Edição Diário Causa Operária nº5477

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SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5477

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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SEM PROVAS CONTRA DILMA, DIREITA TORTUROU PALOCCI PARA FABRICAR DENÚNCIAS

EDITORIAL

PEZÃO PRESO ESCANCARA A DITADURA DO REGIME GOLPISTA

Quem são os apoiadores de Bolsonaro? Serafim Meneghel, o saudosista da ditadura que forneceu avião para Mourão

“Estamos tentando fazer o nosso melhor”: Eduardo Bolsonaro demonstra seu servilismo nos EUA O deputado federal fascista Eduardo Bolsonaro (PSL) deu uma palestra a empresários e investidores em Washington na última terça-feira (27). O evento foi uma espécie de sabatina dos seus patrões ao filho do presidente eleito pela fraude, Jair Bolsonaro.

Na manhã da quinta-feira (29), a Polícia Federal à mando do ramo carioca da Operação Lava-Jato, prendeu o governador Luiz Fernando Pezão, em pleno exercício de seu mandato. O governador foi preso com base em uma delação premiada (e não em uma prova concreta) do operador financeiro de Sérgio Cabral, Carlos Miranda.

Ana Amélia no governo Bolsonaro: para onde foi o #EleNão? Uma das pessoas cogitadas para assumir algum cargo no governo Bolsonaro é a senadora Ana Amélia, que figurou como vice candidata à presidência na chapa liderada por Geraldo Alckmim.

Lambe-botas do imperialismo: Bolsonaro encontra-se com John Bolton para ouvir as ordens dos EUA Expulsão dos médicos cubanos por Bolsonaro vai matar 37 mil crianças, diz OPAS


abaixo a escola com fascismo Organizar os professores Para acabar com a caça às Bruxas

Em cada sindicato, organizar uma central para denunciar a perseguição fascista, criar comitês para destruir a provocação da direita

número do disque solidário

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OPINIÃO| 3 EDITORIAL

Pezão preso escancara a ditadura do regime golpista

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a manhã da quinta-feira (29), a Polícia Federal à mando do ramo carioca da Operação Lava-Jato, prendeu o governador Luiz Fernando Pezão, em pleno exercício de seu mandato. O governador foi preso com base em uma delação premiada (e não em uma prova concreta) do operador financeiro de Sérgio Cabral, Carlos Miranda. A PF e a Operação Lava-jato agiram conforme a delação que indicava que Pezão teria cometido o crime de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção passiva e ativa. O que lhe fez ter os bens bloqueados no valor de R$ 39 milhões. Trata-se de mais uma prisão arbitrária e sem fundamento da operação Lava-Jato. As práticas inconstitucionais e de desrespeito ao chamado “estado de direito” são o pilar fundamental desta operação, que foi criada pelo imperialismo para exercer a função de perseguição política. O que está ocorrendo no RJ, assim como nos outros estados, não é a luta da cruzada moral contra a corrupção. Seria muito ingenuidade acreditar em tal acontecimento, enquanto os políticos mais alinhados com o imperialismo (que são os mais corruptos) nunca são atingidos pelos crimes cometidos. Ocorre que há nesse momento uma crise dentro do bloco golpista,

e as contradições fundamentais da burguesia estão aparecendo no cenário político. O setor mais forte dos golpistas é, obviamente, o imperialismo. Há toda uma contradição entre os interesses do imperialismo e do núcleo político que controla o Rio de Janeiro. Por isso, dentro do estado, iniciou-se uma intensa perseguição política a todo esse bloco. Pezão já é o 4º governador do estado preso pela Operação Lava-jato. Enquanto isso, todos os escândalos do PSDB no estado de São Paulo são encobertos. Vale lembrar, então, os integrantes deste grupo que foram atacados pela Lava-Jato. Sérgio Cabral, Garotinho e, sua mulher, Rosinha – todos ex-governadores. Além disso, houve também o caso de Jorge Picciani, presidente da Alerj que foi preso pela Polícia Federal; de Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal; e do empresário carioca Eike Batista, preso pela Interpol (polícia do imperialismo). Ou seja, fica evidente que se trata de um ataque direcionado a um determinado grupo da burguesia golpista que manteve por muito tempo o controle do estado do Rio de Janeiro. E portanto, não há nada para se comemorar. Trata-se de uma ataque dos capitalistas estrangeiros contra um núcleo forte da burguesia nacional.

GROSSOMODO, POR MUNA

FRASE DO DIA

Os EUA, autores de massacres e golpes de estado no mundo, não têm moral para falar de direitos humanos Evo Morales

FRASE INOLVIDÁVEL

A universidade pública no Brasil é um escândalo maior que o Mensalão e o Petrolão. Olavo de Carvalho

A esquerda pequeno-burguesa, e no Rio de Janeiro principalmente o PSOL, ao invés de denunciar as práticas ilegais e os abusos da Lava Jato, capitulou totalmente diante da ofensiva do imperialismo no estado. Chico Alencar, deputado federal pelo partido, comemorou a prisão do governador e o fato de terem pedido o impeachment do mesmo – mostrando que a política do PSOL no Rio de Janeiro é de frente única com a direita imperialista e a Globo (como ficou claro com a candidatura de Marcelo Freixo para a prefeitura da capital carioca em 2016). Não se trata de apoiar ou não o PMDB (e aliados) no Rio de Janeiro, mas de denunciar a ofensiva do imperialismo no Estado, o que passa necessariamente por denunciar essas manobras judiciais ilegais da Lava-jato e de esclarecer que o pior está por vir. Mas o PSOL tratou, ao longo desse tempo, de fazer aliança com a Globo e o imperialismo, apoiando o juiz Bretas e, em nome da luta contra corrupção, o judiciário golpista que barrou, no ano passado, o decreto de indulto natalino. O que a esquerda contra o golpe precisa fazer é denunciar que está ocorrendo no Rio o aprofundamento da ditadura dos golpistas, onde um punhado de juízes sem votos têm mais poder que o voto popular (por mais distorcido que seja) e o es-

tado está totalmente controlado pelas Forças Armadas. Inclusive, é importante lembrar que no atual momento quem assumiu o governo do estado é Dornelles, vice de Pezão, mas que Temer se reuniu com o Ministro da Segurança Pública, Rodrigo Jungmann, para discutir a situação do Rio de Janeiro. E, sendo Jungmann um homem dos militares, pode-se levantar a hipótese do estado ficar inteiramente e oficialmente na mão dos militares, que já serão beneficiados pela política do juiz Wilson Witzel, colocado no poder por meio da fraude eleitoral para aprofundar a política de ataque dos golpistas contra a população. A política que substituirá à do PMDB não será melhor. Muito pelo contrário, será bem pior. E é por isso que a esquerda não pode se colocar contra um político determinado do bloco golpista, mas contra todos os golpistas. O problema não se resolve tirando Pezão, a política dos militares e dos bolsonaristas será ainda pior. A única frente que deve ser feita é a dos partidos de esquerda e das organizações operárias e dos trabalhadores do campo contra os ataques dos golpistas. Apenas desta forma será possível resolver os problemas que assolam o estado do Rio de Janeiro e todo o Brasil.


3| OPINIÃO COLUNA

Zé Dirceu. Memórias volume I. Resenha Parte III Por Antônio Eduardo a sua autobiografia, José Dirceu no Capitulo 25 A carta ao povo brasileiro. A convicção de que Lula venceria as eleições presidenciais de 2002, mesmo sem ela., como o próprio o título do capitulo indica, abordada as decisões e os lances da campanha presidencial, e o papel que teve a Carta ao povo brasileiro, um documento lançado pela candidatura Lula para os “mercados”. Como indica José Dirceu: “ plantou-se a ideia de uma carta de Lula, um compromisso escrito com a estabilidade.” Dentro da coordenação da campanha, havia setores mais propensos

governo, Jose Dirceu expõe a composição do governo Lula, as articulações para a montagem do ministério, e a organização da “base de apoio” no congresso nacional, encargo esse atribuído ao próprio José Dirceu, que cita uma frase dita por Duda Mendonça, o publicitário da campanha. “Agora é que começa, meu caro, a guerra de verdade” (p.337). Um papel importante de José Dirceu no primeiro ano do governo Lula foi a articulação no Congresso para as reformas, entre elas a Reforma da Previdência. Sobre as contradições do governo é destacado: “emblematicamente, Lula iniciaria o governo sob signo da Fome Zero e do combate à pobreza, do Bolsa

ção do mandato de deputado e posterior prisão. Uma questão chave foram os equívocos da direção do PT em relação aos intuitos da oposição burguesa, acreditou-se que estas aceitariam de bom grado o governo do PT. “Havia e ainda há um erro estratégico de avaliação: a suposição de que a oposição – e não só a partidária – aceitava a vitória de lula em 2002 e respeitaria as regras democráticas e a alternância do poder. Pior: subestimáveis o uso pelos oposicionistas – PSDB à frente – do aparato policial e judicial, o que ocorria sobre o papel da mídia na formação do ‘clamor’, a opinião publicada – e não a opinião pública-, modelando a ‘pressão popular’”.

para um pacto com os grandes grupos empresariais, “com contatos no setor empresarial e bancário, Palocci e Gushiken sentiam e sofriam mais essa pressão do chamado ‘mercado’”. Naquele momento, apesar de não ser contra inteiramente o teor da carta aos brasileiros, José Dirceu adotou ressalvas à publicação da carta. Posteriormente, no interior do governo acontecerá o embate entre Palocci e José Dirceu em torno da política econômica do governo Lula, com Palocci representando a manutenção da “estabilidade”, ou seja da manutenção da política neoliberal de FHC. De forma geral, José Dirceu considera exagerada a visão de que foi a Carta aos Brasileiros que determinou a vitória eleitoral em 2002, “sinceramente, até hoje não dou à carta a importância que muita gente atribui. Lula venceu com ela, mas venceria sem ela. Não houve nenhuma virada nas pesquisas de opinião por causa da mensagem e nem cessaram a especulação e as pressões dos mercados”. Depois da vitória eleitoral de Lula, antes da posse em 2003, José Dirceu relatou sua viagem aos Estados Unidos, representando o governo Lula. O objetivo da viagem ao país imperialista era “quebrar a resistência dos conservadores”, que havia entre os empresários e no governo Bush um “desconhecimento sobre o PT”, que tinha uma imagem negativa, como se fosse um “bando de lunáticos “. No Capitulo 26 A formação do novo

Família e da valorização do salário mínimo, da prioridade para o social. Um contraponto à imagem do ajuste fiscal e monetário, aos contingenciamentos, juros altos, superávit e altos gastos com a dívida interna.” Cap. 29 É guerra: os tucanos iniciam uma caminhada para desestabilizar o Governo Lula. O processo da luta do PSDB contra os fundamentos do governo Lula, e dos ataques diretos contra José Dirceu, começam já em 2004, com o caso Waldomiro Diniz , com as denúncias envolvendo a participação do bicheiro Carlos Cachoeira . “Incapaz de dobrar o governo na luta política e junto ao povo, desesperada pela consolidação dos programas sociais, com a retomada do emprego e do crescimento em 2004, com a queda da inflação, com o desempenho de Lula no exterior, onde se tornava a cada dia mais popular e influente, e seu crescimento nas pesquisas, a oposição optou pelo denuncismo. Buscava uma bandeira, uma causa que lhe permitisse não vencer as eleições, mas pelo menos derrubar o governo.” (…) “ havia claros sinais de que a oposição e a mídia procuravam me estigmatizar, supervalorizando meu papel no governo, seja como vacina e pressão, seja para criar um clima contra mim” (p.400) No Capitulo 32, O Mensalão. Explode uma crise que sinaliza o começo do fim, Dirceu desenvolve uma análise sobre os significado dos escândalos que levaram a sua saída do governo, cassa-

A imprensa golpista coloca em funcionamento as engrenagens de um amplo ataque contra o governo Lula, fomentando a narrativa do “ mensalão”. “Tudo começou com uma reportagem da revista veja, com fitas gravadas, implicando um diretor dos Correios, Mauricio Marinho, aliado de Roberto Jefferson, presidente do PTB e por ele indicado para o posto. Marinho denunciou que pagava regularmente comissão pelo cargo e função a Roberto Marinho. (P.422) (…) “ quando a TV Globo mostrou a gravação ­­­– clandestina –de Marinho embolsando a propina, estava montada o cenário para mais uma tentativa de derrotar e, se possível, derrubar o governo. Hoje sabemos quem fica a gravação e a serviço de quem.” A politica de ceder sem lutas diante dos ataques da direita, levou a um processo de capitulação diante da campanha demagógica contra a corrupção dos partidos burgueses e da imprensa capitalista. Neste sentido, o primeiro passo atrás do PT diante dos golpistas foi ceder posições e entregar sem esboçar nem mesmo uma tímida reação os principais dirigentes do PT. Desse modo, José Dirceu foi entregue as leões; “Como era possível que companheiros e companheiras, de tantos anos no PT, simplesmente me abandonassem, sem mais nem menos? Na verdade, fui abandonado à própria sorte. Não havia nenhuma proposta sobre meu

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futuro. Eu teria que me defender sozinho e contar, como sempre, com a solidariedade e apoio da militância, de parlamentares e dirigentes do PT, já que o governo e a direção do PT não conseguiram sequer se defender.” (P.428) A campanha de assédio permanente contra José Dirceu caracterizava-se como uma insidiosa perseguição política, o objetivo era destruir completamente a reputação do acusado, realizando um pré-julgamento. “O que se viu foi um linchamento. Houve prejulgamento e praticamente novo banimento da vida política e de toda e qualquer atividade na Câmara, tal o assédio e a agressividade da imprensa.” Incitados pela campanha contra a corrupção e pela crise interna no PT, setores oportunistas aproveitaram a ocasião para ganhar posições no aparelho do partido, entregando os companheiros denunciados e replicando no interior do PT a campanha da direita. “Mais decepcionante era a situação interna do partido, sua absoluta incapacidade de reconstruir uma maioria e uma direção, com um gabinete de crise, para enfrenta-la e superá-la. Em lugar disso, a imediata e rápida decisão de se livrar dos acusados, culpá-los, expulsá-los. Em atitude oportunista e covarde – quase uma corrida–, vários grupos e tendências do PT passaram a se isentar mutuamente e a acusar a maioria do campo majoritário, pelos fatos; (…)Não havia uma linha de resistência, uma trincheira, um plano de luta, no governo e, muito menos, no PT. Era como se as denúncias fossem apenas, e tão somente, uma questão ética, de caixa dois, de financiamento de campanha, de exclusiva e total responsabilidade de Delúbio Soares, Silvio Perreira e José Genuino e, na prática, minha, avalizando assim a acusação de Roberto Jefferson, (p.429) No palco do congresso nacional, uma parte do PT “ ético” faz conscientemente o jogo da direita, por defensiva e covardia política. “O comportamento dos membros do PT na CPI era vergonhoso e totalmente defensivo, quase como linha auxiliar da oposição. Nesse interim, vinte e um deputados do PT se declaram desobrigados de seguirem a orientação partidária.” Entre eles Tarso Genro e os deputados que agora estão no PSOL como Ivan Valente e Chico Alencar, que cumpriram o papel de marionetes da direita, assinando inclusive a CPI montada pela direita dentro do congresso nacional, com objetivos nitidamente golpistas. Em 1º de dezembro de 2005, José Dirceu foi cassado na Câmara de Deputados, e em 2012, a Ação Penal 470 leva a sua condenação sem provas, com base na teoria do “ domínio dos fatos”. Não somente a luta pela liberdade de Lula, mas a mobilização contra a perseguição absurda que vem sofrendo José Dirceu é um aspecto fundamental em defesa dos direitos democráticos e contra os golpistas, que utilizam-se da imprensa comprada e do judiciário autoritário para impor ataques contra os direitos elementares do povo.


OPINIÃO E POLÊMICA| 3

ANA AMÉLIA NO GOVERNO BOLSONARO

Para onde foi o #EleNão? U

ma das pessoas cogitadas para assumir algum cargo no governo Bolsonaro é a senadora Ana Amélia, que figurou como vice candidata à presidência na chapa liderada por Geraldo Alckmim. Ana Amélia foi uma das pessoas que participou e coordenou o movimento #EleNão. Aparentemente neutro e apartidário, o #EleNão juntou alguns milhares de manifestantes no Brasil para uma campanha contra Jair Bolsonaro. Para os mais lúcidos, ficou claro que o #EleNão era apenas supostamente um movimento contra Bolsonaro. E, na verdade, era a última tentativa do imperialismo de colocar Alckmim no segundo turno. Em entrevista cedida à época, Ana Amélia disse que “O segun-

do turno será Alckmin e alguém mais”, e sobre Bolsonaro dizia que o candidato possui “aspectos pouco democráticos”. Ana Amélia afirmava que as acusações de violência da ex-mulher de Bolsonaro revelam a “violência contra a mulher”, que é uma questão “fundamental que deve ser mitigada o mais rápido possível (…) essa é a maior doença que temos no Brasil”, completava a vice candidata. Ana Amélia fez campanha pelo #EleNão, mas agora que Bolsonaro está no poder, o “feminismo” de Ana Amélia se tornou apoio ao fascista e pode, inclusive, fazer parte direta do governo do outrora rejeitado pelo #EleNão, Jair Bolsonaro.

“ESTAMOS TENTANDO FAZER O NOSSO MELHOR”

Eduardo Bolsonaro demonstra seu servilismo nos EUA O

deputado federal fascista Eduardo Bolsonaro (PSL) deu uma palestra a empresários e investidores em Washington na última terça-feira (27). O evento foi uma espécie de sabatina dos seus patrões ao filho do presidente eleito pela fraude, Jair Bolsonaro. “Nós estamos tentando fazer o nosso melhor. Se não tivermos uma vitória, sinto muito, fiz a minha parte”, disse o filhote de fascista sobre a reforma da previdência, que seu pai pretende levar a cabo como uma das medidas para destruir de vez os direitos dos trabalhadores e beneficiar os capitalistas. “Nunca virei aqui, sorrindo para vocês, para dizer ‘ah, nós vamos facilmente fazer uma reforma da previdência. Não. Será difícil, será uma luta, talvez não consigamos fazer isso, mas nós vamos fazer o nosso melhor”, prometeu, como se estivesse prestando contas aos seus chefes, ao mesmo tempo em que procura justificar sua incompetência em cumprir as ordens que lhe foram dadas. Essa palestra, para um grupo restrito de capitalistas no Brazil-US Business Council (Conselho de Negócios Brasil-EUA), foi mais uma clara amostra de vassalagem do clã Bolsonaro, que sempre tentou vender a imagem de nacionalista para o povo, enquanto

vende as riquezas do povo ao imperialismo. No evento, os amos de Bolsonaro fizeram cobranças a seu fantoche. Segundo o jornal golpista Folha de S. Paulo, um dos capitalistas falou que ele deveria ter mostrado mais firmeza e apresentado metas. O imperialismo já está pressionando para receber os dividendos por ter alçado a família Bolsonaro ao governo. Eduardo Bolsonaro fez de tudo para expressar seu capachismo, afirmando

que o Mercosul não pode impedir os acordos “bilaterais” (imposições comerciais) entre Estados Unidos e Brasil, e que fará de tudo para que o país norte-americano volte a ser o principal parceiro do Brasil. Esse foi apenas um dos encontros com os senhores do futuro governo de Jair Bolsonaro. Antes da viagem, Eduardo implorou para poder ser recebido nos Estados Unidos. Finalmente, conseguiu se reunir com representantes da presidência, dos de-

partamentos de Estado, Comércio e Tesouro e do Conselho de Segurança Nacional, além de empresários imperialistas. Também conversou com os senadores republicanos Marco Rubio e Ted Cruz. Eles são alguns dos principais promotores no Congresso norte-americano da tentativa de golpe em Cuba, Nicarágua e Venezuela. Aliás, Bolsonaro filho prometeu que o governo de seu pai será bucha de canhão (mesmo que não seja em uma intervenção militar, ao menos em um boicote internacional) dos EUA contra o país de Nicolás Maduro. Ainda na articulação para seguir as ordens do imperialismo contra a soberania da América Latina, ele se encontrou com Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Almagro é o principal agente dos EUA na região e tem como missão primordial a derrubada do governo venezuelano. Recentemente, ele chegou a propor uma invasão militar ao país caribenho. O boné da pré-campanha extra-oficial de Donald Trump para a reeleição, em 2020, utilizado por Eduardo Bolsonaro, sintetiza o espírito de sua viagem aos EUA. Se ele queria provar sua subserviência, entreguismo, subordinação, enfim, que é um verdadeiro lacaio pau-mandado do imperialismo, ele conseguiu.


4|POLÍTICA

BANHO DE SANGUE

Expulsão dos médicos cubanos por Bolsonaro vai matar 37 mil crianças, diz OPAS A

saída dos médicos cubanos será responsável por um silencioso banho de sangue nos próximos 10 anos no Brasil. Cerca de 37 mil crianças de até cinco anos, filhos dos trabalhadores outrora beneficiados pelo programa, morrerão. A informação é fruto de um estudo realizado pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), representada no Brasil pelo coordenador do Mais Médicos, Gabriel Vivas. Tomou-se como base indicadores verificados desde 2013. O levantamento foi realizado em 2017, portanto no período pós-golpe, mas antes da eleição fraudulenta que levará a extrema direita ao poder em 2019. O acordo internacional que deu origem ao Mais Médicos não aconteceu por um mero capricho do governo da presidenta Dilma Rousseff, derrubada em 2016. A vinda de médicos cubanos foi uma medida – importan-

te, mas paliativa, há que se dizer – para salvar vidas no interior do país sem ter que arcar com o ônus de uma revolução absoluta em toda a estrutura das faculdades públicas de medicina do país. Contudo, a ausência de lógica do neoliberalismo faz pouca distinção entre matar uma árvore, gado, um rio ou um trabalhador. É um arco reflexo auto-defensivo e predatório do capitalismo que não se importa em manter a saúde, e nem mesmo a vida, da classe que produz todas as riquezas. Durante os quatro anos em que esteve em campanha presidencial, Bolsonaro maldisse de todas as formas possíveis os médicos cubanos que trabalhavam no Brasil. Chegou a relativizar suas qualificações, chamando-os de “médicos” (entre aspas). De certo que sabia que, um povo honrado como o cubano, forte o suficiente para abaixa a cabeça nem diante da maior

potência imperial do mundo, jamais admitiria deixar à mercê das incertezas políticas seus nacionais, trabalhando em um país tomado por facções direitistas. A destruição que Bolsonaro provoca na saúde nacional mesmo antes da

GOLPE NA FUNAI

Quem são os apoiadores de Bolsonaro? Serafim Meneghel, o saudosista da ditadura que forneceu avião para Mourãos C

ontemplados pela – fraude eleitoral –, golpistas dão mostras de sólido envolvimento com os setores mais reacionários da política nacional. Hamilton Mourão (PRTB), vice de Jair Bolsonaro (PSL), viajou em avião de Serafim Meneghel para lançamento da candidatura a deputado federal de Paulinho Vilela (PSL), genro de Meneghel. Conhecido como Tigrão, Serafim Meneghel desfruta do posto de “coronel de Bandeirantes”, no Norte Pioneiro Paranaense, desde a época em que era dono de um clube de futebol. Apesar de não ser um militar de fato, como seu amigo Hamilton Mourão, é reputado por resolver tudo com seu revólver de calibre 38 Schmith & Wesson. Seu poderio se deu através de fazendas e da usina canavieira pertencente à família abastada. Para garantir a manutenção de seus interesses – implicados no domínio da agroindústria e do latifúndio canavieiro, Meneghel não vacilou em dar todo o suporte a seu genro Paulinho Vilela, fornecendo seu avião ao vice-presidente, que viajou durante a campanha, sem prestar as contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a Folha, Hamilton Mourão viajou de Brasília a Cascavel (PR), nos dias 12 e 13 de setembro; sendo que o transporte aéreo também não foi registrado nas contas de Jair Bolsonaro. Na tentativa de conseguir perdão das dívidas do Funrural, Paulinho Vilela vinha fazendo

pressão em Brasília nos meses anteriores. Prova disto se deu através de uma foto com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), eleito governador de Goiás – um dos maiores defensores dos latifundiários, postada dois dias após ter batalhado pelo perdão das dívidas do Funrural quem em 2009 chegaram a acumular R$ 30 milhões. Mesmo sabendo que havia perdido a eleição e contentando-se com o posto de suplente, Paulinho Vilela continuou fazendo campanha para Jair Bolsonaro, tirando fotos com o capitão e com Mourão em um avião. Ao publicar as imagens, Vilela escreveu: “Missão cumprida! Que Deus abençoe nosso Brasil.” Vale lembrar que Paulinho Vilela já não preside mais a Usina Açúcar e Álcool Bandeirantes S.A. (Usiban), aberta em 1966, dois anos após o início da ditadura de 1964 – a quem a família sempre adornou e prestou serviços durante o regime colonizando a região e expandindo o latifúndio. Passando seu legado como presidente por 30 anos, agora o latifúndio e a agroindústria encontram-se no nome de um dos irmãos de Serafim, Daniel Meneghel. Os crimes e malfeitorias da família Meneghel se estendem por todos os lados. Diacomo Gamaliel Meneghel é um dos ex-diretores do time de futebol União Bandeirante ao lado de Serafim – um dos réus em processo relacionado a uma desapropriação feita pelo Departamento de Estradas de Roda-

gem (DER) do Paraná. Já um dos filhos de Gamaliel Meneghel, Alessandro, foi acusado em 2007, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), de ser um dos mandantes do assassinato do camponês Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno, em ataque com seguranças da multinacional suíça Syngenta, em Cascavel. Contando com a benevolência do judiciário golpista, Meneghel que tinha uma fazenda de 5 mil hectares na região e presidia o Sindicato Rural de Cascavel, não teve problemas com a justiça e a acusação do MST não deu em nada. No entanto, em 2017, Alessandro foi condenado a 37 anos de prisão pelo assassinato do policial federal Alexandre Drummond, em 2012. Os Meneghel são apenas um exemplo de como Bolsonaro conta com o apoio das figuras mais ignóbeis do país, como os latifundiários que defendem seus interesses às custas da fome, miséria e morte de milhares de pessoas. São esses figurões que apoiam o governo – fruto da fraude eleitoral.

sua provável subida ao poder, somada àquela que ele vem prometendo implementar desde o período pré-eleitoral (com medidas que destroem o SUS) são a prova de que ainda há muito o que se perder com a permanência do estado de exceção e do golpe.


POLÍTICA | 5

JUDICIÁRIO GOLPISTA

Sem provas contra Dilma, direita torturou Palocci para fabricar denúncias A

pós ser torturado e delatar seus antigos aliados, como vários outros presos de forma arbitrária, pela criminosa operação Lava Jato, o ex-ministro Antonio Palocci deixou, na tarde dessa quinta (dia 29), a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, no dia seguinte de ter concedida prisão domiciliar pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Com apenas um voto contrário, na quarta-feira (28), os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal reduziram a pena de Palocci – proferida na primeira instância, em junho de 2017 – que era de 12 anos e 2 meses na primeira instância, para 9 anos e 10 dias. Mesmo ainda estando em fase de recursos, Palocci estava preso em regime fechado desde a deflagração da 35ª fase da Operação Lava Jato, em setembro de 2016, em aberta violação de seus direitos constitucionais. Não nutrimos qualquer simpatia pela maioria (quem sabe quase todas) das posições política e medidas econômicas defendidas e aplicadas por Palocci, em em suas gestões na Prefeitura de Ribeirão Preto (quando inaugurou a privatização da telefonia, entregando a CTBC), no Ministério da Fazenda do

governo Lula até 27 de março de 2006, quando levou liderou uma política de austeridade econômica contra os trabalhadores e eme favor dos bancos. Mas não é disso que se trata. Pallocci, como todos os presos políticos da Lava Jato, foi submetido à uma aberta violação dos seus direitos democráticos, sendo condenado – sem provas, muito antes de ser julgado; tendo seu direitos de recorrer em liberdade negado e sendo – de fato – torturado ao longo de mais de dois anos em que ficou preso. Nessas condições de perseguição e tortura e vendo ser levados à masmorra e serem velados os direitos ainda mais importantes e com amplo apoio popular, destacadamente o ex-presidente Lula, no começo desse ano, Palocci sucumbiu e delatou seus companheiros do modo desejado pelos seus algozes, os criminosos que comandam a operação Lava Jato e são parte fundamental do golpe de Estado realizado sob o mando do imperialismo norte-americano. Sua fraqueza enquanto homem político acostumado a capitular e ceder aos interesses dos grupos mais poderosos podem ter facilitado mais esta capitulação, mas é preciso

destacar que ele, da mesma forma que assinalou Lula – por exemplo – em relação aos dirigentes da Odebrechet foi levado à esta situação por meio de uma processo de tortura, no qual esteve sob a ameaça de permanecer o resto de sua vida na cadeira. Mais do que revelar qualquer coisa sobre o ex-ministro, o caso é revelador da arbitrariedade total do judiciário golpista, do quanto vai longe e fundo a ditadura no interior do poder judiciário totalmente submisso aos interesses dos golpistas e que, nessas condições, sequer disfarça sua ação por cima da Constituição para perseguir os opositores do regime e pressionar no sentido dos interesses que defende de forma escancarada. Em troca de uma prisão domiciliar e possível indulto de sua pena (podendo ser condenado em outros processos), o ex-ministro foi levado a fazer acusações – sem provas – contra os ex-presidentes Lula e Dilma, o que levou – inclusive, a que esta se tornasse réu pela primeira vez, pois não tinha ainda acusações contra si, que a levassem a julgamento. A situação evidencia que não há qualquer garantia para a defesa dos

direitos democráticos dos dirigentes do PT, da esquerda e de todo o povo brasileiro no interior do judiciário golpista e que é preciso enfrentá-lo, assim como a todos às demais instituições do regime atual, e derrota-lo para fazer fazer valer esses direitos e a própria Constituição. O contrário disso significa aceitar a ofensiva da direita e endossar o regime de perseguição política e excessão estabelecido pelos golpistas. Contra essa ditadura, é preciso organizar a mobilização popular, rompendo com a política de aguardar e acatar docilmente a aberta violação da Lei e da vontade popular, levada adiante pelo judiciário golpista.

LAMBE-BOTAS DO IMPERIALISMO

Bolsonaro encontra-se com John Bolton para ouvir as ordens dos EUA R

ecentemente, Bolsonaro passou pelos Estados Unidos e não teve pejo em bater continência à bandeira daquele país. Agora, em mais uma cena cômica, o presidente eleito pelo golpe e pela fraude bateu continência dessa vez para o conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, assessor do presidente norte-americano Donald Trump, ao recebê-lo para em sua casa, no Rio de Janeiro, para um café da manhã, nessa quinta, 29/11. Bolton é um político da extrema-direita dos EUA. Um dos grandes defensores e articulistas da invasão norte-americana do Iraque, que guarda especial predileção por atacar com virulência os “regimes comunistas latino-americanos”: “A “Troika da tirania”, esse triângulo de terror que se estende de Havana (Cuba), a Caracas (Venezuela) e a Manágua (Nicarágua), é a causa do imenso sofrimento humano, motivo de enorme instabilidade regional e a origem de um sórdido berço do comunismo no hemisfério ocidental”, afirmou em recente discurso. Não é e nem poderia ser de se estranhar a predileção com que os Estados Unidos tratam o futuro governo do capitão. Bolsonaro é o candidato do golpe, que tem como seu centro justamente o imperialismo norte-america-

no. Embora o teor da conversa não tenha sido divulgada, aqui se trata apenas de revisar e receber novas ordens. É algo que continua a confundir a esquerda, inclusive dos setores que de fato lutaram contra o golpe, é o caráter do governo Bolsonaro. A esquerda pequeno-burguesa, a fim de defender a sua política de capitulação diante do governo do capitão, tem insistido na tese esdrúxula de que existe uma mudança qualitativa com relação ao governo golpista de Temer e o governo eleito pelo mesmo golpe e pela fraude produzida por ele.

A própria relação de Bolsonaro com os EUA já deveria fazer com que a esquerda pequeno burguesa encontrasse uma outra desculpa para capitular. Muito se prega que o capitão daqui é o Trump de lá. Mentira. Embora ambos tenham semelhanças ideológicas fascistas, Trump tem uma política de tipo protecionista para seu país. Já o Trump daqui é um lambe-botas do de lá, adepto da política da ditadura militar de que “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”. O capitão, assim como seu séquito de militares exaltam a nação, a pátria, a moral e a honra apenas como uma folha de parreira para deleite de uma classe média direitista idiotizada. Não passam de meros serviçais, verdadeiros capachos do imperialismo norte-americano.

A política de Bolsonaro é a continuação da de Temer. A liquidação do país em favor do imperialismo, dos bancos, do grande capital a eles associados. Na busca por impor o que o golpe quer não medirão esforços para destruir os partidos de esquerda, a começar pelo PT e todas as organizações dos trabalhadores. Em política, caso não exista uma compreensão real das forças que impulsionam a luta de classes, o problema da correlação de forças entre as classes sociais antagônicas e daí os métodos corretos para se opor a partir da luta de classes, a possiblidade de ter uma política correta fica muito prejudicada. Compreender as forças motrizes do golpe e ter uma política justa para se opor a ele, é a tarefa central do momento. Nesse sentido, a questão de quem “manda” no golpe, a perseguição ao PT e à proscrição de Lula, são questões-chave para mobilizar os trabalhadores contra a direita teleguiada pelos EUA, para derrotar o golpe e pelo fora Bolsonaro.


8| INTERNACIONAL

FUGA DE CAPITAIS EM LONDRES POR CAUSA DO BREXIT

Desintegração do bloco imperialista E

m 1957, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, Holanda e Alemanha Ocidental assinaram o Tratado de Roma que criou Comunidade Econômica Europeia. Na ocasião a ideia vendida às populações interessadas era a de uma simples união aduaneira. Decorridos mais de 60 anos da sua fundação a organização que hoje se denomina União Europeia (UE) se tornou um projeto expansionista do capital europeu, principalmente o alemão. Este conseguiu através da União Europeia o que não conseguira através do III Reich. A despeito de se apresentar como a portadora dos ideais democráticos não existe democracia nenhuma na UE. Os órgãos detentores de poder de decisão, como o Conselho Europeu, não são eleitos pela população dos países membros. O Parlamento Europeu é o único órgão da UE composto por membros eleitos por sufrágio universal. Todavia não possui iniciativa legislativa ou seja não pode propor leis. Sua função é aprovar ou rejeitar na sua totalidade os projetos apresentados. A própria decisão da maioria dos integrantes da UE não foi feita através de consultas às populações e nos casos em que houve consulta muitas perguntas ficaram no ar. Embora muitos cidadãos europeus não percebam mas a união tem mais

influência sobre as suas vidas do que as autoridades nacionais. As leis votadas nos parlamentos nacionais são produzidas a partir de diretrizes que já chegam escritas pela união . Não causa espanto a popularidade da extrema direita europeia sendo ela o único setor político que tem ousado desafiar a ditadura de Bruxelas que chega ao cúmulo de determinar até a potência do aspirador de pó que os cidadãos europeus irão utilizar. O ingresso de um país na UE é para sempre. A hipótese de saída de um país membro não foi prevista e daí toda a confusão armada com o pleito do Reino Unido de deixar a união.

A edição do dia 29 do jornal britânico The Guardian publica que mais de trinta empresas financeiras trocarão Londres por Frankfurt (centro financeiro rival) o que resultaria numa saída de bens no valor aproximado de € 800 bilhões. A saída do Reino Unido da UE (Brexit) foi decidida por 52% dos eleitores. A preocupação com o impacto da saída na economia do país é relevante uma vez que o setor financeiro contribui com 12% do PIB do Reino Unido e parece que este é o setor mais preocupado com o futuro fora da UE. O acordo celebrado entre o Reino Unido e a UE será votado pelo parlamento britânico no próximo

dia 11. Ele apenas contem diretrizes gerais contudo é grande a incerteza quanto ao resultado dessa votação. O pior cenário é o da rejeição do acordo que colocaria o país num limbo. A saída do Reino Unido da UE com certeza animará outros países a seguirem na mesma direção. Assim sendo uma dissolução parcial ou total da organização será mais provável e nesse caso não apenas a praça financeira de Londres estaria ameaçada mas também todas as outras na Europa, inclusive Frankfurt. A “reação dos mercados” tem sido a preocupação primeira dos governantes e no caso do “Brexit” mais uma vez podemos observar o capital financeiro defendendo seus interesses chantageando um país. O recado é claro: ou os seus interesses são preservados ou o estrago será grande. Como prova de que nesse jogo os interesses do povo trabalhador não são levados em consideração a Alemanha já está providenciando a “flexibilização” de normas trabalhistas a fim de atrair as empresas financeiras que possivelmente deixarão Londres. O cenário no Reino Unido também é confuso como na maior parte do mundo confirmando a situação da crise inédita do capitalismo mundial. É importante que o trabalhador acompanhe o desenrolar da crise no restante do mundo a fim de entender melhor o que ocorre no Brasil.

30 DE NOVEMBRO DE 1947

Começa a guerra civil no Mandato da Palestina

U

m ano antes da criação do Estado de Israel, em 1948, houve uma guerra civil no então chamado “Mandato da Palestina”. No dia 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral da ONU decidiu que o território deveria ser dividido em dois estados, um Estado judeu e outro árabe. Logo depois da adoção da resolução, os árabes recusaram o plano e no dia seguinte começou uma guerra civil na região. O plano da ONU colocava uma parte significativa da população árabe sob o Estado judeu, de modo a entregar grande parte do território para os sio-

nistas. A ideia era que os dois estados tivessem autonomia política e fossem integrados economicamente. A resolução determinava que os britânicos se retirassem do território. Enquanto os britânicos se retiravam, as comunidades árabe e judaica entravam em conflito. A guerra teria a participação também dos estados árabes vizinhos. O resultado do confronto, com a vitória dos judeus apoiados pelo imperialismo, levou ao êxodo em massa de refugiados palestinos, episódio que é chamado pelos palestinos de Nakba (“catástrofe”), e marca a fundação de Israel.

DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 9H30


MOVIMENTO OPERÁRIO | 9

PARANÁ

Frigorífico está em primeiro lugar, no ramo industrial, em afastamento de trabalho

C

onforme o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho (ODSST), do Ministério Público do Trabalho (MPT), entre 2012 e 2017, foram registrados no Paraná 105.133 casos de auxílios-doença por acidente do trabalho e doenças ocupacionais. O número de operários que perderam

suas vidas nesse período foi de 1.286. O ramo frigorífico, de acordo com o levantamento do Observatório, corresponde ao segundo lugar, entre todos os setores. No ramo industrial é o primeiro, tanto no Paraná como em vários outros Estados do País, nos quais têm uma presença importante.

Para ter uma idéia da disparidade dos acidentes e doenças ocupacionais nos frigoríficos, estes ocorrem sete vezes nos frigoríficos do que nos demais ramos industriais. As principais causas dos acidentes estão relacionadas à falta de manutenção dos equipamentos, falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), frio excessivo, bem como, o excesso de peso, equipamentos pontiagudos, e ritmo acelerado do trabalho durante jornadas excessivas. Os patrões do setor não respeitam nenhuma legislação, não tem qualquer respeito pelos seus funcionários Quando ocorre fiscalização, algo raro, e o frigorifico é autuado, os fiscais sempre propõe um acordo, cujo objetivo facilitar para que patrões possam regularizar a situação formal, sem mudanças efetivas e redução dos acidentes. Vários frigoríficos não aceitam o acordo e outros, quando dizem aceitar, não corrigem o problema, pois

querem o lucro acima de qualquer coisa, principalmente nas piores condições possíveis, mesmo que custe a vida de seus funcionários. São inúmeros os relatos de vários casos de que os itens do acordo proposto foram totalmente negligenciado. No entanto, os patrões ficam impunes, principalmente porque, para continuarem nesta situação, financiaram os golpistas MDB, DEM, PSDB, etc., que destituíram a presidenta Dilma Rousseff, eleita com 54,5 milhões de votos e prenderam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vem retirando todos os direitos do conjunto da classe operária. O tamanho do estrago é enorme, pois a falta de condições de trabalhar deixa a grande maioria desses operários, senão sua totalidade, sem as mínimas condições de sobreviver e garantir as condições adequadas de vida para suas suas família. Para mudar a situação imposta pelos patrões, é necessário a organização do conjunto da classe trabalhadora, da população explorada, através de comitês de luta contra o golpe, nas fábricas, bairros, municípios, bem como, todos os Estados do país.

CAIXA ECONÔMICA

CAIXA ECONÔMICA

Superintendência da Caixa ameaça gerentes caso não atinjam metas de vendas

Ministério golpista do Planejamento dá prêmio para os Correios controlado por general O

G

erentes da Caixa Econômica Federal vêm recebendo ameaças constantes por parte da Superintendência do banco. Um verdadeiro assédio moral, com intuito de pressionar os trabalhadores a aumentarem as metas de venda de produtos bancários. As ameaças, que vêm através de mensagens nos celulares, são referentes a transferências compulsórias para aqueles não apresentarem resultados satisfatórios. Os argumentos apresentados, pelos borra botas da direção golpista da Caixa na superintendência, é de que esses funcionários que “não apresentam resultados” não fazem diferença nos resultados nas agências. Esse tipo de truculência por parte da direção do banco passou ser o modus operandi da empresa logo após a posse do vampiro Michel Temer, após o processo farsa comprado no reacionário Congresso Nacional

do impeachmentque destitui a primeira presidenta mulher no País, Dilma Rousseff, eleita com mais de 54,5 milhões de votos, se intensificará, se não houver uma reação por parte dos trabalhadores, no provável próximo governo, eleito fraudulentamente, do aprendiz de fascista, Jair Bolsonaro. As tendências direitistas dos chefetes em relação aos ataques aos trabalhadores só tende a crescer, s não forem enfrentadas por uma reação de conjunto dos trabalhadores e de suas organizações de luta, como os sindicatos. Esses casos de assédio por parte das direções da empresa não são fatos isolados em relação à própria Caixa Econômica, diz respeito ao aprofundamento do processo de golpe de Estado no País que aumentou as tendências fascistas por parte dos capitalistas em crise, para aumentar, ainda mais, a exploração dos bancários e de todos os trabalhadores.

SEST (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) ligada ao Ministério do Planejamento, concedeu à ECT (Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos) o certificado de nível 1 Indicador de Governança. A cerimônia aconteceu no dia 23 de novembro, no Prédio do Ministério do Planejamento, e contou com a presença do atual presidente golpista dos Correios, o general Juarez Avezedo, escolhido pelo governo golpista de Jair Bolsonaro, eleito através de uma eleição fraudada. Na cerimônia, foi relatado que os Correios obteve melhorias significativas nos quesitos de Gestão, Controle e Auditoria, Transparência nas Informações, Conselhos, Comitês e Diretoria. Isso significa que a direção golpis-

ta da ECT está seguindo caninamente todas as diretrizes privatistas do SEST, que sempre foi um obstáculo na luta dos trabalhadores dos Correios, por melhores salários e condições de vida. Um prêmio dado aos Correios pelo Ministério golpista do Planejamento significa que os golpistas estão em um processo acelerado de privatização, e estão sendo premiados pelo servilismo que dirigem os Correios. É necessário a criação de comitês de luta contra o golpe no interior dos Correios pelos trabalhadores, a fim de lutar contra essa gestão golpista, que está desmontando os Correios, a fim de entregá-lo de bandeja para os grandes capitalistas internacionais. Fora Bolsonaro e todos os Golpistas! Pela Imediata Liberdade de Lula!


10 | NEGROS E CULTURA

NEGROS

Quais semelhanças entre uma carteira e uma arma? Para PM é tudo a mesma coisa N

a última quarta-feira (28) mais jovem negro pereceu, no Brasil, vítima da violência da Polícia Militar, instituição de extermínio do povo pobre e negro. Alex da Silva Menezes, de 21 anos, foi baleado no abdômen sem motivo algum no dia 9 de novembro, foi levado ao hospital, onde permaneceu internado, mas não resistiu ao ferimento. Em um ato de completo deboche, os policiais assassinos afirmaram que atiraram contra Alex e um outro homem que estava com ele por terem confundido sua carteira com uma arma. O caso aconteceu em Porto Velho, Capital de Rondônia. Segundo os assassinos de farda, Alex teria desobedecido uma ordem de parada e teria, nesse momento, retirado algo da cintura e levado para o alto, um amigo que estava com ele teria dito aos policiais para não atirarem pois ele estava embriagado. Por estar escuro e não poderem ver direito, decidiram atirar

contra o jovem. Após ser baleado, os policiais aproximaram-se e constataram não ser nem um tipo de arma, mas apenas a carteira porta-cédulas. Fica evidente, pela própria desculpa ignóbil dos assassinos e pela milhares de vítimas negras e pobres que esta instituição faz todos os anos, que e PM é uma organização terrorista, cujo mé-

todo de atuação é a perseguição e o extermínio ao povo negro e pobre do país. Alex como milhares não foi vítima vítima um engano ou do despreparo, foi deliberadamente porque era negro e pobre e teve a infelicidade de cruzar o caminho desta instituição assassina, racista, fascista, que foi montada pela burguesia, pelos capitalistas,

pelo Estado Burguês, pelos mesmos que deram o golpe de Estado no país para exercer ferrenho controle da população trabalhadora do país. Enquanto existir uma organização do Estado como a PM e as polícias em geral não será possível nem mesmo falar em democracia.A ideia de cidadania, de republicanismo, de direito é completamente incompatível com a existência de uma organização, que assassina a cidadãos brasileiros na rua e ao seu Bel prazer, seja com que desculpa for. A burguesia Brasil e e Internacional organizou historicamente no país um si Sr na repressivo, seja a Polícia, o sustém prisional, o Judiciário pré-modernos, quase que medieval, esse skate existe, tal como é, naturalmente para impedir que a população exerça seus direitos democráticos elementares. Não é atoa que o Golpe de Estado se apoia nesse aparato repressivo. Nesse sentido, uma das questões democráticas centrais para o povo brasileiro e em especial para o povo negro, principal vítima dessa perseguição, é a luta pela extinção deste aparato repressivo e terrorista.

TERRORISMO DE EXTREMA-DIREITA

Filme mostra massacre de 2011 em acampamento de jovens na Noruega “(…) mesmo as nações civilizadas podem ser arrebatadas por um ódio feroz. (…) Repetimos, pois, a nossa afirmação: a guerra é um ato de violência e não há nenhum limite para a manifestação dessa violência. Cada um dos adversários executa a lei do outro, de onde resulta uma ação recíproca, que, enquanto conceito, deve ir aos extremos. Tal é a primeira ação recíproca e o primeiro extremo que se nos deparam” (Carl Von Clausewitz, em Da Guerra) Antes mesmo de existirem redes sociais, da invenção dos termos como fake news ou “pós-verdade”, ao que se tem vinculado a intolerância e a irracionalidade, a violência e o ódio ao diferente, o mundo capitalista sempre foi pleno de intolerância, de ódio ao diferente (principalmente quando esse se apresenta como uma ameaça ao status quo), de violência e de irracionalidade, estimulado pelas classes mais poderosas. O capitalismo também nunca parou de promover massacres, invasões, roubos de terras de camponeses pobres, precedidos de genocídios, de estupros, de escravização em massa, da destruição de cidades inteiras, do desaparecimento de culturas as mais distintas. Quase sempre a questão principal, a motivação, foi econômica. O capital não se importa com vidas perdidas, com questões morais, com bases éticas. Ao contrário, sabemos que as guerras, mesmo aquelas declaradas como motivadas por razões humanitárias, são impulsionadas por interesses claramente econômicos de poderosos monopólios capitalistas e seus estados.

Em intervalos cada vez mais curtos, a paz parece reinar na maioria do planeta. Mera aparência, quando a ‘paz’ torna-se mais lucrativa, ou porque as guerras se tornam um negócio lucrativo demais e, por isso, devem ser realizadas visando a maximizar os ganhos. Há um crescimento de movimentos reacionários de direita e de extrema-direita no mundo todo. Essa situação é o produto da crise histórica do capitalista e de sua politica neoliberal, amplamente rejeitada pelas massas populares em todo o mundo. Essa política de austeridade, que impõe uma crescente desigualdade, que gera reação e revolta popular por todos os lados. O fato é que multiplicaram-se os ‘exemplos’ de ações terroristas, de grupos terroristas ou de pessoas inspiradas em ‘ideais terroristas’, isso ultrapassa Jerusalém ou Bagdá e alcança Columbine, Virgínia, Boston, Nova Iorque nos Estados Unidos, Paris, Roma e Barcelona, na Europa, mas também Utøya, Noruega. Utøya é uma ilha situada no lago Tyrifjorden, na comuna de Hole, em Buskerud, a 38 km da capital da Noruega, Oslo. Lembremos que, no dia 22 de julho de 2011, Anders Behring Breivik, considerado um terrorista radical de direita, chegou de balsa na ilha de Utøya, e matou 69 pessoas – a maioria crianças, que estavam em um acampamento de jovens. Antes disso, no mesmo dia, ele havia explodido um carro-bomba na frente da sede do governo norueguês, chefiado pelos trabalhistas, na capital, quando foram mortas oito pessoas. Esses terríveis fatos são reconstituídos pelo diretor Erik Poppe no longa

Utøya – 22 de Julho, com estreia marcada para esta quinta, 29 de novembro. O filme integrou a programação da Mostra de Cinema de São Paulo, e é marcado por uma certa ‘estética de urgência’, provavelmente advinda da experiência com fotojornalismo de seu diretor. O filme aposta em alguns personagens para marcar essa ‘estética’, mas o filme pode, e deve, ser visto como uma mostra do significado da ascensão da extrema-direita no mundo. Como os oficiais do regime nazista pareceram não se arrepender do que fizeram, nem mesmo considerado suas ações como equivocadas ou más, Breivik igualmente não se arrepende de suas ações, e ninguém ousa apresentá-las como resultado de alguma desordem mental. Ele, orgulhosamente, acredita estar a serviço de um bem maior. Assassinar crianças não parece um problema para a extrema-direita, daí que crianças afogadas durante traves-

sias marítimas, em fuga das guerras em seus países ou bombardeadas na Palestina em protestos contra a invasão dos israelenses ou, ainda, no caso do Brasil, mortas a caminho da escola, com tiros de fuzil, nas costas, nada disso parece errado ou cruel para os que vivem do ódio ao diferente, aos pobres, às ideias de igualdade, de solidariedade, de justiça. Recomendamos Utøya – 22 de Julho, pois a ideia de assassinato em massa está no horizonte dos golpistas que tomaram conta do país. Poderia ser Candelária – 23 de Julho*. Muitas são nossas Utøyas. Todas apontam para a (extrema) direita. *Em 23 de Julho de 1993, ocorreu o que ficou conhecido como a Chacina da Candelária. Oito jovens, sendo 6 (seis) menores de idade, todos em situação de rua, foram assassinados próximos à Igreja da Candelária, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro.


ATIVIDADES DO PCO E COMITÊS| 3

CONTRA O GOLPE

Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe é adiada para o início de 2019 O

Partido da Causa Operária (PCO) e os Comitês de Luta Contra o Golpe comunicam a decisão de adiar a realização da 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, que estava marcada para os dias 8 e 9 de dezembro. Tem sido realizada uma ampla campanha nas ruas com a distribuição do jornal A Luta Contra o Golpe, a colagem de cartazes e a distribuição de adesivos. Além disso, está sendo articulada a organização de cada vez mais comitês e do movimento de luta contra o golpe. O PCO e os Comitês também têm participado de atos convocados pelo movimento popular contra a extrema-direita, sempre buscando aglutinar a militância para a luta fundamental que se insere na campanha “Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula e todos os presos políticos”. Dentre as atividades desenvolvidas destacam-se o enfrentamento, na prática, aos fascistas e golpistas. Em 12 de novembro, por exemplo, os Comitês participaram de uma manifestação de estudantes e professores

no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, na qual expulsaram membros do MBL que tentavam intimidá-los através da propaganda do programa “Escola Com Fascismo”. No entanto, consideram que a mobilização ainda não está suficientemente desenvolvida, mostrando que os ativistas ainda estão se adaptando ao novo cenário político frente às eleições e a ascensão do governo Bolsonaro. É preciso mais tempo para os acontecimentos serem assimilados e a atividade dos comitês se desenvolver. Ao invés de realizar uma atividade nacional centralizada nesta data, o PCO e os Comitês propõem a realização de conferências estaduais, como uma preparação para a Conferência Nacional, proposta para ser realizada no início de 2019, assim dando o necessário tempo/ Continue a acompanhar o dia-a-dia da luta contra o golpe no Diário Causa Operária e no portal lutecontraogolpe. com.br.

2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO FORA BOLSONARO E TODOS OS GOLPISTAS

Comitês de Luta Contra o Golpe Partido da Causa Operária

Fora Bolsonaro

Entre em contato e participe: (11) 98589-7537 (TIM) | (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) | (11) 93143-4534 (OI) e-mail: alutacontraogolpe@gmail.com site: lutecontraogolpe.com.br facebook: www.facebook.com/lutecontraogolpe twitter: @lutecontragolpe

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12 | MULHERES E ESPORTES

DIREITA USA MULHERES PARA APROFUNDAR O REGIME DE REPRESSÃO

Aumento da pena por feminicídio N

esta quarta-feira (28-11), os deputados federais , seguindo a campanha mundial Imperialista dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as mulheres, aprovaram quatro projetos de lei na Câmara de Deputados contra o feminicídio. A corrupta e golpista Câmara de Deputados, que atacou sem tréguas a primeira presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff, do PT, quer que acreditemos que agora estão aprovando, em pleno golpe, leis para “proteger” as mulheres de agressão física, moral e psicológica, provocada pelos homens? Na verdade é mais uma das artimanhas da direita golpista, que apoiou um fascista para presidência da República, Jair Bolsonaro, que em seus discursos, a mulher vale menos que seu cachorro, para estabelecer leis que simplesmente aumentarão à repressão no País.

Com o apoio da esquerda pequeno burguesa, que comemora essas leis, a direita golpista vai aumentando o poder do Estado golpista sobre os cidadãos, com leis que usam o pretexto de corrigir preconceitos, nesse caso contra as mulheres, para que a polícia e o Poder Judiciário ganhe novos arsenais jurídicos para reprimir ainda mais a população brasileira. Quanto ao Estado golpista, e os deputados do Congresso estarem preocupados com as agressão que às mulheres sofrem no dia dia, é puro cinismo e hipocrisia, pois basta ver que os policiais no Brasil, agridem, batem e até matam mulheres, e ninguém saem em defesa das mulheres, pelo contrário, os policiais na maioria dos casos são condecorados. Essa posição reacionária da direita que domina o congresso fica evidente também pela campanha que muitos

desses senhores vem impulsionando de perseguição e ataques contra os educadores, em sua maioria mulheres, por meio da Escola com Fascismo, para cassar todo tipo de liberdade de expressão nas Escolas e Universidades.

Somente a mobilização contra os golpistas, da luta nas ruas contra o governo Bolsonaro, é possível impedir o avanço da direita, de suas concepções ideológicas contra as mulheres, maioria de nossa nação, e contra todo o povo pobre e trabalhador do País.

ESPORTES

Fluminense: o calvário, a tragédia e o drama tricolor em 2018 U

ma das camisas de maior peso e tradição do futebol brasileiro está vivenciado um pesadelo que pode terminar em mais uma tragédia na grande história de glórias e vitórias do time. O Fluminense – um dos mais tradicionais e importantes clubes de futebol do País – agoniza no teatro do futebol brasileiro, o que pode conduzir o time, na atual temporada, a uma situação que nenhum torcedor do tricolor carioca gostaria de vivenciar. A situação do time, expressa a crise geral do futebol brasileiro, vítima da crise geral do capitalismo e dos ataques que vem sofrendo nos últimos anos, em favor dos interesses de um punhado de grandes monopólios capitalistas – a maioria estrangeiros – que degradam o esporte popular em favor dos seus gigantescos lucros. O Fluminense encontra-se neste momento sob a ameaça de ir parar na segunda divisão do futebol brasileiro, experiência trágica que já foi vivenciada pelo time em 1997. A bancarrota tricolor naquele final de década foi ainda mais longe quando o time foi rebaixado à Série C do Brasileirão, tendo ficado entre os quatro últimos na Série B em 1998. Rebaixado à Série C, o tricolor das Laranjeiras viria a conquistar o título de campeão, adquirindo o direito de disputar a Série B. Todavia, numa manobra de bastidores protagonizada pela cartolagem da CBF – sob a influência de João Havelange, que era torcedor do tricolor carioca e que presidiu a entidade de 1974 a 1998 – o time foi “convidado” a disputar a Copa João Havelange, que deu lugar ao Brasileirão de 2000. Dessa forma, o clube carioca “não precisou” disputar a Série B, retornando à elite

do futebol nacional, o que até hoje custa caro ao time, rendendo críticas dos adversários e rivais ao favorecimento recebido pelo time carioca. O drama da equipe nesta temporada parece estar próximo a se repetir, embora as possibilidades matemáticas de queda à segundona sejam mínimas. Contudo, se levarmos em consideração o desempenho (sofrível) da equipe nas últimas partidas (o time está há oito jogos sem conhecer a vitória, não tendo marcado nenhum gol nessas partidas), a hipótese de rebaixamento não pode ser descartada, mesmo não sendo considerada a mais provável. O fato é que o sinal de alerta está aceso nas Laranjeiras e o time precisa recuperar a capacidade técnica o equilíbrio emocional para não ir parar novamente na Série B. Na noite da última quarta-feira, mais um fracasso e vexame foi incorporado ao currículo tricolor na temporada, quando o time foi derrotado pelo placar de 2 x 0, em partida contra o Atlético-PR, na disputa da semifinal da Taça Sul-americana. O time paranaense dominou completamente a partida, envolvendo o time carioca com seu futebol rápido, bem trabalhado e eficiente, com contra-ataques mortais. As poucas oportunidades criadas pelo time da casa eram facilmente rechaçadas pela bem postada defesa dos atleticanos. O time tricolor nada produziu ou criou durante os noventa minutos. O onze carioca abusou das tentativas de chuveirinho na área adversária, sem qualquer resultado. Nenhuma jogada de infiltração, nenhum trabalho com a bola para tentar uma jogada que surpreendesse a defesa atleticana. O resultado

não poderia ter sido mesmo outro a não ser a vitória tranquila e segura do time paranaense, que já havia derrotado o anêmico adversário carioca na primeira partida pelo mesmo placar, em Curitiba. Com a previsível eliminação na Sul-Americana, as atenções se voltam agora para a última e decisiva partida do Brasileirão 2018. O Fluminense enfrentará – em confronto direto contra o rebaixamento – o América-MG, no Maracanã, que se encontra em situação igualmente periclitante, mas em condição ainda mais desesperadora do que o tricolor das Laranjeiras. O time mineiro precisa vencer para manter-se na primeira

divisão e não há alternativa a não ser a conquista dos três pontos. Já o Fluminense se livra do rebaixamento com uma vitória por qualquer placar ou até mesmo um empate. Mesmo se for derrotado, o tricolor ainda poderá escapar, mas aí dependeria de outros resultados envolvendo as outras equipes que lutam na última rodada contra o naufrágio (Vasco, Chapecoense e Sport Recife). Que os corações tricolores em todo o país possam estar preparados para esse momento de grande tensão e expectativa, torcendo, apoiando e incentivando o time a garantir a permanência na divisão de elite do futebol brasileiro em 2019.


CIDADES E MORADIA E TERRA |13

MENOS MÉDICOS

500 cidades em extrema-pobreza vão ficar sem médicos por conta de Bolsonaro A

saída dos médicos cubanos do país irá deixar milhares de pessoas, em sua totalidade, pobres e trabalhadoras, sem qualquer acesso à saúde. É isso que aponta um levantamento feito pelo Conselho Nacional de Municípios. De acordo com a pesquisa, 577 municípios do país ficaram sem qualquer atendimento médico. A maior parte dessas cidades concentra-se nas regiões norte e nordeste do país, as quais serão duramente afetada pela saída dos médicos. Segundo a pesquisa, os municípios apresentam população em extrema-pobreza, ou seja, com renda familiar máxima de R$ 77 reais mensais. A pesquisa demonstrou ainda que 1479 municípios do país possuem somente médicos proveniente do Programa Mais Médicos. 80% dessas cidades são de pequeno porte ( com menos de 20 mil habitantes) e se encontram em si-

tuação vulnerável, de extrema-pobreza. A cidade que mais perderá médicos será o município de Granja no interior do estado do Ceará, onde 12 médicos deixaram o programa. No estado da Bahia, 80 cidades perderão todos os médicos. Os dados apontam ainda que com o Programa, o subsídio do governo federal, os municípios puderam ter um investimento de R$ 6,5 bilhões A saída dos médicos cubanos provocada pela política golpista de destruição da saúde da população pobre do país, imposta pelo golpista Jair Bolsonaro, deixa claro que o presidente ilegítimo da extrema-direita irá aprofundar ainda mais a situação de miséria da maior parte do povo brasileiro. É necessário mobilizar desde já contra esse ataque, por meio da campanha pelo Fora Bolsonaro e pela Liberdade de Lula

PARANÁ

FORA BOLSONARO

Em Paranaguá-PR professores Golpistas vão extinguir 130 formam comitê contra o Golpe: processos de demarcações Abaixo a Escola com Fascismo!

de terras indígenas A

N

esta quarta 28/11 ocorreu na sede da APP Paranaguá a 1ª reunião para formação do Comitê de Professores Contra o Golpe. Na reunião foi feito um informe político sobre os ataques da direita dentro e fora das escolas, ouvindo os professores e suas experiências e propondo ações para defender os professores contra a direita. Companheiros do Comitê Resistência Carijó Contra o Golpe, ressaltaram que a direita tenta implementar o projeto Escola Com Fascismo para acabar com a liberdade de expressão, começando pelas escolas, e inaugurar uma “caça as bruxas” em todo o país, bem como que os professores de Paranaguá estão corretos na tarefa de envolver a comunidade escolar (trabalhadores da educação, estudantes e pais) para combater os fascistas dentro e fora das escolas. Também falou-se da eleição fraudulenta de Bolsonaro, que anunciou a destruição do Ensino Médio e da Educação Pública, e que a sobrevivência

dos professores, tanto da APP (nível fundamental, médio e técnico), como do nível municipal e superior, passa pela luta organizada contra a direita e pela Liberdade de Lula e de todos os presos políticos! A burguesia que financiou Bolsonaro quer fazer dos professores presos políticos dentro das salas de aula. Contra essa investida da direita, é necessário que os professores e demais trabalhadores da Educação impulsionem o movimento pela base, tal como fizeram em 2015 e 2016, com a APP liderando as grandes greves em paralelo às ocupações dos secundaristas contra o governo golpista de Beto Richa (PSDB). O Comitê de Professores Contra o Golpe chama toda a categoria para a próxima reunião, dia 05/12 às 19h na APP Paranaguá, bem como a se somar ao Fora Bolsonaro deste dia 30/11 às 09:30 na Praça Fernando Amaro em Paranaguá-PR. Abaixo a Escola com Fascismo! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

s organizações indígenas do Brasil estão preocupadas com as ações do fascista, eleito através de um golpe, Jair Bolsonaro para atacar as terras indígenas. O levantamento realizado pela própria Fundação Nacional do Índio (Funai) revela que há 130 terras indígenas em processo de demarcação e que podem ser paralisadas, ou o que é mais provável, que sejam extintas. Atualmente, o Brasil tem 436 terras indígenas plenamente reconhecidas e mais de 530 que ainda não foi iniciado nenhuma etapa do processo de reconhecimento e demarcação. Isso porque Bolsonaro pretende paralisar completamente as demarcações de terras indígenas e ainda rever as já demarcadas. Após ser eleito declarou em entrevista que “no que depender de mim, não tem mais demarcação de terra indígena” e que “as reservas foram superdimensionadas”. Com essas duas declarações, os movimentos indígenas estão preocupados em uma ofensiva nunca antes vista contra os direitos dos povos indígenas. A não demarcação de terra indígenas podem intensificar ainda mais os conflitos de terra e aumentar a violência por parte dos latifundiários. Outra questão é que a não-demarcação e a revisão das terras indígenas já demarcadas pode levar os indígenas a um processo de miséria absoluta, pois vão ser forçados a saírem de

suas terras para morarem em beira de estradas ou nas periferias das grandes cidades. Os indígenas estão no alvo do governo do fascista Jair Bolsonaro. Bolsonaro está colocando nos ministérios e secretarias pessoas que sempre atuaram contra os povos indígenas. são latifundiários ligados a invasões de terras indígenas e formação de milícias para atacar as aldeias e acampamentos. Além de extinguir autarquias importantes, como por exemplo a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e criar secretarias ligadas aos ministérios controladas diretamente controladas por militares e latifundiários. Tudo isso porque os golpistas querem entregar as terras indígenas que possuem riquezas naturais, como recursos genéticos e minerais, para latifundiários, mineradoras, grileiros de terra e madeireiras. É o preço que esses capachos do imperialismo vão ter que pagar para os países estrangeiros que financiaram o golpe de Estado em 2016 e a fraude que levou Bolsonaro a presidência. Além de ficarem preocupados, os indígenas devem se organizar em comitês de autodefesa para garantir os seus direitos da maneira necessária e pelos próprios indígenas. É preciso se unificar com outros movimentos de luta pela terra e de trabalhadores da cidade para derrotar a extrema direita.



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