TERÇA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5439
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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GOLPE ENTREGOU 400 EMPRESAS AO IMPERIALISMO: MOBILIZAR PARA COMBATER O ENTREGUISMO DE BOLSONARO Quase 400 empresas nacionais passaram ao controle de grupos estrangeiros, principalmente o imperialismo norteamericano, com quase 20% das aquisições, nos últimos 5 anos. As operações de compra das empresas cresceram acentuadamente a partir de 2016, após o golpe de Estado com o impeachment da presidenta Dilma e vem crescendo ano a ano. Em 2017 as transações foram superiores em 40% com relação ao ano anterior e os valores envolvidos até agora giram em torno de R$133 bilhões.
Causa Operária Ediçao 1027
Sem campanha do imperialismo, EDITORIAL atos #elenão ficaram reduzidos NÃO PRECISA DE CABO, No dia 29 de setembro de 2018, atos em todo o país protestaram contra a figura do presidenciável Jair Bolsonaro. Embora Bolsonaro seja um representante da direita, os atos naquele momento serviram aos setores mais poderosos da burguesia – isto é, ao imperialismo.
Página 3 Colaboradores da ditadura de 64 Presidente da Mercedes diz que “Brasil não pode virar Venezuela” Como é típico dos grandes capitalistas, o presidente da filial da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Shiemer, afirmou nesta segunda-feira (15)
2ª Conferência Nacional Aberta contra o golpe: organizar os comitês para derrotar a extrema-direita
STF JÁ TEM UM GENERAL
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até dirigentes da esquerda saíram a discursar e fazer pronunciamentos contra a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de que “para fechar o STF basta um soldado e um cabo”, feita há quatro meses e divulgada amplamente nas redes sociais nos últimos dias.
Controle militar no judiciário: CNJ investiga juízes por opinião política Cadê o Ciro? Candidatos a governador do PDT apoiam golpista Bolsonaro
2 |EDITORIAL EDITORIAL
Não precisa de cabo, STF já tem um general
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inistros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até dirigentes da esquerda saíram a discursar e fazer pronunciamentos contra a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de que “para fechar o STF basta um soldado e um cabo”, feita há quatro meses e divulgada amplamente nas redes sociais nos últimos dias. O cinismo desses senhores parece não ter limites. O presidente do Supremo, Dias Toffoli, afirmou – por meio de nota divulgada nessa segunda (dia 22) – que “atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia“. Segundo ele “o Supremo Tribunal Federal é uma instituição centenária e essencial ao Estado Democrático de Direito. Não há democracia sem um Poder Judiciário independente e autônomo. O País conta com instituições sólidas e todas as autoridades devem respeitar a Constituição”. Isso quando o Tribunal por ele presidido vem ajudando a extirpar todo resquício de regime democrático existente no País; deram a largada nos julgamentos de exceção que foram da introdução da teoria do domínio dos fatos, da condenação sem provas, do sepultamento da
presunção de inocência até a aberta violação da Constituição Federal no que diz respeito à prisão em segunda instância, concessão de habeas corpus etc. Toffolli não ficou só. O ministro decano Celso de Mello classificou a afirmação do deputado direitista como “inconsequente e golpista” em nota enviada à imprensa burguesa, sem fazer, é claro, qualquer menção à situação de golpe de Estado que o Tribunal que ele integra, desde 1989, por indicação do então presidente, José Sarney, ajudou a impor ao País, com sucessivas violação da Lei. De acordo com o insuspeito jornal golpista e pró-bolsonaro, O Globo, um terceiro ministro – cujo nome não foi declarado – teria declarado que “que ele falou, e ele já é deputado, é golpista. Nem a ditadura fez o que ele disse que é fácil fizer. Em 1969, foram cassados três ministros, mas o STF nunca foi fechado”. Deixando claro que o importante, para estes senhores, é a preservação do STF, de sua falas aparência democrática, seja em que condições for, ainda que sob as rédeas de uma ditadura. Além de toda essa falsidade e de palavras sem qualquer sentido so-
OPINIÃO
o dia 29 de setembro de 2018, atos em todo o país protestaram contra a figura do presidenciável Jair Bolsonaro. Embora Bolsonaro seja um representante da direita, os atos naquele momento serviram aos setores mais poderosos da burguesia – isto é, ao imperialismo. Como Bolsonaro não era, a princípio, o candidato favorito do imperialismo para as eleições desse ano, mas era o candidato direitista com maior intenção de voto nas pesquisas, os atos #EleNão foram uma última tentativa para alavancar a candidatura de Geraldo Alckmin. Os donos do golpe, os responsáveis pela derrubada de Dilma Rousseff, apostaram bastante nos atos do dia 29, o que pôde ser comprovado em inúmeros momentos: o editorial da revista The Economist, os editorias dos jornais Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e O Globo, as declarações de Rachel Sheherazade e Ana Amélia, o engajamento de atrizes da Rede Globo etc. Apesar de terem sido relativamente numerosos, os atos não foram suficientes para que o imperialismo conseguisse emplacar um candidato de sua preferência. Com isso, Bolsonaro foi para o segundo turno com enorme vantagem para o segundo colocado. Após ter se tornado o candidato principal da burguesia nas eleições, uma vez que estas agora se resumem à disputa entre o PSL e o PT, Bolsonaro parou de ser alvo de campanha da di-
qual o STF e todo judiciário é um dos pilares. Esse regime está avançando para uma nova etapa, com uma tutela cada vez mais efetiva dos militares que, de fato, participaram de todas as etapas do golpe. Essa situação mostra um agravamento da crise política na qual essa intervenção se faz necessária, ante a profunda e crescente rejeição popular ao golpe e a todo o regime politico. A tarefa central, para os trabalhadores e suas organizações, para os defensores dos direitos democráticos do povo não é apoiar a demagogia e o cinismo dos que fingem defender a “democracia” e o “estado de direito” que já não existem. É preciso denunciar o caráter cada vez mais reacionário, das declarações dos bolsonaros e seus seguidores, bem como do judiciário e demais instituições golpistas e mobilizar para que os explorados e suas organizações ocupem as ruas, o quanto antes, com uma política totalmente independente da burguesia e de todas as suas organizações, para colocar para fora Bolsonaro e todos os golpistas, libertar Lula e derrotar toda a ofensiva em curso contra o povo brasileiro e seus direitos democráticos.
COLUNA
Sem campanha do imperialismo, atos #elenão ficaram reduzidos
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bre a violação do estado de direito, já completamente violado nos últimos anos, inclusive, pelo próprio Tribunal “guardião da Constituição”, os senhores ministros trataram de ocultar de suas falas que não há razões reais para que ele reclamem das ameaças do deputado direitista uma vez que a intervenção militar por ele defendida há quatro meses – agora divulgada na internet – já aconteceu, com a nomeação do general Fernando Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado-Maior, nomeado pela cúpula do Exercito golpista para a assessoria especial da presidência do STF. Diante dessa intervenção aberta, que levou o presidente do órgão, Dias Toffolli, a fazer declarações de não houve golpe ou ditadura militar em 1964, mas um “movimento”, todos esses ministros que encenam agora uma indignação contra o deputado “premiado” com um recorde de votos nas eleições mais fraudulentas da historia do País, nada fizeram. Aceitaram e se curvaram, se transformaram em uma instituição que, como disse Lula, “não merece o respeito de ninguém“. A situação apenas confirma o caráter reacionário e golpista de todas as instituições do regime politico, do
reita. A hashtag #EleNão significa, inevitavelmente, #HaddadSim, e a direita que apoiou o golpe e quer massacrar os trabalhadores não iria apoiar o PT. Sem o apoio da burguesia, a campanha antibolsonarista perdeu toda a força que aparentava ter. Nos atos do dia 20 de outubro, que ocorreram em todo o país, houve um notável esvaziamento em relação aos que ocorreram antes do primeiro turno. Por que terão sido os atos do último fim de semana antes do segundo turno mais reduzidos? Teria uma maior parte da população sido convertida ao “fascismo”? É evidente que não. A população, isto é, a classe operária e ps demais explorados, não estiveram massivamente nos atos do dia 20, nem tampouco nos do dia 29. Afinal, não há uma verdadeira mobilização popular contra Bolsonaro – há apenas uma mobilização eleitoral organizada sobretudo por setores que querem “virar a página do golpe”. O fato de os atos do dia 20 terem se reduzido consideravelmente devido à falta de participação da burguesia diz muito sobre o interesse do movimento operário. A única forma de mobilizar os trabalhadores e unificar a esquerda não é através de uma frente eleitoral, mas sim através da lura contra o golpe – uma luta que ponha a direita na defensiva e seja capaz de derrubar o Regime Político dominado pelos golpistas. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula! Abaixo o golpe!
Abaixo o VAR, a fraude no futebol brasileiro Por Juliano Lopes
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urante a Copa do Mundo o imperialismo e as grandes empresas do futebol inauguraram o VAR (Video Assisstence Referee), o árbitro eletrônico, que, em tese, seria melhor que o olho humano e capaz de evitar erros grosseiros de arbitragem, garantindo, assim, a lisura das partidas. Ocorre que não se trata disso. Hoje em dia já é senso comum que o resultado da Copa do Mundo de 2018 foi arranjado pelo VAR, ou melhor, por quem controla o instrumento, quem chama o árbitro no ponto eletrônico para que ele se dirija à tela que fica ao lado do campo, veja o lance, e tome uma decisão encorajada por superiores. Esse instrumento serviu para atacar o Brasil na Copa do Mundo e, agora, teve seu uso denunciado na Copa do Brasil, na final entre Corinthians e Cruzeiro, quando o juiz marcou e desmarcou lances diversos, se chegando a um determinado resultado que, na verdade, atacou o futebol como um todo. O VAR (árbitro de vídeo) foi decisivo na expulsão do zagueiro Dedé – posteriormente revogada pela Conmebol – no jogo de ida entre Cruzeiro e Boca Juniors. A interpretação dos lances, quem determina o que vai ser apitado e como e quando será usado o VAR é toda
ela feita por fora, por interesses que estão fora das quatro linhas, estão manipulando os resultados na hora que eles querem. Os europeus não estão usando o VAR, e ele está sendo usado na América Latina, e deve ser usado nas semifinais da Libertadores para atacar o futebol brasileiro. A ideia geral do VAR é desmoralizar o futebol brasileiro, fazendo com que times brasileiros percam partidas para times de outros países e, assim, o futebol brasileiro fica comprovadamente rebaixado. Ao que tudo indica, todos os torneios, regionais e nacionais, no ano de 2019 serão “auxiliados” pelo VAR. É a determinação, o arranjo do resultado final do jogo feita por quem tem interesse econômico em determinado resultado. O VAR é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no futebol, determinando resultados, por exemplo, com as impugnações de candidaturas, ou a exclusão de mais de 3 milhões de eleitores que tiveram seus títulos cancelados pela própria Justiça Eleitoral. É preciso tirar uma campanha contra o VAR, que é um ataque contra o futebol como um todo e, em especial, será utilizado para atacar e desmoralizar o futebol brasileiro.
NACIONAL| 3
GOLPE ENTREGOU 400 EMPRESAS AO IMPERIALISMO
Mobilizar para combater o entreguismo de Bolsonaro Q
uase 400 empresas nacionais passaram ao controle de grupos estrangeiros, principalmente o imperialismo norte-americano, com quase 20% das aquisições, nos últimos 5 anos. As operações de compra das empresas cresceram acentuadamente a partir de 2016, após o golpe de Estado com o impeachment da presidenta Dilma e vem crescendo ano a ano. Em 2017 as transações foram superiores em 40% com relação ao ano anterior e os valores envolvidos até agora giram em torno de R$133 bilhões. Segundo analistas de mercado, a compra de participação em empresas nacionais decorrem de dois fatores. Por um lado, a excessiva liquidez de capitais existente no mercado mundial. Em outras palavras, o capital especulativo, a bolha financeira, provável causa da grande crise mundial que se avizinha. Por outro lado, a grande desvalo-
rização das empresas brasileiras, que o analistas creditam à recessão econômica, mas que tem como elemento central os ataques à economia nacional, o principal objetivo do golpe de Estado, com operações como a Lava Jato. Na realidade, o desmantelamento da economia nacional ocorrido até agora, ainda é café pequeno diante dos objetivos do que os golpistas pretendem fazer com o Brasil. O eventual ministro da Fazenda de um possível governo Bolsonaro – resultado da grande fraude eleitoral – já anunciou de público seu objetivo de privatizar todas as empresas estatais. Além da absoluta desnacionalização do país, serão milhões de desempregados, caso não haja uma grande resistência dos trabalhadores. Aliás, a resistência a um provável governo da fraude eleitoral é questão chave na próxima etapa política. Os trabalhadores não têm tempo a per-
der. Organizar imediatamente uma massiva campanha contra o golpe, que tenha como eixo a luta pela liberdade de Lula, a denúncia da fraude
eleitoral e pelo fora Bolsonaro é o único caminho para evitar a destruição do país e a política de fome e miséria que os golpistas querem no impor.
MAIOR LATIFÚNDIO DO MUNDO
Golpistas permitem que uma única empresa seja dona de 2 milhões de hectares
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governo golpista através da Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão de das duas maiores empresas de papel e celulose do mundo. A fusão da companhia Suzano Papel e Celulose com
a Fibria irá criar um monopólio do setor florestal no Brasil. A fusão irá criar a maior empresa de agronegócio do país e um latifúndio de mais de 2,25 milhões de hectares de terra, aumentando ainda mais a concentração de terras e os confli-
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tos que resultam deste enorme monopólio. As conseqüências para os trabalhadores e para a população que vive nas áreas de influencia desse monopólio do agronegócio através criação desse enorme latifúndio são incalculáveis. Essas empresas são responsáveis pela grilagem de terras em diversas regiões e atuam com extrema violência contra as comunidades tradicionais e trabalhadores sem-terra, exemplos são vistos no Extremo Sul da Bahia, Maranhão, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso. Os conflitos pela terra irão se acirrar, pois vai aumentar o poder econômico desse latifúndio e a influencia política entre os golpistas e as forças de repressão, que irão atuar em defesa do latifúndio. Todos sabem que a atuação dessas empresas trazem estagnação econômica para a região
e que posseiros, comunidades tradicionais e trabalhadores sem-terra são expulsos de áreas tomadas por essas duas empresas. A criação de um dos maiores latifúndio do país só é possível porque os latifundiários e o agronegócio financiaram o golpe de Estado iniciado em 2016 com o impeachment da presidenta Dilma Roussef, a prisão e a proibição da candidatura de Lula e a possibilidade de tomada do governo pela extrema-direita através de Jair Bolsonaro. É preciso denunciar e lutar contra a formação deste gigantesco latifúndio que irá servir para explorar ainda mais os trabalhadores e atacar as comunidades tradicionais e sem-terra. Os golpistas querem transformar o Brasil novamente em uma colônia exportadora de produtos agrícolas e somente os trabalhadores nas ruas e uma onda de ocupações de terra podem impedir a formação desse monopólio e garantir a reforma agrária para desenvolver o interior do país e gerar renda para os trabalhadores pobres do campo.
4| POLÍTICA
TSE GOLPISTA
TSE mostra de que lado está e nega pedido de Haddad contra Bolsonaro
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TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou o pedido de Fernando Haddad do PT (Partido dos Trabalhadores) para a concessão de direito de resposta contra a propaganda do candidato do PSL (Partido Social Liberal), Jair Bolsonaro, que classificou o candidato petista como “pior prefeito do Brasil”, referindo-se ao período em que Haddad ficou a frente da prefeitura de São Paulo. Na decisão, o ministro Sérgio Banhos diz que “o exercício do direito de resposta é viável apenas quando for possível extrair, das afirmações
apontadas, fato sabidamente inverídico apto a ofender, em caráter pessoal, o candidato, partido ou coligação”. No entendimento do ministro, ser chamado “pior prefeito do Brasil” não ofenderia o Fernando Haddad. Isso demonstra que a justiça tem lado. O judiciário, como analisaram os marxistas, é um dos setores mais direitistas do estado capitalista. Enquanto Rosa Webber, ministra do STF, fecha os olhos para Bolsonaro, o judiciário nega todo e qualquer tipo de direito para os petistas.
CONTROLE MILITAR NO JUDICIÁRIO
CNJ investiga juízes por opinião política
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caráter cada vez mais abertamente ditatorial do regime político fica expresso, por exemplo, na verdadeira perseguição política instituída pelo Conselho Nacional de Justiça contra vários juízes do pais. Vale destacar que o Supremo Tribunal Federal desde 13 de setembro é controlado pelos militares. O assessor de Dias Toffoli, atual presidente do STF, e um militar, o general Fernando Azevedo e Silva. Desde o golpe de Estado, os militares vem se estabelecendo em posições de comando no regime politico nacional. No executivo, o general Sérgio Etchegoyen, que ocupa o cargo do Gabinete de Segurança Institucional, e na prática o atual presidente da republica, no Congresso os militares, por meio da fraude eleitoral, elegeram a maior bancada militar do período democrático. Seguindo a prática ditatorial, o Conselho Nacional de Justiça entrou com notificações contra ao menos nove juízes brasileiros, pedindo explicações sobre suas opiniões políticas manifestadas nas redes sociais. Em sua maioria, os juízes perseguidos são todos de esquerda, os quais se posicionaram contra a candidatura de Bolsonaro, a favor da candidatura do PT de Fernando Haddad, ou denunciando o próprio caráter repressivo da atual conjuntura política. O responsável por enviar as notificações foi o corregedor Nacional de Justiça, o ministro Humberto Martins. Um dos magistrados perseguidos, por exemplo, foi a desembargadora Kenarik Boujikian, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ela criticou, nas redes sociais, a fala de Dias Toffoli, o qual declarou que o golpe militar de 1964 não foi um golpe, mas sim um movimento. A desembargadora teria dito que “chamar de movimento um golpe reconhecido historicamente [perídio militar entre 1964 e 1985] é tripudiar sobre a história brasileira. De algum modo é desrespeitar as nossas vítimas”. Por conta desta declaração, ela foi notificada a prestar esclarecimentos junto ao Conselho Nacional de Justiça.
FILIE-SE AO PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA E-mail: pco.sorg@gmail.com Telefone e whatsapp: TIM: (11) 98589-7537 Vivo: (11) 96388-6198 Claro: (11) 97077-2322 Oi: (11) 93143-4534 Skype: Partido da Causa Operária
Outro juiz que sofreu representação foi Luiz Alberto de Vargas, do Tribunal Regional da 4 Região, o TRF4. O juiz postou em seu Facebook uma declaração chamando a votar 13 no segundo turno, a favor da democracia. E preciso afirmar que a perseguição aos juízes por parte do Conselho Nacional de Justiça, que se encontra submetido aos militares, e uma pratica verdadeiramente ditatorial. O argumento de que os magistrados não podem assumir posições políticas cai por terra quando vemos, nos últimos anos, vários juízes se posicionando favoravelmente ao golpe de estado no país e as arbitrariedades que os golpistas vem impondo ao povo, como e o caso de Sérgio Moro, juiz abertamente golpista, direitista, apoiador do PSDB, Raquel Dodge, Procurador Geral da Republica, que tem se posicionado abertamente favorável a perseguição política contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e, consequentemente, contra os direitos democráticos do povo, Carmen Lúcia, ex-presidente do STF, e que também se coloca a favor dos golpistas. A perseguição, na realidade, faz parte da ditadura que se impôs no pais. Cada vez mais as posições contrarias aos interesses dos golpistas vem sendo reprimidas e perseguidas pelas instituições dominadas pela direita e pelos militares. Contra essa ditadura e preciso organizar um gigantesco movimento de luta popular contra o golpe de estado. Para isso e imediata a organização dos comitês de luta contra o golpe em cada bairro, escola, fabrica, local de trabalho e cidade.
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POLÍTICA| 5
NOVA LEI DE TOFFOLI, A MARIONETE DO GENERAL AZEVEDO
Usar o CNJ para controlar todo o judiciário Acompanhe a Causa Operária TV no site: causaoperariatv.com.br no youtube: causaoperariatv
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atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho nacional de Justiça, Dias Toffoli, que tem como seu assessor um militar, o general da reserva, Fernando de Azevedo e Silva, modificou um artigo do regimento interno do Conselho Nacional de Justiça, o artigo 15, o qual impedia que um conselheiro do órgão pudesse pleitear, durante o seu mandato, uma vaga de juiz, ou desembargador em tribunais estaduais, ou tribunais regionais federais. Com isso, abre-se a possibilidade do Conselho Nacional de Justiça controlar todo o judiciário, garantindo que os juízes e desembargadores dos diferentes tribunais sejam aqueles que estiverem mais adequados a política do golpe de estado. Outra modificação foi que os juízes auxiliares do Conselho Nacional de Justiça tinham mandatos com prazo de quatro anos, agora
já não há mais limites, ou seja terão mandatos permanentes. Tais modificações aprofundarão ainda mais o caráter ditatorial do judiciário brasileiro, adequando-o ao caráter abertamente ditatorial ja assumido pelo regime político brasileiro. Aqueles juízes que se opuserem às inúmeras arbitrariedades que já são cometidas contra o povo pelos golpistas, e que tendem a se aprofundar ainda mais, serão alvos de perseguição política, chantagem e repressão por parte do Conselho. A única forma de se derrotar essa ditadura, no entanto, não é por meio das instituições. É preciso organizar uma mobilização do povo contra o golpe de Estado, contra a ditadura que vem se impondo no pais. Para tanto, é de fundamental importância a organização e a ampliação dos comitês de luta contra o golpe.
De segunda a sexta às 9h30
ELEIÇÕES GOLPISTAS
Cadê o Ciro? Candidatos a governador do PDT apoiam golpista Bolsonaro
L
ogo após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais, o candidato do PDT a presidente, Ciro Gomes, partiu para a Europa a fim de curtir suas férias. Inúmeros eleitores ciristas, dentre eles o Caetano Veloso, se decepcionaram com a postura do pedetista, haja vista a acirrada disputa entre o candidato do PT e o fascista Bolsonaro. Não obstante a postura fujona, o partido de Ciro Gomes revelou-se um reduto conservador e autoritário. Explica-se. Antes de partir para a Europa, Ciro articulou apoio partidário ao candidato do PT, entretanto diversos candidatos do PDT declararam apoio ao candidato presidencial do PSL, o Bolsonaro. Dos quatro candidatos a governador do PDT, durante o segundo turno, três apoiam Bolsonaro e um ainda não se definiu. Ou seja, o apoio do PDT ao PT é uma ilusão, pois na prática não há tal apoio. Muito pelo contrário. Esse quadro demonstra que Ciro e seus correligionários estão, na prática,
ao lado dos golpistas, porquanto não atuam contra estes, mas ao lado deles. Logo em seguida ao resultado do primeiro turno, o irmão do Ciro, o Cid, compareceu ao lançamento da campanha do Haddad e chamou os petistas de babacas, além de afirmar que iriam perder o pleito, o que demonstra o caráter hipócrita do PDT. Some-se a isso o fato de o Bolsonaro ter crescido no Nordeste, ganhando em diversas capitais nordestinas, o que comprova que as oligarquias locais, ligadas ao PDT, DEM, MDB, PSB e outros apoiam Bolsonaro contra Haddad.
Domingo às 20h
6 |MOVIMENTOS
ATAQUES BOLSONARISTAS
Mulher confundida com travesti e agredida por Bolsonarista S
eguindo a onda de ataques promovidos pela ala fascista que apoia o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro, mais uma mulher entrou na mira dos fascistas. Na sexta-feira do dia 12 de outubro, a ex-rainha de bateria Sandy Salum, da escola de samba “A Grande Família e da Balaku Balku” sofreu agressões por parte de um homem que a confundiu com um travesti. A mesma estava saindo de um show, acompanhada de outra a amiga, que já vinha sendo assediada pelo mesmo homem que agrediu a ex-rainha de bateria. O ocorrido, deixa claro o que a candidatura de Jair Bolsonaro tem impulsionado. No período de avanço do golpe , certamente os fascistas se sentiram confortável e estão nesse momento se sentindo a vontade para estar presente no cenário nacional. E de maneira co-
mum nessa ala obscurantista, a única linguagem que entendem é a força. Mais do que isso, deixou claro o quão pérfida é esta ala, que não se poupou em atacar uma mulher, e propriamente também a perseguição a setores minoritários fortemente atacados pelos golpistas e hoje pelos supostos cidadãos de bem. A ex-rainha de bateria, sofreu com escoriações pelo corpo, mas ainda assim resistiu as agressões, não deixando que o covarde da extrema-direita avançasse mais. Isso remete a uma política que vinha sendo colocada em prática no momento em que se travava a luta direta contra o golpe, onde os fascistas foram combatidos e devidamente expulsos do cenário político e de espaços populares. Esse trabalho foi feito pelos comitês de luta contra o golpe, portanto o
RACISTA
momento que está colocado urge pela reorganização dos comitês e pela criação de milhares de novos comitês por todo o país, para que seja organizada uma verdadeira mobilização que, nas
ruas irá combater os fascistas. É preciso mostrar que não há espaço para os cães da direita nas ruas, é preciso organizar a autodefesa, o fascismo só será derrotado nas ruas.
CORREIOS
“Bolsonaro vai resolver essa mistura”: Envolvido em rombo no Postalis é extrema-direita quer expulsar negros das preso pela PF em outro processo escolas e assassinar quem for contra
O
ex- presidente do Banco BNY Mellon, José Carlos Lopes Xavier da Silva de Oliveira foi preso na sexta-feira (19/10) pela Polícia Federal, suspeito de fazer parte da quadrilha de empresários, banqueiros e investidores que roubava o dinheiro do fundo de pensão complementar de servidores municipais, no país a fora. Operação que tem o nome de Abismo. É a segunda vez que José Carlos Oliveira, conhecido por Zeca é preso por indiciamento em fraude e roubo de fundo de pensão de servidores públicos. A primeira vez, se deu por intermédio das investigações do rombo de mais de 6 bilhões de reais do Postalis (Fundo de Pensão complementar dos funcionários dos Correios). Apesar das investigações da Polícia Federal no Postalis, com o nome de
U
ma criança negra, Ayanna, de 10 anos, sofreu, de uma outra criança, um menino da mesma idade, uma intimidação verbal de tipo racista. Embora, dito por uma criança, as frases revelam bem o pensamento da extrema direita Bolsonarista em relação ao negro e o chorume ideológico racista a que são submetidos os filhos dos “cidadãos de bem” em casa e que aparece agora publica e abertamente na fala do candidato fascista. O caso aconteceu em uma escola particular em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Após a divulgação do resultado do segundo turno Ayanna relatou a família o que um colega de classe havia lhe dito: “ Ayanna, aqui não é lugar para você. Você não vai poder estudar nesta escola porque não combina com sua cor. Sua família é negra e vocês tem que viver separados de nós. Bolsonaro já ganhou e garantiu que vai resolver essa mistura. Se seus pais vierem falar merda a gente mete bala”. Ayanna que é a única negra da sua classe foi vítima ainda de outras frases preconceituosas, como: você estuda nesta escola por causa de bolsa? Etc. A mãe de Ayanna, que é pedagoga e professora Universitária publicou um relato sobre este caso em seu perfil no Facebook, as frases do garoto foram encaminhadas por ela a professora da classe. Não se trata de um caso isolado, mas de um caso revelador da extensão da propaganda racista e da política que a burguesia golpista e a extrema-direita, unificados por de trás da candidatura de Jair Bolsonaro, tem para o negro e que foi sintetizada na fala chocante do garoto, evidentemente que reproduzindo a ideologia racista do meio familiar e social em que vive.
A ideologia racista que é uma elemento fundamental para a dominação política da burguesia contra o negro e sempre fez parte da ideologia da burguesia brasileira, ainda que de maneira mais ou menos camuflada, envergonhada, contudo, mostra-se agora a luz do dia e tal como é. Essa ideologia pode ser reduzida, suas em causa e ao mesmo consequências, já que aprofundam as causas, praticas, a quatro palavras: exploração, opressão, segregação e violência. É o que a direita, a extrema-direita bolsonarista e a burguesia golpista de conjunto preparam para o negro no próximo período. É preciso se organizar em conjunto com o movimento operário e popular, através de comitês de auto-defesa, de luta contra o golpe e em defesa dos direitos democráticos para enfrentar a altura a investida de burguesia e da extrema-direita golpistas .
Pausare, levar a conclusão que José Carlos Oliveira, ex- presidente do Banco americano era o maior responsável pelo dissolvimento de 6 bilhões de reais dos trabalhadores dos Correios, em investimentos “furados”, Zeca não ficou preso e o Banco BNY Mellon se recusa a devolver o dinheiro para os trabalhadores dos Correios. Provalmente, Zeca será novamente solto, já que a cadeia no Brasil não é para prender banqueiros, mas pobre, negros e trabalhadores. A prisão, como já vimos na golpista operação “Lava jato”, deve estar a serviço de limpar o terreno, exigindo da turma do Zeca entregue o caminho para que outros investidores possam controlar os fundos de pensão dos trabalhadores, como vem acontecendo no Postalis.
Toda segunda-feira às 19h
MOVIMENTOS| 7
FINAL DO ANO
Momento de mudanças na educação C
om um ano atribulado e com eleições, temos que lembrar que no próximo ano entrará em vigor no estado de São Paulo a “reforma do ensino médio”. A esquerda pequeno-burguesa tem apostado todas as suas fichas nas eleições, como se os planos dos golpistas de plantão será derrotado nas eleições. Pura ilusão, pois a Dilma que teve mais de 54 milhões de votos foi derrubada do poder, em 2016. O golpe que se instalou com o governo Temer promoveu diversas “reformas”. Primeiro foi a “reforma trabalhista” e depois a terceirização, no Estado de São Paulo, com Geraldo Alckmin de governador e Márcio França com vice, aprovaram a “reforma do ensino médio”. Com a reforma o Ensino de Jovens e Adultos- EJA será todo á distância e
o ensino regular médio será dividido em cinco áreas. Uma dessas áreas é o ensino profissionalizante, onde a escola realizará á parceria público-privada, para ofertar
DENÚNCIA
a matéria. Não vai precisar ter curso superior ou licenciatura para ministrar aulas, somente o notório saber. Um exemplo seria o padeiro ir da aula de panificação, a escola vai fazer
uma parceria com o dono da padaria que vai fornecer o padeiro. A “reforma de ensino médio” em São Paulo “casa” não a toa com os planos do próximo presidente golpista, pois Bolsonaro disse que é favorável ao ensino à distância. Os professores precisam se mobilizar através de uma greve da categoria para barrar todos os retrocessos e a demissão em massa que será promovida com essa “reforma” golpista. O fascismo somente pode ser combatido nas ruas através da mobilização dos trabalhadores e suas organizações, depositando todas as esperanças no voto, vai levar á esquerda e os trabalhadores para o matadouro. Os professores e as demais categorias devem se organizar pelos Comitês de Luta contra o golpe e de auto-defesa para colocar para correr essa extrema-direita e seus planos de dizimar a população.
BANCÁRIOS
Marfrig de Bagé é interditado por falta Golpistas do Bradesco abrem agência mesmo depois de sofrer arrombamento de condições de trabalho
O
Frigorífico localizado na cidade de Bagé, Rio Grande do Sul apresentava as seguintes irregularidades: o atordoamento de animais, abate, desossa e resfriamento. Também foram registrados problemas no acesso à planta, no fornecimento de água potável aos empregados, concessão e gozo de pausas, instalações sanitárias e subnotificações de acidente de trabalho e violação à estabilidade acidentária, o intervalo para descanso térmico, conforme Consolidação da Legislação Trabalhista (CLT), instalações sanitárias e subnotificações (não fornecimento do Comunicado de Acidentes do Trabalho) e o não cumprimento de estabilidade aos acidentados.. Foram interditados os setores da fábrica, bem como, equipamentos, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), como segue: utilização de diversas máquinas, setores e serviços, como salas de abate e de instalações elétricas. A rotina do Marfrig é de desrespeito às mínimas condições de saúde e tra-
balho de seus funcionários, tanto é assim que esta não é a primeira vez que o frigorífico é interditado. Em 2015, o Ministério do Trabalho (TEM) já o tinha interditado, ou seja, para manter seus vultosos lucros, os patrões do Marfrig tratam os 890 trabalhadores como verdadeiros escravos. Os patrões com todo o cinismo que lhes são peculiares disseram, ao serem questionados que: aplicam normas rígidas de segurança, zela pelo bem estar dos funcionários e está “adotando todas as medidas necessárias apontadas para a unidade de Bagé”. Ou seja, da mesma forma que o fizeram em 2016, quando sequer cumpriram um acordo de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que haviam firmado em 2016 com o MTE. Os donos do Marfrig tem um prazo de 30 dias para se manifestar em um novo acordo de TAC, terão, ainda, que pagar multa pelo descumprimento do acordo anterior.
devido a assalto
A
busca desenfreada pelo lucro a qualquer preço, os banqueiros golpistas do Bradesco não estão nem aí com a segurança dos funcionários e clientes nas agências. Após ter a parede quebrada, cofre e portas arrombados por assaltantes, o gerente da agência do Bradesco em Campo Grande MS, localizada na rua 14 de julho, como se nada houvesse acontecido, abriu as portas da agência normalmente. Os trabalhadores foram obrigados a trabalhar em meio ao caos
instalado no seu local de trabalho, o que gerou muita revolta, tanto por parte dos funcionários, que se negaram a trabalhar em um ambiente degradante devido à demolição de uma das paredes, quanto para os clientes que reclamavam da falta de segurança no local. É um verdadeiro absurdo o que os banqueiros são capazes de fazer em busca do aumento dos seus já fabulosos lucros. São verdadeiros vampiros que vivem às custas de sugar o sangue dos trabalhadores e da população em geral.
8 | CULTURA E JUVENTUDE
DESPREZO PELA CULTURA
Doria censura grafitis da 23 de Maio com jardim vertical, e deixa secar
A
gestão do ex-prefeito, e atual candidato ao governo do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), foi marcada pelos ataques a classe
trabalhadora. Em todos os âmbitos, sua atuação foi desastrosa, típica de governos direitistas. No que se refere à cultura, por
exemplo, uma das medidas mais estúpidas do ex-prefeito, palhaço, foi a construção do “muro verde”, na Avenida 23 de Maio. Em um total desprezo aos artistas que grafitaram os muros do local, no governo de Fernando Haddad (PT), Dória “limpou” o espaço, construindo o que denominou “Jardim Vertical”. O Jardim Vertical foi financiado por uma empresa privada, a Movimento 90°, que, via acordo não formalizado, se comprometeu, supostamente, a manter o espaço, arcando com os custos. Em abril deste ano, porém, a organização desistiu do empreendimento, ficando sob a responsabilidade do direitista a manutenção. Desde então as contas de água e luz, para que o Jardim Vertical pudesse ser abastecido, não foram pagas.
Sem irrigação, as plantas começaram a morrer e, o que antes era um espaço símbolo da cultura, hoje se tornou 6km de um espaço horrendo e cheio de problemas. O orçamento, que na época da criação foi de R$9,8 milhões, hoje tem valor ainda incalculável para recuperação. Vale ressaltar que a gestão do prefake, João Doria, não fracassou apenas nesse setor. No que tange à educação, o golpista propôs medidas absurdas também, tais quais a “Farinata”, que consistia em incorporar a merenda escolar uma farinha, composta por restos de alimentos, próximos do vencimento, doados por empresas privadas. Hoje o direitista pretende aplicar esse tratamento desumano em todo estado, caso eleito ao governo de São Paulo.
CENSURA Bolsonaro tenta censurar a maior organização de estudantes do país
O
candidato fascista Jair Bolsonaro acionou o Tribunal Superior Eleitoral numa clara tentativa de censurar a oposição União Nacional dos Estudantes (UNE). Além de pedir o impedimento da posição da UNE em relação às eleições, que naturalmente é contrário a Bolsonaro, o candidato fascista, inimigo da educação, do ensino e da cultura, quer que a entidade retire postagem relativas relativas às eleições. Pretender cassar a liberdade de expressão de organizações da sociedade Civil ou mesmo de indivíduos é uma manifestação clara do caráter ditatorial de Bolsonaro e seu séquito. O fato de utilizar-se do Judiciário, aliás uma instituição golpista e reacionária, não garante legalidade, em absoluto, a tentativa de cercar a liberdade expressão e de liberdade manifestação da UNE, antes afirma o caráter arbitrário e parcial destes “Poder”.
Veja a nota da União Nacional dos Estudantes sobre o caso: #EleNão vai nos calar: nota oficial da UNE Jair Bolsonaro tenta censurar a entidade e retirar postagens dos estudantes sobre as eleições A União Nacional dos Estudantes foi acionada na justiça pelo candidato Jair Bolsonaro por conta da campanha “Bolsonaro Não”. O candidato solicita ao Tribunal Superior Eleitoral que a UNE retire as postagens relacionadas a campanha do ar, e afirma que a entidade não pode ter posicionamento no processo eleitoral. É uma tentativa nítida de cercear a opinião dos estudante brasileiros, que se organizam em todo país em defesa da democracia e contra o autoritarismo. Nossa postura de firmeza se mantém, contrapor as ideias de Bolsonaro faz parte da democracia. #EleNão vai nos calar! UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES
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INTERNACIONAL| 9
REPRESSÃO NA FRANÇA DE MACRON
Terror contra os trabalhadores e polícia para suas crianças E
ste jornal vem anunciando há meses a crise política do regime francês, o governo do presidente Emmanuel Macron se encontra em um momento difícil, em meio a um clima de total impopularidade diante do povo francês. Por isso, para sustentar o regime, o governo francês precisa impor uma política de total terror e repressão contra os trabalhadores, pois apenas desta forma consegue-se segurar as manifestações do povo contra o governo. A impopularidade de Macron chegou ao ponto em que tanto as categorias mais avançadas politicamente, como os professores e os estudantes, quanto categorias mais atrasadas, como as camareiras de hotel, estão se mobilizando e realizando diversas greves no país. No início do ano, os trabalhadores da Sociedade Nacional das Ferrovias (SNCF, na sigla francesa) realizaram uma importante greve, que afetou de maneira dura a burguesia francesa. Mas como era de se esperar com o governo de Macron, o clima que se criou na empresa é de total terror contra os trabalhadores. Na segunda-feira (22/10), o Conselho de Estado, um órgão do governo, acabou com o direito de greve dos trabalhadores da SNCF, por “abuso de poder”. Supostamente, os traba-
lhadores ferroviários franceses teriam abusado do direito de greve, um direito fundamental para a classe operária reivindicar seus direitos diante das violências da burguesia. A situação dos trabalhadores está extremamente precária. Os trabalhadores estão denunciando, inclusive, o aumento da depressão entre eles. A diretoria não apenas demitiu diversos funcionários, aumentando o trabalho dos funcionários da empresa, como também fica fazendo uma política de terrorismo psicológico, ameaçando de desemprego aqueles que procurarem
se mobilizar. Agora, com o fim do direito de greve, a situação piorou ainda mais. A burguesia acusa os trabalhadores de terem cometido abusos durante o movimento grevista, instaurando uma política de 3 dias de trabalho para cada 2 dias de greves, aumentando ainda mais a exploração que em condições “normais” já é absurda. Eles ainda têm de passar por um “conselho de disciplina” para intimidá-los e “verificar se estão realizando o trabalho”. Sem falar que muito destes trabalhadores são imigrantes, sobretu-
do de origem árabe e das antigas colônias francesas na África, pessoas que em todos os sentidos são brutalmente oprimidas pelo sistema capitalista. Mas como se não bastasse isso contra os trabalhadores. O governo francês também mantém uma política de repressão aos filhos destes trabalhadores, ao modelo do que vem acontecendo no Rio de Janeiro dos militares, pois nas esquinas perto das escolas, o efetivo de policiais aumentou. Professores franceses têm denunciado que filhos de imigrantes têm sido abordados pela polícia francesa de maneira ameaçadora, inclusive nos próprios salões das escolas, tendo de abrir suas mochilas na frente de todos os colegas da sala e da escola, de forma humilhante. Ou seja, na França de Macron, para os trabalhadores, um regime de total repressão e retirada de direitos fundamentais, e para seus filhos, repressão policial e intimidação. Esse é o candidato supostamente democrático que foi colocado no poder para derrotar o fascismo da Frente Nacional, de Marine Le Pen. Percebe-se então que entre a democracia burguesia e o fascismo a linha é extremamente tênue. Tudo isso indica que a crise francesa está se encaminhando para uma ditadura ferrenha da burguesia.
AMÉRICA CENTRAL
10 mil migrantes vão para os EUA fugindo da política imposta pelo próprio imperialismo U
m grande número de migrantes da América Central está cruzando o México em direção aos EUA. A multidão, que está entre 7 e 10 mil pessoas, contém a maioria de seus membros provenientes de Honduras e Guatemala, países destruídos que sofrem exatamente pela política de golpe de estado ou intervenção direta, orquestrada pelo imperialismo norte-americano. A maioria dessas pessoas está fugindo da fome e violência causada pelo golpe em Honduras, denuncia-
do neste diário já em 2009, quando Manuel Zelaya foi derrubado, e da política neoliberal do governo capacho da Guatemala, ambos países controlados pelo imperialismo. Porém, a imprensa burguesa finge que nada disso acontece, pouco noticia, e, para o setor imperialista que interessa, faz campanha contra as posições anti-imigração de Donald Trump. O presidente norte-americano declarou que alertou o Exército e a Patrulha da Fronteira para a situação que seria
“emergência nacional”. E, já que a política dos EUA sempre foi de destruir a economia desses países – Guatemala, El Salvador e Honduras -, nada “melhor” do que aproveitar a total miséria existente para fazer chantagem e controlar ainda mais esses países, o que levará milhões de pessoas à miséria total. As alegações de Trump que aparecem na imprensa burguesa brasileira fazem parte de uma campanha contra o presidente, que é um extremista de direita de fato, porém, escondem o
que realmente precisa ser dito: foram os outros presidentes que destruíram esses países, e essa é política imperialista dos EUA. Isso deve ficar claro para os trabalhadores. Os EUA, com presidentes que representem o bloco dos banqueiros – capital financeiro -, ou o bloco dos empresários nacionais – protecionistas, extrema-direita e etc -, quando se trata de explorar países menores para fazer crescer sua economia, se alinham na mesma finalidade. É esse o sistema capitalista imperialista em crise total, gerando uma crise em todo continente através de sua política de miséria, de golpismo e de espoliação dos países atrasados.
10 | ATIVIDADES
2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA CONTRA O GOLPE
Organizar os comitês para derrotar a extrema-direita A
s eleições de 2018 já se mostram as mais fraudadas de todos os tempos na história do Brasil, pois, depois dos golpistas impedirem o principal candidato de concorrer, Luiz Inácio lula da Silva, apresentaram um resultado farsesco, o candidato golpista, Jair Bolsonaro, o mais caricato e com maior número de rejeição, possuir quase que a maioria absoluta dos votos no primeiro turno das eleições. Se não bastasse os golpistas projetar a vitória do direitista Bolsonaro, com um vice general, os golpistas ainda conseguiram eleger um Congresso nacional ainda mais reacionário que o anterior, aumentando em mais de 100% a bancada militar. Com isso as Forças Armadas no Brasil que já controlavam o governo golpista através do general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional, e o Judiciário com o General Fernando Azevedo, “assessor” do presidente do STF (Supre-
mo Tribunal federal), agora poderá ter de fato um general como presidente, pois como Bolsonaro é capitão, e o vice é general, pela hierarquia do Exército, quem manda sempre é o general. Diante do aprofundamento do golpe de Estado no país, e principalmente do fortalecimento da extrema direita no regime político nacional, com as Forças Armadas no controle de tudo, é preciso organizar mais que depressa a mobilização popular para enfrentar essa reação. É por isso, que os comitês de Luta contra o golpe espalhados pelo país, resolveram convocar em estado de emergência a 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta contra o golpe, e contra o fascismo, a ser realizada nos dias 8 e 9, na cidade de São Paulo. É necessário fortalecer os comitês de luta contra o golpe, convocar reuniões preparatórias para a realização da Conferência Nacional, retomando nas ruas a luta contra o golpe, que
diante da confusão provocada pelos golpistas por meio das eleições fraudadas de 2018, levaram a sua paralisia. Somente um amplo de movimento de luta contra o golpe no país, visando uma mobilização gigantesca da classe operária brasileira contra o golpismo
pode barrar os ataques que viram com o novo governo, como também o crescimento da extrema direita e do fascismo no Brasil. Todos à 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta contra o golpe e contra o fascismo!
PARTICIPE
Neste fim de ano, participe junto com os militantes da luta contra o golpe do Réveillon do PCO
N
este final de ano, como ocorre tradicionalmente, o Partido da Causa Operária irá realizar o Réveillon, uma festa social para agrupar os militantes contra o golpe, a esquerda e os simpatizantes do partido. Os eventos sociais são uma forma importante para reforçar os laços de todos os combatentes contra os golpistas e seu regime de repressão política. Mas também uma forma de contribuir com as organizações operárias militantes, como o PCO que está
diariamente nas ruas fazendo a campanha política pela mobilização dos trabalhadores a favor de seus direitos, isto é, pela Liberdade do Lula, contra Bolsonaro e o golpe militar. Por isso, convide todos a participarem desta importante atividade, com eventos musicais, comidas, drinks e os militantes, simpatizantes e amigos do PCO, partido da luta contra o golpe. O PCO irá organizar essa atividade em todos os lugares onde o partido estiver organizado, não perca!
Participe da 43ª Universidade de Férias do PCO, de 12 a 26 de janeiro de 2019 - Procure o PCO pelos contatos a seguir e se inscreva já: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (Oi)