QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5413
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
Juíza que mandou prender advogada negra é inocentada
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A política da direita golpista: banqueiros demitem em massa
ATOS DO DIA 29, UM NOVO COXINHATO?
Causa Operária Ediçao 1023
ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO EDITORIAL
Nesse momento em que a imprensa golpista colabora para tornar visíveis iniciativas como o ‘movimento’ Mulheres Contra Bolsonaro (e sua hashtag #EleNão), ou o Democracia Sim, como seu ‘Manifesto’, e que faz propaganda das iniciativas desses ‘movimentos’, da convocação de seus ‘atos’ e propostas, deve-se desconfiar, e muito.
5 motivos para não ir ao ato #elenão dia 29
STF impede mais de 3 milhões de pessoas de votar
Dia 29, ato da Globo: Presidente da Som Livre defende #EleNão na premiação do Multishow 7 pessoas que mostram que não Eleitor de Lula nem votar pode: 3,4 mi de títulos são cancelados, dá pra apoiar o maioria no Nordeste #elenão
Ataque a militante do PSOL: o fascismo não se combate com #EleNão Ataque fascista na FAAP: Direitistas picharam sala de aula com mensagens de apoio a Bolsonaro Eleição sem voto: Lula, que deveria ser candidato, não pode nem ser eleitor A avalanche de arbitrariedades e ilegalidades do regime político golpista parece não conhecer limites. O golpismo da justiça eleitoral nacional vem passando como como um trator sob o ordenamento jurídico formalmente estabelecido, ainda que saibamos que as leis e a constituição do país simplesmente deixaram de existir ou se tonaram letra morta.
COM ELES NÃO. PELA LIBERDADE DE LULA, SIM Faltando poucos dias para a realização das eleições fraudulentas, realizadas sem a participação do ex-presidente Lula, candidato que a maioria do povo quer ver na presidência da República, mantido como preso político em total afronta à Constituição Federal,
ATIVIDADE
PCO intensifica campanha pelo interior de SP preparando dia 29 de luta A campanha eleitoral de luta do Partido da Causa Operária está ganhando corpo no interior do Estado de São Paulo nesta semana, com diversas atividades em todas as regiões.
2 |EDITORIAL EDITORIAL
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Com eles não. Pela liberdade de Lula, sim
altando poucos dias para a realização das eleições fraudulentas, realizadas sem a participação do ex-presidente Lula, candidato que a maioria do povo quer ver na presidência da República, mantido como preso político em total afronta à Constituição Federal, a direita golpista segue firme nos seus planos de impor ao País um novo carrasco que substitua Temer no comando do Executivo para levar adiante os planos de desemprego, fome, miséria e destruição da economia nacional em favor dos interesses do imperialismo norte-americano e seus consorciados no Brasil. Na reta final, fica ainda mais explicito o plano dos “donos do golpe” de usar as pesquisas como instrumento de indução da operação golpista de levar para o segundo turno um ou mais candidatos comprometidos com o golpe de estado e com sua política de expropriação da maioria explorada da nação (“reformas’”etc.). Assim, por exemplo, a pesquisa Ibope para presidente divulgada nesta quarta (dia 26), aponta que as intenções de voto em Bolsonaro, supostamente, teriam caído um ponto – pela primeira vez –
alcançando 27%. Também no caso do segundo colocado, o candidato substituto de Lula, Fernando Haddad, teria recuado para 21%. Por sua vez, o candidato-abutre, Ciro Gomes teria crescido um ponto, chegando a 12% e o candidato predileto da direita golpista, Geraldo Alckmin, teria se mantido estacionado em 8%. Por certo, os “analistas” da direita golpista estão dizendo nestes dias que tais pesquisas estaria sinalizando o início da curva descendente de Bolsonaro, ante a enorme acompanha que realiza contra ele, puxada pelas poderosas máquinas eleitorais e da imprensa da direita golpista e que o candidato do PT poderia estar perto de ter chegado ao ápice do potencial de transferência de votos recebidas de Lula. Seria, segundo estes “analistas” a hora do crescimento dos candidatos “do centro” (outro nome da direita), ainda que de forma tímida incialmente, teria começado. Para impulsionar toda esta farsa – previamente preparada, desde a prisão de Lula – a direita conta com um ponto de inflexão, a campanha apoiado por setores da esquerda contra a candidatura de Bolsonaro,
ATIVIDADE
campanha eleitoral de luta do Partido da Causa Operária está ganhando corpo no interior do Estado de São Paulo nesta semana, com diversas atividades em todas as regiões. Nesta terça-feira, a candidata ao governo de São Paulo pelo Partido, professora Lilian Miranda, participou de entrevista ao canal de TV Santa Cecília, na cidade de Santos, na qual apresentou os pontos centrais do programa do Partido na atual campanha eleitoral, destacadamente, a defesa da liberdade do ex-presidente Lula e a luta contra o golpe. No final da tarde a companheira realizou reuniões com militantes em Santos e São Vicente, cidades do Litoral Sul paulista. No centro do Estado, o candidato ao Senado, Nivaldo Orlandi, acompanhado do candidato à deputado federal e membro da direção nacional do PCO, Antônio Carlos Silva, participou de atividades nas cidades de Pirassununga e Araraquara. Em Pirassununga, foi realizada reunião com militantes do Comitê de Luta contra o Golpe, que também organizaram panfletagem na Praça da Matriz. Os companheiros conversaram com os candidatos do PCO buscando esclarecer dúvidas sobre a situação eleitoral na qual a direita organiza uma ofensiva para usar o “espantalho” de Bolsonaro para realizar a segunda etapa da fraude das eleições – depois da prisão política e cassações ilegal da candidatura de Lula: buscar eleger
vas e sedimentar o comando tucano do Estado por mais de duas décadas, com os piores ataques contra os trabalhadores de todos os tempos; – Mais recentemente, a usou a campanha nacional “contra a corrupção” para abrir caminho para o golpe de estado. Em todas essas oportunidades, setores da esquerda endossaram esta submissão aos interesses dos grandes capitalistas, sob a ilusão de que estavam defendendo interesses comuns. Agora, mais um vez, setores da esquerda que reforçam esta iniciativa, estão desarmando os explorados e suas organizações diante da necessária mobilização contra a fraude nas eleições, pela liberdade de Lula, contar o golpe etc. É preciso denunciar esta operação farsesca. Apontar no sentido da mobilização independente dos trabalhadores e da juventude e de suas organizações de Lula, não apenas contra um candidato golpista, o mais frágil deles. Nada de unidade com os golpistas. Com eles não! Contra o golpe e pela liberdade de Lula, sim!
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PCO intensifica campanha pelo interior de SP preparando dia 29 de luta
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sob o lema do “#elenão”, que tem um único objetivo real: justificar uma suposta transferência de votos do candidato que até o momento lidera as intenções de voto (segundo as suspeitas pesquisas feitas, manipuladas e divulgadas pelas organizações golpistas) para o “escolhido” pelos golpistas. Aqui se repete uma operação tradicional de apresentar os planos e a vontade dos setores mais poderosos da burguesia como sendo os interesses gerais da maioria da nação como se viu em outros episódios: – Foi assim que a burguesia reacionária que apoiou a ditadura militar e derrotou a aprovação da emenda que permitia a realização de eleições direitas, em 1984, chamou a “unidade nacional” em torno da candidatura de Tancredo-Sarney, no Colégio Eleitoral da ditadura militar, que resultou no governo do presidente por anos do partido da ditadura militar, José Sarney, contra o “fantasma” de Maluf; – Da mesma forma. burguesia paulista convocou a unidade contra o “corrupto” Maluf que havia ganho por mais 1,5 milhão de votos a eleições no primeiro turno, reeleger Mário Co-
um candidato da direita, apoiado pelos donos do golpe, como se fosse um “mal menos”. À noite, em Araraquara, os dois participaram de uma importante roda de conversa organizada por ativistas do Comitê de Luta contra o Golpe da cidade, sob a liderança da companheira Flávia Prates, também candidata à deputada federal pelo Partido. o evento ocorreu na Praça Pedro de Toledo e reuniu mais de 20 participantes, dentre as principais lideranças da campanha pela liberdade de Lula e contra o golpe de estado na cidade, incluindo militantes do PT, do PCO e independentes. Foi realizado um amplo debate, com muitas perguntas e pedidos de esclarecimento, sobre a campanha “#elenão”, levada que busca unificar setores da direita golpista com setores da esquerda contra o candidato defensor do golpe militar e que serve claramente aos planos dos candidatos e partidos mais poderosos do golpismo. Os participantes debateram a necessidade de seguir na luta pela liberdade de Lula, na reta final da campanha eleitoral, em seu primeiro turno e para além das eleições. Quando fechávamos esta edição, as atividades de rua (panfletagem nos centros comerciais e conversa com a população) estavam se repetindo no centro de Ribeirão Preto, onde seria realizada reunião com militantes do Comitê de Luta contra o golpe da região.
“Operação Respeito às Urnas”, por Ralfo Furtado
FRASE DO DIA “Denunciamos o encarceramento com finalidades políticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a decisão de impedir o povo de votar e eleger para a Presidência o líder mais popular do Brasil” Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, em seu discurso na ONU
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#ELENÃO
Atos do dia 29, um novo coxinhato? N
esse momento em que a imprensa golpista colabora para tornar visíveis iniciativas como o ‘movimento’ Mulheres Contra Bolsonaro (e sua hashtag #EleNão), ou o Democracia Sim, como seu ‘Manifesto’, e que faz propaganda das iniciativas desses ‘movimentos’, da convocação de seus ‘atos’ e propostas, deve-se desconfiar, e muito. Para os que têm boa memória e para os que sempre tiveram clara sua posição política, à esquerda, sabe que desde 2013 pelo menos foram forjados no país vários movimentos de opinião visando caracterizar a política como um todo, mas a política partidária em particular, como atividade quase demoníaca, dominada por corruptos e que, por isso mesmo, deveria ser negada. Esse movimento foi ganhando força, com os grupos de direita como Revoltados Online, VemPraRua e MBL, fazendo convocações com profissionalismo e muito dinheiro na produção de videos, cartazes e panfletos, além de intenso ativismo nas redes sociais, e para bancar estruturas milionárias nos atos promovidos pelos criadores dos coxinhas. Em muitos momentos, a convocação para os atos apresentava esses grupos e as mobilizações como sendo apartidárias, até mesmo apolíticas, mas os alvos foram se tornando cada vez mais claros e o PT e o governo da presidenta Dilma se tornaram os inimigos preferenciais, a despeito das palavras de ordem que diziam rejeitar “tudo que está aí”. Foi assim que esses movimentos foram preparando o ambiente para que o impeachment da presidenta Dilma parecesse legitimo, natural, com ‘apoio popular’. Essa turma ‘sem partido’ na realidade transformou-se em ‘somos todos Cunha’ e tratou de diabolizar as esquerdas, como as responsáveis pelos males que supostamente assolavam o país. Esses movimentos de coxinhas, como ficaram carimbados os participantes, que acamparam na Paulista em frente à Federação das Industrias de São Paulo (Fiesp), com direito a Filé Mignon pago pela Federação golpista, registraram dezenas, talvez centenas, de atividades contra o PT e contra as esquerdas em geral, tidas como traidoras do país, corruptas, um câncer a ser extirpado. Esse
é o motivo de caracterizarem-se como patriotas, nacionalistas, adotando as camisas da CBF e sinalizando para as Forças Armadas. Os panelaços nas áreas nobres das capitais do pais deixam claro a que interesses respondem. Com todo apoio da imprensa golpista, foram muitos os coxinhatos realizados, todos visando a justificar o golpe, que teve seu ápice quando a presidenta legitimamente eleita foi afastada pela Câmara dos Deputados num dos mais macabros shows de horrores que o Congresso Nacional já
redistribuição de renda, da legislação trabalhista e de todas as garantias que o trabalhador conquistou ao longo de décadas, pelo sucateamento do sistema de saúde e de educação, da cultura e da ciência. Do mesmo modo, os atos do dia 29 de setembro, marcados nas redes sociais pela, agora já famosa, hashtag #EleNão, não têm nada de movimento popular. Trata-se de um movimento de opinião e os atos dele decorrente não são, tampouco, espontâneos, muito menos apartidários. Está claro que o movimento pretende influenciar as
produziu em seus mais de 180 anos de existência. Eles continuaram até que a presidenta foi afastada em definitivo pelo Senado Federal e, embora enfraquecidos, ainda foram usados para apoiar a perseguição ao ex-presidente Lula. Os coxinhatos, não nos iludamos, sempre foram realizados em benefício da direita, em particular o PSDB. Os coxinhatos, que nada tinham de ‘popular’, mobilizaram paneleiros e patos da Fiesp contra a presidenta Dilma e seu partido, o PT, apoiaram o bandido Eduardo Cunha, exaltaram o rei da propina Aécio Neves, deram publico para a Lava Jato (um filme foi produzido para que a narrativa de criminalização das esquerdas, e do ex-presidente Lula em especial, fosse fixada e replicada em larga escala antes das eleições). Eles levaram ao poder o entreguista Michel Temer e são responsáveis, portanto, pela destruição de praticamente todas as políticas publicas com viés social e de
eleições. Mas isso não se dá exatamente da forma como se quer deixar transparecer. Se o alvo é o fascista Eduardo Bolsonaro e seu vice, o tosco General Mourão, a pergunta que não foi feita é a seguinte: para onde iriam, se é que o movimento conseguirá influenciar eleitores do Bolsonaro, os votos hoje declarados ao representante do ódio, da misoginia, do desprezo pelos pobres? serão direcionados para quem? Vejam que é sintomático que, quase simultaneamente, o tempo em que as Mulheres Contra Bolsonaro se lança como um ‘movimento’, outros aproveitam o momento para exaltar a democracia. É o caso do Democracia Sim, mais uma iniciativa do ativista, que se apresenta também como cientista político, Ricardo Borges Martins. É bom ressaltar que todas as iniciativas do sr. Martins apontam para ‘alternativas’ contra o que hoje está aí: Nova Democracia, Virada Política, Eu Voto Distrital, Minha Sampa, Pacto Pela De-
mocracia, Movimento pela Transparência Partidária, Advocacy Hub, entre outras, com cara de classe média, para a classe média, linguagem importada, sem nunca deixar claro como são financiadas/sustentadas (embora muitas se vinculem a empresas das quais os membros são sócios). Depois de destruírem o país com um golpe, de criarem o Bolsonaro como uma alternativa para o país, agregando a ele o máximo de componentes fascistas, disseminarem ódio, colocar em curso ações de lawfare contra os adversários políticos, promoverem o desmonte da legislação trabalhista, a entrega de empresas estatais, o sucateamento da Petrobrás, o desmonte da indústria nacional, o desemprego, golpistas do quilate de Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso, e até um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, Miguel Reale Jr., juntam-se para apoiar as iniciativas contra Bolsonaro. Quando a imprensa, em especial o que é produzido pela Globo e pelo Estado de São Paulo, dois dos mais descaradamente golpistas, começam a apoiar esses ‘movimentos’, dar-lhes visibilidade, produzir editorais em defesa da democracia, temos que olhar com desconfiança. As esquerdas têm obrigação de questionar o que motiva esse apoio e se colocar de pronto do outro lado. Há grande possibilidade de os atos do dia 29 de setembro serem transformados em verdadeiros coxinhatos, totalmente apropriados pela direita. A verdade é que a direita está agindo para desviar o voto antipetista, representado pelos eleitores de Bolsonaro, para um candidato seu. Esse é o motivo do apoio do PSDB, ou de tucanos graúdos. Nos coxinhatos contra Dilma e pró-impeachment, a denuncia do golpe teve sucesso em separar a esquerda da direita, mostrando claramente o que estava em jogo, quais interesses estavam em cena. Agora, eles estão conseguindo arrastar setores da esquerda, mobilizando um grande numero de ‘progressistas’, jogando sombra sobre o golpe. Enquanto isso, Lula continua preso, sem direito a sequer votar, e o antipetismo continua a ser alimentado pela mesma imprensa golpista que faz propaganda dos ‘novos’ movimentos pro-democracia e antifascista. Para essa imprensa, democracia significa excluir o PT das eleições junto com Bolsonaro.
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DIA 29
5 motivos para não ir ao ato #elenão dia 29 N
o próximo dia 29, deverão ocorrer atos em todo o país contra o candidato do PSL Jair Bolsonaro. Embora Bolsonaro seja uma figura repugnante da política nacional e desempenha um papel importante para a organização da extrema-direita brasileira, os protestos não estão a serviço de um enfrentamento real com o fascismo. O surgimento desses atos a uma semana antes das eleições presidenciais, sem ter sido convocado por uma entidade conhecida e sem corresponder a uma tendência de luta do movimento operário é, sem dúvidas, uma manobra eleitoral. O Partido da Causa Operária, reconhecido nacionalmente como o partido da luta contra o golpe, não irá participar dos atos antibolsonaristas do dia 29 e os denuncia como parte da fraude eleitoral. Confira abaixo cinco motivos para não participar dos atos do dia 29: 1. O ATO ESTÁ SENDO CHAMADO PELA DIREITA A ideia de convocar atos em todo o Brasil contra Bolsonaro não veio de uma assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, tampouco foi anunciada pela Central Única dos Trabalhadores ou proposta pela Frente Brasil Popular. A hashtag #EleNão, que ajudou a disseminar a campanha antibolsonarista, começou a aparecer nas redes sociais aos milhares, embora ninguém saiba de onde surgiu tal expressão. Várias páginas no Facebook foram criadas para dar vazão à campanha contra Bolsonaro, principalmente relacionadas às mulheres. Tais páginas atingiram centenas de curtidas rapidamente, mesmo sem ter nenhuma organização popular por trás.
Essas propagandas “misteriosas”, sem uma origem definida, que atingem um grande público de maneira veloz e que se dizem “apartidárias” são sempre atividades fabricadas pela direita. Afinal, apenas a direita detém um aparato gigantesco de imprensa e tem dinheiro suficiente para impulsionar um movimento artificial. Além disso, várias figuras da direita nacional e internacional estão convocando o ato. A lista vai desde Geraldo Alckmin e a Rede Globo até Bill Clinton e a revista The Economist. 2. QUEREM JUNTAR DIREITA E ESQUERDA E FINGIR QUE NÃO HOUVE UM GOLPE NO PAÍS A imprensa burguesa já demonstrou, inúmeras vezes, sua aversão à polarização política. O deslocamento cada vez mais profundo das massas à esquerda, pressionadas pela política arrasadora do neoliberalismo, é inevitável e aterroriza a burguesia, que oscila entre combater a esquerda por meio das milícias fascistas e empreender manobras para evitar que a revolta contra o regime se generalize. Embora a polarização seja provocada pela própria burguesia, a imprensa costuma esconder os aspectos econômicos que motivam tal fenômeno. Para os “intelectuais” da direita, a polarização seria consequência de um fanatismo abstrato, um mero problema de opiniões divergentes, e que o fim da polarização seria a condição necessária para o desenvolvimento do país. A tentativa da burguesia de unificar a direita e a esquerda, “coxinhas e mortadelas”, de “pacificar o país” é um verdadeiro crime contra os trabalhadores. A
Dia 29, ato da Globo: Presidente da Som Livre defende #EleNão na premiação do Multishow
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caráter direitista do ato do dia 29 e da campanha “#elenão“, em nome de uma suposta defesa das mulheres contra o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, fica cada vez mais evidente com o apoio aberto e declarado que tal campanha vem recebendo de setores da própria direita, os mesmos que já vinham dando impulso a esse movimento. A estratégia tem objetivos eleitorais e visa consolidar a vitoria dos setores mais abertamente golpistas ligados diretamente ao imperialismo nas eleições desse ano. Para tanto, utilizam o candidato da extrema direita, Bolsonaro, como um espantalho, um monstro horrível que precisa ser derrotado a qualquer custo em nome da democracia. Quem comanda essa campanha, no entanto, são aqueles que ha dois anos deram um golpe de estado no pais e derrubaram a primeira mulher eleita presidenta, Dilma Rousseff. Isso ficou evidente na propaganda publicitaria do PSDB dessa ultima terca-feira, 25. Em seu programa eleitoral, o candida-
to tucano, Geraldo Alckmin, aparece aderindo ao movimento “#elenão“, faz demagogia barata se colocando em defesa das mulheres e dos negros, logo ele, Alckmin, que comanda uma das policias mais fascistas do pais, que a cada ano massacra milhares de jovens negros nas periferias das cidades do estado, que impôs, durante os mais de 20 anos de PSDB em São Paulo, um governo de terra arrasada, de destruição da saúde, da educação, sucateando escolas e atacando duramente a categoria dos professores, uma categoria majoritariamente feminina. Alckmin que se coloca ao lado dos pobres, contra o fascista Bolsonaro, foi também, junto ao seu partido, responsável pelos mais sanguinários massacres contra a população pobre e trabalhadora nos últimos anos no pais, haja vista a brutal repressão no Pinheirinho em 2012, e a política de terror levada a cabo por outro tucano, Joao Doria contra a população pobre na capital do estado. Ou seja, o movimento contra Bolsonaro nao passa da mais pura ma-
unificação em questão é a subordinação completa dps trabalhadores à burguesia – é um pacto de colaboração para enfrentar o “inimigo comum” Bolsonaro. Bolsonaro não deu o golpe de Estado sozinho, mas foi apenas uma pequena parte de todo o plano. Quem orquestrou o golpe de Estado e o colocou em prática foi o imperialismo e seus principais representantes – Alckmin, Rede Globo, FIESP etc. – estão apoiando o #EleNão. Ir para o ato é, portanto, fingir que não houve golpe e andar de mãos dadas com a Reforma Trabalhista, a PEC do Teto e tantos outros ataques. 3. QUEM CRIOU BOLSONARO É QUEM ESTÁ CHAMANDO OS ATOS Bolsonaro é conhecido há décadas como uma máquina de produzir discursos bárbaros. Mulheres, negros e a periferia fluminense já receberam dezenas de ameaças do deputado fascistoide. No entanto, a direita nunca fez nenhuma campanha contra o deputado. Bolsonaro, que disse que só não estuprava uma mulher porque ela “não merecia”, foi propositalmente negligenciado pela imprensa burguesa, enquanto Lula, condenado sem provas, foi taxado de “comandante supremo” da corrupção. A burguesia sempre foi conivente com as atrocidades de Bolsonaro porque ele é útil para o Regime Político. Afinal, toda vez que a burguesia estiver perto de perder o controle da situação e precisar conter a esquerda pela força, os “cachorros loucos” da extrema-direita terão plena liberdade para atacar todo mundo. Bolsonaro não é inimigo da burguesia – e, portanto, jamais poderia ser um inimigo em comum. A investida contra o candidato fascistoide se trata apenas de nobra eleitoral organizada pelos donos do golpe a favor de seu candidato predileto. Como dissemos, a cada dia o caráter direitista da campanha fica mais evidente. Depois do PSDB expor o que já era denunciado, a sua participação na direção do movimento“#elenão“, foi a vez da própria rede Globo, umas das principais organizações golpistas do pais, também deixar evidente que a campanha “#elenão“ esta sob sua direção. Durante a premiação Multishow nessa terça, Marcelo Soares, o presidente da Som Livre, uma empresa ligada diretamente a Globo, se colocou a favor da campanha contra Bolsonaro, enquanto defendia a cantora Marília Mendonça. Esta não teria participado do evento por supostamente estar recebendo uma serie de ameaças nas redes sociais de pessoas ligadas a Bolsonaro, por justamente ter se colocado a favor da campanha“#elenão“. Falando, como não poderia deixar de ser, em nome das mulheres, o presidente da Som Livre denunciou o ódio e as ameaças contra a cantora. Um cinismo e uma hipocrisia descarada. Não ha uma organização mais inimiga das
uma maneira de a burguesia manter o controle sobre a extrema-direita. 4. MOBILIZAÇÃO ELEITORAL DO PSDB NÃO DERROTA O FASCISMO Os atos do dia 29 são apenas uma mobilização eleitoral, não uma mobilização revolucionária contra o fascismo. O movimento antibolsonarista conta apenas com notas de repúdio e uma propaganda difusa, sem nenhuma reivindicação específica. A única forma de combater o fascismo é através da mobilização dos setores mais progressistas da sociedade, isto é, a classe operária. Apenas a luta contra o golpe, levada até as últimas consequências, fará com que a extrema-direita recue. Enquanto os trabalhadores não são chamados a ir para as ruas enfrentar a direita, a farofada antibolsonarista não passará de uma mobilização direitista comandada pelo PSDB. 5. OS ATOS SÓ BENEFICIAM A DIREITA O interesse aparentemente repentino do imperialismo em desgastar Bolsonaro eleitoralmente não é, obviamente, à toa. A pouco mais de uma semana antes das eleições, a burguesia iniciou uma necessária manobra para eleger seu candidato à presidência da República: Geraldo Alckmin. Como o PSDB está muito associado ao governo golpista e Alckmin já teve a oportunidade de se mostrar mais de uma vez como um dos mais cruéis governadores de São Paulo, a direita tem usado Bolsonaro como uma espécie de “espantalho”. A tática, que não é nada original, é, na verdade, bastante simples: consiste em aterrorizar toda a população com a ideia de que o “monstro” Bolsonaro ganharia eleições para que todos sejam levados a votar no PSDB. mulheres no pais do que a rede Globo. A Globo, junto com seus lacaios golpistas organizaram uma das campanhas mais sórdidas, violenta e nefasta contra a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Vale lembrar que a corja bolsonarista que hoje late contra as mulheres e obra da própria rede Globo e de sua campanha de ataque calunioso contra Dilma Rousseff. A Globo também, assim como o PSDB, e a favor da política de terra arrasada dos golpistas, da retirada de todos os direitos da população e do corte integral de qualquer investimento nas áreas sociais, um dos setores que estão sendo e serão ainda mais afetados por essa política e logicamente as mulheres. Nesse sentido o ato do dia 29 e um ato da direita dos donos do golpe, que buscam manipular uma parcela da esquerda em prol dos seus próprios interesses. E preciso afirmar que o ato dia 29 e um ato da Globo, do PSDB, dos banqueiros, dos monopólios internacionais, ou seja, dos piores inimigos do povo brasileiro, inimigos históricos do pais, muito mais violentos e monstruosos do que Bolsonaro, o qual, perto deles, parece um cachorrinho de madame.
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PREPARANDO PARA PRIVATIZAR
7 pessoas que mostram que não dá pra apoiar o #elenão S
e tívessemos que definir as eleições na história do Brasil em poucas palavras, nada melhor do que a afirmativa “cartas marcadas”. Em geral, a burguesia sempre teve o propósito de apresentar as eleições como uma espécie de panacéia que vai curar todos os males do país, para ao final de cada período eleitoral promover mais e mais ataques ao conjunto da população explorada. Passados dois ou quatro anos, o circo de horrores novamente se instala e aqueles mesmos politicos ou seus afins, que se elegeram sob a base de uma grande manipulação, voltam ao picadeiro com as mesmas promessas requentadas. Mais como a burguesia detém o poder, particularmente os meios de comunicação, tem a capacidade de sempre se superar. E as atuais eleições sob o golpe de estado, é o exemplo de como a manipulação não tem limites. A grande burguesia nacional associada ao imperialismo norte-americano colocou sob suas asas todo o Estado Nacional: Forças Armadas, Poderes da República, meios de comunicação, Polícia Federal, etc., etc., derrubou a presidenta Dilma em uma das farsas mais grotescas da nossa história, perseguiu o PT, condenou e depois prendeu seu principal dirigente em um processo hediodamente fraudulento, cassou a sua candidatura… enfim, transformou as eleições numa gigantesca fraude, para ao fim e ao cabo ver a eleição polarizada entre dois candidatos que não são o que
almejava. Como todo golpe sempre abre as portas para novos golpes, inciaram uma operação de esvaziamento das candidaturas de Bolsonaro e Haddad na expectativa de ver alavancado o seu candidato que dará prosseguimento à destruição do país. Além de várias manobras que estão em curso, como o cancelamento de mais de 3 milhões de títulos de potenciais eleitores de Lula, a cartada central da manipulação é o ato programado para o próximo dia 29 em várias cidades do país intitulado “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, originado de um grupo no Facebook de mesmo nome e que recebeu bastante destaque da imprensa golpista. Bolsonaro, o cão raivoso impulsionado pela Globo contra o PT e a esquerda, se transformou no espantalho das eleições. Além do fato de não ser uma figura do staff do golpe, é um elemento absolutamente repudiado pela esmagadora maioria da população brasileira e em particular pelas mulheres. Em outras palavras, é um ato dos donos do golpe, do PSDB. Eles visam transofmrar o ato numa política de conciliação entre “coxinhas” e “mortadelas” e apontar o caminho da unidade em torno do verdadeiro instrumento de implementação do golpe. Não é por outro motivo, que figuras de proa da campanha pelo golpe, pelo impeachment de Dilma, pela condenação e prisão de Lula estão na linha de frente, como as “sumidades” abaixo.
Miguel Reale Júnior: figura de proa do PSDB, foi ministro da Justiça de FHC. Um dos artífices do impeachment de Dilma. Sheherazade: jornalista do SBT e da Jovem Pan, se notabilizou pelos ataques contra o PT e a presidenta Dilma durante o processo de impeachment. Defendeu Bolsonaro diante do ataque feito à deputada do PT, Maria do Rosário, vinculando notícia falsa de sites da direita contra a Rosário. Arnaldo Jabor: comentarista da Rede Globo tem como principal tarefa produzir textos contra a esquerda em geral e contra o PT e seus dirigentes. Defensor do golpe e da operação lava-jato. Geraldo Alckmin: o candidato do golpe. É na prática o que Bolsonaro é em discurso. Membro da Opus Dei, ordem religiosa de extrema-direita li-
gada à ditatura fascista de Francisco Franco na Espanha. Bill Cllinton: ex-presidente dos EUA. É o representante do imperialismo norte-americano. Impulsiona, junto com sua esposa e candidata derrotada nas últimas eleições os movimentos feministas de direita nos Estados Unidos. Ana Amélia: candidata a vice na chapa de Alckmin. É conhecida na planilha de propinas da Odebrecht por “véia”. Apoiada pelos latifundiários do Rio Grande do Sul, apoiou os atentados contra a caravana de Lula naquele estado. Globo: principal instrumento de propaganda do golpe de Estado no Brasil, com a operação lava-jato. Fez campanha sistemática pela condenação, prisão e banimento de Lula das eleições. É uma sucursal do imperialismo norte-americano no Brasil.
ATAQUE A MILITANTE DO PSOL
ATAQUE FASCISTA NA FAAP
O fascismo não se combate com #EleNão N
Direitistas picharam sala de aula com mensagens de apoio a Bolsonaro A
a ultima segunda-feira, uma militante do PSOL, Maria Tuca, foi agredida por homens armados no Rio de Janeiro. A militante e uma das organizadoras do movimento Mulheres Contra Bolsonaro no Rio de Janeiro. De acordo com o partido, Maria Tuca teria sido atacada por homens armados que saíram de um carro, os homens a agrediram com coronhadas. O ataque a militante do PSOL demonstra que não e possível combater o fascismo por meio das eleições. Nas ultimas semanas as ilusões eleitorais da esquerda estão sendo manipuladas pela direita em prol de seus próprios objetivos. Exemplo claro disso e a campanha contra o candidato fascista Jair Bolsonaro com a palavra de ordem #elenão, a qual visa impedir que Bolsonaro ganhe as eleições . Os setores mais diretamente golpistas estão utilizando da confusão desse movimento eleitoral para impulsionar o seu candidato favorito, Geraldo Alckmin,
contra o monstro fascista Bolsonaro. Vale lembrar que Alckmin e tao ou ate mais fascista que Bolsonaro, haja vista a política de repressão e de terra arrasada de seu governo no estado de São Paulo. Por outro lado, a única forma de se impor uma derrota ao fascismo e por meio da mobilização nas ruas, dos trabalhadores e suas organizações. A ideia de que a luta central e entre fascismo e democracia somente serve para encobrir o real conflito que existe na sociedade, que o conflito de classe. Nesse sentido e necessário denunciar o golpe de estado, a manipulação e a fraude nas eleições, a qual impediu de maneira arbitraria a participação do ex-presidente Lula, e chamar a população a se mobilizar pela derrota de todos os golpistas.
instituição de ensino superior Fundação Álvares Penteado (FAAP) teve uma de sua salas, utilizadas por estudantes de cursos da área de Comunicação, vandalizada por fascistas apoiadores de Bolsonaro. O ou os fascistas, muito provavelmente estudantes da instituição, entraram no local destruíram cartazes e outros materiais além de picharam frases como “Ustra Herói brasileiros”, “Higienização contra gays” e “Ele sim”, em referência ao candidato fascista Jair Bolsonaro. Os trabalhos dos estudantes estavam expostos na sala em que ocorria a disciplina de criatividade, onde estudantes realizavam trabalhos artísticos com total liberdade. Segundo estudantes que encontraram os trabalhos destruídos, apenas alguns que manifestavam algum posicionamento político e ideológico mais progressista foram alvos do ataque fascista. A FAAP é uma instituição que atende principalmente a classe média alta e a própria burguesia de São Paulo, o
ataque fascista mostra que cresce essa ideologia, os estudantes, a classe operária, o movimento popular tem que se organizar para derrotar o fascismo nas ruas, antes que este tome uma proporção ainda maior. A direção da Fundação não irá se manifestar até concluir as investigações sobre o caso.
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SUPREMA CORTE GOLPISTA
STF impede mais de 3 milhões de pessoas de votar O
s ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram nesta quarta-feira (26) manter cancelados mais de 3,4 milhões de títulos de eleitores de todo País, com destaque principalmente para as regiões norte e nordeste, que concentram a maioria dos títulos cancelados. Por um placar de 7 a 2, os ministros da Suprema Corte decidiram não dar o direito ao voto para os eleitores que não atualizaram os dados na Justiça Eleitoral, bem como também não realizaram o cadastramento biométrico. No nordeste, nada menos que 1,5 milhão de eleitores foram impedidos de escolher seus candidatos. A decisão se demonstra completamente motivada por fins políticos, visto que o nordeste concentra, proporcionalmente, o maior número de eleitores
do Partido dos Trabalhadores (PT), onde a organização tradicionalmente – e nestas eleições, segundo as próprias pesquisas da burguesia, isso é confirmado – obtêm uma maioria esmagadora dos votos em relação aos candidatos dos outros partidos, especialmente em nível federal. A decisão do STF versou sobre uma ação proposta pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) que almejava reverter o cancelamento dos títulos dos eleitores que não realizaram o recadastramento, ocorridos entre 2016 e 2018, ao menos para o segundo turno. Esse é mais um violento ataque aos direitos democráticos do povo, como o voto, que é uma conquista da classe trabalhadora. O golpe tem retirado os mais elementares direitos da população e não é nas urnas que isso será
revertido, como acaba de ser novamente comprovado por essa decisão do STF. Somente nas ruas, com uma direção das organizações de esquerda, poderemos derrotar o golpe e lu-
ELEITOR DE LULA NEM VOTAR PODE
26 de setembro de 1960
3,4 mi de títulos são cancelados, maioria no Nordeste
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou na segunda (24) que cancelou nada menos que 3,4 milhões de títulos de eleitor sob a justificativa de não comparecimento ao cadastro biométrico – realizado desde 2016. Quase metade dos eleitores impedidos de votar pela decisão arbitrária são do Nordeste – região que tradicionalmente vota na esquerda e em Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) por 7 votos a 2 na quarta (26). Conforme previsto nas análises do PCO desde 2016, os golpistas manipulam e controlam as eleições de todas as maneiras à sua disposição. O principal candidato, Lula, está encarcerado numa masmorra da Lava-Jato em Curitiba, isolado, impedido de concorrer, de dar entrevistas e de ter seu nome sequer citado na campanha eleitoral do PT. Diversas candidaturas de esquerda – como as do PCO – vêm sofrendo uma saraivada de processos de impugnação por motivos fúteis, aceitos incondicionalmente pelos Tribunais Regionais. A regulamentação eleitoral impede todo tipo de propaganda popular: faixas, bandeiras, carros de som: tudo vetado nos escassos 45 dias de campanha que restaram após a reforma golpista na legislação da área. A imprensa se mantém firme em sua campanha pela direita: para a direita, todo espaço e toda cobertura possíveis; para a esquerda, o boicote, as notícias falsas, a calúnia. Evidentemente, o cancelamento dos títulos dos nordestinos é uma ação visando a reduzir a votação na esquerda justamente onde ela é mais forte. O cadastramento biométrico é difícil em regiões remotas, com população pobre – justamente aqueles que lograram sair da pobreza durante os governos do Partido dos Trabalhadores. A maior parte dessa população está
no Nordeste: região tradicionalmente vilipendiada tanto pelo coronelismo local quanto pelo imperialismo. Assim como no caso das impugnações das candidaturas de Lula e do PCO, trata-se do uso de um expediente jurídico-burocrático com finalidades políticas. Uma manobra arbitrária quanto tantas outras de que a burguesia lança mão para manipular as eleições: uma arte que dominam há décadas e hoje, como em todo regime golpista, é levada ao extremo. O TSE informou que na verdade o cancelamento de títulos poderia atingir a casa dos 5,6 milhões de eleitores em 1.248 municípios de 22 estados. Seria 10% do eleitorado de esquerda. Rosa Weber, presidente do Tribunal, já avisa de antemão o viés da manobra. Segundo a Ministra – uma das que apoiou o avanço do golpe em vários momentos, como na negação do habeas corpus de Lula: “À luz das informações prestadas pelas áreas técnicas deste tribunal superior, eventual suspensão das normas autorizadoras do cancelamento dos títulos eleitorais implicará o comprometimento do calendário eleitoral, fora elevados custos exigidos para o refazimento das diversas etapas do pleito”. Um palavrório administrativo arrevesado para dizer que voltar atrás no cancelamento dos títulos atrapalharia a contabilidade eleitoral dos golpistas. É de se espantar que com tamanha perseguição e articulação dos golpistas, grupos da esquerda insistam em acreditar na via eleitoral como remédio para o brutal avanço do imperialismo sobre os direitos dos trabalhadores brasileiros. As eleições são completamente manipuladas pelos golpistas, que têm inclusive militares prepostos diretos do imperialismo empoleirados em algos cargos da República, como o general Sérgio Etchegoyen, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança
tar pelos direitos da população, como os do próprio presidente Lula, que está preso ilegalmente. A luta por sua liberdade é uma das principais funções da esquerda.
Institucional do Palácio do Planalto, ou o general Fernando Azevedo e Silva, assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Acresce que agora, por meio do movimento #EleNão, cria-se um falso movimento popular que luta contra o fascismo no campo das opiniões, destinado a transferir votos do nazista Jair Bolsonaro (PSL) para um candidato preferencial da burguesia – como Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) ou Ciro Gomes (PDT). Este último serve ainda para dividir votos da esquerda com o PT, tirando Fernando Haddad do segundo turno. Evidentemente, o fascismo só pode ser derrotado por meio da organização da autodefesa dos trabalhadores, por meio da ação, e não por meio de campanhas eleitorais. Esses indícios materiais tornam claro que não é possível superar o golpe pela via eleitoral, mas somente pela mudança na relação real de forças políticas: de um lado, os golpistas têm o mando de campo, com todas as instituições funcionando a seu favor. De outro lado, os trabalhadores contam com sua capacidade de mobilização e organização, e seus instrumentos tradicionais de luta. Por isso, nenhuma fé nas eleições. Nenhuma unidade com a direita em seus falsos movimentos de massa. O golpe e o fascismo só podem ser derrotados com o povo organizado nas ruas.
Primeiro discurso de Fidel Castro diante da Assembleia Geral da ONU, com críticas ao imperialismo norte-americano Com pouco mais de um ano do triunfo da Revolução Cubana, Fidel Castro faz seu primeiro discurso na assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 26 de setembro de 1960, Fidel afirmou: “Cuba já não recebe ordens da Embaixada dos Estados Unidos”. A delegação Cubana foi recebida com um misto de indignação e admiração pelos norte-americanos Os ataques contra o governo norte-americano foram vários: a lei de reforma agrária, que afetava diretamente os interesses do país imperialista, a sustentação da ditadura de Fulgêncio Batista pelo governo norte-americano, as sanções econômicas colocadas de pronto, a redução das importações de açúcar (chegando à suspensão mais tarde no ano), os ataques aéreos que vinham do território norte-americano e o isolamento imposto à Cuba foram alguns dos temas nos quais Fidel tocou. Disse que a América Latina deveria se desenvolver independentemente do capital e do controle estrangeiro, assim como Cuba fizera. Colocou que a política imperialista também destruía países na África e Ásia. O discurso que durou cerca de 4 horas e 29 minutos (uma das marcas de Fidel Castro eram os longos discursos e o discurso mais longo proferido na Assembleia da ONU até então) tocou em diversos tópicos do que Fidel chamou de agressão imperialista. Fidel foi aplaudido por delegações dos países comunistas e africanos. Em sua maioria, os delegados latino-americanos mantiveram-se em silêncio (obviamente pois estavam sob controle do imperialismo norte-americano). O Embaixador norte-americano na ONU, James Wadsworth, comentou que o líder cubano fizera somente acusações, já rechaçadas pelos EUA. A delegação cubana, enquanto nos Estados Unidos, ficou no bairro do Harlem, um conhecido bairro de maioria negra na cidade de Nova Iorque. Hospedado no Hotel Theresa, encontrou Malcolm X e com o poeta Langston Hughes.
NACIONAL E MOVIMENTOS| 7
ELEIÇÃO SEM VOTO
Lula, que deveria ser candidato, não pode nem ser eleitor A
avalanche de arbitrariedades e ilegalidades do regime político golpista parece não conhecer limites. O golpismo da justiça eleitoral nacional vem passando como como um trator sob o ordenamento jurídico formalmente estabelecido, ainda que saibamos que as leis e a constituição do país simplesmente deixaram de existir ou se tonaram letra morta. O que os tribunais e os juízes golpistas fizeram foi não só pisotear todo o ordenamento jurídico do país, mas não satisfeitos, criaram novas jurisprudências para atingir e perseguir dirigentes políticos ligados à esquerda. O caso do ex-presidente Lula é o mais emblemático e também escandaloso nesta escalada de arbitrariedades da famigerada justiça brasileira. Depois de perseguir, acusar, processar, condenar e encarcerar o ex-presidente em processos que hoje o universo jurídico do país e do mundo reconhecem como fraudulentos e persecutórios, a justiça eleitoral acaba de investir de forma ainda mais insidiosa, torpe e vil contra Lula. A defesa de Lula
solicitou à justiça eleitoral que garanta o elementar direito ao ex-presidente do exercício do voto, pois Lula ainda tem os seus direitos de cidadão assegurados (não se sabe até quando, é verdade) e não pode ser impedido de votar. No entanto, a justiça eleitoral respondeu dizendo que não pode instalar uma seção eleitoral na carceragem da Polícia Federal, alegando que seria necessário um mínimo de 20 eleitores nesta condição para não “comprometer a segurança e o sigilo do voto”. Desculpa super esfarrapada, pois o que há na verdade é um desejo de continuar perseguindo o ex-presidente que, a bem da verdade, deveria estar concorrendo ao cargo máximo do país, pois até ser cassado pelos juízes golpistas, liderava as intenções de voto em todos as pesquisas de opinião do eleitorado, com a vitória assegurada ainda no primeiro turno. No mandado de segurança impetrado pelo escritório de advogados que cuidam da questão, a petição reivindica da justiça que “Lula pleiteia uni-
dirigidas particularmente contra aos trabalhadores, os partidos de esquerda, as organizações de luta das massas e os movimentos populares. O imperialismo e a burguesia buscam descarregar sobre as massas o ônus da monumental crise do capitalismo, etapa esta de destruição das economias, da apropriação predatória dos ativos dos países dependentes e de um ataque em regra às condições de vida das massas.
DENÚNCIA
NEGROS
Juíza que mandou prender advogada negra é inocentada O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro inocentou a juíza leiga Ethel Tavares de Vasconcelos, que mandou algemar e prender uma advogada, Valéria Lúcia dos Santos, em pleno exercício da advocacia, o que é absolutamente ilegal,(relembre o caso). Segundo o Desembargador Joaquim de Almeida Neto, que julgou o caso, não só não houve qualquer abuso de autoridade por parte da juíza leiga, como sua ação foi correta, uma vez que a advogada é que se jogou no chão e precisou ser algemada momentaneamente para sua própria segurança e da juíza. Se o caso de racismo cometido pela juíza leiga contra uma advogada negra é aterrador, também a sentença do desembargador o é. O Desembargador desprezou as acusações de advogada agredida, segundo ele a versão da advogada de que teria levado uma rasteira, ter sido agredida e ter as mãos colocadas para trás pela Polícia não correspondem às provas. O vídeo que correu o país e mundo da advogada algemada e obrigada a ficar sentada no chão também, para o togado, não correspondem às provas e desprezou o vídeos. Que provas seriam estas, evidentemente que a versão juíza leiga. O Judiciário brasileiro, é esse caso um exemplo, nem mesmo disfarça ou dissimula o seu espírito racista e anti-democrático, antes reafirma-o diariamente e em todas as infâncias. O ato da juíza leiga constitui um crime de acordo com legislação Federal (Súmula Vinculante 11 do Supremo Tribunal
camente o que ainda resta a ele: seu singelíssimo direito a voto na condição de preso provisório” (FSP, 25/09). Ainda segundo a defesa, “Lula corre o risco de lesão permanente a seu direito constitucional ao voto” (idem, 25/09). O regime golpista brasileiro está em frangalhos e nada mais resta de constitucionalidade e legalidade. O golpe de estado de 2016 escancarou as portas para todas as mais absurdas e escandalosas arbitrariedades,
Federal). Um advogado não pode ser preso no exercício de sua prerrogativas, salvo em caso de crime inafiançável, o que não era, absolutamente, o caso, e ainda menos por reivindicar um direito seu e de seu cliente. Mas tratando-se de uma mulher negra, o crime cometido pela juíza se esvai aos olhos do Poder Judiciário brasileiro, já que os direitos democráticos não valem para o povo negro, que é oprimido no interior e pelo Estado nacional. Ganha, o crime, na realidade, para os racistas e fascistas togados e para a burguesia em geral a quem eles servem, um valor positivo, disciplinador. É evidente que ação da juíza foi motivada não só pelo seu racismo subjetivo, mas corresponde ao modus operandi e a essência deste poder, tal como é hoje, que é o estabelecimento de um regime de perseguição e terror permanentes contra a população negra e os pobres no país. A sentença igualmente criminosa e cínica do Desembargador, que praticamente afirma que a responsabilidade por ter sido algemada e presa é da própria advogada e, portanto não existiu crime, bem comprova o dito acima. Mais uma vez o judiciais diz a plenos pulmões: no judiciários o lugar dos negros é exclusivamente no banco dos réus. O judiciário é inimigo povo negro e das massas oprimidas e exploradas do país e enquanto existir tal como é, os direitos democráticos do povo negro o dos Trabalhadores não terão vigência.
Frigorifico Bel Cook: trabalhadores ficam sem fundo de Garantia
L
ocalizado na Vila Alpina, em São Paulo, bairro próximo, o frigorifico que produz hambúrgueres, linguiça, entre outros produtos, bem como, cortes de carne, foi denunciado por seus funcionários por várias irregularidades. O Frigorifico não tem Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); Os trabalhadores, não têm o intervalo térmico, mais conhecido como horário de esquenta, que consiste em o operário em câmara fria trabalhe 1h40 e descanse 20 minutos; Os trabalhadores em do Bel Cook têm direito ao adicional de insalubridade, o grau correspondente à insalubridade dos frigoríficos é o médio, de 20%, o que corresponde a R$ 190,80,
no entanto os patrões não respeitam a norma da Consolidação da Legislação do Trabalho (CLT). Os trabalhadores denunciaram também, que os patrões desse frigorífico não depositam o valor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS), ou seja, os trabalhadores, ao tirar o extrato de suas contas vinculadas verificaram que, há muito tempo não se deposita um único centavo lá. O Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias de Carne, Derivados e do Frio no Estado de São Paulo estará, na próxima semana se reunindo com os trabalhadores, na próxima semana para discutir sobre as denuncias e exigir a imediata regularização da situação dentro do Bel Cook.
8 |MOVIMENTOS E INTERNACIONAL
POLÍTICA DOS BANQUEIROS GOLPISTAS
A política da direita golpista: banqueiros demitem em massa D
ados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revela a política dos banqueiros e seus governos golpistas de demissão em massa de trabalhadores bancários. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgou nesta semana, estudos com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED. O levantamento mostra a política de ataques dos banqueiros à categoria bancária de demissões em massa. Nesses oito meses de 2018, entre janeiro e agosto foram jogados no olho da rua 21.960 trabalhadores.
Esses números não deixam dúvidas em relação à política de terra arrasada dos banqueiros golpistas, contra a categoria de trabalhadores bancários, para garantirem e aumentarem os seus já fabulosos lucros. Já no ano de 2017 os números também foram alarmantes chegando a mais de 35 mil demissões. Além das demissões em massa, o estudo revela uma prática comum dos banqueiros sanguessugas de demitirem trabalhadores mais antigos que têm uma renda um pouco mais elevada para contratar outro com salário bem menores. Segundo o mesmo levantamento, no caso dos bancos múl-
CORREIOS Golpistas cortaram o direito do povo receber correspondência diária
O
s golpistas dos Correios, a fim de sucatear os serviços postais, criaram o DDA (Distribuição Domiciliar Alternada), que regulamenta o fim da entrega diária de correspondências no Brasil. Ou seja, ao mesmo tempo em que a direção golpista reclama que os Correios está dando prejuízo, por isso tem que privatizar, eles se esforçam para pioriar os serviços. Ao invés de contratar mais trabalhadores, os golpistas inventaram um meio dos carteiros trabalharem mais,
responsabilizar por distribuição de cartas em mais casas, mas retirando o direito do usuário dos Correios de receber carta todos os dias. Esse medida mostra que o argumento dos golpistas de que os Correios dá prejuízo é falso, e que na verdade é todo um plano para desmontar uma empresa lucrativa e do povo brasileiro, para entregar o patrimônio para os grandes capitalistas e retirar direitos constitucionais do povo, como por exemplo, o direito à comunicação postal.
tiplos com carteira comercial (Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil), o salário médio dos demitidos é de R$ 6.469,21 enquanto o salário médio dos admitidos é de R$ 4.243,55, sem falar das desigualdades de salários entre homens e mulheres, sendo que elas recebem o valor correspondente a 72,2% da remuneração média dos homens. Esses dados impressionantes é a demonstração do aumento da exploração dos banqueiros à categoria bancária. Somente a luta dos trabalhadores poderá barrar a ofensiva dos banqueiros. É necessário organizar uma luta feroz contra a política de
terra arrasada da direita golpista contra os bancários.
Presidente cubano denuncia prisão política de Lula na ONU
O
Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, denunciou em sua estreia na Assembleia Geral da ONU em Nova York, nesta quarta-feira (26), a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como política, para impedir que o povo eleja o maior líder popular do Brasil. “Denunciamos o encarceramento com fins políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a decisão de impedir ao povo votar e eleger para a Presidência o líder mais popular do Brasil”, disse Díaz-Canel.
O presidente cubano também denunciou a tentativa de golpe para derrubar o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que desde abril enfrenta manifestações golpistas da direita, semelhantes às que ajudaram derrubar Dilma no Brasil. Da mesma forma, manifestou o apoio incondicional de Cuba à Venezuela, que vem sendo vítima de uma pressão imperialista sem precedentes na América do Sul, inclusive com planos de invasão do país governado por Nicolás Maduro.
INTERNACIONAL
Trump ataca o Irã na ONU, enquanto União Europeia não participa das sanções econômicas
A
assembleia geral da ONU mal começou e já reflete a crise internacional que está se agravando. Os insultos trocados pelo presidente, ultra-reacionário, dos Estados-Unidos, Donald Trump, e o 7° presidente do Irã, Hassan Rohani, refletem essa situação. A briga entre estes 2 países vem tomando proporções extraordinárias, inclusive revelando a crise dentro do próprio imperialismo. Segunda-feira (24/09) foi anunciado pela imprensa de que a União Européia (UE), a Rússia, a China e o Irã estavam iniciando um esquema para burlar as sanções impostas pelos Estados Unidos, de Donald Trump, que representa um setor frágil do imperialismo norte-americano. A proposta é de passar por cima das transações com o dólar americano e criar uma câmara de compensação para usar o próprio petróleo como maneira de realizar trocas. Quer dizer, a UE, controlada pelos principais países imperialistas, como França, Alemanha, Inglaterra, junto com os principais países em desenvolvimento no planeta, China e Rússia, estão passando por cima de uma das decisões do próprio Estados-Unidos, desmascarando a imensa crise vivida pelo imperialismo norte-americano. O fato de a Rússia e a China estarem arrumando um jeito de se relacionarem com o Irã não é novi-
dade, mas o fato de o imperialismo não achar uma unidade para a questão do Irã é que revela o tamanho do problema. De fato, o que acontece é que o próprio imperialismo norte-americano – ou melhor, seu setor mais forte, que lançou Hillary Clinton como candidata contra o Trump – está contra a política de sanções contra o país do Oriente Médio, já que consideram que diante das dificuldades que têm enfrentado é melhor manter o acordo nuclear do Irã, estabelecido em 2015, que em si já é uma maneira de atacar a soberania iraniana, já que reduz a capacidade de geração nuclear do país. O governo Trump não consegue manter estabilidade. É um governo em crise, já que sua política não é a defendida pela principal ala do imperialismo. Nesse sentido, se assemelha a um eventual governo de Jair Bolsonaro no Brasil – um governo que seria extremamente frágil e não teria apoio do capital financeiro, como vem demonstrado a imprensa deste setor que está levando a campanha do #EleNão, em apoio ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), a crise do governo Trump ficou ainda mais clara. Depois de haver fortalecido sua opinião de que eram necessárias sanções contra o país islâmico e feito diversos ataques contra
o país, chamando o regime iraniano de “ditadura corrupta que semeia o caos, a morte e a destruição”, o presidente do país que mais assassinou, casou crises e destruiu povos no mundo foi respondido com a crítica de diversos líderes internacionais, de países oprimidos, mas também de países imperialistas. O presidente francês, Emmanuel Macron, um importante representante do imperialismo mundial, o Geraldo Alckmin da França, responsável pela invasão e destruição da Síria e a morte de diversos árabes no Oriente Médio, disse que a política de Trump para o Irã era inadequada. “Estamos todos unidos em que o Irã não deve poder ser capaz de se armar com armas nucleares”, disse o presidente francês, demonstrando que de fato é contra a soberania do Irã; e adicionou: “[porém] sanções não são o suficiente”. A declaração de Macron reflete duas coisas. A primeira é de que não se trata de uma divergência do imperialismo sobre se eles devem ou não interferir na situação de um país independente, já que o imperialismo, de forma geral, é a favor de se intrometer no desenvolvimento nuclear do país. E a segunda é que, em torno disso, o imperialismo não está conseguindo unidade para atuar na situação internacional e interna de cada país. Já o presidente do Irã, Hassan Roha-
ni, também reagiu às declarações de Trump. O iraniano disse que “a administração atual [dos Estados Unidos], parecem determinados a tornar ineficazes todas as instituições internacionais”, denunciando a ferocidade do presidente norte-americano contra o país. Além disso, Rohani deu outras declarações como: “Como o Irã pode entrar em um acordo com uma administração que viola as políticas de seu antecessor?”, sobre o abandono do acordo nuclear de 2015, feito sob a presidência de Barack Obama. E adicionou: “Começar um diálogo passa por acabar com as ameaças e sanções injustas que nega os princípios da ética e da lei internacional.” Também denunciaram o interesse dos norte-americanos pelo petróleo do país, e falaram que era para ele parar de se intrometer nos assuntos do Oriente Médio. Esse conjunto apenas revela parcialmente a crise que se aprofunda cada vez mais no regime burguês internacional. Vale dizer que a tendência é que cada vez mais a situação política se agrave, abrindo a possibilidade de um colapso do regime imperialista, assim como aconteceu no século XX, que foram cem anos quase fatais para o capitalismo, com diversas revoluções, guerras mundiais e civis, crises políticas etc.