Edição Diário Causa Operária nº5418

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TERÇA-FEIRA, 2 DE OUTUBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5418

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DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

GOLPISTAS PREPARAM A FRAUDE: ALCKMIN JÁ APARECE EM 3º NAS PESQUISAS

Causa Operária Ediçao 1024 SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 1979 • REVOLUÇÃO, GOVERNO OPERÁRIO E COMUNISMO • Nº 1024 • 29 DE SETEMBRO A 5 DE OUTUBRO DE 2018 • PREÇO: R$ 2,00 • SP: R$1,00

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Ano 39 • Distribuição nacional

ELEIÇÃO SEM LULA É FRAUDE

STF CASSA 3,4 MILHÕES DE ELEITORES Sedes do PT e PCdoB são invadidas pela PM em todo o estado de MG Fraude eleitoral de Norte e a Sul OEA, que ataca eleições na Venezuela, quer legitimar a fraude no Brasil Quem criou Bolsonaro? Bolsonaro é parte essencial destas eleições, não há como negar.

Leia mais na pág.2

Depois de tirarem Lula, generais dizem que respeitarão resultado das urnas pág.2

Frente eleitoral não é frente antifascista Página 4 Lula é o candidato preferencial do povo brasileiro do ponto de vista do voto, imba-

Judiciário controla as eleições: 1.400 candidatos estão sub judice pág.2

“Antibolsonarismo” não é antigolpismo, é campanha para os tucanos Página 5

tível em todas as pesquisas, por isso os golpistas proibiram Lula de concorrer.

A mando de general, Toffoli diz que as eleições fraudadas “têm que ser respeitadas” as Forças Armadas, já não basta controlar o Supremo através de declarações ameaçadoras. É preciso ter participação direta na instituição.

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diferentes. Segundo denúncia do Sindicato dos Petroleiros, os acidentes de trabalho aumentaram 10% só neste ano, – mas na realidade o número é ain-

Pernambuco: Justiça não quer julgar PM assassino Assassino confesso de um estudante de 14 anos, em 2016, o ex-sargento da reserva da Polícia Militar de Pernambuco, Luiz Fernando Borges, teve seu julgamento, que ocorreria nesta segunda-feira (24), adiado para outubro. Familiares e amigos da vítima, o estudante Mário

Andrade de Lima, que agora estaria completando 17 anos no próximo dia 23 de setembro, protestaram na porta do Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife. Assim que chegaram para o julgamento, depararam-se com o adiamento. Leia mais na Página 7

Sem apoio real:

falsificações

Petrobras: Empresa falsifica números, mas índice de acidentes sobe mesmo assim Como já era de se esperar, os resultados da nefasta terceirização implementada pelo governo golpista de Michel Temer (MDB) não poderiam ser

Leia mais na pág.2

Redes sociais

40% dos seguidores dos candidatos são

Leia na Página 4 O Ministro Dias Toffoli, atual presidente do STF, está sob a tutela dos militares, que colocaram um general da reserva para “assessorá-lo”. Para

Voto útil é parte da fraude eleitoral

da maior –, visto que as ocorrências têm sido subnotificadas para não prejudicar o Plano de Negócios da Petrobras, que tem uma meta a ser atingida.

Procurase Luzia: incêndio causado pelo golpe faz Museu Nacional ter exposição de plástico Página 7

Reação ao atentado: Maduro prende mais três agentes internos à serviço do imperialismo Página 8

Capitulação: Obrador já avisa Mulheres que não brigará com Trump Depois do golpe, muitas mulheres por conta do Muro Página 8 pararam de procurar emprego

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Irã acusa imperialismo de ter realizado atentado terrorista Leia mais na Página 8

ADQUIRA JÁ SUA EDIÇÃO EDITORIAL

Pesquisa encomendada pelo Banco BTG Pactual ao instituto FSB e realizada no último final de semana (29 e 30/09) reafirmam o que esse diário tem sistematicamente denunciado, a fraude nas eleições.

COLUNA

Partido operário, partido centralizado Por João Pimenta As eleições deste ano não poderiam ser mais impopulares e farsescas.

RUI COSTA PIMENTA:

“#elenão e a sombra de Alckmin” Transcrevemos abaixo trecho da analise politica da semana do último dia 22 de setembro

A eleição aumenta o poder PM baiana invade comitê do dos juízes de decidirem o deputado Valmir Assunção para proibir campanha pela destino do país Alckmin, apoiador do #elenão, é mais fascista que Bolsonaro

liberdade de Lula

Justiça quer expulsar famílias sem-terra de latifúndio abandonado no Sul da Bahia

“FRENTE ANTIFASCISTA” COM APOIO DA GLOBO, VEJA, MARINA, ALCKMIN… ATÉ ONDE VAI A IDIOTICE? Os grandes monopólios da imprensa golpista deram destaque e anunciaram com enorme alegria – que não se via desde os “coxinhatos” – as manifestações realizadas no sábado (dia 29) contra o candidato fascista Jair Bolsonaro, sob o lema “#elenão”.

Mães e gestantes: mesmo com habeas corpus, adolescentes continuam presas

Foi constatado que jovens gestantes e mães ainda continuam presas em pelo menos em dez estados, mesmo após habeas corpus deferido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) . A medida foi aprovada no início deste ano, Os seguranças do Metrô da estação República espancaram onde as mulheres nessas contrês migrantes negros no final da noite de sexta-feira (28/09). dições pudessem ser transfeA motivação para o espancamento foi, evidentemente, a cor ridas para prisão domiciliar e da pele das vítimas. estarem com seus filhos.

Seguranças fascistas do metrô do PSDB agridem imigrantes africanos


2 |EDITORIAL EDITORIAL

“Frente antifascista” com apoio da Globo, Veja, Marina, Alckmin… Até onde vai a idiotice?

O

s grandes monopólios da imprensa golpista deram destaque e anunciaram com enorme alegria – que não se via desde os “coxinhatos” – as manifestações realizadas no sábado (dia 29) contra o candidato fascista Jair Bolsonaro, sob o lema “#elenão”. Mostrando o apoio da direita golpista e dos mesmos setores que participaram dos atos golpistas que pregavam o golpe militar, a derrubada golpista de Dilma Rousseff e idolatravam figuras venais como Sérvio Moro, Eduardo Cunha e Aécio Neves, aos atos compareceram artistas da Globo. Famosas como Fernanda Lima compartilharam imagens na qual aparece ao lado de figuras como Letícia Sabatella, Fernanda Lima, Paula Lavigne, Nanda Costa, Paula Bulamarqui, Andreia Horta, Fronçoise Forton Georgina Goes, Lan Lahn e Débora Lamm. Não faltaram políticos queridos da direita como Marina Silva (Rede) e Kátia Abreu (hoje no PDT), vice de Ciro Gomes. Em alguns deles não faltaram tucanos sem disfarces, com adesivos e outros adereços da campanha do PSDB.

O presidente do partido do golpe e presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) “exaltou a importância das manifestações”. Segundo ele, “atos mostraram bem o sentimento da sociedade brasileira, que não aceita intolerância nem violência. A discriminação contra as mulheres vai ser fragorosamente derrotada”, em um show de cinismo do maior inimigo das mulheres, como as mais de 200 mil professoras estaduais paulistas com salários congelados por mais de 10 anos em duas décadas de gestões tucanas e mais de um vez covardemente agredidas pela PM do “feminista” Alckmin. A “cara-de-pau” não foi exclusividade do tucano. Todos os partidos e candidatos que semanas atrás se solidarizaram com Bolsonaro, diante do suposto atentado por ele sofrido, depois de ter ameaçado de agressão mulheres, petistas, pobres, negros, gays etc., agora, se juntaram na “frente” que procura apresentá-lo que procura apresentá-lo como o pior de todos os males, com intuitos claramente eleitorais, os quais – de fato – servem aos interesses da candidatura tucana. Sem esconder o interesse eleitoral, a candidata Marina Silva (Rede)

assinalou em meio ao ato do Largo da Batata, em São Paulo, que “numa eleição em dois turnos, não se pode abrir mão do voto do coração” e ao criticar Bolsonaro, assinalou que. “temos que combater todos os excessos autoritários que enfraquecem nossa democracia”, a mesma “democracia” que jogou na lata do lixo os 54,5 milhões de votos obtidos por Dilma e que – nestas eleições – já “anulou” o voto declarado de mais de 60 milhões de pessoas que queriam votar em Lula, mantido como preso político. Haja democracia! Como mostraram as pequenas oscilações do mercado financeiro desta segunda (1/10), a burguesia golpista está muito calma para quem está perdendo as eleições. Não tem crise, continuam calmamente fazendo campanha do Alckmin que se mantém estável ou cresce alguns pontos nas pesquisas, de acordo com o instituto e ainda recolhe novos apoios de governadores do MDB. Fica evidente que o truque é dividir o eleitorado do Bolsonaro e da esquerda para colocar Alckmin no segundo turno. Eles noticiam com calma que o segundo turno estaria “consolidado”, enquanto continuam

persistindo na campanha por Alckmin (a política não polarizada, “tradicional”, “de compromisso”, para “sanear as contas” etc.). A direita golpista, que já fraudou as eleições retirando Lula da disputa trabalha ardilosamente para consumar a fraude, “elegendo” – como parte de um processo de fraude total e manipulação – um carrasco do povo, defensor do golpe de estado, apoiado pelo governo Temer e súdito do imperialismo norte-americano, como se fosse ele um “mal menor” diante do “coisa ruim”, na verdade, do espantalho que é Bolsonaro. Dominada por suas ilusões eleitorais, uma parcela da esquerda embarcou de cheio nessa “frente” e ainda procura lhe dar um suposto caráter progressista, apresentando-a como se fosse um “frete antifascista”. Uma inexplicável “frente antifascista” com os maiores inimigos do povo e verdadeiros fascistas que não só falam como também praticam e organizam a repressão e o massacre do povo trabalhador em favor do grande capital, apoiada pela imprensa golpista como O Globo, Veja, Folha de S. Paulo, O Estado de Minas, Gazeta do Povo etc.

poderosos cargos e máquinas estatais falaram “Plano B”, e o que temos agora na eleição? O Plano B. Quem podia mais, chorou menos. E quem sempre pode menos no mundo da política? Primeiramente, os pobres e trabalhadores, as mulheres, os jovens, negros, e todos aqueles que não têm força na sociedade capitalista, isto é, força individual. Não existe nada mais reacionário e ditatorial do que uma organização definida na base da iniciativa e decisão, é o autoritarismo puro. “NÃO EXISTE NADA MAIS REACIONÁRIO E DITATORIAL DO QUE UMA ORGANIZAÇÃO DEFINIDA NA BASE DA INICIATIVA E DECISÃO, É O AUTORITARISMO PURO.” O que fazer, então, para dar voz e poder aos que não podem falar e tomar decisões, como dar liberdade a estas pessoas? Em primeiro lugar, acabar com o império da decisão individual, e estabelecer o império da decisão coletiva. A decisão coletiva só pode funcionar de uma maneira: se todos tiverem poder igual de voto, e se todos tiverem que aceitar as decisões da maioria, pois os trabalhadores, mulheres, jovens, negros e oprimidos são a imensa maioria, qualquer outra forma é uma forma ditatorial. Esta forma democrática é centralismo democrático O PCO funciona pelo sistema de centralismo democrático; partidos como o PSOL funcionam pelo sistema do “horizontalismo”: é a democracia do

“ninguém manda em ninguém”. O PCO ratificou em reuniões com representantes de todos os Estados, e várias conferências nacionais, sua atual política. O PSOL colocou Guilherme Boulos como candidato presidencial; ele nem era filiado ao partido até quatro dias antes da convenção que o elegeu candidato. Para falar bem a verdade, o homem não é do PSOL até agora. No PSOL mandam os deputados e vereadores, os donos do dinheiro. No PCO mandam os militantes. Qual é a ditadura, o Partido operário, centralizado, hierárquico, ou partido “horizontal”? Hoje é 1º de outubro, mês da Revolução Russa. Quando os operários russos decidiram tomar o poder, os intelectuais e vários “velhos bolcheviques”, que tinham mais poder dentro do partido da revolução, eram contra a revolução, mas Lênin, apoiado nas amplas massas partidárias, falou mais alto, e eles decidiram por tomar o poder. O centralismo tornou isso possível, o partido agiu de forma coesa. Lembrem-se deste método, ele criou a mais importante nação da história. O nosso é o método da revolução, pois permite que os oprimidos decidam o seu próprio destino. No dicionário do comunista, termos como “individualidade” e “horizontalismo” têm significados funestos; “coletivo” e “centralizado” indicam o amanhã, a vitória do socialismo sobre a barbárie capitalista.

COLUNA

Partido operário, partido centralizado Por João Pimenta

V

ivemos na época da democracia, não existem mais ditaduras, não existem mais monarquias totalitárias, pelo menos no discurso imperialista. Os que antes usavam a suástica, hoje se chamam de “Nacional Democráticos” na Alemanha, na Ucrânia, de “Liberdade”, e, na Suécia de democratas suecos. Não existe governo algum que não tenha cometido atrocidades contra os pobres e oprimidos e dito que isso era em nome da democracia. Estamos na época do cinismo. Estamos também na época onde menos se tem democracia, nem no auge do fascismo o mundo se tornou tão ditatorial. Pois até as ditas democracias são verdadeiras ditaduras policiais. Hoje, em nome da tal democracia, existe censura; em nome desta mesma democracia, pessoas vão presas por divulgar conspirações governamentais, mesmo que de governos “eleitos”; hoje, em nome da luta contra a corrupção do sistema democrático, o judiciário escolhe em quem o pode votar, e quem poderá votar. A esquerda pequeno-burguesa também nunca esteve tão antidemocrática, sua opinião sobre como deveriam funcionar as organizações de esquerda mostra isso. A pequena-burguesia introduziu na política brasileira ideias como “individualidade”, “horizontalismo”, que basicamente querem dizer que qual-

quer hierarquia, qualquer decisão coletiva com efeito compulsório, dentro de uma organização, é uma ditadura. Eles espumam de ódio ao ouvir falar do centralismo democrático dos comunistas. O centralismo democrático, para os que não conhecem, é o método mais democrático de uma organização política já criado. Funciona, resumidamente, da seguinte forma: primeiro discute-se algo amplamente; quando se chega a uma decisão, por unanimidade ou por maioria, representativa ou direta, esta decisão vale para todos. Nem terminei o parágrafo e já ouço o som dos histéricos militantes de correntes do PSOL: “Querem tirar o poder de escolha de indivíduo”, “querem criar uma casta que manda, e fazer com que todos obedeçam!” “Ditadura!”. Nada poderia estar mais longe da verdade. Ditadura é o que ocorre nos partidos pequeno-burgueses e burgueses, onde cada um faz o que quer. Mas como pode uma ditadura, se todos fazem o que querem? Simplesmente porque quando qualquer um pode fazer o que quiser, é a lei do mais forte, quem pode mais chora menos, como diz o ditado popular. Temos um exemplo recente: no PT, as bases partidárias defendiam a candidatura Lula, mas os governadores petistas começaram uma ampla campanha de sabotagem em favor de um plano B, cada um fez o que queria, o povo falou “Lula”, mas os donos de


NACIONAL| 3

GOLPISTAS PREPARAM A FRAUDE

Alckmin já aparece em 3º nas pesquisas P

esquisa encomendada pelo Banco BTG Pactual ao instituto FSB e realizada no último final de semana (29 e 30/09) reafirmam o que esse

diário tem sistematicamente denunciado, a fraude nas eleições. Embora Bolsonaro e Haddad se mantenham em 1º e 2º lugares, res-

ELEIÇÕES GOLPISTAS

A eleição aumenta o poder dos juízes de decidirem o destino do país

A

s eleições deste ano não poderiam ser mais impopulares e farsescas. Sem chances de ganhar do PT com base no voto livre e espontâneo da população, os candidatos de direita estão recorrendo cada vez mais a ações judiciais e tudo quanto é tipo de método golpista e antidemocrático para eliminar seus adversários e vencer a disputa na canetada. Para se ter uma ideia, até o dia 15 de setembro deste ano, o número de impugnações de candidaturas e de pedidos de censura entre candidatos perante os órgãos judiciais aumentou 150% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a quantidade de reclamações envolvendo a imprensa, as redes sociais e a internet cresceu 840%. Só o candidato fascista Jair Bolsonaro acionou a Justiça 79 vezes, no intuito de calar os concorrentes. Estas articulações mostram que as eleições de 2018 estão mais comprometidas do que nunca em função de toda esta censura, falta de transpa-

rência, e em virtude de todas as manobras judiciais que serviram, e ainda servem, para manter fora da disputa o maior líder popular do país, o ex-presidente Lula, dentre outros diversos políticos indesejados pelo imperialismo. É necessário esclarecer que o maior princípio das eleições corresponde à soberania popular, realizada somente quando o povo está liberado para decidir e escolher seus representantes, de forma o mais consciente possível. Mas no próximo pleito tudo indica que quem está decidindo e escolhendo os rumos do país são os juízes, o Ministério Público, a Polícia Federal, a imprensa burguesa, que constituem, juntos, o núcleo ditatorial mais nefasto que já existiu no Brasil. Com o auxílio destas instituições golpistas e impopulares, a burguesia vai se mantendo no poder, fraudando as eleições das mais variadas formas. Somente ao povo cabe se rebelar contra esta situação e se organizar para derrotar a ditadura nas ruas, contra o golpe, pela liberdade de Lula.

pectivamente, Alckmin já teria ultrapassado Ciro Gomes e teria atingido 11% nas intenções de voto. É sintomático, nesse sentido, a tranquilidade com que o chamado mercado tem reagido à polarização entre os dois candidatos que não representam os reais interesses dos golpistas. Tudo que “os donos do golpe” não querem é um segundo turno entre candidatos que provocariam uma acentuação da crise política, é por isso que chama a atenção o fato da bolsa de valores e dólar terem se mantido estáveis nos últimos dias. Mais não há nada de misterioso no tabuleiro das eleições, o que está sendo colocado às claras é a profunda manipulação eleitoral por parte dos golpistas e da sua imprensa. Contra o PT e Haddad, a operação é escancarada. Além do cancelamento de mais de 3 milhões de títulos emu

ma região de forte apoio a Lula, tem o confisco de materiais de campanha do partido em Minas Gerais pela polícia militar, o maior colégio eleitoral do país. Finalmente, o depoimento de Palloci tem todos os ingredientes para se transformar na reedição da campanha contra a corrupção. Contra o candidato da direita, além das denúncias de furto e agressão contra sua ex-mulher, teve o ato nacional ocorrido no último dia 29 “mulheres contra Bolsonaro”. O objetivo dos golpistas é o de transferir parte dos eleitores de Bolsonaro para o candidato dos “donos do golpe”, Geraldo Alckmin. Juntando as duas pontas da manipulação dos golpistas, a operação consiste em derrubar Haddad, tendo Ciro Gomes como um elemento para diminuir dividir os votos do petista e levar Alckimin para o segundo turno e promover uma grande “união nacional”, inclusive com o apoio do próprio PT, contra o candidato “espantalho”, o candidato fascista.

CHARGE

Sala de comando, por Ralfo Furtado

FRASE DO DIA

Foram eles que criaram essa ameaça à democracia e à civilização. Assumam a responsabilidade pelo que fizeram contra o povo, contra os trabalhadores, a democracia e a soberania nacional. Mas não venham pregar uma alternativa eleitoral “ao centro”, como se não fossem os responsáveis, em conluio com a Rede Globo, pelo despertar da barbárie. Luiz Inácio Lula da Silva


4| NACIONAL

#ELENÃO

Alckmin, apoiador do #elenão, é mais fascista que Bolsonaro M

ilhares de pessoas foram às ruas no último sábado (29) num protesto contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República e a de seu vice, Hamilton Mourão (PRTB). O movimento, apelidado com as hashtags que o popularizaram nas redes sociais – #EleNão / #EleNunca – iniciou-se no grupo de Facebook Mulheres unidas contra Bolsonaro há pouco mais de duas semanas. O grupo foi então impulsionado pela imprensa golpista, tendo atingido a marca de 3 milhões de membros. Evidentemente tal alavancagem já era parte de uma estratégia da burguesia, que não tardaria em mostrar a que viera o tal movimento. Trata-se de uma manobra para transferir votos para outro candidato preferencial da Burguesia – como Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) ou Ciro Ramos (PDT) – a ser catapultado para o segundo turno com Bolsonaro. Com a direita e a esquerda bradando em uníssono #EleNão / #EleNunca, será então fácil derrotar o ex-capitão do exército. De fato, vieram à tona os mais diversos indícios de manipulação direitista do movimento. Surgiu um ambíguo movimento complementar chamado DemocraciaSim, coordenado por banqueiros, apoiados pela usual tríade “artistas, intelectuais e empresários” como Caetano Veloso etc.. Seguiram-se então as adesões de toda a fauna da direita ao #EleNão: personalidades como a apresentadora direitista Raquel Sheherazade, a candidata do capital rentista internacional Marina Silva; o ex-presidente norte-americano Bill Clinton; o comentarista da Rede Globo Arnaldo Jabor; a própria Rede Globo de conjunto; e, claro, o candidato preferencial da direita, Geraldo Alckmin e sua vice, Ana Amélia – a Ana do Relho que defendeu o chicoteamento de militantes sem-terra no Sul durante a caravana de Lula. A esse elenco de filme de terror, juntou-se alegremente a esquerda pequeno-burguesa, em nome de uma suposta “luta contra o fascismo” que estaria encarnada somente na candidatura de Bolsonaro. Alguns grupos mais entusiasmados com o movimento ainda se recusam a ver a manipulação. Pipocam nas redes sociais argumentos que vão da autoindulgência ao descaramento. A esses pretextos – muitas vezes recorrentes – cabem algumas ponderações. “De boas intenções, o inferno está cheio” Primeiramente, deve ficar claro que um eleitor de Bolsonaro não vai deixá-lo para votar em Fernando Haddad (PT) – e muito menos em Guilherme Boulos (Psol) ou Vera (PSTU). Um eleitor duvidoso de Bolsonaro passará seu voto para um outro candidato direitista – a depender daquele com mais chances de vitória sobre o PT. Cerca de metade dos 30% que pretendiam votar no capitão o faz por voto útil antipetista. Sentindo que há outra opção mais viável – como Alckmin –, não hesitarão em mudar de candidato.

Alega-se que Alckmin não tem chances de ver sua candidatura deslanchar. É possível. Mas deve-se convir que também é possível uma união, ainda no primeiro turno, dos candidatos de direita – João Amoedo (Novo), Henrique Meirelles (MDB) ou Álvaro Dias (Podemos). Outros partidos de direita na base de Alckmin – o chamado “Centrão” – declararam abertamente que ainda não fizeram campanha pelo PSDB em suas bases. Eleitores de currais eleitorais do DEM, PR, PP, PRB e Solidariedade – provavelmente contabilizados como “indecisos” nas pesquisas até aqui – podem constituir o eleitorado de um candidato preferencial da direita. Investidores do mercado tampouco descartam essa hipótese, como atesta a própria queda do dólar na última semana. Cabe lembrar que, embora ainda no segundo pelotão, Alckmin já aparece em terceiro lugar nas pesquisas. Alega-se ainda que se trata de um movimento de esquerda, embora a direita venha “tentando capturar o movimento”. Esse argumento serviu de pretexto para que diversos grupos e partidos de esquerda se lançassem ainda com mais vigor ao que chamam de “disputa de narrativa” no movimento #EleNão. Na visão desses setores, se o ato fosse “de esquerda”, seu resultado se reverteria numa campanha em favor de seus candidatos. Parecem não ter aprendido em 2013 que a burguesia dispõe de amplos recursos para dar a qualquer movimento a “narrativa” que quiser. Foi o que aconteceu. Os atos do dia 29 foram amplamente divulgados nas capas dos principais jornais da imprensa golpistas como massas amorfas e sem cores partidárias. Além disso, “de boas intenções o inferno está cheio”. O resultado eleitoral dos atos seria o mesmo: os eleitores pouco convictos de Bolsonaro dissuadidos pelo movimento ainda vão, evidentemente, migrar seus votos para outro candidato de direita. Sobre militares e monstros: quem é de fato apoiado pelo #EleNão? Entramos aqui no ponto em que o raciocínio da esquerda pequeno-burguesa em pouco difere do oportunismo clássico da maioria dos partidos de direita: um franco descaramento. Tem sido cada vez mais comum nas redes sociais a “declaração prévia” de voto em “qualquer um” menos em Bolsonaro. Bolsonaro virou “o coiso” – sinônimo de qualquer entidade demoníaca a ser evitado a todo custo. É a velha estratégia direitista de criar um candidato “monstro”, ou do “espantalho”, que tornaria os candidatos impopulares de direita preferíveis a ele. A história política tem incontáveis exemplos dessa tática. Desde a falsa oposição entre Paulo Maluf (Arena/PDS) e Tancredo Neves (PMDB) no ocaso da ditadura até a eleição do banqueiro Emmanuel Macron na França para barrar o “monstro” Marine Le Pen. O vice de Tancredo era ninguém menos que o

direitista José Sarney, ex-liderança do PDS. Macron vem atacando brutalmente os direitos dos trabalhadores franceses. Quem é o verdadeiro “monstro”, o verdadeiro fascista, nessas eleições senão Geraldo Alckmin? Ele e seu partido são potencialmente muito mais perigosos para os direitos da população, porque estão diretamente alinhados com o imperialismo. O PSDB é parte do núcleo duro do golpe que vem perseguindo e criminalizando a esquerda, que vem retirando direitos da população, que desmontou o Estado brasileiro, que acabou com os programas sociais, que entrega por migalhas ao estrangeiro nossas estatais e nosso patrimônio mineral. Bolsonaro era um outsider, um estranho no ninho golpista, que só foi devidamente “centralizado” quando foi aos Estados Unidos e voltou com seu ministro da Economia, o Chicago Boy Paulo Guedes. Nessa mesma linha de raciocínio, alega-se que – em função das declarações de Hamilton Mourão – a eleição de Bolsonaro equivaleria a um golpe militar. Tal risco, elucubram, estaria afastado com a eleição de um civil. Há um ano o PCO vem denunciando o risco iminente de um golpe militar, que vinha sendo articulado (nas palavras do próprio Mourão) em “aproximações sucessivas”. E assim vem sendo feito. Intervenções militares no Rio Grande do Norte e principalmente no Rio de Janeiro já colocaram o Exército no poder nesses estados – em suas capitais a repressão já é brutal. Diversos e extensos exercícios militares foram realizados no último ano, inclusive ações conjuntas com o exército norte-americano, numa clara preparação para uma possível invasão da Venezuela. Há meses ficou claro que o general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, é quem dá as cartas no Palácio do Planalto, nomeando ministros e membros do segundo escalão na área da defesa. Em manobra análoga, recentemente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli nomeou o general Fernando Azevedo e Silva como “assessor”. Na segunda (1), o presidente da Suprema Côrte mostrou em entrevista quem realmente comanda o judiciário, ao referir-se ao golpe militar de 1964 como “movimento de 1964”… Algo grave para qualquer jurista que se preze, e gravíssimo no caso do presidente de um dos Poderes da República. É preciso lembrar ainda que o golpe de 2016 não teria sido levado a cabo sem a anuência das Forças Armadas, e que o Comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, em mais de uma vez ameaçou diretamente o STF de golpe militar, caso a Côrte ameaçasse qualquer passo fora do script imperialista, como no caso do habeas corpus de Lula. Como em 1964, os militares da cepa de Mourão nada mais são que representantes diretos do imperialismo no Brasil – e nada além disso. Esse é o papel político que de fato desempenham, sob as vistosas fardas que emprestam um ar “patriótico” às suas ações na verdade entreguistas.

O controle militar atual sobre o Estado brasileiro já é um fato – embora alguns intelectuais da esquerda pequeno-burguesa como Vladimir Safatle só o tenham descoberto no bojo do movimento #EleNão. Difundiu-se a ideia de que, se eleito, Bolsonaro tornaria mais fácil um golpe militar. Na realidade quanto mais alinhado com o imperialismo for o governo eleito, mais próximo de um golpe militar está o Brasil. E não nos enganemos: o candidato que representa mais diretamente o imperialismo é Geraldo Alckmin, embora Marina e Ciro também se esforcem para chegar à sua altura. Não há oposição política real entre “democracia” e “ditadura” – há gradações de liberdades democráticas conseguidas à custa de mobilização popular. Nem tampouco eleições garantem um processo democrático – basta lembrar que as houve durante a ditadura militar. A oposição real no campo de disputas políticas é aquela que se dá entre as classes fundamentais, entre o proletariado e a burguesia, entre a classe trabalhadora e o imperialismo. Todo representante do imperialismo é um potencial déspota, pois opera alinhado com os monopólios globais cujo regime político preferencial é a ditadura. Como ilustração, basta lembrar dos governos recentes do PSDB et caterva no Brasil. Basta lembrar da brutal Polícia Militar dos governos de Alckmin, Marconi Perillo (PSDB-GO) ou Beto Richa (PSDB-PR). É recordar as violentas repressões às mais diversas formas de manifestação popular, é observar o tratamento dispensado por essas corporações às populações pobres das periferias. Lembremo-nos dos muros pintados de cinza pelo prefeito João Dória – talvez o exemplo mais acabado de proto-fascista tucano –, que além disso demoliu edifícios com gente dentro, desalojou moradores de rua com jatos de água fria e colocou São Paulo e seus espaços públicos à venda no mercado global. O PSDB e o DEM foram responsáveis diretos pelo impulsionamento do próprio bolsonarismo no Brasil, ao disseminar sua pauta lacerdista/macartista, ao não reconhecer o resultado das eleições, ao cevar as hostes fascistas com o antipetismo. Alckmin e Ana Amélia apoiaram o #EleNão porque interessa a seus propósitos eleitorais imediatos. A burguesia alavancou esse movimento como uma hábil forma de manipular não apenas a população como um todo, mas também os setores mais confusos da esquerda, embevecidos com suas caras “pautas identitárias”. Acreditando lutar contra o fascismo, produziram um movimento de massas cujo resultado final é o apoio de candidaturas de direita ainda mais alinhadas com o imperialismo, e portanto com o fascismo e com o avanço de um golpe militar no Brasil. Somente a mobilização resoluta contra o golpe, motivada pela intransigência frente ao fato de que Eleição sem Lula é fraude é capaz de enfraquecer as manobras dos golpistas. Nenhuma unidade com a direita.


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RUI COSTA PIMENTA

“#Elenão e a sombra de Alckmin” A

Transcrevemos abaixo trecho da analise politica da semana do último dia 22 de setembro, no qual o companheiro Rui Costa Pimenta demonstra o caráter direitista da campanha “#elenão”, contra o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro.

o mesmo tempo, vocês vejam que coisa maravilhosa, aparece a campanha das mulheres, com a hastag elenão, e se vê gente fica todo empolgado porque e a mobilização das mulheres contra o Bolsonaro. Quando Bolsonaro disse para a deputada do PT no congresso, Maria do Rosário, que ela não mereceria nem ser estuprada, essa noticia foi dada ampla audiência pelo PT e por vários setores de esquerda. A reação, no entanto foi mínima. Agora aparece o grupo de mulheres defendendo o “elenão”. Quem esta impulsionando essa campanha? É o PT, o PSOL? Não, se você vai no grupo você vê que é tudo apartidarismo, apartidário e o “apartidarismo” é a senha da direita. Imagine se aparece lá no grupo mulheres contra o Bolsonaro, “patrocinado pelo Alckmin”, não iria cair bem. Um dos pivôs da manobra politica eleitoral é atacar o Bolsonaro. Isso é uma coisa bastante obvia, apesar da esquerda tentar obscure-

cer as coisas. Mas ai caberia a pergunta, não é bom aproveitar que o PSDB esta atacando o Bolsonaro e atacar também? Não. Temos que dizer isso claramente. Não é bom porque nos estamos sendo conduzidos por uma manobra politica para fins puramente eleitorais. Amanha acaba a eleição e o “elenao”. Bolsonaro. o “monstro” desaparece e começa a campanha “Bolsonaro é uma maravilha”. Bolsonaro exagera em algumas colocações, aí aparece o colunista do Folha e fala, eu acho que as criticas ao Bolsonaro foram um excesso; aí então começa a campanha de reabilitação ao Bolsonaro. Amanhã os bolsonaristas atacam uma reunião de mulheres e a imprensa passa a defender a atitude dos bolsonaristas. Então, a esquerda não deveria participar dessa farofada politica imposta pela direita, a esquerda deveria impulsionar o seu próprio movimento, e o movimento deveria esclarecer as pessoas e não ficar manipulando uma coisa que e provocada pela imprensa. Assista tambem na CausaOperariaTV

MOVIMENTO

BAHIA

ACAMPAMENTO MÁRCIO MATOS

PM baiana invade comitê do deputado Justiça quer expulsar famílias sem-terra de latifúndio abandonado no Sul da Bahia Valmir Assunção para proibir campanha pela liberdade de Lula A

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a tarde do dia 28 de setembro, oficiais de justiça junto com policiais militares invadiram a sede do comitê de campanha eleitoral do deputado federal Valmir Assunção na cidade de Itamaraju, no Extremo Sul da Bahia, e roubaram todo material de campanha do deputado petista. A ação comandada pelos golpistas e Tribunal Regional Eleitoral da Bahia visava retirar todo o material de campanha eleitoral em que havia o nome de Lula, como santinhos, pirulitos, adesivos e cartazes. Valmir Assunção é deputado federal pelo PT e uma importante liderança dos trabalhadores sem-terra e do MST. O roubo do material de campanha do candidato serve para favorecer a direita que quer tomar o PT na Bahia.

O argumento dos golpistas é que Lula não é mais candidato e o roubou de materiais de campanha do PT ocorreu em vários estados do país e revela a ditadura dos golpistas que está tomando conta do país e contra os trabalhadores. Não é uma ação isolada e que deve ser amplamente denunciada. Essa ditadura do judiciário golpista já vem atacando principalmente o PT e a principal liderança dos trabalhadores, perseguindo, prendendo e impedindo a candidatura de Lula. E essa ditadura não vai parar por aí. A ditadura do judiciário transformou as eleições numa fraude. Há a perseguição contra o PT, a proibição de falar em Lula, roubo de materiais de campanha e proibição da candidatura de Lula. É preciso lutar contra os golpistas e pela liberdade de Lula.

s famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) do Acampamento Márcio Matos, localizado no município de Eunápolis, no Extremo Sul da Bahia, estão sofrendo com as arbitrariedades do judiciário golpista. As famílias que ocupam há meses o latifúndio Primavera estão transformando uma área abandonada e improdutiva em uma área produtiva com grande produção de alimentos e geração de renda para mais de 90 famílias que querem trabalhar. O latifúndio Primavera estava abandonado, sem nenhuma produção, pastagens degradadas, roças de cacau se perdendo e com as estruturas se deteriorando. As famílias estão revertendo com seus próprios recursos essa situação. Os donos do latifúndio não dependem da área e, inclusive moram em outro país, mesmo assim o judiciário

golpista expediu reintegração de posse para os donos do latifúndio abandonado. Fato que pode ocorrer a qualquer momento pode colocar na rua mais de 90 famílias que não tem para onde ir. O acampamento já sofreu com a violência de latifundiários da região que ameaçaram as famílias no momento da ocupação, onde visitaram o acampamento com pistoleiros armados. É preciso denunciar mais essa arbitrariedade do judiciário golpista que persegue os movimentos sociais, suas lideranças e impedem que a população escolha seus candidatos nas eleições. Mais uma vez passam por cima da Constituição que afirma a função social da terra na qual tem que cumprir um aproveitamento produtivo, racional e adequado e não critérios especulativos. Todo apoio as famílias do Acampamento Márcio Matos!


6 | MOVIMENTOS

REPRESSÃO

Seguranças fascistas do metrô do PSDB agridem imigrantes africanos

O

s seguranças do Metrô da estação República espancaram três migrantes negros no final da noite de sexta-feira (28/09). A motivação para o espancamento foi, evidentemente, a cor da pele das vítimas. Os seguranças do Metrô, que já foram denunciados inúmeras vezes por agredir e torturar passageiros negros, formam uma verdadeira pré-milícia fascista sustentada pelo Estado de São Paulo, cujo objetivo, em conjunto com a PM, é perseguir a população negra e pobre do país. Os seguranças partiram bestialmente para cima dos irmãos Nigerianos, que trabalham como estoquista, Shakiro Akanbi, Ulanbin Akanbi, após uma pequena discussão junto a catraca. Foram espancados tendo sofridos ferimentos na cabeça devido aos cassetetes.

A cabeleireira camaronesa, Judith Cairmos, que passava na hora do espancamento feito a olhos vistos, também foi espancada por se soli-

darizar, levando uma forte pancada na cabeça, o, inclusive, que foi filmado. As três vítimas foram a delegacias e fizeram boletim de ocor-

rência. A direção do Metrô informou que a conduta dos fascista da segurança foi correta. A selvageria promovida de Seguranças fascistas; racistas foi filmada e acompanhada por passageiros que, bestificados com a barbárie fascista, solidarizaram-se com as vítimas do Seguranças. Fora denunciado que pelo menos um dos agressores e notório bolsonarista nas redes sociais. Evidentemente, que a Polícia é ainda mais racista e fascista que os seguranças, que são uma PM em miniatura. É necessário que o negros se organizem, forme comitês de autodefesa contra golpe de Estado e o fascismo que é filho dele. É só pela força que o negros poderá a defender dos maléficos planos que a direita tem para ele.

CORREIOS

2 de outubro de 1992: Golpistas dos Correios massacre do Carandiru querem que futuro presidente deixa 111 mortos do Brasil continue demitindo À

s 16h do dia 2 de outubro de 1992, na Casa de Detenção Carandiru, tem fim uma rebelião que começou, supostamente após um briga entre detentos que se espalhou pelo Pavilhão 9. Os presos começam a entregar as armas para negociar o fim da rebelião. Cerca de 300 policiais que foram chamados pela diretor da casa de detenção estão posicionados fora do pavilhão. Por volta das 16:30h, a Polícia Militar rompe barricada feita pelos presos e entra no Pavilhão. Com ordens do governo Fleury (PMDB) e do comando da PM, os policiais entram metralhando.Milhares de tiros são disparados contra pre-

O

jornal O Estado de S. Paulo, publicou em seu jornal um documento do Ministério do Planejamento do governo golpista de Michel Temer, aonde este ministério orienta ao próximo presidente da República continuar a política de austeridade com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ETC). No documento que intitulam de orientador para as Estatais, no processo de transição entre o governo golpista de Michel Temer e o próximo governo golpista, já que Lula foi proibido de concorrer, os golpistas do Planejamento propõem a continuidade da política de demissão nos Correios, através do PDV (Processo de Desligamento Voluntário), a fim de reduzir ainda mais o insuficiente quadro de funcionários da empresa. Segundo os golpistas, é preciso demitir muito mais trabalhadores do

que já conseguiram durante o golpe (cerca de 10 mil demitidos). Além disso, o documento também orienta o próximo presidente golpista a continuar o processo de entrega do patrimônio nacional e o serviços postais através da entrega do serviço de encomendas aos capitalistas do mercado postal, através do que os golpistas denominam de “parcerias estratégicas com autores do setor privado nas áreas de logísticas e encomendas. Somente a mobilização popular e dos trabalhadores dos Corrreios contra o golpe é possível impedir esses ataques, já que as eleições de 2018 já estam fraudadas, uma vez que os golpistas sequer permitiram que o candidato mais popular e querido da população trabalhadora do Brasil, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pudesse concorrer.

sos rendidos e forma-se um rio de sangue nos corredores do Pavilhão. Às 19 horas presos são escalados para carregar os corpos de todos os assassinados até o primeiro andar. São 111 presos assassinados pela PM em um dos maiores massacres já cometidos na história do sistema prisional brasileiro e mundial. Os PMs assassinos do Carandiru nunca foram punidos e, na verdade, recentemente absolvidos. O massacre do Carandiru é uma das mais veementes denúncias da barbárie criminosa do sistema prisional brasileiro e da função assassina que a PM cumpre na sociedade brasileira.


MOVIMENTOS| 7

MÃES E GESTANTES

Mesmo com habeas corpus, adolescentes continuam presas F

oi constatado que jovens gestantes e mães ainda continuam presas em pelo menos em dez estados, mesmo após habeas corpus deferido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) . A medida foi aprovada no início deste ano, onde as mulheres nessas condições pudessem ser transferidas para prisão domiciliar e estarem com seus filhos. Sendo elas, gestantes e ou mães de crianças até 12 anos. O levantamento feito, constatou que 18 jovens estão presas de forma arbitrária, uma vez que se aprovou o habeas corpus coletivo que deveria contempla-las, mas ainda assim as mesmas continuam no cárcere. A instituição e órgãos responsáveis pelos dados apresentados, reafirmaram que a permanência da prisão dessas jovens viola o que fora decido pelo STF. Isso demonstra, que a medida muito minimamente contempla as mulheres, a mesma deveria ser deferida de maneira irrestrita para todas mulheres que se encaixam

nessas condições: gestantes, lactantes e mães de crianças até 12 anos, contudo a medida ainda impõe que não se tenha cometido crimes de alta gravidade, logo nem todos as mulheres são beneficiadas. Fato é, que as instituições golpistas de maneira alguma devem servir como parâmetro efetivo da garantia de direitos das mulheres. A manutenção da prisão, demonstra que cada vez mais o estado golpista massacra as mulheres, ainda que tenha uma medida que possa assegurar um direito, ele tende a ser atropelado de maneira atroz, assim como ficou constatado. Esse é um número que evidentemente tende a ser maior, tendo como base que diversas mulheres permanecem presas mesmo estando dentro daquilo que se pede para ser beneficiada pelo habeas corpus. Nos dados apresentados pelo programa: Prioridade Absoluta, do Instituto Alana, assim como citado acima, foram constata-

das 18 adolescentes presas irregularmente, sendo cinco grávidas e 13 que já são mães. Nos meses posterior a sua aprovação, inúmeras mulheres em vários estado permaneciam presas, agora a perspectiva não mudou muito. Com isso, urge a organização das mulheres diante de uma pauta que

as unifique na luta prática e, por uma política que garanta seus direitos verdadeiramente. Travar a luta real, fora das instituições que são as grandes responsáveis pela manutenção de sua opressão, lutar contra a direita que chancela leis punitivas contra as mulheres e corrobora com seu massacre diário.

PESQUISA CAIXA ECONÔMICA

Pesquisa constata aumento do número de doenças de trabalho nos funcionários da CEF P

esquisa encomendada pela Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) revela o aumento de doenças de trabalho na categoria. “Um em cada três teve algum problema de saúde relacionado ao trabalho nos últimos 12 meses e mais da metade já sofreu ao menos uma situação de assédio moral. Remédios mais usados são os antidepressivos e ansiolíticos” (site Fenae 26/9/18). Esse é o trecho introdutório do estudo realizado pela Fenae, onde constata um aumento considerável de adoecimento entre os funcionários da Caixa Econômica Federal. O grande número de bancários doentes é o resultado direto das péssimas condições de trabalho nos setores e do constante assédio sofrido pela categoria, diante da voracidade por lucros dos banqueiros. A ofensiva dos banqueiros no processo de golpe em

andamento no País, com a demissão em massa de trabalhadores na Caixa tem aumentado consideravelmente a carga de trabalho, 58% dos entrevistados se dizem sobrecarregados em seu trabalho, cerca de 17% reclamam da falta de pessoal, 16% declaram cobrança excessiva por metas de vendas de produtos. Dos entrevistados 33% declararam ter apresentado nos últimos 12 meses algum problema de saúde relacionado com atividade do trabalho, dentre esses 53% apresentam problemas como estresse, problemas na coluna e depressão. Os bancários da Caixa em particular e os bancários em geral vêm apresentando altos índices de doenças do trabalho. A excessiva carga de trabalho imposta pelos banqueiros é responsável pelo desenvolvimento de inúmeras doenças relacionadas ao trabalho, tais como depressão, es-

tresse, síndrome do pânico, LER/Dort, entre outras sequelas que fazem da categoria uma das mais afetadas com doenças ocupacionais. Assim que se deu o impeachment da presidenta Dilma Rousseff no processo do golpe de Estado no país, os prepostos, do golpista Michel Temer, à frente da CEF colocaram em andamento uma política de reestruturação no banco que já colocou no olho da rua cerca de 10 mil trabalhadores com o fechamento de dezenas de agências ocasionando transferências compulsórias de funcionários, descomissionamento em massa, etc. A recente pesquisa realizada pela Fenae é mais um indicador das consequências dessa política nefasta dos banqueiros para alcançar lucro a qualquer preço. O adoecimento da categoria tende a se agravar exponencialmente com a política da direita golpista de terra arrasada para

a classe trabalhadora. Os bancários estão sendo diretamente atingidos pelas “reformas” do governo golpista de liquidação dos direitos dos trabalhadores, com o fim da CLT, terceirizações, privatizações, demissões em massa, etc., e, no atual processo eleitoral onde se pode constatar, a olhos vistos, a completa fraude ao retirar das eleições o único candidato que teria a possibilidade de derrotar o golpe das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deixa o caminho livre para eleger um candidato da direita e consolidar o golpe em um processo “democrático” que são as eleições, controlado totalmente pela direita golpista, que visa no próximo período aprofundar ainda mais a política de ataques aos direitos e conquistas da classe trabalhadora para beneficiar meia dúzia de parasitas capitalistas e banqueiros.


Sábado musical

Couvert: R$ 10,00

Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai

3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista

4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)


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