Edição Diário Causa Operária nº5440

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QUARTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5440

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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PARA MOBILIZAR CONTRA A DIREITA, CONVOCAR IMEDIATAMENTE O CONGRESSO DO POVO

A política golpista está cada vez mais agressiva e nociva para os trabalhadores. O atual candidato da burguesia, Jair Bolsonaro, fez um pronunciamento ameaçando políticos do PT como Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e o candidato a presidência Fernando Haddad, dizendo que os “vermelhos” deveriam sair do Brasil, ou sofreriam uma perseguição e uma limpeza “jamais vista na história desse país”.

Causa Operária Ediçao 1027

Convocar todos para a 2ª Conferência Nacional Aberta de luta contra o golpe e o fascismo

EDITORIAL

MILITARES TOMARAM CONTA DAS INSTITUIÇÕES, É PRECISO MOBILIZAR NAS RUAS O regime político de conjunto está controlado pelos militares.

Página 5 Mesmo programa golpista Alckmin e Temer estão no segundo turno e se chamam Bolsonaro Chegou à imprensa de esquerda uma denúncia de dentro do comando da campanha petista de que “as principais peças do comitê de Fernando Haddad têm sido monitoradas pela área de inteligência das Forças Armadas”.

Frente às eleições que se encaminham para serem as mais fraudadas da história do Brasil, após os golpistas impedirem o principal candidato, Luiz Inácio lula da Silva, de concorrer, é preciso que a população reaja imediatamente contra os golpistas e se organize para derrotar o regime de perseguição que se desenha já nos dias atuais.

O fascismo não é uma novidade: é preciso combatê-lo Raquel Dodge golpista: Lula não pode ser candidato, nem eleitor e nem ter opinião


2 |EDITORIAL EDITORIAL

Militares tomaram conta das instituições, é preciso mobilizar nas ruas

O

regime político de conjunto está controlado pelos militares. O raquítico governo de Michel Temer, empossado após um golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, eleita com mais de 54,5 milhões de votos, se ampara – desde a sua posse e cada vez mais – nas Forças Armadas que, inclusive, foram fundamentais para impedir a sua queda diante das investidas de setores fundamentais ligados ao imperialismo, que comandaram o golpe e estavam insatisfeitos com a incapacidade do governo de impor as medidas desejadas até as últimas consequências, como se viu – por exemplo – no caso da não aprovação da “reforma” da Previdência. Os militares foram assumindo o controle de postos fundamentais, desde a o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que passou a ser o centro das operações dos militares no governo, passando pelo Ministério da Defesa, até outros órgãos acessórios, como a Secretária de Segurança e o comando da Polícia Federal, dirigidos por militares ou elementos de confiança por ele indicados.

No judiciário, o poder mais reacionário da República – que não tem seus membros eleitos ou sujeito a qualquer tipo de controle popular – e que se constituiu em dos pilares do regime golpista, a mão forte dos militares se expressou – entre outros – na nomeação do general Fernando Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado-Maior, para a assessoria especial da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Faltava o Legislativo, onde os eram poucos os representantes das FFAA e elas tinha que realizar um trabalho constante de lobby junto aos partidos e políticos, em unidade com outros setores reacionários e golpistas, em torno de interesses comuns, como no caso do impeachment comprovadamente comprado da presidenta Dilma, na aprovação das “reformas” e no impedimento do prosseguimento dos processos contra Temer. Agora, já não falta mais. Intervindo diretamente no processo eleitoral, os militares interviram no processo eleitoral e, nas eleições mais fraudulentas de toda a história do País, elegeram a maior bancada com integran-

tes oriundos das forças de repressão de todos os tempos: 72 segundo as contas dos próprios golpistas. Mas a “influência” desse setor tende a ser muito maior, e o “partido” dos militares será decisivo na eleição do comando da Câmara e do Senado. A maioria das direções da esquerda manteve a ilusão de que a substituição de Lula (sob a ameaça de intervenção ameaçadora dos militares) por um candidato palatável à direita criaria condições para uma derrota da direita, de que o golpe e o fascismo poderia ser barrado por meio do voto. Tudo isso sob uma intensa pressão a favor da capitulação dos setores da esquerda que defendiam – há muito – o “plano b” (o abandono da candidatura de Lula e da mobilização pela sua liberdade). Depois de defenderem o abandono de qualquer luta real contra o golpe, procuram alimentar a crença de que era possível derrotar nas urnas a direita fascista que apenas nas últimas semanas realizou cerca de 100 ataques contra militantes da esquerda, mulheres, negros, sem terras, homossexuais etc. em todo o

País que, inclusive, já levaram à morte de dirigentes populares. A ofensiva dos militares e do conjunto do regime golpista que eles sustentam não pode vir das urnas viciadas no próximo dia 28. Será preciso recuperar o terreno e o tempo perdido. Organizar, por meio das organizações de luta dos trabalhadores, de milhares de comitês de luta contra o golpe, pela liberdade de Lula, por Lula Livre etc. um grande mobilização para sair às ruas e exigir a liberdade imediata da maior liderança popular do País, que seria capaz de, com sua liderança, unir toda a esquerda que luta contra o golpe (não apenas por votos), unir a imensa maioria dos explorados e suas organizações de luta, em um movimento gigantesco que aja, pelos meios necessários, para colocar a os militares no seu devido lugar, longe do Planalto, no controle dos poderes, comandando o País em favor dos interesses do grande capital estrangeiro e “nacional”. Nesta luta, a II Conferência Nacional Aberta de Luta contra o golpe e o fascismo deve ocupar um lugar importante.

OPINIÃO

Política de censura do PSOL não combate a extrema-direita, apenas a favorece

N

a última quinta (18), o Psol solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a suspensão do aplicativo de mensagens Whatsapp em todo o território nacional por 10 dias, até o segundo turno das eleições. O pedido de liminar (decisão provisória de efeitos imediatos) deveu-se às denúncias de contratação de empresas especializadas em disparos em massa de publicidade para disseminação de notícias falsas contra a campanha eleitoral de Fernando Haddad (PT). Esse serviço teria sido contratado ao custo de milhões por empresários apoiadores da campanha do neonazista Jair Bolsonaro (PSL). A prática representaria três crimes eleitorais: o financiamento empresarial, o financiamento não declarado na prestação de contas (caixa 2) e o uso de base de dados externa para propaganda – configurando abuso de poder econômico. O pedido do Psol de suspensão do aplicativo mostra o desequilíbrio e o viés de censura típicos do moralismo da esquerda pequeno-burguesa e se inscreve no contexto de um verdadeiro festival de inconsistências políticas da esquerda na condução da campanha à Presidência da República. A primeira inconsistência foram as “candidaturas-abutre” de Guilherme Boulos (Psol), Vera (PSTU) e Ciro Gomes (PDT). Destinadas a dividir os votos do PT no primeiro turno e a enfraquecer a unidade da esquerda como um todo, essas postulações à presidência representaram nada mais que uma bovina aceitação do processo eleitoral fraudulento conduzido pelos golpistas, legitimando o pleito como alavanca de aprofundamento do gol-

pe. Esses partidos, e os movimentos que eles conduzem, nunca mobilizaram sua militância nos atos pela liberdade de Lula, mas sempre plantaram seus líderes nos palanques do próprio PT para fazer demagogia barata. O segundo erro veio da própria coligação PT-PCdoB-Pros, ao retirar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva do páreo antes de se exaurir a via dos recursos judiciais: o “plano B” representado pela fraca chapa Haddad e Manuela D’Ávila (PCdoB). Tal manobra foi uma grande derrota da esquerda. Se a luta pela candidatura de Lula – preso em Curitiba desde março – continha em si o germe de uma verdadeira mobilização popular capaz de mudar a relação de forças políticas reais em jogo, a campanha de Haddad se tornou um mero investimento publicitário, cada vez mais capitulador. De fato, a ala direita do PT serviu como correia de transmissão da burguesia golpista dentro do Partido dos Trabalhadores. Primeiro Haddad declarou um possível apoio ao PSDB num segundo turno, depois revelou que não pretendia libertar Lula caso vencesse a eleição,. Depois do primeiro turno, a campanha foi ladeira abaixo rumo à direita. Haddad se declarou contra a legalização do aborto, comungou na CNBB, retirou a proposta de Assembleia Nacional Constituinte de seu programa – o que inviabiliza a revogação das reformas golpistas de Temer –, mudou sua campanha para verde-e-amarelo, passou a se mostrar como um defensor da família brasileira, e segue acenando para uma aliança com o PSDB nessa reta final. Espelhando-se no Partido Democrata

norte-americano, a esquerda brasileira criou verdadeira paranóia sobre as empresas de manipulação de dados como a Cambridge Analytica, capazes de traças perfis psicológicos de usuários a partir de dados recolhidos nos bancos de dados do Facebook. Com tais recursos, a direita teria “poderes mágicos” capazes de transformar os eleitores em zumbis a partir de mensagens em redes sociais. Criou-se um clima de pânico na militância esquerdista, que passou a compartilhar mensagens, memes, vídeos e links doentiamente, buscando combater o exército de perfis falsos contratados pelos gigantes imperialistas. Evidentemente, esse tour de force virtual teve pouco ou nenhum efeito prático. Ao contrário, reforçou na classe média de esquerda a ilusão de que basta curtir e compartilhar mensagens em redes sociais para constituir uma resistência ao fascismo – algo ainda mais inócuo que o voto em eleições fraudadas. Nada de organizar comitês de luta contra o golpe, nada de constituir grupos de autodefesa, nada de mobilizar a classe trabalhadora. É evidente que a classe dominante tem primazia em todos os meios de comunicação. Sucessivamente, a burguesia sempre teve controle dos jornais, revistas, rádios, televisão e internet. Não há como lutar contra essa hegemonia sem envolver na comunicação a mobilização real da população. Somente com ações reais de luta, e não com campanhas publicitárias eleitorais, pode-se efetivamente elevar a consciência da classe trabalhadora com vistas à derrota do golpe de Estado em curso. Talvez se apercebendo do ridículo

de sua proposta ao TSE, no mesmo dia o Psol mudou o teor de seu pedido de liminar para apenas uma limitação da capacidade de compartilhamento, encaminhamento e transmissão de mensagens, bem como o número de membros em novos grupos da rede. Em qualquer caso, trata-se de mais uma trabalhada suicida – como de resto o é toda a política moralista e encarceradora de grande parte da esquerda.] Na terça (22), o ministro Edson Fachin negou o pedido de liminar do Psol. Se a côrte tivesse aceito a demanda, teria criado o precedente para mais um mecanismo de censura no cenário ditatorial brasileiro que a cada dia se torna mais sombrio. É evidente que, no longo prazo, as principais vítimas desse tipo de política restritiva seriam justamente as organizações populares, os militantes reais que difundem informação. Tal tipo de censura já pôde ser visto recentemente, com a suspensão de mais de 40 perfis de ativistas do PCO e do PT pelo Facebook às vésperas da votação do primeiro turno. Inicialmente, o Psol festejara o “combate às fake news” promovido pela multinacional imperialista, quando esta suspendera os perfis e páginas do MBL. Em seguida, e num momento decisivo, revelou-se que, como sempre, o alvo preferencial de qualquer campanha censora ou restritiva é a esquerda em seu conjunto. Acresce que o Psol sempre recorre à polícia, ao exército, ao Judiciário golpista para levar a cabo suas demandas. O Psol deu vivas à lava-jato, celebrou a exclusão de perfis no Facebook e pediu a suspensão do Whatsapp. Com uma esquerda assim, a extrema-direita está à vontade.


NACIONAL| 3

BOLSONARO, TEMER E MAIA

COLUNA

O fascismo não é uma novidade: Os golpistas que sempre estiveram é preciso combatê-lo juntos, continuarão juntos Por Rafael Dantas

U

m setor da esquerda está espantado com o “ascenso do fascismo” expresso nas declarações e atitudes (violentas) de Jair Bolsonaro e seus bolsonaristas. Assustados, correm de um lado para outro repetindo que “não podemos deixar o fascismo ganhar”. O fascismo, de um lado, o medo, de outro, e a disputa entre eles fazem parte das eleições, mas não se resumem, sequer remotamente, a elas. Nem fascismo, nem Bolsonaro são dados novos da situação política. Só pode reduzir a luta contra o fascismo a uma luta eleitoral quem fizer um grande esforço para ignorar o que está acontecendo no País já há bastante tempo. O fascismo de Bolsonaro é a continuação do golpe de Estado de 2016. É preciso analisar como a situação política evoluiu de lá para cá para entender como e por que o ex-capitão está perto de chegar à presidência, tendo como um vice um general que defendeu abertamente que os militares tomassem o poder nos últimos dois anos. O golpe do impeachment, maquinado desde a reeleição de Dilma Rousseff em 2014, não teria sido bem-sucedido sem o apoio dos militares. Mais ainda: não teria ocorrido se os militares não tivessem dado o aval e participado na operação, como ficou evidente mais tarde na indicação do general Sérgio Etchegoyen para controlar a central de espionagem do Estado sob a fachada do governo Temer. A escória que está nas ruas agredindo verbal e fisicamente mulheres, negros e homossexuais sempre esteve aí. Apenas levantaram a cabeça quando chamados a fazê-lo. Os fascistas que já deram as caras são velhos conhecidos. Recrutados entre policiais e militares da ativa e afastados do serviço, capangas, “seguranças”, há farto fornecimento de material para preencher as fileiras do fascismo. Se já não foram educados praticamente, pelo menos moralmente estão adestrados, particularmente em São Paulo, pelos anos de repressão da Polícia Militar às manifestações políticas e sociais e pelo massacre cotidiano da população pobre e trabalhadora nas periferias. Não é preciso ilustrar demais, o fascismo já está presente embora tenha passado muito tempo dormente. Engana-se quem acredita também que a besta fascista despertou agora. As eleições (e, com elas, a vitória virtual de Bolsonaro) são parte da operação golpista, a continuação do golpe de 2016. Os golpistas precisavam, desde que removeram Dilma de maneira absolutamente ilegal, dar legitimi-

dade ao golpe. Nada melhor que a aparência de apoio popular para tanto. Eis a função das eleições fraudadas e manipuladas como as que se realizaram neste ano. A principal fraude eleitoral vem sendo elaborada e conduzida de muito tempo. Trata-se da prisão do ex-presidente Lula, uma vitória decisiva para os golpistas. Com o maior líder popular (e, de longe, o único candidato que realmente possui apoio na população) fora da disputa, ficou mais fácil conduzir o eleitorado, dividindo, confundindo, desorientando e, por fim, enganando-o abertamente. Com Lula na cadeia, a polarização política no País que vinha se desenvolvendo de maneira crescente (como a pressão cresce em uma caldeira sem válvula por onde escapar) se dissipou. Só assim para a fraude completa ser possível. Quem acredita que o fascismo precisa ser combatido nas eleições também acredita que Bolsonaro tem mesmo o apoio de milhões de trabalhadores de norte a sul do País? Se Lula estivesse no páreo, ficaria mais difícil a manobra. Sem ele, conseguiram levar Bolsonaro para o 2º turno e ameaçar o país com a sua vitória. O fascismo não é uma novidade. Não basta denunciá-lo, é preciso combatê-lo.Só a luta das massas trabalhadoras deste país pode colocar abaixo o golpe, os fascistas e o regime político que começaram a erguer com o golpe de 2016. E os meios para combater o fascismo já são conhecidos. É preciso adotar os métodos da classe operária e de suas organizações de luta: a greve, os piquetes e as manifestações de rua, além de todo o esforço na agitação política com jornais, panfletos e cartazes para mobilizar amplamente contra o fascismo. O golpe não pode ser derrotado com discursos de campanha eleitoral. É preciso denunciar e estimular o protesto contra a fraude eleitoral que colocou Lula na cadeia e Bolsonaro nas urnas. Lutar contra os fascistas e os golpistas detrás deles com a palavra-de-ordem de “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”. Lutar pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos.

O

fascista Bolsonaro se eleito presidente do país, e os direitistas que se elegeram de forma fraudulenta nas assembleias legislativas, usaram a demagógica propaganda de que o povo deveria apostar nos candidatos da política nova. Pura propaganda de terceira categoria, pois os golpistas que continuarão nas Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional já se movimentam em torno de um provável governo de Bolsonaro para manter os esquemas de poder promovido pelo golpe de 2016. contra o governo Dilma Roussef do PT. Rodrigo Maia do DEM e seus correligionários já se posicionam junto a equipe de Bolsonaro a fim de continuar como presidente do Congresso Nacional, o que já tem sinalização favorável de Bolsonaro. Também já está agendado reunião entre o golpista Jair Bolsonaro e o presidente golpista Michel Temer, afim de que se faça uma transição sem que o próximo presidente golpista mecha nas obras macabras de seu governo. Um acerto entre os dois é o de que Bolsonaro manterá a famigerada reforma trabalhista de Temer, que destruiu a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) retornando o trabalhador a condição de uma quase escravidão. Nada mais lógico, já que Bolsonaro, enquanto deputado, sempre votou e apoiou as mudanças legislativas contra os trabalhadores.

Outro ponto importante dos ataques dos golpistas ao povo brasileiro foi a PEC (Projeto de Emenda Constitucional) dos gastos, que congela por 20 anos o orçamento das áreas sociais, como saúde e educação. Nesse ponto também haverá uma conversa entre Temer e Bolsonaro para que não se mecha nessa questão. As eleições fraudadas de 2018 nada mais é que o aprofundamento do golpe, de forma que a burguesia golpista usará uma forjada legitimidade do próximo presidente para consolidar os ataques aos trabalhadores realizados pelo governo golpista de Temer e dar continuidade a novos ataques, como a reforma da previdência, com o governo direitista de Jair Bolsonaro. Somente uma ampla mobilização da classe operária contra o golpe, realizando atos nas ruas, se organizando em comitês de luta contra o golpe, visando a realização de uma greve geral é possível impedir o avanço dos golpistas. Nesse sentido, os comitês de luta contra o golpe em todos os lugares do país, se encontraram em uma Conferência Nacional Aberta, a ser realizada nos dias 08 e 09 de dezembro para preparar essa mobilização. A Conferência visa organizar a classe operária contra esses ataques, contra o golpe e contra o fascismo, e por isso, toda as energias do ativismo de esquerda tem que ser voltada para esse movimento.

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4| POLÍTICA

RAQUEL DODGE GOLPISTA

Lula não pode ser candidato, nem eleitor e nem ter opinião S

ão seis mais de meses de perseguição implacável ao Lula, o principal líder político do país, isso se considerarmos apenas o tempo de prisão. Levando em conta o golpe, some-se a esse tempo pelo menos mais dois anos. Não foi sem motivo que o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, declarou em entrevista o objetivo do imperialismo em aniquilar fisicamente as principais lideranças de esquerda latino-americanas. Esse é o propósito com Lula. A grande imprensa golpista e o Judiciário são a ponta-de-lança de uma campanha diuturna em denegrir a imagem de Lula. “É um condenado por corrupção”, Tá na cadeia porque é criminosa”. Recentemente, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a manutenção da proibição de Lula conceder entrevista, conforme pleiteado pelos jornalistas Florestan Fernandes Júnior e Mônica Bergamo, com o argumento que é a expressão de um país que vive um estado de exceção: “Foge à finalidade da pena permitir entrevista que objetive obter do

entrevistado opinião sobre a ‘situação política, social e econômica do país, especialmente no contexto atual da disputa democrática eleitoral’. O fato é que ele é um detento em pleno

Assim como todos os golpistas, tipo Bolsonaro, não tem nenhuma relação com o Brasil. O seu papel é o de destruir a esquerda, em particular Lula, para abrir caminho ao saque do país

cumprimento de pena e não um comentarista de política”. Dodge foi colocada a dedo na PGR. Há várias denúncias de seu envolvimento com os órgãos de informações norte-americanos, inclusive a de que é casada com um agente da CIA que se traveste de professor de inglês.

pelo imperialismo norte-americano. O passo-a-passo dos golpistas em expandir seus tentáculos sobre o Estado brasileiro não foi obra de figuras abjetas como sérgio Moro, Temer, Eduardo Cunha e mais uma plêiade borra-botas tupiniquins. Todos são meros funcionários dos EUA.

O projeto de perseguição ao Lula e ao PT foi gestado fora do país. O que tivemos aqui foram os funcionários executantes. Um que menos importava em todas as etapas de perseguição e condenação do ex-presidente era a existência de provas, a legalidade dos procedimentos, os mínimos direitos democráticos de um cidadão e mesmo as prerrogativas constitucionais de um ex-presidente. Em caso de impasse, o verde “reluzente”do dólar ou a baioneta de um general a espetar a largas ancas dos bufões de todos os poderes para “convencer da justeza” dos propósitos do Tio Sam. A perseguição ao Lula é implacável porque ele é a expressão popular da luta contra o golpe. Não fosse a capitulação do PT em substituí-lo por outro candidato, o regime político entraria numa crise profunda. Foi a sua exclusão que permitiu a fraude escancarada das eleições. Sequer permitir que tivesse direito a votar. Agora também não pode falar. Rafael Correa tem toda a razão. Eles querem e vão eliminar o Lula se a esquerda não construir uma grande luta contra o golpe e pela sua liberdade.

CHARGE

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FRASE DO DIA “Nossa torcida é composta pela classe trabalhadora, por pessoas de diferentes etnias, crenças e demais individualidades que se unem como povo. em função disso, e pelo nosso compromisso com a liberdade, nos posicionamos contra uma plataforma política que defende a ditadura militar como saída para os problemas do país. não reconhecemos como opção viável um discurso que reforça o estereótipo preconceituoso que marginaliza o povo pobre e, por consequência, o torcedor.” Nota da Torcida Jovem do Santos contra Bolsonaro


ATIVIDADES| 5

PARTICIPE

Convocar todos para a 2ª Conferência Nacional Aberta de luta contra o golpe e o fascismo F

rente às eleições que se encaminham para serem as mais fraudadas da história do Brasil, após os golpistas impedirem o principal candidato, Luiz Inácio lula da Silva, de concorrer, é preciso que a população reaja imediatamente contra os golpistas e se organize para derrotar o regime de perseguição que se desenha já nos dias atuais. Nesse sentido, os comitês nacionais de luta contra o golpe, espalhados por todo o território nacional, decidiram convocar a 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e contra o fascismo, a ser realizada nos dias 8 e 9, na capital de São Paulo. A situação política, em que, os militares golpistas já comandam o regime, ameaçam as instituições, o povo, e agora, irão apresentar um resultado farsesco pró Jair Bolsonaro – que a pouco tempo tinha a maior rejeição do pleito – está sendo denunciada em âmbito nacional pelo jornal dos comitês, “A luta contra o golpe”. Essa é a tarefa do momento: organizar os comitês em todos os locais onde os trabalhadores, estudantes, sintam necessidade de lutar contra a destruição do país, debater para esclarecer, mas, fundamentalmente, ir com os comitês para as ruas, panfletar, falar com

a população, explicar e chamar para essa grande conferência que tem como objetivo final levar ao Congresso do Povo. A última atividade contou com companheiros de quase todos os estados do país, reunindo mais de mil pessoas nos dois dias de atividades, com participações de parlamentares do PT, como Vicentinho, Gleisi Hoffmann, o presidente do PCO,

Rui Costa Pimenta e tantos outros companheiros. Foram realizados debates diversos, com materiais de apoio, em grupos de trabalho, para, finalmente, retirar um programa de luta dos trabalhadores. Foi criada uma imprensa, site, um jornal impresso quinzenal, os companheiros fizeram vídeos de convocatória durante um mês, sendo divulgados na Causa Operária TV e neste diário, e,

o resultado de toda essa luta, foram as mobilizações feitas em defesa de Lula. É preciso que os militantes da luta contra o golpe se organizem para ir participar deste importante debate, mas não só isso: é preciso organizar os diversos apoiadores e militantes da esquerda em torno da conferência para aumentar a mobilização contra o golpe em todo país.

DERROTAR A DIREITA GOLPISTA

Para mobilizar contra a direita, convocar imediatamente o Congresso do Povo

A

política golpista está cada vez mais agressiva e nociva para os trabalhadores. O atual candidato da burguesia, Jair Bolsonaro, fez um pronunciamento ameaçando políticos do PT como Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e o candidato a presidência Fernando Haddad, dizendo que os “vermelhos” deveriam sair do Brasil, ou sofreriam uma perseguição e uma limpeza “jamais vista na história desse país”.

Enquanto as instituições estão todas submissas aos militares, completamente reféns dos generais – embora nossos ministros e juízes não sejam, em nenhum quesito, progressistas, estão sob a mira dos militares caso se sintam pressionados pela mobilização popular -, a burguesia aprova e elabora políticas para vender o Pré-sal brasileiro, e os demais recursos naturais do Brasil, com subsídios

do BNDES , assim como para restringir as leis trabalhistas e deixar o trabalhador brasileiro em condições semi-escravas, deixando-os totalmente reféns dos patrões. Nas ruas, os apoiadores do Bolsonaro estão de ego inflado a aproveitam-se da omissão da esquerda para atacá-la e atacar as minorias. Esses ataques pegam indivíduos isolados, quando a esquerda está em grupo e tem condições de se defender os fascistas não mostram as caras. Diante desse cenário uma política defensiva não serve. Não será deixando pautas como a legalização do abordo de lado, nem tirando Lula e o vermelho da campanha, que a conseguiremos mobilizar contra a direita. Somente com uma política que organize a população, ou seja, que crie comitês, que agregue em torno dos sindicatos, que una o povo em torno da política com o propósito de lutar contra o golpe, que sairemos da defensiva e nossos direitos prevalecerão. A burguesia só entende uma coisa; a relação de forças na luta de classes. Se os trabalhadores mostrarem sua vontade através de greves e mobilizações, não tem como a burguesia não

Participe da 43ª Universidade de Férias do PCO, de 12 a 26 de janeiro de 2019 Procure o PCO pelos contatos a seguir e se inscreva já: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (Oi)

recuar e ceder, pois não existe força maior do que a força da maioria. Por isso devemos pressionar para que o Congresso do Povo aconteça o mais rápido possível. Devemos organizar conferências que junte os Comitês de Luta contra o golpe e estimule a criação de mais comitês. Não podemos adiar nem postegar a luta por mais tempo. O fascismo só se derrota nas ruas. Nesse sentido, o Partido da Causa Operária, junto com os Comitês de Luta contra o Golpe, realizará a 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta contra o golpe, e contra o fascismo, nos dias 8 e 9, na cidade de São Paulo. Somente unidos e organizados nós venceremos a direita.


6 |POLÍTICA

TSE GOLPISTA

PT dizer a verdade é “Fake News”, propaganda enganosa de Bolsonaro é permitida O caráter totalmente farsesco e ditatorial das eleições desse ano ficaram evidentes nas ultimas posições adotadas pelo Supremo Tribunal Eleitroal, o TSE, contra a candidatura do PT, de Fernando Haddad. A base da fraude eleitoral foi a impugnação da candidatura do ex-presidente Lula, líder em todas as pesquisas enquanto era candidato, e verdadeiro vencedor das eleições desse ano. As eleições tem sido desde o inicio controladas pelos golpistas, uma consequência direta do golpe de estado dado contra a presidenta Dilma Rousseff. Desde o principio, o TSE tem instituído uma verdadeira perseguição contra a esquerda, a partir da impugnação de Lula, a justiça eleitoral tratou de atuar abertamente a favor dos golpistas, e instituindo uma verdadeira perseguição contra a esquerda. A própria campanha contra as chamadas fake news, apoiada por quase toda a esquerda nacional, inclusive o PT, demonstrou ser uma parte fundamental da fraude eleitoral. O TSE sus-

pendeu um video publicitário da campanha de Fernando Haddad, no qual o candidato petista denunciava, de maneira correta, o fato de Bolsonaro ser um ferrenho apoiador da ditadura e da tortura no pais. A denuncia publicitaria nada mais faz do que afirmar o obvio, as declarações de Bolsonaro a favor do coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra, de que a ditadura, que matou mais de 30 mil pessoas, matou pouco, de que tem que metralhar a petralhada, e, mais recentemente, disse que ira instituir uma perseguição contra toda a esquerda, são publicas e foram veiculadas por todos os meios de comunicação. Para o TSE, no entanto, denunciar as inúmeras barbaridades ditas contra o povo por Bolsonaro não e permitido. O argumento utilizado pelo juiz Luiz Felipe Salomão e de um absurdo tremendo. Para o juiz a propaganda petista não pode ser veiculada, pois” incute medo na população ao sugerir que se o candidato Jair Bolsonaro for eleito vai perseguir e torturar eventuais opositores

LAVA-JATO “SUICIDA” MAIS UM

políticos”. Ora, mais esse e exatamente o objetivo da denuncia, alertar o povo da ameaça ditatorial de um provável governo Bolsonaro. Ao impedir que o PT denuncie as afirmações do fascista Bolsonaro, o TSE demonstra que atua a favor do candidato golpista, atua de maneira ditatorial contra qualquer oposição que possa haver a candidatura da extrema-direita. Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal já esta controlado pelos militares, um apoiador de Bolsonaro e dos golpistas, Fernando Azevedo e Silva. Ao mesmo tempo, o mesmo TSE se cala em relação as inúmeras mentiras veiculadas por Bolsonaro e seus

apoiadores contra o candidato petista, utilizando imagens falsas e verdadeiras armações com o único objetivo de caluniar a candidatura petista. A postura do Supremo Tribunal Eleitoral abertamente pro-golpe, pro-Bolsonaro, demonstrar que as eleições estão totalmente sob controle da direita e são uma fraude completa. Para derrotar essa verdadeira ditadura, e preciso superar as ilusões nas instituições dominadas pelos golpistas. E necessário ampliar e fortalecer a organização dos comitês de luta contra o golpe e organizar uma gigantesca mobilização de luta contra o golpe, pela derrota de todos os golpistas.

PAU NO COCO

Investigado pela operação aparece morto em Curitiba

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este domingo (21), foi encontrado morto Cezar Silvestri, ligado à gestão de Beto Richa (PSDB). A suspeita é de suicídio, jogando-se do vigésimo segundo andar do prédio onde morava. Silvestri já foi deputado, chefe da Casa Civil e secretário de Desenvolvimento Urbano. Recentemente, presidiu agência reguladora de serviços de infraestrutura paranaense. Silvestri passou a ser investigado pela Lava-Jato este ano, na Operação Integração, que acusa o governo Richa de manter relações de favorecimento com empreiteiras de rodovias paranaenses. Comprovando-se a hipótese de suicídio, trata-se do segundo caso envolvendo investigados da Lava-Jato. O primeiro foi o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina. Acontece que a Lava-Jato já mostrou

que seus serviços não visam combater corrupção. Trata-se de uma operação deflagrada para abrir espaço ao capital internacional no país. Para isso, eles precisam desmontar as empresas nacionais e os grupos que as mantêm. Os verdadeiros corruptos não são punidos, tendo as penas reduzidas após acordos de delação premiada, no qual ajudam a forjar acusações contra os verdadeiros alvos. A Lava-Jato é um braço do capital norte-americano que opera no meio jurídico brasileiro, e precisa ser eliminada. Não podemos nos iludir por ela também perseguir políticos “de direita”. Seu modus operandi é enfraquecer a base produtiva nacional, ou seja, burguesia local e organizações operárias, para abrir espaço ao domínio dos monopólios estrangeiros.

FRASE INOLVIDÁVEL “Hoje em dia eu e o Sergio Moro não temos mais liberdade no Brasil. Nós não podemos ir a uma padaria comprar um pão, ir à praia com nossos filhos, perdemos completamente a liberdade” Bolsonaro, que estimula agressões em todo país


POLÍTICA| 7

CONFIRMADO

Militares admitem que tomaram posse do judiciário, Coronel ameaça caso PT ganhe as eleições U

m Coronel, “intervencionista”, da reserva do exército, Carlos Alves de Lima Filho, um verdadeiro dejeto humano, divulgou um vídeo no YouTube no qual ameaça todo o país de ditadura militar e de fechamento imediato das cortes superiores do TSE e do STF, caso os ministros e, mesmo, o judiciário em general, saiam da linha que os militares traçaram para eles, ou seja, caso o candidato fascista Jair Bolsonaro sofra qualquer sanção da justiça por conta de seus crimes ou ainda caso ele não ganhe a eleição. Além das ameaças e dos xingamentos também expõe parte dos planos dos Militares golpistas. Com uma linguagem extremamente chula e em tom ameaçador, o Coronel, um troglodita fascista, como o vídeo o demonstra, não obstante, expõem claramente o como e porquê os militares se apossaram do Judiciário.

O militar que afirma ter autorização do alto-comando para dar as declarações, revela que estivemos a um passo de um golpe militar, o que causou uma contenda no Alto-comando das Forças Armadas. Deu-se quando o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, seguindo a legislação vigente, autorizou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político do regime golpista, a dar entrevista. Pelo menos um dos Generais estaria prestes a tomar a dianteira, atravessar a praça dos três poderes dar um golpe militar. Para não adiantar o golpe e ao mesmo tempo conciliar com a ala que desejava a ditadura de imediato, propôs-se no Alto-Comando das Forças Armadas, dirigido pelo general Eduardo Villas Bôas, Comandante das Forças Armadas, indicar um General, Fernando Azevedo, para disciplinar; controlar todo o Judiciário ante a no-

va presidência, do Ministro Dias Toffoli, para que nada saia do controle. O Coronel, que mais parece uma besta fera, assim se manifesta sobre o caso: “Colocamos o general Fernando para orientar esse “advogadozinho de borra”, Toffoli, presidente do STF. A que ponto chegou o Brasil. Aquele moleque presidente do STF. Nosso presidente tem que fazer “xixi dentro do penico”. É evidente que as declarações do Coronel constituem um recado a toda a nação, uma nota não oficial das Forças Armadas para divulgar seu verdadeiro pensamento. As Forças Armadas já se apoderaram do controle das principais instituições e até mesmo do poderes da República, restando apenas a consolidação no poder executivo, que virá graças a eleição de Jair Bolsonaro ou pela tomada do poder por meio de um golpe militar na eventualidade de ele não ganhar, o que é muito improvável.

As revelações do bizarro Coronel devem servir para eliminar toda e qualquer ilusão que se tenha nas instituições do regime político, a eleição é ela mesma uma farsa total e completa, por retirarem o principal candidato do pleito, por fraudaram as urnas, por ser uma eleição em que a esquerda é impedida por todos os meios de ganhar. Acreditar nas instituições do regime político controladas pelos fascistas e militares é levar o povo para o matadouro. A ditadura é iminente e só pode ser derrotada pela mobilização revolucionária das massas. É necessário mobilizar o povo desde já, denunciando a fraude eleitoral, em defesa dos direitos democráticos, pela liberdade de Lula e todos os presos políticos, pela criação de comitês comitês luta contra o golpe e de autodefesa das organizações operárias e populares e da esquerda.

200 DIAS DA PRISÃO POLÍTICA DE LULA

Organizar comitês de luta contra o golpe e o fascismo N

o dia de hoje, 24 de outubro de 2018, completam-se infelizes 200 dias em que o principal líder popular do País foi trancafiado no prédio da Polícia Federal em Curitiba, pelo “juizeco”, agente da CIA, Mussolini de Maringá, Sérgio Moro. E a infelicidade desse dia, não se encontra apenas no fato de o ex-presidente ser um preso político – sem provas -, dentro de um golpe de estado que derrubou Dilma Rousseff (PT), também sem provas, mas, principalmente, por estar mais do que claro que a direita dentro do PT, abandonou Lula para concorrer nas eleições fraudadas. Dito isso, fica clara a necessidade de perder toda e qualquer ilusão nas instituições burguesas, golpistas, assassinas do povo, e convocar os trabalhadores para, como diz o famoso trecho da famosa música: “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”. É preciso organizar comitês de luta contra o golpe em todos os locais onde tenha alguém

que queira lutar por Lula, contra o golpe e contra o fascismo. É preciso criar o habito de reuniões semanais, como a burguesia faz para manter seus interesses de usurpação dos direitos dos trabalhadores dentro do próprio congresso. É preciso fazer atividades nas ruas, com o jornal dos comitês, “A luta contra o golpe”, explicando para o povo que vivemos em um golpe e que as eleições são

De segunda a sexta às 9h30

uma fraude, que está sendo controlada pelos militares golpistas, torturadores de outrora, que vão à público e ameaçam as instituições e o povo com um golpe militar. É preciso convocar todos para a 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, que vai acontecer na capital de São Paulo nos dias 8 e 9 de dezembro, para organizar essa grande mobilização nacional,

debatendo a necessidade de Comitês de Autodefesa da população contra os “bolsonaristas” covardes que matam mulheres esfaqueadas nas ruas para colocar os trabalhadores na defensiva. É preciso agir como classe trabalhadora, operária e camponesa, com um programa de lutas bem definido, para que a força das organizações – sindicais, a CUT, o PT, o MST, o PCO – e todos os movimentos sociais, possam derrotar juntos o golpe que está destruindo todas as conquistas históricas dos trabalhadores. Só a luta contra o golpe pode mudar o rumo da atual situação. É só derrotando os golpistas nas ruas, pelas forças das organizações dos trabalhadores, dos comitês de base, com uma greve geral da CUT, um Congresso do Povo, que esses capachos do imperialismo norte-americano irão recuar. Todos à 2ª Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe e o Fascismo nos dias 8 e 9 de dezembro! Liberdade para Lula preso político !


8 | MOVIMENTOS

AUTIDEFESA

Bolsonaro admite que vai aumentar repressão contra nordestinos, gays, negros e mulheres; criar comitês de autodefesa O golpista de extrema-direita Jair Messias Bolsonaro afirmou ontem (23), na TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí, que irá acabar com o “coitadismo” de nordestinos, gays, mulheres e negros. “Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”. O tal “coitadismo” afirmado pro Bolsonaro é a política que denúncia o tratamento marginalizado, preconceituoso e de exploração que sofrem a população negra, as mulheres, os nordestinos e os gays, na sociedade capitalista, fundamentada na exploração ferrenha de toda a população, especialmente depois do golpe de Estado.

Ou seja, para Bolsonaro, o negro, que é agredido e exterminado pelas forças de repressão, deve continuar sendo reprimido; a mulher, que sofre com jornada dupla e dura exploração econômica nos meios de trabalho, deve continuar na mesma condição; os nordestinos, que sofrem com o atraso econômica do desenvolvimento desigual e concentrado do capitalismo; e os gays que sofrem com as agressões da direita conservadora e reacionária, devem continuar apanhando e sendo marginalizados nas vielas das cidades. O movimento popular não pode permitir que a extrema-direita, representada por Bolsonaro e seus seguidores, levante a cabeça para colocar em prática o que Bolsonaro falou, “vamos acabar com isso”. É preciso en-

BOLSONARO INIMIGO DOS CORREIOS

frentar a extrema-direita de maneira contundente, porque ela só entende uma linguagem: a linguagem da força, do enfrentamento. A classe operária

e demais setores oprimidos da sociedade devem se organizar em comitês de autodefesa para combater a extrema-direita.

BANCÁRIOS

Mobilizar desde já para impedir Banqueiros sanguessugas do Bradesco não emitem a CAT a destruição da ECT (Comunicação de Acidente de N

a segunda-feira (22-10) o candidato golpista a presidência da República Jair Bolsonaro do PSL deu entrevista ao golpista canal de televisão da Bandeirantes, e reforçou seu lado entreguista e contra o patrimônio do povo brasileiro a ser categórico que irá vender os Correios, privatizando a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A ECT é uma empresa lucrativa. que somente nos últimos anos, nas mãos dos golpistas que assumiram o governo depois de Dilma Rousseff, começou a ter algum prejuízo, devido a mudanças conscientes do cálculo contábil da empresa, afim de justificar a sua entrega. Para se ter uma ideia do roubo que os golpistas pretendem fazer e Bolsonaro anuncia que irá, a ECT é a maior empresa de Correios da América Latina e a segunda maior empresa do Mundo. Possui mais de 100 mil funcionários diretos, sendo que a média salarial na empresa não ultrapassa R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Em uma época que as mercadorias estão sendo compradas em sua

maioria pela internet, o serviço dos Correios na área de entrega de encomendas vem crescendo absurdamente, a ponto de grandes empresas internacionais de entrega de encomenda, como a FEDEX, DHL vem fazendo pressão para que o governo brasileiro desmonte os correios, principalmente no setor das encomendas. Diante disso, a população não pode aceitar a venda desse patrimônio do povo brasileiro pelos golpistas, é necessário uma ampla mobilização dentro dos Correios que se estenda para toda população trabalhadora do Brasil. Veja abaixo o golpista avisando que irá promover o roubo dessa empresa, usando o falso argumento de que foi o PT que faliu Fundo de pensão dos trabalhadores dos Correios, quando seu assessor para assuntos econômicos, o liberal e privatista Paulo Guedes está sendo indiciado por envolvimento no rombo do Postalis, recebendo 44 milhões de reais, além de envolvimento no rombo dos demais fundos de previdência complementar no país, como a Funcep, dos funcionários da Caixa Econômica.

Trabalho) para os seus trabalhadores

O

golpe de Estado, que agora se transveste de eleições “democráticas”, tendo com um dos maiores financiadores os banqueiros nacionais e internacionais, elevou à décima potência a ditadura nos bancos. No banco Bradesco, após a demissão de cerca de 10 mil trabalhadores e o fechamento de dezenas de agências, aumentou consideravelmente a carga de trabalho para aqueles que permaneceram no banco. Hoje um bancário do Bradesco passou a executar o trabalho que era de responsabilidade de três ou mais trabalhadores. A sobrecarga de trabalho elevou os níveis de adoecimento na categoria; os banqueiros, verdadeiros canalhas que são, se negam a emitir a CAT para o trabalhador, mesmo sendo diagnosticado pelos peritos do próprio banco, que os impede o trabalhador de receber os seus benefícios junto ao INSS. Mais um caso aconteceu na agência do banco no Plano Piloto, em Brasília, quando um funcionário diagnosticado com Ler/Dort teve negado, pelo chefe-

te baba ovo do patrão, a Comunicação de Acidente de Trabalho (Cat). A política dos banqueiros carrascos tem levado muitos trabalhadores a continuarem trabalhando, mesmo adoecidos, com medo de serem demitidos, já que é uma prática do banco demitir logo após o retorno do funcionário da sua licença saúde. Os bancários do Bradesco e demais não devem aceitar a ofensiva dos banqueiros contra a categoria através das demissões e a perdas de direitos e conquistas dos trabalhadores que só vem se aprofundando no processo golpista em curso no País. É preciso organizar uma verdadeira mobilização de toda a categoria junto com todos os trabalhadores, colocando nas ruas uma intensa mobilização contra o golpe e todas a suas medidas. Neste exato momento organizam uma operação, armada pelos golpistas, realizando eleições fraudulentas, sem a participação do candidato preferido pela maioria do povo trabalhador e fazem das eleições uma fraude total.

Toda segunda-feira às 19h


MOVIMENTOS| 9

PM MATA HOMEM EM DISCUSSÃO, EM PE

Por que o trabalhador deve haver o direito de se armar? N

o último dia 21, um policial militar assassinou um homem de 47 anos e feriu outro na cidade de Recife, em Pernambuco. Segundo a própria Polícia Militar, o policial disparou os tiros por causa de um “desentendimento” com as vítimas. No dia depois do assassinato, o policial foi preso. No entanto, logo foi liberado e irá responder o processo em liberdade. O caso em Pernambuco mostra mais uma vez como funciona a Polícia Militar. Truculenta nas manifestações e autoritária nas abordagens, a PM é, acima de tudo, uma máquina de extermínio dos setores mais explorados da população. Toda a burocracia da PM é pensada para que seus agentes possam matar livremente. Os policiais são armados com o mais mortífero dos arsenais, agem sempre em bando e são assessorados por uma série de equipamentos adquiridos com o dinheiro do Estado: viaturas, rádios, câmeras etc. A população, por sua vez, não tem nada para se defender: são obrigadas a vi-

verem desarmadas, não estão organizadas para se prevenir das arbitrariedades da PM e são atacadas em seus momentos de maior vulnerabilidade. Outro grande aliado da Polícia Militar é o Judiciário. Após cometerem todos seus crimes bárbaros contra a população, raramente os policiais

são sequer julgados. Quando são, a Justiça faz de tudo para arrastar os processos durante anos, inocentar os inimigos da população ou, no melhor dos casos, abrandar suas penas. Em um Estado em que a burguesia não tem outro objetivo a não ser esfolar os trabalhadores, a Polícia Mili-

tar não tem a menor serventia para o movimento operário e para a esquerda em geral. É necessário lutar pela dissolução completa da PM e pelo armamento da população, de modo que os trabalhadores possam reagir às arbitrariedades que a burguesia lhes impõe.

RACISMO

Lei contra a injúria racial está sendo usada para reforçar o racismo U m caso de suposta injúria racial sofrida por um eleitor do racista Jair Bolsonaro em Sobral, no Ceará tem sido usado pela extrema-direita racista contra a esquerda e os negros. Em um tradicional bar da cidade, uma professora, Gilmara Craveiros, de 40 anos, na companhia de seu marido, conversavam em uma das mesas do estabelecimento, ao lago um grupo de pessoas também o fazia. Ao ouvir que pelo menos um deles era eleitor de Bolsonaro, um homem negro de 28 anos, Paulo Policarpo, Gilmara comentou, expressando a contradição evidente: “Preto, pobre e eleitor de Bolsonaro é o fim da picada”. O homem, que escutou o comentário, iniciou uma discussão, que foi gravada em parte. Uma viatura da polícia passava no momento, o homem parou a viatura. Os dois foram à delegacia e Gilmara foi autuada por injúria racial, pagou fiança e foi liberada. A professora pediu desculpas pelo comentário nas redes sociais. As leis repressivas, em especial as que punem a liberdade de expressão

das pessoas, mesmo quando erigidas supostamente em defesa dos oprimidos são subvertidas pelo estado burguês para punir ainda mais os oprimidos. No caso dos negros, dar ao Estado capitalista, por meio de instituições racistas como o Judiciário e a Polícia, que são os que oprimem e esmagam o povo negro no Brasil, o poder de decidir o que pode ser dito, é evidentemente autocensura. Em geral são pegos na lei aquelas pessoas que denunciam os traidores do povo negro. A burguês racista nunca é pega, o racista Jair Bolsonaro foi inocentado deste crime tendo dito algo efetivamente ofensivo. O caso da professora é significativo, chamar uma pessoa preta e pobre de preto e pobre pode ser ofensivo a depender do contexto, mas não pode ser maneira alguma crime. Além do mais uma posição verdadeiramente racista é apoiar Jair Bolsonaro, inimigo do povo negro. A professora que denunciou, de maneira ofensiva ou não, a posição verdadeiramente racista do negro que

apoia Bolsonaro, inimigo do povo negro, é autuada como “racista”, o negro que defende a escravização do povo negro proposta por Bolsonaro, não. Para o povo negro, oprimido pelo Estado nacional, a liberdade expres-

são deve ser total, o negro só poderá impor seus interesses pela sua organização, em defesa dos direitos democráticos e contra o Estado capitalista, exigindo tudo o que o debilite e rejeitando o que o fortalece.


10 | MOVIMENTOS

FORMAR COMITÊS DE AUTODEFESA

Mulheres são principal alvo das agressões da extrema-direita C

omo verdadeira característica da extrema-direita, o ataque aos setores minoritários e majoritariamente oprimidos, é seu alvo principal. No último período de acirramento do golpe de Estado com as eleições fraudulentas, a ascensão da extrema-direita é notável, já são incontáveis casos de ataques indiscriminados pelo País. Mas especificamente, grande parte dos ataques têm sido direcionados contra mulheres. Fica clara a demagogia da direita golpista com a luta das mulheres, que com seus setores mais obscurantistas executam os ataques mais cruéis contra as mesmas. Com os recentes casos de ataques por parte dos fascistas que se apoiam na candidatura de Jair Bolsonaro, os ataques contra mulheres é a prova material de que os fascistas não mais sentem qualquer receio de sair nas ruas para cometer agressões e promover brutais ataques contra elas.

Um dos casos, aconteceu no primeiro turno das eleições fraudulentas, uma servidora pública após a votação se dirigiu a um bar acompanhada de outro amigo e no decorrer da situação onde falava com o amigo sobre o candidato fantoche da extrema-direita, Bolsonaro, a mesma foi agredida por um grupo de três pessoas, cujo qual a agrediu brutalmente. A estratégia do grupo fascista foi o de colocar outra mulher para agredir a servidora e conter os demais no bar para não impedir a agressão. Os casos não cessam, na semana seguinte outra mulher é agredida ao ser confundida com travesti, além do agressor declarar que a mesma seria a escória da humanidade, ao se referir aos travestis. Esse é o perfil da extrema-direita, não existe diálogo, só existe força por parte dos fascistas. A resposta contra o fascismo deve ser

na mesma proporção, é na prática que se combate os fascistas, não há mais espaço para ilusões e soluções imateriais. É preciso formar comitês de luta que organizem a autodefesa, a luta das mulheres nesse momento é a luta

contra o golpe e o fascismo e o meio são os comitês mobilizados e atuando diretamente nas ruas, não deixando espaço para a extrema-direita avançar, a rua é do povo e não haverá espaço para aqueles que provem seu massacre.

SÓ PARA RICOS

Bolsonaro quer cobrar mensalidades em faculdades federais Toda sexta-feira às 16h

O

candidato do golpe, Jair Bolsonaro, anunciou nesta segunda-feira, por meio de sua equipe de governo, que pretende cobrar mensalidades nas universidades federais, durante o seu governo. A medida seria mais uma violação da Constituição de 1988, a qual prevê que no Brasil o ensino público deve ser gratuito. Como desculpa para cobrar mensalidade os aliados golpistas de Bolsonaro, como o economista neoliberal Paulo Guedes, afirmam que as universidades federais são compostas de alunos, provenientes de renda elevada. O que, de acordo com os dados, não se comprova, pois segundo um levantamento de 2014, quase 70% dos alunos que cursam ensino superior, nas universidades federais, são provenientes das classes D e E. O que ocorre na verdade faz vários anos é o inverso do que os golpistas querem fazer acreditar. Mesmo com a Constituição prevendo o acesso gratuito à universidade pública, ha uma enorme exclusão da juventude pobre do ensino superior público no pais. A começar, primeiramente pelo próprio

vestibular, o qual é um verdadeiro filtro social, excluindo aqueles estudante mais pobre do acesso à universidade. Aqueles jovens mais pobres que conseguem adentrar, muitos acabam desistindo de concluir o curso que escolheram devido ao corte que vem ocorrendo nas políticas de permanência estudantil, como bolsas de auxilio, auxilio moradia, bolsas de pesquisas, etc. O que o golpista Bolsonaro quer fazer é aprofundar ainda mais essa exclusão, impedindo, na prática, a juventude mais pobre de ter qualquer acesso ao ensino superior. A medida irá restringir a universidade aos filhos e filhas da burguesia, única classe beneficiada pelo golpe de Estado no país. Contra essa proposta e contra o fascista e golpista Jair Bolsonaro é necessário impulsionar a mobilização contra o golpe de Estado. Fortalecer e ampliar os comitês de luta e organizar uma gigantesca manifestação contra o golpe em defesa do ensino publico e gratuito, defender também o fim do vestibular e o livre ingresso na universidade publica.

Toda quinta-feira às 19h

Toda quinta-feira às 16h


INTERNACIONAL| 11

PRESOS POLÍTICOS BASCOS

40 anos depois o Franquismo ainda vigora na Espanha O

imperialismo espanhol revela mais uma vez as tradições franquistas mantidas pelo atual regime. O franquismo é como era denominado o regime Espanhol sob Francisco Franco, inspirado nos regimes de Hitler e Mussolini, e que era famoso pela dura e brutal repressão exercida contra as mais diversas etnias espanholas, como os Catalães, os Galegos, os Bascos e assim por diante. Por isso, o regime sofreu com uma série de lutas políticas destes setores contra o imperialismo. Na região dos Bascos por exemplo, formou-se um grupo Euskadi Ta Askatasuna (ETA, Pátria Basca e Liberdade, na tradução para o português), que foi um grupo armado que lutou incansavelmente pela derrubada do regime de Franco e a liberdade e soberania do povo basco. Parte dos países Bascos também se encontram no territória Francês. E,

no final do Século XX, quando o movimento operário internacional começou a naufragar, uma campanha de perseguição e prisão política destes grupos foi reforçada pelo imperialismo Europeu, prendendo centenas de lutadores bascos e de outras nacionalidades. Nesse sentido, recentemente, alguns presos políticos da ETA haviam recorrido ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para que a pena que foi cumprida no território francês, foi subtraída a pena que irão exercer na Espanha. Esta sentença está focada em três casos. Os de Santiago Arróspide Sarasola, Santi Potros; Alberto Plazaola Anduaga e Francisco Múgica Garmendia, Pakito. Entretanto, o fato dos juízes do tribunal Europeu terem se colocado a favor dos três presos da ETA abriu-se a porta para que o mesmo acontecesse com 69 dos quase 300

presos da ETA que ainda se encontram em território Espanhol. Revela-se, de qualquer forma, o absurdo da política supostamente “democrática” do imperialismo Espanhol. Estão fazendo com que pessoas condenadas, em um processo que já ini-

cialmente deve ser repudiado, cumpram mais penas do que deveriam, não deixando que os anos passados nos cárceres franceses afetam a pena que deverão exercer na Espanha. Essa é a “democracia” das viúvas de Franco.

24 DE OUTUBRO DE 1929

“Quinta-feira negra” marca o início da Grande Depressão econômica O

imperialismo espanhol revela mais uma vez as tradições franquistas mantidas pelo atual regime. O franquismo é como era denominado o regime Espanhol sob Francisco Franco, inspirado nos regimes de Hitler e Mussolini, e que era famoso pela dura e brutal repressão exercida contra as mais diversas etnias espanholas, como os Catalães, os Galegos, os Bascos e assim por diante. Por isso, o regime sofreu com uma série de lutas políticas destes setores contra o imperialismo. Na região dos

Bascos por exemplo, formou-se um grupo Euskadi Ta Askatasuna (ETA, Pátria Basca e Liberdade, na tradução para o português), que foi um grupo armado que lutou incansavelmente pela derrubada do regime de Franco e a liberdade e soberania do povo basco. Parte dos países Bascos também se encontram no territória Francês. E, no final do Século XX, quando o movimento operário internacional começou a naufragar, uma campanha de perseguição e prisão política destes

grupos foi reforçada pelo imperialismo Europeu, prendendo centenas de lutadores bascos e de outras nacionalidades. Nesse sentido, recentemente, alguns presos políticos da ETA haviam recorrido ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para que a pena que foi cumprida no território francês, foi subtraída a pena que irão exercer na Espanha. Esta sentença está focada em três casos. Os de Santiago Arróspide Sarasola, Santi Potros; Alberto Plazaola

Anduaga e Francisco Múgica Garmendia, Pakito. Entretanto, o fato dos juízes do tribunal Europeu terem se colocado a favor dos três presos da ETA abriu-se a porta para que o mesmo acontecesse com 69 dos quase 300 presos da ETA que ainda se encontram em território Espanhol. Revela-se, de qualquer forma, o absurdo da política supostamente “democrática” do imperialismo Espanhol. Estão fazendo com que pessoas condenadas, em um processo que já inicialmente deve ser repudiado, cumpram mais penas do que deveriam, não deixando que os anos passados nos cárceres franceses afetam a pena que deverão exercer na Espanha. Essa é a “democracia” das viúvas de Franco.


12 | ESPORTES E MORADIA E TERRA ESPORTES

Quase 70 torcidas organizadas contra Bolsonaro: é preciso formar comitês nos estádios O

avanço da extrema-direita em praticamente todos os quatro cantos do planeta é um fato indubitável e coloca em alerta não só a classe operária mundial como também o conjunto dos trabalhadores em todo o mundo, sob o perigo que se avizinha. Cresce em todos os continentes uma inequívoca tendência ao fascismo nos regimes políticos, particularmente no continente europeu, sob as bênçãos e os olhares complacentes das ditas “democracias civilizadas” do velho continente. No Brasil a extrema-direita ganhou força e vem se desenvolvendo de forma mais intensa e ousada a partir do golpe de estado de 2016, onde os golpistas e a direita investiram de forma ilegal e fraudulenta contra o governo eleito legitimamente pelo voto popular. As eleições de 2018 já são as mais fraudadas e manipuladas da história recente do país e buscam legitimar o golpe, conduzindo ao governo um elemento que aprofunde o ataque do grande capital imperialista contra os interesses nacionais. As eleições, organizadas e fraudadas pela direita e os golpistas, já se mostraram completamente incapazes para dar uma resposta de conjunto à crise do regime, que se inclina cada vez mais à direita e à extrema-direita. Nas ruas, os bandos fascistas já atuam abertamente, atacando, espancando e agredindo supostos opositores do candidato oficial da extrema-direita e do regime golpista, o fascista Jair Bolsonaro, do PSL. O futebol é a maior das paixões do povo brasileiro e também uma grande expressão da cultura nacional. Os estádios nacionais são palco de grandes concentrações populares e representam um momento onde as massas populares buscam o entretenimento e a diversão. No entanto, não é somente a diversão e o entretenimento que os trabalhadores buscam atualmente nos estádios. As

torcidas organizadas representam hoje muito mais do que a paixão por seu clube, mas são um espaço de resistência e luta contra as arbitrariedades e a perseguição do Estado, materializada na truculência e na violência da Polícia Militar. Nestas eleições mais de 50 Torcidas Organizadas de vários clubes em todo o país já se manifestaram contra o candidato da extrema-direta fascista, que vem anunciando a sua disposição de atacar os movimentos sociais, criminalizando a luta dos trabalhadores e as organizações de luta e resistência das massas populares. Em números precisos foram 69 torcidas e coletivos que se manifestaram contra o candidato fascista Jair Bolsonaro. Para ser consequente com esta disposição de luta contra a direita fascista e a perseguição policial dentro e fora dos estádios, a tarefa que se coloca para o momento é o da constituição de comitês de luta e resistência para enfrentar o avanço da direita. Os bandos fascistas somente poderão ser enfrentados e derrotados se houver a mais ampla unidade em torno a luta pela auto-defesa dos trabalhadores, das torcidas e do conjunto da população explorada, que vem sendo não só diretamente ameaçada como agredida e assassinada pelas turbas fascistas, como são as dezenas de casos já registrados de violência contra principalmente a população pobre e explorada das periferias e dos centros urbanos das cidades em quase todo o país. Os fascistas e seus bandos precisam ser enfrentados com os métodos de luta historicamente consagrados pelos trabalhadores, através da organização e do armamento da população. A incitação à violência por parte do candidato da extrema-direita e seus apoiadores está encorajando os bandos fascistas a praticarem abertamente a perseguição e os as-

Domingo às 20h sassinatos contra os negros, as mulheres os homossexuais e as populações pobres de uma forma geral. Os estádios podem e devem representar um importante espaço para fazer a luta e a resistência contra a extrema-direita. Mas para que isso de fato aconteça, as lideranças das torcidas devem organizar imediatamente os comitês de auto-defesa dos seus associados e integrantes. As torcidas devem exigir também a mais ampla liberdade de organização e manifestação em todos os estádios e praças esportivas do país

A ameaça é concreta e somente pode ser respondida e enfrentada através da criação e do fortalecimento dos organismos próprios de luta e resistência das massas populares, onde quer que elas estejam. Não há qualquer outro atalho nesta luta de vida ou morte contra a extrema-direita e seus representantes. Neste sentido, o PCO e os comitês de luta contra o golpe conclamam as torcidas organizadas a discutirem e organizarem um plano de lutas e a criação dos comitês de auto-defesa em todos os estados e em todas as torcidas e coletivos do país.

FUNAI

Golpistas usam Estado para exterminar índios N

este mês, um grupo de indígenas que se mantém de maneira isolada para não sofrer com os ataques dos latifundiários, protestou e tentou ocupar a sede da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) na cidade de Colniza, Estado do Mato Grosso. Os indígenas protestavam contra a violência e demora na proteção de suas terras indígenas, a Terra Indígena de Rio Pardo, onde vivem os indígenas da etnia Kawahiva. A ocupação da sede da Funai é uma maneira tradicional de protesto dos indígenas para pressionar o governo em tomar providências quanto a essas questões, forçar reuniões com autorida-

des e sempre é realizada de maneira pacífica e sem nenhum conflito. O resultado da ação foi de um indígena morto e outro ferido, pela entidade que deveria proteger os povos indígenas. A Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER) e pela União Nacional Camponesa (UNC), que colaboram com os indígenas na região, afirmam que os indígenas de diversas etnias estavam ”pintados e cantando, homens, mulheres e crianças de diversas etnias desceram até a Funai, onde foram recebidos com tiros vindo da parte dos funcionários”.

Esse fato revela que os golpistas vão utilizar até mesmo as entidades que prestam assistência aos indígenas, como a Funai, para atacar violentamente os povos indígenas. Essa ação faz parte e pode ser utilizada para que os golpistas realizem uma velha reivindicação dos latifundiários, a extinção do órgão. Os golpistas estão utilizando todas as instituições do Estado para reprimir duramente os movimentos sociais, e que se agravou no último período com a possibilidade de Bolsonaro chegar a presidência. Os indígenas devem se proteger desses ataques e do avanço da extrema-direita. Para isso, é preciso formar comitês de autodefesa para enfrentar os latifundiários e pistoleiros nas ruas.


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