QUINTA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5427
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
SÓ O ENFRENTAMENTO NAS RUAS PODE DERROTAR O GOLPE E LIBERTAR LULA
WWW.PCO.ORG.BR
Causa Operária Ediçao 1025
EDITORIAL
As notícias de ataques violentos antes, durante e principalmente agora, depois das eleições, mostram que os fascistas estão dispostos a ganhar as eleições a todo custo, mesmo que seja eliminando os eleitores do concorrente. Já viu-se de tudo nesses três dias que sucederam às eleições, inclusive golpistas de primeira hora aderindo à candidatura do candidato da indústria das armas.
COLUNA
Receita para fraudar uma eleição
Por João Silva As eleições brasileiras são um jogo de cartas marcadas, onde os interesses da burguesia sempre prevalecem. Mas as eleições 2018 são um caso a parte que merecem um destaque. pelo requinte da fraude.
A luta contra o golpe continua Depois de tirar Lula da depois das eleições corrida eleitoral, direita do PT quer fingir que ele não existe
Eleições fraudadas com um golpe militar? Generais preparam plano de governo de Bolsonaro
Bolsonaro quer latifundiário, pistoleiro e fundador da UDR no comando do Ministério da Agricultura O fascista Jair Bolsonaro (PSL) diante da fraude das eleições e sua expressiva quantidade de votos, já está sondando nomes para montar os ministérios. Um deles é Luiz Antônio Nabhan Garcia que está contribuindo especificamente no programa de agronegócio.
O CAMINHO PARA DERROTAR O FASCISMO É O DAS RUAS, NA LUTA PELA LIBERDADE DE LULA, E NÃO O DAS URNAS “VICIADAS” O avanço da extremadireita faz mais uma vítima, dessa vez o Mestre Moa do Katende. O capoeirista, foi morto brutalmente a facadas no estado de Salvador por apoiador do candidato fascista, Jair Bolsonaro.
Dias 13 e 14 de Outubro
29ª
Conferência Nacional do PCO Samarco: justiça que prendeu Lula sem provas vai livrar culpados do maior desastre do país
São Paulo
2 |EDITORIAL EDITORIAL
O caminho para derrotar o fascismo é o das ruas, na luta pela liberdade de Lula, e não o das urnas “viciadas”
P
assados apenas três dias das eleições mais fraudulentas de todos os tempos, os mesmos setores que, meses atrás, pressionavam o Partido dos Trabalhadores a abandonarem a candidatura de Lula e aceitarem um “plano b”, apoiando um candidato da esquerda abutre (como Ciro Gomes) ou escolhendo um candidato petista palatável ao regime, abandonando a candidatura de Lula, estão – agora – mais uma vez estimulados pela venal imprensa capitalista (tendo a frente a golpista Rede Globo) indicando que o caminho neste segundo turno das eleições é se “unir” aos setores mais reacionários que estiveram diretamente envolvidos no golpe de Estado que derrubou a President Dilma Rousseff, como o PSDB de FHC, Alckmin e Cia., sob o pretexto de que esse seria o melhor caminho para evitar o “mal maior”, a “vitória eleitoral do fascismo”no segundo turno das eleições, Para isto estão dispostos a dizer amém a quase tudo que o PIG (Partido da Imprensa Golpista) e outros setores fundamentais do regime golpista exijam, como abandonar o limitado programa de reivindicações democráticas que apresentaram no primeiro turno; a pretexto de que seria necessário conquistar o “centro” ou mais especificamente a “centro direita” que foi atropelado eleitoralmente no primeiro turno. Visivelmente desalentados com a falta de alternativa que representasse a luta por seus interesses, mais de 30 milhões de brasileiros, em sua imensa maioria pobres, deixaram de votar em quaisquer dos candidatos, no primeiro turno; milhões de outros forma iludidos a votarem em candidatos da “centro esquerda” da burguesia (como Ciro Gomes) e até da direita como se fossem candidatos de oposição ao regime; mas o “con-
selho” dos direitistas é que é preciso dar uma guinada ainda maior à direita para conquistar o suposto eleitoral da “centro direita”, que se mostrou sem voto e que, de fato, não vai apoiar o candidato do PT, de modo algum, mesmo que digam o contrário. Isso fico evidente na gigantesca fraude do processo eleitoral, que favoreceu claramente candidatos vinculados à direita, mostrando que o aparato de produção de resultados eleitorais (que como todos os negócios capitalistas esta sob o controle do grande capital imperialista) acabou favorecendo, majoritariamente, os candidatos da direita, produzindo verdadeiros “milagres” da multiplicação dos votos, como os recordes de “apoio” nas urnas aos reacionários e semi desconhecidos da população Major Olímpio, do PSL, que teve mais votos para o Senado, do que recordistas em todas as eleições da história como Suplicy, Serra, Marta, Covas etc. ou Janaína Paschoal (também do PSL) que quebrou recorde mundial de votos para assembléia estadual com mais de 2 milhões de votos, apesar de ter declarado gastos de campanha de R$ 44 mil e ser ainda hoje uma figura caricata que a maioria do povo paulista desconhece. Como parte dessa operação cumplicidade, os sócios menores desta operação (também beneficiados pelo “milagre”), seja do “centro” ou até mesmo da esquerda pequeno burguesa não fazem uma única denuncia dessa situação fraudulenta que teve como ponto de partida decisivo, a prisão e cassação da candidatura do candidato que o povo queria votar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As concessões feitas à direita, em nada atenuaram a ofensiva que esta já vem desenvolvendo contra a população trabalhadora e a economia nacional em favor do grande capital
internacional, os “donos do golpe”; esta ofensiva vai se intensificar como parte da crise geral do capitalismo e do avanço estágio de decomposição da economia nacional, facilitado pelas “reformas” golpistas. Isso, independentemente do resultado eleitoral, já que é visível que a direita avançou no controle de mecanismos centrais do regime político, por dentro e por fora das eleições. O que a política de conciliatória, de capitulação diante da burguesia fez na primeira etapa do processo eleitoral e ameaça continuar fazendo, nesse segundo turno,, é desarmar a necessária reacção dos explorados e de suas organizações de luta. Tudo isso sob o pretexto de que é nas urnas que se pode conter o avanço da direita e obrigar os golpistas a recuarem. Isso quando já ficou provado por A + B que por dentro das instituições do regime golpista (incluindo-se as eleições) o caminho está bloqueado para uma evolução real dessa luta. Diante das seguidas derrotas, do impeachment, das eleições 2016, da aprovação das “reformas”, da condenação fraudulenta e prisão de Lula, da cassação de sua candidatura etc. a receita da direita, repetida pelas alas mais conciliadoras da esquerda burguesa e pequeno burguesa, foi sempre se adaptem, busquem um acordo com os golpistas, conciliem, aceitem, “virem a página”…. Esta política não produziu um único resultado positivo e só favoreceu, momentaneamente, de fato, seus defensores. Para a classe trabalhadora e demais setores explorados, bem como para suas organizações de luta, só retrocessos, que só nua foram maiores ainda por conta da reação e da contenção à entrega total, sempre defendida pelos abutres e outros amigos da onça”. Lula mofa na ca-
deia há mais de seis meses, algumas das principais lideranças do PT e da luta contra o golpe, foram duramente golpeados nas eleições, os trabalhadores amargam mais de 27,5 milhões de almas desempregadas ou subempregadas, os golpistas entregam o petróleo e toda a riqueza nacional. Mas há setores da esquerda, que conseguiram salvar seus cargos que dizem que há o comemorar. E que o golpe e o fascismo podem ser detidos pelas urnas, pelos conchavos etc. Nada poderia ser mais falso. Milhares de pessoas foram ao longo dessa experiência concluindo de forma diversa. Mesmo que acompanhando em alguns momentos essas oscilações. É preciso preparar já a próxima etapa. Retomar e ampliar as atividades dos comitês de luta contra o golpe. Realizar de forma massiva, o Congresso Nacional do Povo, adiado – indevidamente ao nosso ver – pela Frente Brasil Popular, justamente pelas pressões dos setores que pressionam por uma solução institucional, de “unidade” com setores da burguesia golpista. O eixo dessa luta, não é a conquista de votos dos inimigos da luta dos trabalhadores, mas o da mobilização, tendo como centro a luta pela liberdade de Lula, para reforçar de forma decisiva o movimento operário e de todas as organizações populares, na luta que terá de ser travada contra o aprofundamento da ofensiva golpista (fim das aposentadorias, privatizações, cassação dos direitos democráticos, repressão, ameaça crescente de golpe militar etc.). Para impulsionar essa perspectiva, convocar uma II Plenária Nacional de Luta Contra o Golpe e organizar uma grande Marcha à Curitiba, pela liberdade de Lula, contra o golpe e pelas reivindicações populares.
COLUNA
Receita para fraudar uma eleição Por João Silva
A
s eleições brasileiras são um jogo de cartas marcadas, onde os interesses da burguesia sempre prevalecem. Mas as eleições 2018 são um caso a parte que merecem um destaque.pelo requinte da fraude. Foram várias as medidas aplicadas pelos golpistas para legitimar a fraude. Aqui vai a receita para os interessados. Passo a passo: Primeiro você retira da disputa eleitoral o principal candidato, o mais votado, o mais popular, aquele que ganharia a eleição, mas que não é o “seu” candidato. A ausência dos votos dele
facilitará e muito a manipulação de transferência dos votos no candidato do “seu” interesse. É importante que para isso você contrate uma série de profissionais de diversas áreas como policiais, juízes, promotores, jornalistas, deputados e senadores para ajudarem na operação de maneira que tudo parece que foi feito dentro da lei. Cancele o título eleitoral de alguns milhões de pessoas por motivos quaisquer com o objetivo de impedir que votos indesejados sejam transferidos para outros candidatos.
Convide para a “festa da democracia” uma instituição internacional para que ela ratifique a aparência de legalidade, pois quando a fraude for aplicada opiniões desse tipo são importantes. Não deixe de utilizar em seu favor os mesmos juízes e jornalistas que foram extremamente importantes para a operação de afastar o principal candidato. Para garantir que nada saia do controle é extremamente importante a presença de uma força bruta que coloque ordem na operação fraudulenta. Para isso a presença de militares é indispensável. Caso alguma parte da operação saia do controle eles garantem a “lei e a ordem” da maneira que for necessária. E para finalizar utilize um método de contagem de votos que seja facilmen-
te manipulável, neste caso, indicamos um método eletrônico que pode ser fraudado sem que ninguém possa fiscalizar e controlar. Boa fraude!
NACIONAL| 3
CONTRA O GOLPE
Só o enfrentamento nas ruas pode derrotar o golpe e libertar Lula A
s notícias de ataques violentos antes, durante e principalmente agora, depois das eleições, mostram que os fascistas estão dispostos a ganhar as eleições a todo custo, mesmo que seja eliminando os eleitores do concorrente. Já viu-se de tudo nesses três dias que sucederam às eleições, inclusive golpistas de primeira hora aderindo à candidatura do candidato da indústria das armas. Isso tudo é grave, sem dúvida, se nosso país não fosse já violento e se fascistas e fascistoides não produzissem todos os dias a perseguição ao diferente, ameaças ao trabalhador, assedio às mulheres e jovens, tentativas de estupro e estupros, assassinatos e espancamentos, cujas vítimas preferenciais são as mulheres, os homossexuais, negros e jovens. A esquerda ter embarcado no jogo das eleições pode custar muito caro aos trabalhadores. Depois do golpe de 2016, tudo que se seguiu foi cuidadosamente planejado, principalmente a entrega de nossas riquezas ao capital internacional. Não parece razoável acreditar que após organizarem e investirem no Golpe, que haveria recuo dele pura e simplesmente. Se ignoraram todas as grandes manifestações populares, usando a polícia para esmagar os movimentos sociais e todo e qualquer ato de protesto pelo país, se armaram as polícias legislativas para melhor enfrentar os cidadãos desarmados mas revoltados com a ação parlamentar que chancelou a retirada de direitos e a entrega do país, por que agora simplesmente permitiriam eleições livres e efetivamente democráticas? Se em tempos ditos ‘normais’, de ‘normalidade democrática’, as elei-
ções são sistematicamente fraudadas, inclusive por ação da Justiça Eleitoral que pode barrar candidatos e eleitores com uma canetada, se podem perseguir lideranças partidárias, invadir diretórios, confiscar material de campanha, proibir a manifestação, controlar as propagandas, retirar o fundo partidário, multar violentamente quem bem quiser, por que haveríamos de acreditar em eleições? Vejam o que fizeram com o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva. Perseguiram, forjaram processos, ameaçaram testemunhas, inventaram todo tipo de mentiras, com centenas de matérias jornalísticas, disseminaram inverdades para criminalizar Lula e sua família, condenaram sem provas, aceleraram julgamento, alteraram a jurisprudência para poder prendê-lo e o prenderam efetivamente. Ora, se ignoraram o Comitê de Direitos Hu-
manos da ONU, que decidiu que deveria ser assegurado o direito de Lula ser candidato, rasgando um acordo internacional do qual o Brasil é parte, se ministros mentiram e se mancomunaram para impedi-lo de ser candidato, de ser ouvido, de ser visto, de ser mencionado, por que devemos acreditar que as eleições não são uma fraude? Tudo que se conseguiu de pequenas mas significativas vitórias sobre o golpe até o momento deve-se à mobilização popular, ao trabalho da militância, ao fato de se denunciar de forma clara o golpe e os golpistas, de se levantar as bandeiras corretas, como a que exige liberdade para Lula. Não é investindo toda a energia numa campanha eleitoral, como se vivêssemos em um momento normal que vamos conseguir derrotar nem os fascistas, nem os golpistas de modo geral.
A história está cheia de exemplos sobre como enfrentar esses momentos de crise em que as contradições da direita tornam-se intransponíveis. Já afirmamos várias vezes que a polarização é, como fenômeno, algo positivo, pois indica uma crise no regime político e pode abrir caminho para uma mobilização revolucionária. A extrema-direita se apresenta para se contrapor à esquerda, por isso temos que resistir e desnudar os fascistas. Mas isso apenas faz sentido nas ruas, no enfrentamento direto, mobilizando as pessoas. Para derrotar o golpe e libertar o ex-Presidente Lula, temos que abandonar as ilusões com as urnas e com campanhas ‘corretas’, nas redes sociais ou nas bolhas em que habitamos, e ir para as ruas denunciar o golpe e a fraude, enfrentar os fascistas olho no olho, promover greves, grandes atos, ir para cima.
DENUNCIAR A AMEAÇA DE GOLPE MILITAR
Imperialismo preparando golpe militar? EUA doam quase 100 blindados para Forças Armadas brasileiras N
a ultima quarta-feira, dia 3 de outubro, uma carregamento de 100 blindados do exército norte-americano chegou ao porto de Paranaguá. O desembarque foi acompanhado pelas forças armadas brasileiras, ao todo foram 56 obuseiros (canhões) M109 A5 e 49 viaturas municiadoras M992. Os blindados estão entre o que há mais de avançado atualmente no que diz respeito a armamento militar. Há ainda a previsão de mais viaturas M109 A5 Plus, 32, para o início do próximo ano. A questão que fica, no entanto, e qual o real motivo do fornecimento de todo esse armamento pesado norte-americano ao governo golpista brasileiro? É evidente que a crise do regime politico brasileiro avança a passos largos e o país está à beira de uma intervenção militar. Os generais já controlam todas as instituições, in-
clusive o congresso nacional, com a maior bancada militar da história do país. O armamento fornecido pelo imperialismo norte-americano cumpriria essa função de estabelecer um regime ditatorial contra o povo brasileiro, reprimindo de forma totalmente violenta qualquer tentativa de reação popular. Outro objetivo está relacionado com a Venezuela. Cada vez mais ameaçada de invasão pelo imperialismo, e já com o apoio declarado dos capachos golpistas brasileiros, o arsenal poderá ser usado pelas forças armadas para a ação de intervenção no território venezuelano. Uma verdadeira operação de guerra contra o povo daquele país. É preciso denunciar a ameaça cada vez mais iminente de golpe militar no Brasil, além da preparação da intervenção militar norte-americana
na Venezuela, com apoio do governo golpista brasileiro. Somente a luta, a
mobilização popular contra golpe, pode conter essa ofensiva.
4| NACIONAL
FASCISTAS
CHARGE
O que os Bolsonaristas estavam fazendo no show de Roger Waters?
O
dia de hoje foi recheado de notícias sobre o show do ex Pink Floyd Roger Waters, um ícone do rock nos anos 1970 e 1980, cujas músicas contém inúmeras criticas à sociedade de consumo. Waters é conhecido por suas posições antissistema e preocupações com questões geopolíticas, além da ascensão do neofascismo no mundo todo. Sendo assim, é pertinente perguntar: o que os Bolsonaristas estavam fazendo em seu show? Muitos desses bolsonaristas são endinheirados e pagaram até R$700,00 para assistir ao Show do eterno líder do Pink Floyd em São Paulo, não parece razoável que tivessem ido a um mega show para tentar vaiar ou conturbar um evento com uma celebridade de peso como Roger Waters. Que foram fazer lá então? não leram nada sobre o show antes? não conheciam o artista e sua trajetória? Provavelmente são exemplos típicos da sociedade do espetáculo, que vivem de aparências e do que é raso, não porque necessariamente sejam fãs nem dominem a língua inglesa, apenas porque podem pagar e depois postar em suas redes sociais dezenas de fotos para comprovar que participaram do evento. São limitados sim, apesar da classe social, da conta bancária recheada. Ao se depararem com as projeções antifascistas, os bolsominions ficaram atordoados, e quando perceberam que Bolsonaro era citado como o exemplo neofascista no Brasil, fica-
ram enlouquecidos. Quem participou do show ou pode ver filmagens do momento em que os seguidores do Capitão reagirem à denuncia de Waters, pode ver claramente que havia uma divisão entre os manifestantes, pois houve reação favorável a Roger Waters: na pista Premium, bolsonaristas gritavam Fora, PT; nas arquibancadas, ouvia-se Ele Não. Houve abandono do show, mais gritos, revolta. A pergunta permanece: que estavam fazendo ali? Nas redes sociais, seguiu-se uma onda de ataques ao artista, coisas patéticas e infantis, chavões, e a mostra de uma ignorância profunda sobre tudo: sobre quem é Roger Waters, sobre sua trajetória, sobre o sentido de suas críticas, sobre geopolítica, sobre política, sobre história, sobre os perigos pelos quais o país passa, sobre o golpe que sofremos e que continua produzindo desgraças para os trabalhadores, para as mulheres, para as minorias, para todos que se coloquem contra os golpistas. A conclusão é que os bolsonaristas não sabem o que estavam fazendo no show de Roger Waters, mas pelo visto não sabem de muita coisa e nem querem saber. Para eles, como para qualquer fascista, basta o uso da força para impor sua vontade e sua (falta de) ideia. Essa é a cara de nossas elites, da burguesia tupiniquim? ignorante, violenta, ressentida, cheia de ódio e com profunda aversão à verdade e ao povo.
ESPORTES
Mais uma revelação do futebol nacional está de malas prontas para a Europa
O
s investidores capitalistas que controlam um dos maiores e mais tradicionais clubes de futebol da Europa e também do mundo, o Milan, da Itália, acaba de abrir os cofres para reforçar seu elenco, de olho na próxima temporada. O alvo da investida foi o jovem talento brasileiro revelado pelo Flamengo, o atacante Lucas Paquetá. Os italianos têm uma preferência especial pelos craques brasileiros, sendo Paquetá mais um na lista de brasileiros que já envergaram a tradicional camisa “rossonera”. O fundo de investimentos americano Elliott é quem atualmente controla o clube, que já pertenceu ao milionário ex-primeiro ministro italiano, o direitista e mafioso Silvio Berlusconi. O Flamengo aceitou a proposta de 35 milhões de euros oferecida pelos italianos, algo em torno de 152 milhões de reais pela cotação do dia. O Milan se antecipou às investidas de outro forte concorrente, o PSG, do brasileiro Neymar, que chegou a fazer “lobby” para que o time da ca-
FRASE DO DIA
“É tempo de reagir ao nascimento do fascismo na América Latina” Nicolás Maduro
FRASE INOLVIDÁVEL
“Quem tomou a facada fui eu, pô! O cara lá que tem uma camisa minha, comete lá um excesso. O que eu tenho a ver com isso?” Candidato a presidente, Jair Bolsonaro, sobre o capoeirista esfaqueado por bolsonarista na Bahia
PREPARAR A RESISTÊNCIA
A luta contra o golpe continua depois das eleições C
pital francesa adquirisse o passe do atacante rubro-negro. Lucas Paquetá é mais um jovem valor dos gramados brasileiros que parte para as arenas futebolísticas do velho continente, deixando um pouco mais pobre tecnicamente o nosso futebol. A desorganizada estrutura do futebol nacional, controlada pelas máfias alheias aos verdadeiros interesses do esporte mais popular do país, é a porta de entrada de outros interesses, dos capitalistas, para destruir o futebol dos centros economicamente mais vulneráveis, como o Brasil e outras praças do continente americano.
om o resultado do 1º turno das eleições, boa parte da esquerda se agarra nos votos e nas urnas para tentar derrotar a direita, agora representada por Jair Bolsonaro, do PSL. Vencer Bolsonaro, acreditam esses setores, seria a vitória contra o golpe de Estado, a reversão de tudo que aconteceu até aqui. Nada mais ilusório. O resultado eleitoral, qualquer que seja ele, não encerra a luta contra o golpe. Se Fernando Haddad vencer, será com um grande acordo com os golpistas, com o compromisso de seguir a política que eles querem. Compromissos esses que estamos vendo serem feitos ao longo de toda a campanha de Haddad, agora inclusive com a retirada de Lula e a mudança das cores da campanha para as da bandeira do Brasil. Caso esse compromisso não seja feito a contento da direita e ele ainda assim for eleito por algum milagre, podemos estar certos
de que a direita tentará derrubá-lo logo no começo do mandato. Por outro lado, se Bolsonaro for eleito, isso não significa o fim da luta contra o golpe, não significa que os trabalhadores e suas organizações vão desaparecer ou aceitar tudo o que será imposto pelo regime golpista. Muito pelo contrário, o Brasil entrará em uma crise sem precedentes, uma vez que o candidato do PSL vai impor uma política duríssima à população. Nesse sentido, é preciso preparar a resistência e a mobilização desde já, independente do resultado do 2º turno. A luta e a mobilização dos trabalhadores não irá acabar com as as eleições. Pelo contrário, as eleições são o terreno mais desfavorável para essa luta, já que totalmente controlado pela direita. É preciso impulsionar a luta do povo contra os desmandos dos golpistas, agora e depois das eleições.
NACIONAL| 5
FRAUDE ELEITORAL
Eleições fraudadas com um golpe militar? Generais preparam plano de governo de Bolsonaro A
proximações sucessivas”, assim o General Hamilton Mourão, hoje candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, referiu-se à política de intervenção dos militares na situação política do país em uma palestra promovida pela maçonaria em Brasília em setembro de 2017. Passados pouco mais de 12 meses, é evidente o caminho trilhado pelos militares no sentido de imiscuir-se nas entranhas do Estado brasileiro. Desde 2016, já foram realizadas dezenas de operações de garantia da lei e da ordem, conhecidas como GLO, em todas as regiões do país. Foram ocupados militarmente os estados do Rio Grande do Norte, do Rio de Janeiro e Roraima. O país tem como presidente da República, de fato, o general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional e, por último, impôs ao STF o general da reserva Fernando Azevedo e Silva, como assessor do presidente Dias Toffoli. Ou seja, além de ações práti-
cas por todo o país, o Exército tem o controle de dois dos três poderes da República. Diante desse quadro, não é exagero falar que o Brasil já se encontra sob uma virtual ditadura militar, particularmente se levarmos em conta que as “aproximações sucessivas” se aprofundam com a fraude eleitoral. Quase 15% da bancada “eleita” para o Congresso Nacional é de parlamentares fardados. Já para o executivo, com a fraude da exclusão do candidato que detinha mais de 50% das intenções de voto, há toda uma campanha por parte dos golpistas, que procuram apresentar a chapa dos militares como se fosse algo eleito e legitimado pelo povo. Finalmente, acaba de ser divulgado pela jornal Folha de São Paulo, que existem cerca de 30 equipes temáticas coordenadas por generais preparando o plano de governo do candidato da extrema direita ou, por que não, de um general ao invés de um capitão.
É absolutamente cristalino o papel da fraude nas eleições no sentido de aprofundar o golpe de Estado no Brasil, inclusive abrindo caminho para a sua evolução no sentido de um golpe por dentro, como declarou o próprio recentemente o próprio Mourão.
É urgente a necessidade da reação popular. Lutar contra o golpe. Lutar por libertar Lula. Diante da gravidade da situação, a esquerda tem que sair da sua embriaguez eleitoral. A extrema-direita, os militares, os fascistas não serão derrotados pelas eleições. Esse é o terreno deles. Esse é o terreno dos golpistas.
ESQUECIMENTO DE LULA
MINISTÉRIOS FASCISTAS
Depois de tirar Lula da corrida eleitoral, direita do PT quer fingir que ele não existe A
Bolsonaro quer latifundiário, pistoleiro e fundador da UDR no comando do Ministério da Agricultura O
ala direita do PT, que antes das eleições pregava que se devia virar a página do golpe, ir direto para o plano “B” das eleições, abandonando Lula na cadeia, chega no segundo turno das eleições fraudadas de 2018, com ares de “autoridade” para aprofundar a direitização da campanha petista. Jaques Wagner, cacique do PT da Bahia, que se elegeu como senador nessas eleições fraudadas, declarou após o resultado das eleições presidenciais, que Fernando Haddad tem que esquecer Lula no segundo turno e ser um candidato com mais “personalidade”, ou seja, não descontentar os golpistas que querem Lula na cadeia. Jaques Wagner e outros membros do PT já eram defensores do plano “B” antes mesmo de Lula ser preso. A política eleitoreira do PT, de aceitar substituir Lula por Haddad e não levar sua candidatura até o fim se mostrou uma tragédia, facilitando a manipulação eleitoral em favor do golpista e fascista Jair Bolsonaro. Agora, Jaques Wagner e os sábios do PT que queriam que os militantes da esquerda virassem a página do golpe, orientam para que a campanha do PT do segundo turno retire a estratégia de transferir os votos de Lula para Haddad e apenas corra atrás dos votos dos “coxinhas”. A direita dentro do PT quer uma campanha no segundo turno com ca-
ra de PSDB, escondendo Lula debaixo do tapete. Esquecem que ele é o legítimo dono dos 29% dos votos que foram dados a Fernando Haddad. Além disso, a orientação para direitização da campanha de Haddad vai mais longe, tirando o vermelho da campanha e substituindo com as cores do verde amarelo tão usado pela direita na campanha contra o golpe. Se no primeiro turno Lula aparecia pelo menos oficialmente na campanha de Haddad, agora nem isso. Atendendo a mais esse desejo da burguesia, Haddad e Manuela retiraram Lula dos materiais de campanha, como se ele nunca tivesse existido. Com essa estratégia, o PT não só não receberá os votos da direita, que já têm dono, como pode até perder os votos dos trabalhadores que achavam que Haddad seria um Lula.
fascista Jair Bolsonaro (PSL) diante da fraude das eleições e sua expressiva quantidade de votos, já está sondando nomes para montar os ministérios. Um deles é Luiz Antônio Nabhan Garcia que está contribuindo especificamente no programa de agronegócio. A imprensa burguesa vem afirmando que Nabhan pode comandar o Ministério da Agricultura (MAPA) e do Meio Ambiente (que será incorporado no MAPA). Apesar do MAPA sempre ser comandado por agentes do latifúndio ou o próprio latifundiário, dessa vez Bolsonaro está colocando na pasta um latifundiário responsável por fundar e coordenar até hoje uma das entidades mais conservadoras e direitistas do campo, a União Democrática Ruralista (UDR). Nabhan é um latifundiário que atua na região do Pontal do Paranapanema, no Estado de São Paulo, e fundou a UDR em 1985 na cidade de Presidente Prudente, após desapropriações realizadas na região. Então surgiu para combater com extrema violência o crescimento dos movimentos sociais de luta pela terra, em especial o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). A UDR sob a coordenação de Nabhan, em especial no Pontal do Paranapanema, ajudou os latifundiários a
formarem milícias de pistoleiros e o acesso a armas para atacar os gigantescos acampamentos que se formavam na região. Atacou e perseguiu duramente uma das principais lideranças do MST, hoje na FNL, José Rainha Júnior. É uma organização que atua por meio da bancada ruralista contra os movimentos de luta pela terra, contra o combate ao trabalho escravo, contra pautas ambientais e de comunidades tradicionais. Desde a sua fundação atua para manter o país como uma colônia exportadora de matérias-primas. Devido aos métodos utilizados pela UDR, a organização ficou enfraquecida nos anos do governo do PT. Mas com o avanço da direita e do fascismo, a UDR começa a ganhar fôlego e já começa a se articular para sufocar os movimentos de luta pela terra e os pequenos agricultores. A UDR é uma das organizações da extrema-direita mais violentas do pais e não vai ser no voto que vai ser derrotada. No comando do MAPA, a UDR vai dar mais fôlego e acobertar a violência dos latifundiários, que após o golpe já mostrou com os anos mais violentos no campo. É preciso organizar os trabalhadores do campo e comunidades tradicionais contra o avanço do fascismo e derrotá-los nas ruas.
6 | NACIONAL
SAMARCO
Justiça que prendeu Lula sem provas vai livrar culpados do maior desastre do país A
direita procura acobertar as suas manobras golpistas através de vários recursos. Um deles é dizer que a prisão de Lula seria a prova de que não há ninguém intocável no Brasil, como se banqueiros, a família Marinho e outros grandes capitalistas estivessem em risco. Como sabemos, apenas capitalistas de menor porte, como o dono da Dolly, é que tendem a sofrer ataques. No entanto, o que vimos em torno do caso Lula? Um juiz de primeira instância, da provinciana cidade de Maringá, o já famosíssimo Sérgio ‘Mussolini de Maringá’ Moro, fez todo tipo de loucura. Através da operação Lava Jato, controlada pelo imperialismo e em conluio o monopólio da imprensa capitalista e outros setores, vimos toda sorte de acontecimentos surpreendentes: presidente grampeado, farsas de todo tipo, delações produzidas sob medida, “colheita” de provas – afinal, colhemos o que plantamos – laudos fraudados, documentos escondidos, enfim, uma farsa total e completa. De acordo com a direita golpista e alguns setores de esquerda, esses seriam sinais de que agora os poderosos do Brasil estariam
em perigo. Não há risco à democracia, muito menos fascismo, diziam eles há até muito pouco tempo atrás.
tre ambiental causado pela Samarco na cidade de Mariana, no interior de Minas Gerais, que ocorreu em 5 de
Um dos temas que seduz de forma muito poderosa um setor da esquerda pequeno-burguesa é o chamado ambientalismo, que tem como um de seus principais porta vozes a candidata a presidência Marina Silva, ligada ao Itaú e à Natura. Todo o povo brasileiro assistiu horrorizado ao desas-
novembro de 2015. Este, que se não foi o maior desastre ambiental da história do Brasil, certamente é o maior da história recente, teve um tratamento totalmente distinto do que foi oferecido ao ex presidente Lula, que hoje encontra-se preso nas masmorras de Curitiba. No entanto, Marina
Silva calou-se diante desse desastre, provocado pela política neoliberal implementada por pressão do imperialismo, e pouco a pouco o assunto foi caindo no esquecimento. Foi sem muita surpresa, mas com muita revolta, que recebemos a notícia de que o judiciário golpista abre brecha para livrar a cara dos executivos da Samarco. A comparação da clara diferença de tratamento fornecido pelo poder judiciário, profundamente reacionário, nos dois casos, o de Lula e o da Samarco, tem um grande poder pedagógico na luta de classes. Grandes tubarões, como os donos e representantes da Samarco e outras grandes empresas nacionais e estrangeiras, no presente momento podem dormir tranquilos. Principalmente na atual conjuntura brasileira, com Lula preso há mais de 180 dias e boa parte da militância petista discutindo se vale a pena ou não falar de Lula como uma estratégia eleitoral na campanha de Haddad. Que fique sempre de lembrança para toda a esquerda: toda luta contra a corrupção termina desse jeito.
Hoje, acompanhe a programação da Causa Operária TV Senador de Bolsonaro eleito por São Paulo quer vender terras indígenas
PSL DE BOLSONARO
E
m eleições fraudadas, o PSL de Bolsonaro em São Paulo elegeu como senador, com 28% dos votos válidos, o desconhecido Major Olímpio. No primeiro dia após o primeiro turno das eleições, o desconhecido senador deu declarações que vão atacar ainda mais a população pobre e trabalhadora, principalmente no campo. Em entrevista a Folha de São Paulo, o desconhecido Major Olímpio tratou de afirmar que vai defender o projeto de venda de terras indígenas. A venda de terras indígenas é um projeto antigo da extrema direita brasileira para favorecer os latifundiários do agronegócio, madeireiras e grandes mineradoras internacionais.
O projeto em questão vem travestido de dar as terras para os indígenas, onde poderiam vender essas terras para terceiros. Sendo que matam os indígenas de fome, mantém a pobreza dessas populações e colocam pistoleiros para expulsar as famílias indígenas (assim como fazem com pequenos posseiros) e os latifundiários forçam essas famílias a venderem suas terras. A fraude dessas eleições veio justamente para atacar ainda mais a classe trabalhadora. Elegendo candidatos desconhecidos, da extrema direita para colocar em prática um plano de entrega do patrimônio público e das comunidades tradicionais nas mãos de latifundiários e mineradoras internacionais.
NACIONAL| 7
EFEITOS DO GOLPE
Extrema pobreza é recorde em 9 estados
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om o aprofundamento do golpe, ficam cada vez mais perceptíveis as mazelas que afetam a classe trabalhadora, oriundas de um governo golpista, controlado pela direita. Um exemplo é o avanço da condição de extrema pobreza em pelo menos no-
ve estados do país, entre 2014 e 2017. Segundo dados levantados pela empresa de consultoria Tendências, houve um aumento de 3,2 para 4,8% nos índices de pobreza. O embasamento de valores foi retirado do Plano Brasil Sem Miséria, que é referência do
Programa Bolsa Família. O Nordeste é a região com maior número de famílias vivendo em situação de extrema pobreza, sendo os piores casos registrados no Maranhão. Os números são assustadores: mais de 12% da população local vive com renda domiciliar
per capita inferior a R$85,00. O crescimento mais rápido deste índice foi na Bahia. A região passou de 12ª no ranking para 3ª colocada. Percentualmente, o número de famílias que vivem em condições de extrema pobreza passou de 4,8 para 9,8%. Em Sergipe os valores também dobraram, passando de 4,1 para 8,9%. De 2004 a 2013 os resultados eram consideravelmente mais positivos. Uma das razões era o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que aumentava, em média, 4% ao ano. Já com a consolidação do golpe, a piora a condição de vida da população foi notável. De 2014 a 2017 os índices e extrema pobreza alavancaram de 5,3 para 10,9%. Outra situação alarmante também foi perceptível no Rio de Janeiro. Em 2014 as famílias em situação de extrema pobreza representavam 1,4% da população local. Depois do golpe, em 2017, o número passou para 3,5%. É importante lembrar que o inferno vivido pelos cariocas só aumenta, principalmente com a intervenção militar, que massacra a classe trabalhadora. Os índices apresentados são apenas um reflexo do quanto o golpe afeta a classe trabalhadora, favorecendo apenas a burguesia. Nesse sentido a mobilização popular se faz fundamental para que a atuação dos golpistas seja barrada definitivamente.
AVANÇO DA EXTREMA-DIREITA
Esquerda que se solidarizou com Bolsonaro, se cala sobre capoeirista assassinado por bolsonarista O
avanço da extrema-direita faz mais uma vítima, dessa vez o Mestre Moa do Katende. O capoeirista, foi morto brutalmente a facadas no estado de Salvador por apoiador do candidato fascista, Jair Bolsonaro. O fato se deu no fim de semana eleitoral, e posteriormente como de costume veio a notícias acerca do assassinato pela imprensa burguesa e afins, mas evidentemente de maneira contida e quase inexistente. Mas o que precisa ser destacado aqui, está no papel da esquerda com o ocorrido. Mestre Moa, foi morto por 12 facadas, isso representa uma direita fascista que não sente mais nenhum impedimento para entrar em cena, e por em prática os atos mais pérfidos contra aqueles que lutam para combate-los. Esse é o momento onde a esquerda deve se posicionar veementemente contra o ataque dos fascistas e fazer isso na prática. Sendo essa, a maneira real de combate ao fascismo. Isso nos remete ao anterior acontecido, quando Bolsonaro, sofreu o suposto atentado no mês de setembro. O caso teve grande acompanhamento e sensacionalismo costumeiro por parte da imprensa burguesa, mas o que não se esperava, seria a esquerda fazendo o mesmo papel, ou seja, se solidarizando com o candidato fas-
cista que clama pelo seu massacre e representa tudo aquilo que esmaga a população de conjunto. Uma esquerda que oferece a outra face pro fascismo bater. Nesse momento, a esquerda pequeno-burguesa faz vista grossa para o que aconteceu com Mestre Moa. Sendo ele, o único digno de solidariedade e não o fantoche da extrema-direita
que massacra o povo. Não há solidariedade e ou comoção para aquele que promete metralhar uma comunidade ou que a ditadura devia ter matado 30 mil pessoas, mas foi esse o papel no qual esse setor se colocou. Agora não há, comoção ou destaque com a morte execrável do capoeirista, quer dizer, o que a imprensa golpista ditar a esquerda pequeno burguesa acata.
Os fascistas já estão aí a muito tempo, a diferença é que neste momento com o golpe e avanço da extrema-direita -por conta do mesmo- o cenário os deixou a vontade e se a esquerda não se coloca prontamente a combater os cães da direita, este é o resultado. Não tem dialogo ou solidariedade com fascista, a resposta é prática e física.
8 | MOVIMENTOS E INTERNACIONAL
FMI
Bolsonaro Pra que eleição? FMI já tem seu próprio promete: os Correios tem que programa de governo para o Brasil ser extinto
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Fundo Monetário Internacional (FMI) já tem o seu programa para os brasileiros. O imperialismo; os bancos internacionais que deram o golpe no Brasil ainda estão descontentes com o governo Temer pois este falhou em implementar a reforma da Previdência, no entanto, já deixaram claro que realizar essa reforma não será uma escolha para o próximo governo, mas uma obrigação. A crise econômica que vêm sofrendo os países desenvolvidos está cada vez mais crítica, por isso as medidas impostas para os países atrasados estão cada vez mais duras, e sua política cada vez mais golpeada pela burguesia internacional. Para firmar ainda mais a necessidade de acelerar a política de drenagem dos recursos brasileiros, o FMI lançou ontem o Panorama Econômico Mundial. O documento põe uma enorme ênfase na reforma da Previdência. Embora o monopólio da imprensa capitalista tente mascarar o óbvio – que o FMI está impondo
as regras para o próximo governo – fica claro o aviso que o Fundo Monetário deixou. Devemos lembrar que os militares estão em cargos estratégicos do governo para entrar em ação caso o programa imperialista não entre em vigor imediatamente no Brasil. Já ficou claro, por A mais B, que essas eleições não têm nada de democráticas, isso já era um fato quando Lula foi preso, porém continuamos com mais evidências de que o Brasil já não pode se dar o luxo de mascarar as ambições da burguesia com ares democráticos: perseguição e agressão de candidatos petistas, fechamento de sedes do PT e do PCdoB, apreensão de material de campanha, chantagens com o Fundo Eleitoral, restrição de campanha de rua, diminuição do tempo de televisão e duração da campanha eleitoral, cassação do Título de Eleitor de 3,4 milhões de Brasileiros, e agora uma imposição direta de qual deverá ser o programa para o próximo governo.
INTERNACIONAL
Espanha: quem impulsiona o fascismo é a direita “democrática”
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atual presidente da Espanha, Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), um partido da ala esquerda do imperialismo espanhol, recentemente fez uma declaração sobre o crescimento da extrema-direita do país sob a sigla do VOX, o novo partido de dissidentes da antiga ditadura fascista de Francisco Franco, cuja maioria ainda se encontra no Partido Popular, de onde vem o partido. Neste domingo, o VOX realizou um ato de 9.000 pessoas, o maior ato que o partido realizou até agora. O presidente da Espanha denunciou que estes grupos da extrema-direita são impulsionados principalmente pela “oposição”, ou seja, pela própria direita que não aparece vestida com a farda do fascismo. Para ele, a agressividade de partidos da direita, como Ciudadanos e o PP, é responsável pelo crescimento de elementos fascistas no país. A declaração de Sánchez está certa. Entretanto, o que é preciso dizer é que, além de o fascismo ser impulsionado pela direita da burguesia, as
condições para seu surgimento é a própria crise do regime capitalista. No caso da Espanha, a crise geral do imperialismo europeu levou ao surgimento destes elementos, como fica perceptível em todos os países. Mas da mesma forma, é normal que o movimento fascista esteja explodindo contra o PSOE, já que o partido é integrante primordial do regime imperialista espanhol, colaborando com as agressões contra o povo catalão, basco e de outras nacionalidades oprimidas que vivem na Europa, além de levar adiante a mesma política, se bem que menos agressiva, dos partidos de direita no país. A política do PSOE é uma política totalmente inconsequente. Para derrotar o fascismo, é preciso um verdadeiro movimento de luta da classe operária, independente politicamente das classes dominantes, que se mobilize e se organize sob uma base real da população. De outra forma, o fascismo só fará crescer e o problema disso será o próprio esfarelamento do PSOE.
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urante a campanha eleitoral presidencial de 2018, o golpista e fascista Jair Bolsonaro foi entrevistado pelo jornalismo golpista da Rede Globo para tentar explicar seu plano de governo. É claro que a golpista Rede Globo, pouco se importa com um plano real de governo, mas sua preocupação consiste em saber se o candidato é capaz de seguir os interesses dos grandes capitalistas. Nesse sentido, foi perguntado ao boçal o que ele pretendia fazer com os Correios, que segundo a própria Rede Globo é uma empresa que dá prejuízo. E Jair Bolsonaro, mostrando ser um obediente capacho dos interesses capitalistas internacionais, respondeu sem titubear que a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) é uma empresa falida e por isso não pode nem ser privatizada, tem que ser extinta.
Ou seja, Jair Bolsonaro, o candidato dos golpistas no segundo turno das eleições fraudadas do Brasil quer extinguir o patrimônio do povo brasileiro, demitir mais de 100 mil trabalhadores ecetistas, aumentando o desemprego no país e ainda liberar o mercado postal, a logísitica de transporte de encomendas, um dos poucos setores que mais cresce no Mundo inteiro, para os grandes capitalistas internacionais, como a DHL, FEDEX, UPS etc. Somente com a mobilização popular nas ruas contra os golpistas, com a formação de comitês de luta contra o golpe é possível impedir esse desastre, já que as eleições já foram fraudadas para que o boçal assuma a presidência do país e coloque os planos dos entreguistas nas estatais brasileiras.
Conferência do PCO será uma homenagem a Fernando Fagundes
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29ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária, a ser realizada nos dias 13 e 14 de outubro em São Paulo, será uma homenagem ao companheiro Fernando José Fagundes Ribeiro, membro do Comitê Central Nacional do Partido falecido no Rio de Janeiro na última sexta (5). Fernando integrou-se ao PCO em 2016, durante a luta contra o golpe, participando ativamente de todas as suas etapas e tornando-se uma importante liderança nacional. Graças a sua convicção de que a solução dos problemas para o país está no socialismo e na construção de um governo operário, Fernando logrou um notável crescimento do Partido no Estado do Rio de Janeiro. O companheiro, em certo sentido, sintetizava as características próprias de um militante socialista, integrando a organização do partido e participação nas atividades a uma profunda reflexão teórica acerca do Marxismo. Exemplo de altruísmo e inteligência, lecionava filosofia na Universidade Federal Fluminense, atuando ainda como tradutor de poesia francesa. Os militantes do PCO acreditam que a melhor maneira de homenagear o companheiro Fernando é mantendo-se firmes na luta pelo socialismo, que é a luta de todos os trabalhadores. Nesse sentido, à medida em que se aprofunda o golpe e outros setores da esquerda capitulam sucessivamente, o Partido busca fortalecer-se no debate e na construção coletiva de sua política nessa nova etapa que se inicia com o segundo
turno do processo eleitoral. É a definição necessária para constituir a resoluta unidade de ação própria do PCO e do centralismo democrático em geral. O Partido se mantém firme em sua política de elevar a consciência dos trabalhadores por meio de sua mobilização, o que implica a definição clara de eixos de luta e palavras de ordem condizentes com os interesses dos oprimidos pelo feroz avanço do imperialismo concretizado no aprofundamento do golpe e no próprio processo eleitoral conduzido pelos golpistas. Quais os caminhos a seguir? Como aumentar grau de organização de nossas fileiras? A homenagem ao companheiro Fernando Fagundes ganha mais relevo quanto mais efetiva e real se torna nossa luta contra o golpe.