TERÇA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5488
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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ATOS EM TODO O PAÍS COMPROVAM: A MOBILIZAÇÃO POPULAR É O CAMINHO PARA LIBERTAR LULA Em vários Estados do País, realizaram-se, nesta segundafeira (dia 10), atos pela Liberdade de Lula, como parte das atividades da Jornada Nacional Lula Livre, convocadas pelo Comitê Nacional Lula Livre e pela Frente Brasil Popular. EDITORIAL
A LUTA PELA LIBERDADE DE LULA É A LUTA CONTRA O GOLPE E BOLSONARO
Fora Bolsonaro: Lula não quer “boa sorte” para governo golpista Na tarde de ontem, ocorreu a cerimônia de diplomação de Jair Bolsonaro, o futuro presidente do Brasil. Fascista, impopular e capacho dos Estados Unidos, Bolsonaro só conseguiu vencer as eleições desse ano porque a direita operou uma fraude contra toda a população.
Por Juliano Lopes
11 de dezembro de 1981: militares treinados pelos EUA matam 1,2 mil pessoas no Massacre de El Mozote, em El Salvador PAU NO COCO
Quem são os bolsonaristas: Ricardo Salles, ministro ruralista do Meio Ambiente Golpe militar em Roraima: Exército expulsa governadora e coloca interventor do PSL em seu lugar
Perseguição às torcidas organizadas, perseguição ao povo
Ao contrário da política de total capitulação ao regime golpista, política esta defendida pela ala direita do PT, a qual busca um acordo com aqueles setores que organizaram o golpe de estado contra Dilma, a prisão de Lula, que impulsionaram a extrema-direita; o expresidente Lula chama a população, os trabalhadores a se mobilizarem nas ruas contra o golpe de estado, contra Bolsonaro.
OPINIÃO| 3 EDITORIAL
A luta pela liberdade de Lula é a luta contra o golpe e Bolsonaro N
a tarde de ontem, ocorreu a cerimônia de diplomação de Jair Bolsonaro, o futuro presidente do Brasil. Fascista, impopular e capacho dos Estados Unidos, Bolsonaro só conseguiu vencer as eleições desse ano porque a direita operou uma fraude contra toda a população. O eixo principal da fraude eleitoral foi a cassação ilegal da candidatura do ex-presidente Lula. Maior líder popular do país, Lula seria eleito em primeiro turno se as eleições fossem minimamente democráticas. A fraude realizada para “eleger” Bolsonaro é uma consequência direta do golpe de Estado de 2016. Naquele ano, o imperialismo conseguiu derrubar a presidenta eleita Dilma Rousseff e colocar um governo alinhado com os interesses dos banqueiros, latifundiários, empresários e industriais. Em um contexto de aguda crise do capitalismo em todo o mundo, a direita vem dando golpes para conseguir estabelecer governos que submetam a maioria da população a um regime de superexploração pelo imperialismo. Embora a burguesia tenha conseguido colocar Michel Temer na Presidência da República e aprovado medidas nefastas como a Reforma Trabalhista, pacotes de privatizações e a PEC dos Gastos, o governo golpista se desgastou rapidamente. As diver-
sas manifestações contra o golpe e as crises internas do bloco golpista deixou o governo Temer em frangalhos. Por isso, era necessário “renovar” o governo – colocar no lugar de Temer alguém que tivesse um maior aspecto de “legitimidade” e tivesse maior força para aprofundar os ataques contra os trabalhadores. Bolsonaro é, portanto, a continuação do governo golpista. Ele foi escolhido pela direita para levar adiante tudo o que não era possível fazer no desgastado governo Temer. Mesmo antes de ter sido eleito, Bolsonaro já expulsou os médicos cubanos do país, causando um caos na Saúde Pública. Em contrapartida a todos os ataques do imperialismo, há uma forte tendência de reação popular contra o golpe. O risco do fim da aposentadoria, a perda de direitos trabalhistas, o aumento de preços, as demissões etc. são vistas com muita insatisfação pela população e revela um potencial de luta contra as investidas da direita. A tendência à luta contra o golpe é representada, principalmente, na mobilização dos trabalhadores e dos setores democráticos em torno da figura do ex-presidente Lula. Liderança histórica do movimento operário e eleito duas vezes presidente da República, Lula é amplamente
apoiado pelos setores que mais têm interesse em combater o golpe. É justamente por esse apoio popular que Lula foi impedido de participar das eleições desse ano. Caso eleito, Lula apresentaria uma resistência a seguir às ordens do imperialismo, uma vez que sofreria uma enorme pressão dos setores responsáveis por sua eleição – isto é, as massas esmagadas pelo golpe de Estado. Caso Lula participasse das eleições, mas não fosse eleito por meio de alguma manobra, o país entraria em uma profunda crise política, já que isso significaria uma fraude explícita contra a maioria da população. Embora Lula tenha um apoio eleitoral gigantesco, sua participação na situação política não se resume apenas à disputa de eleições. Por ser um líder de massas, Lula é uma figura que mobiliza os trabalhadores, que coloca as pessoas nas ruas – é, portanto, uma ameaça permanente à estabilidade do regime político. E por isso que Lula está também preso: para a direita, é necessário impedir ao máximo que Lula influencie na situação política. A recente carta do ex-presidente Lula à reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores é uma demonstração clara da influência de Lula. Há pouco mais de uma semana, o Diretório Nacional do PT se reuniu para fazer um balanço das últimas
COLUNA
Perseguição às torcidas organizadas, perseguição ao povo Por Juliano Lopes
N
o último período, se estabeleceu uma perseguição generalizada às torcidas organizadas dos clubes de futebol. Sob os mais variados pretextos, aqueles que fazem mais bonita a festa do futebol estão sendo aos poucos banidos dos estádios. É preciso entender, em primeiro lugar, que o futebol é um espetáculo criado e desenvolvido pelo povo, especialmente o futebol brasileiro, que tem seus maiores craques negros, como o rei Pelé. A festa do futebol, nesse sentido, deveria ser gratuita, ou com preços módicos para que a população possa
ir assistir e prestigiar seu time do coração. Mas a burguesia sabe o grau de periculosidade que é a reunião de dezenas de milhares de pessoas em um estádio de futebol. Dependendo da situação política do País, isso ganha contornos explosivos, de revolta e manifestação, daí o controle que se pretende exercer sobre a torcida. Alega-se contra as organizadas o problema da violência, o que não é fato. A violência nos estádios é apresentada, em primeiro lugar, pela polícia, que não raras as vezes espanca torcedor gratuitamente, dentro e fora dos estádios.
Com o tempo foi-se proibindo quase todos os apetrechos de uma boa festa, como sinalizadores,faixas, bandeirões, as charangas, que faziam o povo pular durante os 90 minutos de jogo, até torcidas inteiras serem punidas com o impedimento de ir ao estádio caracterizadas, como foi o último caso da Raça Rubro Negra, organizada do Flamengo. Políticos da direita, por exemplo, são encabeçadores da ideia do fim das torcidas organizadas, como é o caso de Major Olímpio e do próprio Jair Bolsonaro. A ideia é transformar os estádios brasileiros em “arenas”, ao estilo europeu, com torcedores brancos, de classe média. O processo de perseguição às organizadas vai passar, como era de se esperar, pelo cadastramento das torcidas junto ao poder judiciário, ao ministério público. Em último caso, quem vai comandar esse processo é ninguém mais ninguém menos que Sérgio Moro, futuro ministro da justiça. É preciso ter claro que a perseguição às torcidas organizadas é parte da perseguição de todo o povo brasileiro. Nesse sentido, é preciso lutar para que todas as organizadas possam voltar aos estádios, com todo o material possível para uma boa festa; lutar por ingressos populares ou gratuitos, para devolver o futebol ao povo.
eleições. Interessadas em transformar o PT em um partido adequado ao regime golpista, isto é, um partido completamente submisso aos interesses do imperialismo, a imprensa burguesa e a ala direita do PT planejavam aprovar resoluções que levassem ao abandono da campanha “Lula livre” e a deposição de Gleisi Hoffman da presidência do partido. No entanto, ciente da ameaça que a ala direita representava, Lula enviou uma carta em que reafirmava a necessidade de lutar contra o governo Bolsonaro e defender a esquerda do golpe de Estado. Como resultado, a reunião do Diretório Nacional do PT descartou as resoluções que visavam alavancar a ala direita do PT e decidiu retomar a campanha pela liberdade de Lula. O ato de ontem, ocorrido no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e em vários outros lugares do país, é resultado direto dessa retomada da campanha pela liberdade de Lula. A liberdade de Lula é uma questão fundamental para o desenvolvimento da luta contra o golpe e, por consequência, o governo Bolsonaro. A liberdade de Lula, conquistada na marra pela mobilização dos trabalhadores, seria uma derrota dos golpistas e daria muito mais condições para que a população consiga reverter o golpe.
3| OPINIÃO E POLÊMICA
ATOS EM TODO O PAÍS COMPROVAM
A mobilização popular é o caminho para libertar Lula E
m vários Estados do País, realizaram-se, nesta segunda-feira (dia 10), atos pela Liberdade de Lula, como parte das atividades da Jornada Nacional Lula Livre, convocadas pelo Comitê Nacional Lula Livre e pela Frente Brasil Popular. O principal deles, se deu em São Bernardo do Campo, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMBAC) , berço politico de Lula e de onde ele saiu no dia 7 de abril passado, há mais de oito meses – contra a nossa vontade e de milhares de ativistas que não queriam que ele se entregasse – para ser encarcerado e mantido como preso politico, depois de uma condenação sem provas. De lá pra cá, um mar de arbitrariedades impediu sua soltura, bem como sua participação como candidato no processo eleitoral em que era o único candidato popular – por ser o candidato que expressa a rejeição de amplas massas ao golpe de Estado – e que liderava, com folga, todas as pesquisas de intenção de votos. Em todo o País, os atos foram ainda pequenos, expressando a vacilação política das direções de esquerda burguesa e pequeno burguesa que – em sua maioria – mergulharam com tudo na ilusão das eleições fraudulentas realizadas sem a participação de Lula, que ainda reconhecem legitimidade ao atual governo nascido da fraude e – em alguns casos, como da direita do
PT, PCdoB e Ciro Gomes – até mesmo desejam “sucesso” ao governo ilegítimo e profundamente inimigo do povo trabalhador e capacho do imperialismo. Essas direções pressionam no sentido oposto ao da mobilização. Chegam ao absurdo de propor que se deva esperar por novas eleições e – chegam mesmo – a abandonar qualquer perspectiva de luta contra os golpistas e pela liberdade de Lula; quando não se bandeiam diretamente para o caminho da conciliação com o governo Bolsonaro. Mas em todo o País, nos atos e fora deles, são muitos os sinais que apontam no sentido do desenvolvimento de uma tendência oposta à da capitulação diante do regime golpista. Isso se expressou nas significativas mobilizações organizadas mesmo onde a direção da esquerda virou as costas. Também na combatividade das centenas de militantes presentes no ato do SMABC que em sua maioria, junto com o sem presente canto de “Lula Livre”, entoaram pela primeira vez o grito de “Fora Bolsonaro”, puxado pelos militantes do PCO. No ato se expressou a concordância com o que assinalou Lula, em sua recente Carta ao Diretório Nacional do PT, que é preciso “voltar às ruas”. Essa tendência se expressa também na disposição de milhares de ativistas – mais uma vez liderados por comitês
de mulheres da esquerda – de rumar para Curitiba nesse final de ano, não só para se solidarizar com Lula, mas para iniciar 2019 – quando assume o governo ilegítimo e golpista de Bolsonaro – no caminho da mobilização, da luta e não da conciliação com os inimigos do povo trabalhador. Não há outro caminho. Já ficou comprovado à exaustão pela experiência recente da luta contra o golpe em nosso País. Também o evidencia a experiência internacional, como nas espetaculares mobilizações do povo francês nos últimos dias, contra a orientação da direita, que chamou a conciliar com o governo Macron, e da esquerda, que quer conter a luta e esperar por novas eleições. Não se trata apenas de sermos solidários com o ex-presidente Lula. A luta
pela sua liberdade concentra e unifica a luta necessária contra o regime golpista, que não pode ser enfrentado em cada um dos seus muitos ataques contra o povo, mas precisa ser enfrentado em uma luta de conjunto, unitária dos explorados e de suas organizações de luta, sob a liderança da classe operária. Essa, juntamente com a juventude, precisa ser mobilizada a partir de uma intensa atividade de propaganda e agitação nas fábricas e demais locais de trabalho, nos bairros, nas escolas e universidades. Ser organizar em milhares de comitês de luta para ganhar as ruas contra o golpe e por suas demais reivindicações. Para as ruas! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!. Liberdade para Lula e todos os presos políticos!
FORA BOLSONARO
Lula não quer “boa sorte” para governo golpista A
o contrário da política de total capitulação ao regime golpista, política esta defendida pela ala direita do PT, a qual busca um acordo com aqueles setores que organizaram o golpe de estado contra Dilma, a prisão de Lula, que impulsionaram a extrema-direita; o ex-presidente Lula chama a população, os trabalhadores a se mobilizarem nas ruas contra o golpe de estado, contra Bolsonaro. Diante da profunda crise interna existente dentro do Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Lula, preso político dos golpistas, foi obrigado a intervir defendendo uma política que vai na oposição à política de adaptação defendida pela ala direita, hoje representada por José Eduardo Cardozo, Tarso Genro, Washington Quaquá, Jacques Wagner e o próprio Fernando Haddad.
Em oposição à política de total submissão ao golpe levada adiante por Haddad e ala direita, quando afirmaram que é preciso desejar “boa sorte” ao golpista da extrema-direita, Bolsonaro; Lula declara na carta que o “país não vive uma situação normal”. O ex-presidente afirma ainda, com total razão, que o povo foi impedido de votar em seu candidato de preferência. Uma clara denúncia da fraude eleitoral, somente por meio desta foi possível a “eleição” de Bolsonaro. Ao contrário de Haddad, que durante a campanha passou pano para o juíz golpista, Sérgio Moro, ao declarar que ele “cumpriu um importante papel para o país”, “errando” apenas no caso de Lula. O ex-presidente denuncia abertamente a farsa judicial, o papel central do judiciário golpista no
golpe, e na sua prisão, denuncia Moro, utilizando o fato de o juíz assumir um cargo no Ministério da Justiça de Bolsonaro como um índicio de seu caráter abertamente golpista. Lula denuncia o papel da imprensa no golpe, principalmente da rede Globo e a sua política de ataques caluniosos contra PT. Sem qualquer ilusão na “bondade” de um governo de extrema-direita, Lula afirma com todas as letras que a eleição fraudulenta de Bolsonaro abrirá caminho, “por meio dos métodos arbitrários e ilegais da Lava Jato”, a um ataque direto às organizações operárias, sindicatos e partidos, intensificando a perseguição política que já vem tomando conta do país após o golpe. Ao contrário da ala direita do PT e da esquerda pequeno-burguesa que, de
uma forma ou de outra, colaboraram com o golpe, e agora querem esperar as próximas eleições, Lula chama a militancia a “voltar às ruas, às fábricas, aos bairros e favelas”. Ou seja, a necessidade de se combater o governo ilegitimo de Bolsonaro desde já, deunciando o golpe, a fraude eleitoral. Durante a reunião do diretório nacional do PT, no final de semana passado, a posição de Lula saiu vencedora sobre a ala direita. Por meio da atual presidenta, Gleise Hoffmann, a ala lulista conseguiu se impor sobre a ala direita, o que pode ser verificado nas resoluções que denunciam o golpe, a fraude eleitoral e chamam a população a se mobilizar. Ao contrário da total capitulação da ala direita do PT e da esquerda pequeno-burguesa, é necessário seguir a orientação de Lula e mobilizar desde já pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
ATIVIDADES DO PCO E COMITÊS | 3
MINAS GERAIS
Pela liberdade de Lula, mineiros vão à praça sete no centro da cidade O
PCO MG e o Coletivo de Luta Contra o Golpe participaram do ato pela liberdade de Lula junto com outros movimentos (juventude do PT e coletivo Alvorada) que ocorreu na Praça Sete no centro da capital mineira. As palavras de ordem foram, “Fora Bolsonaro!”, “Lula Livre!” e “Liberdade para Lula!”. Os Jornais a “Luta contra o Golpe”, junto com posters e adesivos foram bem recebidos pela população. Veja as fotos.
BAHIA
Ativistas vão às ruas pedir Liberdade para Lula; veja fotos N
esta segunda, ativistas do PT, do PCO e de outros partidos tomam as ruas em frente ao Elevador Lacerda na na capital baiana de Salvador para protestar em defesa o ex-presidente Lula e exigir sua liberdade, veja as fotos
JÁ NAS RUAS O JORNAL DE LUTA CONTRA O GOLPE, EDIÇÃO Nº9
LUTECONTRAOGOLPE.COM.BR JUNTE-SE AOS COMITÊS E PARTICIPE DESSA LUTA
4| POLÍTICA
QUEM SÃO OS BOLSONARISTAS
Ricardo Salles, ministro ruralista do Meio Ambiente A
extrema-direita, que hoje, chega ao governo do país por meio de uma completa fraude eleitoral consiste em um setor diretamente impulsionado pela chamada “direita tradicional”. Durante as manifestações à favor do impeachment, por exemplo, a direita tradicional estimulou os seus setores mais reacionários nas campanhas de rua defendendo a derrubada do governo Dilma. A defesa da intervenção militar, por exemplo, da tortura, eram algumas das bandeiras defendidas por esses setores. Agora, na composição do governo
ilegítimo de Bolsonaro, vemos a ligação direta que há entre a direita e a extrema direita. O futuro ministro do meio ambiente do próximo governo golpista, Ricardo de Aquino Salles, foi secretário particular do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB. Ricardo de Aquino foi um dos criadores do movimento Endireita Brasil, além de ter concorrido às eleições deste ano pelo Partido Novo. Ou seja, tais fatos demonstram que é uma ilsuão e uma total capitulação aos golpistas a política de setores da esquerda, coma a ala direita do PT e
a esquerda pequeno burguesa, de se adaptarem ao golpe de estado, de desejarem “boa sorte a Bolsonaro” e de buscarem uma aliança com as alas ditas “democráticas” dos golpistas. No final das contas, a extrema-direita é consequencia do aprofundamento do golpe de estado levado a diante pela direita tradicional. A única alternativa é mobilizar a população contra o golpe, por meio da organização dos comitês de luta contra o golpe. Levantar desde já o “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” além da “Liberdade para Lula!”
CONTINUA O CERCO DO ESTADO POLICIAL
PF invade casas de Aécio Neves e Paulinho da Força A
gentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) realizam hoje (11) nova atividade de repressão, com mandados de busca e apreensão nas casas do golpista tucano Aécio Neves (PSDB), de sua irmã, Andréa Neves, e do golpista e pelego Paulinho da Força (Solidariedade). Além deles, a ação investiga os senadores Agripino Maia (DEM) e Antonio Anastasia (PSDB) e os deputados federais Benito da Gama e Cristiane Brasil (ambos do PTB). Os agentes procuram documentos que supostamente comprovem as delações dos empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, do grupo J&F, que relataram repasse de propina a Aécio de quase R$ 110 milhões. Apesar de todos esses políticos serem notórios por seus envolvimentos com corrupção, uma vez que a direita
está ligada intrinsecamente aos aparelhos do Estado burguês e sistematicamente opera a mando da burguesia, não é por isso que estão sendo vítimas de operações da PF e do MPF. Está aumentando o poder de tais órgãos de repressão. Nas últimas semanas, estão havendo diversas operações, sempre no início da manhã, contra políticos, que, embora a maioria seja golpista, têm mais legitimidade do que esses órgãos, uma vez que ao menos foram escolhidos por uma parcela da população, enquanto PF, MPF e todo o Judiciário jamais se submeteram à vontade popular. Trata-se do incremento do um Estado Policial, que se aprofunda em consequência do golpe de Estado, e sinaliza o aumento da repressão não só contra dirigentes políticos de direita, mas, especialmente contra toda a esquerda.
GROSSOMODO, POR MUNA
DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 9H30
FRASE DO DIA Moro sabia que, se agisse de acordo com a lei, teria que me absolver e eu seria eleito presidente. Então ele fez política e não justiça e agora se beneficia disso
POLÍTICA | 5
GOLPE MILITAR EM RORAIMA
Exército expulsa governadora e coloca interventor do PSL em seu lugar N
essa segunda (10) o golpista Michel Temer publicou, a mando do general Sérgio Etchegoyen, um decreto de intervenção federal no Estado de Roraima. Assume o poder como interventor o governador eleito Antônio Denarium (PSL). Trata-se de um grave endurecimento do regime golpista contra a população de meio milhão de pessoas que habitam no estado que faz fronteira com a Venezuela. A governadora atualmente no poder, Suely Campos (PP) declarou que vinha sofrendo “pressões” que atingiam suas raízes familiares, o que tornava impossível a continuidade de seu governo. Seu filho, Guilherme Campos, havia sido preso no último dia 30, acusado de chefiar um esquema de desvio de verbas no sistema prisional. Assim como em outras unidades da Federação, os servidores do Estado de Roraima vinham sofrendo como atraso no pagamento de salários desde setembro, o que levou a uma greve dos agentes penitenciários e da própria Polícia Militar, que se mobilizou como de hábito por meio das esposas dos agentes. Trata-se evidentemente de um esquema articulado de intervenção. A iniciativa federal “acordada” com a governadora por meio da ação do Ministério Público contra seu filho teve iniciativa no Ministério Público Federal, pedida pela procuradora Raquel Dodge, e acompanhada de relatório da Agência Brasileira de Informação, a serviço do general Etchegoyen. Trata-
-se de uma negociação, evidentemente, em que a família Campos entregou os anéis para não perder os dedos. A localização do Estado é estratégica para o imperialismo, por ser fronteiro à Venezuela. Como se sabe, há uma crescente tensão na região, e tanto do governo golpista de Michel Temer já promoveu manobras militares em conjunto com outras forças na Amazônia quanto o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já anunciara em sua campanha o apoio a uma possível deflagração de guerra contra o país vizinho, em apoio à política das petroleiras
internacionais, que vêm achacando o governo nacionalista de Nicolás Maduro com um pesado boicote comercial. A crise provocada pelo boicote levou à emigração para o Brasil justamente por Roraima. O fechamento da fronteira e o início de uma política de hostilidade para com a Venezuela é parte da plataforma do interventor Antônio Denarium – também conhecido como Tony Cash, já que adotou por alcunha o nome de seu banco Denarium, palavra latina que significa “centavos” e que está na base etimológica da própria palavra
portuguesa “dinheiro”. A intervenção na verdade é um indicativo da forte fraude no processo eleitoral que levou à vitória de Tony Cash: não apenas os golpistas precisavam tomar o poder a qualquer custo, mas precisaram fazê-lo com urgência – o que levou à intervenção federal. Essa seria a quarta intervenção ampla promovida pelos golpistas em unidades da federação desde a deposição de Dilma Rousseff do poder por meio de impeachment ilegal. o Espírito Santo e o Rio Grande do Norte tiveram intervenções militares pontuais, e o Estado do Rio de Janeiro está sob jugo das Forças Armadas desde o Carnaval deste ano. Nenhuma das ações anteriores porém havia chegado ao ponto de depor o governador no poder como feito agora em Roraima, o que mostra o nível de aprofundamento do golpe e o grau de comprometimento das instituições com o imperialismo – sobretudo o Poder Judiciário e as forças de repressão. Tony Cash tem mais poderes agora, como interventor, que terá em 2019 como governador – pois não se submete à legislação estadual. O golpe em Roraima por isso, promete ser um brutal ataque à população, com ataques aos servidores públicos em greve, o massacre da população carcerária, o fechamento das fronteiras, a mão-de-ferro sobre os venezuelanos. As intervenções federais nos Estados mostra que não há possibilidade de vitória sobre os golpistas no campo institucional. Somente com uma ampla mobilização popular do povo de Roraima contra esse golpe, será possível impedir a intensificação dos ataques da burguesia à classe trabalhadora.
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8| INTERNACIONAL
11 DE DEZEMBRO DE 1981
Militares treinados pelos EUA matam 1,2 mil pessoas no Massacre de El Mozote, em El Salvador H
á 37 anos atrás, no dia 11 de dezembro de 1981, os agentes policiais do Estados Unidos da América, através do exército salvadorenho praticaram um dos massacres mais horríveis da história da América Latina à uma população civil desarmada. O batalhão de Atlacati, do exército salvadorenho, treinado e financiado pela CIA (Agência Central de Inteligência do governo Americano) para torturar e matar os seus inimigos políticos, através da Escola das Américas no Panamá, entraram na cidade de El Mozote a cerca de 300 kilometros de São Savador, capital de El Salvador para matar “subversivos” ao regime político da ditadura de salvadorenha. Utilizando-se dos métodos de tortura aprendidos com os amercianos, os assassinos do batalhão Atlacati reuniram quase toda população da cidade
de EL Mozote na praça da cidade para torturar e matar indiscriminadamente cerca de 1200 pessoas. Foram torturados e mortos todos aqueles que o batalhão Atlacati achasse que fosse rebeldes ao regime político vigente, incluindo crianças de colo e idosos. A guerra civil de EL Salvador, financiada pelo governo dos Estados Unidos, durou dois anos, de 1980 a 1982 e deixou o episódio do massacre de El Mozote, como um dos mais bárbaros massacres cometidos pelas ditaduras militares que os Estados Unidos já financiaram na América Latina. Como no Brasil, as Forças Armadas salvadorenha até hoje não reconhecem esse crime cometido contra a população civil de seu país, e como capachos que são dos EUA, continuam organizados à serviço da exploração americana naquele país.
VENEZUELA
Maduro denuncia que EUA preparam um golpe de Estado contra a Venezuela C
aracas, AVN – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou neste domingo que nos Estados Unidos (EUA) está sendo preparado um golpe de Estado contra a Venezuela. Após exercer seu direito ao voto para eleger vereadores dos Conselhos Municipais, Maduro afirmou que nos próximos dias fará uma coletiva de imprensa para explicar com mais detalhes a conspiração que existe na Casa Branca. “Hoje está em marcha, e coordenam na Casa Branca, uma tentativa para perturbar a vida democrática da Venezuela e tentar um golpe de Estado contra o regime constitucional democrático e livre que há em nosso país”, manifestou. “Eu vou dar uma coletiva de imprensa nestes dias para dar detalhes da conspiração que vem da Casa Branca”, destacando que os jornais New York Times e Washington Post têm dados precisos sobre esta conspiração, como a ocorrida em março deste ano e neutralizada pelo governo venezuelano. Maduro disse que apesar das conspirações e acusações sobre uma suposta ditadura no país, o povo venezuelano segue sendo soberano e é o único que, exercendo seu direito ao sufrágio, escolhe seus deputados, vereadores, legisladores, governadores, prefeitos e presidente. Ele destacou que desde o último pronunciamento do lider da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez, em 8 de
dezembro de 2012, foram realizadas nove eleições no país. Entre elas, duas eleições de governadores, duas de presidente, duas para prefeitos, uma para a Assembleia Nacional, uma para a Assembleia Nacional Constituinte e uma para Conselhos MunicipaIs. O mandatário disse que nos últimos 16 meses, após as ações violentas promovidas por setores da direita e que duraram 120 dias, foram realizadas cinco eleições, que garantiram a paz no país, derrotando a “guarimba” promovida por setores violentos da oposição. Maduro também saudou e parabenizou os reitores, trabalhadores e técnicos do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e os membros da Força Armada Nacional Bolivariana pela realização da votação em total tranquilidade.
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SEXTA-FEIRA ÀS 16H COM AFONSO TEIXEIRA
MULHERES E MORADIA E TERRA | 9
ATAQUES
12,5 milhões de jovens mulheres não trabalham nem estudam na América Latina, dobro do número de homens
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o último dia 06 deste mês foi divulgado, em Santiago, um estudo, realizado pela Fundação Chilena Espacio Publico, o “Millennials na América Latina e Caribe: trabalhar ou estudar?”. A pesquisa contou com a participação de 15.000 entrevistados, com idades que variavam entre 15 e 24 anos, nos seguintes países: Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Haiti, México, Paraguai, Peru e Uruguai. Esse foi financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Centro Internacional de Pesquisa para o Desenvolvimento do Canadá. O relatório divulgado apresenta que o número de mulheres, que não estudam e nem trabalham, são 12,5 milhões, o que representa 27% da população total. Já entre os homens, há queda nos números: 7,5 milhões, 14%. Só no Brasil, 28% das meninas se encontram nessa situação, enquanto, entre os meninos, essa taxa cai para 18%. O mesmo ocorre em outros países da América Latina, como o México (dos 34% do total de jovens nessa situação, apenas 15% são do sexo masculino) e El Salvador, na qual as mulheres representam 30%, contra 18% dos homens. Várias causas podem estar relacionadas a disparidade entre os gêneros. Segundo aponta a pesquisadora Andrea Repetto, também coeditora do estudo, “A gravidez adolescente nas mulheres é fundamental para explicar o fenômeno. A América Latina tem números altos, ainda que tenha reduzido com o tempo”. É importante ressaltar que, dos três países citados acima, apenas o México concede as mulheres o direito ao aborto, que, todavia, não é criminalizado apenas na capital -Cidade do México-. No Brasil a prática é proibida, sendo legal apenas em casos de estupro, risco de vida a mãe ou má formação fetal. Em El Salvador, os ataques as mulheres são ainda mais brutais. Lá elas podem ser presas inclusive se realizarem o procedimento após ato de estupro. A proibição ou dificultação da realização do aborto é mais um importante fator para condição de escravização social das mulheres. No capitalismo, as mulheres são consideradas infe-
riores, cujo objetivo deve ser cuidar da casa e dos filhos, que serão futura mão de obra para o sistema. No Brasil, por exemplo, a eleição, que só ocorreu através da fraude, de Jair Bolsonaro representa um ataque direto aos direitos de todas as brasileiras. Damares Alves, que será a nova ministra de Direitos Humanos, Família e Mulheres, do governo golpista, é pastora e demonstra, ainda antes de assumir o cargo, todo o retrocesso que tentará implementar no país. Segundo ela, “a mulher nasceu para ser mãe” e o papel delas é cuidar da família. Firma ainda que “as ativistas fazem uma guerra contra os homens”, sendo fundamental coibir o movimento de luta das mesmas. Dentre os jovens que se tornam pais cedo, segundo o estudo, a maioria não consegue trabalhar. Quando conseguem são, em grande parte, homens. No que tange aos estudos, apenas uma pequena parcela consegue. Do total de jovens que não estudam e nem trabalham, 31% desses procuram por uma oportunidade de emprego, sendo a maioria do sexo masculino, enquanto 64% se dedicam aos cuidados da família, sendo majoritariamente mulheres. O sistema capitalista é diretamente responsável pela falta de equidade entre os gêneros. A desigualdade serve para que os capitalistas explorem ainda mais a classe trabalhadora. Com baixas condições de vida, os jovens -e também adultos- são obrigados a aceitar empregos ruins e com baixa remuneração. Os números acima demonstram também a decadência do modo de produção capitalista, que deixa milhões de pessoas de fora da produção. Neste sentido é fundamental que a classe trabalhadora se organize para barrar todos os ataques impostos pela direita que, ilegitimamente, chegou ao poder. Apenas a mobilização popular será capaz de derrotar o golpe e garantir a manutenção e retomada dos direitos que estão sendo brutalmente retirados. É também nas ruas que as mulheres conseguirão conquistas fundamentais, como o direito ao aborto, que jamais lhes deveria ser negado.
INCRA SE TORNOU INSTRUMENTO DOS GOLPISTAS
Órgão diz que não sabe da morte de dois sem-terras em Alhandra (PB)
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o ultimo sábado (8), aconteceu mais um ataque que representa o que é o governo da extrema-direita e propriamente seu avanço. José Bernardino da Silva e Rodrigo Celestino, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra da Paraíba (MST-PB), foram assassinados no acampamento Dom José Maria Pires, que fica no município de Alhandra. Segundo relatos dos companheiros que estavam no acampamento, dois homens encapuzados chegaram até lá e fizeram inúmeros disparos contra os dois trabalhadores, não permitindo nenhuma reação. O acampamento é um local de conflito com o grupo de latifundiários presentes ali. Fato é que isso se caracteriza como um avanço ainda maior da direita fascista e de seus capangas. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ao ser questionado sobre ocorrido, disse, mostrando a inclinação aos golpistas, não conhece a existência da natureza de qualquer conflito naquela área, uma vez que a instituição não tem jurisdição sob a mesma. O que denota que, um órgão como o Incra que deveria ser mediador no que diz respeito a conflitos no campo e tomar parte dos trabalhadores, está se alinhando com a política bolsonarista de ataque aos trabalhadores
rurais e que por isso efetivamente já escolheu seu lado, que é o dos donos do golpe. O ataque contra os trabalhadores rurais e o MST como um todo, sempre fora algo recorrente, mas no momento que está colocado, essa realidade se agrava, a agenda política que está sendo levada adiante coloca o povo do campo direto na mira do ataque dos golpistas, que estão representados pela bancada ruralista recheada de latifundiários, e que são os grandes responsáveis pelas mortes no campo e perseguição dos trabalhadores. É preciso organizar a reação popular contra o ataque dos golpistas.
10 | ESPORTES ESPORTES
Racismo – Atacante do Manchester City recebe insultos racistas de torcedores do Chelsea O
atacante do Manchester City e da seleção inglesa, Raheem Sterling, foi insultado com xingamentos racistas durante a partida disputada pela Premier League – a divisão de elite do futebol inglês – no final de semana, onde o seu time enfrentou a equipe londrina do Chelsea. Sterling é um dos principais atacantes do futebol inglês e mundial, tendo sido um dos destaques da Inglaterra na copa do mundo da Rússia. Depois da partida em que seu time foi derrotado pelo placar de 2 x 0, Sterling usou sua conta numa rede social para criticar a imprensa inglesa, acusando-a de estimular a conduta racista por parte da torcida. “Bom dia. Só quero dizer que normalmente não sou a pessoa que fala muito, mas quando acho que preciso ser escutado, eu falo alto”. “”Sobre o que foi falado no jogo contra o Chelsea, como podem ver pela minha reação, não poderia fazer nada além de rir. Não espero algo melhor” (ESPN, 09/12). Sterling disparou contra os órgãos da imprensa inglesa dizendo que certas publicações e manchetes dos jornais trabalham incentivando o racis-
mo e a conduta agressiva dos torcedores. Citou como exemplo o caso de dois jogadores do próprio clube, um negro e um branco, onde a imprensa tratou de forma diferenciada o jogador negro diante de uma mesma
situação. “Por exemplo, temos dois jovens jogadores no começo de suas carreiras. Jogam pelo mesmo time, ambos fizeram a coisa certa. Compraram uma casa para suas mães, que investiram muito tempo e amor.
Mas olhem como os jornais tratam o jovem negro e o jovem branco.” “”Acho que é inaceitável. Ambos são inocentes, nunca fizeram algo errado. O jovem negro é visto da forma errada. Isso ajuda a incentivar o racismo e comportamento agressivo. Para todos os jornais que não entender por que as pessoas são racistas hoje, só posso pedir para que pensem bem em como vão tratar todos os jogadores” (idem, 09/12) O fenômeno do racismo e outras manifestações características da extrema-direita europeia se avolumam cada vez mais no velho continente, onde recrudesce de forma preocupante, em quase todos os países, o fascismo, cuja política está dirigida contra as minorias, mas muito particularmente contra os imigrantes negros da África, que se amontoam em embarcações em direção ao continente europeu. Os africanos se aventuram pelo mar fugindo das guerras, da fome, da miséria, do sofrimento e da mais completa ausência de perspectiva em seus países, que foram colonizados, pilhados, roubados e espoliados pelos usurpadores europeus.
CHARGE
“Colonizadores da América”, por Vitor Teixeira
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“Estou feliz por estar sendo investigado por corrupção.” Onyx Lorenzoni, ministro de Bolsonaro