Edição Diário Causa Operária nº5432

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TERÇA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5432

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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FORMAR COMITÊS E MOBILIZAR CONTRA O GOLPE: A SOLUÇÃO PARA DERROTAR OS FASCISTAS

A escalada do fascismo no cenário nacional se acentuou no último período, e isso devido ao aprofundamento do golpe de estado. O mesmo que deu margem para o seu surgimento e, por consequência também do retrocesso na luta contra o golpe de setores capituladores que hoje apostam todas as fichas nas eleições como meio de derrota ao fascismo, este que emana da candidatura do presidenciável da extrema-direita, Jair Bolsonaro.

Causa Operária Ediçao 1026

Colonizados, ignorantes Quem colocou Bolsonaro na frente foi a fraude, não o e nazistas: quem são os bolsonaristas? apoio popular Haddad denuncia que imperialismo está por trás da campanha de Bolsonaro

A imprensa golpista no Brasil, que em determinado momento das eleições, atacou Bolsonaro como sendo machista e homofóbico para tentar transferir seus votos para seu principal candidato Geraldo Alckmin do PSDB, lei mais nesta edição

Página 3 Ilusão eleitoral Capitulação diante dos Eleição fraudulenta: militares golpistas só espionam campanha do PT serve para desmoralizar o PT para eleger Bolsonaro

Estrategista de Trump apoia Bolsonaro: quem manda na campanha são os norte-americanos

EDITORIAL

ESPIONAM A ESQUERDA, OS DEFENSORES DE BOLSONARO E DO REGIME DE TORTURA, SEQUESTRO E MORTES DA DITADURA DE 64 COLUNA

Botas, fuzis, capacetes Por Juliano Lopes

Jovem negro espancado no Guarujá (SP): candidatura de Bolsonaro estimula a extrema-direita racista

Desde o início do golpe de Estado, duramente mesmo o julgamento do Mensalão, os militares estavam todos animados com a caça às bruxas contra o Partido dos Trabalhadores.


2 |EDITORIAL EDITORIAL

Espionam a esquerda, os defensores de Bolsonaro e do regime de tortura, sequestro e mortes da ditadura de 64

C

hegou à imprensa de esquerda denúncia de dentro do comando da campanha petista de que “as principais peças do comitê de Fernando Haddad têm sido monitoradas pela área de inteligência das Forças Armadas”. Mostrando o caráter oficial dessa espionagem, as denúncias públicas, e não desmentidas, dão conta de que “por trás da espionagem estaria o general da reserva Sérgio Etchegoyen, chefe do GSI, o órgão controlador da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. O objetivo seria reunir informações para ajudar Bolsonaro a triunfar daqui a duas semanas”. O monitoramento do Exército e sua tutela sobre o atual regime político, nem de longe é uma novidade, como – há muito – vem denunciando este Diário. Os militares estiveram na linha de frente de toda a operação golpista que levou à derrubada da presidenta Dilma Roussef, por meio do impeachment fraudulento. De lá pra cá, foram assumindo cada vez maior espaço dentro do governo golpista (como os ministérios da Defesa, o próprio GSI, a Secretaria da Segurança Nacional, Polícia Federal etc.), no Supremo Tribunal Federal (STF), onde asseguraram a

nomeação como assessor especial da presidência, do general Fernando Azevedo e Silva que, até setembro passado, era segundo em comando do Exército Brasileiro. Não por acaso, o presidente do STF, Dias Toffoli, passou a classificar o golpe militar de 1964 de “movimento de 1964”, em sintonia com a campanha da chapa golpista que em sua campanha assinala que não houve ditadura no País. À toda essa operação semi-clandestina, se somou todo o envolvimento direto dos militares no fraudulento processo eleitoral, o que lhes assegurou, inclusive, a eleição de dezenas de representantes seus para o Congresso Nacional e assembléias legislativas, além da classificação com certa vantagem eleitoral da chapa golpista Bolsonaro-Morão para o segundo turno das eleições, com larga chantagem de vitória no segundo turno. Na campanha do segundo turno, o caráter reacionário e golpista desta ofensiva militar vem se acentuando, com o candidato golpista apresentado como possíveis integrantes de seu ministério, cinco generais, o que significaria um terço da composição desse governo militar, todos declarados defensores

do golpe militar e saudosistas da ditadura militar. O próprio candidato apresenta-se como o candidato da caserna e dos setores mais reacionários e criminosos do aparato repressivo, como na sua ilegal visita de campanha dessa segunda feira (dia 15) ao Bope (Batalhão de Operações Especiais), no Rio de Janeiro, onde além de agradecer o apoio de policiais, anunciou “pode ter certeza, em chegando, teremos um dos nossos lá em Brasília”. Na ocasião Bolsonaro encerrou seu breve comício com o grito “Caveira“, grito de guerra que entoa o símbolo do Bope, em sua ação criminosa contra a população pobre e negra do Rio. Por sua vez, o “comando” da esquerda – cada vez mais na mão dos defensores do que era outrora o “plano B” (a substituição de Lula por outro candidato mais palatável ao regime golpista), ao mesmo tempo em que retira da campanha tudo o que possa lembrar uma campanha de esquerda, como a defesa de reivindicações democráticas contra o regime golpista (como a defesa da constituinte), a defesa dos direitos das mulheres contra a reação (como a defesa do aborto), a defesa da liberdade de Lula e demais presos

políticos do regime e até a cor vermelha. Nesse quadro de capitulação, visando supostamente atrair apoios duvidosos de setores golpistas, se abandona a denúncia dos crimes da ditadura que a campanha golpista também quer fazer o povo esquecer. Contra esta política, é preciso levantar uma ampla campanha contra o avanço dos golpistas sendo como eixos reivindicações fundamentais como Fora Bolsonaro e todos os golpistas, liberdade para Lula e todos os presos políticos do regime. Não se trata apenas de uma disputa eleitoral, em eleições totalmente viciadas, como se comprovou no último dia 7. É preciso denunciar os planos dos golpistas hoje juntamente com a difusão da verdade sobre o golpe militar de 1964 e os crimes da ditadura, tais como a perseguição política, prisões ilegais, tortura, sequestros seguidos de desaparecimento, exílio de oposicionistas, estupros, indução ao aborto de militantes grávidas, por meio de murros e chutes nas barrigas ou mesmo através de introdução de instrumentos nos corpos, centenas de assassinatos, encobrimento de atos de pedofilia por parte de apoiadores dos militares, intervenção e fechamento de organizações populares e sindicais etc.

tro da eleição, a volta dos militares no controle de tudo. Se avizinha um regime de banho de sangue contra o povo negro e pobre brasileiro, o regime de terror contra o povo, o regime das botas, fuzis, capacetes. Tudo isso coloca em questão a necessidade do movimento negro se

reorganizar em torno de suas reivindicações mais fundamentais, como o direito a autodefesa, ao armamento e, da mesma forma, o direito à organização política, que será atacada pelos militares, como já anunciaram. Mais imediatamente, lutar contra o golpe de Estado e pela liberdade de Lula

COLUNA

Botas, fuzis, capacetes Por Juliano Lopes

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esde o início do golpe de Estado, duramente mesmo o julgamento do Mensalão, os militares estavam todos animados com a caça às bruxas contra o Partido dos Trabalhadores. A situação se desenvolveu até a deposição de Dilma Rousseff, que também contou com o apoio dos militares para sua queda. Michel Temer “assume”, e indica quase uma dezena de militares para compor sua equipe de governo. Até a Casa Civil foi assumida por militares. De tal sorte que Temer resolve intervir militarmente no Rio de Janeiro, para, supostamente, combater o crime organizado. Mas a ordem, na verdade, foi ao contrário, os militares resolveram intervir e mandaram Temer tomar a decisão burocrática, administrativa, de intervir no Rio e inaugurar uma nova fase de repressão contra o povo negro e pobre daquele estado. Era uma experiência, um ensaio do que poderia e pode acontecer no Brasil inteiro. Da intervenção decorre a morte da vereadora do PSOL, negra, Marielle, executada pelas forças de repressão, em crime até agora encoberto pelos militares, do mesmo jeito que acontecia na Ditadura Militar. A morte dela se

somou a outras dezenas de assassinados pela intervenção, e aos milhares de mortos pelas forças regulares de repressão no Rio de Janeiro. Lula é preso, militares, que desde os anos 1980 estavam mal resolvidos com Lula, fazem festa para mais uma alma levada para os depósitos humanos que são as prisões brasileiras. É possível que os militares não gostem de ver pessoas presas, eles preferem mortas. No 1º turno das eleições, essa invasão militar no regime político resulta na “eleição” de mais de 70 militares e outros agentes dos órgãos de repressão para postos no Legislativo nacional. Bancada que deve facilitar a aprovação da redução da maioridade penal, privatização dos presídios, endurecimento das penas, e, quem sabe, até legalizar a pena de morte, já praticada ilegalmente pela Polícia Militar de cada estado federativo. Por fim, vem o anúncio da “equipe” de governo de Bolsonaro, possível eleito, ou a tropa de governo. São militares que devem ocupar as mais variadas áreas do Poder Executivo nacional, deixando o regime mais parecido com os anos de chumbo. Um golpe den-


NACIONAL| 3

FORMAR COMITÊS E MOBILIZAR CONTRA O GOLPE

A solução para derrotar os fascistas A

escalada do fascismo no cenário nacional se acentuou no último período, e isso devido ao aprofundamento do golpe de estado. O mesmo que deu margem para o seu surgimento e, por consequência também do retrocesso na luta contra o golpe de setores capituladores que hoje apostam todas as fichas nas eleições como meio de derrota ao fascismo, este que emana da candidatura do presidenciável da extrema-direita, Jair Bolsonaro. Fato é, que as eleições fraudulentas em curso não passam de um mecanismo da burguesia e dos donos do golpe, que evidentemente querem dar seguimento ao curso do golpe, ou seja, essa eleição não foi feita para a esquerda ganhar, tanto é que a maior liderança popular está presa pelo re-

gime golpista. A esquerda, erroneamente se afunda na ideia de que a democracia -diga-se de passagem, democracia burguesa- será restabele-

cida pela via eleitoral e em segundo o fascismo será derrotado por esta mesma via. Em nenhum momento se fala da

mobilização e organização popular para que se derrote o fascismo nas ruas e expulse a extrema-direita de um espaço que é do povo. A ilusão no processo eleitoral e nas instituições somente irão levar ao massacre direto da esquerda e da população de conjunto. Enquanto não houver uma resposta a altura, os fascista avançam e efetivam os ataques mais brutais , como já tem acontecido. É urgente que os comitês de luta contra o golpe, sejam fortalecidos e ampliados por todo o País, e que os mesmos organizem a autodefesa dos trabalhadores. O combate ao fascismo só se dá por uma via, é nas ruas enfrentando os fascistas de maneira direta, não há diálogo ou solidariedade com um setor que entende apenas uma linguagem, sendo ela , a força. Portanto, sem mais ilusão nas eleições fraudulentas, o golpe e o fascismo só serão derrotados nas ruas e pela mobilização popular!!

ELEIÇÃO FRAUDULENTA

Militares espionam campanha do PT para eleger Bolsonaro S

egundo denúncia publicada na segunda (15) pela revista Carta Capital, o comitê da campanha eleitoral presidencial da chapa de Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila estaria sendo “monitorado pela área de inteligência das Forças Armadas”. Segundo a revista, “por trás da espionagem estaria o general da reserva Sérgio Etchegoyen, chefe do GSI, o órgão controlador da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. O objetivo seria reunir informações para ajudar Bolsonaro a triunfar daqui a duas semanas”. A notícia é verossímil. Como se sabe, os oficiais militares representam hoje – assim como em 1964 – os interesses direitos do imperialismo no Brasil. Desde o impeachment de Dilma Rousseff, uma verdadeira tropa de generais da ativa e da reserva cada vem se imiscuindo nos assuntos da política nacional cada vez mais abertamente de modo a garantir a prevalência dos interesses estrangeiros. Cabe lembrar que, se houvesse forças legalistas como em outras eras, o governo do Partido dos Trabalhadores teria logrado articular uma resistência armada à usurpação ilegal do poder em 2016. Não há golpe de Estado sem apoio militar. O primeiro indício de tal apoio foi a instalação do general Sérgio Etchegoyen no Palácio do Planalto como ministro-chefe de um recém-criado Gabinete de Segurança Institucional. Na prática, desde então, ficou claro que o oficial era quem dava as cartas na Presidência em nome do imperialismo, e que Michel Temer não passava de um fantoche a serviço dessas forças. De imediato, as Forças Armadas instalaram ilegalmente agentes infiltrados em diversas organizações de esquerda. O caso mais conhecido, e denunciado em 2016, foi o do capitão

William Pina Botelho, infiltrado sem qualquer autorização judicial num grupo de ativistas que organizava atos contra o golpe em 2016, resultando na prisão de 18 manifestantes numa só operação. Em setembro do ano passado, em palestra na maçonaria, o general Hamilton Mourão anunciou publicamente que os militares vinham preparando um golpe por “aproximações sucessivas”. De fato, no segundo semestre de 2017, o Exército Brasileiro faria extensas manobras em todo o território nacional, e mesmo treinamento conjunto com o exército norte-americano na fronteira com a Bolívia – à guisa de preparação para uma invasão à Venezuela. Em dezembro, seria decretada uma intervenção militar no Rio Grande do Norte, e após o carnaval o Estado do Rio de Janeiro passaria a ser controlado por militares, resultando num brutal aumento dos homicídios da população pobre e de lideranças políticas – inclusive o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, que sempre dera suporte a Mourão, Augusto Heleno e outros generais abertamente favoráveis à ditadura militar, passou em abril a ameaçar diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF) por meio das redes sociais, caso a Côrte acolhesse o pedido de habeas corpus de Luís Inácio Lula da Silva, preso político desde 7 de março. De modo a garantir influência e evitar novos constrangimentos públicos, as Forças Armadas instalaram um homem de confiança também à frente do STF. Ao assumir a Presidência do Tribunal, o ministro Dias Toffoli nomeou o general Fernando Azevedo e Silva, ex-comandante do Estado Maior das Forças Armadas, como assessor es-

pecial da presidência, com o mesmo passando claramente ditar a política do Poder Judiciário, e isso pode ser atestado nas falas do próprio ministro. Primeiro, Toffoli passou a se referir à cruel ditadura militar que tivemos no País como “movimento de 1964”. Dias depois, com claro viés macartista, afirmaria: “Nunca mais escravatura, fascismo e comunismo” – como se o legítimo anseio dos oprimidos por uma sociedade comunista pudesse ser equiparado à escravidão ou ao fascismo. A fraude no processo eleitoral de 2018, totalmente conduzido pelos golpistas, fica cada vez mais escancarada. O principal candidato, Lula, foi preso, impedido de se candidatar e de dar entrevistas; diversas candidaturas de esquerda – como as do PCO – foram duramente perseguidas pelo Ministério Público e pelos Tribunais Regionais Eleitorais, e impedidas de fazer campanha, num total de mais de 2 mil impugnações. a propaganda política foi praticamente extinta pelas instruções normativas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por sucessivas e arbitrárias minirreformas políticas – a última delas conduzida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A guinada súbita à direita ocorrida no dia da votação – contrariando todas as pesquisas – seria o atestado final de manipulação, resultando por exemplo nas “boas votações” por exemplo de uma Janaína Paschoal (a advogada do impeachemnt), de um líder do Movimento Brasil Livre (MBL, um movimento neofasista), ou de Alexandre Frota (ator pornográfico) para cargos legislativos. Além disso, a bancada verde-oliva aumentou sensivelmente no Congresso Nacional. Com essas eleições, nada menos que 73 militares ocuparão cadeiras no Parlamento a partir de 2019 – quatro vezes

mais que na última legislatura. A anomalia mais visível, porém, foi a multiplicação dos votos na chapa dos militares, encabeçada pelo ex-capitão Jair Bolsonaro (PSL) com ninguém menos que o próprio general Hamilton Mourão (PRTB) como vice. Nos últimos dias antes da votação em primeiro turno, os votos na chapa do golpe militar milagrosamente dobraram. É consequente que, no aprofundamento desse processo ditatorial, os direitos políticos mais fundamentais passem a ser ignorados e que todo o processo político passe pela tutela dos golpistas, pelo imperialismo, e pelos seus cães de guarda mais fiéis: os oficiais militares. Por isso, não se pode alimentar qualquer ilusão de combate ao golpe pela via eleitoral, ou por campanhas de opinião. Todo o aparato estatal está sob controle do imperialismo e das Forças Armadas. O golpe militar já aconteceu. Cabe mobilizar a população para derrubá-los. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Abaixo as eleições fraudulentas! Liberdade para Lula!


4| NACIONAL

COLONIZADOS, IGNORANTES E NAZISTAS

Quem são os bolsonaristas? O

s bolsonaristas são realmente colonizados pelo imperialismo racista. Prova disso foi a aparição da bandeira do Kekistan, durante manifestação pró-Bolsonaro, na Avenida Paulista. Kekistan é uma seita criada a partir de jogos on line de vídeo game, como World of Warcraft e tantos outros. Fruto de uma loucura coletiva dos jogos, que mistura elementos do deus egípcio Kek (deus da escuridão ou destruição) com traços do símbolo nazista, essa bandeira foi inicialmente utilizada por integrantes da supremacia branca norte-americana durante campanha do presidente Donald Trump. O significado primordial dessa iniciativa é a destruição da ordem vigente, o que se coaduna com a demolição do regime político tradicional, assim como ocorreu na Alemanha pré-nazista.

Os bolsonaristas veem a ascensão do capitão como a destruição do regime tradicional da política brasileira, cujos expoentes eram os partidos coxinhas do PSDB, DEM, MDB e outros. Os eleitores de tais partidos migraram em massa para o PSL, agremiação do candidato Bolsonaro, deixando os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) bem abaixo do que esses partidos outrora representavam. Enfim, o surgimento dessa bandeira, no meio dos bolsonaristas, indica o alto grau de preconceito e ignorância existente entre desiludidos coxinhas. Adicione-se a esse episódio o fato de o representante do MBL, Kim Kataguiri, deputado federal eleito pelo PSL, já ter imitado os Power Rangers em plena Avenida Paulista durante ato político direitista.

IMPERIALISMO

DIREITA GOLPISTA

Haddad denuncia que imperialismo está Jovem negro espancado no Guarujá por trás da campanha de Bolsonaro (SP): candidatura de Bolsonaro estimula entrevista nessa segunda-feiEle se referiu particularmente às a extrema-direita racista Emra (15) para a Rede Minas, o canpropagandas enganosas de Bolsonadidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, denunciou que a campanha de propaganda de Jair Bolsonaro pode ter apoio do exterior, ou seja, do imperialismo. “Ninguém é ingênuo. O Brasil virou alvo de cobiça por causa do petróleo. Estão querendo criar confusão no continente, no Brasil e na Venezuela, por causa do petróleo”, afirmou Haddad durante a entrevista.

ro, com mentiras sobre o petista. Para o observador atento, é fácil perceber que o candidato de extrema-direita não passa de um capacho do imperialismo, especialmente o norte-americano. Seus elogios, a continência prestada à bandeira dos Estados Unidos e as propostas de entrega dos recursos nacionais aos monopólios estrangeiros não deixam dúvida de que Bolsonaro é um serviçal do imperialismo.

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U

m jovem negro foi imobilizado, agredido e quase linchado por um grupo de bolsonaristas, no último sábado (13), na praia das Astúrias no Guarujá, litoral de São Paulo. Um ato de barbárie motivada pelo racismo da direita e da extrema-direita e que está sendo mais amplamente estimulado pela candidatura do fascista Jair Bolsonaro. Parte da agressão racista foi filmada por uma mulher negra, vendedora na praia, que tentou impedir o linchamento e que também virou alvo, foi xingada e expulsa pelos bolsonaristas, acusada de “proteger bandido”. No vídeo, durante a agressão, é possível ouvir um dos indivíduos afirmando: “Dia primeiro isso vai acabar”, em referenciada eventual posse de Bolsonaro. Testemunhas afirmaram que houve incitação a tortura com pedidos para que se pendurasse o rapaz de cabeça para baixo. Um membro do grupo, ainda segundo testemunhas, gritou: “ Tem que matar um vagabundo desses, aqui é Bolsonaro porra”. Sem qualquer indício, o jovem negro foi parado e acusado de furtar algo, um celular, depois uma corrente, o que o rapaz nega. No vídeo gravado pela vendedora é possível ver o rapaz

imobilizado pela barriga por um fascistóide, enquanto outro segura suas pernas, outros ainda o espancam. Um grupo maior olha e incita o linchamento e o assassinato do jovem. A polícia chegou levou o jovem enquanto os bolsonaristas gritavam “Mito”. Um grupo ainda foi até onde a vendedora que fez o vídeo trabalha exigir, junto a sua chefe, a demissão, o que não foi acatado. O povo negro, como população oprimida no país, é o primeiro alvo dos golpistas; da extrema-direita bolsonarista, tanto do ponto de vista da política econômica, já que esta população será a mais violentamente afetada pela política dita de austeridade, que significa jogar milhões na miséria, quanto do ponto de vista da repressão, uma vez que o negro é maioria do povo brasileiro e a burguesia necessita debelar todos os possíveis pólos de resistência a sua política. É necessário a organização do povo negro em aliança com movimento operário e popular para fazer frente a investida da direita golpista que apoia os racistas bolsonaristas que querem esmagar completamente o negro. Pela criação comitês de autodefesa do povo negro contra os golpistas e contra o golpe já.


NACIONAL| 5

ESTRATEGISTA DE TRUMP APOIA BOLSONARO

Quem manda na campanha são os norte-americanos R

ecentemente veio à tona a denúncia de que a campanha política do candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro do PSL, está sendo coordenada por Steve Bannon, o guru e estrategista político na eleição de Donald Trump nos Estados Unidos da América. Bannon foi uma figura chave na eleição de Trump nos Estados Unidos ao coordenar uma empresa de “marketing político digital” que atua nas redes sociais como o Facebook, em aplicativos como o WhatsApp e o YouTube. A empresa recebe o apoio de grandes empresários norte-americanos com posições políticas fascistas. Nas eleições norte-americanas, Trump era considerado um candidato azarão nas prévias para a candidatura à presidência pelo partido republicano. No entanto, o empresário conhecido por declarações toscas e direitistas, acabou derrotando adversários apoiados por figurões do partido republicano como George W. Bush Filho e John MCcain. A campanha das prévias e no próprio processo eleitoral entre Trump e Hilary Clinton ficaram marcadas por uma verdadeira enxurrada de vídeos falsos com notícias aberrantes, montagens manipuladoras, as chamadas Fake News, que serviram para criar uma verdadeira campanha anônima de demonização dos adversários. Após o processo eleitoral, tal campanha virou um escândalo internacional ao se revelar que o Facebook forneceu dados de 50 milhões de usuários para a Cambridge Analytics que foram usados para que Bannon criasse perfis dos eleitores e pudesse influir no processo eleitoral. Christopher Wylie, ex-engenheiro de dados da Cambridge Anaytica, fez uma série de denúncias sobre a

empresa em que trabalhou. Wylie afirmou que a empresa coleta dados dos usuários para saber exatamente quais mensagens são mais suscetíveis aos eleitores, quais os seus medos, o tom adequado e quantas vezes seria necessário utilizar tais mensagens para engajar cada pessoa nas campanhas de forma anônima, sem a pessoa saber que está sendo manipulada por notícias falsas.

mundo, organizando a campanha de movimentos de extrema direita e fazendo crescer o movimento fascista a nível mundial. Na conversa gravada, um dos representantes da empresa afirma: “Nós usamos isso no Estados Unidos. Nós usamos isso na África. Já fizemos no México, Malásia. E agora, estamos indo para o Brasil”. Em 3 de Agosto desse ano, o filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsona-

Em uma filmagem feita por supostos empresários da Sri Lanka interessados em contratar o serviço da Cambridge Analytica, os negociadores falam abertamente que “Não é interessante concorrer em uma eleição com fatos. Porque na verdade é tudo sobre emoção.” E afirmam ainda: “Tem que acontecer sem que ninguém pensar que se trata de uma propaganda. Por que no momento em que perceberem que é uma propaganda, a questão seguinte é: quem publicou isso?”. Este modus operandi vem sendo aplicado em diversos países do

ro (que foi eleito o deputado federal mais votado em São Paulo) postou uma foto nas redes sociais de um encontro com Steve Bannon em Nova York e afirma que o empresário iria participar da campanha do pai. Na verdade, à medida em que a campanha ocorre fica claro que Steve Bannon é o chefe da campanha de Bolsonaro, escrevendo discursos, preparando toda a campanha de forma referendar a verdadeira onda de notícias falsas circulando pela internet. O método de funcionamento

é semelhante ao Nazismo, quando o Ministro da Propaganda de Hitler afirmou: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. O controle da campanha de Bolsonaro pelo empresário norte-americano desmente a falsa ideia de que o político seria nacionalista, pois sequer a campanha é controlada por brasileiros. A recusa de Jair Bolsonaro em participar dos debates também deve ser uma orientação de Bannon, uma vez que no debate não é possível prever exatamente tudo que o candidato fake deve falar. O militante Everton Rodrigues do site “Falando Verdades” revelou em sua pagina que há mais de 200 grupos de apoio a Bolsonaro do WhatsApp que disseminam notícias falsas que são controlados por números dos Estados Unidos. Depois de realizar a denúncia, Rodrigues teve a seu número do WhatsApp bloqueado. Falar que Bolsonaro é um nacionalista é uma ofensa intelectual. Apesar da propaganda fajuta utilizando bandeiras do Brasil, fazendo declarações de que “o seu partido é o Brasil” etc, o candidato foi visto prestando continência à bandeira norte-americana numa servil demonstração ao imperialismo norte-americano. Somando-se a isso, a adoção do neoliberal Paulo Guedes como guru econômico, que defende a privatização e a entrega de todas riquezas nacionais para grandes empresas estrangeiras (em especial as norte-americanas), aí então fica mais do que claro que Bolsonaro não passa de um lambe-botas do imperialismo norte-americano. Até o lema de Trump Bolsonaro resolveu seguir na prática: “America first” (Estados Unidos primeiro).

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6 | POLÊMICA

PROGRAMA DA BURGUESIA

Haddad tem que se transformar em Alckmin para ganhar as eleições?

H

addad continua a ser pressionado a montar o programa que a burguesia quer, típico da direita. Simulando opiniões de “especialistas” que se prestam ao trabalho sujo, a grande burguesia dá seu recado, através dos meios de comunicação. Segundo a Folha de S. Paulo, Haddad não pode ser “o candidato do PT”, mas de uma “frente democrática”, para não representar o risco de uma “regressão autoritária”. O que esse pérfido jornal chama de frente democrática é a manutenção do regime golpista e autoritário, que devasta o País desde o impeachment de Dilma Rousseff e, enfraquece, cada vez mais, o protagonismo parlamentar do PT. Querem que Haddad abra mão de uma reeleição, a favor de Ciro Gomes. Que incorpore programas de outros candidatos sem exigir apoio em contrapartida. Em terceiro lugar, que o

PT renuncie à disputa da presidência da Câmara, e incorporar no governo golpistas como Nelson Jobim, Marina Silva e Joaquim Barbosa, mantendo o apoio ao “combate à corrupção” (sim, este mesmo que prendeu injustamente José Dirceu e as principais lideranças petistas). Na mesma linha, a Época, do grupo Globo, “aconselha” Haddad a se desvincular de Lula. A estratégia é defendida pelo ex-governador petista da Bahia, Jaques Wagner. A assessoria de campanha está buscando auxílio de políticos ligados a Alckmin, como José Gregori e Claudio Lembo. Haddad já mostrou sua disposição à direita chamando o abutre-mor, Ciro Gomes, um vira-casaca de mão cheia, para compor a coordenação de sua campanha. O PDT já anunciou que fará um “apoio crítico” à candidatura de Haddad. A candidatura de Haddad flerta com

os setores direitistas que, na primeira oportunidade, darão novas rasteiras no Partido dos Trabalhadores. O PT precisa se reconectar aos movimentos populares e operários, e não a setores que já demonstraram claramen-

te sua motivação antipetista. É preciso que as bases militantes pressionem o setor petista eleitoreiro, para que este volte a se alinhar à esquerda, se não quiserem continuar a sofrer novos e reiterados golpes.

PROGRAMA DA BURGUESIA

Quem colocou Bolsonaro na frente foi a fraude, não o apoio popular A

imprensa golpista no Brasil, que em determinado momento das eleições, atacou Bolsonaro como sendo machista e homofóbico para tentar transferir seus votos para seu principal candidato Geraldo Alckmin do PSDB, agora tenta dar sua versão manipuladora sobre os motivos que levaram o golpista e fascista Jair Bolsonaro ter 46% dos votos no primeiro turno das eleições, e conseguir 58% das intenções de votos para o segundo turno, segundo pesquisa do Instituto golpista, Data Folha. Segundo matéria da revista golpista, IstoÉ, Bolsonaro está surfando em uma onda conservadora e se aproveitando da onda antipetista que emergiu no País. Nada mais falso e manipulador, uma vez que as próprias pesquisas dos Institutos golpistas, indicavam há

uma mês antes das eleições de outubro que Lula do PT ganharia as eleições presidenciais, já no primeiro turno.

Mesmo preso de forma ilegal pela operação golpista da “Lava Jato”, Lula liderava as pesquisas com grande folga, tendo o Bolsonaro em segundo lugar, com um percentual de intenção de votos, nunca superior a 20%. O fator decisivo para que a burguesia golpista pudesse inflar um candidato de direita nas eleições de 2018 era justamente o impedimento forçado e arbitrário do principal candidato da esquerda, Luí Inácio Lula da Silva. Não existe anti-petismo, mas uma fraude organizada pelos golpistas (imprensa capitalistas, polícia federal, Poder Judiciário e militares) para impedir que o povo pudesse manifestar sua vontade de eleger Lula, diretamente ligado ao PT. Após a retirada de Lula do cenário das eleições, com a colaboração de setores da direção do PT que não qui-

seram levar a candidatura de Lula até o fim, criando uma crise para os golpistas, o terreno ficou livre para manipulação. A interpretação eleitoral dos votos do Bolsonaro pela imprensa golpista é tão aberrante, que Bolsonaro que sempre foi o candidato que tinha o maior índice de rejeição, quase 50%, agora, segundo os golpistas, é o que consegue atrair uma onda gigantesca de adeptos. Pura enganação! As eleições de 2018 provavelmente é a eleição mais fraudada da história do Brasil, onde o principal candidato foi proibido de participar e o “espantalho” eleitoral (Bolsonaro), se transformou, graças a toda manipulação produzida (pesquisas, “atentados”, repressão, urna eletrõnica etc) em um “fenômeno” de votos. Se aqui não fosse o Brasil até poderíamos acreditar.


MOVIMENTOS| 7

CORREIOS

Intervenção no Postalis faz aniversário, e o Fundo continua nas mãos dos especuladores N

o dia 04 de outubro de 2018, a intervenção dos golpistas no Postalis (Fundo de Pensão complementar dos trabalhadores dos Correios) fez aniversário. Há mais de um ano, o governo golpista de Michel Temer, através da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), afastou os diretores do Postalis e nomeou um interventor, com o argumento de que o rombo do Fundo de Pensão, cerca de 9 bilhões de reais, iria ser saneado, e dariam mais tranquilidade aos trabalhadores participantes do fundo. Uma intervenção comemorada pelos “coxinhas” e direitistas que se organizam dentro dos Correios na ADCAP (associação dos chefes nos Correios). No entanto, passados 12 meses e mais 10 dias, o interventor não reali-

zou nenhum benefício para os trabalhadores, sequer conseguiu devolver aos trabalhadores um centavo do dinheiro roubado, e para piorar, estuda

EDUCAÇÃO

cobrar ainda mais dos trabalhadores para que o Fundo não desapareça definitivamente. O Banco, BY Mellon, apontado

por auditorias dos Correios como o principal responsável em realizar investimentos que causaram o rombo no Fundo, parece ter adquirido uma blindagem pelo próprio interventor, uma vez que corre na justiça uma ação judicial para que o Banco Americano restitua pelo menos cinco bilhões de reais aos fundos dos Correios. E para manter o Fundo nas mãos dos capitalistas, e isentando os causadores do rombo, os banqueiros, o governo golpista prorrogou por mais 160 dias à intervenção, com a clara intenção de não permitir que os trabalhadores não cria problemas para seus parceiros, os grandes capitalistas. Fora Interventor! Pelo total controle do Fundo do Postalis pelos próprios trabalhadores;

ACIRRAMENTO DE CONFLITOS

Direita vai deixar o Brasil sem professores: só Liderança sindical dos trabalhadores 3,3% dos jovens querem trabalhar na educação rurais sem-terra é assassinado no Pará

S

omente 3,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos, início do ensino médio, querem ser professores. Este dado é resultado de um levantamento realizado pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) junto ao Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2015. O estudo mostra também que os jovens que querem se dedicar a carreira docente são os que têm notas mais baixas na avaliação Internacional, o Pisa. Logicamente, que estes números revelam o quadro dramático na educação no país e que caminha a passos largos para o completo colapso da rede pública de educação com a política dos golpistas; da direita; da extrema-direita. O Pisa é uma avaliação Internacional da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) aplicada a estudantes de 15 anos que realizam provas de leitura, matemática e ciências. Dos 70 países países regiões avaliadas o Brasil ficou em 63 em matemática, 59 em leitura e 65 em ciências no referido ano. Ainda, segundo o estudo, os estudantes que que disseram querer dedicar-se a profissão docente obtiveram notas abaixo da média nacional em todos os quesitos, o contrário de outros países. Essa situação se dá pela política da direita neoliberal; da burguesia golpista que sempre se colocou contra o direito do povo ao ensino público gratuito, um exemplo clássico é o PSDB de São Paulo que a cerca de 20 anos vem destruindo ensino do Estado, transformando o ensino público básico do Estado mais rico do país em um dos piores nacionalmente. Condições de trabalho extremamente penosas, com falta de material

básico, como papel higiênico e portas nos banheiros, por exemplo, escolas com a infraestrutura abandonadas, falta de professores e pessoal, baixíssimo salários – várias Estados pagam abaixo do piso da categoria – e de perspectiva de carreira. Até mesmo falta de merenda para as crianças e jovens, o que impacta diretamente no ensino. Cortes constantes de verbas são os meios que a direita se utiliza para encolher ao máximo a rede, forçando muitas pessoas a irem a rede privada, que é também de baixa qualidade, e assim ter argumentos para a privatização como saída para o ensino. O ápice desta política de destruição vem com golpe de Estado, rapidamente as poucas conquistas realizadas nos governos do PT, consolidadas no Plano Nacional de Educação aprovado em 2014, foram destruídas quase que de imediato, a possibilidade de terceirização abre perspectivas ainda mais nefastas para a categoria, em suma: ser professor deixou de exercer atração para a pequena burguesia em geral e apenas um setor minoritário da classe operária mantém o interesse na profissão, seja por vocação ou outro motivo. Esse mesmo setor que foi educado na escola de baixa qualidade que a direita criou, a despeito dos enormes esforços dos educadores. A educação formal é um elemento fundamental para o desenvolvimento, econômico e político do país, como também, humano, social, cultural e afetivo dos indivíduos. Para os golpistas, contudo, trata-se de cortar gastos, transferindo-os para os banqueiros e embrutecer ainda mais o povo.

O

presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Sintraf), Aluísio Sampaio, foi covardemente assassinado dentro do sindicato no último dia 11 de outubro. O assassinato ocorreu no distrito de Castelo dos Sonhos, município de Altamira, sudeste do Pará, onde o sindicalista foi assassinado com dezenas de tiros na cabeça por dois pistoleiros. O sindicalista era reconhecido na região por atuar na causa dos posseiros e trabalhadores sem-terra, contribuindo enormemente com o MST na região. Diversos assentamentos foram criados sob a liderança de Aluísio, o que resultou na ameaça constante de morte por fazendeiros e grileiros. Por causa das constantes ameaças, Aluisio andava sempre com coletes a prova de balas, mas na hora do crime não estava de colete e os tiros foram dados a queima-roupa na cabeça da liderança sindical. A região da BR-163 é de constantes conflitos de terra, já que grandes grileiros de terra atuam na região para expulsar os posseiros e trabalhadores sem-terra que estão as margens da rodovia.

A rodovia é extremamente importante para a exportação de soja do Estado do Mato Grosso e sofre com a grilagem de terras em suas margens, onde foi criada a Floresta Nacional do Jamaxim para evitar o desmatamento e a expulsão de famílias posseiras que vivem do extrativismo de suas terras. Os latifundiários e grileiros de terra atuam para expulsar as famílias de posseiros e sem-terra da região, mas também as utilizam para adentrar dentro das áreas de conservação ambiental e acirrar os conflitos nessas regiões e também eliminar as áreas de conservação ambiental e de comunidades tradicionais. O assassinato do sindicalista é fruto do acirramento dos conflitos no campo oriundo da ofensiva da direita fascista e que vai piorar com a capitulação de toda a esquerda diante das eleições fraudadas que podem levar ao poder o fascista Jair Bolsonaro. É preciso acabar com o discurso pacifista e de diálogo com latifundiários e a direita fascista e criar comitês de autodefesa dos trabalhadores do campo para derrotar os latifundiários, a extrema direita e os golpistas nas ruas.


8 | MOVIMENTOS

MASSACRE DOS SETORES OPRIMIDOS

Bolsonaro é o candidato dos assassinos de mulheres: Guilherme de Pádua vira seu cabo eleitoral B

olsonaro representa tudo aquilo que antipopular, ou seja, é o candadato da extrema-direita que prega muito bem sua cartilha: o massacre dos setores oprimidos do país, sabendo que quem os compõe são negros, mulheres, homossexuais, etc. Não é coincidência que seus apoiadores corroborem inteiramente com sua agenda de massacre da população e por isso expressam essa mesma característica. Uma demonstração disso, está no apoio de Guilherme de Pádua, o que nos remete para uma situação anterior. O ex-ator, hoje pastor, não é nada menos do que o assassino da filha de Glória Perez, Danielle Perez, este é o tipo de apoio que recebe. O fantoche da direita, é um dos maiores representantes dos ataques hoje promovidos contra as mulheres como um todo, e deixa isso explícito.

Por mais incongruentes que seja seu discurso, Bolsonaro deixa claro que é o inimigo número das mulheres. Sua gama de defensores não seria diferente, ou seja, é o candidato dos assassinos de mulheres . Aquele que prega a violência direta das mulheres, não receberia apoio de outros setores se não fossem igualmente pérfidos. Em vídeo, Pádua tenta se fazer neutro, ou como diz ele durante o vídeo “moderado”, mas fica clara sua defesa ao candidato fascista, onde aponta sua vitória como certa. Além de comprovar a tese de que os fascistas não mais possuem impedimento algum para se inserirem no cenário, assim como não tentam mais esconder seu verdadeiro caráter amparados em candidaturas fascistas, aqui em especial a de Jair Bolsonaro. Isso também demonstra a demagogia e moralismo que prega a direita golpista com os setores minoritários,

já que na verdade é ela quem chancela a opressão desses setores e promove ataques constantes. Bem como declara em seu discurso conservador,

Bolsonaro, somente tende a atrair os setores mais obscurantistas e contra o povo porque é isto que o mesmo representa.

ESPORTES

Diário esportivo argentino destaca atuação do Palmeiras, adversário do Boca Juniors na semifinal da Libertadores

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mais importante diário esportivo da Argentina, o jornal Olé deu destaque a grande atuação do Palmeiras neste domingo, quando o time que será adversário do Boca Juniors, em uma das semifinais da Copa Libertadores venceu o Grêmio (adversário de outro argentino, o River Plate, também pelas semifinais da Libertadores) pelo placar de 2 x 0. O diário do país vizinho destaca a boa atuação dos comandados de Felipe Scolari, que marcou do princípio ao fim da partida, não dando qualquer chance ao time gaúcho. O esportivo argentino destaca ainda quer por conta da data FIFA o campeonato local foi paralisado, o que não aconteceu com o “Brasileirão”, onde todos os times que disputam a competição estiveram em

ação. Ao colocar em relevo a atuação de um dos adversários dos argentinos no quadrangular final da Libertadores, a crônica esportiva do país vizinho está deixando um alerta aos dois times portenhos que enfrentarão os brasileiros. O River Plate terá pela frente o Grêmio e o Boca Juniors enfrentará o Palmeiras. Felipão comanda ascensão palmeirense no segundo semestre da temporada Chamado pela diretoria do “Verdão” para substituir o então técnico Roger Machado, que não conseguiu estabilizar a equipe, com uma campanha considerada muito irregular, com altos e baixos, o experiente e vitorioso técnico Felipe Scolari assumiu o time depois da derrota para o

Assista o Jornal das 3, todos os dias na COTV no site: causaoperariatv.com.br no youtube: causaoperariatv

Fluminense em 25 de julho, quando Roger Machado foi demitido. De lá para cá o Palmeiras vem experimentando uma ascensão meteórica e os números falam por si só: São 14 partidas invictas, com 10 vitórias e 4 empates, números registrados nas competições que o “Verdão” vem disputando e disputou (Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores). Neste momento o time lidera a competição nacional com 59 pontos e é um dos fortes candidatos à conquista do título. O futebol que a equipe vem praticando tem a marca de Felipão, com forte marcação, pressão na saída de bola do adversário e alta eficiência nas conclusões finais. Depois da Copa de 2014, quando uma intensa campanha de ataques

ao futebol brasileiro foi levada a cabo pelos inimigos do melhor futebol do mundo, Felipão foi execrado pela “crítica especializada”, que o classificou como um técnico portador de ideias, concepções e esquemas superados e antiquados. O técnico pentacampeão do mundo, no entanto, continuou fiel ao seu esquema “superado”, convidado a dirigir times em outras praças do futebol ao redor do mundo. O ressurgimento de Felipão no futebol brasileiro dirigindo uma grande equipe e colocando-a no patamar superior das competições que participa é a prova cabal de que por estas terras ainda se pratica o melhor futebol, reconhecido e respeitado por todo o mundo.


INTERNACIONAL| 9

IMPERIALISMO

Barbárie imperialista no Iêmen causa a maior onda de fome em cem anos

A

Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que o Iêmen podera estar vivenciando a pior crise de fome de toda sua história, se os ataques aéreos do imperialismo, por meio da Arábia Saudita, não cessa-

rem, colocando, em menos de 3 meses, de 12 à 13 milhões de pessoas na condição de fome. Segundo a coordenadora da agência humanitária do Iêmen, Lise Grande, a situação pode chegar no ponto da Etiópia.

A imprensa burguesa, imperialista, e a própria ONU tem colocado a culpa na resistência dos iemenitas, que por meio dos Houthis (organização armada nacionalista) tem combatido as agressões do imperialismo. Trata-

-se entretanto de uma guerra desproporcional, já que a coalizão da Arábia Saudita com os Emirados Árabes Unidos (EAU) tem um financiamento e fornecimento bélico do próprio imperialismo, e portanto muito mais poder de destruição. O que está acontecendo no país é culpa total do imperialismo, que tem promovido guerras em todos os países do Oriente Médio onde pretendem controlar de forma mais efetiva. O país vive no meio de uma tremenda guerra civil, com bombas minadas nas ruas, ataques aéreos constantes, boicote econômico e assim por diante; vive no meio de uma crise humanitária gigantesca, com a morte de de dezenas de milhares de pessoas, e centenas de milhares sendo obrigadas a sair de suas casas. É isto que o imperialismo semeia no mundo: guerras; destruição; mortes; fome; estagnação econômica; tortura; e assim segue uma imensa lista de atrocidades cometidas pelos grandes monopólios capitalistas por meio de seus respectivos estados. Estão assassinando toda uma população para atingir seus interesses econômicos e políticos, é desta forma que atuam.

ARÁBIA SAUDITA

Caso do jornalista desaparecido é usado pelo imperialismo para pressionar sauditas a se manterem na linha H

á mais de uma semana que o jornalista saudita, Jamal Khashoggi, desapareceu. O jornalista do Washington Post entrou no Consulado da Arábia Saudita em Istambul (antiga Constantinopla), a cidade mais importante da Turquia, e nunca mais apareceu, e ao que tudo indica teria sido assassinado a mando do governo saudita. Khashoggi era um crítico de determinadas ações da monarquia da Arábia Saudita, apesar de ser ligado politicamente a uma ala da mesma. Dia 2 de Outubro ele entrou no Consulado, e nunca mais teria saído. O governo saudita alega que sim, porém não há registros, e nunca mais se teve notícias dele, pois ninguém o viu após este acontecimento. O Governo Turco, de Recep Tayyip Erdogan, denunciou que o jornalista teria sido assassinado e desmembrado por 15 agentes sauditas, uma prática tradicional do reino árabe, que é um dos mais retrógradas do mundo, utilizando práticas medievais de perseguição, tortura e assim por diante. Vale dizer que a Turquia está pressionando o governo Saudita, diante dos posicionamentos a favor dos interesses norte-americanos deste país, o principal pilar do imperialismo no mundo árabe, para que este esclareça o acontecimento. O governo turco que pressionar os sauditas a pararem de financiar as tropas curdas que estão na fronteira entre Turquia e Síria, participando da invasão imperialista da Síria junto com o resto do imperia-

lismo – além também por conta dos posicionamentos, por exemplo, de boicotar o Qatar, de ter financiado o golpe militar no Egito, em 2013 e assim por diante. Já o governo norte-americano, de Donald Trump, também está pressionando o governo saudita por esclarecimento, e prometeu punir os culpados, além de realizar sanções contra a própria Arábia Saudita. A relação do imperialismo e o governo saudita está complicada desde o contragolpe do príncipe Mohammed Bin Salman, que ano passado prendeu diversos parentes da monarquia saudita que estavam planejando um golpe contra ele, o sucessor do Rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. Na época os setores do imperialismo ficaram rachados quanto ao acontecimento. Mas ao que parece a situação está saindo do controle dos próprios norte-americanos, que sempre controlaram o país. O príncipe Bin Salman parece ser um monarca diferenciado no país, não se submetendo totalmente aos interesses do imperialismo norte-americano. Logo de início, Bin Salman promoveu uma série de modernizações no país para estimular o desenvolvimento capitalista do país, como por exemplo, permitindo as mulheres de dirigirem carros, não por amor às mulheres obviamente, mas para aumentar a venda de automóveis e assim estimular o mercado interno do país. Além disso, existe todo um plano de industrialização do país, à partir

dos fundos obtidos por meio do petróleo, que é o principal recurso do país. Existe até um projeto de anexação de uma parte do Iêmen para criar uma zona industrial, que apesar de ser uma coisa totalmente desumana, demonstra um interesse à industrialização do país que tem o potencial de ser o país mais desenvolvido, rico e moderno do Oriente Médio. O interesse do imperialismo de noticiar o desaparecimento e possível morte do jornalista, prática corri-

queira do reino reacionário da Arábia Saudita, parece ser justamente o de pressionar o governo contra essas reformas que ele vem realizando no país. Entretanto, o imperialismo precisa de muita cautela ao agir em cima desta situação, já que sendo o pilar da opressão imperialista no mundo Árabe e um país de primordial importância no mundo, uma crise muito grande no país pode levar a uma total desestabilização da dominação imperialista na península árabe.


10 | CULTURA

“ARTE DEGENRADA”

Assim como Hitler, Bolsonaro vai perseguir a cultura N

o que diz respeito à cultura, as manifestações toscas e ignorantes de Bolsonaro e de muitos de seus supostos ministros e apoiadores indicam que haverá uma perseguição sem trégua à área da Cultura e da Educação. Desde as imbecilidades recorrentes sobre Paulo Freire e suas obras, às alucinações dos defensores da Escola Sem Partido, das mentiras sobre kit gay até as mais recentes declarações do general Aléssio Ribeiro Souto, responsável pela área de educação do futuro governo fascista, de fazer uma “ampla revisão dos currículos e das bibliografias usadas nas escolas para evitar que crianças sejam expostas a ideologias e conteúdo impróprio”, inclusive para garantir que se ensine corretamente o que ele diz ser a “verdade” sobre o “regime de 1964”, ou seja, para reafirmar as mentiras sobre a Ditadura e exaltar figuras como o coronel Carlos Brilhante Ustra, o torturador, ídolo do Capitão candidato, todos os sinais foram dados sobre o que virá. Não devemos nos assustar se houver, por exemplo, um novo index de livros proibidos, uma lista de autores proibidos, a volta de um órgão de censura. Como na Alemanha Nazista ou

nos Estados Unidos do marcatismo, livros serão queimados em praça pública, talvez junto com seus autores. Mas a coisa não vai parar por aí. Se já temos sofrido com as investidas do MBL, e outros grupos fascistas e fundamentalistas, atuando para proibir shows e mostras de arte, para recolher obras de arte em galerias, para perseguir artistas, num governo Bolsonaro – e não será por falta de aviso, já preparam ações muito claras para impedir que a ‘arte degenerada’ continue a ser permitida no país do Carnaval. Se o General Souto, sem papas na língua, afirma que “os livros de História que não tragam a verdade sobre o regime de 1964 têm que ser eliminados”, com a autoridade de um governo “eleito”, a caneta na mão e as forças armadas à disposição, o que mais será censurado e eliminado? o senso crítico? a criatividade? Imaginamos que talvez um samba-enredo que trate a ditadura como ditadura seja proibido? as músicas passarão novamente a depender de autorização de um órgão de censura ou classificação? artistas serão vigiados e proibidos de atuar, de expor sua arte, de publicar?

DIA DE HOJE NA HISTÓRIA

16 de outubro de 1940: nazistas criam o gueto de Varsóvia

Não resta a menor dúvida de que um governo Bolsonaro, legitimado pela fraude da eleição, vai impor a mais dura derrota para os poucos resquícios de democracia que o Brasil tem fingido ser desde 1985. Inicialmente, talvez, como aconteceu na Alemanha nazista, nem seja preciso acionar as forças do Estado para ‘combater’ os degenerados de toda ordem: artistas, intelectuais, professores, homossexuais, periféricos, quilombolas, indígenas (sim, pois na narrativa de pessoas como o General Mourão, estes são sobreviventes de um tempo que deve ser superado, preguiçosos e brasileiros de segunda categoria), prostitutas, ateus, ‘maconheiros’ etc. Os ‘guardas da esquina’, bombadões desocupados, militares

aposentados, com suas milícias e esquadrões da morte farão o que ‘for melhor para o país’. Nem arte degenerada, nem ideologia degenerada, nem pessoas degeneradas. E quem classificará a arte, a ideologia e as pessoas como degeneradas serão exatamente os que têm em mãos as armas e a ‘autoridade’, auto proclamada, para fazê-lo, de dentro de um Ministério, talvez com superpoderes. E os que pensam que podem escapar disso talvez se surpreendam um dia com a elasticidade das classificações que um fascista é capaz de criar para incluir sempre mais e mais tipos, adequados para alcançar novos inimigos. A perseguição já foi iniciada, apenas será oficializada.

FRASE DO DIA

Vi ele gritando nos corredores, geralmente com mulheres porque é covarde. Ele é corajoso quando está em bando ou quando briga com mulher Deputado Paulo Pimenta (PT), sobre Bolsonaro

COXÃO E COXINHA

A

pós a ocupação da Polônia pelos nazistas alemães, em 1939, uma das primeiras medidas foi a criação do gueto de Varsóvia, que serviria como um local temporário de isolamento dos judeus, presos de guerra. Oficialmente inaugurado em 16 de outubro de 1940 pelo General Gouverneur, o gueto de Varsóvia foi o maior local criado para concentração de judeus na Polônia. O local ocupava 2,4% do território da cidade é chegou a ter 380.000 prisioneiros, cerca de

30% da população local na época. Logo em seguida o espaço recebeu um muro de segregação, construído em 16 de novembro de 1940. No local boa parte dos judeus contraiu doenças severas, como tifo e foram inúmeros os quadros de desnutrição. Em 22 de julho de 1942 os presos foram realocados para Campos de Concentração. Em muitos casos, enviados para o campo de extermínio de Treblinka, em Auschwitz, onde foram mortos em câmaras de gás.


ATIVIDADES| 3

ANÁLISE

Rui Costa Pimenta: “o problema não vai ser resolvido nas eleições” R

ui Costa Pimenta alerta que independentemente de quem seja o próximo presidente, o governo estará sob tutela militar, a serviço daqueles que nunca saíram do poder. “Nós devemos dizer claramente o seguinte: Primeiramente, e esse é um ponto chave, o problema não vai ser resolvido pelas eleições. Muita gente que achou que a eleição era a solução agora está vendo que não é bem assim. Quando falaram que a eleição sem Lula era uma fraude, era verdade. Uma fraude para que ganhe a direita. Se essa direita é Bolsonaro ou Alckmin, não muda nada de essencial. Vamos considerar a hipótese de que o Bolsonaro ganhe a eleição. Existem nesse caso suas possibilidades: ou ele não governa, ou governa com os “democratas” coxinhas e anti-coxinhas. É o que aconteceu com o Collor.

A gente já viu esse filme várias vezes. Quer dizer, a luta contra o Bolsonaro é uma luta contra nada. A luta teria que ser contra o golpe de estado. Essa bandeira de luta foi abandonada em nome da ilusão e que nós vamos resolver tudo através da eleição. As pessoas foram envolvidas pela feitiçaria eleitoral, a pessoa acha que se for lá votar o mundo vai mudar. Mas não vai acontecer nada, não vai mudar nada. Os que estão no poder não vão sair de lá por causa da eleição. Nunca saíram. Entre governo e sai governo e continua a mesma corja. De vez em quando entra um governo que faz uma ou outra reforma para ajudar os pobres, mas é um paliativo. Nos últimos trinta anos ao Brasil retrocedeu industrialmente de uma maneira espetacular. E qualquer que seja o nome do novo presidente isso vai conti-

nuar. A entrega vai continuar. Os militares que já tomaram conta do governo não vão se sentir amea-

çados por votos. Eles não vão largar o osso. O próximo governo vai ser colocado sob tutela militar”

RUI COSTA PIMENTA

“A frente antifascista eleitoral é uma baboseira” R

ui Costa Pimenta explica que as eleições não servem para derrotar o fascismo. Devemos enfrentá-los nas ruas e seguir denunciando o golpe. “A ideia de construir uma frente fascista eleitoral é uma baboseira. É atrair todo mundo para uma arapuca. Você se junta com alhos e bugalhos, chama a população a depositar todas as esperanças na eleição e quando tudo da errado causa aquela desmobilização gigantesca e os malignos de sempre prevalecem.

A frente antifascista, que é uma proposta elaborada pelo trotskismo na década de 1930, foi criada como uma frente operária para lutar contra o fascismo. E lutar contra o fascismo, se nós formos levar a sério, é lutar contra o fascismo nas ruas. Hitler não chegou ao poder simplesmente porque recebeu votos. Ele nem recebeu votos suficientes para chegar a poder, foi colocado no poder a pesar de ser minoritário. A mesma coisa aconteceu com Mussolini. Eles foram

chamados a compor o governo porque controlavam grupos armados que dominavam as ruas. Era aí que a luta deveria ter sido travada. Se eles não tivessem esse grupos armados, ou seja, se não tivessem imposto uma ditadura de fato mesmo antes de chegar ao poder, nem chegariam ao poder. Quem garante que o governo que você votou vai ficar lá? A coisa é tão espantosa que nem parece que em 2016 tiraram do governo a pessoa que ganhou as eleições. O PT já ga-

nhou a eleição e isso não resolveu nada. A crise toda, inclusive está nisso dai. Passaram por cima da eleição, por que não passariam agora? Então todo esse suor, toda essa tensão é inútil. Isso não vai resolver nada. Tá cheio de gente se descabelando para saber em quem votar para derrotar o fascismo. Vamos dar uma resposta curta e grossa: Não vai derrotar o fascismo, pode votar em quem quiser. O negócio está definido pela direita, a linha geral da coisa é o golpe. A única coisa produtiva a se fazet é denunciar o golpe e enfrentar a próxima etapa.”


Sábado musical

Couvert: R$ 10,00

Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai

3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista

4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)


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