Edição Diário Causa Operária nº5459

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SEGUNDA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5459

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

WWW.PCO.ORG.BR

REAGIR À PROVOCAÇÃO DA DIREITA NO PEDRO II. ABAIXO A ESCOLA COM FASCISMO

Um pequeno grupo de elementos reacionários, defensores da censura e eliminação da liberdade de expressão de professores e alunos, anunciou que vai realizar uma manifestação contra os professores progressistas e de esquerda do tradicional Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.

EDITORIAL

“BANK OF BRAZIL”: BOLSONARO VAI ENTREGAR O BANCO DO BRASIL AOS EUA

Já desprestigiado, professor é alvo de ofensiva da direita: Organizar a reação nas escolas

Paulo Guedes anunciou, nessa quarta-feira (7), a possibilidade de fusão entre o Banco do Brasil e o Bank of America com sua efetivação como Ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.

SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 1979 • REVOLUÇÃO, GOVERNO OPERÁRIO E COMUNISMO • Nº 1030 • 10 A 16 DE NOVEMBRO DE 2018 • PREÇO: R$ 2,00 • SP: R$1,00

www.causaoperaria.org.br

Ano 39 • Distribuição nacional

FORA BOLSONARO

ABAIXO A “CAÇA ÀS BRUXAS” NAS ESCOLAS

A extrema-direita está implementando uma severa perseguição aos professores por todo o Brasil, colocando em prática o projeto fascista Escola Sem Partido para suprimir a liberdade de expressão e ensino nas salas de aula. Em poucos dias, especialmente após a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro, vários casos de perseguição já foram registrados. Em uma escola de Santo André (SP), pais de alunos pressionaram a direção para demitir uma professora que expressava sua posição política não na sala de aula, mas em sua própria

Defender a Folha para atacar Bolsonaro só pode fortalecer a extrema-direita Leia mais na página 2

rede social. A pressão foi acatada e a professora, demitida. Elementos fascistas da direita estão organizando um disque-denúncia, ao estilo da Alemanha nazista e da ditadura militar, para perseguir os professores. Trata-se de uma ação tipicamente fascista para reprimir o direito de expressar livremente sua opinião e mesmo de ensinar. Diante disso, o Partido da Causa Operária está colocando em prática uma rede de solidariedade aos professores, que deve se expandir pelas escolas de todo o País através dos sindica-

Frente “ampla” com setores da burguesia apenas fortalece Bolsonaro Leia mais na página 2

Não deixar a direita avançar nas escolas

Defender a liberdade de expressão dos professores na sala de aula

Página 3

Paulo Guedes, ministro da Os comitês de luta contra o golpe são a peça-chave Economia de Bolsonaro da mobilização contra a

Investigado por roubar extrema-direita aposentadoria Página 3

Contra a privatização das universidades, mobilizar desde já pelo Fora Bolsonaro A política do governo golpista de Jair Bolsonaro para as universidades públicas é a da privatização.Leia mais na Página 6

Em protesto contra o assassinato de mestre Moa Time do Bahia homenageia personagens do Movimento Negro Página 6

tos de professores. Em cada sindicato, é preciso criar uma central de denúncias para que os professores informem o coletivo sobre a perseguição que estão sofrendo. Assim, quando houver uma denúncia, imediatamente os comitês criados por toda a parte devem comparecer à escola do professor que denunciou para repudiar publicamente a perseguição e destruir a provocação fascista na prática. Disponibilizamos um número de telefone para a denúncia dos professores perseguidos pelos fascistas:(11) 972446304

Fraude eleitoral colocou Bolsonaro no poder: não tem direito de assumir e nem de governar Leia mais na página 2

10º Congresso do PCO As tarefas da nova etapa política Página 3

As eleições impuseram ao povo brasileiro um governo ilegítimo. A continuação do golpe de 2016 será encabeçada por um representante da extrema-direita, o fascista Bolsonaro. Juntamente com ele, militares, latifundiários e representantes da reação em

todos os campos da vida política e social assumirão as rédeas do Estado. É diante deste cenário que nosso Partido e as massas se vêem. Que fazer? Esta é a pergunta a ser respondida pelo 10º Congresso Nacional do Partido da Causa Operária.

Leia o Jornal Causa Operária Ediçao 1030 Leia: Abaixo a “caça às bruxas nas escolas”

Leia mais na Página 4

Fica Battisti!: Bolsonaro segue as ordens do imperialismo italiano por extradição Página 5 Na segunda-feira (05/11), Jair Bolsonaro se reuniu com o embaixador italiano no Brasil, Antonio Bernardini, para discutir sobre a situação do militante italiano, Cesare Battisti, que está exilado no Brasil desde 2004. Na Itália, Battisti foi condenado à prisão perpétua por lutar contra o imperialismo italiano. O Governo italiano está pressionando pela extradição do comunista.

Argentina: Em meio ao caos, Macri quer aumentar repressão contra protestos populares Abaixo a perseguição O presidente direitista da Argentina, Maurício Macri, irá enviar ao Senado uma proposta de reforma do Código Penal para aumentar as penas para manifestantes que

bloquearem vias durante protestos populares, que serão consideradas “atentados à segurança pública”.

“Caça às bruxas” nas escolas é política importada dos EUA

Leia mais na página 8

Leia mais na Página 4

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Leia também: 10º Congresso do PCO As tarefas da nova etapa política

O Brasil ficou em último lugar em ranking internacional sobre valorização do professor.

Frente com golpistas não. Unidade para lutar e sair às ruas contra Bolsonaro e pela liberdade de Lula Por Antônio Carlos Silva Passadas as eleições mais fraudulentas das últimas décadas, cuja fraude fica ainda mais evidente diante da nomeação do juiz fascista Sérgio Moro, responsável pela condenação sem provas e prisão ilegal do ex-presidente Lula

Crise imperialista: França e Inglaterra querem aliança militar sem os Estados Unidos


2 |OPINIÃO EDITORIAL

COLUNA

“Bank of Brazil”: Bolsonaro vai entregar o Banco do Brasil aos EUA Paulo Guedes anunciou, nessa quarta-feira (7), a possibilidade de fusão entre o Banco do Brasil e o Bank of America com sua efetivação como Ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. Essa é uma medida de entrega de um aparato central da manutenção da soberania nacional, ou seja, uma político pró-imperialista . É preciso lutar contra a medida anunciada e seus desdobramentos lutando contra o golpe e contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. “O Brasil tem 1 problema crônico de falta de crédito. Guedes acredita que uma das razões principais seria o fato de os bancos públicos ficarem com uma imensa carteira e responsáveis por fornecer dinheiro mais barato para alguns setores da economia. Com a abertura do mercado e mais competição –como numa possível fusão do Banco do Brasil com o Banco of America– essa idiossincrasia do mercado bancário brasileiro começaria a ser matizada” disse, cinicamente, o aspirante a Ministro da Economia de Jair Bolsonaro. Com a fusão, a tendência real é sistemática incorporação dos setores do Banco do Brasil (BB) pelo Bank of America (BAC). Primeiramente porque a “livre concorrência” não existe hoje, morta com a crise de 1929. Desde então, a tendencia do capitalismo é a formação dos gigantescos monopólios internacionais controlados por algumas poucas famílias. Como a “livre concorrência” depende de uma grande diversidade de empresas do mesmo setor com tamanho e poder semelhantes, é possível afirma-la como algo em quase total extinção. No caso dos bancos, principalmente, a estrutura de monopólios impera completamente. Nesse sentido, para se ter magnitude do absurdo da afirmação de Paulo Guedes, o BAC é o 9° maior banco mundial com 2281,23 bilhões

de dólares em ativos. Já o BB é o 71° maior banco do mundo, com apenas 413,147 bilhões de dólares em ativos. Também é do EUA o 6° maior banco mundial, o JPMorgan Chase & Co. (JPM), com 2533,60 bilhões de dólares em ativos. Dessa forma, o BB não teria chance alguma no mercado norte-americano. No Brasil, pelo contrário, o BAC absorveria completamente o mercado com facilidade, sufocando o BB até ele ser totalmente destruído. Essa é a resolução dada por Guedes para a “falta de crédito” no Brasil – entregar os recursos do povo brasileiro para passarem a render juros para os grandes especuladores internacionais. Os juros do BAC, diferentemente dos de um banco estatal, servem apenas aos interesses de seus especuladores. Com a privatização do BB decorrente dessa política de ataque frontal, portanto, a função histórica do banco brasileiro criado no século XIX por D. João VI, a função de “impulsionar a economia nacional” seria esmagada. Sem um banco nacional para investir em seus próprios projetos de Nação, a soberania brasileira praticamente deixaria de existir, significando uma recolonização do país. Com o sério repúdio dos brasileiros contra a medida, Guedes recuou e disse que a “fusão do BB é coisa para o futuro e foi mal-interpretada”. Contudo, o plano B já está se encaminhando. Segundo o jornal “Poder 360”, “o primeiro item a ser colocado à disposição da iniciativa privada deve ser a área de ‘asset management’”. Traduzindo o jargão em inglês, o primeiro alvo da privatização é exatamente o setor responsável pela gestão dos ativos, do capital do Banco. Ou seja, de qualquer forma, o centro vital do BB está seriamente ameaçado pelo governo golpista, mostrando sua convicção em entregar completamente o país ao imperialismo.

radiocausaoperaria.com.br

Já desprestigiado, professor é alvo de ofensiva da direita: Organizar a reação nas escolas Por Antônio Carlos Silva

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Brasil ficou em último lugar em ranking internacional sobre valorização do professor. Em pesquisa encomendada pela Fundação Varkey, organização voltada para a educação baseada em Dubai, verificou-se que nosso País tem o mais baixo Índice Global de Status de Professores (GTSI), o qual foi calculado por meio do cruzamento dos resultados existentes do Pisa com respostas sobre professores obtidas por um instituto econômico baseado na Universidade de Sussex, que analisou mil adultos em cada um dos 35 países pesquisados, além de 5.500 professores espalhados desses países. O estudo abordou aspectos como salário, respeito por parte dos estudantes, prestígio na sociedade e a opinião da população sobre o sistema educacional. O Brasil teve nota 1 (de 100 possíveis!!). Israel, o penúltimo colocado, ficou com 6.65. De acordo com estudo, o respeito pelos professores é muito baixo no Brasil e apenas 9% dos entrevistados acreditam que os alunos o fazem. Os países que obtiveram melhores colocações foram os asiáticos. China, Malásia, Taiwan, Indonésia, Coreia do Sul e Índia ficaram à frente “de todos os países europeus e de todas as nações ocidentais”, evidenciando-se um retrocesso da Educação nos países capitalistas, como resultado do agravamento da crise histórica do capitalismo. Nossa situação é o resultado de uma política sistemática de ataque ao ensino público por parte dos governos golpistas defensores do ensino privado e vem se agravando desde o golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma, em 2016. E o governo ilegítimo de Bolsonaro e seus seguidores querem que fique ainda pior. Uma minoria de reacionários está atacando, perseguindo e agredindo professores em todo o País. São os defensores do projeto “Escola Sem Partido” que quer impor a censura nas escolas, calar a voz de professores e estudantes, para que estes não lutem contra o corte de verbas na Educação, contra a famigerada “reforma” do ensino médio, que quer cortar disciplinas, demitir professores e impor o ensino à distância, para aumentar o número de milhões de jovens fora da escola. São os defensores da redução da maioridade penal e do massacre de jovens e negros pelas forças de repressão; são os apoiadores da ditadura que querem impor contra o povo brasileiro. Querem fechar escolas e abrir mais presídios. Contra essa ofensiva, nós do PCO e da Corrente Educadores em Luta, estamos lançando uma ampla campanha em todo o País, contra essa verdadeira operação de “caça às bruxas” como os setores reacionários já fizeram em vários momentos da A imagem pode conter: textohistória. O objetivo da direita é de calar todo mundo. Começaram pelos professores, pelas escolas e universidades onde a circulação de ideias e o princípio da liberdade de expressão são fundamentais.

Atacam, principalmente nas escolas e universidades públicas. Sabe-se bem que a escola capitalista – que visa o lucro – tem como doutrina, por questões óbvias, a ideologia de direita e capitalista. Algo de certa forma normal, já que a maneira como é formulada toda a educação é assim. Querem interferir também nos assuntos que são abordados no livros escolares, como são feitas as provas e assim por diante. Querem impedir que se discuta nas escolas, a exploração da classe operária, a opressão da mulher, do negro e da juventude; que a Educação sirva também para a necessária luta de classes, contra a ditadura e a opressão capitalista. Eles temem pois sabem que muitos professores são de esquerda ou têm um pensamento progressista. Isso por conta da própria condição social do nosso trabalho, que nos coloca diretamente em contato com a classe operária e seus filhos nas escolas públicas; e nas privadas, onde promovemos um debate que também não favorece a burguesia. É por isso que querem nos censurar. Nos manter sob as rédeas da direita, colocados dentro dos limites criados pela burguesia e os generais, no regime golpista que estamos vivendo. Estão estimulando uma campanha de assédio, vigilância, agressões e censura, que visa criar um clima de paranoia e uma atmosfera de medo. Ao estilo do nazinsmo e da ditadura militar. Esperam com isso, intimidar toda a sociedade. Manter todo mundo calado para que não haja denúncias das brutalidades cometidas pelo regime golpista. Eles são minoria. Nós professores, somos mais de 2 milhões e contamos com respeito e admiração da imensa maioria dos pais e alunos que sabem que trabalhamos com salários miseráveis, enfrentando a política de destruição do ensino dos governos golpistas e inimigos da Educação. É justamente por isso que precisamos enfrentá-los e derrotá-los Um grupo bem organizado de professores e estudantes pode derrotar facilmente essa minoria de direitistas que se encontram nas escolas. Por isso, chamamos a todos os professores, seus sindicatos, os estudantes e suas organizações, os pais, seus sindicatos e associações a organizar em um grande comitê de solidariedade para lutar contra esses ataques e ameaças. É preciso criar uma grande rede de apoio, de denúncias e de enfrentamento com a direita, como um passo decisivo na história política dos professores, o que vai influir de forma muito positiva na educação de nossos filhos e alunos e de todos os que participarem dessa luta que é parte importante da luta contra o regime golpista, de interesse da imensa maioria da sociedade, daqueles que produzem a riqueza, defendem e necessitam do ensino público e gratuito em todos os níveis, livres do controle da direita reacionária.


OPINIÃO| 3 COLUNA

Frente com golpistas não. Unidade para lutar e sair às ruas contra Bolsonaro e pela liberdade de Lula Por Antônio Carlos Silva

P

assadas as eleições mais fraudulentas das últimas décadas, cuja fraude fica ainda mais evidente diante da nomeação do juiz fascista Sérgio Moro, responsável pela condenação sem provas e prisão ilegal do ex-presidente Lula, para o “super-ministério” da Justiça, a maioria da esquerda adota uma posição de verdadeiro conformismo e aponta para o mesmo caminho que levou às derrotas do último período. A maioria dos balanços da esquerda burguesa e pequeno burguesa aponta para a mesma direção que a imprensa golpista: a direita teria conquistado ao paio da maioria do eleitorado e o PT teria sido derrotado pelos seus erros, por um suposto “antipetismo” que teria tomado conta da população. Nada poderia ser mais falso. Os grandes derrotados das eleições foram os partidos da direita burguesa, os partidos tradicionais da burguesia, diretamente identificados com o golpe de estado como o PSDB, o MDB, DEM etc. que, pela primeira vez em mais de duas décadas não conseguiram sequer classificar um candidato de um dos seus partidos para o segundo turno das eleições e tiveram que apoiar um candidato representante dos setores mais débeis da burguesia que – em alguma medida – fosse ele mesmo uma falsa expressão da rejeição dos partidos e candidatos do regime golpista, aos quais ele sempre esteve aliado. Isso, para evitarem a vitória da esquerda. Mas este apoio, nem de longe seria suficiente, se as eleições não fossem realizadas sobre a base da gigantesca fraude que foi condenar, sem provas, prender de forma arbitrária e cassar a candidatura, sem qualquer fundamento legal, da maior liderança popular do País e único candidato com chances reais de derrotar a frente golpista, e que liderava com larga margem de intenção de votos todas as pesquisas eleitorais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo nessas condições excepcionais, a direita não conseguiu – ao contrario do que se diz – o apoio da maioria. Mais de 60% dos eleitores de todo o País, não apoiaram a eleição da chapa golpista, de Bolsonaro-Mourão, e votaram no candidato substituto do PT, se abstiveram de votar ou votaram nulo ou em branco. Isso tomando-se como base os dados manipulados e controlados pela arbitrária justiça eleitoral, em cujas urnas eletrônicas se produziram “milagres” imagináveis (como os milhões de votos dados a candidatos direitistas semi-desconhecidos e a derrota surpresa de candidatos de esquerda, verdadeiramente populares, que lideravam todas as pesquisas até poucas horas antes das eleições). Não faz, portanto, o menor sentido as alegações de que o povo evoluiu à

direita. Pior ainda, considerar o governo eleito como legítimo e que, para se opor à ele seria necessário esperar por sua posse e primeiras medidas contra a população; quando ele foi parido pelo golpe de estado, em eleições fraudulentas e já é amplamente repudiado pela maioria da população e tende a se tornar ainda mais rejeitado diante das suas iniciativas, como já acontece com a nomeação do ministério e debates sobre suas primeiras medidas, que em nada correspondem aos interesses populares diante do agravamento da crise. Com um diagnóstico que não tem correspondência com a realidade, a “receita” da esquerda não poderia ser mais inadequada. Na quase totalidade, não há qualquer revisão em relação ao caminho de capitulação derrotas e desmoralização adotado no último período em que, mesmo diante do golpe de estado e enorme ofensiva da direita contra os explorados, a esquerda foi dominada pela política de buscar uma saída por dentro das instituições do regime golpista; encontrar uma possível e imaginária aliança com setores que participaram do golpe para superá-lo. Tal política não produziu qualquer resultado positivo do ponto de vista dos explorados e da sua luta contra o golpe. Pelo contrário, deu lugar a uma sequência de derrotas e retrocessos e permitiu o avanço do golpe apesar de toda a tendência de luta e rejeição ao regime golpista expressa pelos trabalhadores e pela juventude e suas organizações de luta. Se deu, dessa foram, por exemplo, quando se buscou difundir a idéia de que se poderia impedir o impeachment da presidenta Dilma, através de de acordos com o PMDB (ao ponto de nomearem Michel Temer como articulador político do governo); ou quando se procurou fazer crer que era possível barrar a ofensiva para condenar Lula, por meio da ação especializada de advogados nas diversas instâncias do judiciário golpista. Da mesma forma, fracassaram os lobbies junto aos parlamentares para que não aprovassem as “reformas” contra o povo, como o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, destruição dos direitos trabalhistas e na fracassada campanha a favor da antecipação das eleições (“diretas já”) que teria que ser aprovada pelo congresso golpista. Para os defensores dessa política, a mobilização popular tinha (e tem) apenas caráter acessório, servindo como um “apoio” à ação principal que se daria por dentro das instituições do regime cada vez mais antidemocrático e tutelado pelos militares. No caso das eleições deste ano, a política de abandonar a candidatura Lula, vinha sendo preconizada há muito tempo por sua ala mais direitista e por seus aliados tradicionais (como o PCdoB) que defendiam o chamado “plano b”, ou seja, a substituição de Lula por outra candidatura da esquer-

da que fosse aceitável pelo regime político. Para esses setores tratava-se de aproveitar a rejeição do regime golpista à candidatura de Lula, que ameaçava colocar seus planos a perder, para “virar a página do golpe”, o que significava reestabelecer as relações com amplos setores capitalistas, estremecidas desde o golpe de estado, e lançar outro candidato que se submetesse ao esquema fraudulento estabelecido pelo regime. Com esta perspectiva conciliadora, o PT embarcou na frente burguesa do “#elenão” que visava simplesmente evitar a polarização política que se mantinha e tirar das eleições, qualquer perspectiva de luta contra o golpe, transformando-a numa disputa contra o suposto “mal maior”, Bolsonaro e ainda conquistar o apoio popular para um candidato “puro-sangue” da burguesia capaz de enfrentar e derrotar Bolsonaro e o PT (já combalido pela retirada da candidatura de Lula). Tudo isso com apoio da imprensa golpista (Rede Globo, Folha, Estadão etc.) e dos partidos e candidatos do grande capital. Mas ao contrário do que advogam os “esquerdistas” defensores da conciliação, os golpistas queriam apenas o apoio do PT e de seus aliados à sua política reacionária e, diante do fracasso dessa operação, todos os partidos da burguesia se unificaram – de fato – em torno do candidato dos setores mais débeis e direitistas da burguesia, Jair Bolsonaro, já na reta final do primeiro turno, garantindo a consumação da fraude eleitoral da vitória da direita contra a vontade da maioria da população. De nada valeu a tentativa da campanha do PT de aproximação com elementos da direita golpista como FHC, Alckmin, Joaquim Barbosa e dos candidatos-abutres, como Ciro Gomes, que buscaram apenas tirar proveito do debilitamento do PT diante da prisão e cassação de Lula. A campanha do PT evoluiu à direita, mas a direita não evoluiu em direção ao PT. A votação do PT, se limitou ao voto dos setores que apoiam o partido; pre-

ferido por 29% do eleitorado, segundo as pesquisas divulgadas pela própria imprensa capitalista, ou seja, por cerca de 45 milhões de eleitores. As falsas alianças, com elementos secundários desses partidos (já que seus chefes, se mantinham na posição de apoio ao golpe e a Bolsonoro, onde estavam desde o final da campanha no primeiro turno) não produziu nenhum resultado eleitoral, apenas serviu de pretexto à capitulação ainda mais profunda, com a campanha apresentar o candidato petista como um autêntico político burguês que pede votos por suas supostas capacidades individuais, que elogiava golpistas como Moro e no dia seguinte ao segundo turno desejou sucesso ao candidato “fascista” no seu governo. Mesmo tendo ficado evidente, o fracasso total e absoluto, do ponto de vista dos interesses dos explorados, da política de “frente ampla”, da “frente democrática” que busca reunir as organizações de luta dos trabalhadores e da juventude, da esquerda, com seus algozes, os golpistas, defensores dos da ofensiva do grande capital contra o povo brasileiro e a economia nacional, e da violação dos direitos democráticos de todo o povo, um amplo setores da esquerda quer seguir nesta rota de fracasso. É preciso se opor à essa perspectiva. A tarefa dos setores classistas e revolucionários, dos que lutaram e querem seguir na luta contra o golpe, é impulsionar uma verdadeira frente de luta dos explorados e de suas organizações contra todas as alas da burguesia golpista, tendo como centro a luta pela derrota do governo ilegítimo, resultado do golpe e da fraude: fora Bolsonaro e todos os golpistas! Essa frente deve ter um programa que se oponha, pelo vértice, à política de conciliação e entendimento com os golpistas; começando pela defesa da liberdade imediata de Lula e de todos os presos políticos, para reforçar a mobilização e a unidade da esquerda na luta contra os golpistas e seus regime político.


4| COMBATER A PERSEGUIÇÃO FASCISTA NAS ESCOLAS

LULA ESTÁ CERTO

Reagir à provocação da direita no Pedro II. Abaixo a Escola com fascismo U

m pequeno grupo de elementos reacionários, defensores da censura e eliminação da liberdade de expressão de professores e alunos, anunciou que vai realizar uma manifestação contra os professores progressistas e de esquerda do tradicional Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro. O Pedro II é um Colégio que tem tradição na luta contra a destruição do ensino público e por melhoria na Educação; por issomesmo é alvo da revolta de setores reacionários, defensores do ensino pago e de tudo o quanto é mais reacionário no País. Os professores estão na mira da direita por conta da enorme capacidade da categoria, e dos estudantes, de mobilizarem contra a ofensiva da direita que visa atacar não apenas o ensino público, mas tudo o que diga respeito aos interesses dos trabalhadores, como as aposentadorias, os direitos democráticos do povo. Tudo isso à serviço dos interesses dos grandes capitalistas estrangeiros e “nacionais” que patrocinaram o golpe de estado. A minoria direitista defensora da Escola com fascismo convocou atos como

esse nas universidades, como a UNB e a USP e foi colocada para correr pela mobilização unitária de professores, estudantes e funcionários. O objetivo da direita é de calar todo mundo. Começaram pelos professores, pelas escolas e universidades onde a circulação de ideias e o princípio da liberdade de expressão são fundamentais. Atacam, principalmente nas escolas e universidades públicas. Sabe-se bem

que a escola capitalista – que visa o lucro – tem como doutrina, por questões óbvias, a ideologia de direita e capitalista. Algo de certa forma normal, já que a maneira como é formulada toda a educação é assim. Querem interferir também nos assuntos que são abordados no livros escolares, como são feitas as provas e assim por diante. Querem impedir que se discuta nas escolas, a exploração da

classe operária, a opressão da mulher, do negro e da juventude; que a Educação sirva também para a necessária luta de classes, contra a ditadura e a opressão capitalista. A única maneira de reagir à essas iniciativas reacionárias – que não são apoiadas pela maioria – no Pedro II e em todas as Escolas é através da mobilização da Comunidade Escolar, junto com as organizações de luta dos educadores e dos estudantes, e de toda a Comunidade. Este assunto deve ser debatido em todas as escolas, convocando-se os pais e todos os trabalhadores a defenderem os professores dessa operação de caça às bruxas e a reagirem contra a ofensiva que visa destruir o ensino público. A Corrente Educadores em Luta e a AJR – Aliança da Juventude Revolucionária (Juventude do PCO) chama aos trabalhadores a juventude a não permitir qualquer ataque contra os professores. Colocar para correr os que querem impor a ditadura nas Escolas, a censura e o ataque contra o ensino público. Unir professores, funcionários e estudantes, contra os defensores da Escola com fascismo, os inimigos dos professores e do ensino público. Abaixo a ditadura e a censura, liberdade de expressão no Pedro II e em todas as Escolas e Universidades.

ESCOLA SEM PARTIDO

Promotores e procuradores fascistas lançam manifesto para atacar professores; é preciso reagir já F oi lançado nesta sexta-feira (09) um manifesto de mais de 100 procuradores e promotores de Justiça ligados ao movimento “Escola sem Partido” contra os professores do país. Tais promotores e procuradores que, também, acabaram de ser agraciados com um aumento federal em mais de 20% sobre seus salários, já recheados pelos mais diversos artifícios como auxílio paletó, auxílio gasolina, auxílio alimentação, auxílio pensão, entre dezenas de outros. Todos estes golpistas que agora comemoram suas recheadas contas bancárias, agora querem colocar na cadeia professores do país que lutam contra os mais diversos ataques à educação pública causados pelos governos da direita que agora beneficiam esta casta da Justiça burguesa e que colocaram a educação pública brasileira no último lugar entre todos os países chamados “em desenvolvimento”. No documento golpista anunciam: ”E a sociedade é lesada quando recebe, em troca dos impostos que paga, uma educação conhecida mundialmente por sua péssima qualidade; quando é obrigada a suportar o fardo de uma força de trabalho despreparada; quando sofre as consequências de greves abusivas, seletivamente organizadas e deflagradas para prejudicar adversários políticos dos sindicatos de professores; quando custeia

o projeto de poder dos partidos que aparelharam o sistema de ensino.” Neste parágrafo, estes golpistas inescrupulosos não tem a mínima vergonha na cara ao dizer que os professores não devem denunciar e lutar contra todos àqueles políticos e governantes que os condenaram às piores condições de vida entre os mais variados profissionais que detém nível superior. Os promotores e procuradores defendem os governantes que sucatearam a educação pública do país, que todos os dias levam ao adoecimento de milhares de professores pelo país, vítimas das péssimas condições de trabalho, com salários rebaixadíssimos e abusiva e enorme carga de trabalho. No manifesto, atacam os professores em todos os pontos, em um deles se utilizam de argumento infantil, no qual afirmam que a educação crítica dentro das escolas deve ser combatida e apenas professores obedientes à direita e à burguesia deveriam existir. Procurando explicar o porquê seria difícil quebrar os professores, reivindicam que deveria existir um comando centralizado, de natureza político-administrativa, cujas diretrizes sejam seguidas por obedientes professores. Propõe em pleno século XXI uma SS nazista que amordace os professores transformando-os em meros reprodutores das teorias acríticas da direita acéfala.

E complementam: “Se existisse tal comando, bastaria substituí-lo, e o problema estaria resolvido. Mas não é assim que funciona. Governo e burocracia do ensino podem até ajudar e ajudam, de fato, estimulando, facilitando ou sendo coniventes com a doutrinação, mas o agente do processo é o professor militante ideológico. Não existe doutrinação sem o militante ideológico camuflado de professor.”

Tal documento comprova que se iniciou uma enorme “caça as bruxas” contra os professores. É necessária a organização imediata da luta dos professores em resposta ao reacionário ataque da direita. A Corrente Educadores em Luta e o Partido da Causa Operária chamam os professores e suas organizações de luta, os sindicatos a imediatamente mobilizarem suas bases contra esta perseguição à educação e a seus profissionais

AGRESSÕES NAS ESCOLAS

Com a vitória da extrema-direita aumenta violência contra professores

A

pós a vitória de Jair Bolsonaro, aumentaram as agressões nas escolas de Porto Alegre-RS. Em duas semanas já foram registradas quatro agressões por motivos banais. A quarta agressão foi feita por uma mãe que teve sua filha barrada em uma atividade fora da escola. Ela foi lá tirar satisfações com a professora e acabou agredindo a mesma. A campanha da extrema-direita contra os professores tem fomentado diversos tipos de reações da comunidade escolar em relação ao docente. A incitação ao ódio acaba

gerando diversas agressões por motivo torpe. Os relatos de agressões em diversas escolas de Porto Alegre têm se multiplicado depois da perseguição que vem sendo fomentada pela extrema-direita com a vitória fraudulenta de Bolsonaro. A direita criou um clima de terror e rivalidade, onde o professor é o principal culpado. A comunidade escolar tem que agir de conjunto contra todas essas agressões, criar comitês de luta contra o golpe e combater a caça às bruxas promovida pela direita contra os professores.


INTERNACIONAL | 5

CRISE IMPERIALISTA

França e Inglaterra querem aliança militar sem os Estados Unidos O imperialismo encontra-se em crise. A França e a Inglaterra estão desconfiados da instabilidade do governo Trump, por isso tramam a construção de uma aliança militar sem os ianques. Há três meses, o presidente dos Estados Unidos causava um alvoroço na reunião da OTAN em Bruxelas, acusando os europeus de não contribuírem o suficiente com a organização e de não cumprirem com o acordo de 2014 que estipulava 2% do PIB dos países integrantes para a OTAN, chegou inclusive a sugerir que aumentassem para 4%. Além de pressionar para que os europeus contribuíssem mais, baixou a contribuição americana que representa 22% do que organização recebe. A reunião gerou um clima tenso entre os dirigentes europeus e o representante do Tio Sam. Agora a França e a Inglaterra estão enxergando Trump como uma possível ameaça à Europa, comparável à Russia, e China. Os dois gigantes europeus estão tentando superar o mal estar pós-Brexit para entrar em acordo e liderar uma futura aliança militar do continente europeu.

A declarações de Macron estão cada vez mais polemicas. “Nós não protegeremos o povo europeu se não decidirmos ter um verdadeiro exército europeu ! Temos que ter uma Europa que se defenda, cada vez mais independentemente, sem a ajuda dos Estados Unidos.” “Atualmente vemos tentativas cada vez mais frequentes de adentrar nosso espaço cibernético e atentar contra nossa vida democrática, temos que nos defender contra a China, a Rússia, e dos EUA também.” Vê-se que há uma desconfiança enorme em relação aos americanos. Juntos a França e a Inglaterra representam 60% da capacidade defesa do continente europeu. A intenção anunciada agora é liderar e criar um acordo para em 2019, estabelecer um fundo europeu o desenvolvimento das capacidade militares de cada Estado e estabelecer uma independência estratégica do bloco. A crise é tamanha entre os imperialistas que nem entre si estão se entendendo. As relações com a China e a Russia estão prenunciando uma guerra gigantesca, e há uma preparação para tal em ambos os lados. Na America Latina

Acompanhe a programação COTV no site: causaoperariatv.com.br no youtube: causaoperariatv

temos a Venezuela que recentemente recebeu apoio bélico de Moscou e Pequim, que junto ao Irã estão cada vez mais preponderantes no Oriente Médio, assumindo a dianteira onde os soldados americanos falharam, e propondo alianças econômicas para reconstruir as cidades devastadas pela guerra. Talvez os melhores exemplos sejam o Afeganistão e a Síria, o primeiro já começou sua reconstrução financiada pelo bloco asiático, e o segundo está se direcionando para fazer o mesmo. O governo Trump está tendo que lidar com as crises internas; reprovação, ameaças de golpes e ataques contínuos da imprensa, e deteriorando

as relações com as demais potências mundiais. Seus encontros com a Rússia e ameaças ao Irã não tiveram a aprovação dos demais países imperialistas, notadamente a Alemanha e a França. A criação desse fundo e de um exército europeu isolaria os americanos e criaria uma crise enorme na OTAN, sendo estes os maiores investidores da organização. Resta avaliar qual será a resposta de Washington. Enquanto isso as alianças entre os gigantes asiáticos se fortalecem cada vez mais, expressando a necessidade destes setores mais débeis se defenderem do poderio do imperialismo norte-americano.


6 | ATIVIDADES DO PCO E COMITÊS

INÍCIO DA PERSEGUIÇÃO NAZISTA AOS JUDEUS

Saiba o que foi a Noite dos Cristais na Universidade de Férias do PCO

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a noite do dia 9 para o dia 10 de novembro de 1938, em toda a Alemanha e na Áustria, ocorre o progrom* que ficou conhecido como a “Noite dos Cristais” (Kristallnacht ou Reichspogromnacht), marcado principalmente pela destruição de símbolos judaicos, em que sinagogas, casas comerciais e residências de judeus foram invadidas e seus pertences destruídos. Também chamada de “Noite dos Vidros Quebrados”, indica os vidros estilhaçados nas vitrines das lojas, sinagogas e moradias de judeus. Isso marca uma onda de violência contra os judeus em todo o Reich (Alemanha). Os ataques foram planejados para parecerem espontâneos, uma revolta natural da população alemã contra o assassinato de um oficial por um adolescente judeu em Paris. Mas, na realidade, foi um plano de Joseph Goebbels, ministro alemão da propaganda, e de outros líderes nazistas, que organizaram meticulosamente outros pogroms A Noite dos Cristais resultou em mais de 250 sinagogas queimadas, e cerca de 7.000 estabelecimentos comerciais judaicos destruídos. Dezenas de judeus foram mortos, cemité-

rios, hospitais, escolas e casas judias foram saqueadas. A polícia e os bombeiros foram orientados a não atuar nesse dia. Na manhã seguinte, 30.000 (trinta mil) judeus alemães do sexo masculino foram presos pelo “crime” de serem judeus. Aqui começa o aprisionamento em campos de concentração onde milhares de pessoas vão encontrar a morte. Algumas mulheres judias foram enviadas para prisões locais. Depois disso, estabelecimentos comerciais de propriedade de judeus não poderiam ser reabertos, sem que passassem a ser gerenciados por não-judeus. Estabeleceu-se toques de recolher e os judeus tiveram seus movimentos e horários controlados, não podendo sair de casa livremente. Depois da “Noite dos Cristais”, as crianças e e os adolescentes judeus, tanto na Alemanha quanto na Áustria, tiveram suas vidas e rotinas absolutamente alteradas. Expulsas de escolas públicas, proibidas de entrar em museus, parques e piscinas. A segregação dos jovens judeus tornou-se uma regra. Há muitos casos de suicídio nesse período, assim como tentativas de emigração.

É conhecida a avaliação do Coronel-general Werner Thomas Ludwig Freiherr von Fritsch que, em carta** a sua amiga, a Baronesa Margotvon Schutzbar-Milchling von Schutzbar, datada de 11 de dezembro de 1938, conclui: ” (…) Logo após a guerra, cheguei à conclusão de que temos de ser vitorioso em três batalhas, se a Alemanha quiser ser poderosa: (1) a batalha contra a classe trabalhadora. Esta Hitler ganhou; (2) contra a Igreja Católica, talvez melhor expressa como Ultramontanismo e (3) contra os judeus. Estamos em meio a essas batalhas, e um contra os judeus é o mais difícil. Espero que todos percebam os meandros desta campanha.” O Coronel-general Werner Fritsch indicou bem como Hitler se empenhou em derrotar a classe trabalhadora. O Nazismo foi, antes de mais nada, um regime pensado para esmagar as organizações operárias, pois o projeto de poder nazista implicava em não perder tempo com os adversários internos. Assim que conquistou o título de Chanceler da Alemanha, em 1933, uma das primeiras medidas de Hitler foi extinguir os sindicatos, os contratos coletivos e o direito à greve. O novo governo criou a Deutsche Arbeitsfront (DAF), que tinha como objetivo “assegurar que todos os indivíduos pudessem realizar o máximo de trabalho possível”. A partir de então, não há mais preocupação com os trabalhadores, nem com seus direitos. Aliás, a DAF foi a única instituição trabalhista do regime nazista, garantindo que os trabalhadores alemães ficassem totalmente presos ao sistema nazista. Em 1934, uma Lei Reguladora do Trabalho deu plenos poderes aos donos de empresas, subordinando os trabalhadores aos patrões de forma irremediável. O segundo parágrafo da Lei diz:

“o líder da empresa passa a tomar decisões pelos trabalhadores, em todas as questões relacionadas à empresa.” As três grandes confederações sindicais existente naquele momento, com milhões de membros sindicalizados, foram desmontadas e os trabalhadores transformaram-se praticamente em servos. O desmonte da organização da classe trabalhadora veio junto com a cassação de mandatos de membros do Partido Comunista da Alemanha. Seus dirigentes foram presos ou perseguidos e, finalmente o partido foi proibido. Apenas para lembrar, no mesmo dia em que Hitler foi nomeado chanceler, em 30 de janeiro de 1933, a tropa de assalto nazista marchou com suas tochas pelo Portão de Brandemburgo. Apesar disso, naquele momento os políticos conservadores não acreditavam que ele permanecesse por muito tempo no poder. Alguns dias depois, o Reichstag (sede do Parlamento) foi incendiado. Aparentemente foi um ato isolado, mas suficiente para que a repressão nazista tivesse sua desculpa para ser iniciada e nunca mais recuar, em nome da “segurança da população”. Para saber mais sobre esse e outros temas, convidamos você para participara da Universidade de Férias do Partido da Causa Operária, em janeiro de 2019. Entre em contato com o PCO: pelo email: pco.sorg@gmail.com telefone fixo: (11) 2276-2548 TIM: (11) 98589-7537 Vivo: (11) 96388-6198 Claro: (11) 97077-2322 Oi: (11) 93143-4534 Whatsapp: (11) 98427-2254 *Progrom é palavra russa que significa “causar estragos, destruir violentamente”. Ficou conhecida pelos violentos ataques físicos da população em geral contra os judeus, seja no império russo quanto na Alemanhã e em outros países europeus. ** WHEELER-BENNETT, John. The Nemesis of Power. London: Macmillan, 1967, pp. 379–380.

2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO FORA BOLSONARO E TODOS OS GOLPISTAS


MORADIA E TERRA | 7

PARANÁ

Em ação conjunta com o latifúndio, Justiça suspende demarcação de Terra e indígena sofre emboscada no Paraná A

região Oeste do Paraná sempre foi palco de grandes conflitos de Terra entre indígenas e latifundiários. Mas desde o golpe de Estado em 2016 a gravidade dos conflitos aumentou exponencialmente, principalmente após as eleições fraudadas que elegeram o fascista Jair Bolsonaro. O conflito entre latifundiários e indígenas sempre foi aberto, mas agora possui mais um agente dos golpistas que está cada vez mais atuante contra os povos indígenas, sem-terra e trabalhadores da cidade: o poder Judiciário. Nesta terça-feira, dia 6, após uma reunião da Coordenação Técnica Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), o indígena Donecildo Agueiro,

de 21 anos, da etnia Ava-Guarani, sofreu uma tentativa de assassinato e encontra hospitalizado. Um dia após a tentativa de assassinato, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF), Cândido Alfredo S. Leal Junior, suspendeu as demarcações de terras indígenas na região dos municípios de Altônia, Guaíra e Terra Roxa. A decisão do juiz golpista foi embasada no pedido da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP). A atuação conjunta de latifundiários, pistoleiros e judiciário é uma frente golpista de extrema-direita para acabar com o movimento indígena e abrir as terras indígenas para os latifundiários.

As declarações de Jair Bolsonaro estão dando aval para que os latifundiários e o judiciário atuem da maneira mais violenta e arbitrária possível para impedir novas demarcações de terras indígenas, ou seja, a situação de conflitos no campo tende a pio-

JÁ NAS RUAS O JORNAL DE LUTA CONTRA O GOLPE EDIÇÃO Nº9 2 A LUTA CONTRA O GOLPE

10 DE NOVEMBRO DE 2018

POR QUE SE JUNTAR À CAMPANHA FORA BOLSONARO? 1. BOLSONARO QUER ACABAR COM O MINISTÉRIO DO TRABALHO E OS DIREITOS DOS TRABALHADORES O político fascista disse, publicamente, que vai extinguir o Ministério do Trabalho, criado há 88 anos. No dia 7 de novembro, ele afirmou que “o Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério”. Tal posicionamento foi expressado após sua equipe se reunir com capitalistas de dez entidades patronais no início do mês, que o pressionaram para destruir o Ministério do Trabalho e criar uma espécie de “Ministério dos Patrões”. Ou seja, Bolsonaro atendeu imediatamente às ordens da burguesia para avançar sobre qualquer tipo de conquista dos trabalhadores. Isso é reconhecido pelo próprio futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que admitiu que “se dependesse das centrais sindicais, Bolsonaro não era presidente”. Essa frase expressa o reconhecimento de que os trabalhadores não apoiam Bolsonaro e que ele foi imposto pela burguesia e pelo imperialismo em uma gigantesca fraude eleitoral. Todos os direitos dos trabalhadores serão atacados por Bolsonaro, que, mesmo antes de assumir a Presidência, já tenta impor a Reforma da Previdência para acabar com a aposentadoria dos trabalhadores, além de aprofundar a Reforma Trabalhista, as terceirizações, o fim da CLT e as privatizações dos serviços públicos e empresas estatais.

2. ELE É CANDIDATO DOS BANQUEIROS E INDUSTRIAIS Os ataques aos trabalhadores declarados publicamente por Bolsonaro demonstram de que lado ele está: do lado dos banqueiros e industriais, do lado da burguesia. Sua campanha eleitoral foi apoiada, principalmente no 2º turno, pelos grandes banqueiros

e industriais nacionais e internacionais. Os representantes de bancos como Bradesco e Itaú/Unibanco já expressaram seu otimismo sobre o futuro governo golpista, sabendo que Bolsonaro fará de tudo para aumentar os lucros desses setores, enquanto destrói todos os direitos dos trabalhadores bancários e das indústrias.

3. QUER QUE O EXÉRCITO REPRIMA A POPULAÇÃO Capitão reformado do Exército, Bolsonaro, em toda a sua vida, defendeu a criminosa ditadura militar (1964-1985), que assassinou e torturou milhares de pessoas, levou à miséria milhões de brasileiros e reprimiu qualquer tipo de protesto popular. Seu maior ídolo é o coronel Brilhante Ustra, um dos mais sanguinários torturadores e assassinos da ditadura, que torturava mães na frente de seus próprios filhos. Bolsonaro já disse que a ditadura deveria ter matado “30 mil” pessoas. Como deputado, ele sempre defendeu que a polícia tenha carta branca para matar cidadãos de maneira indiscriminada, principalmente nas periferias. Ele defende a intervenção militar a nível nacional, semelhante à que ocorre atualmente no Rio de Janeiro, onde a polícia e o Exército ocupam as favelas, matando e torturando moradores, como ocorreu recentemente no Complexo da Maré, onde policiais atiraram e deram facadas pelas costas a um professor, ou então na Vila da Penha, onde militares torturaram moradores com paus e choques elétricos.

4. QUER VENDER AS ESTATAIS PARA ESTRANGEIROS LUCRAREM COM O SUOR DOS BRASILEIROS Bolsonaro tem um programa econômico entreguista. Não tem nada de nacionalista, muito pelo contrário: ele quer

NÃO DEIXAR A DIREITA AVANÇAR NAS ESCOLAS

DEFENDER A LIBERDADE DE EXPRESSÃO DOS PROFESSORES NA SALA DE AULA A extrema-direita ficou motivada com a vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Todos os elementos mais reacionários da sociedade ressurgiram no cenário político. Houve um aumento das agressões fascistas, contra os mais diversos grupos sociais, um aumento da perseguição política e judicial, e também um aumento da censura contra os grupos dissidentes. Esses grupos de extrema-direita já haviam levantado a cabeça no momento do golpe de estado contra Dilma Rousseff, em um momento anterior da etapa política. Agora, voltam ainda mais agressivos. Na época o projeto de censura nas salas de aula, o “Escola Sem Partido” não passava de uma lei que os vereadores procuravam passar por debaixo dos panos. A reação foi muito grande, e em diversas cidades

houve manifestações contra a aprovação da lei. No atual momento, com a volta destes grupos retrógradas, a situação piorou. A passividade política da esquerda durante o período eleitoral, que deixou de lutar contra o golpe para acreditar em fantasias, fez com que a extrema-direita voltasse com todas as forças. O “Escola Sem Partido” é um dos principais projetos do golpista Jair Bolsonaro e, por mais que ele não tenha assumido o governo ainda, toda o aparato do estado já se organiza no sentido da linha política de Bolsonaro, levando adiante suas propostas de aumento da repressão contra a população, como fica claro com a proposta de ampliação da lei antiterrorismo, para perseguir movimentos sociais, a criação da Força-Tarefa controlada pelos militares e também a

vender, a preço de banana, as empresas estatais brasileiras para os grandes monopólios imperialistas. Entre suas propostas, está o aprofundamento da privatização da Petrobras, da Eletrobras, de uma centena de empresas estatais (a maioria delas criada durante os governos do PT, como ele mesmo afirmou). Entregando as empresas estatais para os capitalistas estrangeiros, não haverá mais investimentos no Brasil, uma vez que os lucros irão todos para fora do País. Com os Correios e o Banco do Brasil, duas das mais antigas empresas brasileiras, é a mesma coisa. Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro, anunciou a pretensão do futuro governo de entregar o controle do Banco do Brasil – um dos maiores patrimônios nacionais – ao Bank of America, dos Estados Unidos. Ou seja, o maior banco brasileiro, estatal, será controlado pelos EUA.

5. ELE É A FAVOR DE MANTER LULA PRESO E QUE QUEM VOTA EM LULA É COMEDOR DE CAPIM Outra clara demonstração de seu repúdio aos interesses do povo é a perseguição que Bolsonaro faz ao ex-presidente Lula. Bolsonaro sempre foi a favor de sua prisão e, depois que Lula foi preso, Bolsonaro afirmou que quer ver Lula morrer na cadeia. Diga-se de passagem, uma das principais jogadas do golpe e da fraude eleitoral, foi a prisão de Lula decretada pelo juiz agente dos EUA, Sergio Moro, para que Lula (que era o favorito da maioria do povo para vencer as eleições) ficasse de fora, abrindo caminho para a eleição de Bolsonaro. Moro foi premiado com a nomeação para ser ministro da Justiça de Bolsonaro, comprovando definitivamente o golpe que foi a prisão de Lula e a fraude que foi a eleição. Além disso, Bolsonaro tem grande repúdio pelo povo ao afirmar várias vezes que os eleitores de Lula são escórias, seres inferiores, e, inclusive, comedores de capim.

discussão em comissão do projeto “Escola Sem Partido” em âmbito nacional. De qualquer forma, da mesma maneira que os neonazistas que apoiam Bolsonaro não aguardaram este assumir à presidência para iniciar uma política de agressões contra os explorados, e nem os latifundiários esperaram para aumentar os ataques brutais aos indígenas e sem-terras, a Escola Sem Partido já está colocada na prática. Bolsonaro e outros políticos da extrema-direita estão pedindo para que alunos e colegas de trabalho filmem professores em sala de aula que estiverem fazendo “doutrinação”. Um típica prática policial adota pela extrema-direita, e uma forma de tentar intimidar o professor em sala de aula. A extrema-direita utiliza isso como forma de linchamento. Divulgam um professor e formam um grupo, geralmente composto pelos pais, para começar a atacar o professor, persegui-lo e pressionar (se pressionar for necessário) a escola a demiti-lo de seu cargo. Isso em Santo André em que uma professora começou a ser perseguida por Bolsonaristas e

“É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas.”

6. SEUS APOIADORES ESTÃO ATACANDO LGBTS E MULHERES COVARDEMENTE E UTILIZANDO SÍMBOLOS NAZISTAS Durante as eleições, a extrema-direita, incluindo grupos abertamente fascistas, atacou quase diariamente mulheres, LGBTs, negros, estudantes e ativistas de esquerda. Houve casos de ataques com facas, armas de fogo e, inclusive, assassinatos por parte de apoiadores de Bolsonaro. Foi amplamente divulgada a morte do capoeirista mestre Moa do Katendê, em Salvador, que sofreu 12 facadas de um eleitor de Bolsonaro, sem poder reagir. Em diversos lugares do País também houve pichações em alusão a Bolsonaro junto com o símbolo da suástica nazista, de Adolf Hitler. Em Porto Alegre, uma garota foi atacada por bolsonaristas e teve uma suástica entalhada com um canivete em sua barriga.

Uma das principais atividades dos comitês de luta contra o golpe é a colagem de cartaz nas ruas, praças e locais de grande movimentação. Na luta contra o impeachment de Dilma Rousseff, na luta contra a prisão e pela liberdade de Lula, na campanha pela Greve Geral na época da Greve dos caminhoneiros, na luta contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e agora na luta contra Bolsonaro, os comitês de luta contra o golpe produziram cartazes específicos para colocar suas campanhas nas ruas. É preciso entender que a campanha política nas ruas é fundamental para influenciar na situação política do país. As pessoas que passam e vêem um cartaz com determinada política reagem a ela. De forma positiva ou negativa, as pessoas são influenciadas pela pauta do cartaz. E são a maneira dos comitês de luta contra o golpe divulgarem sua política e entrarem em contato com a população. Não só isso, as atividades ainda são um pólo de aglomeração dos militantes contra o golpe e servem para manter os militantes mobilizados contra o regime golpista, fazendo uma campanha intensa e diária na mobilização e conscientização dos trabalhadores e dos setores populares e explorados.

www.lutecontraogolpe.com.br

A LUTA CONTRA O GOLPE Jornal dos comitês de luta contra o golpe • Fundado em 2018 Nº 9 • Jornal quinzenal | 10 de novembro de 2018 • Tiragem: 100.000 exemplares

TODOS À 2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA

DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO

7. QUER ACABAR E TRANSFORMAR EM TERRORISTAS OS MOVIMENTOS QUE LUTAM POR TERRA E MORADIA Em sua campanha, Bolsonaro prometeu, publicamente, que vai caracterizar os movimentos que lutam pela terra aos trabalhadores do campo (MST) e por moradia aos sem teto (MTST) como grupos terroristas. Ou seja, os milhões de brasileiros, no campo e na cidade, que não têm onde morar e onde trabalhar, e por isso ocupam propriedades (em sua maioria, improdutivas e desocupadas) para poderem trabalhar e morar, serão amplamente perseguidos, reprimidos e assassinados. Os latifundiários já realizam frequentemente uma limpeza no campo, assassinando sem terra em massa, com conivência e mesmo suporte das autoridades. Nas cidades, a polícia faz desocupações extremamente violentas. Com Bolsonaro, isso será lei e os trabalhadores do campo e da cidade serão considerados terroristas.

FORMAR COMITÊS DE LUTA CONTRA O GOLPE 8 E 9 DE DEZEMBRO DE 2018

Aponte sua câmera para o código QR e inscreva-se

SÃO PAULO - SP

entrou em crise de choros em sua casa, com medo de ir à escola – ao que aproveitaram para demiti-la. É importante ressaltar que não se deve cair no discurso de “doutrinação nas salas de aulas”. Isso ocorre é apenas uma forma de pressionar os professores de esquerda a não apresentarem o fato tal qual eles acham estar correto, mas da forma que a direita quiser. Ou seja, é uma verdadeira censura, pois o professor não pode ter opinião própria e liberdade de expressão para apresentar um fato, deve repetir a opinião, geralmente incorreta, da direita golpista. A “Escola Sem Partido” é na verdade a escola com o partido da direita, sem a esquerda. As escolas e universidades devem ser o lugar da livre circulação de ideias, e deve ter isso como princípio fundamental. Os professores devem ter total liberdade de expressão nas salas aulas, caso contrário é uma censura, e assim deve ser denunciado. A direita atua de forma totalmente policial, de forma a cercear todos os passos dos professores e persegui-los quando saírem dos limites por ela traçados. O “Escola Sem Partido” reflete o aprofundamento do golpe de estado, e portanto de sua política de repressão e censura. Por isso, os professores precisam se organizar em comitês para barrar a ofensiva da direita nas escolas. É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas. Para isso, a união entre estudantes e professores é fundamental para combater a extrema-direita, que de longe é minoria em todas as escolas.

O Jornal A Luta Contra o Golpe (LCG) é uma importante ferramenta de divulgação de informação dos comitês. Além de ser uma iniciativa deles para unificar todos os comitês dispersos em torno de uma política clara de luta contra o regime golpista, o jornal ainda é uma forma de manter os comitês em um política de denúncia constante do golpe de estado. Nas últimas semanas, 80 mil exemplares do JLGC foram distribuídos em diversas regiões do país, onde os comitês estão mais organizados. Do Nordeste ao Sul do país, passando pelo Centro-Oeste, o JLGC foi distribuído, refletindo o crescimento dos comitês em todos as regiões do país. Também, a distribuição destes jornais deixa explícito que a campanha pelo “Fora Bolsonaro e Todos Os Golpistas” já está nas ruas. É importante levar esta política para todos os locais do país, pois apenas desta forma será possível derrotar a política dos golpistas. Os comitês de todo o país devem reagrupar as pessoas em torno da distribuição deste material para aumentar o alcance da campanha, e também para aglomerar as pessoas e mantê-las mobilizadas para derrotar os golpistas. É preciso alcançar os 100 mil jornais distribuídos.

A LUTA CONTRA O GOLPE • 10 de novembro de 2018 • Tiragem: 40 mil exemplares • Site: www.lutecontraogolpe.com.br

Entre em contato para formar um comitê ou encontrar um comitê de luta contra o golpe mais perto de você!

FORA BOLSONARO

A política irresponsável de setores da esquerda pequeno-burguesa de participar das eleições fraudadas causou uma depressão, menor que na época do impeachment, mas mesmo assim uma depressão em setores da esquerda. Eles consideram que como participaram do processo fraudulento são obrigados a aceitar o resultado, não é verídico isso. Por trás da manipulação da informação, da fraude, do poder econômico e do cartel da imprensa, e principalmente da retirada de Lula das eleições, Bolsonaro venceu. Reconhecer as eleições como limpas, como fazem esses setores, é reconhecer que a maioria votou em Bolsonaro, e que ele tem legitimidade para realizar os planos de ataques ao povo, mais duas conclusões falsas. Em eleições fraudadas, no segundo turno, onde o eleitor é praticamente obrigado a votar

Para falar diretamente ligando ou através do whatsapp utilize os números abaixo: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (OI)

nele se não quiser o PT, Bolsonaro obteve 39% dos votos totais, do eleitorado, ou seja, considerando que uma parte da população atua politicamente mas não pode votar, nem um terço da população ele tem ao seu lado, isso em números de eleições cuja lisura tem que ser questionada. Em segundo lugar, Lula seria vitorioso contra ele em qualquer cenário, e foi proibido de participar das eleições por isso, de forma ilegal, ou seja além de minoritário, ele é o segundo lugar, ele é ilegítimo, como Temer. Um governo minoritário e ilegítimo que almeja atacar os direitos do povo deve ser contestado nas ruas, com manifestações de todas as organizações de luta da classe operária, é preciso unificar o movimento em torno deste eixo, Bolsonaro é ilegítimo e precisa sair, de preferência nem deveria entrar. Este pensamento é resumido na palavra de ordem

de “Fora Bolsonaro!”, mas é preciso que amplos setores que militam na classe operária abracem esta política. Os Comitês de Luta Contra o Golpe, organizações autônomas e pluripartidárias, com o objetivo de enfrentar a direita golpista viram que era preciso um amplo debate em torno desta questão e convocaram uma Conferência, uma reunião de todos os setores ativistas, de qualquer central sindical, partido político ou movimento, para debater estas questões, e ajudar a unificar o movimento, desta necessidade nasceu a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo que irá acontecer nos dias 8 e 9 de dezembro. Todos à Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e o Fascismo! Abaixo a fraude eleitoral! Liberdade Para Lula! Fora Bolsonaro!

e-mail: alutacontraogolpe@gmail.com site: lutecontraogolpe.com.br face: www.facebook.com/lutecontraogolpe twitter: @lutecontragolpe

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ACESSE E CONHEÇA OS COMITÊS:

LUTECONTRAOGOLPE.COM.BR

rar muito e ocorrer de maneira mais aberta. E devido a sua fragilidade, os movimentos sociais no campo são o primeiro alvo da extrema-direita. É preciso formar comitês de autodefesa para combater o avanço da extrema-direita no campo.


8 | EDUCAÇÃO E MULHERES

GOLPISTAS AMPLIAM A DESTRUIÇÃO DA EDUCAÇÃO

EaD no Ensino Médio vai chegar a 30% do curso A

burguesia conseguiu, nas eleições desse ano, dar mais um golpe contra a população brasileira: cassaram todos os direitos do maior líder popular do país e elegeram um presidente inimigo do povo. Impopular e capacho do imperialismo, Jair Bolsonaro está disposto a destruir o Brasil para atender aos interesses dos banqueiros. Entre os planos do novo governo golpista e ilegítimo, está o desmantelamento da Saúde e da Educação e a entrega de todo o patrimônio nacional. Levando adiante uma política de verdadeiro assalto à população, Bolsonaro, Paulo Guedes, Mourão e os donos do golpe já declararam guerra contra os trabalhadores. Um dos vários ataques que Bolsonaro irá disparar contra a população

é a criação de um sistema de ensino à distância para jovens. No fim das contas, esse projeto servirá para acabar de vez com o Ensino Público, que

sempre foi encarado pela direita como um grande “gasto” do Estado. A Educação à Distância pensada pelos golpistas nada tem a ver com me-

lhorar o ensino ou a acessibilidade. Trata-se tão somente de substituir as escolas, bibliotecas, professores e toda a estrutura educacional por meia dúzia de computadores. Segundo as informações da própria imprensa burguesa, pelo menos 30% do Ensino Médio já irá migrar para o modelo de ensino à distância (EAD). A destruição da Educação já vem acontecendo desde o golpe de 2016. Afinal, o governo golpista aprovou a PEC do Teto, que irá impedir qualquer presidente de realizar investimentos sociais em 20 anos, afetando principalmente a Educação e a Saúde. Os retrocessos impostos pelos golpistas precisam ser barrados nas ruas . É necessário organizar os trabalhadores em torno de uma grande mobilização, capaz de colocar a direita contra a parede. Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula!

DERROTAR O FASCISMO

Demagogia ou empoderamento? Bolsonaro nomeia 4 mulheres para equipe de transição S egundo um levantamento realizado pela Inter-Parliamentary Union (IPU), em agosto de 2016, o Brasil ocupa o 155º lugar no ranking que mensura a igualdade entre homens e mulheres no ramo político. Durante o governo da ex-presidenta, democraticamente eleita, Dilma Rousseff, elas ocuparam o maior número de ministérios da história do país: foram 18 representantes de pasta do sexo feminino, durante seus cinco anos e meio de mandato. A consolidação do golpe, com o impeachment da presidenta, democraticamente eleita, Dilma Rousseff, culminou em um ataque direto da classe trabalhadora, e especial as mulheres. Um exemplo está no decréscimo no número de representantes do sexo feminino em ministérios no governo

do golpista Jair Bolsonaro (PSL). Apenas 4, de um total de 31, ocuparão cargos desse porte, a partir de 2019. Dentre elas, três são ligadas ao exército. A colocação de mulheres nos ministérios representa uma completa demagogia. Jair Bolsonaro (PSL) é conhecido por atacá-las, ainda antes de estar no pleito. Um exemplo foi seu ataque a Maria do Rosário, quando afirmou que não a estupraria porque ela não merecia. Na mesma ocasião ele a empurrou e ofendeu verbalmente. Com o aprofundamento do golpe, a luta das mulheres é fundamental, para que possam ser barrados todos os retrocessos impostos pelos golpistas. Apenas a mobilização popular, nas ruas, derrota o fascismo.

Acompanhe a Causa Operária TV, toda segunda às 19h no site: causaoperariatv.com.br | no youtube: causaoperariatv


MOVIMENTOS | 9

CAIXA

Caos na agência centro Ceilândia da Caixa Econômica Federal, em Brasília, por falta de funcionários A

agência Centro Ceilândia, localizada em uma das cidades satélites de Brasília, passa por um verdadeiro caos devido a superlotação e a falta de funcionários. Desde o ano passado além do fechamento de dezenas de agências em todo o País, a direção golpista da Caixa jogou no olho da rua cerca de 10 mil trabalhadores, através dos famigerados Planos de Demissões “Voluntária” (PDV), o objetivo é acabar com um banco 100% público com uma forte função social decorrente a financiamento imobiliário, saneamento básico e infraestrutura com taxas abaixo

do mercado para a população, para passar a ser um banco meramente comercial, para logo em seguida privatizar. Os golpistas já começaram a fazer o fatiamento do banco, como a entrega da Lotex da Caixa, um dos setores de maior rentabilidade para o banco, o setor de seguridade e a quebra do monopólio da administração dos recursos do FGTS, que já começou a beneficiar com a linha Pró-Cotistas os bancos Bradesco e Santander. Indo na esteira do processo de reestruturação do banco com vista à sua privatização (e o próximo chefe

RIO GRANDE DO SUL

Bolsonarista chama negros quilombolas de “bandidos” e “marginais”

O

fascista ilegítimo Jair Bolsonaro representa, além da burguesia, um setor da pequena-burguesia inconformado com direitos conquistados por uma parcela tradicionalmente marginalizada da população nas últimas décadas. Entre eles, está o reconhecimento de áreas quilombolas urbanas e rurais. Descendentes de negros, roubados da África para trabalharem em solo brasileiro, os escravos que enriqueceram fazendeiros durante 350 anos foram deixados sem qualquer posse ou terra, depois de libertos. O direito a demarcação territorial foi conquistado gradativamente, durante mais de um século de lutas. É esse direito, ainda que limitado, que os bolsonaristas querem reverter. Exemplo recente ocorre em Porto Alegre, onde o presidente do Asilo Padre Cacique, Edson Brozoza, quer expulsar comunidade que, há 60 anos, reside nos fundos do terreno. A área é reconhecida como quilombola, com aproximadamente 60 pessoas, descendentes diretos de negros que trabalharam a vida toda para o asilo. Isso não impediu que, nesta quarta-feira (07), oficial de justiça acompanhado pelo batalhão de choque e escavadei-

ras chegassem ao quilombo, exigindo que os moradores deixassem o lugar em 30 minutos. Esta é a truculência habitual com a qual proprietários movidos por interesses imobiliários expulsam famílias de seus pequenos pedaços de terra. A tentativa de reintegração sequer seguiu protocolos legais, como intimar o representante do quilombo, entrar em acordo quanto a prazos para desocupação, ou levar policiais devidamente identificados, demonstrando o quanto Justiça e Polícia brasileiras são corporações que operam por fora da Lei (que já busca garantir os interesses da burguesia, a quem a Justiça e a Polícia servem). Em entrevista à imprensa, Brozoza demonstrou sua inconformação com estes pequenos direitos do povo afrodescendente. Para ele, não se tratam de remanescentes de escravos despejados em solo brasileiro, sem direitos nem condições mínimas de sobrevivência. Em seu discurso racista, os equiparou a bandidos, marginais, invasores, e enfatizou que Bolsonaro irá “acabar com essa palhaçada”. Negros e quilombolas precisam se organizar em comitês de luta contra o golpe, para resistir aos ataques da extrema-direita.

da economia, do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, já anunciou que pretende privatizar todas as estatais) o banco já anunciou um novo Programa de Desligamento do Empregado (PDE) onde pretende demitir cerca de 1,6 mil trabalhadores. O caos que descrevemos no começo da matéria na agência Centro Ceilândia é a consequência (não é diferente nas demais dependências do banco no País a fora) dessa política entreguista da direita golpista do patrimônio do povo e o seu aprofundamento com um governo eleito, através de uma das maiores fraudes da história do País,

capacho dos banqueiros, dos capitalistas e do imperialismo. A única forma de barrar essa ofensiva é levantar uma ampla mobilização que unifique os bancários e todos os trabalhadores contra o golpe e o imperialismo. Sem barrar o golpe todos os direitos conquistados pelos trabalhadores estão em risco. Por isso é preciso organizar a mobilização de toda a categoria bancária, junto com todos os setores progressistas, colocando na rua uma intensa campanha pelo: Fora Bolsonaro e Todos os golpistas; Abaixo a Fraude das Eleições; Liberdade para Lula.

Fora Bolsonaro



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