TERÇA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5474
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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GOLPISTAS MANOBRAM PARA COLOCAR PT NA ILEGALIDADE: MOBILIZAR DESDE JÁ PELA LIBERDADE DE LULA
O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, anunciou no último dia 23, que recebeu denúncia e abriu ação penal por suposta organização criminosa envolvendo dirigentes do Partido dos Trabalhadores, que integraram seus governos nacionais. EDITORIAL
NENHUMA MEDIDA DE BOLSONARO É LEGÍTIMA: ELE FOI ELEITO PELA FRAUDE
Ucrânia sob lei marcial: protótipo Prisão de Lula foi golpe do golpe para o Brasil branco dos militares, indica O regime ucraniano estabeleceu a lei marcial sobre boa parte do país. Com a desculpa de defender a segurança nacional, após a captura de três navios de guerra por parte da Rússia no último domingo (25), o presidente Petro Poroshenko decretou a lei marcial, que foi ratificada pelo parlamento na segunda-feira.
Mourão em entrevista
O nazismo foi apoiado pela burguesia “democrática” internacional: saiba mais na Universidade de Férias A vitória de Jair Bolsonaro nas eleições brasileiras de 2018 ainda não foi compreendida pela maioria da esquerda nacional.
A chapa de Jair Bolsonaro (PSL) e Hamilton Mourão (PRTB) foi vitoriosa em um processo eleitoral fraudulento, cuja espinha dorsal foi a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua exclusão do processo eleitoral, aceita bovinamente pela esquerda quando se investiu na candidatura de Fernando Haddad.
Villas Boas quer reprimir oposição a Bolsonaro como o Exército reprimiu levante comunista de 1935
27 de novembro de 1935: Prestes organiza um levante contra a ditadura de Vargas no Rio de Janeiro O mês de novembro de 1935 ficou conhecido, na história brasileira, como o mês da tentativa de Revolução Comunista, também denominada de Intentona Comunista.
2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO FORA BOLSONARO E TODOS OS GOLPISTAS 8 E 9 DE DEZEMBRO DE 2018 SÃO PAULO - SP
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OPINIÃO| 3 EDITORIAL
Nenhuma medida de Bolsonaro é legítima: ele foi eleito pela fraude
A
chapa de Jair Bolsonaro (PSL) e Hamilton Mourão (PRTB) foi vitoriosa em um processo eleitoral fraudulento, cuja espinha dorsal foi a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua exclusão do processo eleitoral, aceita bovinamente pela esquerda quando se investiu na candidatura de Fernando Haddad. A aceitação da esquerda, porém, comandada majoritariamente por capituladores, não significa a legitimidade do regime que se instaura a partir das eleições. A legitimidade só se dá quando a maior parte da população admite e segue o poder instituído – e não é o que ocorre no caso de Bolsonaro, eleito com apenas 39% dos votos. Tal falta de cre-
dibilidade vem a reboque da própria fraqueza do regime golpista hoje comandado por Michel Temer – o presidente mais impopular da história –, com o apoio do Poder Judiciário e do aparato repressivo estatal. Daí a opção do núcleo duro do golpe, comandado pelo Imperialismo, por militarizar o Estado “por aproximações sucessivas”: os golpistas sabem que estão prestes a implementar medidas anti-povo, destinadas a destruir o país. Um governo sem apoio popular só pode levar a cabo tais medidas lançando mão de uma brutal repressão. O programa de governo de Bolsonaro, suas declarações, a escolha dos ministros, tudo aponta para o aprofundamento das medidas do golpe de Estado em curso: privati-
COLUNA
O movimento negro deve estar na 2ª Conferência de luta contra o golpe Por Juliano Lopes A 2ª Conferência Nacional Aberta de luta contra o golpe, a ser realizada dias 8 e 9 de dezembro, é um marco essencial na luta contra o golpismo, especialmente depois da eleição de Jair Bolsonaro. É preciso relembrar que o golpe de Estado (impeachment) começou com uma campanha de que não tem importância para o negro, uma campanha de que o golpe não traria resultados reais para o povo negro. Porém, os números desmentem isso e é preciso lutar imediatamente contra o golpe. Para se ter uma ideia, em 2017 foram mortos 5012 pessoas pelas forças de repressão do estado, especialmente a PM. E estes são os números oficiais, pois se forem considerados os dados não registrados, o número pode facilmente duplicar. Também é preciso destacar que os processos de perseguição contra o Partido dos Trabalhadores (PT) foram todos feitos como se procede no juizado comum, ou seja, sem provas, sem ampla defesa e o contraditório. São processos como esse que fizeram as cadeias chegarem a mais de 700 mil detentos, sendo que desses, 40%
aguarda julgamento em última instância, tal como Lula. A eleição de Jair Bolsonaro indica qual será o futuro para o povo negro, especialmente no tocante à violência policial. Bolsonaro e vários dos governadores estaduais eleitos possuem como programa um endurecimento das leis e da ação da polícia, o que certamente vai resultar em uma perseguição jamais vista contra o povo negro e pobre. Ou seja, é preciso lutar já contra a direita golpista, contra o fascismo, pelo Fora Bolsonaro, e passo fundamental dessa luta é a 2ª Conferência de luta contra o golpe, dias 8 e 9 de dezembro. Conferência organizada pelos comitês de luta contra o golpe, que também começam a organizar comitês de autodefesa diante dos ataques fascistas, organização fundamental para o negro, que neste exato momento é um dos principais alvos de ataques fascistas, como no caso de Marielle Franco, no Rio de Janeiro, e do mestre Moa do Katendê, na Bahia. Participe, inscreva sua organização de negros, leve suas faixas e bandeiras, venha para a 2ª Conferência Nacional Aberta de luta contra o golpe, dias 8 e 9 de dezembro.
zação ampla e irrestrita, desmonte do Estado, ataque aos trabalhadores em geral e especialmente aos servidores públicos, extinção das políticas sociais, sucateamento da educação e da saúde pública, entrega de nosso patrimônio natural ao estrangeiro. Tudo em benefício da burguesia internacional e das oligarquias locais, sobretudo banqueiros e latifundiários. Para debelar a reação popular, pretendem perseguir e criminalizar as organizações e lideranças populares – como já vêm fazendo com o PT e com Lula. Não cabe, por isso, à esquerda acreditar que uma mera política de oposição parlamentar será suficiente para combater o golpismo bolsonarista. Os partidos serão colocados na ilegalidade, os mandatos de es-
querda serão cassados, os líderes encarcerados. À semelhança do que ocorreu em 1964, os movimentos de luta pela terra e pela moradia serão considerados terroristas, tornando-se os alvos preferenciais da repressão. Nenhuma concessão, por isso, deve ser feita a um eventual governo de Jair Bolsonaro. Nenhuma das medidas anunciadas por ele ou por sua equipe deve ser tomada como inevitável. Sua eleição foi ilegítima e cabe à classe trabalhadora mobilizar-se por meio de greves, atos, bloqueio de ruas para impedir que chegue ao poder. Deve-se lutar pela liberdade imediata de Lula e pela realização de eleições controladas pelo povo, e não pelos golpistas. Não ao cretinismo parlamentar esquerdista! Fora, Bolsonaro! Liberdade para Lula!
Fora Bolsonaro
3| POLÊMICA E POLÍTICA
UCRÂNIA SOB LEI MARCIAL
Protótipo do golpe para o Brasil O regime ucraniano estabeleceu a lei marcial sobre boa parte do país. Com a desculpa de defender a segurança nacional, após a captura de três navios de guerra por parte da Rússia no último domingo (25), o presidente Petro Poroshenko decretou a lei marcial, que foi ratificada pelo parlamento na segunda-feira. Na noite do domingo, ele se reuniu com o Conselho de Segurança e Defesa Nacional e propôs a medida, que foi decretada na manhã de segunda-feira. No mesmo dia, o parlamento, em um primeiro momento, adiou a votação após a “oposição” (também de extrema-direita) exigir uma discussão mais profunda da lei. Algumas horas depois, a votação ocorreu e a medida foi aprovada com 276 votos a favor. Ela passará a valer a partir de amanhã (28) e vai durar por 30 dias. Com a lei marcial, todos os direitos dos cidadãos poderão ser suspensos. O governo poderá impor uma censura mais severa à imprensa, restringir a liberdade de movimentação, proibir reuniões públicas, colocar na ilegalidade partidos e organizações políticas e impedir a saída de cidadãos ucranianos do país. De fato, a lei marcial implanta uma ditadura militar, na qual todas as leis ficam submetidas ao controle dos militares. A Ucrânia é um exemplo nítido de como um golpe de Estado se desenvolve para uma ditadura militar aberta. Em 2014, o imperialismo promoveu um golpe contra o então presidente nacionalista Viktor Yanukovich, que pendia entre a União Europeia e a Rússia. Foi um levante altamente financiado por organizações dos EUA, incluindo a participação direta de di-
plomatas norte-americanos, cujo lema principal era a suposta luta contra a corrupção do governo e a adesão à União Europeia. Derrubado Yanukovich, foi implantado um governo de direita capacho do imperialismo. Grupos fascistas que foram fundamentais para o êxito do golpe tomaram cada vez mais o controle das instituições do Estado, ao longo desses quatro anos. Tem havido um crescimento cada vez maior desses grupos, que, durante o golpe conhecido como “Maidan” (Praça da Liberdade, em Kiev, palco das principais manifestações golpistas), foram a ponta de lança da repressão contra os antigolpistas e a população em geral. Um dos principais eventos que demonstraram o caráter fascista do movimento foi o incêndio à Casa dos Sindicatos de Odessa, onde cerca de 50 sindicalistas foram presos dentro do prédio, que foi incendiado por milícias nazistas. Outros acontecimentos semelhantes ocorreram em outras partes do país, especialmente contra a minoria russa, motivo pelo qual a Crimeia foi reanexada à Rússia (após referendo decidido pela maior parte da população da Crimeia) e o leste do país declarou separação do resto do território, criando as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, onde há uma guerra civil contra o regime de Kiev. Com o golpe, a repressão foi brutal contra a esquerda ucraniana. Partidos e organizações de esquerda, especialmente comunistas e socialistas, foram fechados e ilegalizados, ativistas foram presos e reprimidos tanto pelas forças oficiais como pelas milícias nazistas.
Atualmente, a extrema-direita anda livremente nas ruas. Paramilitares fazem passeatas por Kiev ostentando símbolos nazistas ucranianos, com total conivência (e mesmo participação) do governo. Organizações como Svoboda (Liberdade), Pravy Sektor (Setor de Direita) e o Batalhão Azov atuam por todo o país, espalhando o terror contra a população. O Azov, por exemplo, é uma entidade paramilitar com braço parlamentar com influência no governo e seus paramilitares atuam na agressão militar junto com o exército no leste do país, praticando crimes de guerra contra os separatistas. O que está acontecendo na Ucrânia serve de aviso para todo o movimento popular brasileiro. Assim como no Brasil, o imperialismo promoveu um golpe e a ascensão da extrema-direita. Depois do golpe a direita chegou ao poder e o regime foi se fechando cada vez mais, até chegar a um nível de extremismo fascista jamais visto, ao menos em muitas décadas. O Brasil também vive o perigo de uma ditadura militar. Os militares
ocupam cada vez mais espaço no cenário político, e isso foi evidenciado com a eleição fraudulenta de Bolsonaro, como continuidade e aprofundamento do golpe. Mas há um perigo cada vez maior, não somente com o governo Bolsonaro em si, mas com o fortalecimento dos militares e sua radicalização cada vez maior. Por isso, a esquerda não pode deixar que aconteça com ela o mesmo destino que teve a esquerda ucraniana. O próprio Bolsonaro, bem como seu filho Eduardo, já disse que trabalhará pelo extermínio da esquerda. Contra isso, o que seria uma “ucranização” do Brasil, o movimento popular precisa se unir com suas organizações como a CUT, MST, Frente Brasil Popular, etc, em torno da luta contra o golpe, pelo Fora Bolsonaro e liberdade para Lula, catalisadores da mobilização das massas. É preciso reagir desde já contra a ascensão do fascismo e a possibilidade cada vez maior de um golpe militar, que levaria o país a uma ditadura a céu aberto.
GOLPISTA
Villas Boas quer reprimir oposição a Bolsonaro como o Exército reprimiu levante comunista de 1935 O
general Villas Boas, que ameaçou o STF (Supremo Tribunal Federal) caso concedesse habeas corpus ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, para evitar sua prisão, veio à público novamente, agora para ameaçar toda oposição ao governo golpista de Jair Bolsonaro, eleito em uma das eleições mais fraudadas do Brasil. O general golpista escreveu em seu twitter que recomendou as Forças Armadas o estudo sobre a Intentona Comunista de 1935, para conseguir impedir que seja obrigado a derramar novamente o sangue de brasileiros que se colocar contra a ordem estabelecida. Villas Boas afirmou que determinou “ao @exercitooficial que rememorem a Intentona Comunista ocorrida há 83 anos (27 Nov 1935). Antecedentes, fatos e consequências serão apreciados para que não tenhamos nunca mais,
irmãos contra irmãos vertendo sangue verde e amarelo em nome de uma ideologia diversionista” . A mensagem do Comandante das Forças Armadas é clara, não deixará que haja oposição contra o governo golpista de Bolsonaro, e para isso quer estudar os grupos opositores para previnir na força qualquer movimentação nesse sentido. Mais uma declaração explícita de que os militares brasileiros estão por trás do golpe no Brasil e vão usar de todas as suas forças repressivas para dar sustentação ao governo golpista de Bolsonaro. É necessário organizar a população trabalhadora do Brasil para se opor aos planos da direita, é necessário promover grandes mobilizações de rua contra esse governo, pelo Fora B!olsonaro e todos os golpistas, e Pela liberdade de Lula.
POLÍTICA| 3
GOLPISTAS MANOBRAM PARA COLOCAR PT NA ILEGALIDADE
Mobilizar desde já pela Liberdade de Lula O
juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, anunciou no último dia 23, que recebeu denúncia e abriu ação penal por suposta organização criminosa envolvendo dirigentes do Partido dos Trabalhadores, que integraram seus governos nacionais. Passam a ser réus na ação os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e a presidente do PT, senadora, Gleise Hoffmann. Também são arrolados o ex-ministro da Comunicação, Paulo Bernardes e o ex-secretário da Comunicação Social de Dilma e atual prefeito de Araraquara. Trata-se de uma das maiores e mais fraudulentas denúncias contra o PT. Deixa claro que embora setores da esquerda se esforcem para buscar uma política de colaboração com os golpistas, a direita não está disposta a dar tréguas. Pelo contrário, segue firme na sua política de atacar o PT, toda a esquerda e as organização política dos trabalhadores. E impor sua política de ataques contra os explorados em favor dos interesses do grande capital estrangeiro e “nacional”. A acusação contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e a cúpula do PT, busca – além de dar continuidade à perseguição política a Lula, preso há quase oito meses – criar condições para incriminar todo o Partido, sob a acusação feita sem qualquer base material ou provas, de que o mesmo seria uma organização criminosa. O que pode servir como pretexto para tentar colocar o partido na ilegalidade. Como anunciou
o jornal espanhol El País, “o PT fica na denúncia como o principal autor do maior esquema de desvio e lavagem de recursos públicos na história recente do Brasil“, com os denunciados sendo acusados de receberam um total de 1,5 bilhão de reais em subornos, em favor do Partido. Cabe lembrar que Lula ainda tem contra si cinco outros processos que ainda aguardam julgamento, alguns do mesmo caso, que foram agrupados com o claro intuito de atacar o PT. Já nesta segunda (dia 26), a Força Tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, agindo no mesmo sentido, denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo suposto crime de lavagem de dinheiro, sob a absurda acusação – mais uma vez, sem qualquer prova – de que o mesmo recebido R$ 1 milhão para intermediar discussões entre o governo de Guiné Equatorial e o grupo brasileiro ARG para a instalação da empresa no país.
Em outras palavras, o crime de Lula, teria sido agir para beneficiar uma empresa brasileira em outro continente; um “crime” (para os defensores do governo de apoiadores do imperialismo norte-americano) que só se justificaria mediante suborno. Esta ofensiva, que vem se reforçando nessas e outras iniciativas ainda do moribundo governo Temer, tende a ser fortalecer com a posse do governo fraudulento de Jair Bolsonaro, que já “premiou” o carrasco de Lula, o juiz fascista Sérgio Moro, com a indicação para o cargo de “super-ministro” da Justiça, a partir de janeiro próximo. Uma indicação que sinaliza a vontade do governo fraudulento de Bolsonaro (a quem dirigentes do PT, como Haddad, e da esquerda burguesa, como Ciro Gomes, e os governadores do Nordeste, desejaram “sucesso”) de intensificar a perseguição política, contra o PT e toda a esquerda.
Em tais condições, a política da direita do PT e demais setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa de buscar um “entendimento” com a direita golpista e de abdicar de qualquer luta contra o golpe e, destacadamente pela liberdade de Lula, equivale. um verdadeiro suicídio político, a tentar conduzir para um beco sem saída todo o movimento de luta dos trabalhadores, da juventude e demais setores explorados. A experiência concreta recente comprovou que a política de buscar se defender por meio de inúteis iniciativas judiciais e parlamentares nem de longe abrem qualquer perspectiva para sequer conter a ofensiva da direita. O caminho para enfrentar essa ofensiva, passa – necessariamente – por enfrentar e superar essa política de derrotas. Por impulsionar uma verdadeira mobilização contra o regime golpista, no único terreno em que os explorados e suas organizações podem ser vitoriosos, no da mobilização nas ruas. Também já ficou comprovado, à exaustão, que não adiante dispersar o potencial de mobilização, a força dos trabalhadores e de suas poderosas organizações de luta e da esquerda, em ações contras ações específicas dos golpistas. É preciso unificar e centralizar a iniciativa contra o regime golpista em uma luta pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos, pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas, organizando e impulsionando uma mobilização a partir dos comitês de luta por local de trabalho, estudo e moradia. A defesa de Lula, nesse sentido, é uma poderosa arma de autodefesa do PT e da esquerda em geral, e de contra ataque contra a ofensiva da direita; capaz de mobilizar amplas parcelas dos trabalhadores e da juventude em todo o País.
GOLPE
Prisão de Lula foi golpe branco dos militares, indica Mourão em entrevista
E
m entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo no último dia 21/11, o vice-presidente eleito pela fraude na chapa de Bolsonaro, general da reserva Hamilton Mourão, reafirmou a unidade do alto comando das
Forças Armadas em impor ao Superior Tribunal Federal a negação do habeas corpus ao ex –presidente Lula em abril passado. Na véspera do julgamento pelo STF, o comandante das Forças Armadas general Villas Boas declarou em sua conta do twitter : “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”. Naquele mesmo dia, a golpista-mor Rede Globo de Televisão reproduziu na íntegra no Jornal Nacional a mensagem do general, com o claro recado para os ministros que iriam julgar o habeas corpus no dia seguinte. A ameaça, obviamente, surtiu o efeito esperado e o habeas corpus sendo negado.
Recentemente, em entrevista à Folha, Villas Boas não teve pejo em admitir que havia de fato ameaçado o STF com a possiblidade de um golpe militar, caso a votação não correspondesse aos “anseios” das Forças Armadas: “Temos a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar”, disse. Mourão não se fez de rogado, quando perguntado na entrevista do dia 21 se se tratou de uma pressão de Villas Boas sobre o STF, embora negando à tulela dos militares sobre o regime político, reafirmou na prática que o regime está sim, sob controle dos militares ao usar como justifcativa o possível “caos”que a liberdade de Lula desencadearia e o papel das FAs de “garantia da lei e da ordem”. “Vamos imaginar que os dois lados começassem a se digladiar na rua.
Qual é a única hipótese que poderia haver de as Forças Armadas terem que intervir? Se houvesse o caos”. A declaração do vice de Bolsonaro não deixa dúvida sobre a ameça latente da evolução do golpe para uma intervenção mais decidida dos militares, embora pelo motivo inverso da alegação dos militares, que seria que o golpe militar viria do caos. Lula preso facilita a ação golpista dos militares, justamente pelo fato que o ex-presidente é a expressão maior da luta contra o golpe. A sua ausência do movimento enfraquece a luta, portanto, facilita a tutela dos militares sobre o regime político. Essa questão torna candente a necessidade da luta pela liberdade de Lula, pois esse é o caminho para alavancar o movimento popular e barrar o iminente golpe no golpe. A esquerda que tem consciência do golpe de Estado e da luta para derrotá-lo tem que ter presente que a mobilização e o golpe miltar são forças inversamente proporcionais. O fortalecimento de um dos campos implica necesariamente no enfraquecimento do outro.
4| MULHERES E NEGROS
REPRESSÃO
Mulher morre durante mais uma operação criminosa da PM no Rio de Janeiro M
ais um caso decorrente da ação do braço armado do Estado nas comunidades do Rio de Janeiro. Desta vez a operação se deu no bairro de Senador Camará, Zona Oeste da Capital. A vítima foi uma mulher de 43 anos, que possuía um comércio no local. Ao se dirigir ao bairro em direção ao seu comércio, foram feitos os disparos e a mesma foi atingida por um deles. Segundo a impressa burguesa, a comerciante foi atingida por “bala perdida decorrente do confronto entre policiais e possíveis suspeitos da região”. É preciso denunciar que a vítima foi atingida por disparo de autoria da policia militar e que propriamente o fato de estar havendo confronto naquele local, é justamente decorrente da operação criminosa que a PM realizava lá. A corporação afirmou que ação possibilitou a prisão
de suspeitos e apreensão de armas, quer dizer o fato se tornou apenas uma intercorrência em meio a “eficiência” dos policiais. E por isso, a morte da comerciante nada mais é, como de inúmeros outros casos, do que o fruto da ação brutal e assassina da máquina de matar que é a policia militar do Brasil. A vítima foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos danos causados pelo disparo que a atingiu. A família relatou que o fato aconteceu no exato momento em que ela saiu de casa para fechar seu estabelecimento na região . O Estado Rio de Janeiro que a vários meses está sob intervenção miliar, revela cada vez mais que as operações e qualquer ação dentro das comunidades e bairros, são diretamente contra a população que lá reside e que se apresenta apenas como um mecanismo de aumento da repressão contra o população mais pobre e que é composta majoritariamente por negros, fato esse que se revela como alvo principal dos órgãos de repressão.
ESTUDANTE NEGRO É AGREDIDO POR FASCISTAS
É preciso criar comitês para combater a extrema-direita
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N
o último dia 3, mais um caso de agressão a um jovem, negro e homossexual, ocorreu na Bahia. Aislan Casais, estudante do curso de Humanidades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que fica em São Francisco do Conde, foi agredido por um grupo de direitistas, na saída de um bar. Após as agressões, o que restaram ao jovem foram os traumas, físicos e psicológicos. Um dia apos o evento, Aislan voltou para Cachoeira, sua cidade natal. Com a ajuda de amigos, montou uma vaquinha, com o objetivo de arrecadar R$5 mil para os procedimentos odontológicos necessários.
Com os ataques, ele levou socos, perdendo três dentes. Segundo os relatos, as agressões eram seguidas de gritos, com ataques como “bora matar esse viado”. O típico discurso utilizado pelos covardes direitistas que, diariamente, atacam a em bandos pessoas sem condições de se defenderem, quase sempre os mais pobres, negros, mulheres e homossexuais. Diante desses ataques, o combate ao avanço da extrema direita deve ser imediato. Para isso, é fundamental a mobilização popular organizada, através da formação e manutenção dos comitês de luta contra o golpe e de autodefesa, para derrotar os golpistas.
DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 9H30
MOVIMENTO OPERÁRIO| 5
CORREIOS
General golpista terceiriza Call Center dos Correios M
ostrando que não ninguém deve confiar no que os golpistas dizem, o general Juarez, indicado presidente dos Correios pelo golverno golpista de plantão, sob seu controle, a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) anunciou que apartir de dezembro irá terceirizar o serviço de Call Center nos Correios. As empresas que prestam serviço de Contact Center receberão a incumbência de realizar os serviços de atendimento dos Correios, recebendo de bandeja toda a estrutura já montada pelos Correios para esse serviço, como os PA´s (Postos de Atendimento), os equipamentos e todo o sistema de comunicação. É a destruição acelerada dos serviços próprios feitos pelos Correios, preparando o terreno para a sua privati-
zação, mostrando que o discurso do general, em sua posse de presidente golpista da ECT, de que não privatizaria os Correios é apenas um discurso para agradar a plateia, não passa de mais uma manipulação contra os trabalhadores. Nesse sentido os trabalhadores dos Correios não podem esperar que a ameaça da privatização e demissão da categoria vá embora sem luta, é preciso organizar comitês de luta contra o golpe, pela derrubada dos golpistas dentros dos Correios. Os trabalhadores dos Correios precisam se juntar aos demais trabalhadores ameaçados pelo governo golpista e levantar um grande movimento pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, e pela liberdade de Lula!
DF
SINDICATO DOS FRIOS
A cada dia são piores as condições de atendimento na agência BB do Jardim Botânico
Frigoríficos continuam a oferecer uma mixaria aos trabalhadores: única alternativa é a greve N
N
o governo do golpista de Michel Temer a política de ataques ao funcionalismo e à instituição Banco do Brasil é uma constante: demissões em massa, fechamento de centenas de agências, arrocho salarial, sucateamento, etc., com a finalidade de preparar o banco para a sua privatização. A recente indicação do futuro presidente do BB feito pelo próximo governo (eleito através da maior fraude eleitoral na história do País), de um representante dos banqueiros privados, um neoliberal convicto, que já deu declarações de que pretende entregar os ativos do banco para a iniciativa privada, indica a continuidade da política privatista dos golpistas. Na esteira dessa política, as agências do BB estão num processo acelerado de sucateamento nunca antes vistos. Um exemplo é o que vem acontecendo na agência Jardim Botânico, localizada no bairro mais nobre de Brasília, Lago Sul. Conforme já denunciado por este Diário, a agência, que já era um verdadeiro caos, tanto para os funcionários quanto para os clientes, que sofrem com as longas filas, poucos terminais de atendimento (vários inoperantes devido a problemas técnicos), pouco espaço físico para o atendimento, sofreu uma reforma recentemente que, ao contrário do que deveria ser, conseguiu piorar o que já estava ruim. A agência, que já é pequena, não com-
porta a quantidade de clientes, passou a funcionar os caixas (apenas três guichês)na parte térrea da loja, que é o espaço menor da agência, menor que o subsolo onde ficava localizado anteriormente os caixas, passando, agora, a funcionar o atendimento. O que já era um caos, com a mudança, passou a ser um verdadeiro terror; só falta sair gente pela janela acumulada no pavimento térreo e subsolo. Todo mundo sabe que não é por falta de dinheiro que a direção golpista do Banco do Brasil não investe em ambientes que não seja degradante para os trabalhadores e clientes. Todos os anos o banco vem apresentado bilhões em lucro e nem por isso há uma melhora nas agências. O artifício utilizado pela burguesia de sucateamento das empresas estatais tem como finalidade, junto com imprensa venal, a tentativa influenciar a “opinião pública” da necessidade de privatizar o que é público, entregar o patrimônio do povo brasileiro nas mãos dos banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais. Essa mesma política foi utilizada em praticamente todas as empresas que foram entregues para os capitalistas, principalmente no governo neoliberal de FHC (PSDB) nos anos 1990, tais como a Vale do Rio Doce, as Teles, Energia, Água e em todos os bancos estaduais.
essa segunda-feira (26), ocorreu mais uma reunião do Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias de Carne, Derivados e do Frio no Estado de São Paulo com os patrões do Setor da Carne para discutir sobre o acordo coletivo referente ao período de 2018/2019. Nada avançou, pois os patrões repetiram a mesma proposta miserável da reunião anterior (12/11): o ínfimo percentual de 4% como proposta, que os trabalhadores rejeitaram, considerando como uma provocação, depois de um ano sem reajuste salarial, em que o custo de vida dos trabalhadores mais pobres subiu muito mais. Apesar dos vultosos lucros conseguidos com o suor e sangue dos trabalhadores, os patrões não estão dispostos a oferecer nenhum centavo aos trabalhadores, pior ainda, querem agravar a situação que já está pra lá de ruim. Na última assembleia, realizada no dia 14 de novembro, os trabalhadores já decidiram que, se os patrões não alterassem o percentual oferecido anteriormente, dariam a resposta com greve.
Dentre as principais reivindicações dos trabalhadores, do setor da carne, estão a de um piso salarial de R$ 4.000,00, um salário que contemple as necessidades dos trabalhadores e de suas famílias; 39,50% de reposição de todas as perdas salariais, desde o governo Fernando Henrique Cardoso; a redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais sem redução nos salários; a concessão de cesta básica de 45 kg para todos os trabalhadores e a garantia de convênio médico gratuito para o trabalhador e toda sua família. Na próxima quinta-feira (29) haverá nova assembleia dos trabalhadores nas indústrias do frio e da carne. É preciso mobilizar contrao golpe dos patrões em tentar rebaixar ainda mais o salário dos trabalhadores. Os representantes do Sindicato dos Frios estão percorrendo as fábricas, nas diversas regiões para reforçar a mobilização dos operários. Os patrões só entendem a linguagem da força. É desta forma os trabalhadores vão dar a resposta aos patrões para conquistar suas reivindicações.
8| ATIVIDADES DO PCO E COMITÊS
O NAZISMO FOI APOIADO PELA BURGUESIA “DEMOCRÁTICA” INTERNACIONAL
Saiba mais na Universidade de Férias
A
vitória de Jair Bolsonaro nas eleições brasileiras de 2018 ainda não foi compreendida pela maioria da esquerda nacional. Ligado às Forças Armadas, admirador de torturadores e dono de um discurso explicitamente agressivo contra negros, mulheres, homossexuais e pobres, Bolsonaro reúne tudo o que há
de mais desprezível; contudo, conseguiu, derrotar eleitoralmente o candidato de um dos maiores partidos de esquerda do mundo. As explicações que a burguesia e a esquerda pequeno-burguesa procuraram dar para a vitória de Bolsonaro foram várias, embora nenhuma seja verdadeira. Em todas as explicações,
Bolsonaro é apresentado como um ser humano especialmente nefasto – uma espécie de demônio – que conseguiu enganar tudo e a todos e impor uma vitória sobre a “democracia”. No entanto, a coisa não é bem assim. A vitória de Bolsonaro não é a vitória do candidato Bolsonaro, mas sim da burguesia de conjunto. Os mesmos setores que vêm participando há séculos do regime político, como Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, a Folha de S. Paulo e a Rede Globo, foram os responsáveis por levar Bolsonaro ao poder. Afinal, diante do completo desgaste do governo golpista de Michel Temer e dos governos tucanos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, era necessário apresentar um candidato que aparentasse ser “de fora” do regime político. Esse tipo de acontecimento não é único na História, não se trata de uma exceção, mas sim de uma regra. Toda vez que a burguesia “democrática”, que sempre se mostrou disposta a atuar pelas “instituições”, se vê ameaçada de perder o controle do regime político, esta impulsiona, financia e apoia governos que possam exercer um maior controle sobre a população – mesmo que seja da maneira mais antidemocrática possível. O nazismo, que é hipocritamente criticado pela burguesia “democrática” in-
ternacional, foi apoiado por ela durante longo período. Embora a imprensa burguesa faça hoje tímidas críticas ao nazismo e seu “autoritarismo”, esta apoiou o governo hitlerista no ápice de suas maiores atrocidades contra a classe operária alemã. Em 1938, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, a revista Time elegeu Hitler como “homem do ano”. Em 1936, por exemplo, Berlim sediou os Jogos Olímpicos, que contaram com a participação de todos os países, exceto a União Soviética. Na época, não houve qualquer boicote da burguesia “democrática” internacional – enquanto a Copa do Mundo da Rússia de 2018 correu sérios riscos de não acontecer porque os “democratas” que apoiaram Hitler tentam sabotar sistematicamente o governo russo, eleito por mais de 70% da população. Os industriais e banqueiros de todos os países imperialistas – que se autodeclaram “democráticos” – também apoiaram o nazismo. Henry Ford, um dos industriais mais importantes de seu tempo, apoiou abertamente Adolf Hitler, tendo inclusive recebido da mão deste a Ordem de Mérito da Água Alemã, em 1938. O apoio da burguesia “democrática” internacional será um dos assuntos discutidos na 43ª Universidade de Férias do PCO, que acontecerá em janeiro de 2019. Participe de mais esse evento de fundamental importância para a formação marxista!
ESPORTES E DIA DE HOJE NA HISTÓRIA| 9
CIRCO DE HORRORES
Decisão da Libertadores adiada pelos dirigentes da Conmebol, coveiros do futebol sul-americano A
conduta e os desmandos dos cartolas dirigentes do futebol sul-americano estão conduzindo o esporte mais popular do continente para o precipício. A entidade que controla e “organiza” os torneios de clubes e seleções do continente não poderia ter dado contribuição mais desastrosa para a desmoralização do nosso futebol, particularmente na Taça Libertadores, a competição mais importante de clubes do hemisfério Sul. Um verdadeiro circo dos horrores se instalou na entidade, onde uma série de atitudes contrárias às boas práticas do futebol tomou conta dos dirigentes. Nunca se viu tamanha desorganização em nenhuma outra edição da competição. O ponto nervrálgico e crítico de toda esta situação, dentre outras, foi a péssima qualidade da arbitragem em todo o decorrer das diversas fases do torneio. A situação se agravou nas quartas-de-final, quando houve uma ostensiva e aberta conduta da arbitragem no sentido de prejudicar os clubes brasileiros na competição. Santos, Cruzeiro e Grêmio foram os mais prejudicados pelos árbitros que apitaram as partidas dos times brasileiros nas fases decisivas. Puniram o Santos mas não puniram o River e Boca que também tiveram jogadores suspensos que atuaram. Expulsaram o jogador do Cruzeiro, Dedé, contra o Boca numa flagrante irregularidade;
não puniram o River contra o Grêmio mesmo com o treinador deles suspenso, que foi até o vestiário, descumprindo uma determinação da própria Conmebol. Vergonhoso. Um escândalo total. O resultado foi a chegada de dois times argentinos para a decisão final. Decisão final esta que estava marcada para acontecer no sábado, dia 24, adiada em função dos incidentes ocorridos nas proximidades do estádio Monumental de Nuñez, casa do River Plate, que enfrentaria o Boca Juniors na segunda e decisiva partida. No primeiro confronto, empate em 2 x 2, numa partida tensa e movimentada. No sábado, dia marcado para o segundo confronto, torcedores do River Plate apedrejaram o ônibus do rival Boca Juniors, quando o veículo se aproximava do estádio. O capitão Pablo Pérez, do time de La Bombonera, sofreu ferimentos no olho e não teria condições de jogo. Os dirigentes do Boca chegaram a solicitar uma punição ao River, responsabilizando os dirigentes do time pelos incidentes. Em coletiva à imprensa, o ex-jogador Diego Maradona culpou diretamente o governo do presidente Mauricio Macri pelos acontecimentos. “O presidente do meu país é lamentável. O presidente enganou muita gente que ia mudar isto e estamos pior que tempos atrás. O que Macri está fazendo é o pior de todos os tempos na Argentina. É um
27 DE NOVEMBRO DE 1935
terror sair na rua, há roubos por todos os lados”, disparou o ex-craque argentino. (UOL, 25/11). O desfecho de toda esta situação de caos e desorganização é que a partida de sábado foi adiada para o domingo, dia 25, mas também não aconteceu nesta data, pois o Boca Juniors se recusou a entrar em campo, alegando razões de segurança. No entanto, para aumentar ainda mais a tensão, a Conmebol não foi precisa na comunicação sobre se a partida seria ou não realizada. Torcedores do River chegaram a ficar por mais de sete horas aguardando o início da partida ou um comunicado oficial de adiamento. A Argentina estará recebendo nesta semana (dia 30 de novembro e 01 de dezembro) os presidentes do países que compõem o G-20, que se reunirão em Buenos Aires. A Conmebol já foi comunicada da impossibilidade
de realização da partida na capital do país, onde um gigantesco esquema de segurança está sendo montado para receber os líderes mundiais. Outras cidades já chegaram a se oferecer como sede da partida final, como Gênova, na Itália. Haverá uma reunião na terça-feira, dia 27, na sede da Conmebol, na cidade de Luque/Paraguai, com a presença dos dirigentes das duas equipes e os diretores da entidade na tentativa de encontrar uma solução para o impasse. O que se pode concluir de toda esta balbúrdia é que cada vez mais o autêntico futebol vem perdendo espaço para o futebol-mercadoria, financiado e controlado pelos grandes grupos e pelas grandes corporações, onde os dirigentes das entidades (Fifa, Conmebol, UEFA e outras) são cada vez mais verdadeiros funcionários dos investidores capitalistas.
GROSSOMODO POR MUNA
Prestes organiza um levante contra a ditadura de Vargas no Rio de Janeiro
O
mês de novembro de 1935 ficou conhecido, na história brasileira, como o mês da tentativa de Revolução Comunista, também denominada de Intentona Comunista. Com levantes espalhados principalmente entre os Estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Norte, a revolta teve como princi-
pal líder um capitão do Exército Brasileiro, Luís Carlos Prestes, líder da revolta tenentista que tinha aderido ao Partido Comunista do Brasileiro. O epicentro da agitação ocorreu no estado Rio de Janeiro mediante um levante armado na Escola Militar da Praia Vermelha, seguindo o embalo do espírito que animou o movimento tenentista da década de 1920. Em que pese ter sido a maior tentativa da revolução, no que diz respeito ao número de insurretos, o fato é que o grupo não tinha condições numéricas e nem poder de fogo para tomar o poder. Assim, foram derrotados, e Prestes foi aprisionado. Diferentemente do que ocorrera na revolução russa de 1917, através da qual houve um amplo levante popular contra o governo burguês, a ação isolada adota adotada por Prestes e seus companheiros foi uma atitude corajosa contra o governo de Getúlio Vargas, o qual se encaminhava para formar a ditadura burguesa do chamado Estado Novo.
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