QUINTA-FEIRA, 1 DE NOVEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5448
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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ABAIXO O GOVERNO TUTELADO PELOS MILITARES: FORA BOLSONARO!
Somos informados pela imprensa de que o deputado alemão Christian Blex, do Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita, parabeniza o deputado Jair Bolsonaro pela vitória na eleição presidencial. Ao tempo em que a mídia alemã se mostra crítica e preocupada com o excapitão com discurso fascista e tendência nazista, o deputado da AfD o elogia e chega a dizer que “até Donald Trump parece contido” quando comparado a Bolsonaro.
Leia o Jornal Causa Operária Ediçao 1028
Fraudaram e não conseguiram a maioria: Organize-se para derrotar Bolsonaro: venha para a 2ª apenas 39% votaram em Bolsonaro
Conferência Aberta de Luta Contra o Golpe Em Julho de 2018 foi realizada a 1ª Conferência Aberta de Luta Contra o Golpe. A principal resolução aprovada por unanimidade pelos cerca de mil delegados presentes foi o apoio à candidatura de Lula à presidência da República e a campanha pela sua liberdade.
Página 3
Golpe entregou 400 empresas ao imperialismo Página 4
OEA volta ao Brasil para validar a fraude no 2º turno das eleições Fiador do golpe, imperialismo diz que eleições são “limpas
Do total do eleitorado, Jair Bolsonaro conquistou apenas 39% dos votos. Fernando Haddad ganhou 32%. Votos nulos, brancos e abstenções chegaram a 29%. Somando-se os votos do candidato petista com os nulos, brancos e abstenções, resulta que 61% do eleitorado não votou em Bolsonaro.
Polêmica com Boulos: reconhecer governo Bolsonaro é se curvar diante dele Acabou a eleição e Ciro Gomes comprova que é apenas golpista e oportunista
Não ao armamento dos latifundiários: formar comitês de autodefesa no campo Uma das promessas do golpista de extrema-direita Jair Bolsonaro para o seu governo é o armamento da população. Esta proposta de Jair Bolsonaro não passa de pura demagogia e que em menos de uma semana após o encerramento das eleições já demonstra que a extremadireita não irá liberar as armas para a população.
2 |OPINIÃO EDITORIAL
GROSSOMODO
Fraudaram e não conseguiram a maioria: apenas 39% votaram em Bolsonaro D
o total do eleitorado, Jair Bolsonaro conquistou apenas 39% dos votos. Fernando Haddad ganhou 32%. Votos nulos, brancos e abstenções chegaram a 29%. Somando-se os votos do candidato petista com os nulos, brancos e abstenções, resulta que 61% do eleitorado não votou em Bolsonaro. E isso, segundo os dados oficiais divulgados pela própria Justiça Eleitoral golpista, controlada totalmente pela direita e pela burguesia, que fraudou as eleições para derrotar o PT e levar Bolsonaro à presidência da República. A imprensa burguesa, que apoiou Bolsonaro, faz a propaganda de que ele foi escolhido pelo povo, tentando, como sempre, esconder a fraude e legitimar as eleições mais fraudulentas da história da República. No entanto, como demonstram os próprios números da burguesia, Bolsonaro não foi legitimado em hipótese alguma pelo povo. A maioria da população não votou em Bolsonaro, mas, pelo contrário, rechaçou, repudiou, condenou o candidato golpista. O povo não quer Bolsonaro. Seu apoio vem da burguesia, que, após um período de discordância, finalmente entrou em acordo para elegê-lo, a fim de derrotar o PT. O imperialismo, vendo que seu principal candidato – Geraldo Alckmin – não conseguiria emplacar, apostou em Bolsonaro para dar continuidade
ao golpe e aprofundar os ataques aos trabalhadores e ao saque às riquezas nacionais. Bolsonaro é impopular. O povo não se sente representado por ele. Sente, ao contrário, que Bolsonaro é um perigo às conquistas democráticas mais elementares. Entretanto, esse repúdio à extrema-direita ainda não se transformou em um amplo movimento de massas que busque enfrentá-lo e derrotá-lo. Para que isso se concretize, a esquerda e os movimentos populares, como a CUT e o MST, devem organizar os trabalhadores para derrubar Bolsonaro. O PCO, muito antes da oficialização da vitória fraudulenta nas eleições, já vem fazendo uma campanha para enfrentá-lo. “Fora Bolsonaro e todos os golpistas!” é o nosso lema. Unida de maneira independente da burguesia, a esquerda deve entrar em um debate imediato, democrática, para conceber um plano de luta e organização dos trabalhadores a fim de levar adiante essa campanha. O PCO chama à convocação de um Congresso do Povo para discutir essa questão. Além disso, nos dias 8 e 9 de dezembro, será realizada em São Paulo a 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe. A hora é de transformar o repúdio popular a Bolsonaro em ações concretas no sentido da organização das massas populares para derrotar o golpe e a extrema-direita.
radiocausaoperaria.com.br
FRASE DO DIA
“Quando visitei lula […] ele queixou-se do tom baixo da campanha do seu candidato, insistiu na necessidade de atacar o “mercado” e, em relação ao juiz que o condenou sem provas, manifestou-se de maneira pouco parlamentar. Haddad tomou a rota oposta, não sei se com a aprovação de alguns ou muitos companheiros do partido” Mino Carta
COLUNA
Bolsonaro, o presidente da minoria Por João Silva
A
imprensa capitalista após a eleição do candidato fascista, Jair Bolsonaro, vem apresentando o então presidente como sendo eleito pela maioria, uma maioria ampla. A intenção é clara, dar legitimidade a uma eleição que é uma das maiores fraudes da história do Brasil. Mas o fato é que a eleição, ao contrário de ser a “festa democrática” que foi apresentada pela esquerda pequeno burguesa, foi um processo fraudulento desde o início de 2018. Em primeiro lugar o candidato de fato, mais popular, da eleição, Luís Inácio Lula da Silva, foi impedido da maneira mais arbitrária de participar das eleições. Lula, caso participasse, seria o candidato mais votado, este sim, com ampla maioria. Com a saída de Lula da corrida presidencial, restou para os golpistas manipular os votos de maneira mais facilitada, já que apresentar Bolsonaro como popular e com uma votação de 57 milhões de votos, com Lula presente no pleito, não seria tão viável como foi com Fernando Haddad. Bolsonaro foi “eleito” com pouco mais de 57 milhões de votos registrados, nas ultra suspeitas, urnas eletrônicas e Fernando Haddad com 47 milhões de votos. O truque da manipulação está em apresentar que entre os votos válidos Bolsonaro obteve 57% da votação e Haddad 47%. Ou seja, a
maioria do povo brasileiro quer Bolsonaro presidente. O que ficou oculto desta conta foram 42 milhões de brasileiros que não votaram em ninguém nesta eleição. Pouco mais de 2 milhões votaram em branco, 8 milhões nulos e 31 milhões sequer compareceram às urnas para votar. Este número referente aos eleitores aptos a votar, não considerando os que tiveram os títulos cancelados. Ao todo 89 milhões de eleitores brasileiros não votaram em Bolsonaro, de um total de 146 milhões, 60,6% não querem Bolsonaro presidente. A tal “ampla” maioria de Bolsonaro é na verdade de 39,4%. Este resultado mostra que a burguesia e os golpistas que apoiam Bolsonaro, mesmo controlando a eleição e consequentemente manipulando de todas as formas o processo eleitoral não conseguiram um resultado que de fato, e de maneira mesmo que numérica, fosse uma derrota avassaladora para o PT. A burguesia não é tão forte quanto parece. Bolsonaro não é tão forte quanto parece. Os golpistas conseguiram 39,4% dos votos, mas não 39,4% de apoio, pois o voto é um apoio muito fluido e difuso que pode ser dissipado facilmente. É um governo fraco e instável que precisa ser confrontado imediatamente nas ruas com a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas!
OPINIÃOL| 3
GOVERNO MILITAR
Abaixo o governo tutelado pelos militares: Fora Bolsonaro! S
omos informados pela imprensa de que o deputado alemão Christian Blex, do Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita, parabeniza o deputado Jair Bolsonaro pela vitória na eleição presidencial. Ao tempo em que a mídia alemã se mostra crítica e preocupada com o ex-capitão com discurso fascista e tendência nazista, o deputado da AfD o elogia e chega a dizer que “até Donald Trump parece contido” quando comparado a Bolsonaro. Não é a primeira indicação de que a extrema-direita no mundo ficou assanhada com isso que, o resto do mundo civilizado, considera uma loucura, uma vergonha, um retrocesso, um risco etc. O que não está claro para muitos, nem para a Ku klus klan, é que Jair Bolsonaro é apenas mais uma peça num jogo em que os que verdadeiramente dominam são os militares. Bolsonaro vai substituir outra marionete, Michel Temer, mas agora escancarando o caráter militar do governo. Apesar de durante a campanha, com os filhos do candidato falando o que bem queriam e acenando com as possíveis medidas que o futuro presidente tomaria, com Paulo Guedes contradizendo o próprio candidato, com o vice, General Mourão também abusando nas assertivas sobre medidas que não podem faltar ao novo governo, mostrar um caráter amador e desorganizado, e talvez por isso mesmo, os militares agora, numa fase avançada do final da campanha e durante a eleição propriamente dita, fincaram bandeira e já se apresentam
como parte do governo, apresentando a fatura. A despeito de nomes de civis estarem sendo apreciados para algumas áreas, não resta dúvida de que os disciplinados oficiais vão dar o tom do governo para o que interessa e tentarão manter o general Sérgio Etchegoyen no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sinalizando que tratarão os adversários com mão de ferro. Prova disso é um dos últimos decretos baixados pelo desgoverno Temer, de número 9.527 (15/10/2018), que cria a Força-Tarefa de Inteligência para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil e que muitos interpretam, adequadamente, ser a senha para a abertura de caça aos movimentos sociais e até mesmo para a criminalização e extinção de partidos políticos. Ninguém acredita que um candidato que não consegue convencer uma criança de que ele saiba qualquer coisa outra senão a biografia do torturador Ustra, e que tendo passado 28 anos de sua vida como político profissional dentro da Câmara dos Deputados, sem produzir absolutamente nada de importante (mas que acumulou patrimônio invejável e emplacou os filhos na vida parlamentar), que não domine ou demonstre dominar absolutamente nenhum assunto de interesse nacional, nem mesmo o de segurança pública, que não consegue argumentar de forma inteligível e sem ameaçar o interlocutor ou algum adversário virtual, esteja de fato interessado em governar o país, e preparado para isso. De forma alguma. Bolsona-
ro é apenas um preposto, que deseja apenas incluir no currículo mais um cargo e, nele, repetir o que fez no parlamento: perseguir e azucrinar a vida de algum infeliz, menos trabalhar. Quem define e vai continuar definindo as linhas políticas de um governo Bolsonaro, que, aliás, não sabemos se vai assumir de fato ou se irá chegar até o fim do mandato, são os militares. Nem mesmo Paulo Guedes, acusado de maracutaias na bolsa de valores e admirador de Pinochet, tem de fato autonomia para definir politica econômica ou tocar alguma reforma sem a benção dos militares. A diferença com o desgoverno Temer é que agora eles planejaram tudo do começo ao fim, enquanto antes apenas aproveitaram as brechas que os golpistas foram abrindo. Se havia um acordo ‘com FFAA e tudo’, não havia intenção de que eles assumissem
o controle do governo, ou melhor, os golpistas acreditaram que receberiam apoio dos militares para expulsar o PT do poder por mera convicção ou alinhamento ideológico, mas os militares tinham outros planos. Desse modo, serão mais perigosos e explícitos no próximo governo. Hoje, a imprensa dá conta de que o Exercito fez uma ‘inspeção’ no Palácio da Alvorada, sem consulta à Presidência da Republica, e que teria oferecido a Jair Bolsonaro que possibilidade de ir morar nele de imediato – repita-se: “sem consulta ao Presidente da República”. Há sinal mais claro de que quem manda no país são os militares? Temos que denunciar a continuidade do desgoverno golpista e o governo militar que se quer efetivar definitivamente. Fora Bolsonaro. Não a governos tutelados pelos militares.
NÃO AO ARMAMENTO DOS LATIFUNDIÁRIOS
Formar comitês de autodefesa no campo U
ma das promessas do golpista de extrema-direita Jair Bolsonaro para o seu governo é o armamento da população. Esta proposta de Jair Bolsonaro não passa de pura demagogia e que em menos de uma semana após o encerramento das eleições já demonstra que a extrema-direita não irá liberar as armas para a população. Em recente entrevista à TV Record , Bolsonaro afirmou que irá modificar o Estatuto do Desarmamento, reduzindo a idade para porte de armas e que algumas categorias possam se armar, como a dos caminhoneiros e dos produtores rurais. Nessa mesma entrevista o líder da extrema-direita colocou a necessidade do desarmamento para combater as invasões de terra e de propriedades do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Para Bolsonaro, as armas dariam aos latifundiários e proprietários de imóveis urbanos meios de se defenderem do MTS e MTST. Fica claro que a proposta de Bolsonaro para liberar as armas não é para
a classe trabalhadora e sim, apenas, para que os latifundiários e especuladores imobiliários possam atacar a população pobre e trabalhadora que busca uma moradia ou um pedaço de terra para trabalhar. A proposta de Bolsonaro de armar a população é pura demagogia da extrema-direita para esconder que querem apenas armar a burguesia do campo e da cidade para reprimir ainda mais a classe trabalhadora. A extrema-direita não quer a classe trabalhadora se arme, pois isso tornaria o Brasil mais democrático imediatamente. Este fato faria o povo explorado a reagir imediatamente aos abusos e arbitrariedades do Estado, como perseguição a movimentos sociais, sem-terra e latifundiários e por aí vai. A denúncia contra Bolsonaro não deve ser que ele quer armar a população. E sim que Bolsonaro quer armar quem explora a classe trabalhadora, e neste caso, armar os latifundiários para massacrar os trabalhadores sem-terra que lutam por um pedaço de terra para trabalhar.
Legalizar a ação dos latifundiários, que se armam e criam grupos de extermínio formados por pistoleiros e policiais, é aumentar a violência contra trabalhadores sem-terra, indígenas, quilombolas e outros grupos que lutam pela reforma agrária e contra o que há de mais atrasado no país, o latifúndio. Ao contrário da esquerda pequeno-burguesa, pacifista e confusa, o PCO
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defende o armamento legal do povo e, principalmente, os trabalhadores do campo para enfrentar a ofensiva violenta da extrema-direita latifundiária. Para isso é necessário a formação formação de comitês de autodefesa no campo, que organizarão não somente a própria autodefesa dos assentamentos e acampamentos, mas também atividades e deslocamento de lideranças e integrantes desses movimentos diante do recrudescimento da violência por parte dos latifundiários.
4| NACIONAL
POLÊMICA COM BOULOS
Reconhecer governo Bolsonaro é se curvar diante dele N
essa terça-feira (30), Boulos se pronunciou em ato na Avenida Paulista, em São Paulo, chamando de “fake news” a denúncia da fraude eleitoral, orientando as pessoas a uma “resistência democrática e pacífica” e cortando a “coragem” de seu próprio movimento, quando os manifestantes gritavam “O bolsonaro, presta a atenção, a sua casa vai virar ocupação!”. O ato da Paulista foi uma das seis manifestações em escala nacional chamadas pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, movimento liderado pelo ex-candidato à presidência da República pelo PSOL. Segunda a nota oficial dos movimentos, a finalidade deles é “defender a Constituição, a tolerância, um Brasil de todos e a combater o perigo da ditadura, a eliminação das conquistas sociais, a venda do patrimônio público, a entrega das riquezas nacionais, o racismo e a misoginia, a homofobia e a ameaça da violência institucionalizada”. Apesar da pauta de luta, o discurso proferido pelo líder da Frente Povo Sem Medo e do MTST, Boulos, foi de profunda capitulação diante do governo golpista, ratificando a fraude das eleições, chamando suas bases a uma “resistência democrática e pacífica” contra o que ele diz serem “nuvens da intolerância”, “nuvens da violência” e “nuvens de ódio”. Para “solucionar as pautas de moradia e terra”, proferiu o discurso aparentemente radical, “pedindo a reforma agrária e seis milhões de casas para o MTST e para o MST”, contudo, chamou de “fake news” a afirmação de que a manifestação teria sido chamada para denunciar a ilegitimidade das eleições. Ele disse claramente
que “nós reconhecemos o resultado das eleições” e completa, quase que de forma infantil, que “um presidente tem que respeitar as liberdades democráticas” e que “não aceitamos a criminalização dos movimentos sociais”. Por fim, disse que “viemos as ruas em paz, porque a violência, a guerra, o resolver tudo em bala, não faz parte da nossa cultura, faz da deles”. Ou seja, o método de luta pelo poder defendido por Boulos é esperar que os golpistas que já negaram na prática a validade da Constituição inúmeras vezes, tenham a bondade de manter os movimentos sociais pela terra e pela moradia na legalidade pelo simples fato de haver uma resistência “pacífica”. Esse discurso de “resistência democrática e pacífica” corrobora com a posição apresentada pelo editorial do Estado de S. Paulo de ontem(31) que chama cinicamente à “Oposição Leal”, condenando a luta pelas “palavras de ordem”, afirmando que a “uma possível oposição ao governo eleito deve se dar pelo que chama de “lealdade e cooperação”. Com isso, o diário da burguesia paulista quer que a esquerda abandone a mobilização popular para entregar-se a uma oposição meramente nominal, parlamentar. Boulos, acatando a fraude eleitoral, legitima o aprofundamento do golpe e ignora toda a luta contra o golpe arduamente construída pela esquerda brasileira até o dia de hoje. Boulos ignora a prisão e a perseguição política do maior líder popular brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Ignora a situação que anulou mais de 54 milhões de votos dados pelo povo à ex-presidenta Dilma Rousseff. E, para piorar, Boulos
minora o risco que toda a esquerda, em particular os movimentos de luta pela moradia e pela terra, sofre com a ascensão de Jair Bolsonaro, chamando todo o avanço da política de extermínio aos movimentos de luta como “nuvens” de “intolerância”, “violência” e de “ódio”. Muito mais que “nuvens”, o risco do avanço do fascismo é real, material. Bolsonaro, fascista que já prometeu perseguir esses movimentos, taxando-os de terrorismo e considerando o ato de matar sem-terra como “legítima defesa dos latifundiários” tem poderes reais de levar a politica de seu discurso muito além de meras “nuvens de violência”. A morte do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o “Moa do Katendê”, de 63 anos, em Salvador, por exemplo, é algo bem material. A suástica cravada na barriga da jovem de 19 anos em Porto Alegre também é bem material. A invasão de universidades e sindicatos para a apreensão de materiais de campanha não são apenas “nuvens”. Da mesma forma que a ameaça de prisão ao diretor do curso
de direito da UFF caso a faixa antifascismo não fosse retirada do campus também não é apenas uma “nuvem de ódio destilado”. Nesse sentido, é importante dizer que “resistir” não é apenas uma ideia abstrata que não indica método. Resistência à opressão não é só um conceito, algo “bonito” para se dizer em discurso inflamado. A resistência real é algo bastante material e implica discurso, organização e método de luta e ação, um método histórico: na luta de classes, ao povo oprimido, ao operário, só lhe cabe a organização em movimentos, sindicatos e partidos de luta, e a ação prática nas ruas, que é seu terreno de ação por excelência. As instituições burguesas são o ambiente de dominação da própria burguesia, são o centro do engodo de “representatividade” com o qual manipulam a cúpula dos movimentos sociais para que acalmem suas bases que querem lutar até o fim e nas ruas. Aos lutadores da classe operária, é fundamental a organização de autodefesa contra as diversas formas de repressão e violência da burguesia. O discurso de paz e de amor de Boulos é, pois, uma armadilha que pode levar toda a sua base e a si mesmo aos campos de concentração do fascismo que cresce sem parada nos espaços negligenciados pela esquerda confusa. É preciso travar uma luta real contra o avanço do fascismo no Brasil. Isso significa formar Comitês de Luta contra o Golpe e Contra o Fascismo em todo o Brasil. Formar Comitês de Autodefesa. E participar da 2ª Conferência Nacional Aberta de luta contra o golpe e contra o Fascismo nos dias 8 e 9 de dezembro em São Paulo.
HADDAD CONDENADO
Golpistas continuam com a perseguição ao PT O
ex-candidato a presidente da república, pelo PT, Fernando Haddad, foi condenado ontem (31/10) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar R$200 mil em multa para “indenizar” o promotor Marcelo Milan, do Ministério Público de São Paulo, por tê-lo acusado de haver pedido R$ 1 milhão de propina para não mover uma ação civil pública relacionada a construção do estádio do Corinthians. Haddad teria falado este fato em uma entrevista concedida a uma revista em 2017. Independentemente se está certo ou errado, nem que seja parcialmente, a verdade é que este é o resultado dessas leis criadas para “combater as injúrias” feitas contra indivíduos. Haddad, que por ser do PT, já está sendo perseguido por diversos processos no judiciário golpista, ainda terá de enfrentar mais um ataque da justiça. A política dos golpistas é de
perseguir todos os políticos do PT, e devido a importância que o partido colocou em Fernando Haddad, a coisa começou a explodir em cima dele.
De segunda a sexta às 9h30
MOVIMENTOS | 5
BANCÁRIOS
Falta até papel higiênico nos departamentos do Banco do Brasil S
ucateamento é a política que vigora hoje no Banco do Brasil, método utilizado, pela direção golpista da empresa, com vistas à privatização do banco. A direção do Sindicato dos Bancários de Brasília recebe reclamações, praticamente todos os dias, em relação a vários problemas que acontecem nas agências e dependências do banco. Falta de água nas copas e nos banheiros, problemas com o ar condicionados, falta de material de expediente, lugares insalubres, acumulo de materiais de entulho nos locais de trabalho, e até, imaginem só, falta de papel higiênico nos banheiros. O sucateamento do BB faz parte da política deliberada da direita golpista, artifício utilizado pela burguesia pa-
ra privatizar as empresas estatais, e entregar, a preço de banana, para os parasitas capitalistas o patrimônio do povo brasileiro. A nova investida dos golpistas à frente do Banco do Brasil veio logo após as eleições (as mais fraudadas e manipuladas dos últimos anos, em que a burguesia nacional e internacional, dando continuidade ao golpe, colocou um boneco de marionete dos grandes capitalistas na presidência República, tutelado pelos militares), quando a direção do banco anunciou mais uma etapa do processo reestruturação com o corte de 126 cargos e redução de pessoal. Pior! Circula na rádio corredor do banco uma nova redução no quadro de 27 mil funcionários através dos fa-
migerados planos de demissões, e uma nova onda de descomissionamentos, e muito mais ainda está por vir. É necessário organizar, imediatamente, uma ampla mobilização con-
IMAGEM DO DIA
Na noite deste dia 30, latifundiários e pistoleiros atearam fogo no acampamento Comuna Irmã Dorothy localizado em Tamboril, Ceará. Essa é mais uma ação de Bolsonaristas após o resultado das eleições e que coloca na ordem do dia a necessidade de formar Comitês de Autodefesa.
tra todos os ataques desferidos pelos golpistas que tentam a qualquer custo atacar os trabalhadores e as empresas nacionais para beneficiar meia dúzia de parasitas.
6 |MOVIMENTOS
NOTA DA APEOESP
“Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas!” N
o último dia 30 de outubro o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo – APEOESP, divulgou nota sobre a perseguição à diversos professores em Araraquara. Com o aprofundamento do golpe de 2016, com a eleições fraudulentas de 2018, o grupos conservadores, como “Direita Araraquara” vem promovendo o terror nas escolas do município. Esses grupos são os paladinos da “escola sem partido” de esquerda e da escola sem debate, pois falar da direita e o bolsonaro pode. Uma perseguição aos contrários, que somam mais de 55% dos votan-
tes, que é a maioria da população. A direita ganha somente na fraude e no berro. Agora querem perseguir os professores quem em sua maioria são progressistas e de esquerda, querem calar as vozes contrárias como ocorre nas ditaduras militares. Pedem para os alunos gravarem os professores dando aula e defendendo seu ponto de vista, o professor a agora não vai mais poder defender o explorado, mais sim o explorador. Os professores e a comunidade escolar tem que se mobilizar para barrar essa ofensiva de calar os debates nas escolas. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
É GOLPE
Bolsonaristas querem que “Escola Sem Partido” vá para o Senado sem passar pelo plenário Toda segunda-feira às 19h
O
candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro do PSL, nem mesmo assumiu o cargo presidencial e seus apoiadores fascistas no congresso nacional já querem impor uma série de medidas totalmente anti-populares, contra as liberdades e os direitos democráticos da população. Primeiramente é preciso destacar sempre que Bolsonaro chega ao poder como consequência do golpe de estado contra Dilma Rousseff em 2014. A eleição do candidato da extrema-direita se deu em meio a uma fraude escancarada, dessa maneira Bolsonaro, assim como todos os golpistas, chega ao poder de maneira ilegitima. Para garantir que os objetivos do golpe se concretizem, no entanto, como a destruição dos direitos de toda a população, os golpistas não tardam em passar novamente por cima da lei para aprovar suas medidas anti-populares. Um exemplo desse fato é o Projeto de Escola Sem Partido. A proposta, que visa estabelecer a censura em todas as escolas do país, abrindo caminho para a perseguição à professores e alunos, além de impedir a organização no interior das escolas contra os ataques do governo golpista, está para ser aprovado na Câmara
dos Deputados. Os golpistas querem que a proposta siga para o senado sem mesmo passar pelo plenário da Câmara, onde encontraria certa resistência, dada a presença de deputados da esquerda. Demonstrando na prática que já estamos em uma ditadura, os golpistas agem para que a proposta necessite somente dos votos desta comissão especial para que seja encaminhado ao senado. A pressa em aprovar propostas como o Escola Sem Partido demonstra que os golpistas não querem perder tempo e impor de maneira imediata contra os trabalhadores, a juventude e a população pobre as medidas de repressão, de destruição dos direitos, defendidas pelo imperialismo. É necessário reagir imediatamente contra esse ataque. É preciso denunciar a fraude eleitoral e chamar toda a população, os trabalhadores e a juventude a se organizarem por meio dos comitês de luta contra o golpe. No caso da escola sem partido é necessário realizar uma campanha no interior da escolas de denuncia dessa proposta e de todas as medidas do golpistas, organizar também comitês de luta no interior dos colégios para resistir à ofensiva da extrema-direita golpista.!
MOVIMENTOS| 7
ATRIZ É ATACADA POR BOLSONARISTA
“Ainda bem que ele ganhou, assim podemos matar esses negros fedidos” A
vitória por meio da fraude do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, impulsionou a ideologia racista e anti-povo da extrema-direita. Logo após o término da votação no domingo, os apoiadores do candidato fascista já saíram as ruas para atacar a população. Um dos principais alvos são os setores mais oprimidos da sociedade, como os negros. Um exemplo desse fato, foi o que aconteceu com a atriz Eirka Januza, que é negra, e foi alvo de ataque em uma rede social logo após a vitória de Bolsonaro. A sua foto foi compartilhada em uma página e uma internauta comentou chamando a atriz de feia e fedida e declarando que agora “podemos matar esses negros fedidos”.
A declaração, somada a inúmeros ataques aos negros ocorridos nas últimas semanas, como a morte do mestre de capoeira Moa de Katênde, morto pelas mãos de um bolsonarista com 12 facadas, deixam claro que a extrema-direita não esta para brincadeira. A corja fascista está organizada para agir com total violência contra os negros, as mulheres, os trabalhadores de um modo geral. Contra essa ofensiva é necessário organizar de maneira imediata os comitês de luta contra o golpe, assim como os comitês de auto-defesa. É preciso reagir e enfrentar a direita pelos meios que forem necessários. Somente a organização popular poderá impor uma verdadeira derrota ao fascismo e todos os golpistas
DIREITA ODEIA A CULTURA
Bancada evangélica bolsonarista quer o fim do Minc
A
bancada evangélica no dia 24/10 (Sábado) fez um manifesto propondo medidas totalmente reacionárias, entre elas está a proposta de diminuir o número de ministérios de 28 para 15, com a fusão de alguns. Entre esses ministérios está o da cultura, mais uma vez comprovando que a direita reacionária não gosta ou aceita qualquer tipo de cultura e liberdade de expressão, como quando o prefeito de Garanhuns Izaías Regís proibiu uma peça de teatro por ela apresentar um “Jesus Transexual”, que também foi proibida no Rio pelo Crivella, ou quando tentaram censurar o músico, Roger Waters por apresentar uma crítica ao político de extrema-direita, Jair Bolsonaro, ameaçando prender Roger em caso de outra manifestação política contra o fascismo. A proposta de Bolsonaro é de fundir o Ministério da Cultura com o da Educação, algo que gerou uma das primeiras crises contra o governo Temer, e muito provavelmente este ministério será gerenciado por um militar extremamente conservador.
E o setor cultural já vem sofrendo com os cortes e diminuições de verba, uma prova disso é a série de museus que incendiaram, como foi o caso do Museu Nacional, O Instituto Butantan, a Cinemateca e o Memorial da America Latina. Assim mostrando os ataques que o setor cultural vem sofrendo e mostrando como a direita golpista quer criar um povo sem cultura e sem história. Outra coisa que devemos nos preocupar, é o aumento da base evangélica do Bolsonaro na bancada evangélica em quase 15%, mostrando assim o aprofundamento do golpe e de todo um setor reacionário da burguesia. O ministério da cultura não pode acabar e nem se dissolver em outros ministérios. A cultura é uma coisa fundamental em toda sociedade. Bolsonaro quer acabar com a história e cultura de um povo e criar uma massa alienada de ignorantes fascistóides e reacionários, como é o caso dos “coxinhas”, da direita e, sobretudo, dos Bolsonaristas, que negam fatos históricos e os alteram radicalmente, revelando toda sua ignorância.
Fora Bolsonaro
8 | CIDADE E ESPORTE
PARA ISSO ELEGERAM WITZEL
Governador eleito no RJ quer estado na mão dos militares N
as eleições de 2018 a fraude foi a tônica, especialmente com a vitória de ilustres desconhecidos da população, ligados a direita, e com um programa que vai, justamente, atacar o povo. Também por isso a fraude. Um dos casos mais escandalosos foi o de Wilson Witzel (PSC), eleito governador do Rio de Janeiro. Witzel era um desconhecido total não faz nem dois meses e estava bem atrás nas pesquisas, mas, para o espanto de todos, foi eleito para o governo carioca. Como não poderia deixar de ser diferente, todos esses candidatos “aventureiros” e sortudos, já que levaram o pleito com ajuda da fraude, possuem um programa que visa manter ou aprofundar os ataques contra a população. Em entrevista, Witzel, que é aliado
de Bolsonaro, disse que quer que a intervenção militar no Rio dure mais tempo, ou seja, ele é bolsonarista e quer que o Exército continue controlando o Estado. Ele também disse que vai contratar franco-atiradores para massacrar a população carioca. “Ali, se você tem uma operação em que nossos militares estão autorizados a realizar o abate, todos eles serão eliminados” disse ao se referir à atuação dos atiradores de elite. Serão atiradores de elite para reprimir o povo do Rio de Janeiro, o que comprova que ele, Witzel, é um governador imposto pelos militares, que defende a ampliação do Bope, o aumento da repressão, como todos os outros eleitos “surpresa”, aqueles que conseguiram ganhar as eleições com a fraude.
MATO GROSSO
ESPORTES
Com o golpe, latifundiários de MT estão ainda mais a vontade: pistoleiros comunicam abertamente que irão atacar ocupação de sem-terras
A
cidade de Colniza (MT), a 1.065 km de Cuiabá, onde ocorreu há pouco tempo um massacre contra trabalhadores rurais sem- terra, é palco, novamente, de conflitos por terra. Um grupo de aproximadamente 200 pessoas ocupou a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali) nessa segunda-feira (29). Não é a primeira vez que essa fazenda é ocupada. O MPE foi informado (e repassou essa informação para o governo do estado) que 30 seguranças foram contratados pelos proprietários e irão a fazenda para, criminosamente, retirar de lá os sem-terras, que, por sua vez, também estariam armados. Se for verdade que os sem-terras estão armados, é preciso dizer que trata-se da atitude correta a ser tomada por eles. Surpreendente seria se estivessem desarmados depois da chacina que vitimou nove (9) sem-terras na região em 2017, assassinados após serem cruelmente torturados. É preciso ressaltar também que o gerente da fazenda afirma que ainda não houve confronto armado porque a segurança privada – modo como a
imprensa burguesa chama os jagunços, que são assassinos profissionais – recuou para evitar o conflito, já que estão em número menor. Trata-se de mais uma demonstração da covardia dos latifundiários, que se assustam se o inimigo estiver armado e em maior número, mas se fizeram de valentões diante de nove (9) trabalhadores que não tinham condições de se defender. Essa forma de agir tem se intensificado cada vez mais desde o golpe de Estado que derrubou o governo de Dilma Roussef (PT) e deve se intensificar ainda mais agora, com a intensificação do golpe a partir de eleições flagrantemente fraudulentas. Diante disso, é preciso defender o direito de auto-defesa do movimento de luta pela terra, entendendo que não se derrota a direita golpista através do voto ou do diálogo, pois eles só entendem a linguagem da força. É preciso construir comitês de luta contra o golpe e de auto defesa tanto no campo como na cidade, para colocar os parasitas sociais da direita para correr através da força da mobilização popular.
Neymar é novamente o alvo dos ataques e perseguições contra o futebol brasileiro
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e já não fossem suficientes os ataques desfechados ao futebol brasileiro pelos inimigos do melhor futebol do mundo durante a Copa do Mundo e agora de forma mais explícita e escandalosa na Taça Libertadores (onde três times brasileiros foram prejudicados pela arbitragem de campo e pelo famigerado VAR), está em curso neste momento uma verdadeira rede de intrigas montada contra o nosso maior craque, o atacante Neymar, que joga na equipe francesa do Paris Saint Germain (PSG). Um juiz espanhol está cogitando a hipótese de condenar o atacante brasileiro a até seis anos de prisão, supostamente por irregularidades e fraude na transferência de Neymar do Santos ao Barcelona, ocorrida em 2014. Num primeiro momento o “Ministério Público espanhol apresentou pedido de dois anos de prisão para Neymar, que, em depoimento à justiça espanhola, se defendeu das acusações, afirmando que apenas se concentrava em jogar futebol (…)” (Jornal do Brasil, 31/10).
O fato é que no obscuro e promíscuo mundo das transações multimilionárias do futebol mundial, envolvendo todos os maiores grupos econômicos e os gigantes do futebol das potências capitalistas que controlam o esporte mais popular do mundo, as fraudes e irregularidades se constituem a regra, onde são movimentadas somas verdadeiramente astronômicas. Por se tratarem de transações que ocorrem no universo do “civilizado e democrático” mercado europeu, nada vem à superfície ou é revelado. Não há denúncia, não há investigação, não há nada. A investida da justiça espanhola contra o craque brasileiro é mais um degrau na escalada de ataques dos inimigos do futebol contra o melhor futebol do mundo. O imperialismo mundial usa de todos os estratagemas para atacar as nações oprimidas ao redor do mundo. Por se tratar do esporte mais popular do planeta, o futebol é uma das formas que os opressores encontram na luta que o grande capital trava para submeter e subjugar os povos explorados em todo o mundo.
Todos os domingos às 20h
CIDADES E ESPORTE | 9
ISRAEL
Genocidas de Israel virão à posse de Bolsonaro para parabenizá-lo O
Primeiro-Ministro de Israel Benjamin (Bibi) Netanyahu promete que virá ao Brasil assistir à cerimônia de inauguração do regime Bolsonaro segundo noticiou o jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o jornal o anúncio foi feito durante uma conversa telefônica entre os dois personagens testemunhada pelo embaixador de Israel no Brasil, Yossif Shelley, que acrescentou ter sentido haver “rolado’ uma química entre os dois. O ineditismo da visita de um chefe de governo israelense ao Brasil dá uma ideia da importância dada e da simpatia que o regime sionista devota ao chefe do regime que em breve estará no poder. De fato a semelhança entre o comportamento de um e de outro é muito grande com vantagem para o líder sionista que durante seu longo governo (nove anos) tem tido a oportunidade de pôr em prática o que lhe vai à cabeça. Talvez não seja apenas coincidência que Bibi estimule colonos sionistas a cometerem violências contra palestinos e Bolsonaro incentive seus apoiadores a cometerem crimes contra aqueles que não os agradam. A ignorantocracia também é patrimônio
comum dos dois personagens eis que é desconhecida qualquer tirada de brilhantismo intelectual ou de grandeza moral de qualquer um deles. Apenas estão registrados incitamentos aos instintos de selvageria e da sua prática no caso de Bibi Netanyahu. A aproximação entre as duas personagens não surpreende dados os gestos de simpatia de Bolsononaro dirigidos à entidade sionista principalmente após a sua “conversão” à igreja evangélica. Também cabe lembrar que a submissão aos desígnios da entidade sionista é um apêndice da submissão ao imperialismo ianque tendo em vista a intrincada relação entre os dois. Netanyahu é de extrema-direita e líder de um estado ditatorial que se age ao arrepio das leis internacionais, que não deveria existir, que massacra o povo palestino todos os dias, tortura, assassina, deixa morrer de fome milhares de crianças, mulheres e ativistas. Bolsonaro promete transferir a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém em desafio às leis internacionais. Quanto a este assunto é bom lembrar que o governo do Paraguai fez essa provocação mas voltou atrás
apenas algumas semanas depois, não se sabe muito bem por quê. Além de sua atitude pró entidade sionista Bolsonaro acena com hostilidade ao povo palestino ao prometer fechar a embaixada da Palestina no Brasil. Um dado que não deve ser perdido de vista é que Israel é, desde há longuíssimo tempo, grande fornecedor para o Brasil de equipamento militar (tes-
tado na repressão aos palestinos) para repressão de civis (aquele utilizado pelas Polícias Militares para reprimir manifestações populares). A ofensiva de servilismo, obscurantismo, ignorância e imprudência na arena internacional cobrirá o Brasil de vergonha e poderá ter seu marco inicial simbólico na visita que o carniceiro Bibi fará a Bolsonaro.
que não foi adiante. A independência havia sido garantida. Na Conferência de Paz de Genebra em 1954, contudo o imperialismo ainda cobrando o espólio da Vitória na II Guerra, impôs a divisão do país em Norte e Sul, com indicativo de eleições em 1956 para a Unificação. Sob forte campanha anticomunista dos Estados Unidos contra o Viet Minh e Ho Chi Minh, cerca de 1 milhão de pessoas deixaram o Norte em direção ao Sul do país, onde se instituiu um governo fantoche dos Norte Americanos com sede em Saigon. Com sabotagem e fraude abertas do governo do Sul as eleições para reunificação não se concretizaram, este passa reprimir as massas dissidentes. Em 1955 o governo do Sul declarou independência sob o nome de República do Vietnã. Tem início uma grande mobilização dos comunistas do Sul e do povo que deseja a Unificação do país contra o governo fantoche dos Norte America-
nos, é o início da Guerra do Vietnã, ou Segunda Guerra da Indochina. Surge no Sul a Frente Nacional de Libertação FNL (conhecidos como Vietcongues) apoiados pelo Norte, os conflitos escalam. Os Norte Americanos, sob um pretexto qualquer, entram abertamente na Guerra, uma guerra feita pelos Norte Americanos por meio de um governo fantoche contra o próprio povo. A guerra assumiu, ao direcionar-se contra o governo do Norte, grandes proporções e será uma das mais violentas da segunda metade do século XX. A burguesia imperialista Norte Americana utilizou-se de torturas assombrosas, armas químicas, bombardeios sistemáticos contra a população Civil. A guerra durou 20 anos, terminando com a derrota dos norte americanos, a reunificação do país, deixando, contudo, um rastro de destruição e morte no Vietnã. Estima-se que não de 1 milhão de soldados Vietnamitas do Norte tenham morrido na Guerra.
1º DE NOVEMBRO DE 1955
Começa a guerra do Vietnã E
m 1º de novembro de 1955 tem início a Guerra do Vietnã ou Segunda Guerra da Indochina, ou ainda, como nomeiam os nativos, Guerra de Resistência contra a América. Oficialmente o conflito travou-se entre o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul, porém efetivamente tratou-se de uma guerra imperialista de caráter colonial contra independência e autodeterminação do povo Vietnamita. O Vietnã, juntamente ao que viria a ser o Camboja e Laos formavam a Indochina Francesa, submetidos a dominação colonial francesa desde o fim do século XIX. Durante a Segunda Guerra Mundial e com o enfraquecimento do poder do imperialismo francês a região caiu sobre breve, mas monstruosa dominação Japonesa. Surge aí uma organização de caráter nacionalista; contra a dominação Japonesa, o Viet Minh, liderado por Ho Chi Minh. Em meio a derrota do Japão e sua rendição o Viet Minh lidera uma revolução popular, revolução de agosto de 1945. Em 2 de Setembro deste ano, Ho Chi Minh declara a independência da República Democrática do Vietnã. O imperialismo vitorioso na Segunda Guerra, em especial os EUA, e a União Soviética decidem, contudo, ignorando completamente a soberania popular, que o território pertence a França, mas como não podia ocupar imediatamente a região, foi acordado que as Tropas Britânicas ocupariam o Sul, as Tropas Chinesas entraram no norte do país para desarmar as tropas imperiais Japonesas que restavam.
Paulatinamente os Franceses foram retomando, com o apoio Norte Americano, o país, mesmo com a popularidade do Viet Minh e do seu líder Ho Chi Minh, demonstrada nas eleições eleições 1946. Neste mesmo ano os Franceses desembarcaram em Hanói, capital do Norte, em uma ocupação militar estrangeira, e expulsaram o Viet Minh da cidade. Pouco tempo depois o Viet Minh inicia uma guerra de guerrilha contra os Franceses no Norte, tem início a primeira Guerra da Indochina, que a espalha para o Laos e o Camboja A guerra durou até 1954, com algum apoio da União Soviética e da China, o Viat Minh e seu comandante Vo Nguyen Giap derrotaram os Franceses, que haviam considerado com os Norte Americanos a possibilidade de lançar três bombas atômicas na região, plano
10 | ATIVIDADES PCO
ORGANIZE-SE PARA DERROTAR BOLSONARO
Venha para a 2ª Conferência Aberta de Luta Contra o Golpe E
m Julho de 2018 foi realizada a 1ª Conferência Aberta de Luta Contra o Golpe. A principal resolução aprovada por unanimidade pelos cerca de mil delegados presentes foi o apoio à candidatura de Lula à presidência da República e a campanha pela sua liberdade. Palavras de ordem como “É Lula ou nada” e “Eleição sem Lula é fraude” encontraram eco pelos quatro cantos do país e se propagaram como um rastilho de pólvora. O período que se seguiu entre a Conferência e a desistência da direção do PT em seguir em frente com a candidatura Lula, dois meses depois, submetendo-se, assim, às imposições do TSE, foram marcados por uma tendência à mobilização das massas em torno de Lula, sendo o ato de registro da sua candidatura em agosto o ponto alto dessa mobilização e não temos dúvidas ao afirmar que se a política da direção do PT tivesse sido consequente, a situação política do país seria outra, inclusive com a possibilidade real da derrota do golpe ou, no mínimo, em uma situação de sua maior decomposição e não relativamente fortalecido com a vitória nas eleições fraudadas. É sempre importante resgatar momentos da luta contra o golpe, particularmente em situações que buscam apontar um suposto apoio popular ao presidente ilegítimo. Bolsonaro é o presidente bufão, produto da fraude. Quem acompanha minimamente a política brasileira deve lembrar-se do desespero da imprensa venal rastejando aos pés do PT para que substituísse Lula ou ainda as espetadas de baionetas dadas pelos militares nas ancas gordas dos ministros do TSE e do STF, para que vetassem sua candidatura. O fato é que com esses expedientes, a burguesia se impôs e saiu vitoriosa. Lula era o candidato do povo. No momento da sua proscrição detinha mais de 40% das intenções de votos, era e é a maior expressão política da luta contra o golpe. Com a aceitação passiva do seu impedimento, os golpistas passaram à ofensiva. Tentaram em um primeiro momento impor o seu candidato, mas diante da crise
profunda do regime golpista tiveram que se contentar com o “espantalho” e a sua trupe de coxinhas fascistas. Bolsonaro foi imposto pela burguesia e pelo imperialismo para dar continuidade e aprofundar o golpe. Vai atacar brutalmente os trabalhadores, vai privatizar as empresas públicas, entregar o patrimônio nacional ao imperialismo e destruir todos os direitos trabalhistas e democráticos que sobraram. As eleições fraudulentas mostraram que não adianta a esquerda acreditar nas instituições, pois elas estão totalmente controladas pela direita. O judiciário é de direita, o legislativo nacional e regionais são de direita, a imprensa é de direita, quase todos os executivos estaduais estão nas mãos da direita e da extrema-direita, o exército é da extrema-direita. A única força que a esquerda tem é o povo. E o povo, as massas populares, são a força mais importante e vigorosa, sua organização é a única forma de derrotar a direita, Bolsonaro e todos os golpistas. É diante dessa situação que a 2ª Conferência Nacional Contra o Golpe e o Fascismo adquire uma relevância fundamental. A esquerda e as organizações populares não podem curvar-se diante dos objetivos dos golpistas e uma condição essencial para isso é ter um programa e um plano de lutas que organizem os trabalhadores para os embates que virão. Questões como a luta contra o fascismo e os comitês de autodefesa, a luta pela liberdade de Lula e a luta para derrotar o golpe são os eixos fundamentais que serão debatidos nesses dois dias. O Partido da Causa Operária faz um chamado para que todas as organizações populares que se colocam no campo da luta contra o golpe se engajem na construção dessa 2ª Conferência. As inscrições podem ser feitas tanto por organizações, comitês, associações, como por militantes avulsos. O fundamental é que todos nos unamos no próximo período para derrotar o golpe, e a Conferência é o primeiro passo para isso.
Participe da 43ª Universidade de Férias do PCO, de 12 a 27 de janeiro de 2019 Procure o PCO pelos contatos a seguir e se inscreva já: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (Oi)