TERÇA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5565
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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OS TRABALHADORES QUEREM LUTAR CONTRA A PREVIDÊNCIA, É PRECISO CONVOCAR UMA GREVE GERAL O governo Bolsonaro foi eleito graças a uma fraude. Segundo as urnas, o golpista teria apoio de um em cada quatro brasileiros. Isso é absolutamente falso. O governo desde já tem uma popularidade baixa, e há uma grande tendência entre amplos setores da população de se opor às políticas neoliberais da direita EDITORIAL
Imperialismo sofre derrota parcial mas continua ofensiva golpista: a Venezuela precisa derrotar os entreguistas Os imperialistas armaram um grande circo propagandístico em torno do chamado “Dia D” na Venezuela, no último sábado (23). A patética “ajuda humanitária” que os governos títeres de Brasil e Colômbia tentaram enfiar à força em solo venezuelano não passava de uma fachada que encobria uma invasão militar. Entretanto, apesar dos conflitos nas duas fronteiras com a Venezuela, o imperialismo norte-americano fracassou rotundamente em utilizar os militares brasileiros e colombianos de bucha de canhão para sua intervenção.
Alcolumbre: candidato do MBL para liderar o Senado sempre ocultou imóveis de seu patrimônio Para atacar a esquerda, a direita golpista utiliza-se do discurso da “luta contra a corrupção”. Os direitistas, por meio de suas organizações e partidos buscam sempre posar como os verdadeiros defensores da pureza na política, incorruptíveis, sendo a esquerda exatamente o oposto, extremamente corrupta.
Conheça a proposta do PCO para a Previdência: um programa operário para a classe operária Um mês da catástrofe de Brumadinho: é preciso estatizar a Vale e colocá-la sob o controle dos trabalhadores Após um mês do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, o número de pessoas envolvido nos resgates cai para quase um terço do que estava sendo mobilizado inicialmente.
Desconhecido dos venezuelanos: Juan Guaidó é uma marionete fabricada nos EUA
Juan Guaidó, o farsante que se autoproclamou presidente da Venezuela, vem mostrando ser um agente do imperialismo norte-americano para promover um Golpe
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2 | EDITORIAL EDITORIAL
Imperialismo sofre derrota parcial mas continua ofensiva golpista: a Venezuela precisa derrotar os entreguistas O s imperialistas armaram um grande circo propagandístico em torno do chamado “Dia D” na Venezuela, no último sábado (23). A patética “ajuda humanitária” que os governos títeres de Brasil e Colômbia tentaram enfiar à força em solo venezuelano não passava de uma fachada que encobria uma invasão militar. Entretanto, apesar dos conflitos nas duas fronteiras com a Venezuela, o imperialismo norte-americano fracassou rotundamente em utilizar os militares brasileiros e colombianos de bucha de canhão para sua intervenção. Há dois motivos principais que podem ajudar a explicar esse fracasso. O primeiro é que o povo venezuelano se mantém mobilizado de maneira permanente, nas ruas e com firmeza, disposto a pegar em armas para proteger o país de uma possível invasão. No sábado, uma grande manifestação popular tomou as ruas de Caracas e, na fronteira com o Brasil e com a Colômbia, os chavistas também se aglomeraram para repudiar a invasão. O segundo motivo é que os militares colombianos e brasileiros não se prestaram a realizar o serviço sujo dos pla-
nos imperialistas. Mesmo sendo completamente controlado pelos Estados Unidos, o exército colombiano não forçou a entrada na Venezuela, apesar de ter dado todo o apoio à extrema-direita venezuelana em seus atentados na zona fronteiriça. Os brasileiros foram muito menos agressivos, percebendo que um conflito em maior escala com os venezuelanos (que estavam dispostos a defender sua fronteira a todo o custo) irá, certamente, gerar uma crise e divisão na estrutura das Forças Armadas, um enorme descontentamento popular e, caso a situação se desenvolvesse, em uma convulsão social em meio à crise econômica e aos ataques do governo ilegítimo de Bolsonaro. Obviamente, não é porque o alto escalão do exército seja nacionalista, anti-imperialista ou respeite a soberania nacional da Venezuela. Como entreguistas a serviço dos interesses do imperialismo no País, os generais procuram fazer de tudo para o saque imperialista no Brasil e também na Venezuela, com a derrubada de Maduro. Por isso mesmo, o general Mourão participou da cúpula do Cartel de Lima, presidida pelo vice-presidente dos
COLUNA
CHARGE
A carta branca de Witzel Por Juliano Lopes
A
ntes do impeachment de Dilma Rousseff, o PCO, setores do PT e outras organizações avisavam que o golpe iria aprofundar os ataques contra os trabalhadores, e agravar a situação social do povo como um todo, isso porque era o golpe de Estado. Algumas organizações falavam que não, que tudo era a mesma coisa, que PT era igual ao PSDB, que devíamos chamar o “fora todos”, que o povo negro sempre sofreu e não seria o golpe nenhuma novidade, nesse sentido nem haveria golpe. Wilson Witzel (PSC) se sagrou vitorioso na campanha eleitoral para o governo do Rio de Janeiro. Ele sempre foi um fiel impulsionador do golpe de Estado, das políticas de Bolsonaro, de toda a ideologia do golpe, especialmente a do aumento da repressão contra o povo. Witzel prometeu dar carta branca para os policiais agirem “contra o crime”, ou seja, tudo que os policiais cariocas fizerem sob esse pretexto está coberto de legitimidade conferida pelo próprio governo estadual, exercido por um ex-juiz federal. Como “não é tudo igual”, a carta branca de Witzel já produziu seus primeiros resultados. Somente em janeiro de 2019, a PM do Rio de Janeiro assassinou 160 pessoas, é o segundo maior número registrado
EUA, Mike Pence, nessa segunda-feira. O representante do imperialismo fiscalizou os seus súditos e voltou a impor uma política de extrema pressão contra o governo legítimo e o povo da Venezuela. Disse que “todas as opções estão à mesa”. O mesmo foi expressado pelo fantoche Juan Guaidó, que afirmou, após o fracasso de sábado, que a “comunidade internacional” (leia-se os imperialistas genocidas que bombardearam o Iraque, a Líbia e a Síria) deveria deixar em aberto “todas as opções” para destituir o governo bolivariano. O povo venezuelano sabe que Guaidó é uma marionete do imperialismo e atenta contra o próprio país. Por isso mesmo, na grande manifestação de sábado em Caracas, pediu prisão para esse criminoso lesa-pátria. Milhares de venezuelanos, durante discurso de Maduro sobre o capachismo de Guaidó, gritaram “preso, preso, preso”. Maduro deve atender às exigências da população. Para defender a soberania da Venezuela, é preciso prender os golpistas que atentam contra o povo. Se Guaidó, que fugiu para a Colômbia, voltar para a Venezuela, será para ata-
na série histórica, que se iniciou em 1998. Em comparação com dezembro de 2018 o aumento foi de mais de 80%. Durante sua campanha, Witzel prometeu abater “marginais” com tiros na cabeça, em um estado que ainda em 2018, sem a gerência de Witzel, já batia recordes de assassinatos de pessoas cometidos por policiais militares. O que se espera para 2019 é um verdadeiro banho de sangue contra o povo pobre, negro e trabalhador. Aqui se coloca a questão sobre o que fazer diante de tanta atrocidade. Como o povo deve reagir diante dos ataques armados do estado golpista? Num primeiro momento é preciso organizar os comitês de autodefesa da população, que se tornariam capazes de resistir à altura os ataques do estado; por outro lado está a luta pelo verdadeiro armamento do povo e de seu direito a autodefesa, únicas medidas que podem ter alguma eficácia diante da carta branca de Witzel. A política desse governador está sendo repetida pela maioria dos governadores golpistas, eleitos na grande fraude de 2018, e precisa ser combatida energicamente. Se tudo se mantiver como o esperado pelo golpe, mais 160 almas foram ceifadas pela PM do Rio neste mês, por isso a urgência das medidas de autodefesa.
car o povo venezuelano, e deverá ser tratado devidamente como um fascista contrarrevolucionário pelo povo. O mesmo deve ser feito contra toda a extrema-direita entreguista: punição aos conspiradores, expropriação dos meios de comunicação e empresas que colaboram com o imperialismo e tramam uma intervenção militar, imposição de um regime de vigilância permanente por parte das milícias bolivarianas e demais coletivos populares armados nas ruas do país e nas fronteiras, junto aos soldados das forças armadas. Porque o imperialismo já demonstrou que não irá desistir depois da derrota parcial. Nos próximos dias, continuará havendo ameaças e provocações nas fronteiras venezuelanas, e inclusive manobras de forças militares norte-americanas, como parte do processo de preparação para uma possível invasão. O povo venezuelano e os trabalhadores latino-americanos devem se mobilizar de maneira cada vez mais ampla para evitar a invasão e expulsar de uma vez por todas o imperialismo da América Latina!
POLÍTICA| 3
OS TRABALHADORES QUEREM LUTAR CONTRA A PREVIDÊNCIA, É PRECISO CONVOCAR UMA GREVE GERAL O
governo Bolsonaro foi eleito graças a uma fraude. Segundo as urnas, o golpista teria apoio de um em cada quatro brasileiros. Isso é absolutamente falso. O governo desde já tem uma popularidade baixa, e há uma grande tendência entre amplos setores da população de se opor às políticas neoliberais da direita. Essa tendência já aparece no caso da reforma da Previdência. Trabalhadores no Brasil inteiro já começaram a protestar contra esse roubo das aposentadorias. Na última quarta-feira, 20, a CUT e outras centrais sindicais reuniram milhares de manifestantes na Praça da Sé, no centro de São Paulo. Em Minas Gerais, trabalhadores fecharam uma estrada em protesto, a BR-101, que ficou bloqueada nos dois sentidos por pneus queimados. Ainda antes de Bolsonaro tomar posse, os servidores municipais já tinham se mobilizado na cidade de São Paulo contra uma reforma da previdência municipal do prefeito Bruno Covas, tucano que também estava empenhado em assaltar
as aposentadorias dos trabalhadores e conseguiu aprovar sua proposta. Portanto, há uma disposição, embora neste momento esteja dispersa, de luta contra o governo. As organizações da classe trabalhadora precisam
organizar essa tendência, para que ela se torne uma força política capaz de levar adiante esse enfrentamento, para derrotar a reforma da Previdência e outras medidas do governo contra a classe trabalhadora.
A CUT, principal central sindical do país e a central realmente capaz de mobilizar os trabalhadores nacionalmente, deve preparar a convocação de uma greve geral. O governo da extrema-direita não está aberto a nenhuma negociação. Pelo contrário, se governo for capaz de assentar suas divisões internas e consolidar-se, superando o atual momento de crises recorrentes, irá tentar esmagar os sindicatos e partidos de esquerda. Neutralizando assim a reação popular às medidas neoliberais e atacando em massa as condições de vida da população. Uma greve geral, por outro lado, colocaria o governo em uma situação muito difícil. A greve dos caminhoneiros em 2018 contra Temer, que tinha o mesmo programa de Bolsonaro, demonstrou o quanto os trabalhadores podem enfrentar os golpistas. É preciso uma greve geral para impedir o roubo das aposentadorias e para derrotar a direita e os golpistas. Uma greve geral para derrotar a direita e todos os seus planos de ataques contra a classe trabalhadora.
ALCOLUMBRE
Candidato do MBL para liderar o Senado sempre ocultou imóveis de seu patrimônio
P
ara atacar a esquerda, a direita golpista utiliza-se do discurso da “luta contra a corrupção”. Os direitistas, por meio de suas organizações e partidos buscam sempre posar como os verdadeiros defensores da pureza na política, incorruptíveis, sendo a esquerda exatamente o oposto, ex-
tremamente corrupta. A campanha contra a corrupção, por exemplo, foi uma das principais estratégias utilizadas para impulsionar o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016, é também a “luta contra a corrupção” o principal instrumento de perseguição política contra o ex-pre-
sidente Lula, preso político do golpe de estado. Quando se analisa para além da demagogia e do cinismo, é possível verificar que o discurso da luta contra a corrupção defendido pela direita não passa de uma verdadeira farsa. O que temos, na realidade, são políticos extremamente corruptos, verdadeiros profissionais na organização de esquemas de desvio de dinheiro do povo. Veja, por exemplo, o caso do atual presidente golpista, Jair Bolsonaro que se apresentava na campanha como verdadeiro combatente da corrupção, tem em suas costas uma série de denúncias relacionadas ao desvio de dinheiro por meio dos chamados “laranjas”, isso sem falar no envolvimento com as milícias cariocas. O caso se repete também em relação ao atual presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre do DEM do Amapá. Alcolumbre, atual presidente do Senado, apoiado pelo movimento “coxinha”, o MBL, o qual também se constitui como um dos paladinos da luta contra a corrupção, vem desde o final dos anos 1990 ocultando da Jus-
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tiça Eleitoral uma série de patrimônios e bens que estão em seu nome. A prática de ocultar bens da Justiça Eleitoral é considerada crime, de acordo com o artigo 350 do código eleitoral. Em 2012, por exemplo, Alcolumbre declarou à Justiça não ter qualquer bem em seu nome. Uma investigação nos cartórios de Macapá, no entanto, revelou que o senador era proprietário de três lotes em um condomínio residencial da cidade. Além disso, em fevereiro daquele ano, o senador adquiriu uma casa no valor de R$ 585 mil. Ao fazer a escritura do imóvel, o senador declarou ao cartório que o valor da casa correspondia somente a um terço de seu patrimônio e da esposa, chegando a casa de R$ 1,7 milhões. A prática de ocultação de patrimônio vêm se repetindo desde 2002 pelo senador do DEM. Em 2018, na última eleição, Alcolumbre teria ocultado da justiça dois lotes de 450 metros quadrados cada. O caso do senador tucano serve para desfazer a farsa da chamada “luta contra a corrupção”. Não só Alcolumbre, mas toda a direita golpista é composta de corruptos profissionais. O combate à corrupção não passa de uma campanha de perseguição política contra a esquerda, suas lideranças e organizações.
4 | POLÍTICA E OPINIÃO
Um mês da catástrofe de Brumadinho: é preciso estatizar a Vale e colocá-la sob o controle dos trabalhadores A
pós um mês do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, o número de pessoas envolvido nos resgates cai para quase um terço do que estava sendo mobilizado inicialmente. Com pelo menos 131 pessoas ainda desaparecidas debaixo da lama, o efetivo envolvido nas buscas foi reduzido de algo em torno de 500 pessoas dos momentos iniciais das buscas, que também contavam com a ajuda de 15 helicópteros e 20 cães farejadores, para pouco mais 180 militares dos bombeiros, apenas quatro cães e nenhum helicóptero. O tenente-coronel Anderson Passos pede “paciência” e ainda tenta justificar a drástica desmobilização dizendo que agora “não precisamos mais de tantos homens”, “é um outro momento operacional”, em que o uso de retroescavadeiras mostra-se a melhor solução, uma vez que “efetividade do maquinário para as escavações é, obviamente, muito mais produtiva”. O que é óbvio, entretanto, é que ninguém tem que ter paciência nenhuma com mais este crime. Se já não bastasse o descaso da Vale em utilizar de uma verdadeira gambiarra para acondicionar rejeitos de mineração, ainda temos que aceitar essa escandalosa desmobilização nas buscas?
À parte qualquer conversa mole oficial, o que interessa é que passado um mês da consumação do crime da Vale, os parentes e amigos de suas vítimas deveriam ao menos contar com o mínimo, ou seja, ter a possibilidade de velar pelos corpos daqueles que foram assassinados pelas ações e omissões dessa empresa capitalista, que não tem nenhum interesse a não ser acumular montanhas de capital, ainda que seja à custa de todas as montanhas de Minas e da vida de seus habitantes. É de se notar, inclusive, que a Vale sequer mobilizou recursos e pessoal próprios para executar estas buscas, o que seria, isto sim, a mais óbvia uma medida a ser tomada pela empresa, de simples caráter humanitário, coisa que passa muito longe da natureza dessas empresas sanguessugas do minério que tomaram conta das riquezas do nosso povo. Para a classe trabalhadora a experiência concreta não permite mais nenhuma dúvida: deixar tantas vidas humanas – e todos os recursos do meio ambiente – nas mãos dos pilantras assassinos e parasitas da burguesia, é o mesmo que assinar a própria sentença de morte. O próprio Estado, nas mãos da burguesia, não fará outra coisa senão virar as costas para o povo assim que os holofotes da golpista imprensa burguesa
puderem relegar para o esquecimento os crimes cometidos contra populações inteiras. Como, aliás, já aconteceu no caso do crime de Mariana. A classe trabalhadora deve compreender que é assim que invariavelmente funciona a burguesia. Explora o povo, o meio ambiente, coloca as nossas riquezas nos seus bolsos, e joga todos os prejuízos nas costas do povo e do Estado. Até porque o Estado é totalmente dominado por esta mesma burguesia. Ainda mais quando à frente do governo está um representante direto dessa mesma classe, como é o caso atual, com a eleição vergonhosamente fraudulenta de um perfeito inimigo do povo, ele mesmo um burguês bolsonarista, o Zema. Mas não importa quem seja o eleito, enquanto nós permitirmos que a burguesia tenha o direito de vida e morte sobre todos nós e se ache dona de nossas riquezas, o que vamos assistir é uma sucessão sem fim de destruição, miséria e assassinatos, como os que ocorreram há um mês em Brumadinho e há alguns poucos anos em Mariana. Minas está para se tornar não um rio, mas um mar de lama tóxica, recheada de corpos, enquanto as mineradoras continuarem a lavrar nossa terra, embolsando nossas riquezas. Prova disto é que, em meio a todo
este escândalo de Brumadinho, a mesma Vale já obteve direito de lavra da Serra da Piedade, local histórico, querido de todos os belorizontinos, e que poderá simplesmente desaparecer nos próximos anos para ir direto para o bolso da mesma meia dúzia de assassinos que hoje pede “paciência”. Por este exemplo já se vê que não podemos confiar no Estado burguês, nem por um segundo, e muito menos nesses “donos” burgueses das mineradoras, ou de qualquer outra empresa capitalista. A única maneira de parar este cenário de mortes e tragédias é a classe trabalhadora imediatamente organizar-se para ocupar todas as mineradoras e passar a controlá-las diretamente. Inclusive contando com a ajuda financeira do Estado, justamente por ser este o interesse de todos, ou seja, que nossas riquezas sejam inteiramente revertidas para o benefício dos trabalhadores brasileiros, cientes que o único controle que pode afastar a possibilidade de novas tragédias é o controle popular direto, exercido pelos próprios trabalhadores e comunidades onde estas mineradoras se localizam. Somente o poder popular, diretamente exercido pelo povo, é que tem condição de colocar um ponto final neste pesadelo de tragédias, descaso e roubo a que Minas – e o Brasil – hoje parece estar preso.
chapa de Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila. Foi a senha para uma das maiores derrotas sofridas pela esquerda desde o início do golpe, com a vitória do fascista Bolsonaro. Ao longo desse processo, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) sempre agiu como articulador e promotor da “superação do golpe”. Foi Dino quem procurou desvincular o PCdoB no PT por meio da candidatura avulsa de Manuela D’Ávila, a qual ficaria livre para uma aliança com Ciro Gomes. Malogrado seu empreendimento, apressa-se agora não apenas em legitimar as eleições de 2018, mas também em normalizar as relações institucionais com o governo golpista, no que vem sendo seguido também não apenas pelos governadores de direita, mas também pelos demais governadores do próprio PT. Por que não lançar uma pré-candidatura precoce de modo a construir essa credibilidade nos processos políticos de nossas instituições? Foi exatamente o que Flávio Dino fez em evento público na última sexta (22), durante uma convenção extraordinária do PCdoB. Se Boulos, Manu, Ciro e Haddad receberam a alcunha de abutres por terem desempenhado tal papel capitulacionista, o agravamento e a antecipação dessa política por Flávio Dino representam um enorme apoio para os golpistas e um significativo fator de desmobilização para a classe trabalhadora que quer lutar contra o golpe, plantando a ilusão eleitoral entre aqueles que poderiam estar se organizando e se mobilizando contra os ataques fascistas do regime de governo que se torna cada vez mais ditatorial e mais militarizado.
A ala direitista do PCdoB – aqueles ligados a cargos na burocracia sindical e nas instituições públicas – tem surfado na onda bolsonarista de modo vergonhoso: forçaram o plano B da candidatura de Haddad no PT, apoiam desde o início o mandato do golpista direitista Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Presidência da Câmara dos Deputados, buscam apoiar por fora a candidatura de Haddad à presidência do PT – consolidando uma política de capitulação dentro da esquerda – e agora lançam de antemão a maior candidatura abutre de todas, visando a reforçar a polarização do PT dentro do processo eleitoral interno do Partido, ao cobrar de Haddad um posicionamento cada vez mais à direita como se viu em sua recente entrevista no portal Brasil 247. Em sua imprensa, o PCdoB gosta de antepor o prefixo “comunista” a seus militantes. Só se vêm parentescos com o “comunismo” aí se enquadramos a cúpula do Partido na tradição stalinista. Flávio Dino segue o fiel exemplo do “grande organizador de derrotas” que transformou a Revolução Russa numa burocracia pequeno-burguesa. Decerto, foram tais erros e capitulações que auxiliaram a ascensão do nazi-fascismo mesmo nas décadas de 20 e 30 na Europa – quando Stálin, por exemplo, orientou ao Partido Comunista Alemão a união com os nazistas contra a social-democracia. Evidentemente, tal capitulação ao regime bolsonarista deve ser denunciada e combatida dentro da esquerda: não há superação do golpe pela via eleitoral. O golpe só será derrotado com a classe trabalhadora organizada e mobilizada nas ruas.
OPINIÃO E POLÊMICA
E o golpe? Flávio Dino já se lançou candidato para 2022 “Estou mesmo me preparando para 2022. Vocês nem notaram, já estou até com cinco quilos a menos. Vamos enfrentar o laranjal e a turma do mal. […] Eu adoro uma eleição, estou doido para disputar mais uma, essa especial. A gente tem que plantar a coisa certa, para colher a coisa certa.” Flávio Dino (PCdoB, governador do Maranhão.) O ano é 2022, segundo o calendário eleitoral regular, seria a hora de escolher nas urnas um novo presidente da República. Mas estamos vivendo um um período normal em nossa política e em nossas instituições? Evidentemente não: uma crise global do Capitalismo levou o Imperialismo a avançar ferozmente sobre os países da América Latina, fraudando eleições e organizando golpes de Estado. Infelizmente, tal processo já se encontra em adiantado estágio de aprofundamento. A esquerda está sendo perseguida desde 2012, com a prisão sem provas de José Dirceu e de outros dirigentes do Partido dos Trabalhadores. A presidente eleita Dilma Rousseff foi deposta ilegalmente em 2016, as eleições municipais, estaduais e federais de 2016 e 2018 foram amplamente fraudadas, com inexplicáveis arrancadas finais dos candidatos de extrema direita. Os direitos da população estão sendo extintos, o Estado brasileiro está sendo desmontado, o nosso patrimônio está sendo entregue ao imperialismo quase que de graça. Tal situação se agravou sensivelmente com a eleição do fascista Jair Bolsonaro à pre-
sidência da República, elevando a um nível institucional a perseguição política às organizações e lideranças populares. Diante de tal cenário, era dever de todo partido que se diga de esquerda alinhar-se resolutamente numa campanha de mobilização popular destinada a retirar os golpistas do poder antes do processo eleitoral. Foi o que buscaram fazer os setores mais evoluídos do setor progressista nacional. Os setores mais coesos da esquerda lançaram a palavra de ordem “É Lula ou nada” e “Eleição sem Lula é fraude”, com a compreensão de que, com a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva em abril de 2019, a mobilização em torno a sua libertação e seu direito a ser candidato a presidente. Na via inversa, os setores mais ligados à institucionalidade golpista lançaram-se sofregamente à disputa eleitoral, legitimando não apenas a prisão de Lula como também o pleito como um todo. Foi o caso de Manuela D’Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (Psol) e Ciro Gomes (PDT) – eram os chamados candidatos abutres, que visavam a fragmentar os votos da esquerda, enfraquecendo a importância do PT no processo. Embora o PT tenha inscrito Lula como candidato em agosto, três semanas depois o Tribunal Superior Eleitoral (TRE) a impugnaria. Em lugar de manter a candidatura do ex-presidente, pugnando por sua liberdade e denunciando a farsa eleitoral, a ala direita do PT acabou forçando a adoção do chamado “Plano B”, com a
ATIVIDADES DO PCO E COMITÊS DE LUTA CONTRA O GOLPE | 5
CONHEÇA A PROPOSTA DO PCO PARA A PREVIDÊNCIA
Um programa operário para a classe operária A
política neoliberal não liga a mínima para a população trabalhadora. Para ela, o que importa é o “Deus mercado”. É o lucro do monopólio, dos grandes capitalistas, dos banqueiros. Se há lucro, grandes lucros, a economia vai bem. O fato de diminuir ano a ano os recursos destinados à saúde, à educação, entregar o patrimônio nacional, sucatear nossas indústrias, entre outras barbáries, que levam ao assassinato de centenas de trabalhadores, como em Brumadinho, é absolutamente secundário, pois, como dito, o importante é garantir o lucro dos agentes do mercado. Com a “reforma” da previdência não poderia ser diferente. Se o povo vai morrer trabalhando, qual a importância? É até melhor, pois caso consiga vencer barreira da nova aposentadoria estará fadado a viver na miséria. Afinal, como alardeia o ministro da Economia, Paulo Guedes, o que importa é juntar 1 trilhão de reais em dez anos! Uma pessoa mais desavisada poderia pensar, “depois desses dez anos, vem o investimento”, mas os neoliberais da época da ditadura já mostravam qual o significado da política de “crescer o bolo para depois dividi-lo”: nunca sobra pedaço para o povo. Entre uma tortura e outra, um general presidente da época da ditadura, em pleno “milagre” brasileiro, chegou a
declarar que a “a economia vai bem, mas o povo vai mal”. Os neoliberais de hoje, assim como os de ontem são os mesmos: o que importa é o Deus mercado. Afinal, se pretendem liquidar com a saúde, com a educação, com os investimentos no país, para onde vai o dinheiro? Para o monopólio, os grandes capitalistas, os banqueiros. Os mesmos, que segundo dados da própria previdência devem 450 bilhões de reais para o INSS. Os neoliberais de tipo fascista de hoje, como Bolsonaro, os “Chicago boys” do ministério da Economia e a trupe política que controla o país com o golpe de 2016,querem é transformar uma previdência que já é ruim em algo bem pior.
Não há saída para a população trabalhadora brasileira que não seja uma luta de morte contra esses que querem destruir o país. Aqui, o que vale é que são eles ou somos nós! Por isso que não se trata simplesmente de lutar contra os 40 anos de contribuição obrigatória, contra os 65 anos para homens e 62 anos para mulheres terem o direito a se aposentar, contra as regras que diminuem mais ainda os atuais benefícios já ultra rebaixados. O programa dos trabalhadores para a Previdência não deve partir dos parâmetros do estado capitalista. A previdência Não é deficitária e nunca foi, mas mesmo que fosse, essa condição não deveria ser tratada como um
problema dos trabalhadores. Se esse é um mundo deles, que garantam o mínimo de bem estar para aqueles que durante décadas garantiram os lucros e a boa vida deles. É por isso que a luta dos trabalhadores deve ir além de rechaçar a “reforma” criminosa de Bolsonaro e dos sangue-sugas capitalistas, tal qual foi colocada. Em oposição à reforma deles, os trabalhadores devem apresentar a sua própria reforma, que deve ter como base o programa e as reivindicações históricas dos trabalhadores da cidade e do campo, tais como: não ao fim da aposentadoria por tempo de serviço; manutenção das aposentadorias especiais para os trabalhadores e todas as conquistas operárias e dos camponeses; direito de aposentadoria para todos aos 55 anos; aposentadoria integral aos 30 anos de serviço para os homens e 25 para as mulheres; escala móvel de salários e benefícios, de acordo com a inflação; aposentadoria igual ao salário da ativa e, no mínimo, equivalente a um salário mínimo vital (de acordo com dados do DIEESE, por volta de R$ 3.700). Finalmente, para a efetiva garantia do recolhimento da previdência devida pelos grandes empresários é necessário que os próprios trabalhadores controlem toda a previdência, inclusive com a estatização e controle das previdências privadas controladas pelos bancos.
CONTRA O GOLPE
Junte-se ao Comitê de Luta Contra o Golpe de Blumenau A
pós o golpe de estado imposto pela burguesia em 2016 se espalharam centenas de Comitês de Luta Contra o Golpe por todo o país agrupando milhares de trabalhadores. Os comitês são organismos suprapartidários voltados para a ação, voltados a agrupar toda e qualquer pessoa interessada na luta contra o golpe. É a luta contra o golpe o fator de coesão dos comitês, mesmo que algumas atividades se concentrem temporariamente em aspectos parciais dessa luta. Em Blumenau convidamos a todos a participar das nossas reuniões regulares do Comitê de Luta Contra o Golpe – Blumenau que ocorrem todas as sextas-feiras a partir das 18h na sede estadual
do PCO. Nesta reunião organizamos as próximas atividades do Comitê, como distribuição de panfletos, colagens de cartazes, organização de atos, entre outras atividades, tendo como base a luta contra o governo Bolsonaro, a campanha pela liberdade de Lula e em defesa da Venezuela, se organize conosco e lute contra os ataques aos trabalhadores. Atividade: Reunião do Comitê de Luta Contra o Golpe – Blumenau Datas: Todas as Sextas-feiras Horários: A partir das 18h Local: Sede estadual do PCO Endereço: Rua João Pessoa,707 – Velha, Blumenau – SC Para maiores dúvidas entre em contato pelo fone: (47) 9 9155 2525.
6 | CIDADES E CULTURA
SÃO PAULO
Prefeito coxinha, Bruno Covas (PSDB) quer acabar com a integração no vale-transporte O sucessor de João Doria, na prefeitura de São Paulo, Bruno Covas, continua seguindo fielmente o que o então atual governador vinha fazendo em sua gestão. O programa de medidas impopulares segue em curso, e no último final de semana foi aprovado pela prefeitura uma série de regras e novas diretrizes que dizem respeito ao Bilhete Único, cartão utilizado no transporte público da cidade e que até o momento proporcionava que os passageiros pudessem fazer integração com o vale-transporte, ou seja, era possível realizar mais viagens pagando apenas uma passagem. Com o novo decreto, que deve vigorar em até 90 dias, fica previsto que não será mais permitido o uso de cartões sem cadastro prévio e que portanto o processo passa a ser mais burocrático para a população obter o benefício.
Logo, nesse momento o passageiro somente terá direito a embarque em dois ônibus da rede municipal, SPtrans. Antes da mudança era possível o em-
barque em até quatro ônibus, em um período de duas horas. O que significa em suma que, o prefeito coxinha quer de fato acabar com
a integração do vale-transporte. Os ataques contra a população vem desde o aumento exponencial da passagem, até a mudança na maneira que os trabalhadores devem obter esse meio de transporte. Mais uma vez, o que quer o sucessor do atual governador playboy, é promover ataques contra o povo de maneira indiscriminada até suprimir direitos fundamentais para a subsistência dessa população e finalmente continuar sendo capacho dos capitalistas e alimentando o cartel. Nesse sentido, é preciso denunciar a medida anti povo da prefeitura, e levar essa campanha para as ruas, no sentido de mobilizar a população contra Bruno Covas e contra toda a corja de golpistas que são fundamentais para manter o status quo estabelecido pelo golpe de estado e pela atua presidência fascista que vigora no país.
CULTURA
Oscar: na politicagem de sempre, prêmio vai para um filme conciliador
N
o último domingo, aconteceu a 91ª cerimônia de premiação do Oscar – a mais famosa premiação do cinema mundial. Como de costume, no entanto, os interesses por trás do Oscar não eram propriamente os de gratificar as melhores produções dos últimos meses, mas sim favorecer os filmes mais rentáveis e garantir que nada politicamente inconveniente acontecesse. O principal prêmio da cerimônia – isto é, o prêmio de melhor filme – foi dado ao longa “Green Book – O Guia”, dirigido pelo cineasta norte-americano Peter Farrely. Contrariando as expectativas de que o filme da Netflix “Roma”ganhasse. O filme vencedor também desbancou a obra “Infiltrado no Klan”, dirigido por Spike Lee. Green Book conta a história do pianista de jazz clássico Don Shirley (interpretado por Mahershala Ali) e pelo seu chofer, Tony Vallelonga (interpretado por Viggo Mortensen). Durante o
filme, Tony Vallelonga, que é branco e racista, atua como motorista de Don Shirley, que é negro, pianista erudito e rico, durante uma turnê pelo Sul dos Estados Unidos durante o ano de 1962, em plena tensão racial no país . As diferenças sociais aos poucos vão se amenizando e surge uma amizade entre os dois homens tão diferentes. O filme que não tem nenhum apelo estético e nem mesmo de desenvolvimento da história inovador e tem um papel de contraponto perfeito para aliviar politicamente as tensões entre outros concorrentes, principalmente “Infiltrado na Klan”. “Green Book” tem uma posição totalmente conciliadora entre a questão do negro que não insiste em revidar contra o racismo dos negros, mas dialogar. Já “Infiltrado no Klan” apresenta a luta do povo negro de uma maneira muito diferente, e muito mais próxima da realidade. A obra, que conta a história de um policial negro que decide se
infiltrar na organização nazista Ku Klux Klan, mostra a relação entre brancos e negros como intrinsecamente conflituosa. No filme, são exibidas inúmeras cenas que expõem a existência de um movimento organizado para atacar os negros norte-americanos e a necessi-
dade de os negros se organizarem, para se defenderem. Assim como em anos anteriores o Oscar, que é o prêmio controlado pela indústria de cinema dos EUA utilizou do prêmio para fins políticos bem definidos.
INTERNACIONAL | 7
11 perguntas que um jornalista minimamente decente deveria fazer a Donald Trump sobre a Venezuela
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e houvesse jornalistas imparciais na imprensa norte-americana ou nos grandes meios de comunicação internacionais, algum deles deveria fazer as seguintes perguntas a Donald Trump, que quer a todo o custo derrubar o governo da Venezuela: 1. O senhor foi eleito com menos votos recebidos da população do que a sua adversária na corrida presidencial. As últimas pesquisas de opinião indicam que uma maioria crescente dos cidadãos dos EUA desaprova o seu governo. Alguém poderia dizer que o senhor nunca teve o apoio da maioria dos norte-americanos. O senhor estaria disposto a deixar o poder? 2. Digamos que a presidente da Câmara dos Representantes, que é do Partido Democrata, utilizasse o argumento, baseado no que falei anteriormente, de que o senhor não tem apoio da população. E então ela se autoproclamasse presidente dos EUA, convocasse uma insurreição popular, pedisse aos militares que não o reco-
nhecessem e pedisse ajuda a outros países para o derrubarem, o que o senhor faria? 3. Segundo dados revelados em setembro do ano passado pela ONG Poor People’s Campaign, 43% dos norte-americanos estão na pobreza. Os EUA aceitariam ajuda humanitária de outros países para resolver essa situação? 4. Se não aceitariam, o que fariam caso esses países tentassem entregar essa ajuda através das fronteiras dos EUA com o México e o Canadá, mesmo sem o seu consentimento? 5. Por que o senhor reprime imigrantes para que não entrem no país e quer construir um muro na fronteira com o México, mas critica Maduro por fechar a fronteira da Venezuela? 6. Por que o senhor é contra a entrada de latino-americanos nos EUA, já tendo colocado crianças em jaulas, mas paga aos países vizinhos da Venezuela para que recebam imigrantes venezuelanos?
7. Se os EUA estão tão preocupados com a vida dos venezuelanos, com a fome e a saúde deles, por que bloquearam US$ 30 bilhões nas contas da Venezuela, dos quais uma parte poderia ser destinada à compra de alimentos e medicamentos? 8. Rússia, China e Cuba enviaram nos últimos dias mais de 1,2 mil toneladas de ajuda humanitária à Venezuela. Não era isso que os EUA queriam que a Venezuela recebesse? 9. Por outro lado, a ajuda humanitária que os EUA e seus aliados dizem estar enviando à Venezuela é muito menor do que isso. Por que os EUA insistem em enfiar à força na Venezuela uma quantia ínfima de
produtos básicos como ajuda humanitária? 10. Além disso, por que a ajuda humanitária dos EUA representa somente 6% do que o governo venezuelano distribui a 6 milhões de famílias em um único dia através dos CLAP? 11. O Haiti sempre foi o país mais miserável da América Latina, e continua sendo até hoje. Por que os EUA nunca se preocuparam em enviar ajuda humanitária aos haitianos? Obs: se algum membro do governo brasileiro ou apoiador da intervenção estrangeira na Venezuela quisesse tomar as dores de Trump, o jornalista poderia deixar que eles respondessem também.
CANADÁ
Como o imperialismo “democrático” se alia a nazistas e promove o golpe e a invasão da Venezuela I
ncrível que os fascistas não se importem mais em esconder suas ações para dominar mais uma vez o mundo. Não são apenas conservadores, como alguns se intitulam, a extrema direita é fascista. Saber, hoje, que o Canadá recebeu milhares de nazistas fugidos da Ucrânia, criminosos de guerra e que os pais da Ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland faziam parte dessa leva de ucranianos, apoiadores dos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial, ajuda a entender as ações da ministra em relação à Venezuela. Segundo Cameron Pike (The Saker, de 2/2/2019) , “Nos anos 1960s, o governo da Polônia, ainda confiante em seu papel de principal flagelo do “sanduíche de carne” europeia que fora a 2ª Guerra Mundial, saiu à caça de apoiadores e simpatizantes nazistas que haviam destruído o povo polonês. Diferente do que os leitores da informação dominante têm licença para saber, líderes nazistas e da Waffen SS, editores e publicadores de Goebbels, também conhecidos como “propagandistas”, colaboradores de nazistas e assassinos pervertidos, trataram de trocar a Alemanha derrotada, pelos EUA [sob coordenação da CIA] e pelo Canadá, sob direção do MI-6. O Canadá recebeu cerca de 2.000 deles.” Não parece, então gratuito que a srª Freeland se alinhe a ex-subsecretária de Estado (e Embaixadora dos EUA na OTAN), Victoria Nuland, a mais alta funcionária do governo dos EUA na modelagem da política para a Ucrânia. Ela admitiu abertamente a uma confe-
rência internacional comercial sobre a Ucrânia, em dezembro de 2013, que Washington” investiu mais de 5 bilhões de dólares para ajudar a Ucrânia a alcançar [o desenvolvimento de instituições democráticas] e outras metas.” Essas outras metas tinham como objetivo principal promover um golpe de estado em Kiev, o que aconteceu em fevereiro de 2014. No golpe, tiveram um papel fundamental os grupos neofascistas dos quais a Ministra canadense parece ter relações afetivas e nos quais a ex-subsecretária dos EUA, srª Nuland, igualmente tinha afinidades ideológicas para além dos interesses econômicos. É importante lembra que Nuland é aquela que teve uma conversa com o embaixador dos Estados Unidos em Kiev, Geoffrey Pyatt, vazada, na qual deixa claro que importam os interesses norte-americanos e que “dane-se a União Europeia” (literalmente “fuck the UE”). Hoje, está claro que o golpe na Ucrânia somente foi possível por esse apoio dos dos EUA e porque o Pentágono tinham esperança de substituir o governo eleito por outro que levasse a Ucrânia para dentro da OTAN. O objetivo maior do golpe seria expulsar a Frota Russa no Mar Negro, dar fim às bases russas mantidas na Península da Crimeia há mais de 230 anos. O que temos assistido é como os democratas, com exemplos maiores nos EUA e no Canadá, não hesitam em aliar-se e em apoiar nazistas para garantir o domínio militar e econômico no mundo. A senhora Freeland inventou, literalmente, o tal Grupo de Lima,
e foi uma das que ajudou a inventar Juan Gerardo Guaidó Márquez que, hoje sabemos, tem sido preparado, junto com outros jovens (a chamada Geração 2007), há pelo menos uma década, para desestabilizar o governo venezuelano depois da ascensão de Hugo Chávez ao poder. O Canadá assumir esse papel de liderar a derrubada do governo venezuelano visa a jogar com a opinião pública internacional, tirando os EUA da linha de frente e colocando países latino-americanos como parte interessada em ‘resolver a crise da Venezuela’. O tal Grupo de Lima foi uma invenção de Freeland, embora apareça como cabeça o chanceler peruano (ex-embaixador do Peru nos EUA), o conservador e Fujimorista Ricardo Luna Mendoza. O grupo uniu governos alinhados aos EUA, com governos de direita principalmente, como Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia. O que se tem hoje claro é que os nazistas/fascistas, disfarçados de meros (neo)conservadores, ou mesmo, de forma descarada, de defensores dos direitos humanos, patrocinadores da democracia, da liberdade, dominam as ações para derrubar governos de esquerda ou que contrariem interesses do imperialismo, dos detentores do capital. Não hesitam em usar toda e qualquer ferramenta para alcançar seus objetivos, inclusive o assassinato de cidadãos, ações terroristas, sem abandonar o financiamento e treinamento de seus serviçais que assumiriam papel
chave após a derrubada dos governos alvo. É preciso denunciar e expor os fascistas, do Canadá, dos EUA, da Colômbia, do Peru, da Argentina, do Brasil, de todos os lugares, deixando claro seus objetivos e suas estratégicas. Já temos manifestações em diversos lugares do mundo, inclusive na América Latina, mas no Brasil isso ainda é incipiente, mostrando que não entendemos ainda o que se coloca no horizonte. Aliás, temos partidos de esquerda e supostas lideranças de esquerda fazendo o papel de enfraquecer as denúncias do golpe na Venezuela, do projeto para derrubar Nicolás Maduro e retomar o controle do petróleo e do ouro. Essa esquerda é uma desgraça para a luta anti-imperialista e deve ser também denunciada, suas analises equivocadas devem ser explicitadas e o papel que estão desempenhando contra o povo latino-americano deve ser demonstrado. Alinhar-se à nazista Freeland tem todo o sentido para os Bolsonaros, mas não deveria ser um papel desempenhado por ninguém que se diga de esquerda. Hoje, mais que nunca, devemos nos colocar contra o imperialismo. Apoiar a invasão da Venezuela ou, que seja, a deposição de Nicolás Maduro hoje, é participar do roubo do petróleo e do outro dos venezuelanos, é dar apoio também à investida violenta contra o povo venezuelano, contra a esquerda venezuelana, é abrir as portas, definitivamente, para que os ianques voltem a intervir na América Latina quando e como quiserem.
8| INTERNACIONAL
DESCONHECIDO DOS VENEZUELANOS
Juan Guaidó é uma marionete fabricada nos EUA J
uan Guaidó, o farsante que se autoproclamou presidente da Venezuela, vem mostrando ser um agente do imperialismo norte-americano para promover um Golpe de Estado na Venezuela. Guaidó, que até pouco tempo atrás era um total desconhecido em seu próprio país, se autoproclamou presidente após receber a Casa Branca e agora coordena as ações violentas da oposição golpista a partir da Colômbia e dia após dia conclama os exércitos dos países vizinhos a entrarem na Venezuela a massacrarem nossos vizinhos. Na verdade quem decidiu que Gauidó seria o presidente da Venezuela foi o próprio imperialismo através do Departamento de Estado norte-americano: foi uma ligação do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, que fez dele o líder dos golpistas. A verdade é Gauidó não apenas não é o presidente da Venezuela, visto que o povo elegeu Nicolás Maduro Moros de forma democrática, como é também um inimigo de todo o povo venezuelano e age apenas em nome dos interesses dos capitalistas estrangeiros e das grandes empresas petroleiras que querem saquear o petróleo do país. Mais do que isso, o imperialismo norte-americano vem tentando há muito tempo derrubar o chavismo e seus representantes na Venezuela e para isso treinou através de suas agências dezenas de farsantes como Gauidó e outros traidores da pátria. Muito antes de aparecer como uma liderança para a extrema direita venezuelana Guaidójá frequentava os salões de Washington de onde se articulava com os setores mais virulentos do imperialismo estadunidense para se colocar como rival de Maduro. Tudo o que ele precisaria fazer seria repassar as instruções da Casa Branca para a oposição e articular com a burguesia local a sabotagem ao regime para tentar criar uma situação de crise interna no país, como vem fazendo nos últimos anos. Como disse o jornalista venezuelano Diego Sequera “Guaidó é mais popular fora da Venezuela do que dentro, especialmente nos círculos de elite da Ivy League e Washington”, quer dizer, apesar de desconhecido na Venezuela Gauidó é intimo amigo do serviço de inteligência americano. A intenção dos norte-americanos de derrubar o regime nacionalista burguês de Maduro já vem de décadas e agora a ameaça de uma guerra aberta impulsiona as tensões em todo o continente. Nesse sentido a guerra é justamente o que a oposição de extrema direita propõe através da suposta “ajuda humanitária” e da “intervenção” que Guaidó convoca todos os dias nas reuniões com representantes americanos e em entrevistas para os jornais imperialistas. Estas declarações levaram a oposição venezuelana à total desmoralização e é justamente por isso que o povo apoia o chavismo e está disposto a enfrentar qualquer forma de intervenção. Ao contrário do que a imprensa busca mostrar a oposição direitista e golpista é o setor po-
lítico mais impopular da Venezuela, ao passo que Maduro conta com o apoio da massas que todos os dias saem às ruas em defesa do presidente eleito. As tentativas de derrubar o regime venezuelano e colocar no lugar dos chavistas as marionetes dos norte-americanos vêm de longe, e contam com tentativas de Golpe de Estado, tentativas de assassinato de Chávez e de Maduro, entre outras várias manobras arquitetadas diretamente pela Casa Branca. Representantes da Venezuela afirmam que, desde o falecimento de Chávez (que morreu de câncer em 2013) e de sua substituição por Maduro, o serviço secreto norte-americano já organizou pelo menos três tentativas de retirar Maduro à força do poder. A operação Constituição visava capturar Maduro dentro do Palácio de Miraflores e colocar em seu lugar um lacaio da oposição. Já a operação Armageddon tinha planos de assassinar Maduro durante uma passeata militar em 2017, e teve uma reedição em 2018 quando as agências norte-americanas se juntaram com a oposição e tentaram matar Maduro com bombas presas a um drone. Além do próprio Gauidó vários outros elementos golpistas da Venezuela passaram por treinamento intenso em outros países, sendo orientados por agências de inteligência que tem como propósito organizar a derrubada de governos não-alinhados com os interesses do imperialismo. A maior parte desses elementos era oriunda do movimento estudantil venezuelano, que atualmente é dominado pela extrema-direita, e iniciaram seu treinamento ainda em 2005 quando foram enviados para treino em países da Europa Oriental. Gauidó, em sua longa trajetória como capacho dos norte-americanos, mudou-se para a cidade de Washington ainda em 2007 e frequentou o Programa de Governança e Gestão Política na Universidade George Washington, onde passou a ser orientado por um antigo executivo do FMI que também havia sido funcionário das forças políticas que dominavam a Venezuela antes do chavismo. No mesmo ano Gauidó foi indicado pelo imperialismo para organizar manifestações contra o governo venezuelano por conta da não renovação de uma concessão de rádio para uma emissora que tentou derrubar o presidente Chávez em 2002 e que novamente buscava organizar
uma ação contra o presidente eleito. Essas agitações golpistas, que colocaram na rua elementos extremamente violentos da direita e foram responsáveis por centenas de agressões à militantes chavistas, deram origem a um grupo especializado em atos contra o governo denominada “geração de 2007”. A própria CIA impulsionou o grupo e um dos braços direitos de Gauidó, Yon Goicoechea, que se tornou um dos maiores agitadores e foi recompensado com o Prêmio Milton Friedman do Cato Institute for Advancing Liberty, juntamente com um prêmio de 500 mil dólares. Financiados pelo imperialismo e por uma parcela da oligarquia local, a Geração de 2007 (da qual Guaidó fazia parte) passou ser o principal braço da atuação do imperialismo na Venezuela e passou a se tornar cada vez mais próximos de setores golpistas inclusive nos países vizinhos. Em documentos secretos revelados pelo Wikileaks o grupo e suas lideranças aparecem como foco prioritário da inteligência americana para desestabilizar o governo de Hugo Chávez. Aprofundando as agitações golpistas o grupo de Gauidó fundou o partido Vontade Popular, com a intenção de canalizar o descontentamento com o governo Chávez estimulado pela Geração de 2007 e que tinha como um de seus líderes outro renomado golpista, Leopoldo López. López também foi treinado pela agências norte-americanas, tendo estudado em Princeton, e foi um dos principais símbolos das violentas manifestações da extrema-direita que foram responsáveis por atear fogo em dezenas de militantes chavistas. Estes grupos vêm buscando levar a Venezuela à uma crise interna e exploram qualquer problema de natureza política e econômica com a intenção de radicalizar os protestos da oposição e direcioná-los contra Maduro. Esta ação vem sendo possível devido ao intenso financiamento de agências americanas à estes grupos que, de acordo com um relatório do Instituto FRIDE, receberam entre 40 e 50 milhões de dólares por ano de organizações governamentais dos EUA, como a USAID e o National Endowment for Democracy (as mesmas que agora se propõem a levar “ajuda humanitária” para os venezuelanos). Em mais de uma ocasião o governo venezuelano conseguiu interceptar as
ações desses grupos que realizaram várias reuniões secretas com organizações de inteligência ao longo dos últimos anos, tendo sempre como temática a desestabilização do governo e a subida de uma liderança de direita através da deposição do representante legítimo. Vários desses planos incluíam inclusive o assassinato de militantes e do próprio presidente, atos que seriam financiados por organizações norte-americanas e encobertas pelo monopólio da imprensa. Outro agente declarado da oposição, Maria Corina Machado, chegou até mesmo a visitar o presidente norte-americano em 2005 e mantinha intimas ligações com o embaixador norte-americano. De acordo com e-mails interceptados Machado afirmou declaradamente que pretendia entregar o país para os estrangeiros após derrubarem o chavismo: “Eu já me decidi e esta luta continuará até que este regime seja derrubado e nós entregamos aos nossos amigos no mundo. Se fui a San Cristobal e me expus à presença da OEA, não temo nada. Kevin Whitaker já reconfirmou seu apoio e apontou os novos passos. Temos um talão de cheques mais forte que o do regime para quebrar o anel de segurança internacional ”. A partir de 2014 Gauidó começou a se envolver cada vez mais profundamente com as ações violentas e foi um dos responsáveis pela articulação das chamadas “guarimbas”, onde grupos de extrema direita foram responsáveis por estabelecer o fechamento de diversos bairros e atacar militantes que apoiavam Maduro. As agitações da oposição foram responsáveis por assassinar diretamente 126 pessoas, muitas das quais foram queimadas vivas pela direita. Uma das táticas mais brutais usadas pela oposição era a de esticar fios de metal nas avenidas, o que levou a morte de inúmeros motociclistas, alguns deles decapitados. A violência da oposição foi sempre ocultada pela imprensa burguesa internacional que busca caracterizar Maduro como ditador e a oposição como democrática. No entanto, quando olhamos a história e trajetória política de todos os líderes da oposição podemos observar claramente que não há nada de democrático, todos eles são bichinhos de estimação amestrados pelos serviços de inteligência norte-americanos. esses lacaios do imperialismo e dos capitalistas internacionais querem derrotar o governo Maduro e estabelecer em seu lugar um governo servil aos interesses de seus patrões em Washington, mesmo que para isso tenham que defender o assassinato dos cidadãos venezuelanos pelas forças armadas de outras nações. Guaidó, assim como o conjunto da oposição venezuelana, são inimigos mortais de todo o povo venezuelano e devem ser tratados como tal. Não é possível permitir que nenhum desses capachos do imperialismo continue tramando e conspirando contra os interesses do povo, é necessário derrotar a direita e expulsar o imperialismo e seus representantes da Venezuela e de toda a América-Latina.
INTERNACIONAL| 9
AJUDA HUMANITÁRIA
Elliott Abrams, criminoso condenado nos EUA, é o articulador da entrega da “ajuda humanitária” à Venezuela Em 25 de janeiro do mês passado, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, apresentou Elliott Abrams como o novo líder da equipe da Casa Branca que “mediará” a crise na Venezuela. No momento em que os Estados Unidos pressiona para introduzir a “ajuda humanitária” à força na Venezuela, importa destacar o histórico obscuro de Abrams que interveio no transporte de armas para os Contras nicaraguenses dentro de voos de “ajuda humanitária”. E esse não é o único fato reputado a ele. “A paixão de Elliot pelos direitos e as liberdades de todos os povos convertem-no em um candidato perfeito, valioso e oportuno”, disse Mike Pompeo em 25 de Janeiro, apenas dois dias depois que o governo estadunidense reconhecera Juan Guaidó como suposto presidente interino do país, depois de autoproclamar-se em uma praça pública no dia 23 de janeiro. Elliot Abrams (esq.) e Mike Pompeo em 25 de janeiro (Foto: Agencias) Apesar dos elogios que recebeu por parte do governo estadunidense, incluído o presidente Trump, Elliot é lembrado na América do Sul e no Oriente Médio pelas intervenções militares que articulou.
O escritório se encarregava de comprar e entregar alimentos e suprimentos civis. Duemling disse que não gastaram dinheiro para comprar armas, mas decidiram que as armas que eram propriedade dos Contras poderiam ser transportadas pelos aviões de “ajuda humanitária” em alguns casos. O golpe de Estado de abril de 2002 na Venezuela
Lembremo-nos de algumas: O escândalo Irã-Contras Na Nicarágua, depois da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN, esquerda) derrubou em 1979 o Anastasio Somoza, ditador apoiado pelos Estados Unidos, Washington criou e financiou os Contras, um exército de paramilitares que ganhou muita má fama pelos seus desprezíveis ataques contra civis. A administração do presidente estadunidense Ronald Reagan (republicano e belicoso) intensificou a guerra civil depois de que o partido sandinista ganhara, anos antes, as eleições, que foram reconhecidas como livres e justas por observadores internacionais. Os Estados Unidos utilizaram-se da vizinha Honduras para apoiar os Contras e o ataque ao sandinismo, utilizando para isso, seu embaixador neste país, John Negroponte. Foram utilizadas numerosas bases militares hondurenhas para entregar os suprimentos aos Contras. Enquanto que a pobreza aumentava, a ajuda militar dos Estados Unidos aumentou de $ 3,9 milhões em 1980 para $ 77,4 milhões em 1984. O exército hondurenho, especialmente o Batalhão 316, treinado nos Estados Unidos, cometeu abusos generalizados contra os direitos humanos, incluindo sequestros, torturas e assassinatos. Negroponte trabalhou em estreita colaboração com os criminosos e encobriu seus crimes, segundo o embaixador Jack Binns, seu antecessor no cargo. Pressionados pelos relatos da mídia e pelos protestos populares contra a
intervenção dos Estados Unidos da América na América Centra, o Congresso estadunidense aprovou a emenda Boland, que cortou a maior parte da ajuda militar aos Contras. O governo Reagan, para iludir o Congresso e a indignação popular, iniciou uma arrecadação de dinheiro para os Contras, desde fontes privadas e estrangeiras. Uma das “boas ideias” que teve o tenente-coronel Oliver North, assessor de Reagan e membro do Comitê de Segurança Nacional, foi vender secretamente armas dos Estados Unidos ao Irã, que estava em guerra contra o Iraque e sofria um embargo pela tomada de reféns estadunidenses em 1979. Os benefícios da venda, cerca de 47 milhões de dólares, foram canalizados aos Contras para financiá-los. Elliot Abrams particiou na operação, trabalhou diretamente com North e foi um dos principais arquitetos da operação. Foi condenado em 1991, mas recebeu dois anos de pena em liberdade condicional pela condenação relacionada a “ocultamento de informações”. Anos depois, George Bush pai indultou-o. Os Contras cometeram mais de 1.300 ataques terroristas graças, em boa parte, ao dinheiro que recebiam dos Estados Unidos, os quais foram condenados pelo Tribunal Internacional de Justiça por ingerência nos assuntos internos, pelo uso ilegal da força e por violar a soberania da Nicarágua. A operação é o exemplo do modelo de intervenção em qualquer manual de direito internacional públi-
co que se preze. “Os Estados Unidos da América, ao entregar armas, equipar, financiar e abastecer as forças de oposição, estimulando, apoiando e ajudando por outros meios as atividades militares e paramilitares na Nicarágua e contra a Nicarágua tem atuado infringindo a obrigação que lhes incumbe com fulcro no direito internacional consuetudinário de não intervenção nos assuntos de outro Estado”, apontava o Tribunal. Envio de armas nos aviões de “ajuda humanitária” Uma das acusações contra Elliott foi registrada no The New York Times em 15 de agosto de 1987, e consistia no envio de armas para os Contras, camuflada em aviões com “ajuda humanitária”. Segundo o artigo, Robert Duemling, ex-chefe da secretaria de assistência humanitária nicaraguense do Derpartamento de Estado, declarou em agosto de 1987 que ordenou duas vezes a seus aviões a transportarem armas aos Contras na América Central sob a ordem de Elliott Abrams, quem, nesse momento, era Secretário de Estado Adjunto. Os envios consistiam em armas que os Contras precisavam entregar a suas tropas, disse o funcionário. Os vôos se realizaram no início do ano de 1986, quando o Governo estava prestando assistência militar aos Contras, e estava vigente uma proibição de dar-lhes ajuda militar no Congresso.
No artigo do El Diario (Espanha), o jornalista Javier Biosca Azcoiti nos relembra da participação de Elliott Abrams no golpe de Estado de abril de 2002 contra Hugo Chávez. Dias depois da tentativa de golpe, o jornal The Observer publicou que destacados membros do governo dos EUA, governado pelo George W. Bush, estava ligado diretamente à manobra. O jornal britânico informou citando fontes diplomáticas e da Organização dos Estados Americanos que os golpistas, incluso o próprio Carmona, haviam-se reunidos periodicamente durante meses com membros da Casa Branca e que o governo dos EUA não somente conhecia a operação, mas que a aprovou. “O personagem crucial em torno do golpe foi Abrams, que opera na Casa Branca como diretor do Conselho de Segurança Nacional para a democracia, direitos humanos e operações internacionais”, afirma o jornal. Meses depois da tentativa de golpe de Estado na Venezuela, Abrams foi nomeado por Bush como diretor do Oriente Médio e do Norte da África no Conselho de Segurança Nacional, cargo em que pode defender e pressionar a favor da invasão do Iraque em 2003 que derrubou o regime de Sadam Husseim. O massacre de El Mozote Alguns anos antes, em dezembro de 1981, o Batalhão Atlácatl do Exército de El Salvador, apoiado e financiado pelos EUA, cometeu um massacre contra a população de El Mozote e assassinou “deliberada e sistematicamente” centenas de civis, homens, mulheres e crianças em supostas atividades de contra-insurgência. O informe da Comissão da Verdade de El Salvador de 1993 destaca que em El Mozote foram identificadas 500 vítimas, porém “muitas outras não foram identificadas”. Diversas fontes assinalam que morreram entre 800 a mil pessoas. Em declarações diante do Senado pouco depois dos acontecimentos, Abrams afirmou que as informações de centenas de mortos não eram “confiáveis” e qualificou-as de propaganda comunista. “O batalhão a que você se refere [Atlacatl] tem sido elogiado por várias ocasiões pelo seu profissionalismo e pela estrutura de comando e controle coesa das tropas quando entram em batalha”, afirmou Abrams. Anos depois, Abrams reputou a política de El Salvador de “feito fabuloso”.
10 | MOVIMENTOS
PREVIDÊNCIA
Professores serão massacrados pela “reforma da Previdência” A
proposta da famigerada “reforma” da Previdência apresentada pelo governo golpista de Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (20) prevê regras mais duras para que professores se aposentem. Os professores da iniciativa privada, com a nova regra, terão que cumprir uma idade mínima de 60 anos. Isso valerá para homens e mulheres, que terão que contribuir por 30 anos. Atualmente na iniciativa privada, não há idade mínima, e sim o tempo de contribuição mínimo e de exercício da função é de 25 anos (mulheres) e 30 anos (homens). No caso dos professores do setor público, as regras propostas na “reforma” da Previdência também preveem os requisitos de 60 anos de idade, para homens e mulheres, e um tempo de contribuição de 30 anos.
Atualmente, os professores do setor público as mulheres se aposentam com idade mínima de 50 anos de idade e 25 de contribuição, e os homens com 55 anos e 30 anos de contribuição. O ataque atinge todos os setores e é ainda mais duro com as mulheres. No caso das professoras, por exemplo, o tempo de trabalho necessário para aposentadoria é igualado com o dos homens e passa a ser de 30 anos, com 60 anos de idade, em ambos os sexos. Outro ponto que está sendo usado pelo governo ilegítimo, é o de que se não houver reforma, os impostos irão drasticamente aumentar. O que não passa de uma desculpa para colocar a crise criada pelos próprios golpistas na conta dos trabalhadores. Essa é apenas a continuação do que já se iniciou com o golpe de Estado, o ata-
que que vem sendo promovido contra os trabalhadores somente irá se aprofundar com o governo fraudulento de Bolsonaro. Os professores, assim como toda a classe trabalhadora, devem se levan-
tar contra esse roubo do século, para derrotar o golpe e todas as suas medidas nefastas. Chega de assaltos à classe trabalhadora brasileira! Abaixo a Reforma da Previdência! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
MULHERES
UFMT
Ministra de Bolsonaro vai à ONU defender cadeia para as mulheres que fazem aborto
Ministério Público quer decidir quem é negro ou não, para impedir a entrada na universidade
A
atual ministra golpista dos direitos da mulher, da família e dos direitos humanos, Damares Alves, defendeu, em seu discurso no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira, 25, o “direito à vida desde a concepção”. Ao fazer tal declaração, Damares mais uma vez reforça a proposta da extrema-direita e da própria direita de criminalizar o aborto em todos os casos. No Brasil, o aborto é legalizado nos casos de estupro, má formação do feto e risco de vida para mãe. A direita golpista pretende, no entanto, alterar a lei tornando crime o aborto até mesmo nestes casos. Damares revela-se mais uma vez uma inimiga das mulheres, assim como todo o governo golpista de Bolsonaro. O número de mulheres mortas devido à prática do aborto clandestino no Brasil é um dos maiores do mundo. Dentre as principais vítimas dessa verdadeira violência do estado contra as mulheres, estão as mulheres mais pobres.
O discurso da ministra na ONU também deixou clara a hipocrisia da extrema-direita. Damares que defendeu um suposto enfrentamento ao feminícidio, na realidade quer mesmo é aumentar a violência contra a mulher por meio da criminalização do aborto em todos os casos. Trata-se e um ataque brutal dos golpistas contra as mulheres, que sofrerão ainda mais a opressão, isso sem falar na verdadeira ditadura que será imposta pelo estado cada vez mais fascista contra todas as mulheres. É preciso que os movimentos de luta das mulheres, bem como todas as organizações da classe trabalhadora deem uma resposta a altura à política de total repressão da direita. No próximo dia 8 de março é preciso sair às ruas em defesa do direito das mulheres, contra o governo golpista e farsesco de Jair Bolsonaro e defender também a liberdade do ex-presidente Lula, principal liderança popular do país e alvo mais destacado da ditadura golpista.
A
Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) está sendo questionada pelo Ministério Público Federal sobre a aprovação de seis candidatos pelo sistema das cotas raciais, que, em tese, não teriam o fenótipo compatível com o negro, nem atenderiam os critérios étnico-raciais exigidos por lei. Uma suposta fraude nas autodeclarações destes alunos deu causa à instauração de um procedimento investigativo, em que a universidade deve se manifestar dizendo se possui um sistema de controle por heteroidentificação dos candidatos negros, para análise de sua aparência e características físicas. A UFMT respondeu informando que, no ato da matrícula, já são adotados procedimentos de verificação da veracidade da autodeclaração dos estudantes por parte de uma comissão específica de ações afirmativas.
Depois da avaliação, divulga-se a lista dos não eleitos, sujeita a recurso, para, em seguida, serem chamados os próximos candidatos da lista de cotas. Nota-se, com isso, que o Ministério Público pretende controlar todos espaços universitários, inclusive os trabalhos oficiais de aferição das informações passadas pelos estudantes quando se declaram negros ou pardos. Na verdade, a direita quer acabar com a universidade pública, além de reduzir ou até mesmo eliminar a participação de negros e pobres nestes recintos. Avaliar a cor de pele de alguém é algo muito individual e subjetivo. Se o cidadão diz que é negro, é preciso considerá-lo negro, até porque o negro é oprimido na sociedade e só a ele deveria cabe analisar o preconceito pessoal sofrido. Assumir-se negro é colocar-se ao lado do oprimido.
MOVIMENTOS|11
INCRA
Sob Bolsonaro, instituto dominado por militares será instrumento dos latifundiários para perseguir sem terra O governo golpista de Jair Bolsonaro, nascido da fraude eleitoral e do golpe de Estado no Brasil, tem como um de seus principais objetivos esmagar a resistência popular contra os ataques neoliberais do governo. Um dos principais obstáculos para os planos dos golpistas e da extrema-direita são organizações populares e os movimentos sociais, tal como os sindicatos, os partidos de esquerda, os movimentos de luta pela terra e reforma agrária, etc. Por isso, Bolsonaro já tem colocado as forças de repressão do Estado para atuarem contra esses movimentos, sobretudo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que organiza um enorme número de militantes e um grande potencial para mobilização popular. A extrema-direita, que assume posições cada vez mais abertamente fascistas, inclusive já declarou que seria necessário armar os latifundiário para que eles pudessem assassinar os militantes do MST e defendem abertamente policiais responsáveis por massacres no campo. Apesar de muito organizados e capazes de amplas mobilizações o MST, sendo o alvo número um da repressão do governo, fica em uma situação extremamente delicada e passa a receber ataques cada vez mais intensos e violentos que partem de grupos para-estatais organizados por latifundiários, mas também das próprias forças de repressão estatais que pretendem esmagar o movimento. Cabe ressaltar que os fascistas pretendem enquadrar a atuação do MST como terrorismo, o que autorizaria não apenas a prisão das direções dos militantes, mas tam-
bém o uso cada vez mais indiscriminado da força para esmagar a organização. No conjunto dessas ações contra o movimento estão também os planos de criação de patrulhas rurais que sirvam para impedir e reprimir as ações do MST e outras organizações de luta no campo, defendendo os interesses dos latifundiários e legalizando o banho de sangue nos rincões do país. Os golpistas tomaram conta inclusive do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), colocando na sua direção militares cujo único interesse é liquidar o MST e atuar como cães de guarda dos latifundiários. Na semana passada o Coronel João Miguel Souza Aguiar, indicado como ouvidor agrário nacional do INCRA, orientou todas as superintendências regionais a não atenderem mais as entidades que, segundo ele, “não possuam personalidade jurídica” ou que “sejam invasores de terras”. Dessa
forma, o próprio Instituto da reforma agrária não atenderia mais justamente os movimentos que levam adiante essa luta, ou seja, é a destruição total do próprio instituto e mais uma tentativa dos golpistas de colocar o MST na defensiva. A ouvidoria foi costumeiramente utilizada como espaço de mediação de conflitos entre latifundiários e sem-terra e atuava na tentativa de amenizar as tensões e evitar confrontos abertos entre os dois setores. A medida do Coronel liquida a mediação e autoriza a participação apenas das empresas agrícolas e dos grandes latifundiários, excluindo a participação não apenas do MST, mas do conjunto dos movimentos que lutam pelo direito a terra no Brasil, o que inclui grupos indígenas e também quilombolas. Em outras palavras, a decisão é uma carta branca para que os jagunços e as polícias ataquem de forma cada vez mais aberta os movimentos e re-
primam suas ações com um nível de violência cada vez maior. De acordo com o Coronel, a decisão estaria em pleno acordo com o entendimento de seu colega presidente do INCRA (curiosamente outro militar), o General João Carlos de Jesus Corrêa. Ações como estas, somadas ao poder cada vez maior que as forças de repressão do Estado assumem no regime político, são indicadores que as tendências ao fechamento ditatorial do regime se aprofunda e traz consigo a perseguição política. Dezenas de lideranças sem-terra vem sendo sistematicamente assassinadas e a violência contra todas as organizações do campo assumiu níveis recorde desde o Golpe de Estado que depôs ilegalmente a presidenta Dilma Rousseff. Os relatórios sobre violência no campo dão conta de que a participação cada vez maior dos latifundiários no poder político desde a derrubada do governo petista tem sido acompanhada de uma onda violência no campo e um verdadeiro banho de sangue, os sem-terra (assim como indígenas e quilombolas) vêm sendo vítima de um massacre. Por isso, é cada vez mais necessário que estes movimentos se organizem em comitês de auto-defesa e lutem contra a violência do Estado, mas também dos latifundiários. É preciso lutar contra Bolsonaro e todos os golpistas, é preciso derrotar todas as suas medidas repressivas e reagir ao ataques fascistas. É preciso organizar desde já mobilizações de todas as organizações populares e operárias em unidade pelo “Fora Bolsonaro” e expulsar do poder todos os usurpadores.
FORA A POLÍCIA
CARNAVAL
PM prende estudantes por realizarem trote na Unesp: fora a polícia das universidades!
Onde se junta muita gente, o repúdio a Bolsonaro é generalizado
Q
uatro jovens e um adolescente foram presos nessa quarta-feira por suposto “desacato” em relação aos policiais militares que reprimiam um trote com os calouros da Unesp na cidade de Franca, interior de São Paulo. Na situação, cerca de cem estudantes festejavam na praça central da cidade, a praça Nossa Senhora da Conceição. Com a animação da festa, aproveitaram a fonte da praça para se refrescar do calor, chegando a vestir a estátua do local com as suas roupas. Essa simples atitude juvenil foi o suficiente para os policiais os enquadrarem como “depredadores da propriedade pública” e atacá-los a gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Essa repressão a uma festa estudantil vai mesma linha da situação em que dois calouros da PUC saíram espancados por por policiais na cidade
de São Paulo. Isso mostra o caráter fascista da ação policial, o qual é acentuado pela política fascistóide defendida pelo governo golpista. Tais situações deixam patente o real objetivo da Polícia Militar: reprimir a população. Dessa forma, mantê-la nas ruas é um risco constante para o povo que sequer tem o direito de armar-se. Por isso, deve fazer parte da pauta da esquerda a luta pela dissolução da Policia Militar e formação de milícias operarias nos bairros para sua própria defesa.
O
começo do Carnaval já mostrou qual o sentimento da população com relação ao governo fraudulento e golpista de jair Bolsonaro. Nos carnavais de Olinda-PE e de São Paulo, o que se ouviu foram xingamentos e repulsa generalizada contra o governo. Jair Bolsonaro é repudiado por boa parte do povo, que entende o caráter fraudulento de seu governo de ataques aos direitos da população e da classe trabalhadora, com o objetivo de encher os bolsos dos grandes ca-
pitalistas, bancos, ruralistas e etc. As massas, à sua maneira, pedem o fim do governo Bolsonaro e mostram que estão dispostas à luta nas ruas. A esquerda precisa, imediatamente, lançar uma ampla campanha nas ruas e nas organizações operárias e populares pelo Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula. É preciso canalizar o sentimento de revolta popular para uma grande mobilização que acabe com o regime golpista, liberte Lula e coloque os interesses populares no centro do poder político.
12 | ESPORTES
CAMPEONATOS
Flamengo estreia no returno goleando adversário e Gabriel marca o primeiro gol com a camisa rubro-negra Campeonato Carioca O Flamengo fez sua estreia no returno do “Cariocão” enfrentando o Americano, arrancando uma importante vitória. Não só pelo fato de ter jogado melhor e dominado amplamente o adversário em toda a partida, mas principalmente pelo fato de que começa a funcionar o esquema tático montado pelo técnico Abel Braga, onde aparece um time bastante agressivo no ataque, com três homens de características ofensivas, Diego, Arrascaeta e Gabigol. Em campo, o destaque na vitória por 4 x 1 do Flamengo ficou por conta de outra peça importante do time, mas que não vinha de um retrospecto de boas atuações. Vitinho, uma das apostas do time para a temporada. O meia atacante desencantou neste domingo e fez dois gols, com boa atuação e movimentação durante a partida. Diego e Gabigol foram os autores dos dois outros tentos que completaram a goleada rubro-negra. Gabigol rompeu o jejum de cinco jogos e marcou o seu primeiro gol com a camisa do novo time, comemorando muito junto à torcida. Ainda na abertura da Taça Rio (segundo turno), o Fluminense promoveu a estreia do meia atacante Ganso, que vestiu pela primeira vez a camisa tricolor. Foi uma estreia discreta, mas o suficiente para a aposta do time na temporada mostrar todo o seu estilo clássico e elegante de jogar e tratar a bola. O Fluminense saiu vitorioso ao derrotar o Bangu pelo placar de 2 x 0, com gols de Digão e Caio Henrique. No sábado, marcando o confronto do primeiro clássico, Botafogo e Vasco empataram pelo placar de 1 x 1, numa partida equilibrada. No entanto, o alvinegro da estrela solitária poderia ter tido melhor sorte, pois criou as melhores oportunidades, sem, no entanto, ser eficiente nas finalizações e sobretudo pela boa atuação do goleiro vascaíno, Fernando Miguel, que
evitou a vitória botafoguense com boas defesas. Campeonato Paulista (Paulistão) No sábado, no clássico da rodada, Santos e Palmeiras não saíram do zero a zero, numa partida bastante movimentada. Não foi um empate sem abertura do marcador daqueles sonolentos, que deixa o torcedor irritado. A partida foi marcada por lances de boas jogadas e lances de perigo ao gol por parte dos dois ataques. O lance que poderia ter mudado o placar em branco da partida foi desperdiçado de forma bisonha pelo atacante colombiano Borja, que não conseguiu empurrar para as redes uma bola que já estava praticamente dentro. O atacante escorregou e a bola foi rebatida, já próximo à linha, pelo zagueiro santista. A torcida, obviamente, não perdoou o colombiano, vaiando o atacante intensamente. No domingo, o Corinthians foi ao interior para enfrentar o Botafogo, de Ribeirão Preto e voltou com importantes três pontos na bagagem, depois de alcançar a vitória pelo placar de 1 x 0. Foi o terceiro triunfo consecutivo do “Timão”, que entrou em campo com uma formação mista, poupando sua força máxima para o compromisso pela Sul-Americama, quando terá que ir até a Argentina (Avellaneda) para um difícil compromisso contra o Racing. A partida decisiva contra os argentinos está marcada para a quarta-feira, dia 27. A primeira partida, na casa corintiana, terminou empatada em 1 x 1. O gol que deu a vitória ao time de Fábio Carille foi marcado justamente por um argentino, o atacante Boselli. Quem também esteve em campo na oitava rodada foi o São Paulo. O time do Morumbi confirmou que de fato esse é o pior início de temporada do clube em todos os tempos. O time não conseguiu ir além de um medíocre
empate, sem abertura de placar, contra o Red Bull Brasil, jogando em sua própria casa. A equipe ainda continua sem um técnico definitivo e foi comandada pelo interino Wagner Mancini, que vem assumindo as funções de treinador, antes da chegada de Cuca. Antes da partida, houve protestos fora do estádio, onde cerca de 200 torcedores gritaram palavras de ordem contra o presidente do Clube (Leco), o diretor executivo de futebol, o ex-jogador Raí e o atacante Diego Souza. Dentro do estádio, a principal torcida uniformizada do time, a Independente, decidiu ficar em silêncio durante toda a partida, sem dirigir qualquer palavra de incentivo à equipe, como tradicionalmente sempre faz. Dentro de campo, a mesma apatia que vem caracterizando as atuações do tricolor nas últimas partidas, incluindo aí a desclassificação para o Talleres-ARG, pela pré-libertadores e a derrota para o rival Corinthians. Não há qualquer dúvida que se trata da pior crise atravessada pelo grande time paulista, um dos maiores levantadores de títulos nacionais e também ganhador de outras importantes competições do continente, incluindo a prestigiada Libertadores, da qual é tri-campeão.
Copa do Nordeste Paralela às competições estaduais da região, está em disputa também a Copa do Nordeste, torneio que desperta grande interesse do torcedor nordestino. São dezesseis equipes nesta edição. No clássico regional deste domingo, o Fortaleza – campeão da Série B do campeonato Nacional – recebeu o Bahia. Os dois times disputarão a Série A do Brasileirão 2019. A partida terminou empatada em 2 x 2, num jogo muito movimentado onde a torcida do “tricolor de aço”, O Fortaleza, empurrou o time durante os noventa minutos. Os donos da casa abriram o placar, mas acabaram permitindo a virada dos visitantes, que fizeram 2 x 1. Já no final, o time dirigido por Rogério Ceni foi para cima e depois de muita pressão e incentivo da torcida arrancou o empate, fazendo explodir o Castelão. Os times que disputam o torneio estão divididos em dois grupos (A e B). No Grupo A a liderança é do Fortaleza, que com o empate deste domingo alcançou os cinco pontos. No Grupo B está o Bahia, que com o empate contra o Fortaleza assumiu a quinta colocação, estando agora com seis pontos. O Ceará lidera o Grupo B, com oito pontos.