SEGUNDA-FEIRA, 17 DE DEZEMBRO DE 2018 • EDIÇÃO Nº 5494
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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RÉVEILLON DE LUTA EM CURITIBA: TODOS AO ATO PELA LIBERDADE DE LULA! Foi decidido pelo movimento popular organizado que, no próximo dia 31, Curitiba será vermelha para passar a virada do ano em um ato de luta pela liberdade do ex-presidente Lula, preso político do regime golpista. O PCO adere em peso a mais essa manifestação contra o golpe e pela soltura do líder petista, com a convicção de que somente a luta nas ruas, nas fábricas e demais locais de trabalho, nas escolas e universidades, nos bairros da classe trabalhadora, poderá concretizar o movimento operário em sua jornada para derrotar a direita. Carta Capital faz frente única Família e Direitos Humanos: com a extrema-direita para Bolsonaro criou o ministério de perseguição às mulheres prender Cesare Battisti
A revista Carta Capital, que prega um progressismo moderado e tradicionalmente apoia o ex-presidente Lula, publicou sexta-feira (14) em sua página na Internet uma matéria caluniosa contra o ex-ativista italiano e perseguido político Cesare Battisti.
Menos médicos: 3 mil brasileiros não se apresentam para substituir os médicos cubanos
Com o aprofundamento do golpe, consolidado com a retirada da primeira presidenta mulher, e democraticamente eleita, Dilma Rousseff, os ataques a classe trabalhadora são cada vez mais frequentes, em especial as mulheres.
No mundo da política, muitas vezes somos obrigados a dizer o óbvio, incansavelmente. O ataque do futuro governo fraudulento de Bolsonaro, endossado pelo atual presidente golpista Michel Temer, ao programa Mais Médicos se encaixa perfeitamente nessa categoria.
SP: Governo não quer que professores temporários tirem mais que 15 dias de licença médica
Mais uma vez, golpistas cancelam férias nos Correios
OPINIÃO E POLÊMICA | 3
Carta Capital faz frente única com a extrema-direita para prender Cesare Battisti
A
revista Carta Capital, que prega um progressismo moderado e tradicionalmente apoia o ex-presidente Lula, publicou sexta-feira (14) em sua página na Internet uma matéria caluniosa contra o ex-ativista italiano e perseguido político Cesare Battisti. Em um tom difamatório, a matéria é uma mistura de notícia e artigo de opinião, mas não apresenta as qualidades de uma notícia nem é assinada como um artigo de opinião (também não é um editorial). O texto, intitulado “Entenda: Battisti não é um perseguido político” afirma que “o italiano alimentou o mito de ser um militante político de esquerda perseguido por seus ideais, mas o histórico de suas condenações revela apenas um ladrão comum e um assassino covarde”. Covarde, no entanto, é o autor do “artigo”, que ataca uma pessoa perseguida pelo Estado italiano e o Estado brasileiro, pela imprensa, pelo judiciário e pela polícia direitistas, e, ainda por cima, não tem a coragem de assinar o texto. Mas o pior é que, não bastando vociferar contra Battisti, a matéria simplesmente difunde mentiras ao distorcer a história do ex-militante. Cesare Battisti está sendo perseguido há quase 40 anos apenas e tão somente por se opor à direita. Ele é considerado um “criminoso” exclusivamente por ter feito oposição política a um regime altamente opressor e de extrema-direita. O pesquisador Carlos A. Lungarzo, em seu livro “Os Cenários Ocultos do Caso Battisti”, apresenta uma investigação extensa e minuciosa baseada em documentos oficiais da Itália, relatórios de ONGs, jornais e documentos públicos das décadas de 1970 e 1980, além de entrevistas com testemunhas oculares, que desmentem as acusações injuriosas da Carta Capital. A revista assegura que Battisti “passou a se autodenominar ativista de uma agremiação chamada Prolelários Armados para o Comunismo (PAC)” somente depois que obteve asilo na França e que “não existem registros concretos dessa militância”. Entretanto, Lungarzo relata que Battisti, já nos anos 1970, era próximo de coletivos de esquerda que faziam trabalho de base na Itália. Seu primeiro contato com alguém do PAC foi em 1977, no cárcere da cidade de Udine, onde havia sido preso por suposto furto. Em 1978, Battisti participou de sua primeira ação pelo agrupamento. Em entrevista a Lungarzo, o ex-ativista afirmou que entrou no PAC porque o grupo, em seu início, não pregava a luta armada, e ele não era adepto dessa tática. Na mesma entrevista, que consta no livro, Battisti destacou que, após a primeira execução (que será relatada mais abaixo) ele abandonou o PAC. Antes de esclarecer os alegados crimes de Battisti, é preciso contextualizar resumidamente o que era a Itália de sua época. Após a queda do regime fascista de Benito Mussolini, com a derrota na 2ª Guerra Mundial, o “novo” regime que se seguiu continuou controlado pela direita, pela extrema-direita e por elementos fascistas. A Itália, ao contrário do que diz a propaganda imperialista, não era um regime minimamente democrático. Era a continuidade do regime fascista e suas prisões contavam com milhares de presos políticos.
Havia uma intensa perseguição política à esquerda e ao movimento operário, sendo empregado contra eles o terrorismo de Estado. Além disso, como é de praxe da extrema-direita, grupos fascistas (frequentemente em ações conjuntas com as forças do governo) armavam atentados para culpar a esquerda. Diante da intensa repressão, da política de extermínio e aniquilação do movimento popular, milhares de jovens decidiram adotar uma tática desesperada: a luta armada. O PAC aderiu a essa tática no decorrer de sua trajetória como organização para vingar as vítimas do terror estatal e fascista executando os carrascos e assassinos do povo. A Carta Capital relata de maneira extremamente superficial as execuções promovidas pelo PAC, atribuindo-as, no entanto, apenas a Battisti, e afirmando que foram crimes comuns motivados por “vingança e sem nenhuma relação com atividades políticas”. Battisti foi acusado sem provas pela justiça fascista italiana (da qual a Carta Capital comprou a versão de maneira acrítica) de ter cometido quatro assassinatos entre 1978 e 1979, os quais ele nega até hoje. De acordo com Lungarzo, apoiado em suas investigações, a “pretensa culpabilidade de Battisti” foi “forjada pelos delatores e os magistrados”. As sentenças contra ele e outros militantes do PAC proferidas em 1981 e 1983, ao contrário das outras, não tiveram o mínimo de difusão por parte das autoridades e da imprensa italiana, justamente porque mostram que Battisti foi acusado somente de “crimes políticos” e não de homicídio. Isto é, ele era um preso político. Para conseguir extraditar Battisti para a Itália, em 2004 a França teve acesso a documentos do Estado italiano que mostram que, nas sentenças de 1981 e de 1983, a acusação contra ele é de ter cometido delitos políticos. Foi apenas depois de 1983, com a sentença de 1988, que se incluiu o crime de homicídio (apesar de não ter havido indiciamento, denúncia e acusação, que são as etapas anteriores a uma condenação). Isso só ocorreu após a captura de Pietro Mutti (um dos líderes do PAC), que, após ser torturado, delatou Battisti acusando-o de estar envolvido em assassinatos. Como é possível constatar pelos acontecimentos dos últimos anos no Brasil, na operação golpista Lava Jato as delações têm sido usadas para incriminar, sem provas e através de suborno e chantagem sobre os delatores, os “inimigos” políticos da direita golpista, como o ex-presidente Lula. Na Itália, tudo indica que Mutti tenha sido forçado (sob tortura e tendo a vida em risco) a mentir sobre Battisti. A justiça italiana não permite o acesso ao arquivo dos processos do PAC e os documentos e supostas “provas” são mantidos em sigilo. Qual o motivo de mantê-los em “sigilo”? Provavelmente, é porque eles nem mesmo existem. As “vítimas” de Battisti A Carta Capital garante que Battisti organizou quatro assassinatos (embora não haja provas disso) e que eles foram motivados por vingança, não por razões políticas (embora, segundo a justiça italiana, tenham sido justiçamentos políticos promovidos pelo PAC).
As “pobres” vítimas das execuções eram, na verdade, torturadores, assassinos e fiéis colaboradores de organizações fascistas e do próprio Estado italiano, herdeiro da ditadura de Mussolini. A seguir, exibimos informações das “vítimas”, colhidas na investigação de Lungarzo e apresentadas em seu livro: Antonio Santoro, assassinado em 1978, era chefe dos carcereiros da prisão de Udine, onde Battisti fora mantido preso. Foi descrito em vários documentos como organizador de torturas e violador dos direitos dos presos. As autoridades registraram diversas denúncias de presos e seus familiares contra ele. As delações e os comentários dos juízes são divergentes sobre seu assassinato. Lino Sabbadin, morto em 1979, era açougueiro do Vêneto e filiado ao mais tradicional grupo fascista herdeiro de Mussolini, o Movimento Social Italiano (MSI), segundo o próprio jornal de direita Il Giornale. Esse grupo paramilitar executava a sangue-frio pessoas marginalizadas, como mendigos e delinquentes. Segundo Lungarzo, Sabbadin também era membro do grupo parapolicial Maioria Silenciosa, que atacava sindicalistas e estudantes em piquetes. Pierluigi Torregiani, morto também em 1979, era joalheiro em Milão e também integrava a Maioria Silenciosa. Andando em locais perigosos com joias caras, ele procurava o confronto com assaltantes a fim de matá-los, sempre portando armas e vestindo coletes a prova de balas, de acordo com o jornal La Reppublica. Quase todos os jornais importantes da Itália (como La Reppublica, Corriere della Sera, Il Giornale e La Notte) noticiaram um tiroteio em um restaurante de Milão provocado por Torregiani, quando dois assaltantes haviam entrado no local e rendido os clientes. O joalheiro, então, junto com um amigo, matou um dos assaltantes e um comerciante, além de ferirem outros dois homens, conforme coincidem muitos analistas em suas versões do ocorrido. O La Notte e o La Reppublica chamavam Torregiani de “xerife pistoleiro” e “jagunço”. Ele exibia orgulhosamente em sua joalheria a foto do cadáver do ladrão que ele matou no restaurante. Ou seja, era um carniceiro fascista. Andrea Campagna, também executado em 1979, era motorista da Divisão de Investigações Gerais e Operações Policiais (DIGOS), um departamento investigativo da polícia. Como motorista policial, ele levava os detidos do PAC entre a prisão e o tribunal de Milão. Militantes o acusaram de torturar os prisioneiros que ele deslocava. Justiça fascista com apoio da esquerda italiana Ainda para tentar apresentar Battisti como um criminoso, a Carta Capital cita a posição do partido “progressista” italiano, o Partido Democrático (PD), que, diz, nunca reconheceu a atividade política de Battisti e sempre o descreveu como um “matador sanguinário”. Em primeiro lugar, o PD nem de longe tem condições políticas para criticar Cesare Battisti ou a luta armada na Itália, tendo uma extensa ficha de colaboração com a extrema-direita. Como PD, o partido esteve até recentemente no governo, tendo feito uma grande coalizão com Silvio Berlusconi
(ex-primeiro-ministro, abertamente fascista – outra demonstração de que o regime político italiano nunca se desfez de sua herança mussolinista). O PD é herdeiro do Democratas de Esquerda, denominação do antigo Partido Comunista Italiano (PCI) quando este se autodissolveu na década de 1990. O PCI, por sua vez, dominado por uma burocracia controlada pelo stalinismo soviético, sempre adotou uma política de conciliação e colaboração com a direita, começando pela supressão da revolução popular que ocorria no final da 2ª Guerra e passando pelo apoio prático ao regime de extrema-direita que implementou a brutal repressão à classe operária e ao movimento armado dos anos 1970 e 1980. Por sua ação contrarrevolucionária ao impedir a tomada do poder pelo proletariado, o então secretário-geral do PCI, Palmiro Togliatti, foi premiado com o Ministério da Justiça em 1945. Nessa função, ele concedeu anistia para quase todos os juízes da ditadura de Mussolini, que puderam continuar exercendo a magistratura nos principais órgãos do poder judiciário da Itália. Desta forma, o judiciário italiano nada mais é, nos últimos 70 anos, do que um tribunal fascista de perseguição política contra os opositores do regime. Posição da Carta Capital só reforça a perseguição à esquerda Em segundo lugar, o argumento da desaprovação da esquerda italiana serve para o autor justificar sua crítica a Lula pelo fato de ele ter concedido asilo a Battisti. A decisão de Lula “figura entre os grandes erros de avaliação do ex-presidente”, opina o autor anônimo. Como defende a feroz perseguição e criminalização sem provas de Battisti, natural que a Carta Capital reprove Lula por não ter entregue o ex-ativista para que fosse jogado pelo resto da vida nos porões do Estado italiano, com possibilidade de lá ser torturado e assassinado. Contraditoriamente, no entanto, esse posicionamento dá munição justamente para quem a Carta Capital diz combater: a direita golpista que, assim como os italianos com Battisti, persegue Lula com acusações incomprovadas de crimes que ele não cometeu. A peça pseudojornalística poderia ter sido publicada por qualquer meio de propaganda da extrema-direita. Ao acusar Battisti de “assaltante”, “ladrão”, “bandido” e “assassino”, a Carta Capital está dizendo que quem faz oposição política contra a direita deve ser considerado criminoso, e, portanto, encarcerado. Segundo esse raciocínio, não é justa a luta contra a opressão, as atividades dos oprimidos devem ser ferozmente atacadas e os que se levantam contra a repressão devem ser dizimados, como fez o Estado italiano com a esquerda radical daquele país ou como está fazendo o regime golpista brasileiro com o PT e Lula. Artigos como esse somente servem de apoio para a direita aumentar a repressão contra qualquer um que lute contra um regime repressivo e autoritário, seja na Itália ou no Brasil. Apenas ajuda a direita brasileira em seus ataques para esmagar os que lutam contra o golpe e contra Jair Bolsonaro. Só reforça a política da extrema-direita de perseguir, prender e condenar militantes e ilegalizar as organizações de esquerda.
4| ATIVIDADES DO PCO E COMI-
LIBERDADE PARA LULA
5 motivos para participar Réveillon pela liberdade do Lula em Curitiba
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onsiderando o grave momento por que passa o país, com ataques aos trabalhadores sendo desferidos desde 2016[1], de forma sistemática e organizada, assim como à esquerda, com a perseguição e prisão de líderes políticos e de movimentos sociais, com seu ápice na condenação e prisão política de Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido da Causa Operária (PCO) decidiu juntar-se aos Comitês de luta contra o golpe e alguns setores do PT para realizar um Réveillon em Curitiba, onde está encarcerado o ex-presidente Lula. Lula é preso político e está há mais de 8 meses encarcerado nas dependências da Polícia Federal em Curitiba. Para o PCO, a luta pela libertação de Lula tem prioridade máxima. O aprisionamento político da maior liderança popular no país, fundador do atualmente maior partido de esquerda da América Latina é o maior teste da direita antes de seguir com a perseguição total às esquerdas, aos sindicatos, aos movimentos sociais em geral. A prisão de Lula é ilegal e política, tem o claro
objetivo de enfraquecer o movimento operário e de abrir definitivamente a temporada de caça às esquerdas e aos movimentos sociais. O PCO defende que não há momento para trégua na luta contra o golpe e, portanto, na luta pela liberdade de Lula. A luta segue até a derrota de todos os golpistas. Por isso, no dia da posse da fraude Bolsonaro, golpista que vai intensificar os ataques aos trabalhadores levada a cabo pelo desgoverno Golpista/PSDB, Curitiba deve estar lotada em apoio a Lula, numa demonstração de que o fascista e seu governo golpista não terão apoio real, ao mesmo tempo deixaremos claro que jamais venceriam uma eleição se Lula estivesse concorrendo. Convocamos todos para que se organizem e participem do Réveillon pela liberdade de Lula. Há muitos motivos para participar dessa festa/ato, dos quais citamos e reforçamos 5: 1. Participar do réveillon em Curitiba é Lutar pela Liberdade de Lula; 2. Por isso mesmo, os comitês de
luta contra o golpe estarão presentes, reforçando a disposição de resistir e lutar contra os golpistas, marcando esse momento como mobilização popular; 3. Não é possível vencer a luta sem mobilização, dessa forma estar em Curitiba na passagem do ano é o melhor meio de retomar as mobilizações contra os golpistas; 4. Será igualmente uma oportunida-
de de confraternização entre os que têm se mantido na resistência. Nesse dia, Curitiba vai receber militantes de todo os estados brasileiros, reforçando a certeza de que não somos poucos e não estamos sozinhos na luta; 5. Não há melhor forma de iniciar um ano do que lutando. Todos à Curitiba. #ForaBolsonaro #LiberdadeParaLula
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POLÍTICA | 5
RÉVEILLON DE LUTA EM CURITIBA
Todos ao ato pela liberdade de Lula! F
oi decidido pelo movimento popular organizado que, no próximo dia 31, Curitiba será vermelha para passar a virada do ano em um ato de luta pela liberdade do ex-presidente Lula, preso político do regime golpista. O PCO adere em peso a mais essa manifestação contra o golpe e pela soltura do líder petista, com a convicção de que somente a luta nas ruas, nas fábricas e demais locais de trabalho, nas escolas e universidades, nos bairros da classe trabalhadora, poderá concretizar o movimento operário em sua jornada para derrotar a direita. Nesse sentido, em um período tradicionalmente usado para festividades, férias e no qual as burocracias sindi-
cais e políticas buscam arrefecer o movimento popular e suas reivindicações, é extremamente importante manter a disposição de luta. A luta contra o golpe e pela liberdade de Lula não pode ter trégua. Porque os ataques à classe trabalhadora e ao povo explorado não têm trégua, o governo golpista de Michel Temer e o próximo governo golpista de Jair Bolsonaro não descansam ao chicotear as costas do povo. Portanto, para começar 2019 mostrando a força do movimento operário, convocamos a todos a ir a Curitiba passar um Réveillon de luta, em frente à masmorra da Polícia Federal onde se encontra preso o ex-presidente Lula!
MENOS MÉDICOS
3 mil brasileiros não se apresentam para substituir os médicos cubanos N
o mundo da política, muitas vezes somos obrigados a dizer o óbvio, incansavelmente. O ataque do futuro governo fraudulento de Bolsonaro, endossado pelo atual presidente golpista Michel Temer, ao programa Mais Médicos se encaixa perfeitamente nessa categoria. Desde o primeiro momento, este Diário denunciou a ofensiva dos golpistas contra os médicos cubanos e este programa como parte de um plano maior, que tem como objetivo destruir completamente a educação e a saúde públicas. A imprensa direitista brasileira faz toda uma campanha de que o Brasil não precisa dos médicos cubanos. De acordo com esta imprensa os médicos formados no país supostamente dariam conta das demandas nacionais. O que é uma mentira desavergonhada. Os médicos coxinhas sempre se recusaram a ir trabalhar nos confins do Brasil, o que explica a deficiência
histórica de tratamentos médicos básicos em várias regiões do país. Com a expulsão dos médicos cubanos do programa Mais Médicos nem mesmo o PIG (Partido da Imprensa Golpista) consegue mais tapar o sol com a peneira. Segundo dados divulgados pelo próprio governo golpista, que vem manipulando as informações em conluio com o PIG, nesta sexta-feira (dia 14 de dezembro) esgota-se o prazo para que os novos médicos se apresentarem no trabalho. No entanto, 3 mil médicos brasileiros não apareceram nos municípios destinados! Levando-se em consideração que, dos médicos brasileiros que ingressam no programa mais de 50 % não chega nem à metade do prazo de 3 anos e que o próprio governo golpista de Temer já retirou 1600 médicos no mais novo edital do Mais Médicos, é seguro afirmar que estes ataques significam não só a eliminação do
programa como a preparação do terreno para um plano de maior envergadura contra toda a saúde pública no país. Mas engana-se quem pensa que apenas nos confins do país é que há um estado de deficiência absoluta em termos de atendimentos médicos. Segundo o jornal Estado de São Paulo, até mesmo na maior cidade do país, os novos médicos contratados pelo programa se recusam a ir trabalhar em bairros afas-
tados do centro, como Cidade Tiradentes e Itaim Paulista. Se isso acontece até mesmo na cidade de São Paulo, quem poderia acreditar que nos interiores do Brasil seria diferente? Devemos denunciar amplamente os duros ataques dos governos golpistas, tanto de Temer quanto o futuro governo Bolsonaro, contra o programa Mais Médicos e a saúde pública em geral. Fiquem médicos cubanos! Fora Bolsonaro!
6 | POLÍTICA E MORADIA E TERRA
FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOS
Bolsonaro criou o ministério de perseguição às mulheres C
om o aprofundamento do golpe, consolidado com a retirada da primeira presidenta mulher, e democraticamente eleita, Dilma Rousseff, os ataques a classe trabalhadora são cada vez mais frequentes, em especial as mulheres. Mesmo antes de tomar posse, Jair Bolsonaro já evidenciou que, junto consigo, carrega uma corja de ministros, cujos interesses são opostos aos dos trabalhadores. Um exemplo é a Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Desde o momento em que foi nomeada, a conservadora já efetuou diversas declarações polêmicas, principalmente no que tange aos direitos das mulheres. Segundo ela, o “papel” fundamental das brasileiras deve ser o cuidado do lar e da família, ou seja, colocando as mulheres como uma empregada dos maridos na família. Damares ignora totalmente a condição de escravização social a qual as mulheres estão submetidas. Pelo contrário, reforça a ideia de submissão
das brasileiras, que possuem dupla jornada de trabalho sendo obrigadas a cuidar da casa e dos filhos, que serão futura mão de obra para o sistema capitalista. A última proposta, previamente lançada, pela ministra sem noção é a criação do que ficou denominado no Congresso como “Bolsa Estupro”. Ou seja, mulheres engravidaram, fruto de abusos sexuais, ganharão uma “Bolsa auxílio”, no valor de R$85,00 para “cobrir despesas e uma recompensa por não terem optado pela realização de um aborto”. A Constituição prevê que, em situações como essa, a mulher pode realizar o procedimento abortivo. A realidade, porém, é completamente diferente. Muitas vítimas encontram enorme dificuldade para realizar denúncias, sem contar as inúmeras que não a fazem, seja por medo, vergonha, ou qualquer outra questão. O que fica evidente é que Bolsonaro, juntamente a corja de golpistas que o acompanha, representa um governo fraudulento e de ataques a classe tra-
balhadora, em especial as mulheres. Nesse sentido, para que esta série de retrocessos não entre em vigor, é preciso que todos se organizem em comitês de luta contra o golpe e de autodefesa e que sejam realizadas amplas mobili-
zações populares. Não há nenhum tipo de conciliação com aqueles que querem acabar com as mínimas condições de vida das trabalhadoras. Por isso deve seguir a palavra de ordem: Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOS
Golpistas prendem indígena que resistiu à violência da PF
A
tualmente, nas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste, reside parte das lutas entre os indígenas e o agronegócio expansionista, que exter-
mina comunidades que da terra tiram seu sustento. Dentre os povos que sofrem com este avanço, estão os de etnia guara-
ni-kaiwoá que vivem no sul do Mato Grosso do Sul. Das ações para reintegração de posse aos ataques de pistoleiros, do esgotamento da terra cultivável à negligência e abuso do poder público, tudo isso faz parte da rotina árdua dessas comunidades, que vivem no limite da sobrevivência e padecem das maiores taxas de suicídio do Mundo. São estes povos que o capitalismo e sua imprensa golpista querem retratar como vadios, desocupados, ladrões, criminosos, traficantes e torturadores. Nesta quinta-feira (13), foi preso Leonardo de Souza (54 anos), uma das lideranças da comunidade Té-Yikue. Leonardo é acusado de comandar torturas de policiais e danificar viaturas durante a “invasão” de uma fazenda em 2016. A verdade é que, naquela data, não houve inva-
são indígena, mas um ataque de fazendeiros armados, motivados por uma reintegração de posse, matando o filho de Leonardo – Clodiodi Rodrigues de Souza – agente de saúde da comunidade. Para garantir a prisão da liderança indígena, caso a versão de tortura a policiais não se sustente, a Força Nacional tratou de “apreender” (ou seja, implantar) meio quilo de maconha na casa de Leonardo. Os indígenas estão entre os povos que mais sofrem no Brasil, por culpa do avanço do grande latifúndio agroexportador. Com a vitória de Bolsonaro, os ruralistas e suas milícias policiais vislumbram espaço maior para ocupar o interior brasileiro. É preciso unificar as lutas de todos os setores oprimidos para derrotar o regime golpista!
De segunda a sexta às 20h30
DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 9H30
MOVIMENTO OPERÁRIO | 7
ECT
Mais uma vez, golpistas cancelam férias nos Correios O
s trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Sul foram informados pela diretoria golpista da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) que as férias de janeiro de 2019 serão canceladas. Já é a segunda vez que a direção dos Correios, após o golpe de Estado contra o governo de Dilma Rousseff do PT, propõe o cancelamento do agendamento de férias dos trabalhadores, com os argumentos mais esdrúxulos possíveis, como o de que não tem dinheiro para pagar os trabalhadores. É, na verdade, a política dos golpistas de atacar os trabalhadores em questões que desmoralizam a catego-
ria, para depois trocar esses direitos com novos ataques que os golpistas querem que o trabalhador aceite sem gritaria. Os trabalhadores precisam mobilizar-se contra os golpistas, através de comitês de luta contra o golpe, pois todos os dias acontece ataques dos golpistas aos trabalhadores dos Correios, visando abrir caminho para a entrega da empresa para os grandes capitalistas do mercado postal, através da privatização dos Correios. Por comitês de luta contra o golpe nos Correios! Pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas! Pela Liberdade de Lula!
BRADESCO
Falta pessoal nas agências no Estado de São Paulo
abaixo a escola com fascismo Organizar os professores Para acabar com a caça às Bruxas
Em cada sindicato, organizar uma central para denunciar a perseguição fascista, criar comitês para destruir a provocação da direita
número do disque solidário
11 972446304 A
política da direção golpista do Banco Bradesco de reestruturação, tem como carro chefe jogar no olho da rua milhares de trabalhadores. Em todo o País os funcionários sofrem com a falta de pessoal em consequência dos ataques dos banqueiros aos trabalhadores para obterem lucro a qualquer preço. A reestruturação na empresa diminuiu o quadro funcional em mais de 9 mil postos de serviço do ano de 2017 até hoje. Em consequência, falta pessoal nas agências, nos postos de serviço, na administração e aumentou consideravelmente a carga de trabalho para aqueles que permanecem no banco. A situação é tão grave nas agências, se trabalhadores tiram férias, adoecem, etc. é praticamente impossível
que ela funcione. É o que aconteceu em uma agência em Mogi das Cruzes (SP) quando oito funcionários, por motivo de férias, licença saúde, licença maternidade estavam ausentes de trabalho, o que levou a um verdadeiro caos na agência por falta de pessoal, sem falar de um funcionário que havia sido demitido recentemente desfalcando ainda mais o contingente de pessoal. É preciso barrar, imediatamente, esta onda de demissões que já atingiu milhares de bancários. Organizar uma ampla mobilização da categoria em conjunto com todos os trabalhadores e suas organizações contra o regime da direita golpista. Para os banqueiros, o que interessa é somente manter os lucros à custa da exploração dos bancários e de toda a população.
8| CIDADES E CULTURA
SP
Governo não quer que professores temporários tirem mais que 15 dias de licença médica O
projeto “escola sem partido” pode ser a mais famosa ameaça aos professores, mas não é a única. Nesse ano o projeto foi colocado em pauta diversas vezes, depois de bastante pressão dos professores e de suas organizações, por hora resolveram recuar, porém, foi apenas uma batalha, existem muitas outras a serem travadas. Com o fim do ano, a Secretaria Estadual de Educação SEE, aprovou as novas regras para a atribuição do próximo ano, uma das novas regras é o
fim da “licença médica”, pois que tiver aulas em substituição não poderá tirar mais de 15 dias de licença, se for superior, quando o docente voltar, o mesmo perde as aulas. Outra mudança é o aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14%, um abuso, pois também os golpistas querem mudar a “Previdência Social”, aumentando a contribuição para 49 anos de tempo de serviço, com isso a previdência também será modificada.
CINISMO DOS GOLPISTAS
Após destruírem Museu Nacional, direita faz campanha por “visita virtual” A
mais recente demagogia da imprensa golpista é a conquista da “visita virtual” ao Museu Nacional sediado na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro. O Museu foi completamente destruído por um incêndio em setembro e teve o seu acervo (o 5º maior do mundo) quase completamente destruído. O incêndio, longe de ser um mero acidente, foi o resultado da política de sucessivos cortes de gastos à cultura e à educação, defendida “com unhas e dentes” pelos golpistas. A “visita virtual” ao museu trata-se de um projeto desenvolvido pela empresa Google que consiste na captura de imagens internas do Museu por fotografias permitindo uma sensação de passeio pelo museu. Essa captura de imagens ocorreu em diversos museus pelo mundo também foi realizada no
Museu Nacional antes da sua destruição. A empresa disponibilizou essa visita nessa quinta-feira (13) para os internautas. Entre as obras mais famosas do acervo do museu estão o fóssil de Luzia,
SEXTA-FEIRA ÀS 16H COM AFONSO TEIXEIRA
que com 11 mil anos é a mulher mais antiga das Américas, até o sarcófago de Sha-amun-en-su, que abriga a ‘Cantora de Amón’, mumificada há 2,7 mil anos, e nunca foi aberto.
A mera divulgação do serviço por si só não seria algo estranho para um órgão de imprensa. Acontece que a imprensa burguesa brasileira comemora como se fossem os fãs “número um” da cultura nacional. Se existisse um ranking dos órgãos de imprensa mais cínicos em todo mundo, sem dúvida alguma a imprensa golpista do Brasil estaria nos lugares mais altos do pódio. Depois de apoiarem, pressionarem todos os governos para adotarem política neoliberais. Depois de inclusive impulsionarem um golpe de Estado para atender os interesses dos grandes especuladores internacionais, que tem como principal interesse o corte de verbas da cultura e da educação e agora querem posar de heróis da cultura. Somente a mobilização popular poderá derrotar a direita que atua como verdadeiros senhores coloniais do Brasil e colocar em marcha um projeto político e social de valorização da cultura e da educação nacional.
QUARTA-FEIRA ÀS 19H COM NATÁLIA PIMENTA & LARISSA MACHADO
MULHERES E NEGROS| 9
CHILE
Para que serve o identitarismo? Feministas querem impedir homenagem a maior poeta do Chile, Pablo Neruda P
ara que serve o identitarismo? Feministas pequeno-burguesas querem impedir homenagem a maior poeta do Chile, Pablo Neruda. O projeto de lei que visa dar o nome de Pablo Neruda ao aeroporto internacional de Santiago, no Chile, vem sofrendo oposição e críticas de grupos feministas pelo fato de o poeta haver confessado o estupro de uma empregada doméstica, quando ocupou um posto diplomático no Ceilão (atual Sri Lanka), em 1929. Desde 2010, foram quatro as tentativas de rebatizar o aeroporto com o nome do poeta chileno. No texto do último projeto, de 2014, aprovado pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, argumenta-se que o “caráter universal, transcendente, nacional e mundial” de Neruda “une o país em termos de cultura e identidade”. Além disto, o projeto também ressalta que “é por essa qualidade singular do que representa no mundo e para nossa terra que, independentemente das diversas posições políticas, dar ao principal aeroporto do Chile o nome do poeta Pablo Neruda seria de grande benefício para o país. O Chile é que ganha com esse reconhecimento”. Vemos aí o conflito de duas lutas, colocadas em uma oposição artificial e falaciosa. Por um lado, vemos feministas apoiando-se em estratégias recentes, que não colocam os fundamentos da sociedade capitalista, a sociedade de
classes, como a base de toda a exploração das mulheres, mas, de forma inócua ao sistema econômico, levam a luta para pautas artificiais e de cunho moral, geralmente focadas em aspectos secundários e até mesmo irrelevantes da luta das mulheres, censurando-se, por exemplo, determinadas maneiras de falar ou um e outro comportamento. No outro lado da querela, vemos a luta de um povo, que encontra sua identidade na luta e na arte de Pablo Neruda, e que vê nas características singulares do poeta a representação de toda uma tragetória de transformações históricas pela quais busca seguir a sociedade chilena. Uma tragetória baseada principalmente na contínua luta das classes exploradas contra os diversos exploradores que continuamente atacam os povos de toda a América Latina. Com base na ideologia identitária, patrocinada pelo imperialismo, setores da pequena-burguesia há algum tempo têm sido habilmente conduzidas para fora da luta real – a luta dos explorados contra os exploradores – tornando a sua luta cada dia mais artificial e não efetiva. E isto tem um motivo bastante claro: uma vez que as mulheres representam parcela mais sensível à luta de classes, já que duplamente exploradas, em muitas oportunidades foram o estopim para grandes rebeliões populares, que depois se desenvolveram em verdadeiras revoluções.
A Revolução Russa foi o exemplo maior desta característica atuação feminina, quando as operárias foram às ruas de Petrogrado, em feveiro de 1917, que foi a faísca que acendeu a fogueira da primeira revolução proletária da história, quando o poder da monarquia tsarista foi sepultado para sempre. Diante da força do feminismo classista, a burguesia imperialista, ao longo do tempo, foi semeando um feminismo que se afasta da luta de classes, onde operários, homens e mulheres, são seus naturais aliados, e que no lugar foi colocando as chamadas “pautas identitárias” cunhadas diretamente da chamada “nova esquerda”, que, na verdade, abandonou totalmente a luta contra a raiz primordial da exploração. No Brasil, por exemplo, este feminismo identitário não foi capaz sequer
de organizar um luta minimamente eficaz contra o golpe desferido contra a única mulher eleita para a Presidência da República em nosso país, e cuja manipulação direitista utilizou-se largamente dos mais abusivos atos de violência moral contra Dilma, como mulher. Quando o povo chileno busca levar o nome do poeta comunista ao maior aeroporto internacional do país, certamente não se estará homenageando um ato bárbaro cometido por Neruda nos idos de 1929, mas sim toda um tragetória de vida e de luta pelos explorados do Chile, e que é inspiração para gerações e gerações de militantes em uma guerra de classes, que é a única capaz de realmente libertar as mulheres de toda forma de exploração.
DENUNCIAR O FASCISMO
Documentário “Mestre Môa do Katendê: A Primeira vítima” denuncia a violência da extrema-direita O
documentário de Carlos Pronzato, “Mestre Moa do Katendê: a primeira vítima” denúncia a violência da extrema-direita, que vitimou de maneira brutal o capoeirista, educador, artista, defensor da cultura afro-brasileira, Romualdo Rosario da Costa, o Mestre Moa do Katendê. O capoeirista foi assassinado na madrugada após o primeiro turno das eleições presidenciais por um apoiador do fascista Jair Bolsonaro, com 12 facadas pelas costas após relatar aí havia votado Fernando Haddad, um crime de motivação política. Pronzato foi convidado no mesmo dia do assassinato para a realização do documentário, para que ficasse pronto antes mesmo do segundo turno das eleições. A iniciativa veio da Associação Brasileira de Capoeira Angola, do Conselho gestor da Salvaguarda da capoeira na Bahia e pelo coletivo Ginga de Angola. O filme teve como objetivo mos-
trar o caráter político do assassinado de Mestre Mia, ao mesmo tempo, que apresentar seu trabalho e a ressaltar sua importância para a cultura popular brasileira e em especial na preser-
vação e difusão da cultura do negro brasileiro. O documentário de cerca de 46 minutos ficou pronto em apenas 14 dias e foi exibido em diversos locais para.
fomentar o debate. No dia 06/12 ocorreu a primeira exibição em São Paulo, no Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô, casa de Mestre Mia na Capital Paulista. Do trágico assassinato de Mestre Moa é necessário tirar uma lição: a violência extra-estatal, a utilização de indivíduos ou bandos fascistas para perseguir a esquerda, os trabalhadores, a população oprimida é uma arma da extrema-direita golpista, apoiada pela direita tradicional, que tende a se desenvolver e se organizar no governo do fascista Jair Bolsonaro. Desta lição é necessário também compreender que somente a mobilização e a organização do povo será capaz de pôr fim à ofensiva violenta da direita e da extrema-direita golpista e do golpe. É preciso revidar a altura; com toda força e por todos os meios necessários os ataques da extrema-direita, somente assim pode-se garantir o livre exercício dos direitos democráticos.