Edição Dário Causa Operária nº5441

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QUINTA-FEIRA, 25 DE OUTUBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5441

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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SE BOLSONARO VENCER, SERÁ ILEGÍTIMO E TERÁ QUE SER CONTESTADO “Fora Bolsonaro”! Essa já é uma palavrade-ordem que reverbera onde é levantada. Tem duplo significado. Por um lado, expressa o profundo repúdio que a esmagadora maioria da população tem contra o candidato da extremadireita. Por outro, já é a sinalização de que uma eventual vitória de Bolsonaro não será aceita assim tão facilmente. Além da repulsa que causa com seu discurso fascista, sua candidatura é vista por amplas parcelas da população como a candidatura dos golpistas, como de fato é, a continuação do golpe.

Causa Operária Ediçao 1027

Fora Bolsonaro: Mobilizar para a segunda A arapuca das eleições Conferência Nacional contra o golpe Análise: Ibope mostra que fraude é grande e direita não é maioria

Página 3

Fernando Morais e Mino Carta em visita a Lula No fundo, é preciso um enfrentamento mais direto” Página 5

Quem colocou Bolsonaro na frente foi a fraude, não o apoio popular

A esquerda não está mais nas ruas. O vício eleitoral levou à passividade o movimento popular organizado, devido à política eleitoreira da maior parte da esquerda, que acredita que as eleições fraudadas até a medula pela direita poderão levar à presidência o candidato do PT.


2 |EDITORIAL EDITORIAL

Fora Bolsonaro: Mobilizar para a segunda Conferência Nacional contra o golpe A

esquerda não está mais nas ruas. O vício eleitoral levou à passividade o movimento popular organizado, devido à política eleitoreira da maior parte da esquerda, que acredita que as eleições fraudadas até a medula pela direita poderão levar à presidência o candidato do PT. Diante do delírio eleitoral, a extrema-direita, que havia voltado ao armário graças à mobilização dos trabalhadores no primeiro semestre do ano contra a prisão de Lula, colocou as mangas de fora e está, diariamen-

te, atacando todo e qualquer sujeito que possa ser considerado de esquerda e também cidadãos dos setores mais marginalizados. O que vai fazer a extrema-direita abaixar a cabeça e deixar de se sentir a vontade para agredir a população não é o voto ou o diálogo. É a ampla mobilização das massas, que também é capaz de enfrentar o novo período de aprofundamento do golpe com mais pesados ataques aos trabalhadores, no provável governo de Bolsonaro.

Mas, para isso, para organizar e planejar corretamente os próximos passos da luta, é preciso que as forças populares tracem um plano de ação em uma grande discussão, aberta e democrática. Essa é a proposta do Partido da Causa Operária (PCO) e dos Comitês de Luta Contra o Golpe. A realização da 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe servirá para unir os movimentos populares, da cidade e do campo, de trabalhadores, sem terra, juventude,

mulheres, negros, etc. Tudo com a perspectiva de união combativa, coerente e concreta, nas ruas, nas fábricas, nas universidades e nos bairros, para organizar o movimento de massas para enfrentar de maneira contundente a extrema-direita e Bolsonaro. Estão todos convocadas para a Conferência, que ocorrerá nos dias 8 e 9 de dezembro na cidade de São Paulo. Fora Bolsonaro e todos os golpistas, liberdade para Lula e todos os presos políticos!

SANTA ILUSÃO

PT vai a OEA, que apoia Bolsonaro, para denunciar Bolsonaro A

o longo dessa semana, parlamentares e dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) vêm se reunindo com membros da Comissão de Observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), como seu subchefe, Inacio Alvarez, e sua presidente, a ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla. Não deixa de ser surpreendente a ilusão que o maior partido de esquerda da América Latina deposita nas instituições a serviço do imperialismo norte-americano. Criada em 1948 como um “braço da Organização das Nações Unidas (ONU)”, a OEA sempre serviu como órgão auxiliar da política colonialista dos Estados Unidos no continente americano. Trata-se aqui de garantir desde o pós-guerra a prevalência da Doutrina Monroe, da “América para os [norte] americanos”. A OEA foi um dos palcos de manobras de diplomadas como Lincoln Gordon – embaixador dos Estados Unidos no Brasil, responsável pela articulação do golpe de 1964 – de modo a legitimar “democraticamente” os sucessivos regimes militares que se instauravam no con-

tinente sob o chicote do imperialismo. A Organização apoiou o golpe de Estado na Guatemala em 1954 e expulsou Cuba de suas fileiras em 1962. Seu secretário-geral, Luis Almagro, chegou a colocar em questão a lisura do processo de impeachment que deporia Dilma Rousseff em 2016 – e talvez nesse posicionamento resida a insistência do PT em recorrer à OEA hoje. No panorama geral, porém a Organização tem se alinhado ao bloco imperialista. O próprio Almagro liderou uma campanha sistemática da OEA contra o regime de esquerda de Nicolás Maduro na Venezuela, deslegitimando seu processo eleitoral e somando-se à campanha internacional de boicote e isolamento do país – na contramão de diversos outros observadores e grupos internacionais. Como diz o adágio popular, “o pior cego é aquele que não quer ver”. Parece ser o caso tanto dos representantes da OEA quanto dos dirigentes e parlamentares do PT. O principal líder popular brasileiro e o candidato inconteste à Presidência, Luís Inácio Lula da Silva, foi preso,

isolado numa masmorra em Curitiba, e impedido de concorrer nas eleições. Os comitês eleitorais de esquerda foram invadidos pela polícia em todo o país, tendo material de campanha apreendidos. Militares estão instalados no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal – completamente acuado pelas Forças Armadas. Diversos representantes da extrema direita – Janaína Paschoal, Major Olímpio, Romeu Zema, Wilton Witzel etc. – saltaram milagrosamente de posições secundárias para a liderança no primeiro turno da votação. Acumulam-se casos de agressão de militantes fascistas a ativistas de esquerda. Os indícios de fraude são gritantes, mas a missão da OEA esteve presente no Brasil no segundo turno apenas para reafirmar o discurso golpista de que “as instituições estão funcionando normalmente”. No segundo turno, nada parece indicar que “baterão fora do tambor”. Estão cegos. Já as lideranças do PT e da esquerda em geral insistiram e insistem em submeter a mobilização popular ao processo eleitoral conduzido pelos

golpistas, transformando-a numa bovina campanha de opinião, incapaz de mudar a relação de forças reais em jogo. Insistem em recorrer em processos judiciais contra Bolsonaro – hoje o candidato preferencial do golpe –, insistem em fazer discursos vazios em shows musicais, insistem em transformar a luta de classes em uma mera campanha publicitária, insistem em manter-se indefesos diante da agressão fascista – clamando por mais amor. Essas lideranças também estão cegas. Encaminham-se às urnas no próximo domingo como quem se dirige a um precipício, à espera de que o apoio do próprio imperialismo golpista salve a população do país em nome da “democracia”. Os direitos democráticos não são e nunca foram favores concedidos pela burguesia à classe trabalhadora: sempre foram conquistados à custa de muita luta. É aos trabalhadores que as direções de esquerda devem voltar-se para derrotar o golpe, e não a prepostos do imperialismo.


NACIONAL| 3 COLUNA

A arapuca das eleições Por João SIlva

O

s golpistas estão avançando no golpe de Estado no Brasil e as eleições fazem parte deste golpe. Após a derrubada da ex-presidente Dilma Rousseff, sem provas, e a prisão, também sem provas, do ex-presidente Lula. Os golpistas entraram na eleições deste ano para aprofundar a política golpista. As eleições, muito diferente do que pensa a esquerda pequeno burguesa, faz parte de mais uma etapa do golpe. Ela está sendo utilizada pelos golpistas para legitimar toda a política imperialista que ainda está por vir. Primeiro os golpistas querem dar uma aparência popular para o seu candidato eleito. Geraldo Alckmin era a opção preferencial dos golpistas, mas como a candidatura do tucano não deslanchou Bolsonaro, a contra gosto da cúpula golpista, se tornou o candidato oficial do golpe. Por outro lado a política de Fernando Haddad do PT para as eleições, fazendo e propondo alianças com golpistas e rifando a pouca política de enfrentamento com o golpe

do programa do PT desorganizou extremamente a luta contra o golpe. Até o momento o golpe saiu vitorioso nesta etapa. O que está por vir ainda é incerto. Pode ser deste uma ditadura militar declarada como um regime civil encoberto por uma repressão institucional por meio dos militares que já controlam grande parte do governo. Algo semelhante ao que aconteceu na ditadura uruguaia. A questão chave e determinante é como a classe operária vai reagir a este novo governo golpista. A mobilização popular e operária é decisiva para impedir o avanço do golpe e impedir que o País seja dominado pelo imperialismo. As eleições são uma arapuca para esquerda acreditar que quem for eleito tem o direito “legítimo” de continuar com a política imperialista no Brasil. É necessário intensificar a mobilização nas ruas, contra o golpe, contra os golpistas. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Abaixo a Fraude Eleitoral! Liberdade para Lula!

De segunda a sexta às 9h30

OPINIÃO

Análise: Ibope mostra que fraude é grande e direita não é maioria

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A

pesar de todo apoio das instituições burguesas e da sua imprensa à candidatura do fascista Jair Bolsonaro, os números dos institutos de pesquisas mostram que o candidato não possui apoio popular e que sua popularidade é uma grande farsa criada pelo regime golpista. O candidato que representa os interesses dos imperialistas no Brasil, que tem em seu programa de governo um verdadeiro plano de ataque à classe trabalhadora e às riquezas do país, expõe a cada nova pesquisa o imenso esforço que a imprensa golpista está fazendo para dar a ele uma maquiagem de liderança popular. Os números manipulados das últimas pesquisas apontam uma “pequena” queda nas intenções de votos em Bolsonaro. Essa pequena queda pode ser interpretada como uma grande rejeição a essa candidatura. A explicação para essa afirmação é que se trata de uma candidatura que possui o apoio da burguesia

e da grande imprensa, e se apesar disso está em queda é porque as coisas para a burguesia estão piores do que se supõe. Apesar de não podermos confiar integralmente nos números das pesquisas compradas pela burguesia, eles demonstram que Bolsonaro possui mais força entre os mais ricos, atingindo 71% das intenções de votos entre aqueles que possuem maior faixa de renda e sendo derrotado por mais de 18% de diferença entre os que ganham menos de um salário mínimo. A fraude eleitoral não conseguirá ocultar o grande movimento de resistência das massas contra as políticas neoliberais da direita e levará o sistema político a mais profunda crise da história. Nesse sentido precisamos nos organizar em comitês de luta contra o golpe nos sindicatos e organizações populares e no PCO para derrotarmos todo o sistema golpista e nos protegermos dos ataques da burguesia que tenta nos empurrar para o abismo.

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4| POLÍTICA

FORA BOLSONARO

Se Bolsonaro vencer, será ilegítimo e terá que ser contestado F

ora Bolsonaro”! Essa já é uma palavra-de-ordem que reverbera onde é levantada. Tem duplo significado. Por um lado, expressa o profundo repúdio que a esmagadora maioria da população tem contra o candidato da extrema-direita. Por outro, já é a sinalização de que uma eventual vitória de Bolsonaro não será aceita assim tão facilmente. Além da repulsa que causa com seu discurso fascista, sua candidatura é vista por amplas parcelas da população como a candidatura dos golpistas, como de fato é, a continuação do golpe. O certo é que será inevitável o acirramento da luta de classes no país na próximo período. Um dos motivos pelos quais Bolsonaro se tornou, de maneira improvisada, o candidato do golpe é a sua relação com grupos fascistas, que estão por aí a cometerem barbaridades covardes, inclusive assassinatos, contra pessoas indefesas, mulheres negros, homossexuais. Não que a direita e os golpistas sejam contrários a esse tipo de política. Essa escória humana foi forjada justamente pelos “bons moços” da burguesia golpista e colocados em primeiro

plano na campanha do impeachment e na perseguiça a Lula e o PT pela Rede Globo e todos os meios de comunicação, que buscavam criar um arremedo de apoio popular para justificar a calhordice do processo fraudulento, que deu pretexto ao golpe de Estado. Na impossibilidade de contar com seus Alckmins, Ciros e Aécios da vida, os autênticos testa-de-ferros do golpe se curvaram à realidade e abraçaram a candiatura de Bolsonaro. Não foi tarefa fácil. Depois de todo tipo de golpe em cima de golpe para garantir a condenação, a prisão e a cassação de Lula das eleições, os golpistas trabalharam com a perspectiva de transformar Bolsonaro em um “espantalho” para que seu candidato, Geraldo Alckmin, fosse para o segundo turno contra o “espantalho” ou, na pior das hipóteses, tivesse como adversário o candidato indicado por Lula. Mal sucedidos no seu intento, tiveram que se contentar com Bolsonaro. Não é à toa que as Forças Armadas, uma espécie de interventor extra-oficial no país, ao mesmo tempo que é avalista de um possível governo Bolsonaro, tem como plano B, como dei-

xou claro o General Mourão, vice na chapa, não descartar a possibilidade de um “auto-golpe” militar. O impasse não será resolvido pelas eleições. A tendência é o aumento da polarização política entre esquerda e direita. Uma questão crucial do posto de vista dos trabalhadores será a reação da esquerda e das direções do movimento operário e popular a uma possível vitória dos “donos do golpe”. A eleição é uma fraude. Não tem Lula e teve uma série de mecanismos

para fazer a direita ganhar. Um possível governo Bolsonaro já nasce impopular e faltalmente entrará em choque com as massas trabalhadoras. Caso eleito, Bolsonaro também é ilegítimo porque, sua vitória será resultado da fraude. É necessário estimular a mobilização contra o governo da direita em torno de eixos que de fato potencializem a luta contra o golpe, tais como a denúncia das eleições fraudadas e a luta pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos.

BANCADA MILITAR

Aproximação sucesiva? A mando do Exército, PGR investiga coronel que ameaçou Judiciário A

s eleições de 2018 reafirmaram que os militares ganharam mais poder no legislativo, com a eleição de vários candidatos ligados as Forças Armadas, a bancada militar na Câmara de Deputados aumentou em mais de 100% a sua antiga composição. No Judiciário, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli mantém-se no cargo vigiado pelo general Fernando Azevedo, o segundo na ordem hierárquica das Forças Armadas, sendo de fato quem comanda a suprema corte.

Para quem ainda tinha dúvidas, o ministro chefe do gabinete de Segurança Institucional, General Sérgio Etchegoyen apareceu ao lado da ministra presidenta do TSE Rosa Weber, em uma coletiva de imprensa, com uma plaquinha indicando ser representante da Presidência da República, um ato falho, que mostra quem de fato manda no Poder Executivo. As “aproximações sucessivas”, explicadas como sendo o avanço dos militares nos Poderes de Estado, pelo general Hamilton Morão em uma loja maçônica enquanto se discutia a ne-

Acompanhe a programação COTV no site: causaoperariatv.com.br no youtube: causaoperariatv

cessidade de um golpe militar contra Temer, já é uma realidade. Agora já estamos na fase de transformar esse Poder conquistado em uma ditadura militar completa. O episódio do coronel do Exército, que se identifica pelo nome de Carlos de Alves, ameaçando a ministra presidenta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e todos os seus membros, caso interfiram nas eleições fraudadas que levaram o capitão fascista Jair Bolsonaro e seu vice o General Hamilton Mourão ao controle do Poder Executivo, exemplifica essa fase do golpe,

que ganha características de ditadura militar. Diante da total afronta de um coronel do Exército aos integrantes das “altas Cortes” do país, o Exército simplesmente se faz de desentendido e pede para a PGR (Promotoria Geral da República) investigar. Na verdade, tudo indica que esse coronel fez ameaças ao TSE sob a cobertura do Exército, até porque o general Villas-Bôas é quem inaugurou esse expediente, as ameaças do uso da força, caso os tribunais no país tomassem decisões contrários aos interesses dos golpistas.


ATIVIDADES| 5

PARTICIPE DESSA LUTA

“Fora Bolsonaro”: militantes do PCO realizam panfletagem na estação Saúde do metrô O

s militantes do Partido da Causa Operária (PCO), realizaram nesta quarta-feira (24) uma panfletagem na capital de São Paulo, em frente ao metrô na estação Saúde, entregando milhares de exemplares do jornal-cartaz dos comitês nacionais de luta contra o golpe, “A luta contra o golpe”. O jornal traz as palavras de ordem “Fora bolsonaro” e “Liberdade para Lula” na parte frontal e matérias sobre a situação política no verso e você pode encontrar mais informações no site dos comitês. É preciso criar e mobilizar milhares comitês contra o golpe pelo país, organizando a autodefesa dos trabalhadores, fazendo atividades de panfletagem para alertar a população do avanço e ameaça dos militares sobre um golpe militar. Para isso, os comitês irão organizar nos dias 8 e 9 de dezembro, na capital de São Paulo, a 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, para debater os rumos da luta e retirar um programa que coloque os anseios da classe trabalhadora na prática.

GROSSO MODO POR MUNA

SEXTA NA CAUSA OPERÁRIA TV

Participe da 43ª Universidade de Férias do PCO, de 12 a 27 de janeiro de 2019 Procure o PCO pelos contatos a seguir e se inscreva já: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (Oi)


6 |POLÍTICA

FRAUDE

11 motivos que mostram que essa eleição é uma fraude total A

desconfiança do povo sobre as eleições tem base no real, na experiência. E não é um problema brasileiro apenas, a democracia como ideia não é boa para o capitalismo em decadência, o imperialismo dos tempos modernos, por isso ela é controlada, tutelada, pela burguesia, seja por meio da legislação, do judiciário, da imprensa, por meio da polícia, que adquire uma função política muito clara, inclusive nos momentos de eleição. Não podia ser diferente com essas eleições no Brasil, aliás muito menos agora, em que vivemos num Estado de Exceção mal disfarçado, resultado do golpe de 2016. Na ânsia por querer vencer o golpe, grande parte da esquerda entrou de cabeça nas eleições, com uma fé sem sentido na sua lisura e na sua capacidade de derrotar o golpe ou de deter a direita. Não precisamos entrar no mérito dos erros de tal avaliação, coisa que já foi feita de forma incansável pelo Partido da Causa Operária, vamos apenas listar 11 dos motivos pelos quais podemos afirmar categoricamente que essa eleição é uma fraude total: 1 – Lula não é candidato Essa é a maior prova da fraude, da qual participaram instituições do Estado, a imprensa golpista, a Polícia Federal, o Ministério Público, o Poder Judiciário. Executaram a maior perseguição de que temos notícia no país a um líder político com a maior base social talvez no mundo. Desde forjar provas, testemunhas, inventar crimes com a ajuda do Departamento de Estado Americano (leia-se FBI e CIA), toneladas de matérias em jornais, revistas e televisão massacrando o ex-presidente, julgamentos acelerados em todas as instancias, prisão arbitrária mudando jurisprudência, cassação de direitos fundamentais, proibição de falar, de ser visto, de votar. O campeão de intenções de votos foi preso e depois jogado em um calabouço ao tempo em que o TSE produziu uma das peças mais absurdas daquele tribunal eleitoral, rasgaram um acordo internacional, jogaram no lixo toda a jurisprudência vigente, queimaram a Constituição Federal para negar a Lula o direito de ser candidato. Tudo em tempo, repita-se recorde. 2 – Existe fraude na urna eletrônica A despeito de as pesquisas também carecerem de confiança, o absurdo aumento de votos em candidatos com baixa intenção de votos indica que houve algum tipo de interferência no processo. Não é nova a denúncia sobre a possibilidade de se fraudar as urnas, a despeito da defesa que muitos fazem sobre sua ‘segurança’. Mas toda obra humana é falível, está sujeita a erros e a manipulação, não pode ser diferente com as urnas, principalmente nos

do camisetas, botons, adesivos, cores de roupa e, sob ordens dos Tribunais Regionais Eleitorais, violentamente coíbem campanha da esquerda, apreendendo material, invadindo diretórios de partido, sedes de campanha, campus universitários e, mais recentemente, sindicatos. Grande parte dessas ações é feita sem base legal, mas em tempos de Exceção essa é a regra. 7 -Bolsonaro está sendo acusado de fazer Caixa 2 gigantesco enquanto o resto dos partidos não pegam 1 centavo com medo do TSE cassar maiores colégios eleitorais, em que, além do mais, o Judiciário costuma estar alinhado a grupos políticos determinados. O Judiciário, o Ministério Público e a Polícia. O que ocorreu em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro é o resultado acabado de tal fraude. 3 – A redução do tempo de campanha e de televisão Foi pensada para beneficiar os maiores partidos e os que se alinhassem a eles. A famigerada Reforma Política que volta à pauta a cada ano ímpar, que precedem as eleições, jamais avançou no sentido de democratizar mais os processos, de dar mais poder ao eleitor, mas sempre e apenas para manter o sistema capaz de ser administrado pelas elites, pelos donos do capital, pelos donos do país. O fato de a pressão, bancada por parte da imprensa, para pôr fim ao financiamento privado de campanha apenas acobertou mudanças que passaram ao largo da discussão pública, visando garantir que, na prática, nada mudasse e que os pequenos partidos fossem penalizados, com risco de extinção inclusive. Numa democracia representativa, mesmo que apenas idealizada, o que é mais importante é a participação dos cidadãos, que eles tenham a oportunidade de discutir e conhecer aqueles que se apresentam como candidatos a serem seus representantes e aos cargos no Executivo. Quanto mais tempo para que se informem e para que as diferenças entre os candidatos sejam reveladas, diferenças ideológicas e programáticas, é fundamental para formar opiniões mais conscientes, para que se revele para o eleitor quem é quem e a quem representam. A Justiça Eleitoral, uma excrescência que existe apenas no Brasil, junto com o Congresso Nacional, vem transformando as eleições e as campanhas eleitorais em um ato burocrático, cheio de proibições e um momento de vigilância e perseguição a adversários políticos. O controle sobre a campanha fica entre o TSE e a Rede Globo. 4 – Não se pode criticar o candidato do Tribunal eleitoral

Sim! Em vários momentos ficou claro que o Tribunal Superior Eleitoral tem um candidato, que é protegido até o limite do possível. Enquanto se proibiu candidatos de todos os cargos e sequer citar o Nome de Lula, propaganda mostrando que Bolsonaro fazendo apologia à tortura e idolatrando torturador foi censurada. A censura foi feita pelo mesmo ministro, Luis Felipe Salomão, que permitiu que seguisse circulando peça que acusa Fernando Haddad de pedofilia e a campanha de Bolsonaro que inventou uma classificação de ‘pior prefeito do Brasil’ para o candidato do PT. 5 – Voto de cabresto: empresários fazem bullying e chantageiam funcionários. Embora tenha chocado a muitos o vídeo em que o dono das lojas Havan aparece fazendo explicita campanha, falsamente maquiado de nacionalismo, para Bolsonaro, o fato é que somente se tomou alguma providência legal praticamente às vésperas do primeiro turno, sem garantia de que a chantagem e a ameaça contra funcionários tenha sido amplamente disseminada, de forma combinada entre empresários que apoiam o candidato fascista. No começo de outubro, o Ministério Público do Trabalho já contabilizava mais de 120 empresas acusadas da prática ilegal de coação de funcionários para votar em candidatos indicados pelos patrões. Sabemos que as investigações são lentas e que, ainda que existam, elas não garantem proteção aos funcionários, não impedem a continuação da pressão. É o velho voto de cabresto, atualizado para o momento. 6 – Polícia Política: prende, apreende, favorece ou persegue cabos eleitorais e candidatos, etc. São muitas as notícias de abuso da atuação da polícia durante a campanha eleitoral e no dia da votação do primeiro turno. Sem exceção, todas as denuncias apontam para o favorecimento de candidatos de direita, em particular para o candidato fascista à Presidência da Republica. Atuam por conta própria censuran-

Desde o Mensalão, que levou para a prisão, em um processo fraudulento, candidatos de diversos partidos, mas visando a importantes personalidades do Partido dos Trabalhadores, que a famosa Caixa 2 ganhou os holofotes e se tornou, hipocritamente, o mal do século e da política, a Lava Jato se tornou popular por supostamente mostrar o vinculo entre as campanhas eleitorais e a corrupção. Personalidades do mundo político como Jair Bolsonaro cresceram acusando outros de serem corruptos e de usarem Caixa 2 nas campanhas, agora que ele foi desmascarado num gigantesco financiamento por meio de empresas, o que é proibido, sem contabilização, para gerar e disseminar notícias falsas contra os adversários, fica claro como as eleições são estruturadas para favorecer um candidato em detrimento de outros. Mesmo dentro do partido do ex-capitão do Exército, o PSL, outros candidatos sofreram para fazer suas campanhas, sem dinheiro de empresas, com medo de serem cassados. Assim, parece que agiram a maioria dos partidos, mas o TSE parece incapaz de processar o candidato que faz apologia à ditadura, mesmo com todos os indícios de Caixa 2. Incapaz ou impossibilitado, pois os militares já tomaram conta das eleições e não permitiriam nenhum avanço em investigações contra seu candidato. 8 – Eleição acontece sob ameaça dos militares A ameaça é explicita, mais de uma vez afirmam categoricamente que Haddad não pode ganhar as eleições. Se é verdade que os militares continuaram a se mobilizar e atuar nas sombras, apoiando candidatos e pressionando governos, desta vez está claro que cansaram dos clubes e do pijama, da caserna e dos espaços nos governos, que julgam limitados e até humilhantes, para voltar ao comando do país diretamente. Provavelmente, o ex-capitão fascista não fosse exatamente o que desejavam como candidato, mas serve para o momento, muito embora já estejam no comando do país e já tutelem o Judiciário diretamente. O que


POLÍTICA| 7 importa, porém, é que não se pode falar de eleições livres, democráticas, quando as Forças Armadas vêm a público ameaçar a Suprema Corte, gritar que só aceitam o resultado que favoreça seu candidato, afirmando que estão prontos para um golpe. 9 – As campanhas estão totalmente tuteladas ou previamente criminalizadas O Tribunal Superior Eleitoral tem produzido grande parte das normas para tutelar as eleições, o que tem sido também acatado pelo Legislativo, de forma que a maior parte das formas de campanha eleitoral estão atualmente proibidas ou são altamente reguladas. Tudo está sob controle da justiça eleitoral, desde a colocação de banners, uso de cavaletes, a forma de se fazer pesquisa eleitoral, tamanho de adesivos, botons, vestimenta, campanha de rua, uso de santinhos, formato do material de campanha, o que pode ser feito e quando nas campanhas de rua. Tudo isso totalmente vigiado e com ação imediata da polícia para cercear os partidos e invisibilizar candidatos.

Tudo feito para favorecer grandes partidos e candidatos com maior poder aquisitivo. Favorece-se as grandes emissoras de televisão com seus debates sob medida para derrubar candidatos adversários. 10 – Rede Record: imprensa decide que candidatos vão apoiar e manipulam os noticiários e propagandas a favor do candidato deles. A despeito da novidade das redes sociais nos últimos anos e da força que elas mostram efetivamente ter, não são páreo para os conglomerados que incluem monopólio da opinião publicada, com jornais impressos, revistas, jornais eletrônicos, e televisão. Há um monopólio da informação no país. Com as regras que visam tutelar e, na prática, impedir as campanhas diretas com a população, as grandes redes de televisão praticamente determinam, principalmente com os debates entre candidatos, quem deve ser mostrado ao eleitor e, ao mesmo tempo, quem eles vão apoiar (diretamente ou por meio de campanha negativa contra os adversários).

A Rede Record, do Bispo Edir Macedo, o fundador e dono da Igreja Universal do Reino de Deus (que também é dono da R7, agencia de notícias na internet) assumiu a campanha do Bolsonaro e isso se estende, por suposto, aos templos da IURD. Da mesma forma, a Rede Bandeirantes, cujo dono é um desafeto abertamente declarado de Fernando Haddad, deu ordens a seus funcionários para atuarem em favor de Bolsonaro e contra o candidato do PT. 11 – Essa é a eleição com maior número de arbitrariedades na história do país Abaixo, alguns exemplos: O Sistema de Justiça contra Lula: • Prisão de Lula, proibição de ser candidato, de fazer campanha, de votar Censura • Um exemplo de censura • Outro exemplo de censura • Mais um exemplo de censura Cassação de eleitores: • TSE exclui quase 6 milhões de eleitores

• STF proíbe 34 milhões de votarem no Nordeste Violência: • Imprensa diz que repudia, desde que não seja contra o PT • Bolsonaro e a direita partem pra cima do povo pobre • Extrema-direita ataca galpão cultural no interior de SP • Professora negra da UFBA ameaçada por bolsonarista • Mulheres são o principal alvo das agressões TSE age em favor do candidato fascista: • TSE mostrou sua cara • TSE nega pedido de Haddad contra Bolsonaro • TSE permite propaganda enganosa de Bolsonaro Militares em ação: • TSE permite que militares intervenham em 238 municípios • PMs fazem campanha aberta por Bolsonaro • Generais tiraram Lula das eleições e agora culpam o STF • Coronel ameaça caso PT ganhe as eleições

DÓLARES, MARQUETEIROS E MUITO MAIS

IMPRENSA GOLPISTA

O que os EUA teriam dado para Bolsonaro fazer campanha no Brasil?

Fraude Eleitoral: Globo cancela debate para que Haddad não consiga falar com os eleitores

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m golpe bem dado conta com o apoio e iniciativa, sempre, dos Estados Unidos da América, governo especialista em golpes de estado em todo o mundo e não poderia deixar de ser diferente no caso brasileiro. Jair Bolsonaro já esteve nos EUA algumas vezes, tendo se reunido com direitistas norte-americanos. Inclusive, seu filho, Eduardo Bolsonaro, se reuniu em viagem recente com Steve Bannon, o homem por trás da campanha eleitoral de 2016 vencida por de Donald Trump. Eduardo Bolsonaro, esteve, desta vez, com o senador Marco Rubio, que possui as mesmas posições políticas de bolsonaro e família, além de possuir um cunhado ligado ao tráfico de drogas. De acordo com o jornal Los Angeles Press, Rubio “financia e apoia as aspirações do político carioca”, e Waldir

Ferraz, um homem de confiança de Jair Bolsonaro, viaja com frequência para Miami, a capital da Florida, para “receber dinheiro e instruções de Rubio”. São várias as indicações de que os EUA estão interferindo nas eleições brasileiras em favor de Bolsonaro. Isso porque o programa defendido pelo candidato da extrema direita é um programa entreguista, de venda de todo o patrimônio brasileiro. Os EUA pretendem intensificar a exploração do país, com ajuda dos golpistas e da direita, que é composta de capachos do imperialismo, como é o caso de Bolsonaro. Para impedir a venda do Brasil é preciso mobilizar os trabalhadores contra a direita para derrotar o golpe de Estado, através da criação e ampliação dos comitês de luta contra o golpe de Estado.

a última segunda-feira (22), a golpista TV Globo confirmou que não irá abrir espaço ao candidato petista Fernando Haddad falar com o eleitorado na próxima sexta-feira (26), já que o outro candidato, Jair Bolsonaro, não irá comparecer. E tem que ficar claro: isto é fraude eleitoral, é golpe, é censura! Apesar de todas as famosas desculpas, fica evidente o boicote da imprensa golpista ao candidato petista, que, afinal de contas, não tem nada a ver com a recusa do fascista Bolsonaro. É óbvio que a TV golpista não quer dar visibilidade para Haddad na véspera da eleição, porque sabe bem o peso que uma entrevista dele pode ter. Como se sabe, muita gente deixa para escolher seu candidato na última hora, ainda mais quem ainda dá atenção para a imprensa golpista. A TV Globo tem plena consciência da capacidade de manobrar a audiência que tem a emissora, que desfruta dos privilégios de possuir um verdadeiro monopólio da comunicação televisiva. Não haveria, por exemplo, nenhum impedimento de ordem legal. Ao contrário, a lei eleitoral garante a participação do candidato petista, ainda que seja através de uma entrevista, uma vez que a oportunidade foi aberta aos dois candidatos. O que não poderia ter ocorrido foi justamente o contrário, a entrevista exclusiva que a Record permitiu ao candidato da extrema-direita justamente no mesmo momento em que ocorria o debate entre os candidatos

à presidência, horas antes do primeiro turno. No caso do Bolsonaro, nem precisou de qualquer desculpa. O próprio Ministério Público Eleitoral limpou a barra da Record: “O MP afirma que a possibilidade do tratamento diferenciado para candidatos que se encontram em situações distintas está prevista na própria lei eleitoral”. Ou seja, dois pesos, duas medidas. Para o golpismo tudo, para eleições limpas, nada. Para colocar o fascimo na TV, adaptam todas as situações, mudam combinados e passam por cima de qualquer mínima regra de igualdade. Mas quando o favorecido seria o candidato que a burguesia quer esconder, aí qualquer mínimo obstáculo é desculpa para a mais descarada censura. A cada dia fica mais evidente que estas eleições representam o pleito eleitoral mais fraudado da história brasileira, deixando para trás até mesmo os da época da ditadura. Não vai ter nenhuma “vontade popular” representada na urna eletrônica. Pelo contrário, é evidente que outra ditadura está sendo preparada rapidamente e que as eleições são apenas uma das etapas deste golpe. Somente a mobilização popular independente, através dos comitês de luta contra o golpe, que se reunirão novamente nos dias 08 e 09 de dezembro próximo, será capaz de dar um fim para todas essas pilantragens políticas que querem destruir a verdadeira esquerda nacional e abrir caminho para um flagelo completo do povo brasileiro.


8 | MOVIMENTOS

BANCÁRIOS

Agência do Banco do Brasil, em Brasília, a seis meses com banheiros interditados A

agência do Banco do Brasil da 516 sul, localizada no Plano Piloto em Brasília, está a seis meses com os banheiros interditados. Os funcionários estão sendo obrigados a utilizar os banheiros de outros estabelecimentos comerciais, próximos da agência para ter atendida a higiene pessoal. É um jogo de empurra empurra entre a gerência da agência e a dependência responsável pela a manutenção dos prédios do banco. Enquanto isso,

tanto funcionários quanto os clientes ficam jogados às moscas esperando a decisão dos sábios sabichões. O caso da 516 sul é mais um caso dentre dezena de milhares de casos que ocorrem todos os dias nas dependências do banco. O sucateamento da empresa, como parte da política da direita golpista de privatização, vem se aprofundado a cada dia. Fechamento de centenas de agências e a demissão de milhares de trabalhadores, degradação do ambiente de trabalho tem sido a norma de gestão dos direitistas para entregar de mão beijada o banco público do país, patrimônio do povo brasileiro.

REFORMA GOLPISTA

Golpistas já liquidaram com o ensino médio A

“reforma do ensino médio” que entrará em vigor no ano que vem, 2019, foi logo apresentada pelo então ministro golpista Fernando de Moraes, aprovada pelos deputados e senadores golpistas e sancionada pelo governo ilegítimo de Temer. A “reforma”, sinaliza que somente as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática serão obrigatórias, as demais serão distribuídas por áreas, o ensino técnico terá ênfase e o ensino à distância. As áreas serão cinco: linguagens e suas tecnologias;matemática e suas tecnologias;ciências da natureza e suas tecnologias;ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional. Com a “reforma” as escolas não terão a obrigatoriedade de oferecer as cinco áreas, somente uma será obrigatória. Isso representará uma evasão em massa e um desemprego em massa. Porque os cargos e as disciplinas específicas ministradas pelos professores,

serão assimilados pelas áreas,mas nas escolas médias e pequenas terão apenas uma e no máximo duas áreas de estudo. O ensino á distância também promoverá um desemprego em massa e haverá o cerceamento do alunos da convivência escolar, onde eles aprendem os papéis sociais e a integração com a comunidade. Um retrocesso gigantesco que estava sendo gestado desde o golpe de 2016, jogaram para 2019, contando com a fraude eleitoral. Os golpistas arquitetaram tudo, tiraram Lula das eleições, para colocar um candidato do golpe, que poderia ter sido do PSDB, mas foi o Jair Bolsonaro do PSL. Somente a mobilização popular vai barrar todas as leis e retrocessos que foram e estão sendo impostos pelos golpistas, querem tirar tudo do trabalhador, escola, saúde,décimo terceiro, férias, descanso remunerado, vale transporte, entre outros

FRASE DO DIA

Toda segunda-feira às 19h

“Para o Brasil declarar guerra e mandar jovens brasileiros morrer na fronteira com a Venezuela ou pede ajuda para um império internacional, provavelmente os americanos, para quem ele [Bolsonaro] bate continência, ou nós vamos mandar jovens brasileiros pobres provavelmente para morrer em um conflito que não é o nosso” Fernando Haddad


CIDADES E ESPORTES| 9

HERANÇA DE EDUARDO CAMPOS

BRT não funcionam E

m 2014, o então presidente do PSB, Eduardo Campos, decidiu se lançar candidato a presidente da República. Tido até o ano anterior como um aliado do PT, Eduardo Campos se aproximou de figuras como Aécio Neves, Beto Richa e Geraldo Alckmin e foi um dos porta-vozes da campanha contra Dilma Rousseff. Sua candidatura, no entanto, não durou muito tempo. No início da campanha eleitoral de 2014, Eduardo Campos faleceu em um acidente de avião. Pouco depois, foi anunciada, em seu lugar, Marina Silva, que havia sido recentemente abrigada no PSB por não ter conseguido registrar o partido que fundou. Embora Eduardo Campos tenha falecido, sua imagem permaneceu sendo fortemente explorada pelos marqueteiros do PSB. Foi graças à imagem de Eduardo Campos e uma suposta “comoção” regional que Paulo Câmara foi eleito governador em Pernambuco nas eleições de 2014. Ex-secretário de Campos, Paulo Câmara foi a aposta do PSB para seguir com o legado do partido no Governo de Pernambuco. Não foi só Paulo Câmara quem se beneficiou da imagem de Eduardo Campos: naquele ano, Fernando Bezerra Coelho, também do PSB, foi eleito senador.

Mas por que Eduardo Campos teria sido tão influente nos resultados eleitorais em Pernambuco? O que, além de ter sido presidente nacional do PSB e ter morrido em um acidente aéreo, constava em seu currículo para que fosse um fator decisivo nas eleições de 2016? Eduardo Campos foi também governador de Pernambuco durante dois mandatos, tendo sido eleito em 2006 e 2010. Neto de uma figura histórica PSB, Campos sempre tebe muito apoio dos setores mais poderosos de seu partido. Graças a uma aliança com o PT – que Eduardo Campos quebrou quando lhe foi conveniente, isto é, em 2012 e em 2014 -, o PSB pôde governar Pernambuco sem qualquer oposição real. O desenvolvimento do Estado, impulsionado sobretudo política dos Governos Lula e Dilma Rousseff, era apresentado como um grande trunfo de Eduardo Campos. Tanto é que, entre 2012 e 2014, a imprensa burguesa costumava difundir uma espécie de mito, segundo o qual Eduardo Campos estaria transformando Pernambuco em um Estado super moderno, que logo se tornaria uma grande potência nacional. Passados alguns anos, vê-se a completa farsa. O desemprego em Pernambuco

CENSURA DE DIREITA NA UFRGS Tarso Genro e Boulos são impedidos de participar de evento na universidade

E

stava previsto para acontecer hoje, dia 25, uma aula pública na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para que temas como o avanço do fascismo no país pudessem ser discutidos amplamente. O evento, promovido pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), contaria com a presença de seu ex-candidato a presidência, Guilherme Boulos, além da deputada da chapa eleita, Fernanda Melchionna e o ex-governador do Estado, Tarso Genro, do Partido dos Trabalhadores. A discussão que seria promovida no âmbito universitário, com participação de estudantes de diferentes cursos e até mesmo Universidades sulistas, foi, porém, vetado. Os representantes da bancada direitista, como Gerônimo Goergem (PP) e o professor do curso de direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Marcel Van Hattem (Novo), lançaram uma ação ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para que o evento não fosse realizado nas dependências do campus, que é público. O entendimento do TRE, marcado pelo golpismo, foi em consonância aos direitistas. Assim o evento foi vetado, pelo juiz auxiliar Rômulo Pizzolatti, de ser realizado nas dependências da Universidade. Como argumento, utilizou o Inciso I do art. 73, da Lei das Eleições, que proíbe o uso de bens, mó-

veis ou imóveis, públicos, por candidatos, partidos políticos ou coligações. O mesmo entendeu que o uso do espaço por integrantes da esquerda seria uma forma de fazer campanha ao presidenciável Fernando Haddad, atacando, assim, o fascista Jair Bolsonaro. Cada vez se torna mais evidente o regime militar a qual o Brasil se encontra. A censura está cada vez mais evidente, sendo agora proibido a discussão sobre fascismo no ambiente acadêmico, o que denota a importância de ações práticas para derrotar o golpe nas ruas. Compor os comitês de luta contra o golpe e de autodefesa são a única forma de derrotar o fascismo e garantir os direitos dos estudantes e da classe trabalhadora.

vem crescendo, assim como em todo o Brasil. Os males trazidos pelo golpe assombram Pernambuco da mesma forma que os demais Estados. O programa “Pacto pela Vida”, que era o carro-chefe do PSB, se mostrou uma completa farsa, visto que o número de homicídios era adulterado e que a criminalidade não vem sendo reduzida. Talvez uma das maiores evidências do charlatanismo de Eduardo Campos e do PSB sejam os BRTs, que são ônibus conhecidos como “metrô sob rodas”, uma vez que andam em faixa exclusiva e só param em estações específicas. Já fazem 4 anos que os BRTs foram inaugurados, mas, até hoje, apenas metade das obras foram concluídas. Embora o sistema de BRT possa ser útil nas cidades, é evidente que o objetivo da implementação desses ônibus na Região Metropolitana do Recife não tinham como objetivo principal facilitar a vida da população, mas sim enriquecer as empreiteiras e os tubarões do transporte. Foram gastos milhões e milhões para a implementação dos BRTs, sendo grande parte em aspectos duvidosos. Um dos maiores gastos da implementação dos BRTs foi a construção de um viaduto ue é paralelo a uma avenida. Ou seja, o não foi feito para dvitar um cruzamento, mas sim para “acompanhar” uma avenida, o que não faz o menor sentido. Mais bizarro

ainda foi o orçamento prever a construção de uma estação de BRT nesse viaduto, o que implicaria na construção de um elevador e várias outros gastos absurdos. Além de ter sido construído um viaduto de uso no mínimo estranho, no local onde deveria, de fato, ter sido construído um viaduto, foi construído um túnel. Obviamente, devido às condições da cidade, o túnel já alagou diversas vezes, obrigando o Estado a empreender ainda mais gastos. O mais grotesco de tudo foi o fato de que colocaram um semáforo em cima do túnel, sendo que o túnel havia sido criado justamente para evitar um cruzamento e facilitar o fluxo da avenida. Outro escândalo envolvido na implementação de BRTs é o fato de que, embora esae sistema só funcione com terminais integrados a ele, a construção dos terminais foi a última das prioridades. Apenas em 2018 que foram concluídas as obras em dois terminais importantes. O sistema de BRTs em Pernambuco é uma prova viva de porque o PSB tem tanto interesse em administrar o Estado de Pernambuco. E isso não tem nada a ver com a defesa dos interesses da população… Afinal, o sistema inteiro deveria ter sido implementado com o gasto de R$ 60 milhões, mas, mesmo sem estar concluído, já varreu R$ 350 milhões dos cofres públicos.

Libertadores da América – Sai da frente que o melhor futebol do mundo quer passar – River Plate 0 X 1 Grêmio

É

difícil entender porque muitos ainda questionam a superioridade incontestável do futebol brasileiro frente às demais outras “escolas”. principalmente a européia. Eles (os europeus) inventaram e nós aperfeiçoamos. Somos o único país pentacampeão do mundo e poderíamos estar muito próximos dos dez títulos, não fosse a extraordinária máquina de guerra mundial atuando contra o futebol brasileiro, conduzida pelos capitalistas que exploram, sob o ponto de vista dos seus interesses, o mais popular e prestigiado esporte do mundo. Mais uma prova da nossa inquestionável superioridade foi dada na noite de terça-feira, em partida válida pelas semifinais de uma das competições mais difíceis do mundo, a Taça Libertadores, que reúne os clubes campeões e melhores colocados dos campeonatos dos países do continente. Quatro equipes disputam as partidas semifinais da competição. Dois times brasileiros e dois argentinos. O primeiro de um total de quatro confrontos aconteceu no duelo entre um dos mais tradicionais clubes da Argentina, o River Plate e o brasileiro Grêmio, que é o atual campeão da competição. As duas equipes estão empatadas em número de títulos conquistados, num total de 3 cada uma. O Grêmio luta para conquistar o bicampeonato consecutivo. Nesta primeira partida, realizada na casa dos argentinos, com o Monumental de Nuñez completamente lotado, River Plate e Grêmio fizeram um jogo estudado, de muita estratégia, força e marcação. O Grê-

mio entrou em campo com dois importantes desfalques, Everton e Luan. O técnico Renato Gaúcho teve que fazer improvisações e mexidas no esquema tático tradicional para adaptar-se às circunstâncias impostas pelas ausências dos dois titulares, que também são os destaques do time na temporada. Mas isso parece não ter sido problema para o tricolor gaúcho, que não se intimidou com a grande barulheira vinda das arquibancadas e soube se impor em campo diante de um adversário que dificilmente é batido em seus domínios. O gol que deu a vitória para o time brasileiro e a importante vantagem para a partida de volta foi marcado por Michel, aos 22 minutos da etapa complementar, numa bonita cabeçada, depois de um escanteio vindo do lado esquerdo do ataque gremista. Michelo se livrou da marcação e subiu com estilo para marcar, abrindo o placar e colocando a equipe gaúcha a frente do marcador. O River Plate valorizou muito a vitória gremista, pois foi para cima, mas encontrou na sólida defesa do time brasileiro uma barreira que impediu o empate. A partida de volta está marcada para o próximo dia 30, em Porto Alegre, onde o empate já garante o Grêmio em mais uma final da competição do continente. Se perder pelo mesmo placar que derrotou o adversário (1 x 0), a partida será decidida nos pênaltis. Para conseguir a vaga, a tarefa dos argentinos é um pouco mais complicada, pois terá que vencer por uma diferença de dois gols. Convenhamos, missão quase impossível para os vizinhos platenses. Prá cima deles, Brasil.


10 | MOVIMENTOS

NEGROS

Para Bolsonaro, denunciar que antepassados foram escravizados é “coitadismo” P

ara o candidato fascista Jair Bolsonaro o problema do negro, e de outros setores oprimidos no país, não passa de “coitadismo”. Em entrevista à TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí, Bolsonaro defendeu que não deve haver nenhuma política destinada a minimizar e menos ainda suprimir situação social de inferioridade imposta ao povo negro, que é uma população oprimida pelo Estado nacional, e que racismo se combate com silêncio. Segundo o candidato fascista, políticas destinadas a, mesmo que, minimizar a opressão do negro na sociedade brasileira são na verdade formas de promover uma divisão social. “Beneficiar” o negro, enseja o racismo, isso sim dividiria a sociedade em raças.

Citando o pai-João Morgan Freeman, ator norte-americano, que teria afirmado que se combate o racismo apenas não falando dele, terminou com a tradicional demagogia da direita de que somos todos iguais e as diferenças sociais se fundamentam no mérito de cada um, quem se empenhou “logicamente vai ter uma vida mais tranquila do que quem não se dedicou”. A concepção de Bolsonaro é profundamente racista e não seria exagero classificá-la como de tipo nazista, classificar a luta do povo negro pelos seus direitos democráticos contra a opressão que sofre, que é clara e evidente na sociedade, de“coitadismo” denota que para Bolsonaro o negro ocupa hoje o lugar que lhe é devido

e não lhe é permitido subverter a ordem, que para ele é natural. Na ideologia racista de Bolsonaro, que é um elemento fundamental para a dominação de um povo, o negro deve aceitar passivamente o tratamento, político, social etc., que lhe é imposto, pois este corresponde a sua “natureza”, negá-la é agir como um “coitado”, exigindo benefícios e privilégios diante de sua coitadisse. Outro aspecto que expõem essa concepção nazista; racista é a ideia da meritocracia em abstrato, enquanto o branco, do ponto de vista racial, é livre para desenvolver-se e ascender socialmente, o povo negro é perseguido pelo Estado nacional, que cassa seus direitos democráticos, o impede de de-

senvolver-se, de ascender socialmente etc., simplesmente por ser negro. Defender a meritocracia nessa condições é simplesmente justificar e defender a opressão do povo negro com argumento distorcido e de tipo racista. O negro ao não se submeter a opressão, ao lutar por seus direitos, pela igualdade substantiva e ao denunciar a opressão racial no país contra si desde os tempos da colonização, quando se estabelece a escravidão do negro, representa para burguesia golpista; a classe dominante, um grande terror, pois a luta do negro, maioria do povo brasileiro, é imediatamente contra ela. Por isso, dentre outro motivos, a burguesia golpista não se furtou em apoiar um candidato abertamente racista, apoiado pela Ku Klux Klan. É necessário organizar o povo negro para a batalha que vem contra seus inimigos mortais, o golpe e o fascismo.

ATAQUE

Delegado que disse que suástica era “símobolo budista” quer prender mulher que foi atacada por nazistas

Toda sexta-feira às 16h

N

o dia 08/10/2018, uma jovem de 19 anos, se dirige a uma delegacia e acusa 3 fascistas, eleitores de Bolsonaro, de a segurarem e marcarem uma suástica nazista em sua barriga utilizando um canivete. A motivação para o crime era que ela estava utilizando um adesivo #elenão, como forma de repúdio à candidatura fascista de Jair Bolsonaro. Por ocasião do registro de ocorrência o delegado Paulo Jardim, da primeira delegacia de Porto Alegre, ironizou o ataque e debochou da vítima e de toda a sociedade dizendo que se tratava de um símbolo budista. Essa postura fascista, de cunho misógino é o reflexo das políticas utilizadas pelas instituições brasileiras, que são nitidamente utilizados pela burguesia como ferramenta e arma de ataque as classes mais baixas e a classe trabalhadora. Após essas afirmações, feitas pelo delegado, não seria necessário um laudo da perícia para apontar, segundo a instituição, uma farsa por parte da vítima.

A intenção de desqualificar as informações prestadas pela vítima ficou patente por parte do delegado. Agora, passados vários dias do ocorrido, como já era de se esperar, o laudo da perícia da polícia fascista indica que houve fraude por parte da vítima que teria se auto mutilado. Obviamente a polícia não fornecerá laudos forjados, como esse, para os casos das trans Juyianna Barbosa espancada na Baixada, na cidade de Nova Iguaçu e Jéssica de Oliveira agredida a pauladas em lanchonete no Distrito Federal. Também não será possível fornecer um laudo forjado para justificar a morte do Mestre Moa do Catende, atacado a facadas por manifestar a sua opinião política. Somente formando comitês de auto-defesa e de luta contra o golpe poderemos nos defender dos ataques fascistas de cunho racista, misógino, homofóbico e xenófobo por parte dessa direita entreguista, que tem interesse em destruir todas as garantias sociais dos trabalhadores brasileiros.

Toda quinta-feira às 19h

Toda quinta-feira às 16h


INTERNACIONAL| 11

IMPRENSA IMPERIALISTA

Na China, Lava Jato anti-imperialista é chamada de perseguição política pelos EUA A

imprensa imperialista tem feito campanha que beira o cinismo puro contra o governo chinês. A notícia é de que as “autoridades que combatem a corrupção” na China tiveram uma semana conturbada. O diretor da Interpol, polícia dos tubarões capitalistas internacionais, foi preso em sua chegada a Pequim. Além disso, o diretor de um banco estatal que foi pego com toneladas de dinheiro em seu porão também foi preso. Como se sabe, geralmente nos países não imperialistas, os funcionários importantes dos Bancos são capachos do imperialismo. Um General foi expurgado do Partido Comunista e se suicidou. O Jornal Folha de São Paulo apareceu com a seguinte frase: “Detenções, desaparecimentos, investigações, humilhações póstumas: o fluxo de manchetes cho-

cantes que saiu de Pequim em outubro mostra que a campanha de combate à corrupção muito alardeada pelo líder chinês, Xi Jinping, está dando poucos sinais de estar arrefecendo, mesmo agora, em seu sexto ano”, que revela uma campanha contra a política “contra a corrupção” do governo chinês. E, “As cifras são espantosas. Desde que Xi lançou a campanha anticorrupção, em 2012, as autoridades já investigaram mais de 2,7 milhões de funcionários e puniram mais de 1,5 milhão de pessoas. Esses números incluem sete líderes de nível nacional e duas dúzias de generais de alta patente. Cerca de 58 mil funcionários do Estado já foram levados a julgamento, e dois foram sentenciados à morte. Entre os funcionários mais recentes a ser processado está Lai

MURO DE SEUL

DIA DE HOJE NA HISTÓRIA

Coreia do Sul pode prender coreanos que fumarem maconha no Canadá, onde o consumo é legalizado

A

imprensa imperialista internacional apresenta suas matérias e notícias separando claramente os países que são os seus principais aliados e os que são os seus principais inimigos. Um do seus maiores desafetos é o governo da Coreia do Norte, governado por Kim Jong-un, país onde a burguesia foi expropriada em uma revolução popular no final da segunda guerra mundial, caindo sob o domínio da União Soviética. A campanha imperialista contra a Coreia do Norte passa por apresentar a sua contraparte capitalista, a Coreia do Sul, como um paraíso da democracia e um dos ícones do aparente sucesso da política neoliberal. No entanto, a ‘democrática’ Coreia do Sul tem apresentado uma série de problemas de grande envergadura. Uma das suas principais empresas de tecnologia, a Samsung, foi absorvida pelo ‘mercado internacional’. A primeira presidenta eleita da história da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi derrubada por um processo de impeachment definitivamente em 10 de março de 2017 (data correspondente ao calendário local). Park foi acusada por corrupção envolvendo a Samsung e foi condenada à prisão perpétua! Essa história soa familiar, caro leitor? Pois bem, o bastião da democracia, o governo da Coreia do Sul, inovou mais uma vez em termos de repressão. De acordo com matéria publicada na Folha de S. Paulo, a embaixada da Coreia do Sul no Canadá, país que legalizou o consumo recreativo de maconha, teria feito um duro anunciado nas redes sociais.

Xiaomin, ex-diretor do banco estatal Huarong Asset Management e ex-diretor do banco central. Lai foi expulso do partido na semana passada depois de ser julgado como tendo cometido violações graves das leis e regras do partido”. E depois inicia uma campanha cada vez mais ferrenha contra as práticas adotadas pela campanha contra corrupção do governo chinês. O que vale dizer entretanto, é que todos os jornais golpistas defendem a operação Lava-jato brasileira, que se utiliza das mesmas práticas anti-democráticas criticadas pela Folha de São Paulo, por exemplo. Fica então claro que toda essa campanha “democrática” contra o governo chinês não passa de uma campanha contra o governo chinês, que tem uma política que se opõe à dominação

do imperialismo, com quem estão entrando em um conflito cada vez maior à medida em que a crise internacional vai se arrastando. A “democracia” defendida pelo imperialismo é uma política que favorece os interesses dele. Por exemplo, a Lava-jato brasileira, que foi criada pelo governo norte-americano para favorecer os interesses das empresas monopolistas, é democrática; já a “Lava-Jato” chinesa não, pelo simples fato que estão utilizando o aparato estatal para perseguir setores mais alinhados com o imperialismo. De qualquer forma, fica clara a crise existente em todo terreno internacional. A situação entre os Estados-Unidos e a China está se agravando. As sanções econômicas entre essas duas potências revelam um conflito grande entre Xi Jinping e Donald Trump. A China está alinhada também com um bloco da burguesia que faz oposição à política dos norte-americanos, como é o caso de Vladimir Putin, o presidente Russo.

Disseram: “Mesmo que os sul-coreanos estejam em uma região onde a maconha é legal, é ilegal para eles consumirem. Por favor, tomem cuidado para não cometerem nenhuma ação ilegal e serem punidos”. A matéria diz ainda que é comum que sul-coreanos sejam presos ao retornar ao país por ter consumido drogas ou se envolvido com apostas estando em território estrangeiro, e que uma das principais ferramentas para a coleta de provas contra os sul-coreanos seriam postagens nas redes sociais. Esse sistema de perseguição política deve ser observado com muita atenção pela esquerda brasileira, como pequeno aperitivo do menu que os golpistas planejam para o povo brasileiro. Já na Coreia do Norte, por outro lado, aparentemente o consumo e a produção caseira de maconha é legalizada, embora seja muito difícil afirmar claramente dadas as condições diplomáticas de isolamento em que o país se encontra. Afinal de contas, qual das Coreias é a democrática?

25 de Outubro de 1983: Os Estados Unidos invadem Granada

O

pequeno país Caribenho que conta com uma ilha de mesmo nome e pela metade sul das ilhas granadinas. Em 25 de outubro de 1983, foi alvo da Operação Fúria Urgente, quando as forças armadas norte-americanas conjuntamente com exércitos de países caribenhos dominados pelo imperialismo como Barbados, Jamaica e membros da Organização de Estados do Caribe Oriental. Em 1973, formou-se o movimento chamado de New Jewel – acrônimo em inglês que significa Nova Força Conjunta para o Bem Estar, Educação e Liberdade — um agrupamento revolucionário que contou com o apoio de Cuba e da URSS, e liderado por Maurice Bishop. O New Jewel lançou um manifesto (leia aqui) antes da concessão da independência a Granada, em 1974. Em 1979, Maurice Bishop e o New Jewel lideraram uma revolução bem-sucedida, que governou até a Operação Fúria Urgente, quando Bishop foi assassinado por traidores dentro do seu próprio partido e a invasão norte-americana tomou lugar. Bishop iniciou um programa nacionalista de investimento em moradias, saneamento básico e saúde pública. Os Estados Unidos não poderiam deixar um governo nacionalista brotar, já que Cuba colocava um perigo para o império norte-americano. O Governo do destruidor neoliberal, Ronald Reagan, não podia permitir a expansão e a autodeterminação de Granada: o país deveria ser o “quintal” dos neoliberais norte-americanos. Os argumentos para invadir

um país que tenta tomar o rumo de sua nação nas próprias mãos são sempre semelhantes: defesa contra a ameaça comunista, contra a assessoria militar dos “comunistas” – nesse caso de cubanos e soviéticos — e proteção da democracia (nem que isso signifique a matança do povo, o que sempre acontece). O governo de Bishop começou a construção de um aeroporto. O financiamento veio de Cuba, mas a infraestrutura foi desenhada por Europeus. Quando um golpe já estava encaminhado por parte dos Estados Unidos, os próprios norte-americanos patrocinaram o término do aeroporto, para, em 25 de outubro de 1983, atacar a ilha principal do país. A invasão começou na madrugada do dia 25 de outubro e foi a primeira grande operação das forças armadas norte-americanas, desde a guerra do Vietnã. Sete mil combatentes norte-americanos com mais 300 caribenhos, contra 1,500 soldados granadinos e 600 cubanos da construção civil. No dia 26 de outubro, após brava resistência dos granadinos, os norte-americanos trouxeram reforços navais e aéreos, contando com helicópteros e artilharia naval. Dezenove norte-americanos mortos e pelo menos 69 granadinos, sendo 24 civis. Após a invasão, ficou comprovado que apenas trabalhadores civis cubanos estavam trabalhando em Granada: nenhum assessor militar cubano ou soviético. Como por toda a América Central e do Sul, os países saíram dos domínios franceses, ingleses, espanhóis e portugueses para caírem sob a égide do imperialismo norte-americano. Granada foi colônia francesa e depois colônia espanhola. O New Jewel colocou por quatro anos, um país


12 | COTV E RÁDIO CAUSA OPERÁRIA

ANÁLISE

Rui Costa Pimenta: “o roteiro batido da esquerda pequeno-burguesa”

R

ui Costa Pimenta mostra qual será o plano da esquerda pequeno burguesa para as próximas etapas e porque ele falhará. “Nós temos um filme que vai se desenvolver, da parte da esquerda pequeno burguesa, assim: Primeiro nós temos que Lutar contra o fascismo na eleição. Depois, temos que lutar contra o fascismo fazendo discurso no congresso nacional. Depois, nós temos que lutar contra o fascismo nos unificando com a a direita em mobilizações inócuas, que é o que a esquerda pequeno burguesa mais quer. E entrando com processos judiciais contra o fascismo. Todo esse plano, que é um plano evidente, não é um plano de luta contra o fascismo. Ninguém em sã consciência pode acreditar que se vai derrotar o fascismo dessa maneira. Aí vão falar o seguinte: nós vamos reverter o avanço do fascismo nas eleições de 2020 e 2022. Essa proposta inclusive é feita de uma maneira irres-

ponsável. Porque a esquerda acredita que vai progredir sub o regime político, mas ninguém garante isso. O que nós temos visto um crescimento da agressividade da direita, que não é novidade, está aí desde impeachment. O que está sendo vendido aí é uma grande ilusão: primeiro vão apostar na eleição com Haddad, se perder o PT vai dizer que a eleição foi legítima. Vai fazer oposição pro processo judicial e discurso no congresso. Os fascistas vão tomando conta das ruas, passam a atacar sindicatos, repressão brutal contra greves e nós vamos para a ditadura. Por isso não se deve levar a sério essa luta contra o fascismo que é só estratégia eleitoral. É preciso organizar uma luta contra o golpe, contra a direita e contra a extrema direita. Tem que ser um movimento que venha de baixo. O circo e a farofada pequeno burguesa levará o país para o desastre.” Assista na Causa Operária TV https://youtu.be/2bk18dytyBg?t=73

ELEIÇÕES

Rui Costa Pimenta: “a frente ampla pela democracia falhou” R

ui Costa Pimenta explica que o PT não conseguiu formar uma ampla frente eleitoral mesmo tendo feito uma campanha bem direitista. A burguesia se recusa a apoiar qualquer candidatura do PT. “Nós estamos passando por uma situação aonde a desorientação política se aprofunda. Nós vimos essa semana que o conjunto da esquerda, tanto a golpista quando a a anti golpista, se juntou detrás da candidatura do Haddad,formou-se uma frente de tipo eleitoral, sem maior compromisso. Porque o que essa esquerda não vai contribuir com nada eleitoralmente. Por outro lado nós vimos também a tentativa do PT de formar uma frente ampla pela democracia naufragou. Nós já haviamos dita bem antes da eleição que burguesia não iria apoiar a candidatura do PT em nenhuma

hipótese. O PT procurou fazer uma série de concessões políticas mas foi inútil. Até o próprio Cid Gomes falou que o PT ia perder a eleição fazendo uma verdadeira anti campanha. A gente já viu esse filme em 1989, quando os apoiadores de Lula na época mais trabalharam para desmoralizar do que para fazer a candidatura do Lula vitoriosa, então o que nós temos é na verdade uma repetição dos acontecimentos. O acontecimento mais importante foi a profunda guinada à direita que deu a candidatura de Haddad. O Haddad se revelu nesse segundo turno como extremamente direitista. As declarações são profudamente desmoralizantes para qualquer pessoa de esquerda e para a luta contra o golpe; foi cogitada uma aliança com Joaquim Barbosa, a pessoa que comandou o processo farsa do mensalão.”

Ouça a Rádio Causa Operária


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