Edição Diário Causa Operária nº5453

Page 1

SEGUNDA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5453

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

WWW.PCO.ORG.BR

PESQUISADORA DENUNCIA QUE PT, MST E MTST SERÃO COLOCADOS NA ILEGALIDADE. ABAIXO A LEI ANTITERRORISMO! O golpe segue a todo o vapor. Jair Bolsonaro, eleito de maneira fraudulenta, dará continuidade à devastação promovida por Michel Temer contra o País. Tanto no sentido econômico, entregando os recursos naturais e empresas nacionais aos capitalistas e ao imperialismo, como no sentido político e social, implementando uma caçada ao movimento popular.

Frente “ampla” com setores da burguesia apenas fortalece Bolsonaro Dando continuidade à política adotada nas eleições, em que a esquerda pequeno-burguesa criou uma falsa dicotomia entre “civilização” e a “barbárie”, um movimento em torno de uma “Frente Democrática” está aparecendo.

Leia o Jornal Causa Operária Ediçao 1029

Como pode? Bolsonaristas seriam a favor Defender a Folha para do armamento, mas querem matar todos atacar Bolsonaro só pode fortalecer a extrema-direita que estão com uma arma O maior obstáculo para uma evolução mais rápida e consiste do movimento de luta contra o golpe reside na política sistemática da esquerda pequeno-burguesa em alimentar ilusões de que seja possível derrotar o golpe aliando-se a setores responsáveis pelo golpe.

Gleisi está certa, força-tarefa de Etchegoyen é “perseguição a coletivos populares e movimentos sociais”

Leia: O encarte especial sobre a Vitória da fraude

Golpe contra Gleisi: Haddad cogita virar presidente do PT Como sempre advertido por esse Diário, a proposta de segurança pública de Bolsonaro e seus comparsas nunca envolveu o armamento da população. Ao contrário: todos os projetos de lei da chamada “Bancada da Bala” no sentido de revogar o estatuto do desarmamento impõem barreiras econômicas e sociais àqueles que desejarem se armar.

Desde a escolha pelo plano B, representado pela figura de Fernando Haddad, a ala direita do PT tem feito avanços dentro do partido na medida que tentam ter o completo controle da organização.


2 |OPINIÃO

CONTRA PERSEGUIÇÃO

EDITORIAL

Frente “ampla” com setores da burguesia apenas fortalece Bolsonaro

D

ando continuidade à política adotada nas eleições, em que a esquerda pequeno-burguesa criou uma falsa dicotomia entre “civilização” e a “barbárie”, um movimento em torno de uma “Frente Democrática” está aparecendo. Segundo este grupo, liderado pelo PCdoB e a ala direita do PT, a esquerda deveria criar uma frente ampla com partidos que apoiaram o impeachment, mas que seria democráticos (civilização), como o PDT, o PSB e até o PSDB, contra a “barbárie”, representada por Jair Bolsonaro. Desta forma, parte da esquerda procura esquecer a luta contra os golpe e se aliar com grupos golpistas, que são os principais responsáveis pela ascensão de Bolsonaro ao poder. No caso, o PCdoB de Manuel D’Ávila, Flávio Dino e Orlando Silva, estão encabeçando uma aliança com o PDT e PSB, dois partidos que apoiaram um impeachment, para levar adiante uma política “democrática” e parlamentar contra Bolsonaro. A aliança, como eles propõe, seria liderada pelo próprio Ciro Gomes, com a tentativa de expulsar até mesmo a ala direita do PT (Tarso Genro, Aloizio Mercadante, Fernando Haddad, Jacques Wagner, etc.) que está se curvando de maneira vergonhosa aos interesses destes partidos. Segundo eles, o PT tem que parar de buscar hegemonia. O que revela claramente o caráter capitulador da frente. O PT, o único dentre estes partidos que tem uma influência na classe operária, deveria ficar de fora do bloco, ou pelo menos adotar um papel secundário. A idéia da ala direita do PT seria de transformar Fernando Haddad no Ciro Gomes, um político do golpe, capaz de unificar golpistas e não-golpistas em torno de uma política para “virar a página do golpe”. O bloco dos três abutres Porém o bloco dos três abutres (PDT, PSB e PCdoB) já iniciaram reuniões onde o PT não foi convidado. O líder do PDT, André Figueiredo, anunciou que a idéia seria de construir uma “oposição propositiva” sem obstruir o Governo Bolsonaro. Isto é, em outros termos, a idéia seria não a de impedir Bolsonaro, que é ilegítimo, de governar, mas propor pautas para “melhorar” seu governo, que indica que será um dos mais agressivos contra a população. Nada disso é novo para o bando dos três. Durante todo esse tempo, com Ciro Gomes e Manuela D’Ávila, procuraram estabelecer uma política de acabar com o PT, ganhando parte de seus restos. Uma sabotagem típica do “amigo da onça”. O deputado petista, Paulo Pimenta (RS), denunciou que isso seria uma forma de oposição consentida, tradicionais das ditaduras, que colocam “oposições” de faixada para dar um ar democrático a um regi-

me fraudulento. Percebe-se então oposições contraditórias dentro do PT, já que um setor faz de tudo para entrar na aliança abutre, enquanto outros têm uma posição mais crítica, como é o caso de Pimenta que apoiou e apoia a luta contra o golpe. Ao mesmo tempo, o PSOL, que também ficou fora do “bloco dos três” apoia à tática de “Frente ampla” contra Bolsonaro. O presidente do partido, Juliano Medeiros, disse que estaria disposto a compor um bloco com elementos que divergem ideologicamente (a direita) para “defender direitos”. Uma política absurda de se juntar com os carrascos do povo contra um determinado carrasco específico. Inclusive, o PSOL mencionou partidos como o Partido Verde, a Rede e o PSDB com setores de possível aliança. Todos golpistas. Percebe-se então toda uma movimentação da esquerda para uma capitulação com os golpistas. Uma política desmoralizante, apoiada pelos setores mais pequeno-burgueses e direitistas da esquerda, e que prejudica a luta contra o golpe de uma forma inigualável até agora, pois parte dos golpistas passam a ser vistos como “aliados”. Uma política fadada ao fracasso Porém, ao contrário do que acredita a esquerda pequeno-burguesa, uma “frente ampla” com os setores democráticos da burguesia golpista não combaterá Bolsonaro. Primeiro pelo fato de que a frente é um pacto estabelecido entre seus componentes. E setores que quiserem realmente lutar contra o golpe não poderão por conta da aliança estabelecida com setores extremamente reacionários. Como já foi a dito, o objetivo desta “frente ampla” é de formar uma “oposição” parlamentar, totalmente oportunista, e visando as eleições de 2022. Uma política contrário à mobilização do povo para derrubar o governo ilegítimo, colocado por uma fraude eleitoral, de Jair Bolsonaro. Criando empecilhos para a luta contra o golpe, também a esquerda ficará totalmente desorganizada e desorientada para combater o governo de Bolsonaro. Mas não só isso. A aliança com setores totalmente repudiados pela população irá desmoralizar totalmente estes partidos de esquerda, abrindo caminho para o fortalecimento da extrema-direita. Por isso, a única frente única aceitável é uma frente única com as organizações de combate dos trabalhadores e das massas exploradas em torno de derrotar o golpe, denunciando a fraude nas eleições, exigindo a Liberdade do Lula e não deixando Bolsonaro assumir à presidência. Organizando os trabalhadores e a classe operária para repudiar totalmente este regime golpista, por meio de uma grande Greve Geral e diversos atos nacionais contra todos os golpistas.

Gleisi está certa, força-tarefa de Etchegoyen é “perseguição a coletivos populares e movimentos sociais”

N

a semana passada a senadora Gleisi Hoffman entrou com um pedido de susto imediato ao Decreto n° 9.527. O Projeto de Decreto Legislativo n° 129 (PDS 129/2018), assinado pela senadora e presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT) denuncia a inconstitucionalidade do Decreto e expõe o real teor persecutório presente na Força-Tarefa de Inteligência que coloca nas mão do general Sergio Etchegoyen o poder de espionagem aos movimentos sociais e à esquerda brasileira. A “Força Tarefa de Inteligência” é criada, ainda, sem data de dissolução, mostrando mais claramente sua aspiração em tornar-se política de Estado a ser levada pela permanência dos governos golpistas tutelados pelo imperialismo no Brasil. “Sob o pressuposto de enfrentar as “organizações criminosas”, a mencionada Força-Tarefa que pela natureza com que foi estruturada, não terá qualquer controle dos Poderes Constituídos ou de quaisquer outras Instituições Democráticas – poderá auscultar ilimitadamente a vida de qualquer cidadão brasileiro, “vigiar” movimentos sociais e organizações de defesa da sociedade, mergulhando o País num odioso retrocesso democrático, sem qualquer base legal ou constitucional.”, diz a senadora Gleisi cita, ainda, a lei n° 13.675, de 11 de junho de 2018, a qual já estabelece uma disciplina das forças de segurança nacionais com o objetivo de combater o crime organizado, provando desnecessário a criação de

uma Força-Tarefa para tal finalidade, sob agravo de o órgão se estabelecer a partir do comando inconstitucional das Forças Armadas e da ausência dos Ministérios Públicos Federal e Estaduais. Essa excessiva delegação de poderes concedidos ao general Etchegoyen, num ato unilateral do governo Federal, estabelecendo uma norma geral de ações terá impacto em toda a política de segurança nacional. Os paises signatários de acordos bilaterais e multilarerais contra o crime organizado também sofrerão com o estabelecimento desse órgão de espionagem. Como exposto, a série de elementos contraditórios a proposta de um real “combate ao crime organizado” pelo Decreto n° 9.527 e, por outro lado, a ampliação dos poderes de elementos declaradamente favoráveis a criminalização dos movimentos sociais e partidos de esquerda, deixa claro que a “Força Tarefa de Inteligência” é a recriação do instrumento de inteligência e perseguição da ditadura nos moldes do DOI-COD. Contra o estabelecimento da força-tarefa de perseguição, contra o avanço sistemático das pautas imperialista e contra o aprofundamento do golpe, a esquerda brasileira deve se organizar em Comitês de Luta Contra o Golpe e Contra o Fascismo e lutar nas ruas. A experiência brasileira e internacional já provou ser inócua a saída institucional como meio de lutar contra os golpistas. Apenas o povo organizado e mobilizado tem poder de levar essa pauta adiante.


OPINIÃOL| 3

ARMAMENTO DA POPULAÇÃO

Como pode? Bolsonaristas seriam a favor do armamento, mas querem matar todos que estão com uma arma C

omo sempre advertido por esse Diário, a proposta de segurança pública de Bolsonaro e seus comparsas nunca envolveu o armamento da população. Ao contrário: todos os projetos de lei da chamada “Bancada da Bala” no sentido de revogar o estatuto do desarmamento impõem barreiras econômicas e sociais àqueles que desejarem se armar. Ou seja: o “armamento da população” defendido pela direita e por Jair Bolsonaro na verdade é o armamento de jagunços formados em academias paramilitares de vigilantes, é o armamento da própria polícia e de todas as forças de repressão, é o uso do Exército para assassinar a população, como ocorre hoje no Rio de Janeiro. Para além dos projetos de lei demagógicos encaminhados por direitistas no Congresso, as ações dos bolsonaristas, quando investidos de poder, constituem demonstrações cabais de tal política de extermínio da popula-

ção pobre, dos movimentos de luta pela terra no campo, dos moradores de comunidades nas periferias das grandes cidades. Ainda quando candidato ao governo de São Paulo – e buscando justamente aproximar seu discurso do bolsonarismo – o almofadinha João Dória (PSDB), uma das figuras mais grotescas da política nacional – fez questão de bradar que, sob seu comando, a Polícia Militar vai “atirar para matar”. Para esse mauricinho, nascido em berço de ouro, a população pobre não tem direito aos princípios mais elementares da Justiça: presunção de inocência, julgamento justo, nada disso: na cabeça de cada policial estaria instalado um tribunal capaz de decidir entre a vida e a morte de uma pessoa. Na última quinta (1º), foi a vez de outro bolsonarista investido de poder reafirmar a mesma política. Wilson Witzel, eleito governador do Estado

do Rio de Janeiro, prometeu dar autorização prévia à polícia para matar portadores de fuzis. Mas como distinguir entre espingardas legais e fuzis à distância, durante uma ação? Como diferenciar um guarda-chuvas, um tripé de um cinegrafista, de um fuzil? Talvez atirando primeiro e verificando depois. Na prática, o que os bolsonaristas pregam é o assassinato indiscrimina-

do e amplo de qualquer civil que esteja armado – ou mesmo que pareça estar armado. É evidente que tal política vai na contramão do armamento da população que dizem defender. O discurso de segurança pública de Bolsonaro é tão falso quanto seu nacionalismo: uma das muitas mentiras que compõem sua estratégia diversionista. Para Bolsonaro, trabalhador armado é trabalhador assassinado.

CONTRA A IMPRENSA GOLPISTA

Defender a Folha para atacar Bolsonaro só pode fortalecer a extrema-direita O

maior obstáculo para uma evolução mais rápida e consiste do movimento de luta contra o golpe reside na política sistemática da esquerda pequeno-burguesa em alimentar ilusões de que seja possível derrotar o golpe aliando-se a setores responsáveis pelo golpe. Foi assim desde quando se colocou o impeachment da presidenta Dilma. “Os perdedores querem um 3º turno”, “trata-se de uma vingança de Eduardo Cunha, presidente da Câmara”, “a Câmara não vai aprovar”, depois “o senado não vai aprovar”e, finalmente a presidenta foi deposta. Com Lula, ocorreu a mesma coisa. “Moro não vai condenar”, “o TRF 4 não vai condenar”, “o STF não vai referender esse absurdo” e, finalmente, Lula foi condenado. Novamente com a iminência da prisão de Lula, o circo de ilusões voltou a ser armar, chegando ao ponto em se dar prazo para que Lula fosse solto. E Lula está preso há mais de 200 dias! Mesmo com derrota em cima de derrota, as eleições marcaram mais um capítulo na política de capitulação sistemática. Primeiro queriam substituir Lula a todo custo pelo direitista candidato abutre, Ciro Gomes. Em um segundo momento, fizeram campanha juntos com os meios de comunicações golpistas para que Lula desistisse da sua candidatura em favor do seu vice, Fernando Haddad, o que veio a se consumar com à sujeição da direção do PT ao TSE. Passadas as eleições, possivelmente as mais fraudulentas da história, se

é que é possível num país em que a burguesia transformou tudo em uma grande fraude, agora se trata de unir os “democratas” contra a ameaça do fascismo, sem nenhuma consideração de que os “democratas” são os próprios golpistas e de que os “cachororros-loucos” fascistas foram insuflados pelos próprios “democratas” golpistas. Nesse momento, chama atenção a campanha que essa esquerda pequeno-burguesa faz nas redes sociais, para que as pessoas assinem o Jornal Folha de São Paulo, porque representaria uma “luta” contra Bolsonaro, que estaria perseguindo aquele jornal. Que a obtusidade da extrema-direita faça com que enxergue na Folha de S. Paulo, na Rede Globo ou em Fernando Henrique Cardoso, tachado de “comunista”, como “inimigos a serem combatidos”, isso é problema da extrema-direita. Na hora H, os verdadeiros donos do golpe vão enquadrá-la. Agora… fazer de que a Folha de São Paulo seja um veículo progressista e por isso estaria sendo perseguida, é procurar cegar a militância para qualquer luta contra o golpe. A Folha, assim como quase a totalidade da imprensa burguesa, apoiou o golpe de Militar de 1964. Existem evidências de que esse jornal emprestou carros para que policiais do DOI-Codi, o abominável órgão de repressão, tortura e assassinato da ditadura, fizesse campana para prender militantes de esquerda. Em 2014, aos 50 anos do golpe, o jornal chegou a fazer em editorial mea-culpa pelo seu apoio ao golpe:

“aos olhos de hoje, apoiar a ditadura militar foi um erro, mas as opções de então se deram em condições bem mais adversas que as atuais”. Pura hipocrisia. Naquele momento, 2014, assim como as organizações Globo (que também fizeram mea-culpa), estavam a pleno vapor conspirando contra o governo do PT, publicando todo tipo de calúnia e difamação contra o partido e seus dirigentes. As notícias falsas não começaram com Bolsonaro, mas com esses “democratas”de plantão que construiram o próprio Bolsonaro. A Folha de São Paulo, assim como a Globo e demais órgãos da imprensa venal, não têm nada de democráticas. São

elas as responsáveis pelo crescimento da extrema-direita no país. São responsáveis pela prisão e o achincalhamento do maior líder popular do país em uma operação coordenada diretamente pelo imperialismo norte-americano. A esquerda que luta contra o golpe, não pode se calar diante da campanha levada adiante pela esquerda pequeno-burguesa em se aliar com a direita, em transformar golpistas declarados em “arautos defensores da democracia”. Uma tarefa fundamental que se coloca para o movimento de luta contra o golpe é o fortalecimento da imprensa de esquerda e indepente. É apostar em um imprensa própria como faz o Partido da Causa Operária, como um elemento essencial para mobilizar os explorados na luta contra o golpe e o fascismo no país.

DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 9H30


4| POLÍTICA

“PRESIDENTE SUPER POPULAR”

Bolsonaro terá mais de 800 seguranças A

matéria de capa divulgada pelo site “O Tempo” nesta segunda-feira, dia 5 de novembro, aponta que o novo presidente da República, Jair Bolsonaro, fará uma cerimônia de posse inédita, diferente do procedimento realizado pelos presidentes anteriores. Trata-se da possibilidade de cancelamento do tradicional desfile aberto na cerimônia de posse. O rumor mencionado acima partiu de Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do recém-instalado Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que encomendou um estudo para reforçar as medidas de segurança para Bolsonaro e sua família a partir de 1º de janeiro. Segundo Etchegoyen, diversas ameaças têm sido identificadas, inclusive partindo de facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) e, por esse motivo, o esquema de segurança “será muito mais severo do que qualquer outro titular do Planalto já viu ou teve”. Lembrando que Bolsonaro sofreu um suposto atentado (facada) no dia 6 de de setembro em Juiz

de Fora (MG), enquanto realizava sua campanha de rua durante o 1º turno das Eleições. Ainda de acordo com “O Tempo”, além da possibilidade de se extinguir o desfile de posse em carro aberto, estuda-se também a adoção de medidas utilizadas para protegerem os presidentes norteamericanos, como o fim das entrevistas nas quais o presidente fica rodeado por repórteres

GOLPE CONTRA GLEISI

(o “quebra-queixo”, no jargão jornalístico), e reformulação e viagens e contatos com o público. A equipe do GSI, formada por soldados do Exército, passarão a tomar conta de Bolsonaro na virada de ano. Caso seja solicitado, há possibilidade de serem convocados mais de 800 seguranças para fazer o reforço durante o processo de tomada de posse do cargo à presidência.

PAU NO COCO

Haddad cogita virar presidente do PT

D

esde a escolha pelo plano B, representado pela figura de Fernando Haddad, a ala direita do PT tem feito avanços dentro do partido na medida que tentam ter o completo controle da organização. No segundo turno eleitoral, com a campanha incessante para tornar Haddad palatável para os direitistas de fato e não para a esquerda de conjunto, demonstrou ainda mais que o mesmo faz parte dessa ala que hoje tenta dominar o partido. Após a participação do processo fraudulento legitimado pelo golpe de Estado, a esquerda pequeno-burguesa e aqueles que ainda acreditam que exista democracia no estado burguês, creditam a Haddad uma figura popular, e que o mesmo deve ser o líder de uma frente democrática em oposição ao governo de Jair Bolsonaro -sendo mais uma via de luta institucional que não irá lutar contra o golpe efetivamente. Outro ponto que destaca o avanço da ala direita dentro do partido,

está na estratégia de tornar Haddad o próximo presidente do PT e assim ter o controle do mesmo. O que deixa mais escancarado o viés direitista nesta ala, está na colaboração com a pauta da imprensa burguesa que contra Gleisi Hoffman, afirma que Haddad é o novo líder que surge no partido -sendo apoiado tanto por Gleisi que representa a militância de base do partido, assim como por Lula- seja para a frente democrática, bem como para a presidência do partido. É fato que não se sabe exatamente o que Lula pensa, mas é factível que outras figuras ao visita-lo confirmaram sua insatisfação com o andamento do processo eleitoral, em suma com a campanha conciliatória feita pelo PT. É preciso ir na contrapartida da ala capituladora do PT, que quer tornar o mesmo em um quadro de figuras pequenos-burguesas como a de Fernando Haddad, que na prática somente afundará o partido e irá permitir ataque brutal dos golpistas.

Acompanhe a programação COTV no site: causaoperariatv.com.br no youtube: causaoperariatv

Só esse fato demonstra o quanto esse governo já é impopular antes mesmo de ele ter se iniciado. Um presidente que foi “eleito” por meio de um processo totalmente fraudado pela burguesia, que retirou o líder em todas as pesquisas, Luís Inácio Lula da Silva, prendendo-o injustamente e retirando-o da corrida eleitoral, fazendo com que houvesse o maior número de brancos, nulos e abstenções desde 1989 e fazendo com que Bolsonaro fosse “escolhido” pela “maioria” de forma artificial. Bolsonaro é o mesmo que têm ameaçado amplos setores da classe trabalhadora (homossexuais, negros, mulheres, moradores de periferia, quilombolas, indígenas, etc.), prometeu retirar uma série de direitos sociais e dos trabalhadores, conquistas essas obtidas com muita luta e sacrifício do povo. Agora, está reforçando a sua segurança com medo de retaliações desses mesmos setores que ameaça e ataca. Por isso, não é possível acreditar nas Eleições super fraudadas. É necessário rejeitar esse futuro governo e fortalecer a luta contra os golpistas e exigir a liberdade para Lula urgentemente.


MOVIMENTOS | 5

GOLPE SEGUE

Pesquisadora denuncia que PT, MST e MTST serão colocados na ilegalidade. Abaixo a lei antiterrorismo! O

golpe segue a todo o vapor. Jair Bolsonaro, eleito de maneira fraudulenta, dará continuidade à devastação promovida por Michel Temer contra o País. Tanto no sentido econômico, entregando os recursos naturais e empresas nacionais aos capitalistas e ao imperialismo, como no sentido político e social, implementando uma caçada ao movimento popular. Desde 2013 as organizações de esquerda vêm sendo perseguidas e atacadas por elementos de extrema-direita, com pouca ou nenhuma reação. Dezenas de sindicatos, associações e partidos, bem como acampamentos de sem terra e sem teto, eventos do movimento estudantil e manifestações populares sofreram ataques. Com o golpe consumado e o governo na mão da direita, a repressão veio diretamente do Estado. Antes mesmo disso, a pressão da direita levou o governo Dilma Rousseff a propor e aprovar a Lei Antiterrorismo, que, já naquele momento, o Diário Causa Operária alertava que seria utilizada pela direita exatamente para criminalizar as organizações populares ligadas ao próprio PT. E é isso o que vai acontecer no governo ilegítimo de Bolsonaro. Como uma continuidade e aprofundamento

do regime golpista, no qual partidos de esquerda como o PT veem suas lideranças serem perseguidas e presas (como José Dirceu, Delúbio Soares, João Vaccari Neto e o maior líder popular do País, Lula da Silva) e sua própria estrutura partidária ser demolida aos poucos pelos incessantes ataques da Justiça, Polícia Federal, Ministério Público, Polícia Militar, etc. Bolsonaro já afirmou veementemente, durante a campanha eleitoral, que vai jogar na ilegalidade e prender todo o movimento de esquerda do País. Disse que Lula vai apodrecer na cadeia e que o candidato do PT derrotado pela fraude, Fernando Haddad, irá fazer companhia ao ex-presidente. Também disse que vai tipificar as ações legítimas de ocupação de latifúndios e imóveis vazios realizadas pelo MST e pelo MTST como terrorismo. Em suas próprias palavras, a esquerda será exterminada. Entretanto, boa parte da esquerda ainda acha que isso é impossível de acontecer. Acredita piamente nas instituições burguesas, controladas pela direita, que derrubaram Dilma e prenderam Lula ilegalmente. Que fraudaram as eleições. Acredita que o Judiciário golpista, o Congresso golpista, a imprensa golpista e a polícia fascista

impedirão mais esse golpe fascista. A trama, no entanto, parece estar se aproximando cada vez mais de seu clímax, e observadores mais atentos já estão começando a se preocupar e a alertar sobre isso. Esse é o caso da pesquisadora francesa Maud Chirio, que disse que os “excessos pontuais” atribuídos a Bolsonaro são, na verdade, “uma retórica recorrente a indicar que ele não aceitará a sobrevida política de uma oposição de esquerda, o que já basta para caracterizar como não democrático o regime que vai se instaurar em janeiro de 2019”. Em entrevista ao jornal golpista Folha de S. Paulo, a estudiosa da direita

brasileira foi ainda mais longe: “Para mim, no dia 3 de janeiro de 2019, o MST e o MTST serão declarados organizações terroristas. No começo de fevereiro, o PT vai ser interditado. Haverá um expurgo na administração pública, que já está em preparação. Só não vê quem não quer.” A esquerda e o movimento popular não podem perder mais tempo acreditando nas instituições. É preciso organizar o mais rápido possível um amplo movimento de massas independente da burguesia e sem conciliação com os golpistas para enfrentar os profundos ataques da extrema-direita, que agora comanda todas as estruturas o Estado.

ENEM MOSTRA

Usarão Bolsonaro como espantalho para censurar redes sociais

N

este domingo (04) teve início o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que mobilizou mais de 5 milhões estudantes no país inteiro. Um dos elementos mais destacados da prova, porta de entrada para Universidades Federais e privadas, é a redação, e seu tema tem tido repercussão nacional na medida em que expressa, grosso modo, o horizonte ideológico e político do governo. Em 2018 o tema não só serviu para a avaliação dos estudantes como para uma campanha de censura dos golpistas contra o povo. “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na Internet”, esse era o tema sobre o qual os postulantes tiveram de dissertar. O golpista, Michel Temer, aprovou o tema, classificando-o como atualíssimo,

segundo ele: “ Cumprimentei os organizadores também pela oportunidade do título da prova, que é um título que trata de notícias falsas, da utilização pelos usuários da Internet, um tema portanto atualíssimo”. Aqui vemos o viés político da campanha dos golpistas: o controle da informação na Internet. O tema da redação é dúbio, pode referir se, tanto a campanhas publicitárias dirigidas ao consumidor pelas grandes empresas por meio da “espionagem” das buscas dos consumidores na Internet, como parece a primeira vista, mas sugere também, como entende Temer, a manipulação política com as chamadas notícias falsas, realizada amplamente e de maneira ilegal pelo fascista Jair Bolsonaro. De todo modo, quem poderia ser favorável a manipulação?

Ora, para coibir a manipulação é necessário controle, regulação pelo Estado, ou seja, pelos golpistas, o que quer dizer exclusivamente, censura. É o início de uma campanha e uma preparação ideológica para a intervenção nas redes sociais, na Internet em geral. Os meios de comunicação tradicionais, TV, Rádio, Jornais e a informação em geral são na esmagadora maioria monopolizados e controlados completamente pelos capitalistas, no Brasil servem ao golpe. A internet , no entanto, por características próprias, foge ao controle estreito dos capitalistas, daí a campanha em torno das “fake news”, não com a intenção de coibir notícias falsas, pois a maior promotora notícias falsas é a imprensa capitalista tradicional, que é a vanguarda da luta contra contra Fake News. Trata-se

de realizá um controle estreito sobre a informação na internet, e um dos principais intentos é censurar a esquerda, seus sites, canais e blogs, qualificando-os cinicamente de produtores de Fake News. Assim como a luta contra a corrupção, a luta contra os Fake News é a utilização de um argumento aparentemente plausível para atacar e destruir os direitos democráticos do povo. Sob a desculpa de combater a manipulação, as fake news, querem eliminar o direito fundamental de liberdade de expressão do povo e de toda a esquerda. Não! Abaixo a censura do governo golpista! A internet deve ser o mais livre possível para garantir o livre exercício e manifestação da expressão de todos.


6 |MOVIMENTOS | COMITÊS

DERROTAR O REGIME GOLPISTA

Os comitês de luta contra o golpe são a “peça-chave” da mobilização contra a extrema-direita E

m toda a luta contra o impeachment, contra a prisão de Lula e por sua liberdade, enfim, contra o golpe de estado, ficou comprovada a importância fundamental dos comitês de luta para a mobilização dos mais diversos setores dos explorados, para uma ação concreta contra os ataques da direita golpista. Os comitês organizações compostas pelos militantes independentes e dos setores mais avançados politicamente dos mais diversos partidos – PCO, PT etc. Os comitês de multiplicaram e organizaram atos, caravanas, abaixo-assinados e agruparam um amplo setor de ativistas, incluindo muitos jovens e trabalhadores que não participam de outras organizações, em geral, mais burocratizadas. Aí também se agruparam dirigentes de movimentos de lutas dos mais diversos setores de explorados. Sem os comitês não teriam ocorrido os importantes atos nacionais contra a anulação do impeachment, em Brasília. Por certo, os atos contra a condenação de Lula, primeiro, e contra sua condenação, depois, em Curitiba e Porto Alegre, não teriam reunido dezenas de milhares de pessoas. Ainda mais se considerarmos a enorme resistência à essas mobilizações, por parte de alguns setores das direções tradicionais da esquerda que se recusaram a impulsionar essas atividades,

por conta de sua posição reacionária de buscar um acordo, uma conciliação com os golpistas, ou seja, “virar a página do golpe”. Com sua atividade, os comitês estão impulsionando o surgimento de um novo ativismo que vem compreendendo a importância da organização independente da burguesia, da direita, e da atividade por fora dos momentos eleitorais, das campanhas tradicionais dos sindicatos, ainda mais em um momento decisivo como o atual, quando o País está sob um regime golpista e sob um intenso ataque contra os direitos dos trabalhadores. Em todo o País, foram criados milhares de comitês que realizaram dezenas de milhares de atividades, entre reuniões, debates, exibição de filmes, panfletagens, colagens de cartazes, atividades de campanha financeira, almoços etc. constituindo-se – de fato – em um polo de um verdadeiro ativismo de esquerda, de luta em defesa das reivindicações populares, contra a ofensiva da direita. A fraude nas eleições, realizadas sem Lula e sob o controle das instituições do regime golpista, como o judiciário, a imprensa e as forças armadas, “elegeu” Bolsonaro. Com ele a direita golpista se prepara para uma nova etapa do golpe de estado, para intensificar a ofensiva contra o povo brasileiro. Neste momento, o trabalho

dos comitês precisa se intensificar. É preciso retomar as reuniões, criar novos comitês nos locais de moradia, trabalho e estudo. A campanha agora deve girar em torno de uma intensa campanha contra Bolsonaro, e claro, pela liberdade do ex-presidente Lula, cuja condenação e prisão ilegal fica ainda mais evidente com a nomeação do juiz fascista Sérgio Moro para o “superministério” da Justiça do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro: Lula é preso político, encarcerado sem provas por um adversário político, e não por um juiz “honesto e imparcial” com apresenta a imprensa golpistas. Poucos dias após as eleições fraudulentas, fica ainda mais nítido que a chapa eleita pela fraude é a continuidade e o aprofundamento do golpe

de estado e dos seus ataques contra os trabalhadores. Mais do que nunca, os comitês e sua luta são imprescindíveis para deter essa ofensiva e derrotar o golpe. Organizar milhares de ativistas para uma ampla campanha e junto com as principais organizações de luta dos explorados, como a CUT, os sindicatos, o MST, a CMP, UNE etc. levar milhões às ruas pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos. Pois apenas por meio da mobilização revolucionária das massas será possível derrotar o regime golpista. *Para os que se interessarem ou quiserem participar ou formar um comitê de luta contra o golpe em sua cidade, entre no site: https://lutecontraogolpe. com.br/ .

UNIFICAR O POVO E LUTAR CONTRA BOLSONARO

Veja o que é 2ª Conferência Contra o golpe N

o dia 28 de setembro de 2018, foi consagrada uma das maiores fraudes eleitorais de toda a História brasileira recente. O capitão reformado Jair Bolsonaro e o general da reserva Hamilton Mourão foram transformados pelo Regime Político em presidente e vice-presidente eleitos. Nem Bolsonaro, nem Mourão possuem vínculo com o movimento operário, nem são lideranças populares, tampouco gozam de algum prestígio entre as massas. Se não fosse assim, a burguesia não teria precisado utilizar todo o seu arsenal de fraudes para eleger seus candidatos. Mesmo com todo o esforço da direita para eleger a chapa presidencial do PSL, Bolsonaro e Mourão sequer conseguiram atingir metade dos votos nas eleições desse ano. Se somados os votos obtidos pelo candidato petista Fernando Haddad e os votos nulos, brancos e as abstenções, será facilmente comprovado que Bolsonaro mobilizou, no máximo, 39% do eleitorado em prol de sua candidatura. Dentre as diversas manobras que a burguesia utilizou para “eleger” o impopular Bolsonaro, que é apoiado por banqueiros e latifundiários, a principal

consistiu no impedimento da candidatura do ex-presidente Lula. Maior líder popular, eleito duas vezes presidente, fundador de um dos maiores partidos de esquerda do mundo e fundador da maior central sindical da América Latina, Lula era o candidato que correspondia, nessas eleições, à forte tendência de luta contra o golpe por parte dos trabalhadores. O impedimento jurídico arbitrário da candidatura de Lula, que foi condenado sem provas, preso sem ter sido completamente julgado e im-

pugnado em um ato inconstitucional, dispersou eleitoralmente os setores que lutam contra o golpe. O caminho para derrotar os golpistas, para libertar Lula e para forçar que a burguesia aceitasse Lula como presidente não poderia ser outro a não ser a denúncia da fraude eleitoral e a mobilização contra o golpe. No entanto, não foi isso que as direções da maioria das organizações da esquerda nacional decidiu fazer, entrando em uma “festa eleitoral” completamente paralisante. A vitória, ainda que parcial e artificial de Jair Bolsonaro mostrou que a única forma de derrotar os golpistas é através da mobilização revolucionária dos trabalhadores. Afinal, os golpistas não estão dispostos a respeitar nenhum “pacto democrático” – só irão parar de massacrar os trabalhadores quando se sentirem verdadeiramente ameaçados. Nesse momento, em que é imperativo reorganizar o movimento de luta contra a direita, está lançada a Segunda Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo. Prevista para acontecer nos dias 8 e 9 de dezembro em São Paulo, a Conferên-

cia será a atividade de luta mais importante após a eleição fraudulenta. Seguindo os parâmetros da Conferência anterior, realizada no mês de julho, a Segunda Conferência consistirá em dois dias de intenso debate sobre a situação política no Brasil dominado pelos golpistas. Muito mais do que um debate acadêmico, as discussões da Segunda Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo servirão sobretudo para orientar o movimento de luta contra o golpe na etapa pós-eleições. A Conferência Nacional Aberta também é um momento único porque permite a reunião de militantes e ativistas de todas as regiões do país e das mais variadas organizações populares. De indígenas a sindicalistas, milhares de pessoas são esperadas para a realização da Segunda Conferência. A principal tarefa do momento não consiste em outra coisa a não ser unir os trabalhadores pela derrubada do governo Bolsonaro e pela derrota dos golpistas. Nesse sentido, a Segunda Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo terá um papel crucial para mobilizar os trabalhadores em torno das palavras de ordem necessárias: “Fora Bolsonaro!”, “Liberdade para Lula!”, “Assembleia Constituinte!”, “Fora todos os golpistas!”.


MOVIMENTOS | SINDICAL| 7

BANCÁRIOS

Fechamento de agência do Banco do Brasil, em Brasília, prejudica trabalhadores e clientes E

m Brasília, o fechamento da agência 406 sul vem causando transtornos para funcionários das agências para onde foram migradas as contas dos milhares de clientes. As agências vizinhas, que receberam uma enorme quantidade de clientes remanejados, sofrem com a falta de pessoal, o espaço da agência não foi ampliado para receber os novos clientes, etc. Um verdadeiro caos. Essas mudanças, realizada pela direção golpista do Banco do Brasil, é parte do processo de reestruturação que passa a empresa com a redução

significativa do número de funcionários no quadro da empresa, que elevou os serviços para os trabalhadores da ativa. Tal política vem aumentando consideravelmente o número de adoecimento entre os funcionários devido a maior carga de trabalho e o aumento do nível de estresse, característica do trabalho bancário. Brasília é uma das unidades da federação mais atingida pelo maior número de agências fechadas, a falta de pessoal e a diminuição do número de agências vêm ocasionando, na maioria das dependências, a demora no atendimento, longas filas, etc.

Fora Bolsonaro

CORREIOS

General presidente dos Correios promete manter golpistas na direção ECT N

o início do mês, o ministro golpista da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab do PSD (Partido Social Democrático), anunciou o novo presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), o general Juarez Aparecido de Paula Cunha. General da reserva, Juarez substituirá o golpista Carlos Fortner, braço direito de Gilberto Kassab nos Correios, no entanto, o general presidente da ECT não dispensará os golpistas da direção da ECT. Carlos Fortner foi convidado pessoalmente pelo general Juarez a continuar na direção da ECT, agora na função de VIOPE – Vice Presidente de Operações – o mesmo cargo que originou a crise do mensalão nos Correios, durante o governo do PT, quando o cargo era ocupado por Maurício Marinho, apadrinhado de Roberto Jefferson do PTB.

O golpista Carlos Fortner também cuidará da área comercial e de agências dos Correios, ou seja, do setor que está de vento e popa sendo desmontado pelos golpistas, com o fechamento de agências e a entrega do setor comercial para os grandes capitalistas internacional do mercado postal. Essa mudança simplesmente significa que a política de privatização nos Correios continuará nas mãos dos golpistas, mas agora com o apoio das Forças Armadas, que usará a força bruta para impor a entrega do patrimônio nacional, que é os Correios, para os grandes capitalistas. Somente a organização de comitês de luta contra o golpe dentro dos Correios, visando uma grande mobilização operária e popular contra os golpistas, será possível armar a categoria contra esse ataque contra a empresa pública e contra as condições de vida dos trabalhadores da ECT.


8 | MOVIMENTOS | JUVENTUDE

CAMPANHA DE PERSEGUIÇÃO

Colégio da UEM em nota e alunos em vídeo, defendem professor contra uma mãe bolsonarista E

videnciando o avanço da extrema-direita contra o povo, a campanha feita por grupos como Movimento Brasil Livre (MBL), junto à vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro (PSL) no último pleito, uma mãe de um estudante do Colégio de Aplicação Pedagógica da UEM, em Maringá, estimulou a censura do professor pelas redes sociais. A situação foi a seguinte: seu filho tirou uma foto do “quadro-negro” na aula de filosofia, onde o mesmo colocou a data de 1964 no ano que seria de 2018, em menção à vitória fraudulenta de Bolsonaro, que tem os militares por trás dele e no comando do país à dois anos. Para os seguidores de Bolsonaro, a data de 1964, quando se iniciou a sanguinária Ditadura Militar contra o povo brasileiro, orquestrada pelos EUA, pelo Exército brasileiro, empresários, políticos e tantos outros setores, não passou de um “movimento”, de uma luta contra o “perigo vermelho”, contra os comunistas que queriam “comer criancinhas”. É esse o mundo da fantasia que a extrema-direita quer colocar nos livros de história, como bem disse um dos figurões do Alto Comando, que também está com Bolsonaro, à poucos dias. Essa extrema-direita vem avançando contra os trabalhadores, alegando abertamente que vão caçar para extinguir os opositores como em 1964, defendendo a tortura dos que lutam contra o golpe e a destruição do país. Invadem sindicatos, espancam pessoas nas ruas, matam companheiros de luta no campo e na cidade, e depois, vem com essa falácia de que lutam contra a “doutrinação comunista”. O que a esquerda faz é escancarar ao povo a verdade dos regimes golpistas, direitistas, inimigos do povo trabalhador, que destroem direitos trabalhistas, aposentadoria, escravizando o povo enquanto entregam toda a economia aos capitalistas estrangeiros. Foi assim em 1964 e está sendo assim desde 2016. Veja ao lado o post que segue as orientações da campanha de perseguição do MBL:

Em resposta a mais essa ação de grupos fascistas, a comunidade do Colégio de Aplicação Pedagógica da UEM, se pronunciou quanto à manifestação de intolerância e desrespeito à atividade docente, bem como, os alunos fizeram uma homenagem ao professor. Segue a nota oficial: Maringá, 01 de novembro de 2018. Carta aberta à comunidade CAP-UEM. “Se quisermos dar uma contribuição para o bem da humanidade, teremos que trilhar, decididos, o caminho da Paz.” ( Mahatma Gandhi) No dia 30/10/2018 nos surpreendemos com a postagem em Facebook de uma situação envolvendo o CAP-UEM. Na postagem, uma mãe de aluno do CAP-UEM faz críticas de maneira ofensiva sobre a conduta de um de nossos professores da disciplina de Filosofia. Na queixa pública, a mãe posta uma foto do quadro de giz, (tirada pelo seu filho em uma sala de aula do colégio), onde o professor havia registrado a data, substituindo o ano de 2018 pelo ano de 1964. A estratégia pedagógica foi empregada um dia após o resultado da eleição presidencial que conduziu, legitimado pelo voto, um militar da reserva à Presidência da República. O ano de 1964, para que se compreenda a analogia, inaugurou no passado, um período marcado pela sucessão de militares na presidência da república, e a história revela os caminhos tomados. O ano de 2018 revive, dessa vez pelo exercício do voto, essa experiência. Não há nenhuma inverdade nessa informação e não há motivos para que

esse assunto não seja abordado em sala de aula, inclusive por estar contemplado nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. O fato e as inúmeras possibilidades de leitura desse fato correspondem a conteúdo escolar. Cabe esclarecer a essa comunidade, que o professor envolvido na polêmica é um excelente profissional e que nos honra com seu trabalho no CAP-UEM desde 2013. Sua conduta sempre foi muito ética, responsável e denotou extremo comprometimento com a docência. Destacamos ainda que a estratégia empregada pelo professor para suscitar a atenção de seus alunos adolescentes é bastante coerente e louvável. É desejável que diante de um público adolescente, o professor envolva os alunos com situações da atualidade, de tal modo que esses sejam estimulados a desvendar e compreender os diferentes fenômenos da realidade, dentre eles a realidade social. Entendemos ser fundamental, para o bem de todos e da nação, independentemente das preferências ideológico partidárias, que ao término de um processo eleitoral, se acate democraticamente a decisão das urnas e que cada brasileiro contribua com seu trabalho e com suas ações, com o fortalecimento do equilíbrio e da harmonia social. Essa harmonia pressupõe inclusive, o respeito à divergência de opiniões e a defesa do direito à exposição dessas ideias, como prevê nossa carta constitucional. Lastimamos que, findado esse processo se perpetuem os ataques em redes sociais justificados pela defesa de posições ideológicas extremadas que impedem o Brasil de seguir adiante. O professor envolvido na polêmica estava

cumprindo seu papel social de ensinar, suscitar a reflexão e o debate. É necessário lembrar que ao fotografar o quadro de giz, com a câmera do celular, o aluno descumpriu a lei nº 9233, publicada no Diário Oficial pela Casa Civil do Estado do Paraná em 25 de junho de 2014 que proíbe o uso do celular em sala de aula para fins não pedagógicos. Para além do descumprimento da lei, ao agir assim, o aluno assume uma postura desrespeitosa em relação ao professor, que não se apresenta em sala de aula como opositor, mas como um formador de seres humanos, possibilitando a eles o desenvolvimento da análise e reflexão. Acreditamos que o professor é uma figura de autoridade em relação ao conhecimento e que é desse modo que as famílias deveriam ensinar seus filhos a reconhecê-lo. O sucesso na educação de nossas crianças, adolescentes e jovens pressupõe união entre escola e família. Diante do exposto, conclamamos essa comunidade que nos confiou a educação escolar de nossos alunos, a defender conosco o direito ao livre exercício do magistério, como previsto na Constituição Federal de 1988 e na LDB de 1996. De nossa parte continuaremos honrando nosso compromisso de transmitir aos nossos alunos conhecimentos pautados na ciência e na verdade. Caso algum pai, aluno ou familiar necessite de maiores esclarecimentos solicitamos que procurem a direção do colégio e estaremos, como sempre estivemos, abertos ao diálogo, às críticas e às sugestões. Equipe Diretiva, Equipe Pedagógica, Professores e Funcionários do Colégio de Aplicação Pedagógica da UEM


MOVIMENTOS | JUVENTUDE | 9

UFPE

Pinguim da Privataria diz que não é fascista, mas quer proibir que a esquerda denuncie o fascismo

N

o ano passado, o astrólogo Olavo de Carvalho aconselhou seus discípulos a responder, se chamados de fascistas, que “fascista é a mãe”, entre outras expressões de maior baixeza. O suposto “professor” de Filosofia Rodrigo Jungmann, mais conhecido como Pinguim da Privataria e vinculado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é uma das muitas crias do “patriota” radicado nos Estados Unidos. O Pinguim da Privataria atua diariamente com o objetivo de desmobilizar o movimento estudantil e as organizações populares por meio da força. Apesar de tudo, o Pinguim rejeita o adjetivo de fascista, que lhe é frequentemente atribuído. Queira o Pinguim ou não, sua prática é um esforço de caráter nitidamente fascista para impor o retrocesso aos explorados, e será o papel deste artigo expor isso. O Pinguim da Privataria começou a se mostrar um fantoche do imperialismo em 2016, ao fazer a defesa do Estado de Israel. Um dos maiores exemplos da falta de escrúpulos do imperialismo, Israel foi criado com o objetivo de massacrar os palestinos e de controlar a revolta de árabes e tur-

cos contra a interferência europeia e estadunidense na região. Em 2017, o Pinguim da Privataria se envolveu em um acontecimento de grande repercussão – a batalha da UFPE. De maneira cretina, o Pinguim reservou um auditório da UFPE para exibir um filme de exaltação a Olavo de Carvalho – o guru da extrema-direita brasileira. Felizmente, os bandos fascistas convocados pelo Pinguim da Privataria foram expulsos pelos estudantes na marra. Para que fique claro o porquê de os capangas contratados pelo Pinguim da Privataria serem caracterizados como bandos fascistas, faremos aqui uma breve explicação. No dia da batalha da UFPE, estudantes mobilizados pelo Comitê de Luta Contra o Golpe da UFPE estavam realizando uma atividade contra a ditadura militar, quando foram interrompidos por homens com a camisa do então pré-candidato Jair Bolsonaro. Exibindo armas brancas e fazendo ameaças, os convidados do Pinguim da Privataria tentaram impedir que o evento tivesse continuidade. Isto é, os brucutus tentaram desmobilizar uma atividade legítima do movimento estudantil por meio da força.

Poucos dias depois da batalha da UFPE, o Pinguim da Privataria ordenou que agentes do Grupo Tático Operacional (GTO) intimidassem os estudantes durante uma plenária do Comitê de Luta Contra o Golpe da UFPE. A desculpa dada foi a de que os estudantes não poderiam se reunir sem vigilância policial, pois isso representaria um risco à integridade física do Pinguim da Privataria e de seus seguidores. Os exemplos supracitados são mais do que suficientes para demonstrar as semelhantes entre a prática do Pinguim da Privataria e o fascismo. No entanto, mesmo tendo evitado fazer eventos públicos, com medo de ser alvo de protesto dos estudantes, o Pinguim da Privataria continua firmemente atacando a esquerda por meio de seu perfil no Facebook. Em um vídeo recente, o Pinguim da Privataria contestou o fato de que este diário, em matéria intitulada UFPE: conheça Rodrigo Jungmann, o Pinguim da Privataria, teria o vinculado a práticas fascistas. Contudo, em outro vídeo publicado em seu perfil no Facebook, o Pinguim da Privataria alegou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) agiu corretamente ao impedir que grupos de esquerda denunciasse nas

universidades o caráter fascista das investidas da direita contra os trabalhadores. Se o Pinguim da Privataria é um grande democrata, um “filósofo” que rejeita o fascismo, por que tem tanto medo que a esquerda denuncie o fascismo? Pior ainda: por que pede que a Polícia impeça, por meio da força, que os estudantes se mobilizem contra o fascismo? Não importa se o Pinguim da Privataria se define como conservador, direitista, liberal, cristão ou seja lá o quê. O que importa, analisada a luta de classes, é que o suposto “professor” se orienta politicamente da seguinte maneira: contra o direito de organização, de manifestação ou de greve dos explorados, é necessário o combate da forma mais violenta possível. E é justamente por essa razão que o Pinguim da Privataria não pode descolar de sua asa a atribuição de fascista: seu único interesse é impedir a democracia operária. Se o Pinguim da Privataria tiver espaço para isso, ele irá atacar todos os direitos essenciais para o desenvolvimento da luta dos estudantes e dos trabalhadores. Por isso, é preciso seguir os ensinamentos da batalha da UFPE: a extrema-direita não pode ser combatida com flores ou com livros, mas sim por meio da reação dos trabalhadores e estudantes organizados dispostos a derrotar seus algozes pelos meios que forem necessários.

ORGANIZAR COMITÊS

Contra a privatização das universidades, mobilizar desde já pelo Fora Bolsonaro

A

política do governo golpista de Jair Bolsonaro para as universidades públicas é a da privatização. O projeto, que nada mais é do que a continuação da política golpista de Temer, já foi defendido abertamente pelo próprio Bolsonaro, assim como por seu assessor neoliberal, Paulo Guedes. Em entrevista durante a

campanha eleitoral, Bolsonaro defendeu a cobrança de mensalidades nas universidades federais, o que na prática nada mais é do que a política de privatizar o ensino superior, bem como todo o ensino público nacional. No caso das universidades públicas, os cães raivosos fascistas, defensores do ensino pago e da exclusão da juven-

tude pobre e operária dos bancos escolares, já levantaram a cabeça na tentativa de intimidar o movimento estudantil em diversas universidades do país, logo após a vitória fraudulenta de Bolsonaro nas eleições. A escória fascista, o MBL, marcaram atos de apoio a Bolsonaro em algumas universidades do país, sendo devidamente expulsos pela imensa

maioria dos estudantes. É preciso ter claro que as universidades públicas não são lugares para os fascistas, defensores do ensino pago, da privatização. Contra a ofensiva golpista e fascista nas universidades públicas é necessário organizar de maneira imediata os comitês de luta contra o golpe em todas as universidades do país e impulsionar a campanha pelo Fora Bolsonaro. É preciso que os comitês organizem também a autodefesa dos estudantes para responder à altura as provocações dos grupos fascistas.


10| MOVIMENTOS | MULHERES E NEGROS

ABORTO

Projeto que descriminaliza aborto passa por primeira votação no Reino Unido C

om 208 votos a favor e 123 contra, o projeto que modifica a legislação vigente sobre o aborto no Reino Unido, apresentado no dia 23 de outubro pela parlamentar Diana Johnson, foi aprovado em primeiro turno na Câmara dos Comuns em Londres. O texto pretende despenalizar a prática do aborto tanto na Inglaterra, quanto no País de Gales e na Irlanda do Norte, mas seus opositores, como os grupos religiosos e aqueles ditos “pró-vida”, se articulam para impedir a aprovação do projeto em segundo turno, sob a alegação de que estariam

agindo em defesa da segurança das mulheres e seus bebês. Atualmente, a legislação permite a realização do procedimento desde que atendido o prazo de até 24 semanas da concepção e desde que haja a aprovação de dois médicos, o que já seria considerado bastante permissivo pelos conservadores. No entanto, é importante registrar que o aborto é um direito democrático fundamental para as mulheres, servindo de pressuposto para sua emancipação definitiva das tarefas domésticas e da dupla jornada de trabalho.

NEGROS

Até a imprensa imperialista denuncia: Bolsonaro dará “banho de sangue” contra o povo negro

Segunda-feira às 19h

N

esta sexta, dia 02 de novembro, a imprensa imperialista, The New York Times, denunciou o banho de sangue que o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, irá causar quando assumir a presidência do país. Algo que seus eleitores e militares fiéis já fazem, adotam a política de repressão dos mais desfavorecidos, como os LGBT, negros, mulheres e moradores de periferias, assim mostrando que Bolsonaro já tem seu grupo criminoso de fascistas. Na matéria do New York Times eles denunciam o banho de sangue e os planos de dar carta branca aos militares de Bolsonaro, ou seja, até a imprensa imperialista denuncia as ideias primitivas e escancaradamente fascistas do deputado e agora

presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro. A matéria denuncia, também, os assassinatos causados pela intervenção militar no Rio De Janeiro, as mais de 900 mortes causadas por militares, um aumento de 45% em relação à 2017, ou seja, uma a cada quatro pessoas morreram por mãos de militares durante a intervenção militar no Rio De Janeiro. E o jornal dá ênfase para algumas frases de Jair Bolsonaro, como a famosa frase “bandido bom é bandido morto” e a outra que diz que policiais que derem “dez ou trinta tiros em cada (suspeito)”, devem ser condecorados. Ou seja, as atitudes irracionais de Jair Messias Bolsonaro chegam a incomodar até mesmo uma imprensa explicitamente apoiadora das atrocidades do imperialismo.

Participe da 43ª Universidade de Férias do PCO, de 12 a 27 de janeiro de 2019 Procure o PCO pelos contatos a seguir e se inscreva já: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (Oi)


CULTURA | ESPORTE | 11

GOVERNO GOLPISTA

Inimigos da cultura, Bolsonaro e Guedes querem fim de investimentos culturais do Sesc

U

ma das principais vítimas, tanto do fascismo, quanto do chamado neoliberalismo, essa política destruição promovida pela burguesia imperialista em decadência, é a cultura. O futuro governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, um governo neoliberal com forte tendência fascista, que pode vir a se desenvolver, já dá mostras de sua repulsa pela área, pretende destruir o Ministério da Cultura. O economista neoliberal Paulo Guedes, responsável por toda a política econômica deste que parece ser filme de horror, futuro governo, irá retirar a cultura do sistema S, conforme reportagem no jornal golpista O Globo.

Ou seja, o Sesc, conhecido nacionalmente pela promoção e pelas atividades culturais que desenvolve em diversas cidades do país deixará de fazê-lo. Também Sebrae, Sesi e Senai deixarão de realizar qualquer atividade relacionada a cultura. Nada que não esteja estreitamente relacionado a capacitação de Trabalhadores será patrocinado. Não só o governo não terá qualquer política para o desenvolvimento cultural do país, como está destruindo as poucas instituições que a promove. Não é apenas por uma questão ideológica que os fascistas e “neoliberais” atacam a cultura, evidentemente

há também este elemento, contudo o elemento econômico se sobrepõe, o governo Bolsonaro é o governo dos golpistas, dos grandes capitalistas,

dos banqueiros internacionais, dos latifundiários etc., e este sugará todos os recursos do país para favorecer estes donos do golpe.

ESPORTES

Sob a batuta de Rogério Ceni, Fortaleza retorna à primeira divisão depois de doze anos R

ogério Ceni, um dos mais importantes e prestigiado jogador das duas últimas décadas do futebol brasileiro foi premiado neste final de semana com a subida do time que dirige, o Fortaleza, para a primeira divisão do campeonato brasileiro em 2019. O time da capital cearense derrotou o Atlético-GO pela trigésima quarta rodada da Série B pelo placar de 2 x 1, na casa do adversário e somou 64 pontos na tabela, não mais podendo ser alcançado pelo quinto colocado, o que garante ao tricolor cearense o acesso à divisão principal, faltando ainda quatro rodadas para o término da segundona. Além de ser o primeiro time a assegurar matematicamente o acesso, o Fortaleza é também o mais forte candidato à conquista do título de campeão da Série B,. O time dirigido por Rogério Ceni é o detentor da campanha mais regular, tendo obtido até o momento 19 vitórias, 7 empates e apenas 8 derrotas na difícil competição, depois de 34 rodadas. Rogério Ceni chegou ao Fortaleza em novembro de 2017, depois de ter sido demitido pela diretoria do São Paulo, time em que atuou como goleiro titular de 1997 a 2015, tendo conquistado vários títulos nacionais, regionais e também dois títulos mundiais. Além desta impressionante trajetória no clube tricolor da capital paulista, Ceni – enquanto esteve nos gramados – também se notabilizou realizando uma outra proeza, a de ostentar o invejável status de maior goleiro-artilheiro do mundo, com 132 gols, registrados entre cobranças de pênaltis e faltas, muitos deles verdadeiras obra-primas de precisão e categoria. Quando tomou a decisão de en-

cerrar a carreira em 2015, recebeu uma série de honrarias pelos inestimáveis serviços prestados ao futebol brasileiro e ao clube onde esteve por exatos 25 anos como jogador, onde chegou em 1990, para ser o quarto goleiro. Em novembro de 2016, o goleiro-artilheiro aceitou o convite da diretoria sãopaulina para ser o novo treinador. A estréia foi em janeiro de 2017, em partida válida pelo Flórida Cup, contra o River Plate, onde o São Paulo saiu vitorioso. As coisas, no entanto, não caminharam bem durante o ano no campeonato paulista e principalmente no Brasileirão 2017, onde o desempenho da equipe esteve muito abaixo da tradição do São Paulo de sempre estar entre os primeiros colocados. Depois de sete meses e vários tropeços na competição, o time tricolor passou a figurar na zona de rebaixamento (o que nunca ha-

via acontecido com o tradicional e vitorioso time paulistano), o que fez com que a diretoria desconhecesse a longa folha de serviços prestados ao clube pelo profissional Rogério Ceni e, numa decisão que surpreen-

deu o mundo do futebol, demitiu o treinador. Ceni aceitou o desafio de treinar um time de menor expressão do futebol brasileiro, aceitando o convite do Fortaleza, onde chegou em novembro de 2017. Foi vice-campeão estadual, perdendo o título para o maior rival do estado, o Ceará. Alguns pediriam sua cabeça em função da grande rivalidade existente com o alvinegro cearense, o “Vôzão”. A diretoria, no entanto, bancou a permanência do técnico e o resultado é que o Fortaleza, depois de 12 anos, volata a disputar a primeira divisão do Brasileirão. Rogério Ceni é um dos responsáveis pela grande campanha que o Fortaleza vem fazendo na Série B, onde além de já ter a assegurado a vaga para a Série A, o time figura como o franco favorito para conquistar o título de campeão da segundona. Esta coluna parabeniza o goleiro-artilheiro e treinador pela grande campanha à frente do Fortaleza e pelo profissionalismo com que sempre encarou a profissão.


12| CIDADES | MORADIA E TERRA

RIO DE JANEIRO

Golpe aumenta violência e intervenção militar é preparação para ditadura dos Generais N

a manhã desta segunda (05), moradores do bairro Anchieta, na zona norte do Rio de Janeiro, acordaram com as imagens da tentativa de assalto a um caixa eletrônico que ficava no interior de um supermercado. Esta cena de violência, cada dia mais comum na cidade do Rio de Janeiro, é o reflexo das políticas golpistas de ataque à classe trabalhadora impetradas pelo atual governo de Pezão, dominado pelos militares através da figura do interventor General Braga Netto. A intervenção militar na cidade do Rio de Janeiro, que teve início no dia 16 de fevereiro de 2018, recebeu investimentos bilionários por parte do governo federal e por parte de empresários, interessados na política de

esmagamento da classe trabalhadora, que doaram armas e munições. Após quase 8 meses de controle das forças de repressão do estado do Rio por parte dos militares, os índices do Observatório da Intervenção deixam claro que a intervenção não melhora em nada a segurança das pessoas. O órgão registrou um aumento de 36% no número de tiroteios e de 80% no de chacinas. Já o número de apreensões de armas de grosso calibre caiu 39% no período, comparado com igual período do ano passado. A intervenção militar no Rio de Janeiro se mostra como um laboratório de preparação para uma possível intervenção das forças armadas que pode se encaminhar para uma ditadura militar aberta.

SUL DE MINAS GERAIS

DESASTRE DE MARIANA

O Golpe avança contra o Movimento Três anos que golpistas tentam Sem Terra livrar mineradoras

N

N

esta sexta, dia 02 de novembro, a imprensa imperialista, The New York Times, denunciou o banho de sangue que o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, irá causar quando assumir a presidência do país. Algo que seus eleitores e militares fiéis já fazem, adotam a política de repressão dos mais desfavorecidos, como os LGBT, negros, mulheres e moradores de periferias, assim mostrando que Bolsonaro já tem seu grupo criminoso de fascistas. Na matéria do New York Times eles denunciam o banho de sangue e os planos de dar carta branca aos militares de Bolsonaro, ou seja, até a imprensa imperialista denuncia as ideias primitivas e escancaradamente fascistas do deputado e agora

presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro. A matéria denuncia, também, os assassinatos causados pela intervenção militar no Rio De Janeiro, as mais de 900 mortes causadas por militares, um aumento de 45% em relação à 2017, ou seja, uma a cada quatro pessoas morreram por mãos de militares durante a intervenção militar no Rio De Janeiro. E o jornal dá ênfase para algumas frases de Jair Bolsonaro, como a famosa frase “bandido bom é bandido morto” e a outra que diz que policiais que derem “dez ou trinta tiros em cada (suspeito)”, devem ser condecorados. Ou seja, as atitudes irracionais de Jair Messias Bolsonaro chegam a incomodar até mesmo uma imprensa explicitamente apoiadora das atrocidades do imperialismo.

este dia 5 de novembro completou três anos do maior desastre ambiental da história do país, o rompimento da barragem de Fundão que ficou conhecido como Desastre de Mariana. O desastre ambiental foi decorrente do rompimento da barragem da mineradora Samarco, subsidiária da mineradora Vale e BHP Billington. O desastre ambiental matou 19 pessoas e destruiu um dos principais rio do país,a afetando aproximadamente 600 quilômetros de rio e mais 200 cidades de Minas Gerais e Espírito Santo. Após três anos do desastre os problemas se acumulam e a maior parte das indenizações e mitigação dos efeitos dos rejeitos da mineração não foram resolvidos. A mineradora e os responsáveis pelo desastre e as mortes de 19 pessoas seguem sem nenhuma punição. Apesar de todas as provas que foram apresentadas justiça golpista já extinguiu processos bilionários em multas, indenizações e prisão de culpados. Menos da metade das indenizações foram pagas para as milhares de famílias que perderam suas casas e das pessoas que dependiam do rio e mar

para sua sobrevivência, como pescadores profissionais. A impunidade ficou clara quando em 2017, a justiça federal suspendeu a ação criminal que responsabilizava 21 diretores das mineradoras Samarco e suas proprietárias, Vale e BHP Billiton, mesmo com provas de que as empresas foram no mínimo omissas diante da possibilidade de rompimento da barragem. A alegação é que houve ilegalidade na quebra de sigilos telefônicos durante as investigações da Polícia Federal. A justiça golpista possui um critério para punir ou deixar de punir, desde que seja para livrar a burguesia e seus representantes. Neste caso é livrar da prisão executivos de grandes empresas e bilhões de reais em indenizações e multas aplicadas às mineradoras. As investigações, apesar de todas as provas, nunca foram concluídas e no momento estão paralisadas e as famílias estão abandonadas. Enquanto isso, as milhares de famílias passam por dificuldades financeiras, sem casa e sem seu meio de vida. Livrar a mineradora e os responsáveis pelas mortes e destruição de um dos principais rios do país é resultado direto do governo golpista.


INTERNACIONAL 13

CAPITALISMO FRACASSA

20% da população alemã está ameaçada pela pobreza U

ma das principais vítimas, tanto do fascismo, quanto do chamado neoliberalismo, essa política destruição promovida pela burguesia imperialista em decadência, é a cultura. O futuro governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, um governo neoliberal com forte tendência fascista, que pode vir a se desenvolver, já dá mostras de sua repulsa pela área, pretende destruir o Ministério da Cultura. O economista neoliberal Paulo Guedes, responsável por toda a política econômica deste que parece ser filme de horror, futuro governo, irá retirar a cultura do sistema S, conforme reportagem no jornal golpista O Globo. Ou seja, o Sesc, conhecido nacionalmente pela promoção e pelas atividades culturais que desenvolve em diversas cidades do país deixará de

fazê-lo. Também Sebrae, Sesi e Senai deixarão de realizar qualquer atividade relacionada a cultura. Nada que não esteja estreitamente relacionado a capacitação de Trabalhadores será patrocinado. Não só o governo não terá qualquer política para o desenvolvimento cultural do país, como está destruindo as poucas instituições que a promove. Não é apenas por uma questão ideológica que os fascistas e “neoliberais” atacam a cultura, evidentemente há também este elemento, contudo o elemento econômico se sobrepõe, o governo Bolsonaro é o governo dos golpistas, dos grandes capitalistas, dos banqueiros internacionais, dos latifundiários etc., e este sugará todos os recursos do país para favorecer estes donos do golpe.

EUA POR TRÁS DA DERRUBADA DE GOVERNOS

Há 30 anos, caso Irã-Contras era revelado N

o dia 6 de novembro de 1986, investigações feitas pelo senado dos EUA trouxeram a tona uma das mais importantes evidências relacionadas ao envolvimento do imperialismo norte-americano com a derrubada de governos que se opõe a sua cartilha neoliberal. O caso em questão ficou conhecido como Irã-Contras. As investigações revelaram que a Agência de Inteligência norte-americana, a CIA, estava envolvida em um esquema de tráfico ilegal de armas com o governo do Irã, que na época estava em guerra contra o Iraque. O dinheiro do tráfico de armas era utilizado para financiar o grupo contra-revolucionário, os Contras, o qual atuava para derrubar o governo revolucionário da Frente Sandinista na Nicaragua. A frente do esquema, além do próprio presidente norte-americano,

Ronald Reagan, estavam também o vice-presidente, George Bush, que viria a ser presidente em 1989, além de diretores da CIA e o tenente coronel Oliver North, que comandava o Con-

selho de Segurança Nacional. Mais tarde, em 1996, após uma série de investigações, o jornalista norte-americano, Gary Webb, revelou ao mundo que a CIA também atuava no

tráfico de drogas (cocaína e crack) para as comunidades pobres e negras dos EUA em meados da década de 1980. O dinheiro milionário gerado dessa operação também era destinado ao financiamento do grupo direitista na Nicaragua. Por conta de seu trabalho, Webb foi perseguido pelo governo norte-americano, foi demitido do jornal em que trabalhava e nunca mais conseguiu um emprego como jornalista nos EUA. Em 2004, ele foi encontrado morto com dois tiros na face em sua casa. A versão oficial fala em suicídio, a qual é contestada por diversas pessoas, amigos, familiares e órgãos de imprensa independentes. O trabalho investigativo de Webb pode ser consultado no seu livro A Aliança Obscura (Dark Aliance: the CIA, the Contras, and the Cocaine explosion) e também pelo filme “O Mensageiro”, que conta a história de sua investigação.


14| ATIVIDADES DO PCO

FASCISMO

Você sabia que Hitler foi financiado pelos grandes capitalistas? Descubra mais na Universidade de Férias

S

e hoje o nazismo é considerado uma monstruosidade, uma abominação, um projeto de poder implantado à custa de milhões de assassinatos e um regime de violência e medo, que procurou eliminar todos os adversários, reais ou inventados, com a conivência de parte da população alemã, temos que lembrar que nem sempre foi assim. O próprio Hitler foi visto por bastante tempo como inofensivo, às vezes afável, outras mais parecia um lunático, mas não se o retratou como um genocida. O mais intrigante para alguns estudiosos, considerando suas características pessoais, foi o como Adolf Hitler chegou a se tornar o líder de uma nação como a Alemanha. Também não é objeto costumeiro de consideração, a relação entre capitalismo e nazismo. Sem entrar na questão de psicologia de massas e do ressentimento que os alemães guardavam desde o fim da Primeira Guerra Mundial, é importante considerar o papel da burguesia para o estabelecimento e crescimento do nazismo e o fato de que os capitalistas não hesitaram em participar do governo e dar-lhe todo o suporte possível, inclusive tecnológico. Para termos uma ideia da relação quase natural entre capitalismo e nazismo, consideremos que, segundo estudos recentes, a palavra privatization (privatização) apareceu pela primeira vez em inglês nos anos 1930, como uma tradução para a palavra alemã Reprivatisierung, cunhada durante o Terceiro Reich. Hoje sabe-se que durante metade dos anos 1930, o regime nazista transferiu enorme quantidade de propriedades públicas para o setor privado, antecipando uma tendência posterior no Ocidente capitalista de reprivatizar/privatizar

empresas estatais de forma sistemática. Embora se veja o nazismo como um sistema misto: capitalista, mas com uma economia altamente planejada, o certo é que manteve seu caráter de classe e favoreceu o empresariado, em particular os industriais. Mais de uma vez, Hitler afirmou que os trabalhadores não tinham direito a emitir qualquer palavra sobre o estado, pois seria uma “perversão da ordem natural, eterna, da sobrevivência dos mais fortes”. Quanto aos industriais, ao contrário, disse que “teriam trabalhado à sua maneira para chegar ao topo, por suas próprias habilidades, o que seria prova de sua capacidade – capacidade que apenas uma raça superior pode exibir, o que lhes dá o direito de liderar”. Hitler não chegaria onde chegou sozinho, sem apoio, principalmente financeiro. Mas o poder tinha um custo, e isso está claro nos discursos do ditador nazista, e na determinação de entregar aos capitalistas o máximo possível das empresas estatais, recebendo em troca o aporte financeiro necessário para sustentar a guerra e todo apoio para conter os trabalhadores. Mas não apenas o apoio financeiro e nem apenas os capitalistas alemães foram importantes para que o nazismo se implantasse. Henry Ford, um icone do capitalismo moderno, agiu de forma direta, por meio de sua Ford Motor Company, e pode ser considerado o inventor do anti-semitismo político, quando publicou e disseminou mundo afora os falsos “protocolos dos sábios de Sião.” Esse livro de Ford tornou-se uma especie de Bíblia dos anti-semitas alemães, fundamentais para dar corpo ao partido nazista. Entre os muitos alemães influenciados pelo livro de Henry Ford esta-

va Adolf Hitler. O Führer leu este trabalho dois anos antes de escrever o seu “Mein Kampf” . Ali, Hitler registra: “toda a existência deste povo é baseada em uma contínua mentira, [como]

mostram de forma incontestável os ‘protocolos dos sábios de Sião’. ” Não por outro motivo, há uma percepção de que o Fordismo teria uma conexão estrutural com o fascismo. Se compreendermos o fordismo como um dispositivo de controle capitalista sobre a força de trabalho industrial, será durante o Nazismo que ele se tornou preponderante na Alemanha. Há muitos motivos para acreditar que Hitler foi um fantoche da burguesia, que efetivamente era quem continuava a mandar no novo regime. Não esquecer que, logo no início do governo, os nazistas considerados mais extremistas e que, por isso, poderiam representar algum perigo à ordem burguesa, foram assassinados. Essa relação entre fordismo e fascismo apenas reforça a certeza de que o fascismo é um recurso radical da burguesia para esmagar o movimento operário, para destruir as organizações operárias e, assim, impor uma ditadura burguesa. Para saber mais sobre essa relação entre nazismo e capitalismo, venha para a Universidade de Férias do Partido da Causa Operária, você vai se surpreender e aprender.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.