Edição Diário Causa Operária nº5566

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QUARTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5566

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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MEC REAFIRMA: ESCOLA “SEM PARTIDO” É ESCOLA COM O PARTIDO DE BOLSONARO E DOS FASCISTAS

A mensagem do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, distribuída às redes de ensino de todo o País, em que pede a diretores de escolas que leiam para alunos e funcionários uma “carta” de volta às aulas que termina com o slogan da campanha do presidente Jair Bolsonaro nas eleições: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos” EDITORIAL

Cartel de Lima: imperialismo e seus capachos ainda querem invadir a Venezuela Na última segunda-feira, o chamado Grupo de Lima se reuniu em Bogotá, na Colômbia, para fazer um balanço da tentativa fracassada de invasão da Venezuela no dia 23 de fevereiro.

Menos direitos e mais empregos: PSTU adere ao bolsonarismo na GM João Doria, o bolsonarista governador de SP, e a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (filiado à Conlutas/PSTU) estão a roer as unhas dos dedos de ansiedade aguardando o “prometido” investimento de R$ 5 bilhões de reais

Matemágica: pesquisa da CNT descobre que o povo gosta de ser esmagado por Bolsonaro A “pesquisa” CNT/MDA sobre o governo fraudulento de Bolsonaro, cujo resultado foi anunciado hoje, ainda precisa ser melhor compreendido, inclusive para verificarmos se é uma fraude como o foi a eleição de 2018. Caneca de porcelana - 300ml

Massacre neoliberal: executivos da Vale sabiam do risco e não se importaram porque só pensam no lucro De acordo com uma nota publicada na coluna de Mônica Bergamo na terça-feira (26/02), um dos gerentes da Vale sabia da existência de problemas nas barragens.

Operários da Ford realizam ato contra fechamento de fábrica no ABC: é preciso ocupar a fábrica!

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Pesquisa fraudulenta: para a CNT, metade dos brasileiros não quer se aposentar Seria uma redundância dizer que um governo fruto de uma fraude se sustenta com base na manipulação, na mentira e na falsificação de resultados. Pois bem, é disso que se trata quando observamos os resultados da pesquisa apresentada pela CNT/MDA divulgada nessa terça-feira (26).

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2 | POLÍTICA

MEC REAFIRMA: ESCOLA “SEM PARTIDO” É ESCOLA COM O PARTIDO DE BOLSONARO E DOS FASCISTAS A

mensagem do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, distribuída às redes de ensino de todo o País, em que pede a diretores de escolas que leiam para alunos e funcionários uma “carta” de volta às aulas que termina com o slogan da campanha do presidente Jair Bolsonaro nas eleições: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos” e que ainda orienta osCarta endereçada pela assessoria de comunicação do Ministério da Educação aos diretores de escolas públicasdiretores a filmarem os alunos durante a leitura da carta do ministro e enviarem ao Ministério da Educação (MEC) e que nos vídeos, estudantes e servidores, apareçam perfilados diante da bandeira do Brasil e cantem o hino nacional, não deixa sombra de dúvidas de que a Escola almejada pelos defensores da “escola sem partido” e inimigos declarados do ensino público do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro é a escola fascista do partido bolsonarista. “Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvido na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!“, diz a cartaCarta assinada pelo ministro da educação aos es-

tudantes de escolas públicas do Brasil assinada por Vélez, colombiano naturalizado brasileiro, que além de chamar os brasileiros de “canibais” e “bandidos”, defendeu a ultra reacionária criação de centenas escolas militares pelo País (que seria controladas, por exemplo, pelos PMs assassinos de jovens indefesos no Rio de Janeiro ou pelas tropas acostumadas a executar pobres e pretos nas periferias das grandes cidades) em nome do combate à violência (a mesma que a

intervenção militar fez crescer no Rio de Janeiro.Em mais de 100 dias como ministro indicado e dois meses depois de ter tomado posse, não há uma única iniciativa do ministro em favor de qualquer melhoria, em nenhum escola ou universidade do País, mas todas as suas iniciativas, como de todo o governo fraudulento de Bolsonaro (que só chegou à presidência, graças à realização de eleições sem Lula preso político, condenado sem provas e cassado de forma inconstitucional)

são apenas de ataque ao ensino público, de restrição da liberdade dos jovens, de favorecimentos dos tubarões do ensino pago e de perseguição aos educadores, visando e de buscar de estabelecimento de uma verdadeira ditadura contra professores e alunos, como prega a “escola sem partido”, tudo encoberto por um discurso falsamente moralista e do cinismo do “combate à corrupção” da parte de políticos burgueses que repetem as práticas comuns de todas as máfias da política capitalista. As mensagens foram tornadas públicas no momento em que, até mesmo pesquisas encomendas por setores patronais e golpistas, comprovam que Bolsonaro já é um dos mais impopulares governos da história do País (em tão pouco tempo após a posse). Fica evidente que a direita quer controlar as escolas para doutrinar uma parte da população e criar algum apoio (artificial) para sua política impopular de ataques às condições de vida de milhões de trabalhadores, quando o governo fascista busca impor o roubo da Previdência e busca se aliar à operação golpista comandada pelos EUA que ameaça levar o Brasil a uma guerra contra um País vizinho, para derrubar um governo legitimamente eleito por seu povo.

MATEMÁGICA

Pesquisa da CNT descobre que o povo gosta de ser esmagado por Bolsonaro

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“pesquisa” CNT/MDA sobre o governo fraudulento de Bolsonaro, cujo resultado foi anunciado hoje, ainda precisa ser melhor compreendido, inclusive para verificarmos se é uma fraude como o foi a eleição de 2018. Jornalões, como o Estado de S. Paulo, cujo dono foi um dos mentores do golpe de 1964, faz alarde sobre uma suposta aprovação, pessoal, de Jair Bolsonaro, com um índice de 57,7% dos brasileiros. Esse número é contraditório com as manifestações de desapreço a ele e a seus filhos. Quando lembramos que deve ter sido um dos candidatos com maior indice de rejeição durante a campanha, faz menos sentido ainda. Será preciso analisar com lupa os formulários e a metodologia usada nessa ‘pesquisa’.

Por outro lado, quando se considera o desgoverno em si mesmo, o que temos é a menor taxa de aprovação desde o governo FHC. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no início de seu mandato chegou a ter registrado 57% de aprovação, o ex-presidente Lula, 56,6%, e a ex-presidenta Dilma 49,1%. Jair Bolsonaro teve registro de 39,8% de aprovação, percentual menor do que o que o de seus pretensos eleitores. Quase empatou com o ex-presidente Fernando Collor, que, no seu terceiro mês de governo, segundo o DataFolha teria 36% de aprovação, estando em situação muito mais complicada, mas tendo uma base parlamentar similar. Outra semelhança entre Collor e Jair Bolsonaro, além da frágil e artificial base parlamentar, é que ambos

foram eleitos fraudulentamente. Não podemos esquecer que o povo queria Lula como presidente, e provavelmente seria eleito no primeiro turno. O Sistema de Justiça funcionou afinado para impedir que Lula concorresse, depois o silenciou, o impediu de ser visto, citado, entrevistado, dificultaram visitas a ele, a imprensa tratou de bombardear a opinião publica, inclusive com pedaços de ‘delação premiada’ oficialmente vazada, com acusações, sem prova, do ex-ministro Palocci. Ao mesmo tempo, o MP segurou informações sobre as falcatruas da família Bolsonaro. Mais, as Forças Armadas entraram em campo ameaçando o STF, junto com o MP e a imprensa marrom, cada vez que se apresentava uma possibilidade de Lula ser libertado. É incompreensível pois que um candidato que foi sempre tão mal avaliado e que, iniciado o governo, com tantos escândalos e membros do primeiro escalão envergonhando o país, demonstrando dia após dia, a cada vez que abrem a boca e decidem agir, quão incompetentes e desequilibrados são, motivo de chacota no Brasil e no exterior, que um presidente que governa com os filhos aloprados, igualmente falando e fazendo bobagens, provocando con-

fusão, promovendo ‘barracos’, disseminando discórdia dentro do próprio partido do pai e com seus colaboradores mais diretos, tenha um índice de aprovação pessoal como esse indicado pela CNT. Não, um presidente que não sabe falar, mal-educado, tosco, ignorante, que passa mais tempo no Twitter do que pensando no país, que afirma que o trabalhador deverá escolher entre ter direito ou ter emprego, que ataca professor, que maldiz a juventude, que faz chacota das mulheres, que ameaça matar, que não tem vergonha em afirmar ter sido o único parlamentar contra a Emenda Constitucional das Empregadas Domésticas, que propõe uma reforma da previdência que vai empobrecer os idosos, impedir que milhões possam aposentar, inclusive porque vão morrer antes, um presidente que mostra todos os dias que não entende absolutamente nada do cargo e do país, que se cerca de lunáticos incompetentes, mas também de militares (comprovando que ele mesmo manda pouco ou nada), não é possível que um presidente desses tenha um índice de aprovação de 57,5%. Mas não se trata sequer de erro, tudo indica ser manipulação mesmo. Melhor ouvir os blocos de carnaval Brasil afora, ali temos a exata medida da DESAPROVAÇÃO de Bolsonaro e seu desgoverno. Protestos não têm faltado, eles vão aumentar. Nem a CNT vai conseguir esconder isso.


POLÍTICA| 3

MASSACRE NEOLIBERAL

Executivos da Vale sabiam do risco e não se importaram porque só pensam no lucro D e acordo com uma nota publicada na coluna de Mônica Bergamo na terça-feira (26/02), um dos gerentes da Vale sabia da existência de problemas nas barragens. Em depoimento realizado durante a investigação a respeito do desastre de Brumadinho (MG), ele admitiu que a diretoria executiva da Vale estava ciente dos problemas da barragem. A coluna informa também que, na semana passada, o Ministério Público de Minas Gerais ouviu seis pessoas da diretoria da Vale, entre elas, dois gerentes que chegaram a ser presos: Alexandre Campanha e Joaquim Pedro de Toledo. As mortes provocadas pelo rompimento das barragens de Brumadinho (MG) e Mariana (MG) juntamente com a destruição ambiental evidenciam a inviabilidade das privatizações. Considerada uma das maiores empresas do mundo, a Vale foi privatizada no final

do governo Fernando Henrique Cardoso. Embora possuísse um valor de mercado em torno de U$ 3,3 trilhões, foi colocada nas mãos de compradores como banqueiros nacionais e internacionais e o investidor norte-americano George Soros pela quantia de U$ 3 bilhões. Dessa maneira, o objetivo da empresa passou a ser expandir o seu lucro sem que houvesse nenhuma preocupação com as condições de trabalho e a situação das barragens. Como foi possível notar no caso da tragédia de Brumadinho, os empresários recusam a fazer o ressarcimento dos danos para a população, mesmo que isso ainda seja insuficiente diante de todo o desastre provocado por eles. É importante lembrar que, assim como a Vale, outras empresas controladas por banqueiros e empresários cujo objetivo é única e exclusivamente o lucro, provocaram acidentes tão

graves quanto os que ocorreram em Minas Gerais. Em 2010, por exemplo, a British Petroleum foi a responsável pelo maior vazamento de petróleo da história. No desastre, morreram 11 operários e 3,2 milhões de litros de petróleo vazaram no Golfo do México depois da explosão da plataforma Deepwater Horizon. Em casos como estes, a saída possível é expropriar as empresas e colocá-

-las nas mãos das pessoas que, de fato, produzem, trabalham e demonstram uma real preocupação com o desenvolvimento social tanto dos próprios trabalhadores quanto da população nacional como um todo. A privatização da Vale evidenciou o descaso da empresa com os trabalhadores e as suas condições de trabalho bem como com o meio ambiente. Sendo assim, reestatizá-la é preciso.

PESQUISA FRAUDULENTA

Para a CNT, metade dos brasileiros não quer se aposentar S

eria uma redundância dizer que um governo fruto de uma fraude se sustenta com base na manipulação, na mentira e na falsificação de resultados. Pois bem, é disso que se trata quando observamos os resultados da pesquisa apresentada pela CNT/MDA divulgada nessa terça-feira (26). Segundo os dados apresentados, Bolsonaro é aprovado por 57,5% da população e rejeitado por 28,2%, enquanto os que não sabem ou não quiseram responder totalizam 14,3%. Não era de se esperar outro panorama. O regime golpista vem contando com o pérfido proselitismo da imprensa golpista desde a campanha eleitoral. Ora! Afinal, os esforços despendidos na derrubada da presidenta Dilma Rousseff – legitimamente eleita –, e o desgoverno de Michel Temer (MDB) colocaram o golpe em ordem de marcha e a todo vapor. Agora que o golpe se encontra em um nível mais avançado, os lacaios não abrirão mão facilmente e tentarão a todo o custo impor de forma arbitrária os interesses dos grandes grupos econômicos na tentativa de estancar a

sangria do sistema capitalista. De fato, os golpistas tiveram que se contentar com o provérbio popular “se não tem tu, vai tu mesmo”, visto que Geraldo Alckmin – o preferido da burguesia, não subiu nem por reza braba. Cabe a Bolsonaro dar sequencia aos planos já iniciados por Michel Temer. De acordo com a pesquisa, a população não quer se aposentar, visto que do total de entrevistados: 11% não quiseram responder, 45,6% rejeitam a proposta e 43,7 aprovam a matéria. É preciso uma boa dose de abstração alucinógena para dar créditos a uma pesquisa que contraria totalmente o que temos observado até então. As manifestações já experimentadas pelo golpista Michel Temer continuam a fervilhar. Agora o bastão do golpe foi revezado e quem assume a cruzada contra a população é o capitão boçal. Com efeito, a intensificação dos ataques da extrema-direita pode por o País em chamas. Basta pegar as diversas manifestações e greves que estão aumentando em ritmo acelerado em todo o território nacional contra

a reforma da previdência, como o caso dos servidores públicos municipais de São Paulo. Ademais, vale ressaltar a decisão das principais centrais sindicais em assembleia realizada na quarta-feira passada (20) de levar milhares de trabalhadores a se manifestarem nas ruas nos dias 8 de março e 1º de maio. Diante de toda a trapaça orquestrada pelo regime golpista que, claramente, conta com o apoio da impren-

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV

sa burguesa, é necessário que se faça a denúncia e se esclareça a todos os trabalhadores, sobretudo os menos esclarecidos, que este governo é uma declaração de guerra e está disposto a ir às ultimas consequências para garantir o faturamento dos grandes grupos capitalistas e dos bancos; sendo estes, os maiores saqueadores do trabalho alheio e os que tirarão o maior proveito da reforma da Previdência através da capitalização.


4 | POLÍTICA

O GOLPE PIOROU AS CONDIÇÕES DE VIDA DO POVO

Desigualdade é a pior em sete anos

S

egundo dados de um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgado pelo Estadão/ Broadcast, a desigualdade de renda aumentou no Brasil em 2018, atingindo seu maior índice desde 2012. A desigualdade de renda entre os domicílios subiu 1,7% no 4º trimestre de 2018, enquanto que, no 3º trimestre de 2018, era de 0,6156. Esse nível de desigualdade tem aumentado pelo 16º trimestre consecutivo.

De acordo com o pesquisador da FGV e autor do levantamento, Daniel Duque, os principais motivos que têm levado ao aumento da desigualdade entre famílias são o desemprego e os baixos salários decorrentes da falta de capacitação profissional. A falta dessa capacitação faz com que o trabalhador tenha dificuldade para crescer na sua carreira, fazendo com que, muitas vezes, ele tenha que recorrer ao trabalho informal para se manter e, por conse-

quência, sua renda cai consideravelmente. Outro motivo apontado por Duque é a falta de aumento real do salário mínimo aliado à queda do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 e 2016. Isso fez com que, desde esse período até agora, o aumento passasse a ocorrer acompanhando a inflação. Isso mostra que a direita, que agora está no poder, não tem melhorado de modo nenhum as condições de vida do povo brasileiro. Muito pelo contrário: tem deteriorado as suas condições de vida vertiginosamente. Retirando os direitos dos trabalhadores e ameaçando acabar com toda sorte de assistência social, deixando dezenas de milhões de pessoas desempregadas e no subemprego, fazendo com que grande parte da população caia na miséria. Foi para isso mesmo que deram um Golpe contra o PT e derrubaram a ex-presidenta Dilma: retirar da população na tentativa de salvar os grandes capitalistas da crise do sistema. Fizeram a mesma coisa através dos ex-presidentes Collor, Itamar Franco e FHC. Como eles atingiram

um alto índice de impopularidade diante da implementação do destrutivo projeto neoliberal no Brasil, a burguesia permitiu ao PT que governasse durante algum tempo para que ele servisse apenas como uma “válvula de escape” do regime burguês nacional e a situação não se tornasse explosiva, fugindo do controle. Passado esse momento, foi conveniente à burguesia que se iniciasse a perseguição ao PT, derrubando a Dilma e colocando o Temer em seu lugar. A direita perseguiu juridicamente o ex-presidente Lula e o pôs na cadeia, por meio de um processo totalmente fraudulento. Através de uma grande fraude eleitoral, o impediram de concorrer às eleições para colocar na presidência Jair Bolsonaro, afim de que ponha em prática o plano de ataque aos direitos da população que o FHC não conseguiu cumprir em sua totalidade. Sendo assim, a única maneira de reverter essa situação e combater a direita é por meio da mobilização popular, nas ruas. É importantíssimo neste momento organizar-se em torno da palavra de ordem “Fora Bolsonaro!”, mobilizar-se contra as reformas do atual governo golpista e fazer a campanha em prol da libertação do Lula.

REPRESSÃO NO ESTADO

PEC da Previdência libera PMs para participar das eleições N

a última quarta-feira, dia 20 de de fevereiro, o governo golpista de Jair Bolsonaro enviou para o Congresso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa alterar a previdência pública no Brasil. A chamada “reforma da Previdência”, que na verdade é a destruição da aposentadoria dos trabalhadores, tem sido amplamente debatida e tem sido tratada como urgente pelos golpistas que anseiam em entregar para os banqueiros o dinheiro dos trabalhadores. Mas além da retirada monstruosa dos direitos dos trabalhadores a proposta também traz em seu texto elementos que nada dizem respeito à Previdência, mas que foram ali colocados de forma irregular para forçar a aprovação de pautas impopulares. O ponto mais gritante é o que modifica a atual legislação para permitir a candidatura de policiais e demais membros

do aparato repressivo do Estado, como bombeiros e militares. Apesar de não ter nenhuma relação com o conjunto da proposta o texto da emenda constitucional prevê a alteração da constituição no que diz respeito a possibilidade de policiais participarem como candidatos das eleições, e é uma clara tentativa do governo golpista de traficar para dentro da reforma elementos que permitam ao Estado um controle cada vez maior do processo eleitoral e do próprio poder legislativo. O texto prevê a retirada da Constituição das restrições e condições para que policiais militares sejam candidatos e na prática permite que eles participem sem nenhuma restrição. Temos que lembrar que as polícias e o conjunto do aparelho repressivo tem sido uma das principais bases de apoio não apenas de Bolsonaro, mas de todo o regime golpista que usurpou

ilegalmente o poder com a derrubada do governo eleito de Dilma Rousseff em 2016. As eleições de outubro do ano passado foram totalmente fraudadas por esse regime, que impediu o candidato mais popular de participar do processo (o ex-presidente Lula) e aplicou uma série de sanções arbitrárias sobre várias candidaturas de esquerda em todo o Brasil. A manobra é uma tentativa dos golpistas de fazer passar despercebida uma medida que tem como objetivo aumentar a participação da repressão no poder do Estado, o que aprofunda o fechamento cada vez mais ditatorial do regime. A participação dos membros da repressão estatal no poder legislativo é uma típica eatratetegia fascista para controlar a aprovação de leis e favorecer a criação de um regime de guerra aberta contra o povo. Considerando a fraude escancarada

que os golpistas realizaram nas eleições não é de se surpreender que se os policiais forem autorizados a participar do processo eleitoral muitos serão eleitos através dessas mesmas manobras. Esse e mais um motivo para nós opormos totalmente ao projeto de “reforma da previdência” apresentado pelos golpistas, e que além de destruir a aposentadoria quer também colocar a polícia no controle do poder legislativo. Vale destacar que a polícia brasileira é um órgão de repressão extremamente violento que atua sempre para massacrar a população pobre e trabalhadora e garantir os interesses dos grandes capitalistas. Agora eles querem participar diretamente do poder político e ampliarão ainda mais sua atuação perversa contra o povo, levando adiante o projeto dos golpistas de esmagar a resistência popular ao avanço da extrema direita.


INTERNACIONAL | 5

CARTEL DE LIMA

Imperialismo e seus capachos ainda querem invadir a Venezuela N

a última segunda-feira, o chamado Grupo de Lima se reuniu em Bogotá, na Colômbia, para fazer um balanço da tentativa fracassada de invasão da Venezuela no dia 23 de fevereiro. Fundado em 2007, o Grupo de Lima é uma organização que tem, como objetivo explícito, intervir na política venezuelana. Como o grupo é composto apenas por chanceleres de regimes golpistas e representantes do capitalismo em geral, essa organização é um verdadeiro cartel de criminosos que conspiram contra os interesses das populações que supostamente representam. A reunião da última segunda-feira recebeu o vice-presidente norte-americano Mikke Pence. O curioso é que os Estados Unidos não fazem parte dos 14 países que oficialmente integram o Cartel de Lima. No entanto, como seus membros são uns lacaios do imperialismo, os Estados Unidos são sempre bem-vindos nas reuniões. O Cartel de Lima não está dando nenhum sinal de que deixará o povo venezuelano em paz. Se há algum recuo ou discursos cautelosos, como

as falas mais diplomáticas do general Hamilton Mourão, isso se deve apenas ao fato de que imperialismo está tentando evitar uma explosão social

golpe na Venezuela é que Mikke Pence e o autoproclamado presidente Juan Guaidó não descartaram uma intervenção externa na Venezuela. Além

que culmine na expropriação de toda a burguesia venezuelana. Um dos indícios que demonstram o compromisso do Cartel de Lima com o

disso, os membros do cartel tentarão levar Nicolás Maduro ao tribunal penal internacional por “crimes contra a humanidade”.

INGLATERRA

A imprensa golpista continua fazendo seu trabalho sujo de tentar jogar tantas pessoas quanto possível contra o governo venezuelano. No dia 23, em que o imperialismo tentou invadir a Venezuela, a imprensa capitalista mundial disseminou inúmeras calúnias e disparou uma série de ataques contra Nicolás Maduro. O presidente democraticamente eleito pelo povo venezuelano é chamado de ditador, fpi dito que a Guarda Venezuelana atacou manifestantes e até teria ateado fogo em um caminhão etc. As mentiras da imprensa burguesa não só não foram desmentidas como aumentaram ainda mais. Há uma enorme campanha da direita acusando Maduro de estar matando o povo de fome e de estar perdendo centenas de militares das Forças Armadas venezuelanas. Isso só mostra que, mesmo parcialmente derrotado, o imperialismo segue pressionando para tentar derrubar o governo Maduro e saquear a Venezuela, da mesma forma como vem fazendo no Brasil e na Argentina.

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Ala direita deixa o Partido Trabalhista com ataques sionistas a Jeremy Corbyn

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esde o início da crise do governo de Theresa May, que acentuou-se sobretudo depois do Brexit, Jeremy Corbyn vem sofrendo ataques da direita, seja ela de partidos tradicionalmente de direita na Inglaterra ou de uma ala direitista dentro do próprio Labour Party (Partido Trabalhista), partido liderado por Corbyn. A origem desses ataques deve-se ao fato de Corbyn, líder da oposição, ter grandes chances de ser o próximo primeiro ministro da Inglaterra. Dentro de seu partido, uma pequena ala de parlamentares que atacava-o sistematicamente, acusando-o sobretudo de ser antissemita, agora rompeu com o Labour, todavia recusando-se a vagar o assento na Câmara dos Comuns – câmara baixa do parlamento inglês. Ao todo foram noves parlamentares que romperam, dentre eles, Joan Ryan, uma das principais responsáveis pela campanha sionista dentro do partido, que levava uma forte campanha para manchar a reputação de Corbyn com um pseudo antissemitismo. É importante frisar que essa campanha contra o líder do Labour se dá pelo apoio do mesmo à causa palestina e contra as investidas genocidas de Israel. Desde de que se reuniu com membros do Hamas, os ataques tem sido constantes, sobretudo vindo por parte da imprensa imperialista. A maioria dos que romperam faziam parte do Labour Friends of Is-

rael (Trabalhistas Amigos de Israel), um grupo de parlamentares do Labour Party que militam em prol de Israel. O grupo que se pretendia independente foi comprovado como uma iniciativa da embaixada israelita, que cobria e direcionava a ação dos parlamentares lobistas. A descoberta deu-se graças a uma pesquisa dos jornalistas da Al Jazeera, que culminou inclusive na produção de um filme produzido pelos mesmos no qual a o funcionamento dessa rede pró israelita vê a luz do dia. Fica claro que a campanha midiática promovida por Israel e pelo imperialismo europeu quer manchar Corbyn e diminuir ao máximo sua possibilidade de assumir com Primeiro Ministro da Inglaterra. Suas declarações a favor da Palestina, contra as investidas imperialistas do Reino Unido e sua proximidade com os sindicatos ingleses seria um forte golpe para a burguesia inglesa e que reverberaria no burguesia europeia.

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


6 | OPINIÃO E POLÊMICA

SÃO PAULO

Menos direitos e mais empregos: PSTU adere ao bolsonarismo na GM

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oão Doria, o bolsonarista governador de SP, e a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (filiado à Conlutas/PSTU) estão a roer as unhas dos dedos de ansiedade aguardando o “prometido” investimento de R$ 5 bilhões de reais da direção da General Motors para a fábrica de São José, segundo informado pela própria direção do sindicato. Para ambos, tal medida da GM pode significar mais empregos mesmo que a custa de mais isenção fiscal a favor da montadora e do rebaixamento salarial aceito pelo sindicato do PSTU. É ironia, mas não precisou nem um rugido de leão, nem mesmo um miado de gato para a direção do sindicato entregar direitos e conquistas da categoria e o que é pior, culpando os próprios operários pela aceitação da proposta de rebaixamento do piso, do congelamento salarial, entre outras. Em épocas de crise como a que vivemos agora, acentua-se a tentativa do sindicalista pelego em debitar na conta do trabalhador a sua própria capitulação política, como expressou o vice-presidente do sindicato, Renato

Almeida, de que “O Sindicato é contra qualquer medida que penalize os trabalhadores com retirada de direitos, mas respeitamos a decisão da assembleia, que é soberana. Agora vamos nos manter firmes na cobrança para que a GM cumpra o compromisso de viabilizar a vinda de um novo projeto para a fábrica de São José dos Campos. Vamos lutar também pela manutenção dos postos de trabalho e garantia de estabilidade no emprego”. De acordo com dados divulgados na imprensa, a montadora norte-americana encerrou 2018 em primeiro lugar nas vendas de automóveis e comerciais leves no país, com emplacamentos de 434,4 mil veículos, um crescimento de 10% sobre o volume emplacado em 2017. O próprio sindicato corrobora, informando que o lucro da empresa em 2018 foi da ordem de 8,1 bilhões de dólares. Pelos números do ano passado e a promessa de novos “investimentos” no país é fácil observar que se trata de uma grande balela o discurso da empresa de que o “momento é muito crítico”, “a GM vai sair do Brasil se não

A ESQUERDA NÃO PODE APANHAR CALADA

Os partidos devem organizar seus militantes para se defender

voltar a dar lucro”, etc. Na realidade, o que existe por trás da “ameaça” de saída da montadora do país é a implementação na prática da reforma trabalhista, um dos eixos do golpe de Estado de 2016, e no caso em questão, o sindicato foi fundamental para sacramentar essa política. A aliança do PSTU com o patrão não se expressa somente no acordo pela flexibilização dos direitos dos operários, também se expressa no respeito ao “Deus mercado”, à “necessidade” imperiosa do lucro capitalista. Na hipótese de que houvesse, de fato, prejuízo por parte da empresa, por que os trabalhadores é que deveriam pagar a conta? E os bilhões e bilhões de lucros enviados para a matriz, a partir da unidade de São José dos Campos desde 1958? Quer dizer, tem uma crise na empresa e os trabalhadores é que se danem? Como dito, isso é coisa de pelego. Joaquinzão, Medeiros ou Paulinho da Força não fariam pior. O papel de uma direção sindical de luta é o de defender os trabalhadores que representa por todos os meios, mas

COLUNA

Já é ditadura nas escolas Por Rafael Dantas

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epois da fuga de Jean Wyllys do cenário político após ameaças da extrema-direita, o PSOL relatou em artigo como tem se intensificado as ações dos parlamentares da direita fascista e aqueles que estimulam, contra os militantes de esquerda, mas principalmente contra o partido, uma vez que sempre traz à tona o caso da facada falsa no presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, pelo ex-filiado do partido que é um fato que serviu como uma arma a ser usada contra toda a esquerda de conjunto. A ameaça mais recente foi a presença de um PM em uma das reuniões organizadas por simpatizantes do PSOL na sede da Federação das Favelas (Faferj), uma clara representação do avanço da extrema-direita e arbitrariedade dos defensores do Estado burguês. Mas em suma, o artigo intitulado “Como o PSOL se defende da ofensiva da extrema-direita” na verdade não é isso que é explanado, porque finalmente não existe uma organização do partido para defender seus quadros da agressão da direita.

Ao contrário do que fez Jean Wyllys, os partidos de esquerda precisam organizar a proteção de seus militantes e isso deve ser feito com os próprios representantes dos movimentos de luta que estes partidos compõem, como PT, PSOL, PCdoB deveriam usar a posição que estão para organizaram a autodefesa para que impeça a ação dos direitistas que vêm promovendo ameaças além das palavras, mas também físicas. Não é fugindo ou recorrendo à justiça golpista ou muito menos a policia assassina do estado para lhe darem proteção. É preciso que todos os partidos de esquerda organizem imediatamente a reação contra a extrema-direta e promova um esquema de proteção e autodefesa dos parlamentares. Enquanto não houver reação por parte da esquerda, os fascistas se sentirão a vontade para ameaçarem e atacarem os militantes indiscriminadamente. Nesse momento, os comitês de autodefesa continuam sendo a política mais correta para lidar com a extrema-direita, de maneira prática e efetiva.

nunca rebaixando as reivindicações ao patamar do setor menos consciente da categoria. Muito menos encondendo a própria capitulação na insegurança e no medo da categoria, que é resultado da própria política do sindicato, que capitulou e não organizou nenhuma campanha real contra os patrões. Ou seja, a situação transformou-se em um círculo vicioso e o sindicato acaba correndo sempre atrás do seu rabo. Sacramentada a assinatura do acordo, a direção sindical procura encobrir sua medonha traição sob o manto de uma campanha de garantia do emprego. Está mais do que patente que a empresa voltará à carga contra os trabalhadores da GM. Se conseguiram rebaixar o piso da categoria, o próximo passo será o de substituir operários antigos por novos. Para isso é preciso que a mobilização operária supere a política de completa colaboração da direção do sindicato com os interesses patronais, como é o caso da direção sindical do PSTU.

Ministério da Educação enviou um comunicado a escolas de todo o País pedindo que os diretores organizassem professores, alunos e funcionários para, diante da bandeira do Brasil, cantar o hino nacional e ouvir uma mensagem do ministro Ricardo Vélez Rodríguez. É a volta às aulas. A carta do ministro diz: “brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!” A inclusão do lema de campanha eleitoral de Bolsonaro é propaganda aberta da direita nas escolas. Está sendo feita sob a cobertura do ministro da educação que é um discípulo de Olavo de Carvalho e defensor do “Escola Sem Partido”. Com o pretexto de eliminar a discussão política das escolas estão impondo a política da direita. É um projeto para combater a esquerda, a ideologia progressista e libertária dentro das escolas, e substituir o pensamento científico e a análise livre de preconceitos religiosos e morais pela ideologia da direita, sua orientação política, imposta a professores e estudantes em todo o país. Como não bastasse o absurdo pedido do ministro, um complemento torna a situação toda ainda mais surreal. Os diretores, segundo orientação do MEC, deveriam filmar a cena e enviar o vídeo para o ministério, como

que para comprovar que receberam e cumpriram a ordem. É a tentativa de submeter as escolas aos ditames da ditadura do governo Bolsonaro, da direita ferozmente pró-imperialista que não está minimamente interessada na qualidade da educação. Da direita que tem uma política de liquidação do ensino público, com fechamento de escolas, demissões, arrocho salarial dos professores, que vem se desenvolvendo nos governos estaduais e que vai desabrochar totalmente em nível nacional pelas mãos do governo Bolsonaro. É uma situação ameaçadora para o povo trabalhador em geral. O pedido do Ministro é um retrato do que aconteceu no País durante a ditadura militar. A direita reacionária quer fazer a roda da história girar para trás e mergulhar o país todo em uma ditadura. Estão avançando sobre as escolas. Cabe aos professores, estudantes e funcionários, aos trabalhadores em geral, combater essa ditadura, enfrentar a direita nas escolas, derrotar a ditadura da direita e do imperialismo que Bolsonaro e companhia estão tentando impor sobre o país.


MOVIMENTO OPERÁRIO | 7

ABC

Operários da Ford realizam ato contra fechamento de fábrica no ABC: é preciso ocupar a fábrica! N

a manhã dessa terça-feira, 26 de fevereiro, os operários da Ford, fábrica localizada em São Bernardo do Campo, realizaram um grande ato, com a presença de milhares de trabalhadores, contra o fechamento da montadora. No último dia 19 de fevereiro, os trabalhadores foram informados pela direção da empresa de que a fábrica seria fechada, acarretando na demissão de quase 3 mil operários de maneira direta, o que levaria ao desemprego de cerca de 24 mil trabalhadores de maneira indireta. No próprio dia 19 os metalúrgicos decidiram entrar em greve em defesa de seus empregos e contra o fechamento da fábrica. Nesse dia 26, os operários da Ford, sob a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, realizaram uma nova assembléia na qual foi decidida a manutenção da greve contra a política criminosa dos capitalistas de fechamento da montadora e de demissão de milhares de trabalhadores. A justificativa fajuta dos patrões é de que a Ford teve um prejuízo de UU$ 678 milhões na América do Sul no ano

de 2018. Isso mesmo a empresa tendo apresentado um aumentado de 17% das vendas no Brasil, no último três meses de 2018. A ameaça de fechamento da fábrica também é parte da politica de chantagem dos patrões contra os trabalhadores. Ameaçam encerrar a produção e demitir os operários para forçar um

acordo rebaixado, a retirada de direitos conquistados. Essa política foi imposta, por exemplo, na GM em São José dos Campos. Contou com a colaboração vergonhosa da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dirigido pelo PSTU-Conlutas, a qual aceitou um acordo totalmente rebaixado, um ataque sem preceden-

tes aos direitos dos trabalhadores. No caso da Ford, a decisão de manutenção da greve é extremamente acertada por parte dos operários, a única forma de enfrentar o ataque dos capitalistas é por meio da mobilização dos trabalhadores. É preciso, no entanto, intensificar a mobilização, o que só pode ser feito com a ocupação da fábrica. A ocupação é um método histórico de luta da classe operária contra os patrões, já foi utilizado em várias situações para enfrentar a chantagem e as ameaças dos capitalistas. É preciso ter claro que se a fábrica está de fato em crise a culpa não é dos trabalhadores e sim dos patrões, estes não estão nem um pouco preocupados com as condições de trabalho e sim em aumentar cada vez mais seus lucros bilionários por meio da brutal exploração da mão de obra. Os operários não podem pagar pela crise de seus patrões, se estes não conseguem mais manter a produção é necessário que os trabalhadores a tomem para si, ocupem a fábrica e coloque-a serviço de seus próprios interesses de classe.

ECT

“PROVA DEMÉRITO”

Golpistas dos Correios se preparam para acabar com o cargo de OTT

Humilhação do governo tucano contra os professores

N

A

direção golpista da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) anunciou nesta semana, que a partir do dia 27 de fevereiro até o dia 15 de março, os trabalhadores dos Correios que ocupam o cargo de OTT (Operador de Triagem e Transbordo) poderão migrar para o cargo de carteiro, com todos os direitos que os carteiros possuem, incluindo o direito de receber 30% a mais no salário a título de AADC (Adicional de Atividade de Distribuição e Coleta). A princípio parece uma vantagem salarial para os trabalhadores, no entanto, essa ação esconde a supressão do cargo de OTT, que são os trabalhadores que fazem a triagem e o tratamento das cartas e encomendas que chegam nos Centros de Triagem, aonde serão encaminhadas para os CDD´s (Centro de Distribuição Domiciliar) e CEE (Centro de Entrega de Encomendas). Significa que esse serviço deixará de existir? Obviamente que não,

trata da substituição dos OTT´s concursados, com contratos de serviço por tempo indeterminado, por mão de obra terceirizada e temporária. É a política de privatização e precarização dos Correios sendo aprofundada, que se não for combatida, estenderá a todos os trabalhadores da ECT. É necessário organizar os trabalhadores para se colocarem contra esse ataque, não aceitando a extinção do cargo de OTT, e exigindo o fim das terceirizações e contratação de todos os terceirizados, como trabalhadores efetivos, que hoje estão trabalhando na empresa. Também é necessário a formação dentro dos Correios, em todas as suas unidades, de comitês de luta contra o golpe de Estado no Brasil, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e pela liberdade de Lula, a única maneira de impedir a privatização dos Correios e suas consequências, como o desmantelamento da empresa.

este último dia 24 de fevereiro, domingo, os professores da rede pública de educação de São Paulo realizaram mais uma edição da famigerada “prova de mérito”, ou “prova demérito”. A avaliação instituída pelo governo tucano do PSDB, visa dar uma migalha de aumento salarial somente para aqueles professores que atingirem uma determinada pontuação na prova. A prova, na realidade, consiste em uma verdadeira humilhação aos professores da rede pública de São Paulo, os quais acumulam nos últimos anos inúmeras perdas salariais e não tem seus salários reajustados. Neste ano o caráter humilhante da prova contra a categoria se manteve. Os professores que realizaram a avaliação alegaram que os conteúdos cobrados não estavam nem um pouco de acordo com a proposta curricular do estado, de cada disciplina. A prova apresentou um altíssimo nível de dificuldade, o que já feito de

maneira proposital para impedir que nem mesmo por meio desta prova os professores consigam obter um aumento salarial. Estas avaliações de mérito impostas pelo governo golpista do PSDB não passam, como já dissemos, de uma verdadeira humilhação contra os professores. Estes são obrigados a trabalharem sob péssimas condições de ensino, recebendo baixíssimo salários e ainda para conseguir uma migalha de aumento tem que se submeter a avaliações como estas. É preciso denunciar este ataque do governo contra os professores e chamar a categoria a se mobilizar em defesa de seus direitos, por um verdadeiro aumento salarial, e contra o ataque à conquistas fundamentais, como é o caso da aposentadoria. Esta luta só pode ser vitoriosa se estiver vinculada às reivindicações mais gerais de toda a população como a derrota de todo o regime golpista e a Liberdade de Lula.


9| CULTURA, MULHERES E ESPORTES

BOLSONARO VAI FECHAR O CINE BELAS ARTES

Abaixo a destruição da cultura O governo fascista de Jair Bolsonaro tem mais ataques para desferir contra o povo e contra toda forma de expressão popular. Além da censura, que é inconcebivelmente reproduzida também por setores da esquerda pequeno-burguesa que agora levanta a bandeira pedindo o #CriminalizaSTF, outra forma de ataque da direita é o corte orçamentário da cultura. Em entrevista para o jornal golpista Folha de São Paulo, o dono do Belas Artes e ex-secretário municipal de Cultura, André Sturm, disse que sem o patrocínio o espaço pode fechar em dois meses. É importante falar que a Caixa vem sendo sistematicamente sucateada para que de forma completamente cínica o Governo capacho dos Estados

Unidos e grandes empresários possa “legitimar” a privatização da mesma. Essa prática é aplicada pela direita em praticamente todos os setores, umas vez que esses querem terminar de entregar o país a preço de bananas para seus patrões imperialistas. A política direitista de destruição do patrimônio público e cultural é uma prática que não se trata de casos isolados de acidentes ou de simples descaso. Está muito enganado quem pensa, por exemplo, que o incêndio no Museu Nacional se trata de um acidente. Somente no Estado de São Paulo, sob o comando do esplendoroso PSDB, também sofreram com incêndios a Cinemateca Brasileira, o Memorial da América Latina, o Teatro Cultura Artística, o Instituto Butantan, o Museu da Língua Portuguesa e o Liceu de Artes.

Depois de extinguir o Ministério da Cultura e dos Esportes agora só resta a esse governo golpista terminar de acabar com qualquer vestígio cultural do país. Por isso a população precisa se organizar em Comitês de Luta Contra o Golpe para atacar diretamente os golpistas e finalmente encurralar sua política sangue-suga. A esquerda

precisa tirar como experiência que não tem portas abertas para vencer o Golpe por dentro das instituições. Só a mobilização popular pela liberdade de Lula e pela derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas será capaz de cessar e anular todas as medidas que foram e continuarão sendo desferidas contra o povo.

CLIMA BOLSONARISTA

Em 2018 ocorreram 536 agressões por hora contra as mulheres A

vitória de Jair Bolsonaro nas eleições fraudadas de 2018 aumentou a agressividade dos setores fascistoides da sociedade e as mulheres estão sofrendo cada vez mais agressões. Um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que a cada hora 536 mulheres foram vítimas de agressão física último ano no Brasil. A pesquisa revela também que a maioria das vítimas (52%) de violência doméstica não buscou apoio de famílias, amigos ou autoridades após sofrer a violência. As agressões variam de insultos e humilhações até espancamentos e es-

trangulamentos. Na maioria dos casos a agressão é feita por um conhecido e dentro da própria casa da vítima. Os números apresentam com relação a 2016 um crescimento de 25%. O assédio também aumentou e 37% das entrevistadas disseram ter sido assediadas em algum momento nos últimos 12 meses, o índice cresce conforme diminui a faixa etária das entrevistadas. Diante da brutalidade dos agressores, a única saída para as mulheres e a organização de comitês de autodefesa para afastar e revidar todos os ataques a agressões.

ESPORTES

Não à interdição e à privatização do estádio municipal do Pacaembu A

Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entidade que controla o esporte mais popular do país, o futebol, acaba de anunciar que um dos mais tradicionais e gloriosos palcos do espetáculo futebolístico nacional não irá receber partidas das diversas competições que fazem parte do calendário nacional, incluindo neste ano a Copa América, que o país sediará no meio do ano. Até mesmo a seleção brasileira não poderá atuar no Pacaembu, estádio que pertence à cidade de de São Paulo, administrado pela prefeitura local. O velho estádio foi inaugurado em 1940 (em 2020 irá completar 80 anos) e sempre foi palco dos grandes clássicos da capital, acolhendo também outras partidas de relevante importância estadual e nacional. Trata-se de um dos patrimônios esportivos e culturais mais representativos da capital paulistana, sendo também a segunda opção para mando de jogos das gran-

de equipes do estado (Santos, Corinthians, Palmeiras, São Paulo) quando estes não podem jogar em seus próprios estádios. A decisão da CBF em interditar o Pacaembu para os jogos desta temporada decorre da postura adotada pela prefeitura da cidade em não atender a uma recomendação da entidade nacional, que colocou como condição para a liberação do estádio a substituição da iluminação, onde as lâmpadas hoje existentes deveriam ser substituídas por outras de tecnologia superior, o que garantiria uma maior visibilidade e segurança nos dias de jogos. Em seu comunicado sobre a recusa em atender a recomendação da CBF para substituir as luminárias, a prefeitura declarou que “isso poderia atrapalhar o projeto, em andamento, de conceder o estádio à iniciativa privada. “O Pacaembu está em vias de concessão e a estrutura atual do equipamento não pode sofrer alterações” (ESPN, 26/02).

“No caso específico, o investimento da troca de iluminação demandaria um gasto que aumentaria o valor comercial da proposta e implicaria no cancelamento do processo” (Idem, 26/02). O processo de privatização do estádio e de outros patrimônios da maior e mais importante cidade do país começou na gestão do então prefeito golpista/coxinha João Dória. A figura patética, ridícula e caricata do prefeito ficou conhecida pelas atrocidades cometidas contra a população pobre da cidade, como o ataque aos dependentes químicos da chamada “cracolândia” e também pela tentativa em remover moradores de rua despejando jatos de água gelada enquanto estes dormiam ao relento na gélida madrugada paulistana. Uma prática comparável às barbaridades nazistas na Alemanha hitlerista. O processo de privatização está atualmente paralisado, depois de decisão da 13° Vara da Fazenda Pública.

A decisão pela suspensão ocorreu no mesmo dia em que foram abertos os envelopes com as propostas para a concessão. Certamente alguma falcatrua foi detectada no processo de “privatização”, que na verdade nada mais do que a transferência, para o capital privado, do patrimônio público erguido com o esforço e os recursos do povo trabalhador da cidade. Agora como governador eleito, no rastro da mesma fraude que elegeu Bolsonaro, o governador coxinha/golpista João Dória já anunciou diversas outras privatizações (entrega) do patrimônio público ao grande capital privado, os mesmos que despejaram rios de dinheiro em sua campanha. Está colocado para os torcedores e as torcidas organizadas um vigoroso movimento de repúdio à decisão não só de interdição do Pacaembu, como a luta para impedir também a privatização do velho e tradicional estádio da capital paulistana.


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