Edição Diário Causa Operária nº5438

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SEGUNDA-FEIRA, 22 DE OUTUBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5438

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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VOTO NÃO DERROTA O FASCISMO. MOBILIZAR, NAS RUAS, CONTRA BOLSONARO E A EXTREMA-DIREITA

Jair Messias Bolsonaro (PSL), é nesse segundo turno o candidato de toda a burguesia golpista. Por detrás dos disfarces de “neutralidade” de alguns setores e partidos que não querem um compromisso público com o candidato da chapa do golpe militar, todas as principais organizações que apoiaram o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma, neste momento, estão empenhadas em garantir a vitória do candidato que eles criaram, impulsionaram e deram “asas” para impulsionar um ataque reacionário contra a evolução da situação à esquerda que, se manifestava no enorme apoio à candidatura do ex-presidente Lula que, à esta altura, já estaria eleito no primeiro turno, caso não tivesse sido condenado sem provas, preso ilegalmente e com sua candidatura cassada, em aberta violação à Constituição Federal.

Causa Operária Ediçao 1027

O TSE mostrou que é de extrema-direita, fora Bolsonaro e todos os golpistas! A esquerda pequenoburguesa neste momento oscila entre dois pólos, o da esperança eufórica em coisas pífias, e o desespero total. Com a reportagem da Folha de S. Paulo, mostrando o “Caixa 2 de Bolsonaro”, estes setores voltaram à euforia, pensando que denunciar o fato de que Bolsonaro estava gastando dinheiro ilegal em disparos de Whatsapp ia mudar a situação.

Editorial Conferência do PCO propõe mobilização contra Bolsonaro e toda a direita golpista, e pela liberdade de Lula

“A decisão é exterminar a esquerda fisicamente” em toda a América Latina, denuncia Rafael Correa

Reunida no último fim de semana, em São Paulo, a 29ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária ratificou a posição assumida

Na calada da noite, Companhia Enérgitica de SP é vendida a consórico imperialista

Já é ditadura: fiscais do TRE invadem sindicato para confiscar jornal de esquerda

Torcidas do Corinthians e Santos dizem Fora Bolsonaro Duas das principais torcidas organizadas do Brasil se manifestaram na noite do último sábado (20) contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro. A Gaviões da Fiel, torcida do Corinthians e a Torcida Jovem, do Santos, lançaram nota em seus respectivos sites rechaçando qualquer intenção de voto no candidato que classificaram de “antidemocrático”. As manifestações deixam ainda mais claro o que já era evidente: as classes populares repudiam Bolsonaro; e o futebol, como parte fundamental da cultura popular nacional, pertence ao povo e não à direita.


2 |EDITORIAL EDITORIAL

J

Voto não derrota o fascismo. Mobilizar, nas ruas, contra Bolsonaro e a extrema-direita

air Messias Bolsonaro (PSL), é nesse segundo turno o candidato de toda a burguesia golpista. Por detrás dos disfarces de “neutralidade” de alguns setores e partidos que não querem um compromisso público com o candidato da chapa do golpe militar, todas as principais organizações que apoiaram o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma, neste momento, estão empenhadas em garantir a vitória do candidato que eles criaram, impulsionaram e deram “asas” para impulsionar um ataque reacionário contra a evolução da situação à esquerda que, se manifestava no enorme apoio à candidatura do ex-presidente Lula que, à esta altura, já estaria eleito no primeiro turno, caso não tivesse sido condenado sem provas, preso ilegalmente e com sua candidatura cassada, em aberta violação à Constituição Federal. Tudo isso, se tornou possível graças à capitulação da direção da esquerda, do PT, que – pressionada – pelas ameaças dos generais e pela política reacionária dos defensores do “plano B” (da substituição de Lula) de dentro e fora do PT, aceitar retirar a candidatura do dirigente popular, capaz de unir a esquerda e mobilizar

os explorados e suas organizações, apontando para uma política de “frente ampla” de unidade com setores da esquerda golpista que, de fato, s mostrou um beco sem saída para a luta contra o golpe. Nos 14 estados que ainda têm disputa pelos governos estaduais, em segundo turno, há apenas apenas três candidatos que declararam abertamente apoio em Haddad. Já a chapa do golpe militar, da ditadura, do capitão Bolsonaro e do general Mourão, recebeu o apoio de 15 candidatos. Em alguns casos dos dois concorrentes, como nos casos dos estados como Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia. Outros 10 candidatos, como os candidatos do PSB, de SP e DF, decidiram se manter neutros ou não definiram apoio, o que – de fato – equivale a não se colocar contra o candidato do golpe de Estado. As recentes denúncias de uso ilegal de milhões na campanha dos golpistas nas redes sociais, expõe uma pequena parte da fraude – quo ato inaugural e fundamental – foi a cassação de Lula e evidenciam que – nem de longe – temos em curso um processo democrático em que esteja em disputa real o destino do avan-

OPINIÃO

O TSE mostrou que é de extrema-direita, fora Bolsonaro e todos os golpistas! A esquerda pequeno-burguesa neste momento oscila entre dois pólos, o da esperança eufórica em coisas pífias, e o desespero total. Com a reportagem da Folha de S. Paulo, mostrando o “Caixa 2 de Bolsonaro”, estes setores voltaram à euforia, pensando que denunciar o fato de que Bolsonaro estava gastando dinheiro ilegal em disparos de Whatsapp ia mudar a situação. A denúncia teve pouco eco na imprensa capitalista, e neste domingo, 21, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), representado na pessoa da ministra Rosa Weber fez um pronunciamento, onde de maneira dissimulada, indicou que não haverá a dura ação que esperavam por parte da justiça, indicou justamente o inverso, que não haverá praticamente ação nenhuma. Isso acontece pois essa Justiça, o TSE e o STF estão dominados pela extrema direita, estão dominados pelo Exército e pela burguesia, que neste momento é toda “Bolsonarista”, e é de coração defensora da política da extrema-direita. O PT e outros setores agora ficam sem ação pois cometeram o mesmo erro que tem cometido até aqui, confiar nas instituições golpistas. Con-

fiaram que estas manteriam Dilma no cargo, e confiaram que Lula não seria preso por elas, mas a verdade é que elas tem um compromisso com o imperialismo norte-americano e a burguesia entreguista, não com o povo. Estiveram presentes a ministra Rosa Weber e o Subprocurador Geral da República, o Ministro da Segurança Pública Raul Jungmann, e o General e principal figura do golpe militar, Sérgio Westphalen Etchegoyen. Esta comitiva é um símbolo da atual situação e de um possível governo Bolsonaro. Quando o fascista for acossado por algo, virão o Judiciário, o Exército e as polícias para protegê-lo. A situação pode parecer sem esperanças, mas não é. Ela tem esperanças, mas é preciso pôr a esperança no lugar correto, nos trabalhadores, na mobilização, numa greve geral, nos sindicatos, lá existem esperanças. É preciso tomar as ruas e chamá-los ao combate contra Bolsonaro, chamá-los a enfrentar a ditadura que se aproxima, e lembrar que nem as baionetas das Forças Armadas podem vencer o povo organizado.

ço do golpe de Estado no País. O uso ilegal das redes, veio para completar a manipulação das pesquisas, a ausência de campanha eleitoral, imposta pela justiça eleitoral, a cassação de centenas de candidatos e, os decisivos “milagres” da urnas eletrônicas que fizeram de elementos semi desconhecidos e sem campanha real, os campeões mundiais de votos e garantiram a eleição de dezenas de militares e outros elementos dos órgãos repressivos, de organizações fascistas como o MBL etc. Nessas condições, não há a menor possibilidade de uma “redenção” do País, por meio do voto; inexistente a possibilidade de derrotar a direita fascista que, nas duas últimas semanas, realizou mais de 60 ataques contra militantes da esquerda, mulheres, negros, sem terras, homossexuais etc. em todo o País, por meio do voto. A direita golpista que jogou na lata de lixo, mais de 54,5 milhões de votos que elegeram Dilma Rousseff, está disposta – se preciso fosse – a fazer mais e pior. As denúncias, que expõem muito parcialmente a farsa das eleições, não podem ser apuradas e “punidas” como clamam alguns, pelos seto-

res do regime golpista que comandaram a fraude: o judiciário e a imprensa golpistas, a Polícia Federal e todo os apoiadores da chapa do golpe militar, que integram a gangue de Bolsonaro-Mourão. Para derrotar a fraude e o golpe militar não adianta comparecer às urnas viciadas no próximo dia 28, munido de boas intenções ou intensificar a campanha não paga nas redes para tentar se contrapor à campanha bilionária patrocinada pelos donos dos golpistas. Pior ainda, propor que o judiciário golpista censure as redes sociais, o que será usado – sem demora- contra a esquerda e a livre manifestação dos trabalhadores e da juventude na internet. Para derrotar a direita golpista, Bolsonaro-Mourão e todos os que participaram do golpe e fortaleceram a extrema-direita, é preciso mobilizar a única força capaz de fazer frente aos golpistas e à burguesia, a classe trabalhadora e a juventude e suas poderosas organizações de luta. É preciso superar as ilusões eleitorais e ir para as ruas para libertar Lula e todos os presos políticos e derrotar a fraude, Bolsonaro e todos os golpistas.

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CIDADES| 3

CAMPANHA ELEITORAL

Na calada da noite, Companhia Energética de SP é vendida a consórico imperialista O

governo do atual governador de SP, Márcio França, vendeu a Companhia Energética de São Paulo por R$ 14,30 a ação, já bem abaixo do valor de R$16,80 que havia sido pleiteado no ano passado. Quem está comprando uma parte do sistema de distribuição de energia de São Paulo é um consórcio formado pelo Grupo Votorantim e pela Canadian Pension Plan Investment Board. Veja só, com informações do portal da CUT: Após inúmeros impasses e batalhas judiciais, o Governo de São Paulo entregou, na tarde desta sexta-feira (19), em um leilão de apenas dois minutos, o controle da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), responsável pela produção de energia do Estado, para o consórcio privado formado pelo grupo Votorantim e o fundo canadense CPPIB. O consórcio – único que apresentou interesse – irá pagar um valor abaixo do esperado: R$ 1,7 bilhão pela parte do governo das hidrelétricas Porto Primavera, Paraibuna e Jaguari, responsáveis pelo atendimento de 800 mil consumidores. Segundo apurou reportagem da CUT, em agosto, as três hidrelétricas estavam calculadas em R$ 4,7 bilhões e foram responsáveis por gerar lucro líquido de R$ 341

Todos os dias às 9h30

te à B3, antiga Bovespa, onde ocorreu a abertura do envelope. A base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região também participou da ação no centro da capital paulista. ROBERTO CLARO/SINERGIA-CUT Roberto Claro/Sinergia-CUT Bancários participaram do protesto nesta sexta (19) Para os consumidores, Wilson explica que a privatização pode significar aumento nas contas, além da perda de controle e fiscalização sobre um bem que deve ser público. Batalha

milhões no segundo trimestre deste ano. “Assistimos a conclusão de um processo de entrega do patrimônio de São Paulo, iniciada pelo governo Mário Covas, em 1996. Praticamente todo o setor elétrico paulista passou para o capital privado, pois agora só resta a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae)”, afirma Wilson Marques, diretor do Sinergia-CUT (Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo). A privatização da Cesp também coloca em risco os empregos das cente-

nas de trabalhadores e trabalhadoras da companhia, que já foi a maior empresa de energia do país, mas sofreu sucateamento nos governos do PSDB – no comando há 24 anos. Segundo o Sinergia-CUT, espera-se que as empresas compradoras respeitem os acordos coletivos e cláusulas que têm sido firmados nessas etapas de privatização, garantindo a estabilidade dos trabalhadores por, pelo menos, dois anos e meio, e mantendo os direitos conquistados. Durante o leilão desta sexta, o Sinergia-CUT realizou protesto em fren-

O Sinergia-CUT trava há muitos anos uma batalha na Justiça tentando impedir a privatização. Na quinta (18), a Justiça Federal de Presidente Prudente concedeu uma liminar suspendendo o leilão desta sexta, movida por uma ação popular assinada por dirigentes do sindicato. No entanto, o governo conseguiu reverter a situação com uma mandato de segurança concedido pelo Tribunal Regional Federal (TRF). Além disso, em junho deste ano, o ex-presidente da Cesp, Laurence Casagrande Lourenço, foi preso após a deflagração de uma operação da Polícia Federal com suspeita de participação no desvio de R$ 600 milhões nos gastos das obras do trecho norte do Rodoanel Mário Covas. Laurence dirigia a Dersa na época do desvio. Com a prisão, ele renunciou ao cargo na Cesp.


4| NACIONAL

BOLSONARO

Quem quer fechar o STF merece “psiquiatra”. O filho falou demais… Por Fernando Brito, no Tijolaço

Q

uestionado por jornalistas sobre o vídeo onde seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro afirma que “um cabo e um soldado” bastam para fechar o STF, no caso deste timar alguma iniciativa contra sua candidatura, Jair Bolsonaro desconversou, dizendo que desconhece o vídeo – veja aqui – e que “alguém tirou de contexto.” a fala, porque “quem falar de fechamento do Supremo merece psiquiatra”. Como é o segundo a falar estas barbaridades – esta semana, o General Girão, eleito deputado e membro da cúpula bolsonarista sugeriu “destituir e prender ministros da Suprema Corte” – ao que parece é a trupe inteira de Bolsonaro que merece esta providência, mais grave ainda por que estão a um passo de tomar o poder e com as Forças Armadas a lhes esquentar as costas.

Não adianta mais Bolsonaro dizer que “não sabia” ou que “não autoriza” as afirmações que têm saído do comando de sua campanha, a rigor seu círculo íntimo de filhos, amigos íntimos e seu aparato militar. Desautorizou Paulo Guedes com a CPMF, mas este continua “dono” da área econômica. Desautorizou o general Mourão e suas críticas ao 13° e a ideia do “autogolpe” de Estado. Agora, diz que o filho, seu principal auxiliar, “merece psiquiatra “. Bolsonaro, um louco que agrega mas não comanda um grupo de loucos, está vendo a verdade sobre seu projeto de poder vazar como água por uma peneira e o país só não está mais chocado pela cumplicidade da imprensa e pela covardia das instituições. Agora mesmo a ministra do STF e presidente do TSE, Rosa Weber, nem sequer criticou o que foi dito no vídeo, limitando-se a dizer que “o candidato já desautorizou”.

O mínimo que se poderia esperar era uma ação imediata pela cassação de Eduardo Bolsonaro, por quebra de decoro parlamentar e a abertura de processo por violar a lei que define crimes de responsabilidade (Lei 1079/50, Art. 6°, item 6 – “usar de violência ou ameaça, para constranger

juiz, ou jurado, a proferir ou deixar de proferir despacho, sentença ou voto, ou a fazer ou deixar de fazer ato do seu ofício”. Mas todos preferem ficar no pomposo “as instituições estão funcionando”. Estão, até que venham um cabo e um soldado.

“O que farão com com os pobres?” Questiona Gleisi Hoffmann sobre um governo Bolsonaro A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, através de sua conta no Twitter levanta uma questõa muito importante, o que fará a direita se chegar ao poder com o povo mais pobre, veja todo o seu comentário.

Acompanhe a programação COTV no site: causaoperariatv.com.br no youtube: causaoperariatv


MOVIMENTOS E ESPORTES| 5

JÁ É DITADURA

Fiscais do TRE invadem sindicato para confiscar jornal de esquerda O sindicato dos petroleiros do Norte Fluminense foi invadido neste sábado, 20, por fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do RJ, eles o fizeram para confiscar exemplares do períodico progressista “Brasil de Fato”, eles ameaçaram usar armas contra o porteiro e até tentar popular o muro da entidade. A acusão é de que os jornais poderiam ser “pejorativo ao candidato Jair Bolsonaro”. Uma brutal violação da liberdade de expressão e uma amostra da fraude que são as eleições, não se pode criticar um dos possíveis presidentes. Veja a nota do Jornal: O Brasil de Fato vem a público repudiar com veemência o mandado de busca e apreensão de milhares de jornais tabloide, do Especial Eleições 2018, cumprido pelo Tribunal Regional Eleitoral

(TRE) neste sábado (20), na sede do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), na cidade de Macaé (RJ). A ação expedida pelo juiz eleitoral do município, Sandro de Araujo Lontra, sinaliza uma clara tentativa de censurar e coagir a imprensa alternativa. Todo o conteúdo presente no jornal é estritamente jornalístico, sendo que todas as informações contidas no tabloide foram devidamente apuradas e repercutidas, inclusive, em veículos da grande mídia. Essa atitude alcança as raias do absurdo e fortalece a campanha de Jair Bolsonaro (PSL), baseada em notícias falsas e no incentivo a violência. Parte da grande mídia o apoia todos os dias sem qualquer constrangimento. A medida é mais uma prova da partidarização de setores do Poder Judiciário, que querem assegurar um resultado

eleitoral de acordo com os interesses da elite e do capital internacional. Ao contrário da mídia tradicional, nunca escondemos nosso posicionamento editorial ao longo dos nossos 15 anos de vida, sempre comprometido com a verdade e o rigor jornalístico. Portanto, a ação se configura em mais um exemplo claro do delicado momento político que o país enfrenta, com um cerceamento cada vez maior da democracia e um aprofundamento de um Estado de Exceção que vem desde o golpe de 2016. Importante ressaltar que diante dos milhares de escândalos de fake news pelo WhatsApp que dilaceram o processo eleitoral brasileiro, a justiça não tomou as medidas necessárias para coibir e impedir a disseminação de tais materiais. Essa foi uma ação de censura ao pensamento livre e crítico.

Reafirmamos que atitudes como essa não servirão para nos intimidar. Ao contrário, apenas fortalecem nosso compromisso com a verdade e com o povo brasileiro, e a necessidade de lutarmos para realizarmos as mudanças necessárias para o nosso país. Tomaremos todas medidas jurídicas cabíveis contra esses abusos. O jornal Brasil De Fato reafirma seu compromisso com a democracia, a liberdade de imprensa e com uma visão popular do Brasil e do mundo. Superamos uma ditadura que lançou as artes, o pensamento, o jornalismo e toda sociedade no silêncio e na censura. A tortura é inadmissível e seguiremos denunciando candidatos que a apoiam e a incentivam. Assim como seguiremos nos contrapondo a quem quer a volta da mordaça. Brasil de Fato – Uma visão popular do Brasil e do Mundo.

ESPORTE

Torcidas do Corinthians e Santos dizem Fora Bolsonaro D

uas das principais torcidas organizadas do Brasil se manifestaram na noite do último sábado (20) contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro. A Gaviões da Fiel, torcida do Corinthians e a Torcida Jovem, do Santos, lançaram nota em seus respectivos sites rechaçando qualquer intenção de voto no candidato que classificaram de “antidemocrático”. As manifestações deixam ainda mais claro o que já era evidente: as classes populares repudiam Bolsonaro; e o futebol, como parte fundamental da cultura popular nacional, pertence ao povo e não à direita. A manifestação das torcidas paulistas também representam um chamado a todas as demais torcidas para que se posicionem concretamente contra Bolsonaro e todos os golpistas; e para que formem comitês de autodefesa contra os fascistas e a extrema-direita. Leia a seguir a íntegra das notas da Gaviões e da Torcida Jovem. NOTA OFICIAL – POSIÇÃO DOS GAVIÕES DA FIEL SOBRE CANDIDATO ANTIDEMOCRÁTICO

Foi misturando política e torcida que, em 1969, alguns jovens Corinthianos fundaram o que viria se tornar a maior torcida organizada do país, os Gaviões da Fiel. Em uma época marcada pela fortíssima repressão da Ditadura Militar, aqueles torcedores decidiram se unir para lutar contra Wadih Helu, então presidente do Corinthians e também político do regime. Ao declararem a contrariedade ao regime que impedia toda e qualquer liberdade de expressão, os primeiros jovens Gaviões foram perseguidos e, por vezes, espancados pelos capangas do cartola e político. Foi misturando política e torcida que, em 1969, alguns jovens Corinthianos fundaram o que viria se tornar a maior torcida organizada do país, os Gaviões da Fiel. Em uma época marcada pela fortíssima repressão da Ditadura Militar, aqueles torcedores decidiram se unir para lutar contra Wadih Helu, então presidente do Corinthians e também político do regime. Ao declararem a contrariedade ao regime que impedia toda e qualquer

liberdade de expressão, os primeiros jovens Gaviões foram perseguidos e, por vezes, espancados pelos capangas do cartola e político. NOTA OFICIAL DA TORCIDA JOVEM A Torcida Jovem do Santos, ao longo dos seus 49 anos, construiu uma história marcante na luta pela democracia e contra a opressão que sempre tentou calar a voz da arquibancada. Uma luta que começou no final dos anos 60 enfrentando a ditadura militar e que se estende até hoje contra os mecanismos que almejam destruir o futebol popular e a nossa liberdade. Nossa torcida é composta pela classe trabalhadora, por pessoas de diferentes etnias, crenças e demais individualidades que se unem como povo. Em função disso, e pelo nosso compromisso com a liberdade, nos posicionamos contra uma plataforma política que defende a ditadura militar como saída para os problemas do país. Não reconhecemos como opção viável um discurso que reforça o este-

reótipo preconceituoso que marginaliza o povo pobre e, por consequência, o torcedor. Essa plataforma política é nociva para a evolução da sociedade e vai contra os ideais defendidos pela Torcida Jovem do Santos, que foram construídos com muito suor. Respeitamos as escolhas pessoais de cada Tejota e não defendemos nomes específicos no atual panorama político, mas reforçamos a origem da nossa Torcida deixando claro que as pautas apresentadas pelo candidato Bolsonaro – e demais candidatos com o mesmo alinhamento ideológico – são incompatíveis com as raízes da Torcida Jovem e não representam os interesses coletivos que sempre buscamos ao lado do povo e da massa santista. Nosso repúdio a essa pauta extremista não apaga o olhar crítico que temos em relação ao cenário político em geral, tomando como referência a nossa postura histórica de combate aos retrocessos sociais. A opressão jamais irá vencer a nossa luta por liberdade dentro e fora dos estádios!

Toda segunda-feira às 19h Domingo às 20h


6 | INTERNACIONAL

EQUADOR

“A decisão é exterminar a esquerda fisicamente” em toda a América Latina, denuncia Rafael Correa E

m recente entrevista concedida ao jornal argentino Página 12, o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, hoje exilado na Bélgica, denunciou, sem meias palavras, que existe uma decisão por parte do imperialismo norte-americano em “exterminar a esquerda fisicamente” na América Latina. “Eles me querem morto fora do país ou prisioneiro no país e me matam lá”, assim se referiu Correa sobre a tentativa do governo golpista equatoriano em extraditá-lo sob a acusação de ser responsável por um sequestro fracassado na Colômbia, em 2012, de um ex-aliado político, Fernando Balda, que havia se passado para a oposição.Aos moldes da operação lava-jato no Brasil, a acusação é tão farsesca que nos seis anos decorridos desde o suposto sequestro, com exceção de Balda, não foi levantada nenhuma acusação contra Correa ou membros do seu governo, inclusive da parte da polícia colombiana e nem pelos supostos sequestradores.Com o golpe de estado, essa condição mudou. Para condenar o ex-presidente, uma juíza de nome Daniela Camacho valeu-se de um inquérito da polícia colombiana que teria identificado e-mails entre os supostos sequestradores e funcionários do médio escalão do governo e o depoimento do próprio

Balda. Sem provas, arbitrariamente, a juíza condenou Quaisquer semelhanças com os processos da lava-jato brasileira não são meras coincidências. O também ex-presidente Lula sobre uma perseguição ditatorial do judiciário brasileiro sem nenhum prova de crime. Tanto no Brasil como no Equador, o ônus da prova cabe a vítima e não ao acusador. Essa é uma característica fundamental dos regimes de exceção. Toda a América Latina está ameaçada ou já sofreu o golpe de estado. Cada país, diante das circunstâncias foi imposto de uma maneira pelo imperialismo, o cabeça do golpe. No Brasil, procuraram manipular as eleições de 2014 com Aécio. Diante da derrota eleitoral, partiram diretamente para o golpe com o impeachment da presidenta Dilma. No Equador, o golpe saiu das entranhas do próprio governo. Lenin Moreno já havia sido vice em um dos governos de Rafael Correa. Correa foi seu maior cabo eleitoral. Mal consumada a vitória, traiu Correa e seu partido e correu para os braços afetuosos do imperialismo. Iniciou uma campanha de perseguição ao ex-presidente e ao vice de sua própria chapa. Tomou de assalto o partido, Alianza País, e os expulsou. Jorge Glas, o seu vice, foi

acusado de corrupção, deposto, condenado e encontra-se preso. Rafael Correa teve que exilar-se. Em outros países da América Latina as situações são parecidas. Nos que resistem ao golpe, como Venezuela, Bolívia e Nicarágua, a ofensiva imperialista não mede esforços para estrangulá-los, inclusive com a ameaça iminente de intervenção militar. Com os golpes, a situação é crítica, como denuncia Correa, figuras como ele próprio e Lula podem ser assassinados a qualquer momento e a perseguição à esquerda será cruel. Como afirmou, ainda, sobre a CIA (o imperialismo), “A decisão é exterminar a esquerda fisicamente”.

A esquerda latino-americana e em particular a brasileira não tem o direito de brincar de eleições. Se são capazes de fazer o que fazem com líderes populares como Lula e Correa, o que dirá com o povo trabalhador. É preciso reagir, organizar as forças populares nos comitês de luta contra o golpe e de autodefesa. Apenas uma política justa, que trabalhe com a perspectiva da independência absoluta dos partidos que se reivindicam de esquerda, dos sindicatos e movimentos populares com a chamada “democracia” burguesa, ou seja os próprios golpistas, será capaz de abrir uma saída progressista para todo o continente.


MOVIMENTOS| 7

Acompanhe a programação COTV: no site: causaoperariatv.com.br ou no youtube: causaoperariatv GOLPE

“Só o fato do Lula não estar na urna eleitoral já mostra a farsa das eleições. Se o Lula estivesse nas eleições não existiria nenhuma popularidade do Bolsonaro” N

a Análise Política desse sábado, o companheiro Rui Costa Pimenta explicou que a necessidade de denunciar a fraude eleitoral, que muito provavelmente dará a vitória para o candidato do golpe, de extrema-direita, Jair Bolsonaro, vem desde que Lula foi preso e retirado do processo. Agora, prestes a terminar o segundo turno, fica cada vez mais clara a importância da denúncia da fraude e da ausência de Lula, conforme o PCO e outros setores da esquerda fizeram ao levantar a palavra de ordem de “eleição sem Lula é fraude”. A direita golpista procura mostrar que a derrota do PT significaria a falência total da esquerda. Ou seja, os jornais golpistas e toda a burguesia procuram falsificar a história, ignorando que o verdadeiro candidato popular não é

e nunca foi Bolsonaro mas Luiz Inácio Lula da Silva. Se Lula fosse candidato, a eleição seria uma disputa entre os golpistas e o líder mais popular do País. Até mesmo por isso, essa situação dificultaria a organização da fraude eleitoral como a que a burguesia está colocando em prática nesse momento. A popularidade de Bolsonaro é, em grande medida, artificial. A extrema-direita, que foi liberada dos canis pela direita “oficial” golpista, ainda é una minoria no País. Por isso, é preciso retomar as ruas, exigindo a liberdade de Lula e denunciando o golpe e desde já a fraude eleitoral. Como explicou Rui Costa Pimenta na Análise Política da Semana desse sábado: “Só o fato de Lula não estar

na urna eleitoral já mostra a farsa das eleições. Se Lula estivesse nas eleições não existiria nenhuma popularidade do Bolsonaro”.

O programa é transmitido ao vivo todos os sábados às 11h30, direto do Centro Cultural Benjamin Péret, em São Paulo.


Sábado musical

Couvert: R$ 10,00

Programação do mês, sempre às 19h 1º sábado: Aninha Batucada e Renato Dias, samba paulista da velha guarda e da nova geração 1º sábado: Renato Dias, samba paulista autoral e da velha guarda 2º sábado: Samba de Canto a Canto, projeto formado por integrantes da velha guarda e da ala musical da Vai Vai

3º sábado: Aninha Batucada, samba autoral e de compositores da nova geração paulista

4º sábado: grupo Sendero, música latino-americana Local: Rua Serranos, 90 - Saúde (próximo ao metrô)


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