não ocorreram através das urnas, mas sim da mobilização popular. Apenas esta é capaz de barrar o golpe e promover a liberdade do escolhido pelo povo para assumir a presidência: Lula. Já ficou mais do que claro que apostar nas eleições, controladas pela direita, é um caminho direto para derrota e para o aprofundamento da atuação dos golpistas, que atacam, de forma cada vez mais brutal, a população.
Sábado musical
Couvert: R$ 10,00
Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai
3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista
4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)