SEGUNDA-FEIRA, 3 DE DEZEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5480
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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POLÍTICA SUICIDA: QUAQUÁ ACEITA GOVERNO BOLSONARO E NÃO QUER LUTAR CONTRA O GOLPE
Política espanhola: Bolsonaro foi colocado pelo imperialismo na presidência no lugar de Lula
EDITORIAL
QUAL DEVE SER A POLÍTICA DA ESQUERDA PARA COMBATER A DITADURA DO REGIME GOLPISTA?
A pré-candidata do partido espanhol Esquerda Unida para as eleições para o Parlamento Europeu em 2019, Sira Rego, denunciou a intervenção do imperialismo na eleição presidencial brasileira, que impôs pela fraude o fascista Bolsonaro.
Quase três mil médicos já 3 de dezembro, Dia da Medicina Latino-americana: voltaram a Cuba, após expulsão Fiquem médicos cubanos, do fascista e ilegítimo Bolsonaro fora Bolsonaro! Hoje (03), comemora-se no continente latino-americano o Dia da Medicina Latino-americana. A data foi criada em homenagem ao médico cubano Carlos Juan Finlay. Nascido em Havana, em 3 de dezembro de 1833, Finlay se destacou por suas pesquisas. Suas principais descobertas foram a transmissão da febre amarela por mosquitos, em 1881, e o Aedes como mosquito transmissor, no ano seguinte.
Crise se aprofunda: Macron quer Estado de Emergência na França Alfenas-MG: Cresce a campanha contra o golpe e contra o fascismo nas escolas
abaixo a escola com fascismo Organizar os professores Para acabar com a caça às Bruxas
Em cada sindicato, organizar uma central para denunciar a perseguição fascista, criar comitês para destruir a provocação da direita
número do disque solidário
11 972446304
OPINIÃO| 3 EDITORIAL
Qual deve ser a política da esquerda para combater a ditadura do regime golpista?
A
eleição da chapa militar de Jair Bolsonaro (PSL) e Hamilton Mourão (PRTB) constituiu uma vitória política institucional dos golpistas rumo ao aprofundamento da política de privatização irrestrita, da entrega de nosso patrimônio natural ao estrangeiro, do desmonte do Estado brasileiro, do ataque aos servidores e ao serviço público em geral, da extinção de direitos da população, da perseguição judicial e criminalização das organizações e lideranças populares. Se por um lado os Poderes Executivo e Judiciário já são controlados respectivamente por Sérgio Etchegoyen e por Fernando Azevedo e Silva, por outro lado – e talvez dentro da política de “aproximações sucessivas” anunciada por Mourão há pouco mais de um ano – o imperialismo necessita de um ritmo mais intenso de ataque à população – como a tramitação da reforma da previdência ou da Lei da Mordaça – elaborada pelo movimento nazista Escola sem partido. Como lutar contra esse progresso da direita? A experiência internacional de Honduras e Paraguai, que tiveram golpes semelhantes há mais tempo, mostra que grande parte do que a esquerda vem chamando de Resistência é completamente ineficaz: dispõem-se a empreender uma espécie de oposição parlamentar apoiada por recursos jurídicos contra os golpistas. Ocorre que se habitualmente as instituições ditas “democráticas” são impermeáveis à pressão popular, após o impeachment de 2016 produziu-se uma tal quebra do pacto firmado com a Constituição de 1988 que não se pode contar absolutamente com as instituições do Estado para dirimir os conflitos políticos resultantes da luta de classes. A estratégia do cretinismo parlamentar, limitada a indignados protestos inscritos aos plenários do Poder Legislativo, já se mostrou inócua não somente no exterior, mas também em todo o processo de luta contra o golpe no próprio Brasil tal
como vem ocorrendo desde 2016. Se o Estado está completamente a serviço da burguesia, não serão discursos de deputados nas tribunas ou as chicanas judiciais nos tribunais os verdadeiros instrumentos de mobilização por nossos direitos. A esquerda nacional acreditou que derrotaria o impeachment de Dilma nas votações do Congresso Nacional, e Dilma foi deposta. Depois acreditava-se que a justiça seria feita, e que Sérgio Moro – o Mussolini de Maringá – não teria coragem de condenar sem provas Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente não apenas foi condenado, mas foi encarcerado e impedido de participar nas eleições. As eleições eram a grande bandeira de “luta” daqueles que abandonaram de saída a luta pela anulação do impeachment, lançando-se à campanha por votos e opiniões desde 2016 – como no caso das malfadadas Diretas Já. Nas eleições presidenciais em 2018, com Lula preso, o Psol, o PCdoB e o PDT lançaram candidaturas alternativas, como se o processo conduzido pelos golpistas com o impedimento do ex-presidente fosse legítimo. Tamanha foi a pressão exercita por esses setores e pela direita do próprio Partido dos Trabalhadores, que em setembro a coligação outrora encabeçada por Lula capitularia e lançaria a candidatura alternativa de Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) – evidentemente destinada ao fracasso nas eleições mais fraudadas da história nacional. A campanha da chapa Haddad/Manuela rumou ladeira abaixo: vestiu-se de verde-e-amarelo, retirou a constituinte popular de seu programa, abriu mão do direito fundamental ao aborto legalizado. Haddad declarou apoio a Sérgio Moro (“fez um bom trabalho na Lava Jato” e “ajudou o país”), e que os dirigentes de esquerda deveriam ser presos. Agora o mesmo Guilherme Boulos que fora candidato à Presidência pelo Psol, e o mesmo Fernando Haddad que capitularam vergonhosamente para o golpe advogam
a “resistência institucional” ao fascismo anunciado de antemão por Bolsonaro e seus asseclas. Haddad desejou “sucesso” ao fascista, e afirmou – num acesso de infantilidade política – que não vai “torcer contra” seu governo. Boulos diz que vai lutar pelo reconhecimento da legitimidade da eleição de Bolsonaro, para não “fazer como o Aécio em 2014”. Os governadores reeleitos do PT no Wellington Dias (PI), Rui Costa (BA) – adeptos de primeira hora da capitulação ao golpe – apressaram-se em juntar-se a outros governadores numa vergonhosa carta publicada no dia 16 de novembro em que defendem, entre outras barbaridades, o fim da estabilidade de servidores públicos concursados. A tendência a não empreender a luta mostra o oportunismo da prática desses setores direitistas que grassam em nossa esquerda, em que em prol de pequenas vantagens e negociações circunstanciais abandona-se a luta pelas demandas mais fundamentais da classe trabalhadora. A experiência mostra, em todo caso, que o imperialismo não se apieda de capituladores. Ao contrário: estão entre os primeiros a serem perseguidos, condenados e criminalizados. Desnecessário lembrar aqui dos inúmeros discursos do próprio Jair Bolsonaro em sua vasta carreira de bizarrices políticas. Para ficarmos apenas nas “promessas de campanha” do militar, recordemos de sua promessa de “fuzilar a petralhada do Acre” e de seu célebre pronunciamento por celular aos manifestantes da avenida Paulista em que ameaçava: a faxina agora será muito mais ampla. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão pra fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria. (…) E seu Lula da Silva, se você estava esperando o Haddad ser presidente para soltar o decreto de indulto, eu vou te dizer uma coisa: você vai apo-
drecer na cadeia. E brevemente você terá Lindbergh Farias para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também. Mas não será para visitá-lo, não, será para ficar alguns anos ao teu lado. Pretalhada, vai tudo vocês para a ponta da praia. Vocês não terão mais vez em nossa pátria. (…) Será uma limpeza nunca vista na história do Brasil. A nomeação de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça confirma o tom da caça às bruxas que um eventual governo Bolsonaro pretende empreender. Recentes “denúncias” já adiantam as linhas de ataque: não apenas Fernando Haddad tornou-se réu em nova investigação, como também o foram o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine – por conta do mesmo argumento ilegal das supostas “pedaladas fiscais” que teriam motivado o impeachment de Dilma Rousseff, ela própria ameaçada de prisão. A acusação de formação de quadrilha que se imputa a Haddad não dá margem a dúvidas: o objetivo é colocar na ilegalidade todo o PT, os sindicatos, os movimentos populares como o MST e o MTST. Por isso, a luta pela liberdade de Lula ainda é central, tanto por seu poder de agregação e mobilização quanto por suas consequências reais na defesa das organizações populares e de suas lideranças. Tal luta não pode ficar a reboque das lideranças partidárias, mas deve pressioná-las pela base em comitês de luta contra o golpe articulados nacionalmente. Somente um amplo movimento de massas pode exigir a liberdade imediata e incondicional de Lula. Somente a classe trabalhadora organizada em atos, trancaços e greves pode se opor resolutamente à legitimação do governo direitista, criminoso e assassino que pretende ascender ao poder por meio de um processo eleitoral conduzido no seio do golpe de Estado demandando: Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
3| OPINIÃO COLUNA
Voltar às ruas, pela liberdade de Lula e por Fora Bolsonaro Por Antônio Carlos Silva
E
m carta ao Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, que se reune nesse fim de semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantido como preso político há quase oito meses, de pois de ser condenado sem provas, busca debater a orientação do seu partido, no momento em que muitos setores da direita petista procuram direcionar o partido em direção a uma capitulação total diante do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro e do próprio regime erguido sob o golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e impediu uma nova eleição de Lula. Ao invés de culpar o próprio partido e seus dirigentes pela derrota, como faz a imprensa golpista, e a esquerda burguesa e pequeno burguesa (de dentro e de fora do PT), defensores da “autocrítica”, Lula – corretamente – assinala que “esta não foi uma eleição normal”, pois, “povo brasileiro foi proibido de votar em quem desejava, de acordo com todas as pesquisas. Fui condenado e preso, numa farsa judicial que escandalizou juristas do mundo inteiro, para me afastar do processo eleitoral”. Denunciando o caráter fraudulento do processo eleitoral, Lula acrescenta que Bolsonaro “criou uma indústria de mentiras no submundo da internet, orientada por agentes dos Estados Unidos e financiada por um caixa dois de dimensões desconhecidas, mas certamente gigantescas. É simplesmente vergonhoso para o país e para a Justiça Eleitoral que suas contas de campanha tenham sido aprovadas
diante de tantas evidências de fraude e corrupção”. O ex-presidente critica Moro, aqui também se opondo aos petistas e outros esquerdistas que elogiaram sua atuação e continuam a defender a lava jato e expressa sua compreensão de que “a máquina do Ministério da Justiça vai aprofundar a perseguição ao PT e aos movimentos sociais, valendo-se dos métodos arbitrários e ilegais da Lava Jato”. Longe de desejar “sucesso” e “boa sorte” para o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro (como fizeram Haddad, Ciro Gomes, os governadores do Nordeste etc), o ex-presidente o ataca duramente, dizendo que o mesmo “se apresentou ao país como um candidato antissistema, mas na verdade ele é o pior representante desse sistema. Foi apoiado pelos banqueiros, pelos donos da fortuna; foi protegido pela Rede Globo e pela mídia, foi patrocinado pelos latifundiários, foi bancado pelo Departamento de Estado norte-americano e pelo governo Trump, foi apoiado pelo que há de mais atrasado no Congresso Nacional, foi favorecido pelo que há de mais reacionário no sistema judicial e no Ministério Público, foi o verdadeiro candidato do governo Temer”. E denuncia que o mesmo “vai executar um programa ultraliberal, de entreguismo e privatização, que não foi apresentado aos eleitores e muito menos aprovado nas urnas”; diante do que defende que “o PT nasceu na oposição” e que é isso que o partido tem de “voltar a fazer agora”. Lula, apresenta o confuso caminho que levou a inúmeras derrotas no passado, inclusive recente, diante dos
CHARGE
FRASE DO DIA
Se alguém tinha dúvidas sobre o engajamento político de Sergio Moro contra mim e contra nosso partido, ele as dissipou ao aceitar ser ministro da Justiça de um governo que ajudou a eleger com sua atuação parcial Lula
golpistas, defendendo “atuar em conjunto com todas as forças da esquerda, da centro-esquerda e do campo democrático”, sem estabelecer uma diferenciação com aqueles que, sob tais rótulos, se colocaram ao. lado do golpe de estado que derrubou a presidente Dilma, que ajudaram a aprovar as reformas do governo golpista de Temer contra os trabalhadores e que, inclusive, apoiaram e apoiam a prisão de Lula e a perseguição contra o PT e a esquerda. Propondo uma “soma” de forças em que há setores que atuam diretamente contra os trabalhadores, suas organizações e lideranças e se juntam aos seus inimigos em função de seus interesses próprios e daqueles que representam. Se opondo à paralisia dos que pregam esperar por novas eleições, “virar a página do golpe”, enfim, agir como se o País não estivesse sob a égide de um golpe de estado que está promovendo o maior retrocesso nas condições de vida do povo brasileiros de todos os tempos, Lula aponta o caminho da
CHARGE
reação, indicando que é preciso “voltar às ruas, às fábricas, aos bairros e favelas, falar a linguagem do povo, nos reconectar com as bases”, afirmando que “o impossível não existe”. A tarefa, não só dos petistas, mas de todo o ativismo classista, da esquerda revolucionária, é superar a politica dos que pregam a capitulação e a conciliação com os golpistas e sob a base de uma política não apenas de oposição eleitoral mas , principalmente, de organização e mobilização independente dos explorados e de suas organizações de luta, colocar de pé uma amplo movimento de luta, de unidade dos que lutam contra o golpe, organizado em comitês a partir dos locais de trabalho, estudo e moradia, tendo como base uma política de enfrentamento com os golpistas em pontos centrais e que unifiquem essa luta como a defesa do fora Bolsonaro e de todos os golpistas e a luta pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos, para barrar toda a ofensiva da direita contra o povo brasileiro e a economia nacional.
OPINIÃO E POLÊMICA| 3
POLÍTICA SUICIDA
COXÃO E COXINHA
Quaquá aceita governo Bolsonaro e não quer lutar contra o golpe
O
presidente do PT no Rio de Janeiro, Quaquá, ex-prefeito de Maricá, teve recentemente sua candidatura impugnada pela justiça eleitoral, mais uma fraude das eleições. Porém, denunciou que apoiar o “Fora Bolsonaro” seria uma bobagem, pois fere a democracia. Desta forma, Quaquá acredita que a mesma fraude (eleitoral) que colocou Bolsonaro no poder e o tirou do cargo de deputado federal é legítima. Um verdadeiro tiro no pé, que só revela a política de alianças totalmente oportunista montada pelo político carioca, que ao invés de apoiar a candidatura do próprio partido, Márcia Tiburi, apoiou o DEM de Eduardo Paes – devido a uma antiga relação do PT com o MDB carioca, do qual fazia parte Paes quando era prefeito da capital. Washington Quaquá faz parte de uma das alas mais direitistas do PT. Ele está preparando um documento nacional para enviar à direção do partido, onde pede uma autocrítica. Pede que o PT peça desculpa pelos erros cometidos – uma forma de desmoralizar totalmente o partido. Segundo ele o partido teria cometido três grandes erros: o primeiro teria sido colocar Dilma no poder; o segundo foi abandonar a aliança com os partidos golpistas que ele denomina de centro como o PMDB, o PP e o PTB; e o terceiro foi de ter se rendido às regras da política e praticado corrupção. Ou seja, além de culpar o PT pelo golpe de estado, Quaquá ainda diz que o PT é um partido corrupto que deve pedir desculpas. Um absurdo. Não existe melhor forma de sabotar internamente o partido. “O PT errou e muito e tem que fazer as autocríticas publicamente.” ” Nós começamos a ser derrotados na medida em que a Dilma
abandonou a nossa política de alianças e decidiu restringi-la à esquerda, maltratando a base de centro”, estas declarações foram feitas a uma entrevista com a Revista Veja, linha de frente do golpismo no Brasil. Mas não só isso, Quaquá ainda declarou que agora o PT tem uma “segunda figura”: Fernando Haddad. Não precisa se restringir a Lula. Pois, como a política da ala direita do PT é de fazer aliança com os golpistas, para a direita, a pessoa do Lula é muito perigosa por mais que o mesmo queira negociar. Para poder se aliar com os partidos da burguesia é necessário que o PT se desvincule totalmente da classe operária. E para isso é preciso abandonar Lula, líder das greves que derrubaram a ditadura. Já Haddad é uma figura muito mais moderada e capituladora, um personagem muito mais aceito pelos capitalistas. E aí chega o momento em que a Veja pergunta como o PT deve atuar diante do novo governo Bolsonaro. . Quaquá responde que o PT tem que se comportar como um “democrata liberal”, fazendo oposição dentro da câmara e aceitar a política de ataques do Bolsonaro até o fim, isto é, em 2022. Denunciou que a política “Fora Bolsonaro é uma bobagem”. Frase que deu à Veja o título da manchete, demonstrando uma preocupação com o problema da luta pelo poder. O petista carioca ainda fala que Gleisi foi um grande quadro durante o período de luta contra o golpe e que agora é hora de dar espaço à Haddad. Isso deixa explícito o fato de que, para ele, o período da luta contra o golpe já passou e que agora é preciso virar esta página, além de deixar as lideranças lulistas, como é o caso de Gleisi Hoffmann, no escanteio..
Fora Bolsonaro
4|POLÍTICA
POLÍTICA ESPANHOLA
Bolsonaro foi colocado pelo imperialismo na presidência no lugar de Lula A
pré-candidata do partido espanhol Esquerda Unida para as eleições para o Parlamento Europeu em 2019, Sira Rego, denunciou a intervenção do imperialismo na eleição presidencial brasileira, que impôs pela fraude o fascista Bolsonaro. Em entrevista ao jornalista José Manzaneda durante o 2º Fórum Europeu de forças progressistas, em Bilbao (Espanha), ela também denunciou a prisão ilegal e exclusão de Lula das eleições, caracterizando uma gigantesca fraude, uma vez que o ex-presidente estava disparado na frente de todos os candidatos e poderia vencer inclusive no primeiro turno.
“Foi curiosa a maneira de virar a realidade no Brasil. No começo da campanha eleitoral, havia a possibilidade de que Lula ganhasse o processo eleitoral e vimos intervenções gravíssimas no processo de tal maneira que levou finalmente na vitória do candidato da extrema-direita”, disse a dirigente do Esquerda Unida. “Eu creio que estamos assistindo a um tempo novo de ingerências”, afirmou, ao citar o avanço da direita na América Latina, através de golpes de Estado promovidos pelo imperialismo norte-americano. Segundo ela, para enfrentar esse cenário, é preciso “seguir apostando nas alianças internacionalistas da esquerda”.
3 DE DEZEMBRO
Dia da Medicina Latino-americana: Fiquem médicos cubanos, fora Bolsonaro! H
oje (03), comemora-se no continente latino-americano o Dia da Medicina Latino-americana. A data foi criada em homenagem ao médico cubano Carlos Juan Finlay. Nascido em Havana, em 3 de dezembro de 1833, Finlay se destacou por suas pesquisas. Suas principais descobertas foram a transmissão da febre amarela por mosquitos, em 1881, e o Aedes como mosquito transmissor, no ano seguinte. É significativo o fato de que o mesmo país de Finlay, a partir de 1959, tenha sido justamente o que mais desenvolveu e contribuiu para o atendimento médico do povo latino-americano e, em grande medida, mundial. Graças à Revolução Cubana, a saúde foi tratada como política de Estado a ser seguida, como um dever obrigatório do Estado para com a população. É bom lembrar que, quando da Revolução, metade dos médicos que havia em Cuba fugiu do país em direção aos Estados Unidos. Com um déficit gigan-
tesco de médicos, imediatamente o governo revolucionário tratou de formar um contingente cada vez maior de profissionais da saúde, a fim de atender às demandas do povo. Aqueles médicos que fugiram de Cuba para não perderem os privilégios eram totalmente diferentes dos que os substituíram. Desde então, Cuba tem formado médicos de acordo com ideais socialistas e humanistas, voltados às necessidades do povo, para a prevenção de doenças e o cuidado do paciente como ser humano. Ao contrário do que ocorre nos países capitalistas, onde a saúde é uma mercadoria e o doente não passa de um consumidor. A Revolução e a formação socialista dos médicos cubanos permitiu a Cuba exercer seu internacionalismo proletário também no âmbito da saúde. Já em 1960, o primeiro grupo de médicos cubanos era enviado ao exterior, para atender o povo chileno, vítima de um terremoto. Daí em diante, a maioria dos países do mundo recebeu médi-
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cos cubanos para cuidar de suas populações, particularmente dos mais pobres que nunca tiveram acesso digno à saúde. Um desses foi o Brasil, com o acordo de cooperação com Cuba dentro do programa Mais Médicos, criado pela ex-presidenta Dilma Rousseff em 2013. Metade da população brasileira foi atendida pelos cubanos nesses cinco anos. Eles foram aos mais distantes rincões do País, onde nenhum médico brasileiro jamais quis ir. Foi para isso que os cubanos vieram ao Brasil. O golpe de Estado que derrubou Dilma em 2016 levou ao poder um regime absolutamente ilegítimo, que tem destruído uma a uma as políticas do PT. Agora, com a eleição fraudulenta do fascista Jair Bolsonaro, o ataque já está se aprofundando. Todas as suas medidas são ilegítimas, pois seu governo é fruto de um golpe e de uma fraude eleitoral. Portanto, a imposição de requisitos completamente absurdos sobre o
governo cubano para que os médicos de Cuba pudessem continuar no programa, além de ilegítima, configura-se como uma expulsão dos médicos por parte do governo usurpador. Bolsonaro, já em 2013, como deputado federal, havia tentado expulsar os médicos, e não apenas ele, mas toda a direita dita “democrática”, como o PSDB. Em mais uma prova de subserviência ao imperialismo norte-americano, a medida de Bolsonaro afeta milhões de brasileiros, especialmente os da classe trabalhadora da cidade e do campo, do Norte e do Nordeste, do interior do País, que não têm acesso a serviços públicos e que eram atendidos quase que exclusivamente pelos 8.500 médicos cubanos que estão indo embora dignamente, pois, como eles mesmos fazem questão de dizer, os valores não se vendem. Diante desse ataque do presidente ilegítimo, é preciso ampliar a campanha em apoio aos médicos cubanos e aos pobres brasileiros que ficarão sem médicos, pois os médicos coxinhas brasileiros não preencherão as vagas deixadas pelos cubanos. E, ainda mais, é preciso ampliar em grande escala a campanha pelo Fora Bolsonaro e pela derrubada do regime golpista.
POLÍTICA | 5
REGRESSO
Quase três mil médicos já voltaram a Cuba, após expulsão do fascista e ilegítimo Bolsonaro H
avana, Prensa Latina – Com a chegada ontem de 176 colaboradores cubanos da saúde, somam para perto de três mil os que se encontram de regresso na ilha depois da decisão de não seguir participando no programa Mais Médicos de Brasil. O aeroporto internacional José Mar-
tí recebeu na madrugada de domingo (02) o 15º vôo de médicos precedentes do país sul-americano, onde a hostilidade do presidente eleito, Jair Bolsonaro, levou ao Ministério cubano de Saúde Pública a assumir essa postura. ‘Regressamos à pátria com o orgulho do dever cumprido e dispostos a traba-
lhar onde nos precisem’, afirmou a nome do grupo a doutora Lídice Hernández. Em um breve ato de boas-vindas encabeçado pelo presidente da Associação Nacional de Agricultores Pequenos, Rafael Santiesteban, a cooperante recordou que os cubanos trabalharam em Brasil nas zonas mais pobres e intrincadas. Para esses pacientes muito humildes fomos muitas vezes sua única esperança, disse Hernández, quem lamentou o impacto na saúde de milhões de brasileiros da agressividade de Bolsonaro. Por sua vez, a vice-ministra de Saúde, Regra Ângulo, realçou a sensibilidade, o altruísmo, a dignidade, a entrega e a profissionalidade demonstrados pelos colaboradores cubanos em Mais Médicos. Com respeito à decisão de não continuar no programa criado em 2013
pela então presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, assinalou que se trata de uma questão de dignidade. Bolsonaro não sabe que Cuba não faz política com a saúde de nenhum povo, sentenciou. O presidente eleito tem realizado reiterados ataques contra o governo da ilha e os cooperantes, além de adiantar sua intenção de obrigá-los a revalidar o título e à contratação individual, ações contrárias ao lembrado no programa. No momento da decisão de não seguir participando em Mais Médicos, uns oito mil 300 galenos cubanos se encontravam em Brasil, pelo que sua chegada continuará nos próximos dias. De acordo com cifras oferecidas aqui, no lustro de existência da iniciativa, quase 20 mil profissionais da ilha atenderam a mais de 113 milhões de seres humanos.
GOLPISTA
Sérgio Moro quer lei para bloquear bens de organizações sob o pretexto do terrorismo
DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 9H30 O ex-juiz da Lava Jato e agora futuro superministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, nem tomou posse e está negociando com o Congresso a aprovação, ainda este ano, de uma lei que altera legislação brasileira de sanções a pessoas físicas e jurídicas envolvidas com crimes de lavagem e terrorismo. Mais uma lei inconstitucional e repressiva contra o povo. Segundo a imprensa golpista, a aprovação da lei é uma exigência do imperialismo, de acordo com resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Segundo os golpistas, o Brasil precisa colocar o regramento jurídico nacional de acordo com essas resoluções para não ser suspenso do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI). Não precisa ser nenhum nacionalista para saber que esta é mais uma política de completo capachismo do fu-
turo governo golpista. Não à toa, Sérgio Moro, agente dos Estados Unidos no Judiciário, agora no governo brasileiro, é quem está negociando com os deputados golpistas a aprovação de lei, que está desde junho na Câmara dos Deputados. Muito mais do que o capachismo da direita golpista, em particular do governo Bolsonaro, o homem que bate continência para os norte-americanos, a lei representa um ataque ao povo brasileiro e visa reprimir as organizações populares. Sob qualquer acusação infundada de terrorismo o governo terá condições de bloquear bens de uma organização sem aviso prévio, outra ilegalidade. Junta-se a isso a pregação de Bolsonaro e seus aliados de que organizações como MST e MTST deveriam ser consideradas terroristas e por consequência, os partidos de esquerda que os apoiam.
8| INTERNACIONAL
CRISE SE APROFUNDA
Macron quer Estado de Emergência na França A
pós mais um dia de enormes mobilizações no centro da Paris nesse sábado, dia 1º, o presidente francês Emmanuel Macron retornou da reunião do G20 na Argentina e visitou as localidades dos protestos. As manifestações dos coletes amarelos desse sábado resultaram em 287 manifestantes detidos e 110 feridos. A polícia reprimiu os manifestantes que respondiam com pedras, barricadas e incendiando dezenas de carros e saqueando lojas. A tradicional avenida Champs-Elysées ficou coberta pela fumaça das bombas de gás e dos focos de incêndio. Em toda a França, os protestos teriam reunido 36 mil pessoas, 5.500 em Paris, isso segundo informações oficiais do primeiro-ministro, Edouard Philippe.
Macron declarou, em visita ao monumento do Arco do Triunfo, que também foi palco dos protestos, nesse dia 2 de dezembro, declarou que avalia decretar Estado de Emergência na França. Os tumultos são os mais turbulentos em muitos anos na França, os maiores desde 1968. O presidente francês e seus ministros se reúnem ainda hoje para decidir sobre o Estado de Emerência. Os protestos dos coletes amarelos, que começaram em 17 de novembro contra o aumento no imposto sobre combustíveis e alto custo de vida. As manifestações, que já se estenderam para a Bélgica, é o sintoma mais agudo da crise política do regime imperialista europeu. O desconhecido Macron foi colocado na presidência
por uma manobra eleitoral do imperialismo para colocar em prática os planos neoliberais de ataques contra o povo. A crise com as manifestações
dos celtes amarelos colocam em xeque não apenas o governo francês, mas todo o regime imperialista europeu.
CARAVANA EM HONDURAS
Centenas de mulheres fazem greve de fome para pressionar EUA e México
A
enorme violência desferida contra o grupo de centro-americanos que tentam entrar nos Estados Unidos através do México continua e gerar consequências. Na última quinta-feira (29), um grupo de pelo menos 10 mulheres hondurenhas declarou o início de uma greve de fome. O objetivo é chamar atenção para a situação desumana à qual os milhares de cidadãos da América Latina vêm sendo submetidos, além de tentar normalizar o andamento dos trâmites burocráticos.
Para o imperialismo norte-americano, os países da América Central são nada além de um quintal cujas criaturas tem que ser, de tempos em tempos, postas para fora. A questão se torna ainda mais aberrante quando esclarecia que situação de miséria imposta a Honduras, com milícias armadas alastrando o medo nas regiões pobres do país, foi causada por um golpe de estado deflagrado contra Manuel Zelaya, com apoio dos militares. Por trás do golpe estava ninguém menos que os Estados Unidos.
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MOVIMENTO OPERÁRIO | 9
BRASÍLIA
Piora as condições de trabalho na agência do Bradesco Guará A
agência do Banco Bradesco localizada no Guará, cidade satélite de Brasília, é um terror, tanto para os seus funcionários quanto para os clientes. Devido a reestruturação que passa o banco com o enxugamento do quadro da empresa, as agências vêm funcionando precariamente com a falta de pessoal. O Bradesco no último período fechou mais de 200 agências em todo o País ocasionando milhares de demissões. Essa política visa a corrida desenfreada pelo lucro a qualquer preço. Os trabalhadores estão sentindo na pele as consequências dos ataques dos banqueiros com a sobrecarga de trabalho devido a falta de pessoal nos locais de trabalho.
A agência do Guará está sempre lotada, clientes reclamam da demora no atendimento, que a sala de autoatendimento é pequena e as máquinas estão sempre com problemas; com a falta de pessoal os trabalhadores estão obrigados a dar conta da gigantesca quantidade de serviço e de clientes todos os dias. Tal fato, tanto dos banqueiros do Bradesco quanto dos demais banqueiros, é o efeito da política da direita golpista que tomou de assalto o governo que visa única e exclusivamente, com o aprofundamento dos ataques aos trabalhadores e de toda a população, aumentar ainda mais os lucros às custas da exploração dos trabalhadores e de toda a população.
RIO GRANDE DO SUL
ATAQUE VIOLENTO AOS PROFESSORES
JBS Aves terá de pagar 1,2 milhões “Professores estão proibidos por manter péssimas as condições de ficar doentes” de trabalho de seus funcionários
C
om o final do ano letivo, a Secretaria Estadual de Educação SEE do Estado de São Paulo, lançou as novas regras para a atribuição de aula para 2019. Um dos pontos que sofreu uma mudança drástica é que o professor que tiver aulas em substituição, não poderá tirar licença médica igual ou superior à quinze dias, pois perderá suas aulas de substituição. Um absurdo, pois estamos falando de uma rede com mais de 200 mil profissionais divididos em mais de 5mil escolas. Como ele saberá se ficará doente, ou terá que fazer uma cirurgia, ou mesmo um acidente de trânsito. Esse ponto representa um tremendo retrocesso aos profissionais da
U
m dos grupos indústrias mais acionados na justiça por desrespeitar os trabalhadores em relação à saúde e condições de trabalho é, novamente, condenada a pagar multa. No prazo de quatro anos, a JBS Aves, empresa do grupo JBS/Friboi, localizada na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, foi autuada três vezes, entre 2014 a 2018, na ultima vez foi em agosto deste ano. Já houve interdição de maquinário, paralisação completa das atividades, além de multas, etc. A relação realizada pela fiscalização do Ministério Púbico do trabalho consta dos seguintes problemas que persistem até hoje, são eles: ergonomia – frequência de movimentos, apoio de pés, assentos, rodízio de funções, peso de caixas, altura de pallets, pilhas de caixa e bacias, movimentação manual de cargas, distâncias de alcance, e dimensionamento de espaços de trabalho; segurança de máquinas; uso
de equipamentos de proteção individual (EPIs); conforto térmico e acústico; segurança de piso; trabalho em espaços confinados; subnotificação de acidentes de trabalho; além de correta elaboração do Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA), análise de risco e inventário das máquinas, inexistentes na empresa. Ficou estipulado, caso haja descumprimento do acordo feito com a JBS Aves através do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), multa de 10 mil reais por item não atendido, acrescida de mil reais por trabalhador prejudicado. Cabe salientar que o grupo JBS/ Friboi é, do ramo frigorífico um dos maiores exploradores de seus funcionários, com mais de 34 mil ações e, os maiores em descumprimento de acordos, mantendo os seus funcionários em regime semi-escravo. Para esses patrões gananciosos, que almejam o lucro a qualquer custo, as legislações trabalhistas não são cumpridas.
educação, pois já tem o limite de 6 faltas médicas por ano, com se alguém soubesse quando ficará doente ou seu filho. Agora é o fim da licença médica no Estado, os professores terão que ir trabalhar de maca ou cadeira de rodas, no caso de alguma fratura ou outra enfermidade. Os golpistas estão orquestrando um ataque violento aos professores, com essas novas regras e também com a famigerada “Escola com Fascismo” ou a “Reforma” do Ensino Médio. Professores e comunidade escolar deve se mobilizar contra o desmonte da educação pública contra os golpistas e os tubarões do ensino privado. FORA BOLSONARO E TODOS OS GOLPISTA!!!
10 | MULHERES E CULTURA
CENSURA
Quadro é retirado de exposição por mostrar tucano em uma orgia A
direita golpista novamente mostrou seu horror pela arte e sua adoração pela ignorância e o obscurantismo. Dessa vez, a “vítima” foi um quadro exposto na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). A quadro “Luxúria” de Euzébio de Assis Ribeiro Pinto mostra corpos humanos, nus, com cabeças de animais em uma orgia, um deles é o corpo de uma mulher com a cabeça de um tucano. A participação do tucano na orgia foi o motivo para a retirada sumária do quadro da exposição. O tucano, símbolo do PSDB, poderia gerar “comentários” e certo desconforto entre os representantes do PSDB, partido do governador eleito João Doria. Nunca é demais lembrar que nas
vésperas do segundo turno das eleições ao governo de São Paulo um vídeo que mostrava João Doria (ele nega e diz ser montagem) em uma orgia com pelo menos cinco mulheres vazou nas redes sociais. Essa coincidência certamente deve ter irritado a ala tucana de João Doria. Inaugurada no último dia 27 de novembro, a exposição “Olhar 2018” teve o apoio de um deputado do próprio PSDB, Hélio Nishimoto, que admitiu que a obra não tem cunho político e que a decisão da retirada teria sido da própria curadoria. A direita golpista é inimiga da arte e da cultura e está disposta a destruir qualquer manifestação artística espontânea.
ESCRAVIDÃO DOMÉSTICA
Mulheres dedicam 18 horas semanais a mais que homens para trabalhos em casa S egundo dados do Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada, a mulher trabalha mais do que o homem, quer seja em trabalhos remunerados, quer seja em trabalhos não remunerados. Dentre os trabalhos não remunerados destaca-se o trabalho doméstico, isto é, os afazeres diários da casa. O instituto revelou que as mulheres dedicam 18 horas a mais nos trabalhos domésticos do que o homem. Em geral, o labor doméstico consiste em cuidados pessoais com familiares, tais como brincar, transportar, cozinhar, ir até o médico, entre outros. Através da leitura dos dados estatísticos, percebemos que a mulher desenvolveria muito melhor suas aptidões físicas e mentais se houvesse um compartilhamento de suas ativida-
QUINTA-FEIRA ÀS 16H COM VIVIAN GUILHEM E RENATO DIAS
des domésticas. Esse quadro poderia ser amenizado caso houvesse mais creches e escolas acessíveis às trabalhadoras; um sistema de transporte eficaz para todos; medicina familiar participativa nas comunidades, além de outras necessidades básicas que hoje estão dominadas pela burguesia, a qual almeja apenas a lucratividade. É preciso que a classe trabalhadora unifique a luta e exija o controle no oferecimento desses serviços básico às famílias, do contrário a mulher operária sempre terá suas energias sugadas pelo trabalho não remunerado, além do remunerado. Com a instalação golpe de estado de 2016, cujo mote principal é a retirada dos direitos sociais dos trabalhadores, a situação da mulher trabalhadora tende a piorar.
SEXTA-FEIRA ÀS 16H COM AFONSO TEIXEIRA
ATIVIDADES DO PCO E COMITÊS| 3
ALFENAS-MG
COMITÊS DE LUTA
Cresce a campanha contra o golpe De Norte a Sul, os comitês de luta e contra o fascismo nas escolas contra o golpe estão na campanha pelo “Fora Bolsonaro” O Comitê de Luta Contra o Golpe – Alfenas/MG tem realizado diversas atividades de campanha contra o fascismo nas escolas. Fascismo e censura que vêm aumentando através da chamada “escola sem partido”. A primeira escola foi a Escola Estadual Padre José Grimminck, onde a campanha causou grande repercussão entre estudantes e professores e até debates em sala de aula. A repercussão se deu justamente porque o diretor da escola se incomodou com a campanha contra o fascismo e foi tentar tirar os cartazes na calada da noite. Entretanto, isso causou indignação entre os alunos do Grimminck e até membros de outras escolas que se simpatizaram com a campanha. Houve até estudantes que enviaram vídeos para o comitê questionando a liberdade de expressão em sua escola. O que só comprova que os fascistas e seus adeptos são minoria e não são bem vistos, coisas que eles mesmos tem ciência disso por isso não se manifestam abertamente. O resultado da campanha nessa primeira escola foi a união de estudantes do Grimminck, com alunos da escola estadual Dr. Napoleão Salles e do cursinho popular Pró-Unifal (da própria universidade de Alfenas). Os estudantes das duas escolas se juntaram, no último dia 27, para realizar a mesma
atividade na escola Judith Vianna e na Unifal (Universidade Federal de Alfenas). A aceitação foi muito grande de alunos e professores. Os estudantes da escola Judith elogiaram seus professores que fizeram debates em sala de aula. E estudantes da Unifal que já lecionam aplaudiram a iniciativa relatando casos de censura que já vivenciaram. No dia 29, da mesma forma, na escola Dr. Napoleão Salles foram colados os cartazes “abaixo escola com fascismo”, “fora Bolsonaro, liberdade para Lula” e entregue o jornal “Educadores em Luta” com contatos do comitê para docentes e alunos. A comunidade escolar também agradeceu a iniciativa. Além de somar várias escolas de um município em pouco tempo é possível juntar muitas escolas e universidades de um estado e até do Brasil. Para isso, os comitês de luta contra o golpe de todo o país vão realizar Conferência Estadual Aberta de Luta Contra o Golpe em quase todos os estados no dia 16 de dezembro. Minas Gerais também! Nas conferências estaduais será discutido o planejamento da II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe. O golpe vem atacando não só a educação. Por isso, todos os setores estarão presentes nas conferências. Todos às conferências estaduais de luta contra o golpe!
CONTRA O GOLPE
Campanha pelo “Fora Bolsonaro” por toda Santa Catarina: mobilizar os trabalhadores contra o golpe
N
esta sexta-feira dia 30 de novembro os Comitês de Luta Contra o Golpe de todo o Brasil estão realizando atividades da campanha “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”. Em Santa Catarina, ao contrário do que a burguesia busca apresentar, a
rejeição a Bolsonaro é grande e vêm se expressando nas ruas. Somente nesta dia foram realizadas 4 atividades em pelo menos 3 cidades contra o fraudulento governo, sendo que em pelo menos mais 2 cidades a atividade deve ocorrer na semana que vem.
Em oposição á politica capituladora da esquerda nacional, de não enfrentar o governo ilegítimo de Bolsonaro, os comitês contra o golpe de todo o país estão na ativa, realizando panfletagens, colagem de cartazes, ou seja, impulsionando a campanha em defesa do Fora Bolsonaro e pela Liberdade de Lula. De norte a sul do país, nos últimos dias, são inúmeras atividades realizadas, em diversas cidades, além de várias pessoas mobilizadas. Com essa política os comitês demonstram qual o caminho deve ser seguido – o caminho da mobilização contra o governo golpista de Bolsonaro. Nesta semana, por exemplo, foi realizada uma panfletagem na UERJ. Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a qual sofre com a política de cortes nos investimentos públicos imposta pelo golpe. Em Alfenas, sul de Minas Gerais, os companheiros do Comitê Contra o Golpe da cidade realizaram panfletagens e colagens de cartazes
No Rio de Janeiro, os companheiros do PCO e dos Comitês também realizaram colagem de cartazes
Em Feira de Santana (BA), foi realizada uma plenária para organizar a campanha e a luta em defesa do Fora Bolsonaro e pela Liberdade de Lula Em Campinas, interior de São Paulo, a luta em defesa do Fora Bolsonaro também está acontecendo
Em São Paulo, na estação Saúde, os companheiros também realizaram a distribuição do Jornal de Luta Contra Golpe, com a campanha pelo Fora Bolsonaro. Para participar da campanha, junte-se aos comitês de luta contra o golpe espalhados pelo país. Acesse o site: https://lutecontraogolpe.com.br/
2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO FORA BOLSONARO E TODOS OS GOLPISTAS
12 |CIDADES E ESPORTES
SP
Bruno Covas tira dinheiro das escolas públicas e coloca nas privadas A
Prefeitura do Município de São Paulo, sob a gestão do golpista tucano, Bruno Covas (PSDB), irá cortar os recursos destinados às creches, às pré-escolas e as escolas municipais de ensino fundamental. Trata-se da tradicional política dos golpistas tucanos em beneficiar as redes privadas de ensino, retirando o investimentos das escolas públicas, assim, destruindo o ensino popular e concedendo somente aos ricos que podem pagar pela escola particular, o direito de receber educação. Segundo a matéria publicada pela CUT, no dia 28, o prefeito golpista vai reduzir, no ano 2019, o valor de R$ 480 milhões de reais destinado às escolas públicas sob responsabilidade do Município. Por outro lado, para as creches privadas, com quem a prefeitura mantém convênio, haverá um aumento de R$ 421 milhões de reais de repasse. O conteúdo dessa política de destruição do ensino público municipal está con-
tido no Projeto de Lei 536/2019 que está por ser votado até o fim do ano pela câmara dos vereadores. Apesar dos cortes de gastos das creches, das pré-escolas e do ensino fundamental, houve um aumento para o próximo ano no orçamento disponível para a Secretaria Municipal de Educação, um acréscimo de 1 bilhão de reais, 8% a mais em relação ao montante deste ano. Trata-se, portanto, da continuidade da política de destruição dos serviços público paulistanos atribuída ao ex-prefeito e recém eleito a governador, o fascista João Dória, o qual, na sua gestão, proibiu as crianças da creche de repetir as refeições da merenda escolar, carimbando as mãos delas, caso já tenha feito uma refeição; cortou a verba da saúde, paralisando as obras do hospital em Brasilândia que até hoje não foi concluída, nem a do hospital de Parelheiros,
que foi inaugurado pelo Dória ainda sem ter finalizado as obras na sua integralidade; cortou as verbas do programa “Leve Leite” deixando sem leite 690 mil crianças e adolescentes entre outras atrocidades.
É necessário se opor a política golpista do Bruno Covas que dá continuidade aos ataques à população realizados anteriormente pelo fascista João Dória, que em 2019, será governador de São Paulo.
ESPORTES
Copa Conquistadores da América: final da “Libertadores” vai ser na Espanha nião na sede da Conmebol na cidade de Luque, no Paraguai. A cidade de Doha, no Catar, vinha sendo cotada como a favorita, muito em função da montanha de dinheiro oferecida pelos árabes à entidade e aos dois times. Pesou na decisão da Conmebol em levar a decisão para um país europeu o apoio da própria entidade, a concordância do presidente do Real Madrid, e obviamente, como não poderia deixar de ser, a FIFA, cujo presidente (Gianni Infantino) estava em Buenos Aires no domingo passado para acompanhar a realização da partida final. Diante dos acontecimentos que acabaram por motivar o cancelamento da partida final, Infantino se manifestou, na ocasião, fazendo ameaças contrárias à realização da Copa do Mundo de 2030 no continente sul-americano.
D
epois de muitas trapalhadas, especulações, manobras e trapaças, os dirigentes da Conmebol definiram a cidade que irá sediar a final da Libertadores, o torneio de clubes de futebol mais importante das Américas. Várias cidades dentro e fora do continente sul-americano se candidataram para receber o evento final, que nesta temporada será decidido por dois clubes de um mesmo país, a Argentina (Boca Juniors e River Plate). Isso porque a arbitragem da Conmebol – é preciso que fique registrado – atuou de forma aberta e ostensiva para prejudicar os times
brasileiros (Cruzeiro, Santos e Grêmio) que participaram das fases decisivas da competição. De forma curiosa, mas não acidental, a decisão do torneio que leva o nome de “Libertadores” – justamente em homenagem à luta do povo sul-americano pela liberdade e contra o jugo dos colonizadores e saqueadores espanhóis – será disputada na capital do reino que oprimiu, explorou e massacrou, por mais de três séculos, os povos da América Latina. A decisão pela escolha de Madrid, capital da Espanha, foi tomada na quinta-feira, depois de uma reu-
O fato é que River Plate e Boca Juniors decidirão o título de uma competição que tem a cara e a identidade do futebol sul-americano em gramados europeus, mais precisamente no estádio Santiago Bernabéu, que pertence ao milionário Real Madrid. Trata-se de uma grotesca e vil aberração. Mas não é só. A decisão dos cartolas envolvidos neste verdadeiro golpe contra o futebol sul-americano é uma afronta completa e absurda ao futebol do continente, aos torcedores argentinos em particular e também à luta dos povos latino-americanos pela afirmação da sua soberania, da cultura e da identidade dos países que participam do importante torneio continental. Mais uma vez os cartolas representantes do futebol sul-americano se prostram e se submetem aos ditames e aos interesses do imperialismo europeu, negociando com os cartolas do velho continente uma das manifestações de maior apelo popular dos povos das Américas: O futebol.
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