SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5470
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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EUA DERAM O GOLPE E AGORA DETERMINAM A SEU CAPACHO: CHEGOU A HORA DE ENTREGAR O “BRAZIL”
O imperialismo investiu pesado para promover o fascista Jair Bolsonaro à presidência da República. Primeiro, impulsionando o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff desde 2012, que desencadeou em seu impeachment em 2016. EDITORIAL
GOLPISTAS ESTÃO MONTANDO UM APARATO DE PERSEGUIÇÃO POLÍTICA
Folha: imprensa golpista defende que países oprimidos não reajam às agressões do imperialismo
43ª Universidade de Férias do PCO: entenda o que foi a resistência francesa contra a ocupação nazista Em maio de 1940, a Alemanha nazista ocupou a França, em uma manobra permitida pela burguesia francesa. Ao longo da Segunda Guerra Mundial, o regime imperialista alemão foi se degradando.
“SUBSTITUTOS”, POR PEDRO NATHAN
“Mobilizar e colocar a direita para correr”, entrevista com Antônio Carlos dos Educadores em Luta
Entrega da Embraer: Conlutas tem lutas apenas no nome Mostrando que seu governo é a continuidade e aprofundamento do governo golpista de Michel Temer, Jair Bolsonaro anunciou por meio do seu maior “cabo eleitoral” (Sérgio Moro), que assegurou a condenação e prisão de Lula, sem provas, que o ex-comandante de missões da ONU no Haiti e na África, general Santos Cruz retornará ao posto que ocupou por mais de um ano durante o governo atual.
Com aprovação do governo golpista de Michel Temer e do governo ilegítimo, “eleito” por meio de fraude, de Jair Bolsonaro, está estabelecida por meio de um “acordo”, assinado em julho, a compra pela poderosa Boeing de 80% da divisão de jatos comerciais da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer} por US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 14,9 bilhões).
2 |OPINIÃO EDITORIAL
Golpistas estão montando um aparato de perseguição política
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ostrando que seu governo é a continuidade e aprofundamento do governo golpista de Michel Temer, Jair Bolsonaro anunciou por meio do seu maior “cabo eleitoral” (Sérgio Moro), que assegurou a condenação e prisão de Lula, sem provas, que o ex-comandante de missões da ONU no Haiti e na África, general Santos Cruz retornará ao posto que ocupou por mais de um ano durante o governo atual.
O general Santos Cruz vai chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública a partir do ano que vem. Defensor da ditadura militar e do golpe militar, como toda a cúpula militar atual e nomeada para o futuro governo, o general esteve à frente da Secretaria no momento das decisões que levaram à intervenção militar no Rio de Janeiro, apontada por alguns dos seus comandantes como um “laboratório” para uma intervenção militar, ou
NADA PARA O POVO, TUDO PARA OS CAPITALISTAS
Orçamento da União não será destinado a demandas da população
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ara a esquerda que acha que o discurso de Bolsonaro abre uma nova etapa na situação política e econômica do Brasil, o atual presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, eleito com apoio do PCdoB, um dos baluartes da “frente democrática”, não se fez de rogado ao declarar em discurso para prefeitos de todo o país presentes no encontro da Confederação Nacional de Municípios – CNM, quais são os objetivos do golpe no Brasil para 2019. “Chegou um determinado momento da vida pública em que não há mais espaço orçamentário para que a gente continue atendendo demandas sociedade. Não é responsabilidade do presidente Temer, mas o governo federal ficou caro”. Essa é a política de Bolsonaro, mas acima de tudo é a receita do golpe de Estado que teve como ato número 1 a destituição da presidenta Dilma, via processo de impeachment absolutamente fraudulento. Bolsonaro é presidente, porque é golpista. Reza pela mesma cartilha da chamada democracia brasileira, a subordinação da burguesia nacional e todo o aparato do Estado sob o comando do imperialismo norte-americano, que, diante da crise econômica mundial, tem um único propósito: descarregar todo o seu peso nas costas da população pobre e explorada do país. O saque do país há tempos está armado. O que sofremos até o mo-
mento com o moribundo Michel Temer (talvez nem tanto, é cotado para desfilar com a sua primeira-dama nas praias italianas), o capacho-mor do executivo, foi apenas o prenúncio da pilhagem que o candidato eleito pela fraude, Jair Bolsonaro, pretende para o país. Saúde , educação, aposentadoria, salário para servidores… tudo coisa do passado, segundo o democrata Maia: “não tem mais de onde cortar (recursos) para atender saúde e educação porque está tudo comprometido com alguns pontos muito justos e outros muito injustos” e ainda, “O sistema tem que ser igual para todos, tem que ser financiado, com déficit zero e possibilidade de capitalização, porque essa conta cai todos os dias no colo de cada um de vocês”. Essa é a promessa – real – do golpe. No português sem meias palavras, isso quer dizer: “brasileiros preparessem. Se vocês achavam que conheciam o inferno, inferno vocês vão conhecer agora”. É nesse circo de maldades, que a esquerda apoiadora do Democratas, quer “construir” a resistência ao capitão, porque golpe, se existiu, não existe mais (para essa esquerda). “Bolsonaro é legítimo, foi eleito pelo povo”. Trata-se, finalmente, de “construir uma frente parlamentar de oposição”. O povo? “O povo pode mudar votando certo em 2022”.
seja, um golpe militar, em todo o País. A nomeação confirma que o governo está montando um aparato de perseguição política que tem a frente, no ministério da Justiça, o juiz responsável pela criminosa operação Lava Jato, que condenou e mantém como preso político o ex-presidente Lula e que defende a ação contra as organizações da esquerda e de defesas dos trabalhadores.
Setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, como os governadores do Nordeste, Haddad, Ciro Gomes, Marcelo Freixo etc. defendem uma aliança com setores golpistas e a colaboração com o governo ilegítimo de Bolsonaro. É preciso fazer o oposto: organizar o movimento popular e operário, de maneira independente da burguesia, para, com a força dos trabalhadores, derrotar o aparato de repressão e o golpe em seu conjunto.
Fora Bolsonaro
POLÊMICA E POLÍTICA| 3
FOLHA
Imprensa golpista defende que países oprimidos não reajam às agressões do imperialismo A
questão do nacionalismo sempre foi muito discutida nos âmbitos políticos. Recentemente, em uma matéria publicada na Folha de São Paulo, a antiga ministra de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Cláudia Costin, publicou um texto em que comentava o discurso realizado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, no evento de celebração do centenário do fim da Primeira Guerra Mundial. Macron procurou estabelecer uma caracterização do nacionalismo e patriotismo. Segundo ele, o nacionalismo seria uma ideologia ruim que ameaça a civilização entre os povos, pois é a união de um país contra um outro. Ao contrário do patriotismo, que seria algo positivo de amor ao país. A campanha realizada está em alta nos círculos do imperialismo, do qual o PSDB e Macron fazem parte. O artigo da professora universitária trata de fazer, sobretudo, uma campanha contra a política dos Russos, isto é, uma campanha contra o nacionalis-
mo nos países atrasados, oprimidos pelo imperialismo. Sendo a Rússia a mais forte liderança contra o imperialismo no atual momento, é normal que a campanha seja deferida contra ela. Entretanto, a ideologia imperialista é totalmente contrária à política nacionalista nos países oprimidos – seja lá quais forem. Isso porque, essencialmente, uma política deste tipo significa um enfraquecimento do imperialismo na dominação política e econômica internacional. Para usar os Estados-Unidos como exemplo. A invasão dos países árabes se deu por conta da política da nacionalização dos recursos naturais, tirando-os das mãos das grandes empresas estrangeiras que controlam o mercado mundial. No caso da maioria dos países que sofreram golpes ou estão ameaçados por um golpe de estado, a explicação é a mesma. A soberania dos países oprimidos coloca em risco à política de exploração da burguesia norte-americana e
europeia e portanto a política nacionalistas destes países mexe diretamente com os interesses dos setores mais poderosos do capitalismo mundial. No ponto de vista do marxismo, o nacionalismo burguês dos países atrasados deve ser incondicionalmente defendido. Ao contrário do que acreditam os esquerdistas sectários da esquerda pequeno-burguesa democrática, uma política nacionalista que desenvolve a indústria e independência política de um país como Irã (por exemplo) é muito mais progressista do que a política supostamente democrática do imperialismo. É por isso que a política demagógica do imperialismo deve ser totalmente criticada. O principal argumento utili-
zado é de que esses regimes não estariam colaborando com a unidade e a civilização defendida pelos iluministas. Entretanto, o que realmente acontece é uma reação a uma política de total repressão exercida pelo imperialismo. A demagogia se encontra no fato de o imperialismo ser culpado pelos maiores extermínios, brutalidades e destruição ocorridas ao longo da história. É neste sentido que nacionalismo do imperialismo é reacionário e o nacionalismo dos países atrasados progressista. E o conflito entre os dois interesses pode levar inclusive a uma situação revolucionária, como ficou comprovado com a diversas crises que ocorreram ao longo da história.
Paulo por apenas R$ 154,1 milhões, pagos em “moedas podres”, ou seja, com títulos super da dívida de estatais. A privatizado, ocorreu em 1994, O preço ficou 0,3% acima do valor mínimo fixado para o leilão. A empresa foi comprada pelo consórcio liderado pelo Banco Bozano, Simonsen, representando fundos de pensão brasileiros e investidores internacionais, adquiriu 71,37% das ações ordinárias (com direito a voto) leiloadas. Agora, a entrega está para ser completada. Diante dessa situação, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, há décadas dirigidos pelo PSTU/Conlutas que não organizou qualquer luta real contra a privatização da Embraer, também não busca organizar qualquer mobilização contra a compra pela Boeing que, como admite a própria entidade, pode provocar uma nova leva de demissões. Desde a privatizado a empresa já teve mais de 11 mil demissões, e seus salários equivalem hoje a cerca de 33% dos salário pagos nas empresas concorrentes. O Sindicato escreve em seu site que “unidades são vendidas e trabalhadores, demitidos”, comentando que “a venda da divisão da Bombardier e a possibilidade de venda da Embraer revelam um preocupante cenário na indústria aeroespacial, com a concentração de capital nas mãos das gigantes Boeing e Airbus”. Diante dessa situação a única “iniciativa” tomada pelo sindicato foi assinar um documento com os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos
Campos, Araraquara e Botucatu e que “reafirmam seu posicionamento contrário à entrega da Embraer”. Mas o que propõe a Conlutas. No passado não organizaram nenhuma luta e cobrar dos governo de Lula e Dilma que agisse contra a demissão. Depois apoiara a derruba desses governos. Agora, escrevem que “o governo federal, seja o atual ou o futuro, tem de agir em defesa da Nação“. Ou seja, querem fazer crer que os governos golpistas de Temer e Bolsonaro vão agir em defesa dos interesses nacionais e dos trabalhadores, quando foram colocados lá, por meio do golpe e da fraude, justamente para realizar a entrega da economia nacional e atacar os trabalhadores. E não propõem qualquer mobilização, qualquer luta. Isso quando a experiência de luta da classe operaria brasileira, incluindo, os combatidos metalúrgicos de São José dos Campos (paralisados pela política da sua direção sindical) já comprovou que só por meio da mobilização operária é possível derrotar as demissões. Que a arma fundamental dos operários nessa luta é a ocupação das fábricas. Mais uma vez, a Conlutas, mostra que lutas só no nome. Que na “hora H”, não vão além de se juntar a outros sindicalistas pelegos e se ajoelhar diante dos governos, mesmo os mais reacionários, golpistas e inimigos dos trabalhadores, para pedir que eles resolvam a situação em favor do povo e dos trabalhadores O que eles e todo mundo sabe que nua vai acontecer.
ENTREGA DA EMBRAER
Conlutas tem lutas apenas no nome
C
om aprovação do governo golpista de Michel Temer e do governo ilegítimo, “eleito” por meio de fraude, de Jair Bolsonaro, está estabelecida por meio de um “acordo”, assinado em julho, a compra pela poderosa Boeing de 80% da divisão de jatos comerciais da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer} por US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 14,9 bilhões). Um memorando de entendimentos foi assinado, mas a conclusão do negócio está prevista para ocorrer apenas no segundo semestre de 2019. Com a aquisições, a empresa norte-americana está ampliando seu monopólio no setor em um momento de agravamento da crise no setor, como
parte do avanço da crise capitalista em todo o mundo. A fabricante de aviões Bombardier, por exemplo, divulgou – dias atras – que irá vender duas de suas fábricas , demitindo cerca de 5 mil trabalhadores. Como a Embraer, a Bombardier, a Embraer está negociando a venda do seu setor comercial para a Boeing. Os chefes do regime golpista comemoram a entrega da Embraer para o capital imperialista, que é um passo a mais no processo de privatização da empresa realizada no final do governo de Itamar Franco (ja na transição para o de FHC), quando a empresa estatal – e outras quatro coligadas – foi privatizada na Bolsa de Valores de São
4| POLÍTICA
EUA DERAM O GOLPE E COLOCARAM BOLSONARO NO PODER
Chegou a hora de entregar o “Brazil”
O
imperialismo investiu pesado para promover o fascista Jair Bolsonaro à presidência da República. Primeiro, impulsionando o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff desde 2012, que desencadeou em seu impeachment em 2016. Depois, levando adiante o caótico governo de Michel Temer. Em seguida, implementando a maior perseguição política desde os tempos da ditadura militar, ao prender e deixar inelegível o ex-presidente Lula. E, finalmente, diante de um cenário de crise, elegendo Bolsonaro. Agora, os Estados Unidos querem colher os resultados de todo esse processo, de maneira completa. O principal objetivo é sugar todas as riquezas e recursos nacionais, saquear e economia brasileira. Abrir a economia do País, como dizem os técnicos neoliberais. Ou seja, arrombar as portas da nação para roubar tudo o que conseguir. “Há espaço para essa abertura e acho que ela reduziria o apetite de Washington e da Casa Branca de usar instrumentos como tarifas e cotas.” Essa frase de Thomas Shannon é extremamente reveladora da política de controle do imperialismo sobre as
nações oprimidas, como o Brasil. Os EUA têm imposto barreiras comerciais a diversos produtos brasileiros, como de outros países, em uma política amplamente difundida como protecionista do governo de Donald Trump, que tem a guerra comercial com a China um capítulo de perigo crescente. No entanto, isso representa mais do que o mero protecionismo. Representa a política de chantagem sobre os países que o imperialismo trata de submeter, impondo medidas para dobrar o País a ser completamente dominado. No caso do Brasil, serve como uma determinação, uma ordem, ao seu novo capacho, Bolsonaro. Algo como: “Colocamos você aí para que trabalhe para nós. Agora, ao trabalho!” Shannon não é qualquer um. Foi um importante agente do golpe de Estado patrocinado pelos EUA no Brasil. Entre 2010 e 2013, atuou como embaixador norte-americano no País, ajudando a planejar cada passo da ação golpista (um dos principais serviços executados pelos funcionários do governo dos EUA nos países em que atuam com certa liberdade). “As áreas que têm potencial de avan-
ço continuam as mesmas. Uma delas é, obviamente o comércio. Brasil e EUA precisam focar em investimento e mercado”, declarou o diplomata, em entrevista ao jornal golpista Folha de S. Paulo. É exatamente o que o governo Bolsonaro já está tratando de fazer: organizar a entrega do País ao imperialismo. Cheio de “Chicago Boys” (economistas formados pela Escola de Chicago, ponta de lança do pensamento neoliberal) e de “técnicos” com o único objetivo de privatizar o que restou das empresas estatais, o governo de extrema-direita que irá assumir ano que vem entende perfeitamente o recado de seus patrões. Para garantir a entrega da economia nacional, Bolsonaro também está preenchendo seu governo com militares do alto escalão, um mais pró-imperialista e linha-dura do que o outro. Está claro que haverá uma perfeita submissão geoestratégica aos EUA. A disposição de transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, de encerrar a embaixada da Palestina em Brasília, de coordenação com os demais governos entreguistas da América Latina e, especialmente, de ser bucha de canhão para uma possível invasão da Venezuela, são evidências disso. A sintonia é visível. Shannon avisou,
na mesma entrevista, que o Brasil vai se submeter militarmente aos EUA. Isso significa um controle ainda mais forte das Forças Armadas brasileiras pelos norte-americanos. Assim, as pressões e possível participação do governo entreguista em uma invasão da Venezuela estão cada vez mais próximas. O ex-embaixador inclusive “sugeriu” o fim da venda de alimentos do Brasil para a Venezuela (que, historicamente, é dependente da importação de alimentos), o que elevaria a escassez (causada justamente por isso, e pelo boicote da burguesia interna na distribuição desses produtos) e justificaria uma intervenção “humanitária” (proposta pelo próprio Shannon) para derrubar Nicolás Maduro. Tudo isso explicita a política de submissão do governo de Bolsonaro ao imperialismo, que já está, publicamente e sem qualquer cerimônia, impondo a linha a ser seguida pelo seu fantoche. Para impedir isso, o movimento popular e as organizações de classe, como CUT, MST e PT, dentre outras, devem se organizar para combater tal entreguismo, porque só a mobilização efetiva das classes exploradas pode barrar o avanço do imperialismo e derrotar suas marionetes de extrema-direita.
ENTREVISTA COM ANTÔNIO CARLOS DOS EDUCADORES EM LUTA
“Mobilizar e colocar a direita para correr” E
ntrevistamos o companheiro Antonio Carlos Silva, professor da rede estadual de São Paulo, coordenador da Corrente Educadores em Luta e membro da direção nacional do Partido da Causa Operária (PCO), que participou – nesta quinta (dia 22), da reunião realizada na Faculdade de Direito da USP que lançou o Comitê Estadual das Entidades em defesa dos professores e contra a Escola com Fascismo. Diário Causa Operária – Qual o balanço que o companheiro faz dessa reunião convocada pelos professores da ADUSP? Antonio Carlos Silva – Foi uma importante iniciativa que agrupou importantes organizações que vinham tomando diferentes atividades isoladas em torno da defesa dos professores, atingidos pelos ataques de grupos de direita nas escolas e universidades. No último fim de semana, nós de Educadores em Luta/PCO, realizamos uma reunião com companheiro de todas as regiões do País, onde aprovamos a realização de uma campanha nacional e o chamado à constituição de Comitês entre os sindicatos, em cada entidade, nas escolas e universidades. A reunião de hoje, aqui na USP, debateu os ataques e medidas concretas, como a constituição de uma comitê estadual, a publicação de um manifesto e a realização de uma Plenária Estadual, no próximo dia 6. A arma fundamental para barrar a ofensiva da direita é mobilizar os educadores, alunos e pais, para colocar a direita para correr, das escolas e universidades, tal como foi feito no Colégio Pedro II, no
Rio, na semana passada; da mesma forma que estudantes e professores estão fazendo em diversas universidades. Diário Causa Operária – Qual o objetivo da extrema direita em levar adiante os ataques contra os professores e a pressão em favor da Escola com Fascismo? Antonio Carlos Silva – Querem impor uma verdadeira ditadura nas escolas, impor a censura; calar os professores e os alunos, no momento que se prepara uma enorme ofensiva contra o ensino público e contra o conjunto das condições de vida da população. Eles são uma minoria, não tem apoio popular, mas querem impor uma situação de retrocesso, impedir o debate democrático nas escolas e atacar os professores e estudantes para impedir sua luta, fundamental para enfrentar e derrotar os ataques do governo ilegítimo de Bolsonaro contra a educação e todo o povo. Diário Causa Operária – A corrente Educadores em Luta, do PCO, está propondo uma campanha de solidariedade contra a perseguição aos professores. Em que consiste essa campanha? Antonio Carlos Silva – O fundamental é atuar diretamente nas escolas (e também nas universidades) para reagir aos ataques onde eles aconteçam, por meio da arma mais importante que é a mobilização dos educadores e de toda comunidade escolar. As organizações dos trabalhadores da educação e da juventude, são importantes, mas é preciso
mobilizar a partir dos locais de estudo e trabalho, formando comitês. É preciso também criar centrais de denúncias e mobilização. Daí a importância do comitê Estadual unificado. Diante do ataque da direita a uma escola, a um professor, mobilizar todas as entidades, com força total. Enfrentar e colocar os reacionários para correr. Mostrar a força da mobilização dos educadores e da juventude e dos seus aliados. Foram confeccionados cartazes e boletins, e estas iniciativas precisam ser multiplicadas. Diário – Como você vê a iniciativa de hoje de formação de comitês pelos representantes das entidades dos professores paulistas? Quais os próximos passos? Antonio Carlos Silva – Foi um avanço significativo que precisa ser complementado por meio de iniciativas prática do comitê. Foi constituída uma coordenação aberta com representantes de várias entidades, da qual vamos participar, para impulsionar as iniciativas comuns; destacando-se a convocação da Plenária Estadual a ser realizada, no dia 6, a partir das 18h, no auditório da APEOESP, na Praça da República. Diário Causa Operária – Os comitês de luta contra o golpe, o PCO e outras organizações da esquerda estão chamando uma 2ª Conferência Nacional contra o golpe. Poderia comentar um pouco sobre isso? Antonio Carlos Silva – No meio deste ano foi realizado a 1ª Conferência, que
foi importante para a unificação de todo movimento contra o golpe e que inclusive deliberou o apoio à Lula nas eleições. Agora, os comitês de todo país estão convocando uma 2ª edição pois vemos que as coordenadas fora atualizadas. Os golpistas conquistaram uma vitória parcial com a fraude eleitoral que colocou Bolsonaro no poder e a extrema-direita está se mobilizando. Ao mesmo tempo, a esquerda caiu em uma depressão política e setores querem capitular com os golpistas por meio de uma Frente Ampla. Por isso, é importante que todos participem da 2ª Conferência Nacional [de luta contra o golpe e o fascismo]; trata-se de um evento crucial para reagir aos ataques da direita golpista. Diário – Por que a luta contra o Escola com Fascismo está relacionada com a luta pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula? Antonio Carlos Silva – A liberdade de Lula é um ponto central para derrotar o golpe. Lula é um político extremamente popular que consegue mobilizar uma intensa massa de trabalhadores contra os ataques dos golpistas. Da mesma forma a palavra de ordem “Fora Bolsonaro” é primordial para atacar todo regime golpista. O Escola com Fascismo é um projeto geral dos golpistas para aumentar a perseguição política. Portanto, vemos que estas duas palavras de ordem centrais são importantes no sentido de derrotar o regime golpista de maneira geral. Sem falar que a questão do “Fora Bolsonaro” é primordial na luta contra o avanço da extrema-direita nas escolas, já que os bolsonaristas são linha de frente no Escola com Fascismo.
POLÍTICA | 5
CUT NÃO RECONHECE O GOVERNO BOLSONARO
Quem são os apoiadores de Bolsonaro? Luiz Henrique Mandetta, ministro da saúde… privada N
esta terça-feira, Bolsonaro anunciou o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) como o futuro ministro da Saúde. O deputado do Mato Grosso do Sul é conhecido por sua atuação em favor dos planos de saúde, da bancada do Boi e de se envolver no massacre de índios no seu estado. Mandetta é médico e sempre foi ligado aos planos de saúde. No inicio dos anos 2000 foi presidente da Unimed até ser nomeado secretário de saúde da cidade de Campo Grande e iniciar sua carreira política. Está sendo investigado por suspeita de fraude de licitação, tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário eletrônico na cidade de Secretário de Saúde de Campo Grande (MS) entre 2005 e 2010, na gestão do governador André Pucinelli (MDB). Ele chegou a ter os bens bloqueados pela justiça. Em suas campanhas eleitorais recebeu grandes quantias de empresas ligadas a saúde privada. Conforme consta nos registros do TSE, Mandetta recebeu em 2014 uma doação de R$ 100 mil da Amil e mais de R$ 90
mil da empresa Cirumed, que trabalha com artigos e Equipamentos para Hospitais e envolvidas em escândalos de corrupção na prefeitura de Campo Grande e no Estado. O deputado golpista foi o mais atuante contra os cubanos do Programa Mais Médicos e tentou de todas as maneiras acabar com o programa. Durante a votação que aprovou a criação do Mais Médicos, Mandetta disse que o programa era um navio negreiro do século XXI, comparando os médicos cubanos, em sua maioria negros, a escravos. E quando o governo cubano anunciou a saída do Mais Médicos devido as ameaças de Bolsonaro tratou de atacar ainda mais o governo cubano. Também é ligado aos latifundiários assassinos de indígenas do Mato Grosso do Sul e membro da bancada ruralista. Em 2015, estava juntamente e de maneira atuante em um massacre realizado contra indígenas Guarani-Kaiowás dentro da Terra Indígena Marangatu, na cidade de Antonio João (MS), que resultou na morte de um indígena, Simão Vilhalva. Mandetta estava na organização preparatória para os ataques que
contou com mais de 60 latifundiários e que após a ação que resultou na morte do indígena e dezenas de feridos, incluindo crianças. Foi uma das principais testemunhas em favor dos latifundiários. O médico Mandetta afirmou que o indígena assassinado “não estava flácido” o suficiente para ter sido morto na hora do confronto. A subida de quem sempre atacou os povos indígenas e os médicos cubanos não é por acaso. A saída dos médicos cubanos deixou mais de 90% das populações indígenas sem médicos e a sua trajetória de ataques, e até mortes
em conflitos, contra povos indígenas é uma ação pensada para atacar por todos os lados os povos indígenas. Fica claro que Bolsonaro e os golpistas escalaram Mandetta para destruir o Sistema Único de Saúde (SUS) em favor das empresas de saúde privada. É nesse sentido que os trabalhadores e a população pobre necessitam se organizar e exigir o Fora Bolsonaro antes mesmo dele tomar posse. A mobilização da população é a única maneira de derrotar a extrema-direita golpista e impedir um massacre da população.
2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO FORA BOLSONARO E TODOS OS GOLPISTAS 8 E 9 DE DEZEMBRO DE 2018 SÃO PAULO - SP
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DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 9H30
6 | CIDADES
ARARAQUARA - SP
PSOL faz frente única com os fascistas para derrubar prefeito do PT em Araraquara O
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), está em uma frente única com a direita fascista na tentativa de derrubar por meio de um impeachment o prefeito da cidade de Araraquara (SP), Edinho Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Para explicar essa situação, o Diário Causa Operária Online entrevistou a companheira Flávia Prates, militante do PCO em Araraquara. O prefeito Edinho Silva (PT) está sofrendo uma forte tentativa golpista por parte da direita araraquarense. Mas o PSOL também entrou nessa frente com a direita pra derrubá-lo, é isso? Sim, e infelizmente não pela primeira vez. A direção do PSOL-Araraquara, em especial seu mais antigo membro, o ex-petista, professor Vermelho, que tem maior influência, busca uma política, que, na prática, funciona como uma frente única com a direita araraquarense para derrubar Edinho. Vale lembrar que as correntes do Psol que atuam em Araraquara são as mais oportunistas, como o MES e CST e ambas têm como prioridade o combate ao PT e a “luta contra a corrupção”. Há uma semana, um dos diretores do Sismar, sindicato dos servidores municipais, fez uma live onde atacou fortemente o governo do PT, não apenas o atual, mas os dois mandados anteriores de Edinho Silva, na verdade muito mais que o governo anterior (do MDB) que deixou grande rombo no orçamento municipal. Falou de denúncias que chagam ao sindicato e, com aproximadamente 13 minutos de vídeo afirma “mesmo não tendo provas, como diriam lá os juízes da lava jato, nós temos muita convicção”. Ainda no vídeo o sindicalista acusa o prefeito de pedaladas e diz para que ele acorde,
pois nos bastidores da câmara sua cassação estaria pronta: “eles estão amarrando a maioria lá e vão te derrubar, e tem motivo”. Então não sei como isso não poderia ser visto como uma frente. E o pior é que o PSOL sabe que há uma articulação golpista contra Edinho, e isso foi declarado pela própria direção do Sindicato dos Servidores Municipais (Sismar), ligada ao PSOL… Como toda boa instituição “isenta” o Sismar sempre se colocou como apartidário, entretanto o diretor que fez o vídeo de ataque direto ao PT, quase ao estilo Cid Gomes, foi candidato pelo PSOL nas eleições municipais de 2016 e tanto a direção do partido quanto a do sindicato sabem da articulação golpista para derrubar o governo Edinho, como ele mesmo afirma no vídeo “Nós temos plena convicção de que existe um movimento sendo articulado para derrubar o Edinho. Esse movimento é de partidos da câmara municipal e nós vemos elementos sólidos para que isso aconteça, e motivo não falta, né? Motivo eles deram de monte aí, então dizem que em 2019 a vida política em Araraquara vai ser extremamente tumultuada”(40min). O que causa estranheza é que a política de ambos nunca foi de denúncia da direita golpista, forte na cidade quase que coronelista, mas sempre de ataque ao PT, e não apenas ao Edinho, há também uma vereadora jovem e combativa que o sindicalista em questão sempre provoca e até chega a ofender em sessão na câmara, como disse antes, é de se estranhar. Os argumentos do PSOL parecem ser os mesmos argumentos moralistas da direita…
Os argumentos do PSOL são exatamente os mesmos da direita: dizem que o governo faz “pedaladas fiscais”, que tem gastos com cafezinho e viagens (único governo no planeta que viaja e toma café), que os comissionados começaram a receber tíquete, além de criar factoides e boatos. O PSOL pega medidas administrativas pontuais do governo e diz que o governo é de direita, abstraindo do contexto. Além de falar abertamente a favor da derrubada do governo. Vou exemplificar com alguns trechos da live em questão: “E já ‘tá pronto o golpe aqui em Araraquara também, bem feito pra vocês aí” (29mim) “falam pra gente, nossa, mas se falar ‘fora Edinho’ o pessoal da direita de Araraquara vai usar isso; não tô nem aí (…) a vontade que dá é de torcer mesmo para os vereadores articularem do jeito que eles estão fazendo lá uma cassação do Edinho e que seja cassado mesmo” (31mim), e finaliza dizendo “E se for para pedir o impeachment do Edinho nós vamos pedir sim e vamos defender isso bastante como já fizemos com o Barbieri também”. Em 2017 o PSOL já havia se juntado ao grupo direitista “Vem Pra Rua” em Araraquara. Do que se tratou essa aliança com os golpistas? Em 2017, O PSOL de Araraquara formou uma frente política com o Vem pra Rua e com a imprensa burguesa e conservadora da cidade. O objetivo era “lutar pela redução do salário dos vereadores do município”. Na realidade, porém, os objetivos eram outros: a) desmoralizar a vereadora Thainara do PT, comprometida com a luta contra o golpe de estado no país e contra a prisão de Lula; 2) conseguir holofo-
tes da imprensa burguesa e conservadora local, para dar visibilidade aos futuros candidatos do Partido. O dirigente Celio, quando questionado sobre o caráter da frente com a direita, justificou que o movimento era amplo e até mesmo a direita apoiava, quando ficava evidente que o Psol, como sempre, só estava fazendo mais um coro com a direita em meio a tantos outros. Entretanto os exemplos não param por aí. Esse próprio diário noticiou que na campanha eleitoral de 2016 o PSOL se comprometeu perante a burguesia local, representada pela ACIA (Associação Comercial e Industrial de Araraquara), a trabalhar por medidas propostas por esta entidade, sendo estas a terceirização da fiscalização, ou seja, repressão aos vendedores ambulantes e a repressão aos “drogados” (Medidas 4 e 8). Qual deve ser a postura da esquerda de Araraquara diante desse cenário? Devemos denunciar qualquer organização de trabalhadores ou partidos de esquerda que, num momento político tão delicado, em meio ao golpe de estado, com o iminente governo do fascista Bolsonaro, faça coro com os golpistas com o intuito de derrubar um governo do PT. É um erro quase que infantil um diretor de sindicato achar que negociará melhores condições para os servidores com outro governo. Uma das desculpas deles é que o PT fez aliança com golpista e a culpa é do PT se quem assume é o PP, oras, mais uma falácia típica da direita coxinha que culpa quem votou na Dilma para justificar as barbaridades do governo golpista de Temer. A população, que em sua maioria apoia o governo, precisa ser alertada quanto ao golpe em curso e do que o mesmo significa para ela, afinal a campanha da imprensa contra o governo já começou e de seus supostos “aliados” também.
MEDIDAS DO GOLPE
Está mais caro andar de ônibus depois do golpe
A
pós o golpe de 2016, os empresários do ramo de transportes conseguiram condições mais favoráveis para aumentar a intensidade da exploração sobre a população brasileira. Em todas as capitais e grandes cidades, a única forma de os trabalha-
dores conseguirem se deslocar é através de ônibus e metrôs controlados por grupos mafiosos, que impõem tarifas altíssimas e frotas capengas. As condições terríveis do transporte público são justificadas pelos patrões com as mais frágeis desculpas.
O preço da tarifa, por exemplo, é muitas vezes justificado pela necessidade de pagar os funcionários – motorista, cobrador etc. No entanto, isso não condiz com a realidade: motoristas e cobradores recebem uma miséria em comparação as bolsas de dinheiro que vão diariamente para os cofres dos empresários. Uma suposta preocupação com a “Segurança” também é repetidamente utilizada como justificativa pelos empresários. Por meio de campanhas moralistas e sensacionalistas, a burguesia vem adotando uma série de medidas para ampliar o massacre sobre os trabalhadores. Milhares de catracas, biometria e utilização de câmeras, entre tantas outras coisas, constituem o repertório de equipamentos para vigiar e reprimir a população.
No plano dos empresários, está um aumento gigantesco da tarifa dos ônibus e metrôs. Afinal, o transporte público é essencial para largas camadas da população, de modo que, mesmo se o preço da tarifa for abusivo, ainda haverá demanda. Com o golpe de 2016, a tendência é ficar cada dia mais difícil de andar de ônibus ou metrô no Brasil. Recentemente, uma juíza em Minas Gerais exigiu que os aumentos nos metrôs e VLTs de algumas cidadeas fossem suspensos. No entanto, não se deve ter nenhuma ilusão de que isso bastará para barrar a ofensiva dos empresários. É preciso ir para as ruas, lutar contra o golpe e, por meio da mobilização revolucionária dos trabalhadores, colocar a burguesia contra a parede.
MOVIMENTO OPERÁRIO| 7
TRABALHO ESCRAVO
Trabalhadores de telemarketing do Banco Santander reclamam de tratamento subumano na empresa A
insatisfação é generalizada no setor de telemarketing do banco, espanhol, Santander. Segundo relatos dos próprios funcionários: “isso aqui é pior que a escravidão, até para ir ao banheiro eles cronometram o tempo”. O método de assédio moral é o modus operandi na dependência para o atingimento de metas, que para os funcionários são inalcançáveis. Os supervisores, capatazes desses golpistas criminosos da direção do banco, atuam para pressionar cada vez mais o funcionário para a venda de produtos. Nesse setor o número de adoecimento, por motivo laboral, é altíssimo, mas, mesmo assim, o banco se recusa a emitir o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT), que é obrigatório nesses casos. Perda auditiva, depressão,
distúrbios osteomusculares, problema de coluna, estresse, são algumas das doenças detectadas devido ao grau de insalubridade e pressão que estão
submetidos os trabalhadores. Os bancários não devem aceitar esse total desrespeito com os trabalhadores. Após o processo golpista, via
impeachment da presidenta Dilma, e agora via farsa eleitoral, os banqueiros estão se sentido mais a vontade para desferir um maior ataque às já precárias condições de vida dos trabalhadores e da população em geral. Os bancários devem organizar, imediatamente, junto com outros setores, em uma grande mobilização para barrar o golpe e todas as suas medidas de ataques à classe trabalhadora que passa necessariamente pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”. No caso da revolta da Chibata, entrou para a história a figura de João Cândido. Sua grande capacidade de liderança e direcção politica o colocam na história dentre os principais nomes na luta em defesa do povo negro e da população pobre e trabalhadora de um modo geral.
CORREIOS
FIM DE ANO
Golpistas entregam prédio dos Correios da Pituba em Salvador para a especulação imobiliária
Golpistas causam falta de merenda nas escolas
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rovando que o governo golpista de Jair Bolsonaro, eleito presidente através de uma eleição fraudada, vai destruir as estatais, principalmente a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), o general Juarez, presidente golpista dos Correios aceitou que a empresa se desfaça de 16 imóveis em 9 Estados. Entre esses imóveis, patrimônio do povo brasileiro, está o edifício central dos Correios na Bahia, localizado em Salvador no bairro da Pituba. Esse imóvel é cobiçado há muito tempo pela especulação imobiliária, e terá seu edital aberto no início de dezembro. Os golpistas que controlam os Correios estão entregando um patrimô-
nio do povo brasileiro que está localizado em uma região de alto padrão de Salvador, em um terreno de 35 mil metros quadrados, apenas há duas quadras da praia. O imóvel é um edifício de 17 andares, com 44 mil metros de construção em puro concreto. Ou seja, essa venda é um verdadeiro crime contra a riqueza da empresa, uma verdadeira dilapidação do patrimônio público. Os trabalhadores precisam embargar essa “venda” (entrega) do patrimônio dos Correios pelos golpistas. Fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela ECT pública e de qualidade controlada pelos próprios trabalhadores, através de eleição direta a todos os seus cargos.
A
escola estadual paulista vem sofrendo diversos ataques na sua estrutura e também na merenda escolar que acaba sendo insuficiente para os alunos. Com o final do ano essa escassez aumenta substancialmente, pois a merenda que é repassada pelas prefeituras acaba antes do fim do mês tendo como desculpa as férias escolares. Além da quantidade em muitos casos ser insuficiente, o valor nutritivo da merenda é bastante questionável, pois é rica em carboidratos e pobre em proteínas. A base da merenda é macarrão e arroz, nesse período as verduras, que já
são escassas, desaparecem por completo dos pratos dos alunos. A escola é um lugar cada dia mais abandonado pelo poder público, falta tudo, merenda, produtos de limpeza, funcionários, salários para os professores, impressora, giz… Na maioria das escolas isso é amenizado pelas “vaquinhas” feita pelos os professores e funcionários para comprar o que falta de mais essencial. Somente a mobilização dos professores e estudantes pode reivindicar uma escola pública gratuita e de qualidade para todos, pelo fim do golpe de estado de 2016, Fora Bolsonaro e Todos os golpistas!
8 | NEGROS E CULTURA
NEGROS
CULTURA
Identitarismo é a política do imperialismo: Globo defende que racismo é culpa do indivíduo
Documentário “Paisagem” homenageia a obra de Burle Marx
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esta terça-feira (20), matéria escrita por Dodô Azevedo foi publicada no portal G1. Intitulado “O negro inconveniente”, o texto lançou as bases ideológicas do imperialismo, que utiliza dos meios de comunicação burgueses, como o pérfido grupo Globo, para disseminar a política do identitarismo, ignorando a totalidade do sistema que até hoje desenvolve-se do secto engendrado nas raízes do sistema de exploração do homem pelo homem, jogando assim toda a responsabilidade no indivíduo. Desta forma, vale aqui analisarmos a questão sob um ponto de vista marxista, demonstrando a profusa debilidade das análises dos jornais burgueses, expondo-lhes seus vis interesses que – ao fim e ao cabo – intentam contra todas as organizações dos setores oprimidos. Já no início do texto, o autor levanta o questionamento sobre quem são os responsáveis pelo genocídio dos negros no Brasil, que, segundo ele, inicia-se em 1831 no Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, e vai até 2018, onde a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado. Seu parco entendimento acerca da estrutura e da superestrutura social é aparente. Logo, nega o papel da polícia, do governo e da imprensa ao defender que, dentro dessas organizações, há negros comprometidos com a causa, conscientes. Completa dizendo que os responsáveis pelo genocídio dos negros no Brasil são os fracos. Ora, caro autor, diante de toda a estrutura social (lastreada no sistema de salários, cujo negro é claramente o menos beneficiado e no qual as classes dominantes acumularam vultuosas somas de capital através da exploração do trabalho escravo) e da superestrutura (polícia e outros braços armados da burocracia burguesa), o problema reside no indivíduo? Segundo o autor, “os responsáveis pelo genocídio dos negros no Brasil são os que não têm força o bastante para entender que não vivemos em uma sociedade com as mesmas oportunidades para todos. Os que não têm força para reconhecerem seus privi-
légios. E também o contrário, os que não têm força para postular os privilégios que não foram dados a si, sua família, sua comunidade, sua raça.” Caro, Dodô, seria então uma questão de força? Mas que força é esta? A força do indivíduo que não consegue penetrar na rígida estrutura social? Para entender as raízes do idealismo, típico do pensamento burguês do autor, um prólogo poderia vir à frente do seu texto, com o trecho que o mesmo escrevera: “O ser humano, em geral, é um fraco. Para tudo preferimos soluções fáceis. Desde quando habitávamos as cavernas, preferíamos rezar para chover em nossa lavoura do que nos darmos ao trabalho de construir um sistema de irrigação controlável…” Dadas as considerações do prodigioso autor, fica claro então o pensamento desenvolvido na metafísica, isolando os corpos para entender o conjunto do sistema – ignorando a dialética materialista. Caro autor, não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a sua consciência. O ser humano não é em geral fraco, mas torna-se fraco ou forte em decorrência do seu legado histórico ou das condições materiais que lhe apresentam. Com seu talento para cuspir estultice, afirma: “Há fracos, também, de todas as raças e etnias. De todos os tons de pele. Os fracos estão em todo lugar. Entre negros, inclusive, é (sic) minoria os que encontram forças para serem inconvenientes. A vida do fraco, do sem consciência, é mais fácil. A ignorância, essa bênção.” Então, os que não são “fracos” segundo a teoria do grande analista, seria por pura benevolência? Seria realmente mais fácil e cômodo se dar como fraco, vencido? Por fim, o grande analista das questões sociais propõe que o dia da consciência negra poderia, então, ter outro nome: “Dia da força. Dia da coragem. Dia da reflexão. Dia da autocrítica.” E, termina: “Chamemos de Dia da Consciência”. Após toda a exposição do pálido pensamento coordenado pelo imperialismo – que ao buscar definir todas as lutas democráticas como lutas identitárias, inferimos através das próprias contradições representadas pelo pensamento individualista – onde o indivíduo é o responsável pelos acontecimentos que o rodeiam, as bases do pensamento liberal burguês, conduzido pela moral burguesa. Na perspectiva marxista, todas as lutas democráticas devem ser lutas organizadas e experimentadas ao máximo para que evoluam em consonância com a consciência de classe e levem a cabo o capitalismo e sua moral construída sobre alicerces que a erguem e dominam o pensamento vulgar como o do inconveniente autor de “O negro inconveniente”.
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documentário “Paisagem” de João Vargas Penna homenageia, Roberto Burle Marx, arquiteto e paisagista precursor da paisagem modernista no Brasil, em sua área obteve grande destaque pela sua abordagem diferenciada quando se tratava da preservação da flora nacional. O mesmo fora reconhecido por seus trabalhos que tanto influenciaram no design de jardins tropicais e pela sua transformação em espaços urbanos. Fazendo com que seu trabalho fosse referência na transferência de técnicas artísticas tradicionais, que muito bem aplicadas por ele obteve grande destaque, além de ter trabalhado além do design gráfico, também trabalhou com tapeçaria e arte popular. Na obra, o diretor busca apresentar a trajetória de vida de Burle Marx por sua própria perspectiva, percorrendo as paisagens a fora e assim pontuando os trabalhos que fizeram parte do olhar atento aos jardins como tinha Burle Marx, e com isso mostrando os contrastes presentes em cada um
desses trabalhos que muito remetiam a sua sensibilidade e atenção com esse campo desde que se descobriu um verdadeiro paisagista moderno. De início, onde se ouve a narração de sua história o mesmo diz onde começou sua paixão pela profissão, mas que propriamente se concretiza com seu principal enfoque, que está representado pelos elementos vegetais, tão bem utilizado e preservado por ele em sua ampla gama de trabalhos. Por fim, o documentário mostra a preocupação de Burle Marx com a preservação que em vida, o mesmo considerava de extrema importância para a continuação de um trabalho que ia de encontra com a manutenção da flora nacional, sem agredi-la. Aborda-se também, a questão da transamazônica que tanto se valorizou como o orgulho dos militares durante a ditadura, mas como até os dias de hoje não houve desenvolvimento algum se não uma grande faixada e para o desgosto do arquiteto houve grande devastação daquela área.
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INTERNACIONAL| 9
ILEGÍTIMO
“A eleição de Bolsonaro é ilegítima”, denuncia ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper O ex-presidente da Colômbia entre os anos de 1994 e 1998, Ernesto Samper, afirmou no Fórum “Guerra Jurídica e Estado de exceção na América Latina”, que acontece na 8ª Conferência da Clacso (Consellho Latino-americano de Ciências Sociais) nesta quinta-feira (22), que a eleição de Bolsonaro no Brasil é ilegítima e uma fraude eleitoral e, mais além, novamente falou sobre Lula, pois “não há uma só prova que o incrimine, há um malabarismo jurídico”. Além da acusação pontual contra o golpe no Brasil, Samper lembrou da visita que fez ao ex-presidente Lula em Curitiba e denunciou que o petista está “confinado, só podendo ver sua família uma vez por semana, com uma hora de sol por dia”. Afirmou ainda: “quando fui visitar Lula, as pesquisas mostravam que ele poderia ganhar no primeiro turno, por isso o prenderam”. Outro ponto interessante da fala do ex-presidente colombiano foi sobre a “judicialização da política”, onde
os agentes do judiciário agem como “atores políticos”. “Há uma aliança diabólica dos grupos de direita, com um projeto político que está se concretizando no que se passa no Brasil.
MERCADOS ACIONÁRIOS
Crise política na Itália derruba bolsas na Europa
[…] O caso de Lula, como diz Gabriel Garcia Marquez é um ‘crime’ anunciado”, denunciou. Sobre o juiz golpista, agente dos EUA, Sergio Moro, Samper compa-
JÁ NAS RUAS O JORNAL DE LUTA CONTRA O GOLPE
LUTECONTRAOGOLPE.COM.BR
2 A LUTA CONTRA O GOLPE
10 DE NOVEMBRO DE 2018
POR QUE SE JUNTAR À CAMPANHA FORA BOLSONARO? 1. BOLSONARO QUER ACABAR COM O MINISTÉRIO DO TRABALHO E OS DIREITOS DOS TRABALHADORES O político fascista disse, publicamente, que vai extinguir o Ministério do Trabalho, criado há 88 anos. No dia 7 de novembro, ele afirmou que “o Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério”. Tal posicionamento foi expressado após sua equipe se reunir com capitalistas de dez entidades patronais no início do mês, que o pressionaram para destruir o Ministério do Trabalho e criar uma espécie de “Ministério dos Patrões”. Ou seja, Bolsonaro atendeu imediatamente às ordens da burguesia para avançar sobre qualquer tipo de conquista dos trabalhadores. Isso é reconhecido pelo próprio futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que admitiu que “se dependesse das centrais sindicais, Bolsonaro não era presidente”. Essa frase expressa o reconhecimento de que os trabalhadores não apoiam Bolsonaro e que ele foi imposto pela burguesia e pelo imperialismo em uma gigantesca fraude eleitoral. Todos os direitos dos trabalhadores serão atacados por Bolsonaro, que, mesmo antes de assumir a Presidência, já tenta impor a Reforma da Previdência para acabar com a aposentadoria dos trabalhadores, além de aprofundar a Reforma Trabalhista, as terceirizações, o fim da CLT e as privatizações dos serviços públicos e empresas estatais.
2. ELE É CANDIDATO DOS BANQUEIROS E INDUSTRIAIS Os ataques aos trabalhadores declarados publicamente por Bolsonaro demonstram de que lado ele está: do lado dos banqueiros e industriais, do lado da burguesia. Sua campanha eleitoral foi apoiada, principalmente no 2º turno, pelos grandes banqueiros
e industriais nacionais e internacionais. Os representantes de bancos como Bradesco e Itaú/Unibanco já expressaram seu otimismo sobre o futuro governo golpista, sabendo que Bolsonaro fará de tudo para aumentar os lucros desses setores, enquanto destrói todos os direitos dos trabalhadores bancários e das indústrias.
3. QUER QUE O EXÉRCITO REPRIMA A POPULAÇÃO Capitão reformado do Exército, Bolsonaro, em toda a sua vida, defendeu a criminosa ditadura militar (1964-1985), que assassinou e torturou milhares de pessoas, levou à miséria milhões de brasileiros e reprimiu qualquer tipo de protesto popular. Seu maior ídolo é o coronel Brilhante Ustra, um dos mais sanguinários torturadores e assassinos da ditadura, que torturava mães na frente de seus próprios filhos. Bolsonaro já disse que a ditadura deveria ter matado “30 mil” pessoas. Como deputado, ele sempre defendeu que a polícia tenha carta branca para matar cidadãos de maneira indiscriminada, principalmente nas periferias. Ele defende a intervenção militar a nível nacional, semelhante à que ocorre atualmente no Rio de Janeiro, onde a polícia e o Exército ocupam as favelas, matando e torturando moradores, como ocorreu recentemente no Complexo da Maré, onde policiais atiraram e deram facadas pelas costas a um professor, ou então na Vila da Penha, onde militares torturaram moradores com paus e choques elétricos.
4. QUER VENDER AS ESTATAIS PARA ESTRANGEIROS LUCRAREM COM O SUOR DOS BRASILEIROS Bolsonaro tem um programa econômico entreguista. Não tem nada de nacionalista, muito pelo contrário: ele quer
NÃO DEIXAR A DIREITA AVANÇAR NAS ESCOLAS
DEFENDER A LIBERDADE DE EXPRESSÃO DOS PROFESSORES NA SALA DE AULA A extrema-direita ficou motivada com a vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Todos os elementos mais reacionários da sociedade ressurgiram no cenário político. Houve um aumento das agressões fascistas, contra os mais diversos grupos sociais, um aumento da perseguição política e judicial, e também um aumento da censura contra os grupos dissidentes. Esses grupos de extrema-direita já haviam levantado a cabeça no momento do golpe de estado contra Dilma Rousseff, em um momento anterior da etapa política. Agora, voltam ainda mais agressivos. Na época o projeto de censura nas salas de aula, o “Escola Sem Partido” não passava de uma lei que os vereadores procuravam passar por debaixo dos panos. A reação foi muito grande, e em diversas cidades
houve manifestações contra a aprovação da lei. No atual momento, com a volta destes grupos retrógradas, a situação piorou. A passividade política da esquerda durante o período eleitoral, que deixou de lutar contra o golpe para acreditar em fantasias, fez com que a extrema-direita voltasse com todas as forças. O “Escola Sem Partido” é um dos principais projetos do golpista Jair Bolsonaro e, por mais que ele não tenha assumido o governo ainda, toda o aparato do estado já se organiza no sentido da linha política de Bolsonaro, levando adiante suas propostas de aumento da repressão contra a população, como fica claro com a proposta de ampliação da lei antiterrorismo, para perseguir movimentos sociais, a criação da Força-Tarefa controlada pelos militares e também a
vender, a preço de banana, as empresas estatais brasileiras para os grandes monopólios imperialistas. Entre suas propostas, está o aprofundamento da privatização da Petrobras, da Eletrobras, de uma centena de empresas estatais (a maioria delas criada durante os governos do PT, como ele mesmo afirmou). Entregando as empresas estatais para os capitalistas estrangeiros, não haverá mais investimentos no Brasil, uma vez que os lucros irão todos para fora do País. Com os Correios e o Banco do Brasil, duas das mais antigas empresas brasileiras, é a mesma coisa. Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro, anunciou a pretensão do futuro governo de entregar o controle do Banco do Brasil – um dos maiores patrimônios nacionais – ao Bank of America, dos Estados Unidos. Ou seja, o maior banco brasileiro, estatal, será controlado pelos EUA.
5. ELE É A FAVOR DE MANTER LULA PRESO E QUE QUEM VOTA EM LULA É COMEDOR DE CAPIM Outra clara demonstração de seu repúdio aos interesses do povo é a perseguição que Bolsonaro faz ao ex-presidente Lula. Bolsonaro sempre foi a favor de sua prisão e, depois que Lula foi preso, Bolsonaro afirmou que quer ver Lula morrer na cadeia. Diga-se de passagem, uma das principais jogadas do golpe e da fraude eleitoral, foi a prisão de Lula decretada pelo juiz agente dos EUA, Sergio Moro, para que Lula (que era o favorito da maioria do povo para vencer as eleições) ficasse de fora, abrindo caminho para a eleição de Bolsonaro. Moro foi premiado com a nomeação para ser ministro da Justiça de Bolsonaro, comprovando definitivamente o golpe que foi a prisão de Lula e a fraude que foi a eleição. Além disso, Bolsonaro tem grande repúdio pelo povo ao afirmar várias vezes que os eleitores de Lula são escórias, seres inferiores, e, inclusive, comedores de capim.
discussão em comissão do projeto “Escola Sem Partido” em âmbito nacional. De qualquer forma, da mesma maneira que os neonazistas que apoiam Bolsonaro não aguardaram este assumir à presidência para iniciar uma política de agressões contra os explorados, e nem os latifundiários esperaram para aumentar os ataques brutais aos indígenas e sem-terras, a Escola Sem Partido já está colocada na prática. Bolsonaro e outros políticos da extrema-direita estão pedindo para que alunos e colegas de trabalho filmem professores em sala de aula que estiverem fazendo “doutrinação”. Um típica prática policial adota pela extrema-direita, e uma forma de tentar intimidar o professor em sala de aula. A extrema-direita utiliza isso como forma de linchamento. Divulgam um professor e formam um grupo, geralmente composto pelos pais, para começar a atacar o professor, persegui-lo e pressionar (se pressionar for necessário) a escola a demiti-lo de seu cargo. Isso em Santo André em que uma professora começou a ser perseguida por Bolsonaristas e
“É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas.”
6. SEUS APOIADORES ESTÃO ATACANDO LGBTS E MULHERES COVARDEMENTE E UTILIZANDO SÍMBOLOS NAZISTAS Durante as eleições, a extrema-direita, incluindo grupos abertamente fascistas, atacou quase diariamente mulheres, LGBTs, negros, estudantes e ativistas de esquerda. Houve casos de ataques com facas, armas de fogo e, inclusive, assassinatos por parte de apoiadores de Bolsonaro. Foi amplamente divulgada a morte do capoeirista mestre Moa do Katendê, em Salvador, que sofreu 12 facadas de um eleitor de Bolsonaro, sem poder reagir. Em diversos lugares do País também houve pichações em alusão a Bolsonaro junto com o símbolo da suástica nazista, de Adolf Hitler. Em Porto Alegre, uma garota foi atacada por bolsonaristas e teve uma suástica entalhada com um canivete em sua barriga.
Uma das principais atividades dos comitês de luta contra o golpe é a colagem de cartaz nas ruas, praças e locais de grande movimentação. Na luta contra o impeachment de Dilma Rousseff, na luta contra a prisão e pela liberdade de Lula, na campanha pela Greve Geral na época da Greve dos caminhoneiros, na luta contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e agora na luta contra Bolsonaro, os comitês de luta contra o golpe produziram cartazes específicos para colocar suas campanhas nas ruas. É preciso entender que a campanha política nas ruas é fundamental para influenciar na situação política do país. As pessoas que passam e vêem um cartaz com determinada política reagem a ela. De forma positiva ou negativa, as pessoas são influenciadas pela pauta do cartaz. E são a maneira dos comitês de luta contra o golpe divulgarem sua política e entrarem em contato com a população. Não só isso, as atividades ainda são um pólo de aglomeração dos militantes contra o golpe e servem para manter os militantes mobilizados contra o regime golpista, fazendo uma campanha intensa e diária na mobilização e conscientização dos trabalhadores e dos setores populares e explorados.
tos de interesses com a União Européia (UE). A UE recentemente demonstrou que é uma ditadura em ação contra a Itália, rejeitando o plano de despesas da Itália, elaborados para 2019. A preocupação do imperialismo Europeu, onde a UE articula os banqueiros da Alemanha e da França – principal setor -, é que o governo da Matteo Salvini não leve adiante os projetos neoliberais, temendo o descontrole do governo de extrema-direita com base em grupos fascistas.
A LUTA CONTRA O GOLPE TODOS À 2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA
DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO
7. QUER ACABAR E TRANSFORMAR EM TERRORISTAS OS MOVIMENTOS QUE LUTAM POR TERRA E MORADIA Em sua campanha, Bolsonaro prometeu, publicamente, que vai caracterizar os movimentos que lutam pela terra aos trabalhadores do campo (MST) e por moradia aos sem teto (MTST) como grupos terroristas. Ou seja, os milhões de brasileiros, no campo e na cidade, que não têm onde morar e onde trabalhar, e por isso ocupam propriedades (em sua maioria, improdutivas e desocupadas) para poderem trabalhar e morar, serão amplamente perseguidos, reprimidos e assassinados. Os latifundiários já realizam frequentemente uma limpeza no campo, assassinando sem terra em massa, com conivência e mesmo suporte das autoridades. Nas cidades, a polícia faz desocupações extremamente violentas. Com Bolsonaro, isso será lei e os trabalhadores do campo e da cidade serão considerados terroristas.
FORMAR COMITÊS DE LUTA CONTRA O GOLPE 8 E 9 DE DEZEMBRO DE 2018
Aponte sua câmera para o código QR e inscreva-se
SÃO PAULO - SP
entrou em crise de choros em sua casa, com medo de ir à escola – ao que aproveitaram para demiti-la. É importante ressaltar que não se deve cair no discurso de “doutrinação nas salas de aulas”. Isso ocorre é apenas uma forma de pressionar os professores de esquerda a não apresentarem o fato tal qual eles acham estar correto, mas da forma que a direita quiser. Ou seja, é uma verdadeira censura, pois o professor não pode ter opinião própria e liberdade de expressão para apresentar um fato, deve repetir a opinião, geralmente incorreta, da direita golpista. A “Escola Sem Partido” é na verdade a escola com o partido da direita, sem a esquerda. As escolas e universidades devem ser o lugar da livre circulação de ideias, e deve ter isso como princípio fundamental. Os professores devem ter total liberdade de expressão nas salas aulas, caso contrário é uma censura, e assim deve ser denunciado. A direita atua de forma totalmente policial, de forma a cercear todos os passos dos professores e persegui-los quando saírem dos limites por ela traçados. O “Escola Sem Partido” reflete o aprofundamento do golpe de estado, e portanto de sua política de repressão e censura. Por isso, os professores precisam se organizar em comitês para barrar a ofensiva da direita nas escolas. É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas. Para isso, a união entre estudantes e professores é fundamental para combater a extrema-direita, que de longe é minoria em todas as escolas.
O Jornal A Luta Contra o Golpe (LCG) é uma importante ferramenta de divulgação de informação dos comitês. Além de ser uma iniciativa deles para unificar todos os comitês dispersos em torno de uma política clara de luta contra o regime golpista, o jornal ainda é uma forma de manter os comitês em um política de denúncia constante do golpe de estado. Nas últimas semanas, 80 mil exemplares do JLGC foram distribuídos em diversas regiões do país, onde os comitês estão mais organizados. Do Nordeste ao Sul do país, passando pelo Centro-Oeste, o JLGC foi distribuído, refletindo o crescimento dos comitês em todos as regiões do país. Também, a distribuição destes jornais deixa explícito que a campanha pelo “Fora Bolsonaro e Todos Os Golpistas” já está nas ruas. É importante levar esta política para todos os locais do país, pois apenas desta forma será possível derrotar a política dos golpistas. Os comitês de todo o país devem reagrupar as pessoas em torno da distribuição deste material para aumentar o alcance da campanha, e também para aglomerar as pessoas e mantê-las mobilizadas para derrotar os golpistas. É preciso alcançar os 100 mil jornais distribuídos.
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s mercados acionários europeus tiveram leve crise nesta quinta-feira, 22, com resultados que assinalaram um recuo de ações de mineração, ao mesmo tempo em que nos Estados Unidos a bolsa também manteve os volumes baixos. O índice pan-europeu STOXX 600.STOXX chegou a queda de 0,7 por cento, com a maioria dos setores operando no vermelho, segundo a imprensa internacional, por conta da situação política italiana da extrema-direita em confli-
www.lutecontraogolpe.com.br
Jornal dos comitês de luta contra o golpe • Fundado em 2018 Nº 9 • Jornal quinzenal | 10 de novembro de 2018 • Tiragem: 100.000 exemplares
A LUTA CONTRA O GOLPE • 10 de novembro de 2018 • Tiragem: 40 mil exemplares • Site: www.lutecontraogolpe.com.br
O
rou ao árbitro da final de River Plate e Boca Juniors: “Imagine se ele vestir a camisa do River depois do jogo? É absolutamente imoral” É importante que se organize instâncias internacionais na denúncia da prisão política contra Luiz Inácio Lula da Silva, fazendo aumentar a campanha para escancarar o golpe de estado. Porém, os golpistas que tomaram o poder, agora com um presidente fascistas eleito pela fraude, já demonstraram diversas vezes que não respeitam a lei, que passam por cima, rasgam, pisoteiam, modificam, ao seu bel-prazer.Assim, apenas o povo nas ruas, organizado em suas bases sindicais, operárias, camponesas, poderá derrotar a ofensiva que agora vem dos militares dentro do poder político contra os direitos dos trabalhadores e contra a própria Constituição. Lugar de militar é no quartel e de Lula é nas ruas. Liberdade para Lula, Fora Bolsonaro e Abaixo o Golpe! Com informações da Revista Fórum.
Entre em contato para formar um comitê ou encontrar um comitê de luta contra o golpe mais perto de você!
FORA BOLSONARO
A política irresponsável de setores da esquerda pequeno-burguesa de participar das eleições fraudadas causou uma depressão, menor que na época do impeachment, mas mesmo assim uma depressão em setores da esquerda. Eles consideram que como participaram do processo fraudulento são obrigados a aceitar o resultado, não é verídico isso. Por trás da manipulação da informação, da fraude, do poder econômico e do cartel da imprensa, e principalmente da retirada de Lula das eleições, Bolsonaro venceu. Reconhecer as eleições como limpas, como fazem esses setores, é reconhecer que a maioria votou em Bolsonaro, e que ele tem legitimidade para realizar os planos de ataques ao povo, mais duas conclusões falsas. Em eleições fraudadas, no segundo turno, onde o eleitor é praticamente obrigado a votar
Para falar diretamente ligando ou através do whatsapp utilize os números abaixo: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (OI)
nele se não quiser o PT, Bolsonaro obteve 39% dos votos totais, do eleitorado, ou seja, considerando que uma parte da população atua politicamente mas não pode votar, nem um terço da população ele tem ao seu lado, isso em números de eleições cuja lisura tem que ser questionada. Em segundo lugar, Lula seria vitorioso contra ele em qualquer cenário, e foi proibido de participar das eleições por isso, de forma ilegal, ou seja além de minoritário, ele é o segundo lugar, ele é ilegítimo, como Temer. Um governo minoritário e ilegítimo que almeja atacar os direitos do povo deve ser contestado nas ruas, com manifestações de todas as organizações de luta da classe operária, é preciso unificar o movimento em torno deste eixo, Bolsonaro é ilegítimo e precisa sair, de preferência nem deveria entrar. Este pensamento é resumido na palavra de ordem
de “Fora Bolsonaro!”, mas é preciso que amplos setores que militam na classe operária abracem esta política. Os Comitês de Luta Contra o Golpe, organizações autônomas e pluripartidárias, com o objetivo de enfrentar a direita golpista viram que era preciso um amplo debate em torno desta questão e convocaram uma Conferência, uma reunião de todos os setores ativistas, de qualquer central sindical, partido político ou movimento, para debater estas questões, e ajudar a unificar o movimento, desta necessidade nasceu a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo que irá acontecer nos dias 8 e 9 de dezembro. Todos à Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e o Fascismo! Abaixo a fraude eleitoral! Liberdade Para Lula! Fora Bolsonaro!
e-mail: alutacontraogolpe@gmail.com site: lutecontraogolpe.com.br face: www.facebook.com/lutecontraogolpe twitter: @lutecontragolpe
10 | ATIVIDADES DO PCO
43ª UNIVERSIDADE DE FÉRIAS DO PCO
Entenda o que foi a resistência francesa contra a ocupação nazista E
m maio de 1940, a Alemanha nazista ocupou a França, em uma manobra permitida pela burguesia francesa. Ao longo da Segunda Guerra Mundial, o regime imperialista alemão foi se degradando. As condições da guerra, as sucessivas derrotas e, principalmente, os diversos levantes populares que ocorreram na Europa e dentro dos campos de concentração levaram o regime à falência. Até um ponto em que grande parte da burguesia não podia mais sustentar os nazistas alemães. Um dos principais movimentos de reação ao regime nazista foi a Resistência Francesa. A resistência foi formada principalmente por membros da classe operária e do Partido Comunista Francês. À medida que foi falindo o regime, setores da pequena-burguesia e da burguesia
francesa cooptaram o movimento no sentido de uma saída não revolucionária. A classe operária estava armada e o regime em decomposição. Momento perfeito para uma revolução proletária. Porém, com a política de conciliação do Stalinismo com o imperialismo democrático, o PCF impediu o levante de acontecer com o argumento de que não era o momento ainda. Uma situação parecida ocorreu na Itália, com o fim do regime fascista de Mussolini. Aprenda mais sobre o ocorrido na 43ª Universidade de Férias do Partido da Causa Operária (PCO), o curso marxista mais tradicional da esquerda brasileira. O curso ocorrerá do dia 12 ao 27 de Janeiro do ano que vem. O tema será um texto publicado por Trotsky, “Fascismo: o que é e como
combatê-lo?”, que dá nome à 43ª edição do evento. Participe e aprenda mais sobre a extrema-direita e os fas-
cistas. Trata-se de um tema primordial para a situação política brasileira e internacional.
ABAIXO A PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS
MG tem atividade de agitação contra Bolsonaro e todos os golpistas
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essa quinta-feira (22), o Partido da Causa Operária realizou uma atividade de agitação na base dos petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (REGAP) em Betim. Dada a ótima aceitação do jornal A Luta Contra o Golpe, cerca de dois mil exemplares foram distribuídos nas duas horas de troca de turno entre 6h30 e 8h30. Os companheiros do Partido também fizeram contatos importantes com petroleiros que se disponibilizaram a conversar sobre a situação politica brasileira: “E essa Escola Sem Partido, ein? Vão perseguir todo mundo…” disse um dos petroleiros que passavam pegando o jornal. “Pois é, além da Escola com fascismo o governo Bolsonaro e os golpistas estão trabalhando para privatizar a Petrobrás. Ele é ilegítimo, ninguém quer ele como presidente. Temos de tira-lo de lá.” respondeu um dos militantes do PCO ali presentes. Lutar contra o golpe e contra seu aprofundamento, representado pela eleição fraudulenta do fascista Jair Bolsonaro (PSL) é uma pauta central para todos os setores da classe operária. Destacadamente, os petroleiros têm em suas mãos o epicentro do gol-
pe, que é a Petrobrás. Desde o Mensalão, o ataque central dos golpistas visou a derrocada das politicas de monopólio estatal do pré-sal brasileiro, sob controle exclusivo da Petrobrás. Hoje, dois anos depois da derrocada do governo Dilma, o pré-sal já está quase todo vendido, a produção das refinarias reduzidas quase pela metade, com o contraponto da ampliação da importação dos subprodutos do petróleo, como é a gasolina. Esses dados foram apresentados pelos próprios petroleiros em Plenária, na situação da greve do setor que seguiu a greve dos caminhoneiros de abril desse ano. “Onde há petróleo, há guerra”, completou um dos integrantes da mesa, mostrando a clareza de análise da categoria, relativamente a situação de golpe no Brasil e a origem golpista nos grandes monopólios internacionais, principalmente, as empresas de petróleo Shell e Chevron. Contra essa politica de destruição da Petrobrás, é preciso formar comitês de luta contra o golpe e organizar a luta pelas bases, chamando a greve política pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” e por “Liberdade para Lula e todos os presos políticos”.
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