Edição Causa Operária nº5410

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SEGUNDA-FEIRA, 24 DE SETEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5410

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

TOFFOLI ASSUME PRESIDÊNCIA, MAS QUEM MANDA É O GENERAL AZEVEDO

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Causa Operária Ediçao 1023

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Quem criou Bolsonaro? Bolsonaro é parte essencial destas eleições, não há como negar. Ele é o candidato com mais votos na direita, o coxinha conservador se tornou minoria, a tendência fascista é enorme O Presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, assumiu interinamente neste domingo (23) a Presidência da República no lugar dentro da direita. Uma das do golpista Michel Temer, por conta da viagem deste a Nova York, para discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, o que tradicionalmente é feito chaves para entender o processo eleitoral é entender pelo chefe do Executivo do Brasil. qual o papel dele.

COLUNA

“#elenão” é “Alckmin sim” Por Antônio Carlos Silva Depois de impor a fraude das eleições, com a prisão ilegal e política do ex-presidente Lula e garantir a cassação de sua candidatura em afronta à Constituição Federal, a direita golpista colocou em marcha, nos últimos dias, a segunda parte de seu plano para buscar garantir que as eleições dêem alguma aparente legitimidade a um novo governo golpista, que leve adiante os brutais planos de ataque à maioria do povo brasileiro e à economia nacional, em favor dos interesses do imperialismo norte-americano, os donos do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e encarcerou Lula.

Eduardo Jorge, terceirizado do PSDB acusa Lula de criar Bolsonaro

Não é piada: Bolsonaro quer judiciário coíba ameaças O ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta sexta-feira (21) que o Twitter forneça os dados de usuários que comemoraram na rede social o ataque ao

candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Em 6 de setembro, Bolsonaro levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) e ainda está internado se recuperando

Interior de SP: PM proibe candidata petista de fazer campanha mostrando Lula A candidata pelo Partido dos Trabalhadores de Paraguaçu Paulista, Professora Mariana Rosseto, foi reprimida pela Policia Militar da cidade de Assis, interior de São Paulo, nesse domingo, dia 23 de setembro, enquanto fazia uma panfle-

tagem em uma feira livre da cidade. Mariana, junto com outros simpatizantes de sua campanha, estava panfletando seu material na entrada da feira, quando uma viatura da policia a abordou e pediu para que parasse de entregar seus panfletos.

ATIVIDADES

PCO-DF realiza atividade militante de campanha no assentamento “Rosa Luxemburgo” Capitulação: Obrador já avisa que não brigará com Trump por conta do Muro


2 | EDITORIAL ANÁLISE POLÍTICA DA SEMANA

Quem criou Bolsonaro? B

olsonaro é parte essencial destas eleições, não há como negar. Ele é o candidato com mais votos na direita, o coxinha conservador se tornou minoria, a tendência fascista é enorme dentro da direita. Uma das chaves para entender o processo eleitoral é entender qual o papel dele. A imprensa tem feito uma campanha enorme contra Bolsonaro, pintando-o como uma bárbaro, e colocando o problema eleitoral como

um embate entre os civilizados e os selvagens. A ideia em si é errada. Bolsonaro é um selvagem, mas Alckmin e Temer também. Os dois últimos são até piores que ele. Eles têm as mesmas ideias que Bolsonaro, o mesmo programa, são candidatos dos capitalistas, dos bancos, do imperialismo, mas o PSDB e MDB escondem mais sua cara, e ainda mais, tem mais poder para executar o programa selvagem de toda esta direita.

Bolsonaro é cria da direita “civilizada”, foi a campanha brutal deles contra esquerda, o PT, os sindicatos e os trabalhadores, que incentivou a direita fascista, que tornou Bolsonaro o que ele é. Neste momento usam bolsonaro para manipular as eleições, ao colocar como algo diferente dos tucanos e de outros golpistas, algo que não pode ganhar de forma alguma, estão chantageando a população a votar no seu pior inimigo.

Bolsonaro quer atirar no Sem Terra, mas não se sabe se Bolsonaro teria condições de fazer, pois seu governo seria fraco. Geraldo Alckmin o faria sem pensar duas vezes, seria um governo infinitamente mais sólido, que diverge de Bolsonaro apenas nos detalhes. Ambos são ameaça ao povo. Quem criou Bolsonaro foi a direita, e a campanha de que ele tem que ser parado a qualquer custo, mesmo que isso signifique votar em que deu o golpe, é apenas o que eles querem.

conseguiu se manter à frente do mais rico Estado do País, por mais de duas décadas, impondo privatizações, cortes nos gastos públicos, destruição da Educação e Saúde etc. Trata-se, agora, da operação para buscar classificar para o segundo turno seu candidato predileto, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O “novo” truque da direita é convocar a “santa cruzada” contra o candidato espantalho, Jair Bolsonaro, por meio da campanha “#elenão”, que busca claramente semear a ilusão de que o maior de todos os males a ser derrotado nas eleições é o candidato do minúsculo PSL, defensor do golpe militar, que ameaçou metralhar petistas, moradores da Comunidade da Rocinha e apresenta-se como inimigo dos direitos dos gays, das mulheres, dos negros etc. Par desta empreitada estão sendo, mais uma vez, convocados os “cavalheiros” da esquerda pequeno burguesa que apoiaram a lava-jato, que defenderam o “plano B” contra Lula. Por detrás de toda essa operação, e já se colocando sob os holofotes estão destacadas lideranças reais do golpe de estado como o ex-presidente tucano, FHC, que divulgou carta clamando pela unidade do centro. A esquerda parece não querer ver e

se recusa a aprender com história recente. O que temos aqui não é mais do que a velha operação de usar o “espantalho” Bolsonaro, para forçar uma unidade que favoreça o candidato do golpe de estado, com larga experiência em todo tipo de ataque contra os interesses populares, apoiado – de fato – pelo governo Temer, pela imprensa burguesa, pela maioria do congresso nacional e judiciário golpistas, Geraldo Alckmin. Depois de capitular diante do judiciário e das ameaças golpistas do militares contra a candidatura de Lula, um parcela da esquerda prepara-se para embarcar no barco do inimigo, pela via da “luta” contra o “mal maior”. Como parte dessa enorme armação ou iludidos por supostos lucros eleitorais que a situação traria para a esquerda, alguns dirigentes do próprio PT, já se apressaram em dizer, inclusive, que votariam em Alckmin em um eventual segundo turno contra Bolsobaro. É preciso denunciar a armação da direita, esclarecer amplas parcelas confusas dos trabalhadores e da juventude, com a confusão que se busca criar. Colocar-se contra a fraude as eleições sem Lula e buscar rearmar o movimento de luta dos explorados contra o golpe, nos comitês e nas demais organizações de luta, contra a brutal ofensiva que se prepara para depois das eleições.

COLUNA

“#elenão” é “Alckmin sim” Por Antônio Carlos Silva

D

epois de impor a fraude das eleições, com a prisão ilegal e política do ex-presidente Lula e garantir a cassação de sua candidatura em afronta à Constituição Federal, a direita golpista colocou em marcha, nos últimos dias, a segunda parte de seu plano para buscar garantir que as eleições dêem alguma aparente legitimidade a um novo governo golpista, que leve adiante os brutais planos de ataque à maioria do povo brasileiro e à economia nacional, em favor dos interesses do imperialismo norte-americano, os donos do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e encarcerou Lula. Como em toda a campanha da direita, os seu objetivos não são apresentados de forma explícita, com o que não conseguiriam um certo apoio popular e, principalmente, de setores da esquerda pequeno burguesa. Assim, por exemplo, quando colocaram em marcha o golpe de estado que culminou com a derrubada do governo eleito por 54,5 milhões de pessoas, em 2014, não convocaram atos em todo o País a favor de um governo do MDB-PSDB-DEM, o que não despertaria nenhuma simpatia, mas organizaram um campanha “contra a corrupção”, na qual os maiores corruptos do País e inimigos do povo, derrotados nas eleições etc. se juntaram com

setores da esquerda para defender supostamente o combate ao PT, “o partido mais corrupto da historia do País”e apoiar a criminosa operação lava-jato. Da mesma forma, essa direita – depois de derrotar a realização de eleições diretas no corrupto congresso nacional em 1984 – não convocou o povo para apoiar a eleição de um elemento de confiança da ditadura militar que havia presidido o partido querido dos milicos por vários anos. Tratou de pedir apoio popular para derrotar o candidato oficial do partido da ditadura, Paulo Maluf e conseguiu que boa parte da esquerda (PC’s, setores do PT etc.) apoiassem a capa Tancredo-Sarney, no Colégio Eleitoral da ditadura, que acabou levando ao governo justamente o ex-presidente do PDS, José Sarney. Maluf prestou relevantes serviços à direita neoliberal em mais de uma oportunidade. Como no caso das eleições para o governo de São Paulo, em 1998, quando após vencer as eleições no primeiro turno com uma diferença de mais de 1,5 milhão de votos em relação ao segundo colocado, Mário Covas (PSDB), foi derrotado em torno da campanha que era preciso evitar o “mal maior”; o que uniu setores da esquerda em torno do partido que – graças a estes e outras manobras –


NACIONAL| 3

CONTRA TODOS OS GOLPISTAS

Toffoli assume Presidência, mas quem manda é o general Azevedo O

Presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, assumiu interinamente neste domingo (23) a Presidência da República no lugar do golpista Michel Temer, por conta da viagem deste a Nova York, para discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, o que tradicionalmente é feito pelo chefe do Executivo do Brasil. O presidente do Senado, Eunício de Oliveira (MDB-CE) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também tiveram que viajar para fora do País para não correr o risco de ficarem inelegíveis. Ambos escolheram a Argentina como destino para o exterior. É a primeira vez que Toffoli, recém empossado na Presidência do STF, assume a cadeira no Palácio do Planalto. Ao tomar interinamente a Presidência da República, Toffoli será obrigado a

levar consigo também seu inusitado assessor, o General de Exército Fernando Azevedo e Silva, colocado pelas Forças Armadas na Presidência do STF para garantir que Toffoli não pise fora da linha, pondo em pauta temas sensíveis para os golpistas, como, por exemplo, a questão da inconstitucionalidade da prisão antes do trânsito em julgado, o que poderia beneficiar o ex-presidente Lula. Na prática, Azevedo serve de cão de guarda dos golpistas. Mais, ele assume de facto a presidência da República, uma vez que Toffoli, na verdade, com o general no seu cangote, não passa de um fantoche dos militares, que estão se apoderando cada dia mais do controle das instituições golpistas, fazendo um “intensivão” e preparando uma possível intervenção militar para controlar diretamente o regime político, caso seja necessário.

BURGUESIA GOLPISTA

Eduardo Jorge, terceirizado do PSDB acusa Lula de criar Bolsonaro A

burguesia golpista vem se utilizando de figuras ex-petistas e com discurso pacifista para atacar o Partido dos Trabalhadores para eleger figuras da direita fascista como Geraldo Alckmin. Nessa semana, o presidente do Partido Verde, Eduardo Jorge, de uma entrevista ao HuffPost Brasil, onde culpa o PT e Lula pela “ascensão” de Bolsonaro. Ainda afirma que “o PT é extrema esquerda hoje, inclusive do ponto de vista organizacional, com um líder messiânico, autoritário, que matou a democracia dentro do Partido dos Trabalhadores”. A declaração e os ataques ao PT escondem que o Partido Verde é uma das sublegendas do PSDB, sendo um partido que recebe parlamentares oportunistas da pior espécie, da bancada da bíblia e caciques que perderam ou não conseguem espaço dos partidos tradicionais. O maior exemplo disso é o ex-tucano Álvaro Dias, hoje no Podemos. Em São Paulo, o PV sempre deu apoio incondicional para o PSDB e está no governo há anos. O próprio Eduardo Jorge, ex-petista, já foi secretário do Meio Ambiente nas gestões de José Serra e Gilberto Kassab. O papel de sublegenda oficial do PSDB se repete em Minas Gerais sob a coordenação de Aécio Neves e ajudaram a eleger o prefeito fascista do PSDB Nelson Marquezan, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No ano de 2014, o PV apoiou o candidato do PSDB Aécio Neves no segundo turno e todos os parlamentares no congresso nacional votaram favoráveis ao golpe em 2016. Também votaram incondicionalmente a favor da PEC do Teto e na sua esmagadora maioria pela destruição da legislação trabalhista.

Eduardo Jorge, terceirizado do PSDB e da direita golpista, esconde o fato de que a polarização é decorrente da campanha da direita para derrubar Dilma Roussef, estimulando o setor mais reacionário e fascista a sair as ruas. O exemplo pode ser visto nas manifestações de 2013, onde os atos foram tomados pela direita para a imprensa atacar os governos de esquerda e que resultaram nos atos pelo impeachment. Esses atos foram extremamente violentos contra qualquer setor democrático, onde pessoas que passavam de camiseta vermelha eram agredidos e hostilizados pelos manifestantes coxinhas histéricos. O crescimento de Bolsonaro e da extrema-direita foi resultado da política da direita e da imprensa golpista que necessitava aprofundar o golpe

e massacrar ainda mais a população. Para essa política ser efetivada, a campanha de calúnias e mentiras contra os governos petistas e a classe trabalhadora foram disseminados para que a classe trabalhadora, movimentos sindicais e populares ficassem acuados e paralisados. Isso foi vista na campanha contra os programas sociais, direitos trabalhistas, entidades sindicais e movimentos de luta pela terra. A polarização foi impulsionada pela direita após o impeachment em 2016, que resultou num maior ataque a população que se deslocou cada vez mais à esquerda para defender a si e seus direitos contra a direita e os fascistas nas ruas. Eduardo Jorge e o Partido Verde não passam de marionetes da direi-

ta para atacar a população e justificar o voto em Geraldo Alckmin. A culpa da polarização e do crescimento da extrema-direita não é de Lula ou do PT, é a burguesia, os tucanos e a imprensa golpista que criaram Bolsonaro e a polarização em que vive o país, assim como está ocorrendo na Venezuela. Nesse sentido, a extrema-direita não pode ser derrotada com argumentos e evitar o nome de seus representantes. Para derrotar a extrema-direita é preciso derrotar quem estimula Bolsonaro e outros fascistas, ou seja, a burguesia, a direita e a imprensa, que se utilizam do fascismo quando necessário. É preciso derrota-los nas ruas, com a classe trabalhadora mobilizada nas ruas e nas fábricas.


4| NACIONAL

NÃO É PIADA

Bolsonaro quer judiciário coíba ameaças O

ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta sexta-feira (21) que o Twitter forneça os dados de usuários que comemoraram na rede social o ataque ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Em 6 de setembro, Bolsonaro levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) e ainda está internado se recuperando. Segundo Carlos Horbach, os dados dos usuários são “imprescindíveis” ao processo de investigação e “necessários ante a eventual responsabilização dos usuários em eventual decisão de mérito”. O TSE já havia determinado o fornecimento dos dados em 48 horas, mas não mandou o Twitter retirar o conteúdo das postagens do ar. A empresa recorreu, afirmando que houve contradição na decisão. O Ministério Público Eleitoral também recorreu, defendendo que a medida é importante para eventuais indenizações e também para investigar o uso de impulsionamento

de conteúdo por robôs e usuários anônimos. No pedido ao TSE, a coligação de Bolsonaro alega que as mensagens “incentivam e comemoram agressões e ataques à integridade física e moral do candidato”, pedindo a retirada do

INTERIOR DE SP

conteúdo do ar. Ao negar liminar, no dia 15 de setembro, o ministro determinou que as partes fossem ouvidas antes de decidir sobre o pedido de mérito, afirmando que a questão envolve liberdade de expressão.

Para quem vem acompanhando as declarações de Bolsonaro é nitida a hipocrisia do mesmo em recorrer a justiça para perseguir quem comemorou a facada do fascista, o partido de aluguel de Bolsonaro alega que as mensagens “incentivam e comemoram agressões e ataques à integridade física e moral do candidato”, mas o valentão de plantão não poupou comemorações aos ataques a bala na caravana do Lula pelo Sul do Brasil, ou ainda, quando o mesmo ameaçou os moradores da rocinha de serem todos metralhados. Segundo o próprio ministro a questão envolve liberdade de expressão, diferente do que a esquerda pequeno burguesa defende, que os oprimidos recorram a justiça burguesa para definir o que as pessoas podem ou não falar, como o ocorrido aponta está política tem como único objetivo perseguir e punir a população. Pois neste terreno quem manda é direita, e agora estão protegendo os fascistas. Apenas o povo na rua pode por fim aos desmandos dos golpistas.

ATIVIDADES

PM proibe candidata petista de PCO-DF realiza atividade militante fazer campanha mostrando Lula de campanha no assentamento “Rosa Luxemburgo” A M

candidata pelo Partido dos Trabalhadores de Paraguaçu Paulista, Professora Mariana Rosseto, foi reprimida pela Policia Militar da cidade de Assis, interior de São Paulo, nesse domingo, dia 23 de setembro, enquanto fazia uma panfletagem em uma feira livre da cidade. Mariana, junto com outros simpatizantes de sua campanha, estava panfletando seu material na entrada da feira, quando uma viatura da policia a abordou e pediu para que parasse de entregar seus panfletos. A policia apresentou como justificativa a presença da imagem do ex-presidente Lula em seu material de campanha. Além da repressão totalmente ilegal, outro absurdo foi que o Policial Militar que fez a abordagem, quando questionado sobre qual era o motivo da apreensão do material, não soube explicar o motivo e afirmou que havia entrado antes de fazer a abordagem no site do TSE e não havia encontrado nada afirmando que deveria ser apreendido os panfletos com a imagem do Lula. Mesmo assim, a professora, que e candidata a deputada federal pelo partido dos trabalhadores, foi levada a delegacia de policia com seus apoiadores de campanha, ficando cerca de quatro horas na delegacia, prestando depoimento. Uma verdadeira perseguição politica contra a companheira. O caso, soma-se a outros casos de perseguição contra a esquerda em todo o pais. Em Curitiba, nas ultimas semanas, um jovem candidato do PT levou dois tiros de bala de borracha da Guarda Civil Metropolitana da cidade, somente porque estava entregando

seu material de campanha. Em outra ocasião, um cadeirante que estava com uma faixa Lula Livre, foi reprimido brutalmente pelas forcas policiais. O candidato ao governo do Parana pelo PT, Doutor Rosinha, também foi alvo de um atentado a bomba enquanto percorria uma região central de Curitiba. A violência contra a esquerda nas eleições e consequência do golpe de estado, o qual esta se profundando cada vez mais. Os golpistas que, de maneira ilegal e totalmente arbitraria, impediram o ex-presidente Lula de ser candidato, a principal liderança popular do pais, agora vem impondo um regime ditatorial e de terror contra a esquerda e todo povo. E preciso denunciar a fraude das eleições sem a participação de Lula e chamar a população a se mobilizar contra o golpe de estado e o verdadeiro regime de exceção e de terra arrasada que querem impor no pais. Somente a mobilização popular nas ruas pode impor uma derrota aos golpistas.

ilitantes e apoiadores do Partido da Causa Operária realizaram no domingo, dia 23, uma importante atividade político-eleitoral, marcando o trabalho que o partido vem desenvolvendo nas eleições, que não se resume simplesmente a “pedir votos”; aliás, muito diferente disso, pois o PCO utiliza o momento eleitoral para juntamente com a apresentação de suas candidaturas e de seu programa, fazer evoluir a consciência dos trabalhadores e da população em seu conjunto. Em sintonia com esse propósito o PCO do Distrito Federal vem realizando vistas em diversas comunidades onde se concentram as massas populares, particularmente onde há alí uma luta em defesa de alguma reivindicação que diz respeito aos interesses dos trabalhadores e das comunidades carentes e exploradas. Neste domingo, dia 23 de setembro, o trabalho partidário foi realizado no assentamento “Rosa Luxemburgo”, onde sob a liderança e a organização da Frente Nacional de Luta (FNL), cerca de 200 famílias lutam para ver reconhecido o direito à terra e à moradia. A luta e a resistência dos assentados do acampamento tem na sua liderança a destemida companheira Petra Magalhães, militante e candidata do PCO ao cargo de Deputada Distrital nas eleições gerais de 2018. A companheira Petra liderou todas as principais e mais importantes lutas das famílias pelo direito à moradia e também a um pedaço de terra, onde

esteve na linha de frente da luta, enfrentando os grileiros e a polícia militar do governador golpista do DF, Rodrigo Rollemberg. A militância do PCO e os apoiadores da candidatura da companheira Petra Magalhães – que são pessoas da própria comunidade dos assentados – percorreu várias casas do acampamento, distribuindo o material de campanha do partido, explicando como se dá a participação do PCO nas eleições, denunciando o golpe de estado, procurando esclarecer que os golpistas deixaram de fora das eleições – de forma totalmente ilegal e arbitrária – o candidato representante da luta das massas populares, o ex-presidente Lula, justamente para poderem manipular as eleições e dar continuidade e legitimidade ao golpe. Houve uma grande receptividade e acolhida, por parte da comunidade visitada, aos materiais e às intervenções dos militantes do partido, que simultaneamente à distribuição do material, sempre se colocavam explicando como se desenvolve a luta e a participação do PCO nas eleições. O trabalho terá continuidade na próxima semana, quando estaremos visitando outras famílias no assentamento, com um número ainda maior de apoiadores que se propuseram a colaborar na divulgação dos materiais de campanha do partido e também da companheira Petras Magalhães, moradora do assentamento e principal liderança da organização e da luta das famílias assentadas.


NACIONAL| 5

CAPITULAÇÃO

Obrador já avisa que não brigará com Trump por conta do Muro F

oram iniciados, junto ao estado da Califórnia, mediante ordem de Donald Trump, os preparativos para a construção de um enorme muro entre os Estados Unidos e o México. A barreira de concreto servirá para impedir a locomoção de pessoas entre os dois países. De acordo com site espanhol, El País, trata-se de um “muro da vergonha”, pois evidencia que os mexicanos não são bem-vindos no país norte-americano. Ao redor do mundo há exemplos dessa segregação odiosa entre povos vizinhos, como o Muro de Berlim, construído pelos stalinistas, e o Muro da Cisjordânia, sendo este construído por Israel para impedir a locomoção de palestinos. Com essa medida concreta, Trump acena para os mexicanos não tentarem adentrar em solo ianque, especialmente a classe trabalhadora e mais pobre do México. Em que pese ser uma obra eminentemente discriminatória entre povos vizinhos, o presidente mexicano, López Obrador, já mandou recado de que não brigará com Trump, apesar de se dizer, paradoxalmente, contra a construção. Ou seja é contra mas não fará nada.

A afirmação de Obrador contradiz o seu suposto perfil progressista, cuja vitória eleitoral foi aclamada por diversos setores da esquerda, inclusive, a brasileira. Se o presidente mexicano vem a público amenizar o papel vergonhoso da obra, bem como o seu executor (Trump), é porque existe al-

gum compromisso nada progressista entre eles, ou demonstra a covardia de denunciar a barbárie. À primeira vista, devemos denunciar a posição conservadora adotada por López Obrador, que desconectado com o anseio popular, mantém o governo mexicano numa posição

neutra em relação ao péssimo sinal emitido pelo governo norte-americano. Se o atual presidente mexicano conseguiu ser eleito diante de uma crise interna no seu país, essa atitude de subserviência emite um péssimo sinal para futuras expectativas populares.

Assista o Jornal das 3, todos os dias na Causa Operária Tv: no site: causaoperariatv.com.br ou no youtube: causaoperariatv


Sábado musical

Couvert: R$ 10,00

Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai

3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista

4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)


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