Edicão Diário causa Operária nº5487

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SEGUNDA-FEIRA, 10 DE DEZEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5487

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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HOJE EM TODO BRASIL: LUTAR PELA LIBERDADE DE LULA

Hoje (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Frente Brasil Popular e o Partido da Causa Operária (PCO) estão organizados em diversos lugares do Brasil para exigir a liberdade do ex-presidente Lula, preso político dos golpistas. Os atos se estenderão durante todo o dia.

Caminhoneiros ameaçam com greve em dezembro, evidenciando instabilidade da situação

EDITORIAL

SÓ O POVO NA RUA LIBERTA LULA

Hoje: Comitê de Luta convoca ato pela liberdade de Lula em Feira de Santana Orçamento de Temer e Bolsonaro prevê grandes cortes em gastos sociais em 2019 Hoje, em todo o Brasil, e em vários países ao redor do mundo, estão sendo realizados atos em reivindicação pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula é um preso político, a principal vítima da perseguição desatada pelos golpistas que usurparam o poder ao derrubar a ex-presidenta Dilma Rousseff.

Mais de 1.200 ainda detidos pelos protestos de sábado França Durante o último sábado (dai 8), a França foi mais uma vez sacudida pelas manifestações de centenas de milhares de pessoas, tendo à frente os “coletes amarelos”.



OPINIÃO| 3 EDITORIAL

Só o povo na rua liberta Lula H

oje, em todo o Brasil, e em vários países ao redor do mundo, estão sendo realizados atos em reivindicação pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula é um preso político, a principal vítima da perseguição desatada pelos golpistas que usurparam o poder ao derrubar a ex-presidenta Dilma Rousseff. Eles não conseguiram provar as denúncias farsescas contra o dirigente petista, passaram por cima da Constituição, o prenderam sem

rodeios e o impediram de se candidatar à presidência da República novamente. Lula era o favorito da maioria do povo brasileiro para ser presidente, mas Sérgio Moro (funcionário dos EUA) o encarcerou em Curitiba para que um dos candidatos do imperialismo, Jair Bolsonaro, pudesse ser eleito. De presente, Moro ganhou o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, para reprimir a população começando com os sindicatos, aos quais terá o poder de intervenção. Existe uma ligação fortíssima en-

tre a prisão e perseguição a Lula por Moro e o início da brutal perseguição aos sindicatos. Lula, principal representante da classe trabalhadora, preso, abre o caminho para que todos os trabalhadores sejam atacados pela ditadura golpista. Se a direita tem condições de prender o maior líder popular da história do País, duas vezes eleito presidente da República e conceituado internacionalmente, ela se sentirá livre para prender e perseguir qualquer trabalhador. E é justamente isso o que já está acontecendo. Nesse sentido, lutar pela liberdade de Lula significa lutar pela liberdade e pelos direitos democráticos

mais elementares de todo o trabalhador brasileiro. Hoje fazem 247 dias da prisão política de Lula, condenado sem provas e preso antes de se exaurirem todas as instâncias de seu julgamento. Hoje, em todo o País e ao redor do mundo, os trabalhadores têm a oportunidade de iniciar sua organização nas ruas para lutar pela liberdade de Lula, porque só nas ruas isso será possível. Sem qualquer crença no Judiciário golpista ou em qualquer instituição do Estado burguês, controlada pela direita, que está do lado dos patrões e do imperialismo contra os trabalhadores. Só o povo na rua liberta Lula!

gurava um confuso jogo de interesses regionais e internacionais, envolvendo conflitos e dominações sobre territórios e povos. O surgimento da Alemanha como grande potência e a busca do seu “ espaço vital”, despertava o temor da Inglaterra em perder a sua supremacia naval e poderio hegemônico mundial, bem como as aspirações e revanchismo Francês diante da Alemanha( especial pela perda das regiões de Alsácia e Lorena). Juntava-se a isso a desagregação do império Austro Húngaro, com crescimento do pan-eslavismo ( com patrocínio Russo) em apoio as reivindicações da Sérvia. Os diferentes povos da região, os interesses das nações imperialistas , os conflitos contra o Império Turco e a desagregação do Império Austro Húngaro, a partir da análise das guerras nos Balcãs foram avaliadas por Leon Trosky, no livro Les Guerres Balkaniques, 1912-1913. Por sinal, a controversa questão balcânica, foi o estopim para a eclosão da guerra em 1914. Em 28 de julho de 1914, acontece o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do Império Austro-húngaro , por Gavrilo Princip , em Sarajevo, na Bósnia. A organização Mão Negra ligada a Servia foi acusada pelo atentado, o que precipitou o ultimato e a posterior invasão da Servia pelo Império Austro-húngaro, que contou com o respaldo alemão. O equilíbrio instável entre as nações, o sistema de alianças, as rivalidades, os interesses geopolíticos e econômico dos países imperialistas transformou o Conflito balcânico na Bósnia Herzegovina em uma guerra mundial. Os acontecimentos se precipitaram, a Rússia apoiou a Servia, e os alemães apoiaram o Império Austro-húngaro, e como a França era aliada da Rússia, foi invadida pelas tropas alemãs, que através de uma manobra militar invadiu a Bélgica para surpreender os franceses, aproximando-se de Paris, o que por sua vez provocou a entrada da Inglaterra . O Império Turco entrou na guerra do lado alemão. Os movimentos iniciais eram marcados pela necessidade imperiosa da ofensiva, apresentada com disfarce de que estava sendo travada uma guerra defensiva. A disposição era arriscar-se à guerra com a noção compartilhada

por todos os beligerantes, que a guerra seria breve, e que no “ natal as coisas já estariam resolvidas” Entretanto, longe disso, a “ guerra contra todas as guerras” , na “ guerra veloz” se transformou em uma longa e cruel guerra de atritotrincheiras. No início, em cada país, a guerra era promovida por uma ampla e intensa campanha patriótica, em que a imprensa jogava um papel decisivo, na propaganda política. Os valores guerreiros e nacionais eram exaltados, enquanto os adversários eram apresentados como monstros cruéis, em inimigos que precisavam ser abatidos. Assim, a imprensa alemã justificava o apoio a guerra, apresentando a “ Cultura” ocidental contra a barbárie russa, a frivolidade francesa e materialismo inglês. Os Francês fomentavam o revanchismo contra os usurpadores germânicos. Os inglês lutavam contra o autoritarismo alemão que violava os direitos das nações invadindo a neutra Bélgica, e os russos defendiam o pan-eslavismo. Neste começo, a guerra era recebida com uma exaltação festiva, com os soldados sendo saudados como heróis nacionais, com musicas patrióticas sendo entonadas nas partidas para as frentes de batalhas. Entretanto, essa atmosfera foi sendo substituída na medida em que os desastres e a grande carnificina da guerra foi sendo desvelados, e as esperanças de guerra rápida foi sendo dissipadas no desenrolar do abismo da guerra. Como destaca Niall Ferguson no livro O horror da guerra, a ideia que a guerra seria uma expressão dos valores superiores será substituída pela noção de que a continuidade da guerra era um “ absurdo grotesco”. Os ataques de gás, a morte de soldados como moscas por armas cada vez mais destrutivas e o cotidiano apavorante e cruel das trincheiras marcaram a geração que viveu e morreu na I Guerra Mundial. Na segunda parte vamos abordar os desdobramentos da I Guerra, o impacto na reconfiguração do mundo, com o colapso de impérios, aprofundamento da crise capitalista e a realização de acontecimentos revolucionários como a Revolução Russa.

COLUNA

100 anos do fim da I Guerra Mundial (parte I) Por Antônio Eduardo

N

o dia 11 de novembro de 1918, é assinado o Armistício de Compiègne, entre os países da Tríplice Entente ( França, Inglaterra e Estados Unidos; A Rússia tinha saído da guerra antes, no Tratado Brest Litovski) e o Império Alemão ( líder dos países centrais Império Austro-húngaro, Bulgária e Império Turco). Essa data simbolicamente representa o fim da chamada Grande Guerra, posteriormente denominada I Guerra Mundial. A I Guerra foi travada em escala mundial com participantes de todos os continentes, tendo como palco principal o continente europeu. Foi a primeira guerra moderna, com farto uso da tecnologia, uso de aviões, navios, metralhadoras, tanques e armas químicas, que produziu uma monstruosa mortandade e uma estrondosa destruição em massa. Antes da deflagração da guerra, o continente europeu vivia um período intenso e frenético, conhecido como Belle Époque, “ um Vibrante hino de louvor ao progresso” que se imaginava que o desenvolvimento capitalista seria um progresso ininterrupto e continuo, apesar dos fartos sinais da crise eminente. Como assinala Ian Kershaw em De volta do inferno. Europa, 1914-1949 “ era difícil imaginar que a prosperidade, a paz e a estabilidade não prosseguiriam indefinidamente, podendo ser varridas tão cedo e com tanta rapidez. “ p.29 A internacionalização da Economia capitalista, entrelaçando os interesses dos Estados imperialistas com a expansão de capitais acentuava a contenda entre as potências imperialistas. Uma acirrada disputa por colônias, mercados, matérias primas e posições estratégicas. Essa guerra foi realizada após um período de Paz Armada, o último grande conflito na Europa foi a guerra Francoprussiana em 1970-71, que foi um acontecimento marcante para a consolidação da Alemanha como país unificado, sob a estratégia traçada pelo chanceler Alemão Otto Bismarck. A chegada tardia da Alemanha como grande potência mundial será um dos fatores que levará ao acirramento pela disputa da divisão

do mundo entre os grandes centros imperialistas. A Inglaterra ainda detinha a maior parcela do comércio mundial, com a França com uma posição de destaque, entre outros países imperialistas menores, que evidentemente não estavam dispostas abrir mão das suas posições diante da emergência de uma nova potência. Wladimir Lênin, revolucionário russo, assinalou em Imperialismo, etapa superior do capitalismo e na falência da II Internacional, de maneira muito apropriadamente, que a I Guerra Mundial era expressão da fase imperialista do capitalismo. Não era somente um conflito entre diferentes países ou entre nacionalismos, mas no interior dos países aconteciam profundas mudanças, que acarretavam uma formidável pressão sobre o capitalismo no seu conjunto e nos regimes políticos tradicionais, controlados pela burguesia conservadora, e em alguns casos por classes e camadas ainda mais atrasadas, como latifundiários e grupos aristocráticos, como nas monarquias ainda existentes. O exemplo do Czar russo foi o mais proeminente, mas não o único. “ o tecido social estava mudando depressa, embora de modo bastante desigual, de uma lado a outro do continente. Regiões de industrialização intensa e rápida coexistiam com grandes faixas que ainda eram essencial e primitivamente agrícolas.” (KERSHAW, idem, p.29) Sendo que uma questão relevante no início do século XX, foi o desenvolvimento do movimento operário, dos partidos socialistas e do movimento sindical como elementos de instabilidade social e política. “ a mudança política fundamental, que as elites em todos os países encaram como uma ameaça real, foi a ascensão dos partidos políticos da classe trabalhadora e dos sindicatos profissionais. A segunda internacional foi instituída em 1889.” (KERSHAW, idem, p.31). O Impulso irreversível para a guerra era o conturbado cenário europeu, com a proliferação de reivindicações nacionalistas e disputa estratégica entre os países. A Paz Armada era um verdadeiro barril de pólvora, costurado por uma intricada Política de Alianças, que confi-


3| OPINIÃO E POLÊMICA

HOJE EM TODO BRASIL

Lutar pela Liberdade de Lula H

oje (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Frente Brasil Popular e o Partido da Causa Operária (PCO) estão organizados em diversos lugares do Brasil para exigir a liberdade do ex-presidente Lula, preso político dos golpistas. Os atos se estenderão durante todo o dia. Em Maceió, por exemplo, os militantes do Partido da Causa Operária estão organizando um ato no centro da cidade esta manhã. Os militantes estarão reunidos em frente ao antigo Produban à partir das 9 horas. Da mesma forma outros atos ocorrerão, na maioria das capitais pelo país. No Rio de Janeiro, a manifestação será na Cinelândia à partir das 17 horas. Já em São Paulo, onde irá ocorrer a principal manifestação, o ato será na sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC, às 18 horas. O sindicato é um lugar simbólico e indica uma aproximação com a classe operária na luta

contra os golpistas. Foi neste sindicato que foi organizado a luta política dos operários que derrubou a ditadura militar, mas não só isso: este ano ainda, o golpe de estado ficou em uma situação complicada quando, após anunciar a prisão de Lula, os militantes de todo o país foram para o ABC lutar contra a prisão do ex-presidente. A luta pela liberdade do Lula é um eixo fundamental da luta contra o golpe. Lula é o principal líder da classe trabalhadora no atual momento e sua liberdade seria um elemento polarizador na situação política. Atrás da liderança de Lula, todos os operários e o conjunto dos trabalhadores colocariam o programa contra a política dos golpistas, como ficou claro nas intenções de voto para as eleições (que o ex-presidente teria ganho). Ou seja, ele é tudo o que os golpistas querem evitar. Por isso é importante mobilizar intensamente para que Lula seja liber-

tado. Os atos da Jornada Nacional Lula Livre serão atos contra o golpe. E, portanto, todos aqueles que querem derrubar o regime estabelecido ilegalmente com a derrubada de Dilma Rousseff; que querem acabar com a política de retirada dos direitos da população, de entrega do patrimônio nacional aos capitalistas estrangeiros

e de uma série de outros ataques da direita; precisam participar dos atos que ocorrerão neste dia 10. Não basta falar que defende. Precisa sair às ruas e defender. Organizar o movimento operário para que derrotar os golpistas. Apenas desta forma será possível acabar com as ofensivas fraudulentas, fascistas e antidemocráticas.

GOLPISTAS

Um tucano para comandar a liquidação da Previdência N

o sentido de dar continuidade aos ataques à classe trabalhadora, promovidos pelo governo golpista de Michel Temer, que assumiu uma agenda neoliberal desde o golpe de 2016, o futuro ministro da fazenda, Paulo Guedes, anunciou o nome do tucano Rogério Marinho para compor a equipe, que terá como missão liquidar o que temos de riquezas e recursos, franqueando nossa soberania ao grande capital internacional. O próximo governo ilegítimo e eleito por uma fraude, que condenou sem crime e sem provas, e prendeu o candidato com apoio popular que poderia vencer as eleições, que era o ex-presidente Lula, para permitir a vitória do candidato da burguesia Jair Bolsonaro, pretende dar continuidade e pior, aprofundar os ataques ao povo, e para isso lança mão de algumas figuras já conhecidas da política burguesa.

Paulo Guedes indicou os nomes para compor as secretarias de seu ministério, e dentre eles, vários compõem

o atual governo Temer, como Esteves Colnago, que é atualmente o ministro do Planejamento e assumirá como se-

cretário adjunto da Fazenda e o ex-presidente da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Guaranys, que será secretário-executivo do Ministério da Economia. A reforma da previdência, que altera as regras para a concessão de aposentadoria aos trabalhadores, criando dificuldades intransponíveis para a população e que transfere para investidores internacionais algo da ordem de um trilhão de reais, com a privatização do sistema de previdência nacional, será levada a diante pelo relator da atual reforma trabalhista de Temer, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). A escolha de Rogério Marinho promove uma maior aproximação entre o governo Bolsonaro e a bancada do PSDB que, de fato apoiou a eleição fraudulenta de Bolsonaro e terá vários nomes no primeiro e segundo escalões.


ATIVIDADES DO PCO E COMITÊS | 3

HOJE

Comitê de Luta convoca ato pela liberdade de Lula em Feira de Santana

N

esta segunda dia 10 de dezembro serão realizadas manifestações e atos em todo País, como parte da Jornada por Lula Livre. Fazem oito meses que o ex-presidente é mantido como preso politico e é preciso chamar atenção para as arbitrariedades realizadas pelos golpistas contra Lula e todo o povo brasileiro. O Comitê de luta contra o golpe de Feira de Santana reunido nesse sábado(8/12) decidiu convocar uma manifestação para o dia 10 em Feira de Santana, na praça do Nordestino, às 17 horas. Na atividade também será feita divulgação da Conferência Estadual contra o Golpe, que acontecerá em diversas localidades, Na Bahia, será em Salvador dia 16 de dezembro. Neste dia 10 de dezembro, é importante que os partidos de esquerda, movimentos populares e sindicatos participem dessa atividade de luta contra o golpe e pela liberdade para Lula

JÁ NAS RUAS O JORNAL DE LUTA CONTRA O GOLPE EDIÇÃO Nº9 2 A LUTA CONTRA O GOLPE

10 DE NOVEMBRO DE 2018

POR QUE SE JUNTAR À CAMPANHA FORA BOLSONARO? 1. BOLSONARO QUER ACABAR COM O MINISTÉRIO DO TRABALHO E OS DIREITOS DOS TRABALHADORES O político fascista disse, publicamente, que vai extinguir o Ministério do Trabalho, criado há 88 anos. No dia 7 de novembro, ele afirmou que “o Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério”. Tal posicionamento foi expressado após sua equipe se reunir com capitalistas de dez entidades patronais no início do mês, que o pressionaram para destruir o Ministério do Trabalho e criar uma espécie de “Ministério dos Patrões”. Ou seja, Bolsonaro atendeu imediatamente às ordens da burguesia para avançar sobre qualquer tipo de conquista dos trabalhadores. Isso é reconhecido pelo próprio futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que admitiu que “se dependesse das centrais sindicais, Bolsonaro não era presidente”. Essa frase expressa o reconhecimento de que os trabalhadores não apoiam Bolsonaro e que ele foi imposto pela burguesia e pelo imperialismo em uma gigantesca fraude eleitoral. Todos os direitos dos trabalhadores serão atacados por Bolsonaro, que, mesmo antes de assumir a Presidência, já tenta impor a Reforma da Previdência para acabar com a aposentadoria dos trabalhadores, além de aprofundar a Reforma Trabalhista, as terceirizações, o fim da CLT e as privatizações dos serviços públicos e empresas estatais.

2. ELE É CANDIDATO DOS BANQUEIROS E INDUSTRIAIS Os ataques aos trabalhadores declarados publicamente por Bolsonaro demonstram de que lado ele está: do lado dos banqueiros e industriais, do lado da burguesia. Sua campanha eleitoral foi apoiada, principalmente no 2º turno, pelos grandes banqueiros

e industriais nacionais e internacionais. Os representantes de bancos como Bradesco e Itaú/Unibanco já expressaram seu otimismo sobre o futuro governo golpista, sabendo que Bolsonaro fará de tudo para aumentar os lucros desses setores, enquanto destrói todos os direitos dos trabalhadores bancários e das indústrias.

3. QUER QUE O EXÉRCITO REPRIMA A POPULAÇÃO Capitão reformado do Exército, Bolsonaro, em toda a sua vida, defendeu a criminosa ditadura militar (1964-1985), que assassinou e torturou milhares de pessoas, levou à miséria milhões de brasileiros e reprimiu qualquer tipo de protesto popular. Seu maior ídolo é o coronel Brilhante Ustra, um dos mais sanguinários torturadores e assassinos da ditadura, que torturava mães na frente de seus próprios filhos. Bolsonaro já disse que a ditadura deveria ter matado “30 mil” pessoas. Como deputado, ele sempre defendeu que a polícia tenha carta branca para matar cidadãos de maneira indiscriminada, principalmente nas periferias. Ele defende a intervenção militar a nível nacional, semelhante à que ocorre atualmente no Rio de Janeiro, onde a polícia e o Exército ocupam as favelas, matando e torturando moradores, como ocorreu recentemente no Complexo da Maré, onde policiais atiraram e deram facadas pelas costas a um professor, ou então na Vila da Penha, onde militares torturaram moradores com paus e choques elétricos.

4. QUER VENDER AS ESTATAIS PARA ESTRANGEIROS LUCRAREM COM O SUOR DOS BRASILEIROS Bolsonaro tem um programa econômico entreguista. Não tem nada de nacionalista, muito pelo contrário: ele quer

NÃO DEIXAR A DIREITA AVANÇAR NAS ESCOLAS

DEFENDER A LIBERDADE DE EXPRESSÃO DOS PROFESSORES NA SALA DE AULA A extrema-direita ficou motivada com a vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Todos os elementos mais reacionários da sociedade ressurgiram no cenário político. Houve um aumento das agressões fascistas, contra os mais diversos grupos sociais, um aumento da perseguição política e judicial, e também um aumento da censura contra os grupos dissidentes. Esses grupos de extrema-direita já haviam levantado a cabeça no momento do golpe de estado contra Dilma Rousseff, em um momento anterior da etapa política. Agora, voltam ainda mais agressivos. Na época o projeto de censura nas salas de aula, o “Escola Sem Partido” não passava de uma lei que os vereadores procuravam passar por debaixo dos panos. A reação foi muito grande, e em diversas cidades

houve manifestações contra a aprovação da lei. No atual momento, com a volta destes grupos retrógradas, a situação piorou. A passividade política da esquerda durante o período eleitoral, que deixou de lutar contra o golpe para acreditar em fantasias, fez com que a extrema-direita voltasse com todas as forças. O “Escola Sem Partido” é um dos principais projetos do golpista Jair Bolsonaro e, por mais que ele não tenha assumido o governo ainda, toda o aparato do estado já se organiza no sentido da linha política de Bolsonaro, levando adiante suas propostas de aumento da repressão contra a população, como fica claro com a proposta de ampliação da lei antiterrorismo, para perseguir movimentos sociais, a criação da Força-Tarefa controlada pelos militares e também a

vender, a preço de banana, as empresas estatais brasileiras para os grandes monopólios imperialistas. Entre suas propostas, está o aprofundamento da privatização da Petrobras, da Eletrobras, de uma centena de empresas estatais (a maioria delas criada durante os governos do PT, como ele mesmo afirmou). Entregando as empresas estatais para os capitalistas estrangeiros, não haverá mais investimentos no Brasil, uma vez que os lucros irão todos para fora do País. Com os Correios e o Banco do Brasil, duas das mais antigas empresas brasileiras, é a mesma coisa. Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro, anunciou a pretensão do futuro governo de entregar o controle do Banco do Brasil – um dos maiores patrimônios nacionais – ao Bank of America, dos Estados Unidos. Ou seja, o maior banco brasileiro, estatal, será controlado pelos EUA.

5. ELE É A FAVOR DE MANTER LULA PRESO E QUE QUEM VOTA EM LULA É COMEDOR DE CAPIM Outra clara demonstração de seu repúdio aos interesses do povo é a perseguição que Bolsonaro faz ao ex-presidente Lula. Bolsonaro sempre foi a favor de sua prisão e, depois que Lula foi preso, Bolsonaro afirmou que quer ver Lula morrer na cadeia. Diga-se de passagem, uma das principais jogadas do golpe e da fraude eleitoral, foi a prisão de Lula decretada pelo juiz agente dos EUA, Sergio Moro, para que Lula (que era o favorito da maioria do povo para vencer as eleições) ficasse de fora, abrindo caminho para a eleição de Bolsonaro. Moro foi premiado com a nomeação para ser ministro da Justiça de Bolsonaro, comprovando definitivamente o golpe que foi a prisão de Lula e a fraude que foi a eleição. Além disso, Bolsonaro tem grande repúdio pelo povo ao afirmar várias vezes que os eleitores de Lula são escórias, seres inferiores, e, inclusive, comedores de capim.

discussão em comissão do projeto “Escola Sem Partido” em âmbito nacional. De qualquer forma, da mesma maneira que os neonazistas que apoiam Bolsonaro não aguardaram este assumir à presidência para iniciar uma política de agressões contra os explorados, e nem os latifundiários esperaram para aumentar os ataques brutais aos indígenas e sem-terras, a Escola Sem Partido já está colocada na prática. Bolsonaro e outros políticos da extrema-direita estão pedindo para que alunos e colegas de trabalho filmem professores em sala de aula que estiverem fazendo “doutrinação”. Um típica prática policial adota pela extrema-direita, e uma forma de tentar intimidar o professor em sala de aula. A extrema-direita utiliza isso como forma de linchamento. Divulgam um professor e formam um grupo, geralmente composto pelos pais, para começar a atacar o professor, persegui-lo e pressionar (se pressionar for necessário) a escola a demiti-lo de seu cargo. Isso em Santo André em que uma professora começou a ser perseguida por Bolsonaristas e

“É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas.”

6. SEUS APOIADORES ESTÃO ATACANDO LGBTS E MULHERES COVARDEMENTE E UTILIZANDO SÍMBOLOS NAZISTAS Durante as eleições, a extrema-direita, incluindo grupos abertamente fascistas, atacou quase diariamente mulheres, LGBTs, negros, estudantes e ativistas de esquerda. Houve casos de ataques com facas, armas de fogo e, inclusive, assassinatos por parte de apoiadores de Bolsonaro. Foi amplamente divulgada a morte do capoeirista mestre Moa do Katendê, em Salvador, que sofreu 12 facadas de um eleitor de Bolsonaro, sem poder reagir. Em diversos lugares do País também houve pichações em alusão a Bolsonaro junto com o símbolo da suástica nazista, de Adolf Hitler. Em Porto Alegre, uma garota foi atacada por bolsonaristas e teve uma suástica entalhada com um canivete em sua barriga.

Uma das principais atividades dos comitês de luta contra o golpe é a colagem de cartaz nas ruas, praças e locais de grande movimentação. Na luta contra o impeachment de Dilma Rousseff, na luta contra a prisão e pela liberdade de Lula, na campanha pela Greve Geral na época da Greve dos caminhoneiros, na luta contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e agora na luta contra Bolsonaro, os comitês de luta contra o golpe produziram cartazes específicos para colocar suas campanhas nas ruas. É preciso entender que a campanha política nas ruas é fundamental para influenciar na situação política do país. As pessoas que passam e vêem um cartaz com determinada política reagem a ela. De forma positiva ou negativa, as pessoas são influenciadas pela pauta do cartaz. E são a maneira dos comitês de luta contra o golpe divulgarem sua política e entrarem em contato com a população. Não só isso, as atividades ainda são um pólo de aglomeração dos militantes contra o golpe e servem para manter os militantes mobilizados contra o regime golpista, fazendo uma campanha intensa e diária na mobilização e conscientização dos trabalhadores e dos setores populares e explorados.

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A LUTA CONTRA O GOLPE Jornal dos comitês de luta contra o golpe • Fundado em 2018 Nº 9 • Jornal quinzenal | 10 de novembro de 2018 • Tiragem: 100.000 exemplares

TODOS À 2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA

DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO

7. QUER ACABAR E TRANSFORMAR EM TERRORISTAS OS MOVIMENTOS QUE LUTAM POR TERRA E MORADIA Em sua campanha, Bolsonaro prometeu, publicamente, que vai caracterizar os movimentos que lutam pela terra aos trabalhadores do campo (MST) e por moradia aos sem teto (MTST) como grupos terroristas. Ou seja, os milhões de brasileiros, no campo e na cidade, que não têm onde morar e onde trabalhar, e por isso ocupam propriedades (em sua maioria, improdutivas e desocupadas) para poderem trabalhar e morar, serão amplamente perseguidos, reprimidos e assassinados. Os latifundiários já realizam frequentemente uma limpeza no campo, assassinando sem terra em massa, com conivência e mesmo suporte das autoridades. Nas cidades, a polícia faz desocupações extremamente violentas. Com Bolsonaro, isso será lei e os trabalhadores do campo e da cidade serão considerados terroristas.

FORMAR COMITÊS DE LUTA CONTRA O GOLPE 8 E 9 DE DEZEMBRO DE 2018

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SÃO PAULO - SP

entrou em crise de choros em sua casa, com medo de ir à escola – ao que aproveitaram para demiti-la. É importante ressaltar que não se deve cair no discurso de “doutrinação nas salas de aulas”. Isso ocorre é apenas uma forma de pressionar os professores de esquerda a não apresentarem o fato tal qual eles acham estar correto, mas da forma que a direita quiser. Ou seja, é uma verdadeira censura, pois o professor não pode ter opinião própria e liberdade de expressão para apresentar um fato, deve repetir a opinião, geralmente incorreta, da direita golpista. A “Escola Sem Partido” é na verdade a escola com o partido da direita, sem a esquerda. As escolas e universidades devem ser o lugar da livre circulação de ideias, e deve ter isso como princípio fundamental. Os professores devem ter total liberdade de expressão nas salas aulas, caso contrário é uma censura, e assim deve ser denunciado. A direita atua de forma totalmente policial, de forma a cercear todos os passos dos professores e persegui-los quando saírem dos limites por ela traçados. O “Escola Sem Partido” reflete o aprofundamento do golpe de estado, e portanto de sua política de repressão e censura. Por isso, os professores precisam se organizar em comitês para barrar a ofensiva da direita nas escolas. É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas. Para isso, a união entre estudantes e professores é fundamental para combater a extrema-direita, que de longe é minoria em todas as escolas.

O Jornal A Luta Contra o Golpe (LCG) é uma importante ferramenta de divulgação de informação dos comitês. Além de ser uma iniciativa deles para unificar todos os comitês dispersos em torno de uma política clara de luta contra o regime golpista, o jornal ainda é uma forma de manter os comitês em um política de denúncia constante do golpe de estado. Nas últimas semanas, 80 mil exemplares do JLGC foram distribuídos em diversas regiões do país, onde os comitês estão mais organizados. Do Nordeste ao Sul do país, passando pelo Centro-Oeste, o JLGC foi distribuído, refletindo o crescimento dos comitês em todos as regiões do país. Também, a distribuição destes jornais deixa explícito que a campanha pelo “Fora Bolsonaro e Todos Os Golpistas” já está nas ruas. É importante levar esta política para todos os locais do país, pois apenas desta forma será possível derrotar a política dos golpistas. Os comitês de todo o país devem reagrupar as pessoas em torno da distribuição deste material para aumentar o alcance da campanha, e também para aglomerar as pessoas e mantê-las mobilizadas para derrotar os golpistas. É preciso alcançar os 100 mil jornais distribuídos.

A LUTA CONTRA O GOLPE • 10 de novembro de 2018 • Tiragem: 40 mil exemplares • Site: www.lutecontraogolpe.com.br

Entre em contato para formar um comitê ou encontrar um comitê de luta contra o golpe mais perto de você!

FORA BOLSONARO

A política irresponsável de setores da esquerda pequeno-burguesa de participar das eleições fraudadas causou uma depressão, menor que na época do impeachment, mas mesmo assim uma depressão em setores da esquerda. Eles consideram que como participaram do processo fraudulento são obrigados a aceitar o resultado, não é verídico isso. Por trás da manipulação da informação, da fraude, do poder econômico e do cartel da imprensa, e principalmente da retirada de Lula das eleições, Bolsonaro venceu. Reconhecer as eleições como limpas, como fazem esses setores, é reconhecer que a maioria votou em Bolsonaro, e que ele tem legitimidade para realizar os planos de ataques ao povo, mais duas conclusões falsas. Em eleições fraudadas, no segundo turno, onde o eleitor é praticamente obrigado a votar

Para falar diretamente ligando ou através do whatsapp utilize os números abaixo: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (OI)

nele se não quiser o PT, Bolsonaro obteve 39% dos votos totais, do eleitorado, ou seja, considerando que uma parte da população atua politicamente mas não pode votar, nem um terço da população ele tem ao seu lado, isso em números de eleições cuja lisura tem que ser questionada. Em segundo lugar, Lula seria vitorioso contra ele em qualquer cenário, e foi proibido de participar das eleições por isso, de forma ilegal, ou seja além de minoritário, ele é o segundo lugar, ele é ilegítimo, como Temer. Um governo minoritário e ilegítimo que almeja atacar os direitos do povo deve ser contestado nas ruas, com manifestações de todas as organizações de luta da classe operária, é preciso unificar o movimento em torno deste eixo, Bolsonaro é ilegítimo e precisa sair, de preferência nem deveria entrar. Este pensamento é resumido na palavra de ordem

de “Fora Bolsonaro!”, mas é preciso que amplos setores que militam na classe operária abracem esta política. Os Comitês de Luta Contra o Golpe, organizações autônomas e pluripartidárias, com o objetivo de enfrentar a direita golpista viram que era preciso um amplo debate em torno desta questão e convocaram uma Conferência, uma reunião de todos os setores ativistas, de qualquer central sindical, partido político ou movimento, para debater estas questões, e ajudar a unificar o movimento, desta necessidade nasceu a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo que irá acontecer nos dias 8 e 9 de dezembro. Todos à Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e o Fascismo! Abaixo a fraude eleitoral! Liberdade Para Lula! Fora Bolsonaro!

e-mail: alutacontraogolpe@gmail.com site: lutecontraogolpe.com.br face: www.facebook.com/lutecontraogolpe twitter: @lutecontragolpe

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4| POLÍTICA

POLÍTICA DE REAJUSTE

Orçamento de Temer e Bolsonaro prevê grandes cortes em gastos sociais em 2019 U

ma hecatombe social se anuncia. Mesmo sem ainda ter sentado na cadeira da presidência, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) – fruto da maior fraude eleitoral da história – atua junto com o governo Temer para acabar com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), concedido a idosos e a pessoas com deficiência, com o abono salarial e ainda pretende impor uma nova política de reajuste do salário mínimo. Todas essas investidas contra o povo, irão dar sequência ao sórdido plano golpista iniciado com desgoverno de Michel Temer (MDB) engendrado no – golpe de Estado – que derrubou a presidenta Dilma Rousseff em 2016 e que empurrou milhões de pessoas para a extrema pobreza. A pedido do capital financeiro e do imperialismo, os governos golpistas anunciaram algumas tarefas que serão colocadas no projeto de lei orçamentária de 2019 e que, de fato, irão agravar ainda mais a desigualdade social e econômica no Brasil. Além do fim do BPC, do abono salarial e de uma nova política de reajuste do mínimo, constam no indigesto cardápio do regime golpista, a transferência da aposentadoria rural da Previdência para a assistência social. Como justificativa, a equipe financeira do atual e do futuro governo, apontam que o BPC, que paga um salário mínimo a deficientes e a quem tem mais de 65 anos, é menos eficaz que o Bolsa Família na redução da pobreza e tem alto nível de questionamentos com a justiça. Ou seja, busca colocar uma coisa em contraposição com a outra. Da mesma forma, o próximo ministro da Fazenda, Paulo Guedes, alega que o Bolsa Família é o programa mais eficaz para reduzir a pobreza (co-

mo se esse fosse o objetivo do governo golpista neoliberal) porque 44,3% dos recursos são destinados aos 20% mais pobres da população, contrapondo isso com a Previdência Social, que pretendem atacar de forma mais imediata, alegando 40,6% dos benefícios pagos vão para os 20% mais ricos, enquanto somente 3,3% dos recursos vão para os 20% mais pobres. Vale ressaltar que, a média do benefício do Bolsa Família é pouco acima de R$ 200, o que se situa – bem próxima do limite da linha de pobreza extrema – definido pelo Banco Mundial em R$ 140 por mês. A declaração é totalmente cínica: usam o Bolsa Família (quem não tem condições imediatas de retirar) para atacar a Previdência. O Ministério da Fazenda que será transformado em Ministério da Economia, colocou em seu sítio na internet, os indícios de austeridade: recomendando o controle dos gastos públicos, ew a suposta redução de privilégios e incentivos fiscais para setores da economia, a revisão dos gastos com o funcionalismo público e direcionamento dos benefícios sociais aos mais pobres para reduzir a desigualdade. De acordo com o documento disponível na internet, o salário mínimo, cuja política

de reajuste será substituída em 2020, deverá ser ajustado com base nos salários do setor privado e no aperto das contas públicas. A nova política de cálculo do salário mínimo deverá ser encaminhada pelo futuro governo até 15 de abril, quando será apresentado o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020. Ou seja, não haverá qualquer politica de “redirecionamento dos benefícios”, mas sim um achatamento dos ganhos de quem ganha menos. É preciso destacar a reviravolta que se aproxima, bem como os prejuízos para os mais pobres. A título de comparação, desde 2011, o salário mínimo é reajustado com base na inflação dos 12 meses anteriores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), somado a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) dos dois últimos anos. Se por acaso o resultado do PIB for negativo, a correção se dá apenas pelo índice de inflação. Todavia, essa política está com os dias contados e será substituída em 2020. Segundo os dados do Ministério da Fazenda, a cada R$ 1 adicionado ao salário mínimo, corresponde a R$ 304 milhões gastos pela União. Ademais, o impacto maior desses gastos decorre do reajuste do piso pago pela Previdência Social. Isso justificaria um aumento geral do salário mínimo da parte de um governo que não tivesse como objetivo aprofundar a miséria geral dos trabalhadores para favorecer os ganhos dos grandes capitalistas. A Fazenda também fez recomendações quanto ao abono salarial, recomendando a extinção do benefício sob o pretexto de que “não atende à população em extrema pobreza”, mas apenas empregados com carteira assinada. Desta forma, o abono que é pa-

Caminhoneiros ameaçam com greve em dezembro, evidenciando instabilidade da situação A recente decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luis Fux, de suspender a aplicação de multa às empresas que descumprirem a tabela de frete, gerou um clima de revolta entre os caminhoneiros. Na prática, a decisão do ministro desobriga as empresas de cumprirem a tabela de frete que era uma das principais reivindicações dos caminhoneiros na grande greve que parou o Brasil em maio. Há um setor do movimento de caminhoneiros que defende a antecipação do movimento de greve que estava sendo planejado para ocorrer em janeiro. A ideia seria parar a categoria ainda em dezembro. No entanto, representantes de entidades que apoiam o governo fraudulento de Bolsonaro adotam um discurso para tentar conter a categoria. Nélio Botelho,

presidente Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Rio de Janeiro, diz que não há ‘clima’ para parar agora. “Estamos entre o fim de um governo e o começo de outro. “Não há ambiente agora.” Contrariamente à ideia de que não há clima para a greve, surgem a todo momento notícias sobre caminhoneiros dispostos a cruzar os braços. Ramiro Cruz, uma das lideranças da categoria admite que há uma divisão. “Mas os tanqueiros do ABC, de SP, de Guarulhos, de Barueri, de Cubatão, do Vale do Paraíba e de Paulínia já me ligaram e colocaram à disposição para parar já no final de semana.” A decisão do ministro do STF Luis Fux tem o claro intuito de beneficiar as grandes empresas contratantes do serviço de frete. Para essas empresas,

o que importa é ter o menor custo possível para transportar suas mercadorias, não importando a vida do trabalhador e a segurança nas estradas. Muitos caminhoneiros se submetem a jornadas subumanas para de trabalho para conseguir sustentar sua família e acabam colocando a sua vida e de todos em risco. A medida reivindicada pelos caminhoneiros coloca um mínimo no preço ofertado pelo frete, o que seria uma espécie de piso salarial da categoria instituído pelo governo. No entanto, para justificar a medida favorável às empresas Fux alegou inconstitucionalidade da medida. A constituição, que já foi rasgada e pisoteada pelo judiciário golpista inúmeras vezes pelo judiciário golpista, agora é lembrada quando se pretende beneficiar os patrões.

go ao trabalhador que recebe até dois salários mínimos com carteira assinada, desde que tenha trabalhado pelo menos 30 dias no ano-base de apuração e tenha carteira de trabalho há pelo menos cinco anos, não existirá mais, deslocando um montante de R$ 19,2 bilhões que seria consumido no próximo ano, para outro setor. Os valores variam de R$ 80 a R$ 954, sendo o mínimo para quem trabalhou apenas por 30 dias e o máximo para quem trabalhou por 12 meses no ano anterior. Não obstante, todas essas propostas de dizimação da classe trabalhadora não se encerram por aqui. O governo golpista ainda propõe uma reforma no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de modo a usar os recursos do fundo para financiar parcialmente o seguro-desemprego e aumentar a rentabilidade das contas, que atualmente pagam 3% mais Taxa Referencial ao ano, mais participação nos lucros. Os subalternos do imperialismo também sugerem a extinção do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), que financia projetos escolhidos pelo governo e foi foco das tão aclamadas corrupções nos últimos anos. Assim, o governo decide que a livre alocação de recursos é mais eficiente. De acordo com as proposições alarmantes do governo ultraliberal de Jair Bolsonaro, fica claro que, o que há por vir será não somente a redução dos gastos sociais juntamente com a intensificação dos ataques contra a classe trabalhadora, mas, a destruição das organizações da classe trabalhadora e seus sindicatos. Nesse sentido, é preciso uma campanha dos sindicatos pelo salário mínimo vital. É preciso deixar claro que, todo o plano dos golpistas se dá na lógica de salvação da economia do imperialismo, o qual já pisa com suas botas sujas de sangue no território nacional e vem a todo custo desenvolvendo o golpe e aprofundando a política de precarização da classe trabalhadora em benefício do grande capital financeiro.

A situação evidencia a enorme instabilidade da situação, às vésperas da posse do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro que terá de se enfrentar com as reivindicações, inclusive, de setor entre os quais obteve algum apoio diante da campanha reacionária da imprensa golpista que buscou omitir o seu profundo vínculo com o governo golpista de Temer e com todos os partidos que dão sustentação ao atual regime nascido do golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma, para dar lugar a um governo entreguista, de ataque a todo tipo de interesses dos trabalhadores, e de defesa dos interesses do grande capital. A categoria dos caminhoneiros só terá êxito no atendimento de suas reinvindicações se passar por cima dos líderes oficiais das associações que, em geral, foram contra as mobilizações que tentam conter o movimento grevista que pode explodir a qualquer momento.


POLÍTICA | 5

SUBREPRESENTAÇÃO

Brasil deveria ter mais de 2 mil deputados A

legando a intenção de cortar gastos públicos, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, propôs reduzir o número de deputados federais de 513 para 400. Mas, antes de perguntar se o nosso Congresso gasta muito, precisaríamos perguntar se ele é realmente representativo. Se ele, com 513 deputados e 81 senadores, representa os interesses da grande população brasileira. Aliás, concluir que gasta muito não responde se é muito ou pouco e sim que o valor unitário é alto. Porque, se o problema é o custo, a lógica exigiria que diminuíssemos o custo de cada um e não o número de representantes. Na verdade, o número de representantes do povo no parlamento costuma guardar alguma proporcionalidade com o seu tamanho seguindo a lógica de que, quanto mais populoso um país, maior deveria ser o seu Legislativo. O que, neste caso, conduziria o Brasil a um número maior de parlamentares que ele tem, e não os atuais 594 (513 deputados e 81 senadores) para representarem uma população de 209,3 milhões de habitantes, já que esse número não chega a 3% do total da população, o que nos sugere um número muito pequeno, quase irrisório. É claro que por princípio temos uma concepção democrática, onde a noção

de que a sociedade deve se organizar e eleger os seus representantes para construir a ideia de representação popular. E, nessa linha, talvez devêssemos perguntar quantas pessoas devem ser representadas por um parlamentar? E, se a ideia é a de proporcionalidade, qual o critério que nos leva a pensar um número coerente com este raciocínio? Observando o quadro abaixo, podemos saber como acontece em alguns países, em relação ao número de parlamentares, vejamos:

Da América Latina, o Brasil é a nação mais populosa e tem muitos parla-

mentares a menos do que outros países, menos populosos, ficando atrás do México (628) e de Cuba (605). Quando comparado a alguns dos principais países da Europa, nosso país tem um numero muito reduzido, ou seja, uma baixíssima representatividade da população. Veja que na França, existem atualmente 924 deputados e senadores para representar apenas 67 milhões de habitantes. A Alemanha tem mais de 778 parlamentares (709 da assembleia legislativa e 69 do Conselho Legislativo Federal), a Itália conta com 950 (630 deputados e 320 senadores), e o Reino Unido tem mais de 1,4 mil (650 integrantes da Câmara dos Representantes e 791 da Câmara dos Lordes). Esses três países possuem populações muito menores que a brasileira – entre 60 e 80 milhões de habitantes. Mas, na Ásia, os países com legislativos maiores que o brasileiro incluem Japão (704), Índia (779), Mianmar (654) e China (2.980). O número reduzido de parlamentares, é uma das características de regime cada vez menos democráticos e onde ehá uma prevalência ainda maior do poder econômico no controle da representação, como no caso os Estados Unidos que possuem uma população maior que a brasileira, de

325 milhões, mas um Congresso menor, com 535 integrantes. “Os Estados Unidos são o único exemplo que você vai encontrar de tamanho populacional maior que o Brasil e menos deputados”, destaca o professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais Carlos Ranulfo, coordenador do Centro de Estudos Legislativos. “Somos uma Câmara grande porque somos um país com população imensa. Em termos de proporcionalidade, seria até razoável ter mais deputados.” Para o professor da UFMG, um dos objetivos em cortar o número de deputados poderia ser facilitar as negociações para aprovação de projetos de interesse do governo e dos setores que ele representa, como os bancos e os grandes grupos internacionais. Em outras palavras, facilitaria – ainda mais – a compra dos votos dos parlamentares. É evidente que quanto maior a população, maior deve ser o número de parlamentares, e, não resta dúvida de que, no Brasil, o pequeno número de 513 parlamentares deveria ser quadruplicado. É muito claro, também, que, um governo fascista, como o atual, vai preferir se esquivar dos debates e diminuir ainda mais o número de parlamentares, senão eliminar o parlamento de vez, para ficar mais fácil de impor suas medidas antipopulares, o que descreve com todas as letras, não um governo democrático, mas uma ditadura.

MENOS MÉDICOS

Nem metade dos médicos inscritos se apresentou A

imprensa burguesa está em uma campanha desesperada contra os médicos cubanos e o Programa Mais Médicos, desenvolvidos nos governo anteriores e que a direita quer – de fato – liquidar, como todos os programas sociais, que dizem respeito ao atendimento de necessidades da população. Primeiro buscaram apresentar a situação como se tivesse criada por uma decisão do governo de Cuba, quando esta foi provocada pelo presidente ilegítimo, eleito em uma fraude, Jair Bolsonaro, que ameaçou mandar os médicos embora, de forma indigna, na primeira semana de seu governo; forçando os cubanos a agirem – corretamente – na defesa dos seus compatriotas.

Agora, tentaram criar uma aparência de que as milhares de vagas abertas, ou seja, os milhares de locais que estão ficando sem atendimento, estariam sendo preenchidos por “grandes heróis” e médicos brasileiros, rapidamente. Isso quando, segundo os dados oficiais, houve inscritos para todas as vagas, porém menos da metade dos profissionais se inscreveram se apresentaram até agora nos municípios escolhidos e ainda resta milhares de postos de saúde sem nenhum atendimento, especialmente no Norte do país e nas regiões mais pobres das grandes cidades. Nos grandes centros como São Paulo as vagas foram preenchidas de forma parcial.

DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 9H30

Esse não comparecimento escancara a mesma situação dos governos anteriores à parceria do PT: os médicos burgueses do Brasil odeiam os mais carentes, pobres, a classe trabalhadora, os negros, nordestinos, quilombolas, indígenas, fizeram inscrição, mas não vão preencher a vaga. Os dados foram divulgados na última quarta-feira (dia 28) pelo Ministério da Saúde. Das 8,5 mil vagas abertas com saída de Cuba do programa, 8.319 (97,8%) receberam inscrições. No entanto pouco mais de 50% não compareceram as vagas pleiteadas. Além disso, a situação é caótica porque milhares de médicos estão deixando outras funções em serviços

públicos, como o Programa Saúde da Família (PSF) para aderirem ao programa Mais Médicos, por vantagens funcionais imediatas. Ou seja, um setor esta sendo descoberto para atender, parcialmente, a outro. Fica evidente que a burguesia golpista elegeu, de forma fraudulenta o golpista Bolsonaro, para atacar a Saúde, a Educação públicas, e tudo que interessa ao povo; para satisfazer aos interesses dos tubarões capitalistas. O episodio com os médicos cubanos, ilustra bem como essa direita golpista quer “jogar” a população na mais extrema pobreza, sem saúde, educação e moradia. Somente com a mobilização dos trabalhadores e suas organizações vamos derrotar os golpistas de plantão e salvar a população dessa escória.


8| INTERNACIONAL

FRANÇA

Mais de 1.200 ainda detidos pelos protestos de sábado França D

urante o último sábado (dai 8), a França foi mais uma vez sacudida pelas manifestações de centenas de milhares de pessoas, tendo à frente os “coletes amarelos”. Foi a quarta semana de protestos nos quais trabalhadores franceses mostraram sua indignação com a política arrocho econômico que tem sido posta em prática pelos sucessivos governos mas que se acentuou notavelmente após o início do governo Emmanuel Macron e sua política “pró-mercado”. Só de policiais, foram mobilizados mais de 90 mil nas ruas de toda a França. Mais de 1.700 pessoas foram detidas, cerca de 650 só em Paris. Esse número é superior ao das manifestações das semanas anteriores. A decisão tomada pelo governo durante a semana de suspender o aumento dos combustíveis não serviu para arrefecer os ânimos dos franceses que não se detiveram ante as nuvens do gás lacrimogênio jogado em profusão pela polícia. Uma das palavras de ordem mais ouvidas era a que pedia a demissão do presidente.

Com medo das manifestações, Macron anunciou o recuo em relação ao aumento dos combustíveis, mas nada adiantou. O escolhido pela burguesia francesa para pôr em prática a política de guerra contra a população francesa, segundo os analistas é uma pessoa que jamais teve contato com o mundo real pois passou sua vida na academia e nos bancos. Citam como exemplo sua resposta inicial aos protestos: uma longa explicação quanto à necessidade de impostos altos sobre os combustíveis para proteger o meio ambiente. Num esforço para amortecer a cólera popular o governo francês também congelou por seis meses as tarifas de energia elétrica, prometeu aumentar o salário-mínimo e debater uma reforma tributária assim como as despesas públicas. Apesar dos recuos a revolta popular não diminuiu, mas aumentou, diante da compreensão de que a política de esmagamento de 99% da população é a única que resta à burguesia para manter o sistema em funcionamento e que é

preciso por uma derrota ao governo direitista. Os estudantes secundários franceses também iniciaram protestos e neste sábado milhares deles estavam junto aos coletes amarelos em Paris. A divulgação em todo o mundo de fotos de adolescentes vigiados pela polícia ajoelhados e com as mãos na cabeça

não ajudará na apaziguamento. No sábado também ocorreram protestos nas ruas de Bruxelas os quais foram alvo de repressão violenta. Dada a ofensiva feroz que o imperialismo está lançando mundo afora é de se esperar que em 2019 as demonstrações de massa se espalhem pelas ruas do mundo.

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MORADIA E TERRA | 9

PARAÍBA

Pistoleiros assassinam dois militantes do MST dentro de acampamento na Paraíba

N

a noite deste sábado, dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram brutalmente assassinados por pistoleiros na Paraíba. Os militantes José Bernardo da Silva, conhecido por Orlando, e Rodrigo Celestino foram atacados por pistoleiros fortemente armados e encapuzados dentro do Acampamento Dom José Maria Pires, no município de Alhandra. As testemunhas informaram que os pistoleiros chegaram no acampamento procurando Orlando e Rodrigo, mandando todas as outras pessoas saírem de perto. Chegaram a render os dois militantes e executaram com

vários tiros. Após a execução saíram tranquilamente do acampamento. A execução dos militantes do MST dentro do acampamento revela que os latifundiários estão se sentindo à vontade para atacar os trabalhadores sem-terra. Os trabalhadores sem-terra estão na mira dos bolsonaristas e serão os primeiros a serem atacados e de forma ainda mais violenta. Fica evidente a necessidade da formação de comitês de autodefesa dentro de cada acampamento e assentamentos do MST e de outros movimentos para evitar novos assassinatos e lutar contra os golpistas e a extrema direita assassina.

SEXTA-FEIRA ÀS 16H COM AFONSO TEIXEIRA


10 | CIDADES

BA

Prefeitura de Porto Seguro quer privatizar a água A

prefeita de Porto Seguro, Claudia Oliveira (PSD), quer entregar a água do município nas mãos das empresas que querem lucrar com o direito das pessoas em ter água e saneamento básicos nas suas casas. O contrato de privatização segue com pouca divulgação, pois o edital revela o tamanho do ataque a população de Porto Seguro. Segundo conta a empresa que ganhar os serviços deverá repassar 3% da arrecadação para a prefeitura, e 1% para fiscalização, ou seja, quanto maior o valor arrancado da população maior o valor repassado para a prefeitura. Esse repasse está intimamente ligado a cláusula que permite que a empresa realize aumentos de tarifas no momento que achar necessário, pois hoje a Embasa pode se limitar a apenas um aumento por ano. É uma “jogada ensaiada” entre empresa e prefeitura. A ditadora quer proibir a abertura de poços artesianos pela população e cobrança de taxas mensais para as existentes, pois conta restrições para esse tipo de atividade realizada no contrato de privatização. As tarifas sociais, importante para a população mais pobre, corre um sério risco de acabar porque hoje não pos-

sui limites de implantação, mas será limitada para 5% de todos os usuários, e após passar esse valor será repassado para a população. Outro fato é que a população mais afetada pela privatização seria das periferias da cidade, pois os custos de implantação e manutenção dos serviços é mais elevado e de pouca lucratividade para a empresa privada. A entrega desses serviços nas mãos de empresas privadas é um enorme crime. A Empresa Baiana de Saneamento (EMBASA) realizou enormes investimentos no município e quase 100% da população tem água e coleta de esgotos em suas casas e quem vai lucrar ainda mais são as empresas privadas que vão receber tudo já pronto e vão lucrar às custas da população. Todos sabemos que a privatização resulta no aumento das taxas cobradas e uma enorme precarização dos serviços prestados. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae) que as tarifa social mínima e normal devem ter aumentos 100% no primeiro ano. A privatização dos serviços públicos no município de Porto Seguro é bem antiga e vem do ex-prefeito Ubaldino Júnior, que em sua gestão criou a fa-

migerada taxa de iluminação pública (TIP), que aumento em 15% na conta de luz e apenas funcionou como uma transferência direta do dinheiro da população para o bolso de empresas privadas de iluminação. A população, juntamente com fun-

cionários da Embasa, deve impedir da maneira que for necessária a privatização da água do município. É preciso fazer uma enorme campanha contra a privatização da água nos bairros. Não a privatização da água no município de Porto Seguro!

CEARÁ

PM cirista mata 14 para defender dinheiro dos banqueiros N

a madrugada do último dia 7, em mais uma operação criminosa, a Polícia Militar do governo do Ceará, executou 14 pessoas, em uma tentativa de assalto em duas agências bancárias na cidade de Milagres. Dentre os executados, seis delas eram reféns, sendo duas crianças, que se encontravam nas mãos dos assaltantes quando os policiais promoveram um tiroteio com os assaltantes. A chacina no Ceará é mais uma, dentre tantas, que demonstra o caráter do órgão de repressão do Estado assassino, que, para defender o patrimônio dos banqueiros e capitalistas parasitas, executam civis e quem quer que seja. O que chama mais a atenção, em relação ao episódio, são as declaração de caráter reacionário, tanto do governador do Estado, Camilo Santana (filiado ao PT e afilhado de Ciro Gomes), quanto o representante do governo golpista Michel Temer em elogio à operação de execução de civis feita pela polícia fascista do estado. Para o governador cirista, Camilo Santana, “o fato é que estavam (os assaltantes) para assaltar dois bancos e não conseguiram assaltar nenhum” (G1 08/12/18). Quer dizer, para ele, a operação foi um sucesso, pois o dinheiro dos banqueiros foi salvo e a vida de pessoas pobre, não vale nada.

TERÇA- FEIRA ÀS 19H

Já para o ministro golpista da Segurança Pública, Raul Jungmann, “tragédias como essas acontecem” (idem), ou seja, para proteger um punhado de dinheiro dos banqueiro e para conter a onda ataques aos bancos, que roubam 50% do orçamento público todos os anos, ações como essas da polícia assassina que os banqueiros tanto apoiam, não significa nada que vidas sejam sacrificadas. A chacina em Milagres, revela, mais um vez, o caráter reacionário do governo, tanto Federal do golpista Temer, quanto do governo estadual do cirista, Santana, de dar carta branca para a polícia assassina para cometer atrocidades contra a população para favorecer meia dúzia de banqueiros e capitalistas, que vivem às custas da exploração dos trabalhadores e de toda a população em geral.

QUINTA-FEIRA ÀS 16H


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