Edição Causa Operária nº5574

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QUINTA-FEIRA,7 DE MARÇO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5574

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Carnaval pela liberdade de Lula e contra Bolsonaro: o clima é favorável à mobilização contra os golpistas O Carnaval de 2019 tornou-se um grande ato político contra Bolsonaro e a direita golpista. Pelas ruas de todo o país, grandes massas de pessoas entoaram em coro palavras de ordem contra o presidente ilegítimo colocado no governo pelos golpistas capachos do imperialismo. EDITORIAL

O povo quer o Fora Bolsonaro e a esquerda tem que intervir para derrubar o governo e derrotar o golpe Os acontecimentos do carnaval, de absoluto repúdio ao governo golpista de Bolsonaro e, por outro lado, de clamor pela liberdade de Lula

A Venezuela se tornou uma Venezuela: não prender Juan nova Cuba na América Guaidó é um grave erro autoridades venezuelanas cometem um grave erro Latina, por sua resistência ao As ao recuarem em seu discurso e não prenderem o imperialismo criminoso golpista e entreguista Juan Guaidó.

Dia Internacional da mulher operária: confira os atos organizados pelo PCO e em quais estaremos presentes!

O fracasso da tentativa de golpe contra o governo legítimo de Nícolas Maduro na Venezuela por parte do imperialismo deixou claramente exposta a completa fraqueza deste último na situação política atual.

Bolsonaro: a personalidade do Carnaval 2019 No Carnaval 2019 não tem pra ninguém. Bolsonaro não saiu da boca do povo que foi pular o carnaval nas ruas, nos sambódromos, nos salões, nos shows ao ar livre.


2 | COPINIÃO OPINIÃO

O povo quer o Fora Bolsonaro e a esquerda tem que intervir para derrubar o governo e derrotar o golpe O

s acontecimentos do carnaval, de absoluto repúdio ao governo golpista de Bolsonaro e, por outro lado, de clamor pela liberdade de Lula, dão a exata dimensão da profunda crise que se abate sobre o regime político instaurado com a derrubada da presidenta Dilma Rousseff em 2016, pela fraude do impeachment. O governo de Bolsonaro, com a apenas dois meses, já é um governo velho, que se decompõe a olhos vistos. Isso tem uma explicação. A população vê em Bolsonaro e todas as instituições do regime a mera continuidade do governo do também golpista, Michel Temer. Essa situação coloca uma condição obrigatória para as direções dos partidos de esquerda, dos sindicatos, do movimento popular que é a de uma ação decidida contra o governo e o conjunto do regime golpista. A esquerda tem elementos suficientes para sair da letargia e tem que ter uma política condizente com essa situação. A política pouco ambiciosa na situação de crise em que está colocado o golpe e o seu governo é absolutamente nefasta para o conjunto da população explorada. Muito da atuação política está relacionado a aproveitar as oportunidades, e nesses quase três anos de golpe a situação nunca esteve tão favorável para uma intervenção independente das massas diante da crise do regime político. Quando se fala em favorável o que se quer dizer claramente é que o povo

já demonstrou que já se decidiu. A palavra de ordem central no carnaval que expressa isso, “Ei Bolosnaro vai tomar no c*”, não é uma mera chacota, presente nas sátiras políticas no carnaval, mas um grito de irritação, de ódio e de guerra contra o regime e o governo. O problema central que se coloca para essa etapa política será o programa e o plano de lutas que as organizações de esquerda apontarão para o movimento de conjunto, pois não se trata mais de convencer a população da calamidade que significa esse governo, mas ter um eixo que seja capaz

de organizar o povo para derrubar o governo, porque esse é o sentimento e o desejo popular. A luta e organização concretas dos trabalhadores em torno de questões como a greve geral, o fora Bolsonaro e todo o regime golpista, a liberdade de Lula, são as pautas que vão determinar a derrota do golpe de Estado no país. A esquerda não pode deixar o governo se recompor, muito menos pode alimentar a ilusão de que acordos com setores do movimento golpista são possíveis para dar uma saída progressista para a crise via instituições

COLUNA

Bolsonaro: a personalidade do Carnaval 2019 Por João Silva No Carnaval 2019 não tem pra ninguém. Bolsonaro não saiu da boca do povo que foi pular o carnaval nas ruas, nos sambódromos, nos salões, nos shows ao ar livre. O hino do carnaval deste ano teve a figura do presidente ilegítimo como o tema principal. Em dezenas de cidades brasileiras, de grande como as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e tantas outras e até pequenas como Valinhos, no interior de São Paulo, o hino entoado espontaneamente foi “Ei Bolsonaro! Vai tomar no C*!”. A palavra de ordem veio a seco, de maneira falada, cantada, com acompanhamento musical, de todas as formas. Esta manifestação popular que se completa com blocos inteiros formados com temas contra o governo, com foliões fantasiados com temas políticos abertamente contra o governo. Fantasias de laranjas em menção aos escândalos de corrupção, a primeira dama, Michele Bolsonaro carregando um cheque de R$ 24 mil, o um boneco do Sérgio Moro sendo mani-

pulado pelo Tio Sam e uma infinidade de fantasias criativas para denunciar a farsa do governo golpista. O grito dos foliões significa a grosso modo uma oposição ao governo e expressa de maneira indireta que o desejo do povo brasileiro é o Fora Bolsonaro! O “Ei Bolsonaro vai tomar….” é na prática uma demonstração de como a população rejeita este governo. Por outro lado o nome do ex-presidente Lula também foi amplamente mencionado na folia do carnaval, o pedido de sua liberdade. Foi também tema da escola de samba carioca Paraíso do Tuiuti e até de marchinhas de carnaval. Estas manifestações políticas no carnaval em todo o país demonstraram cabalmente o repúdio ao governo Bolsonaro, ao governo golpista, expondo a fraude eleitoral. O presidente “eleito” com 57 milhões de votos, segundo as urnas fraudadas, não tem apoio popular algum em pouco mais de 60 dias de governo. Esta revolta expressa no Carnaval tem que ser canalizada em uma mobi-

lização unificada e centralizada para ir contra este governo ilegítimo e derrubar o governo golpista e todas as suas medidas antipovo e pró-imperialistas.

do Estado, como o Congresso Nacional ou o Judiciário. A atual oportunidade não pode ser perdida, a única saída progressista para o clamor popular é seguir as bandeiras do próprio clamor popular apontando um programa, um plano de lutas e uma organização que permitam, de fato, potencializar entre os operários, os servidores públicos, professores, movimento dos sem-terra, estudantes, entre outros, o sentimento de repulsa do povo brasileiro contra o golpe de Estado e seus representantes à frente do país.


OPINIÃO E POLÊMICA | 3

PSOL

Não houve fraude!? Deputada do PSOL indica que o povo é ignorante e por isso votou em Bolsonaro P

ara tentar justificar a política do regime golpista, de ataques ao ensino público e cortes nos gastos com Educação, em favor do grande capital, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro publicou em seu Twitter que “o Brasil gasta demais em Educação”. O chefe do governo tem no Ministério da Educação um notório defensor do ensino pago, ao qual tenha acesso apenas um “elite”. Ele procurou apresentar como sendo um problema o fato de que “em 2003 o MEC gastava cerca de R$ 30bi em Educação e em 2016, gastando 4 vezes mais, chegando a cerca de R$ 130 bi” e ainda acrescentou, para justificar a criação de uma operação Lava-Jato da Educação, que haveria “algo de muito errado acontecendo: as prioridades a serem ensinadas e os recursos aplicados”. Comentando estas afirmações do presidente, a deputada federal do PSOL, Sâmia Bomfim, escreveu na mesma rede social que “se o Brasil de fato gastasse demais com educação, um ignorante como Bolsonaro jamais teria sido eleito presidente” com o que não só não rebate, no fundamental, o argumento de Bolsonaro, como refor-

ça a fraude e o velho preconceito da direita – repetido por setores da esquerda pequeno burguesa -: de que que o povo é ignorante. Muito mais grave ainda é que a declaração da psolista reforça um argumento que serve, ainda, de base para uma suposta legitimidade do governo golpista de Bolsonaro: a de que ele foi escolhido pela maioria do voto brasileiro que (sendo ignorante) votou no seu carrasco. Deste modo, a deputada ajuda a direita a ocultar os fatos mais importantes do último processo eleitoral: – que o atual presidente obteve o apoio de apenas 39% do eleitorado, ou seja, mesmo tomando tais resultados como verdadeiros divulgados pelo TSE golpista, 61% do eleitorado não votou em Bolsonaro, não apoiou, mesmo que momentaneamente sua candidatura; – que Bolsonaro só “ganhou” as eleições por conta de que o regime golpista impediu, de forma ilegal e inconstitucional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de participar das eleições, por meio de um processo criminoso que levou à sua condenação, sem provas, prisão e cassação de sua candidatura.

A pretexto de criticar o posicionamento reacionário de Bolsonaro sobre a Educação, Sâmia Bonfim acaba por lhe oferecer aval em algo muito mais importante, a falta legitimidade de sua eleição que, inclusive, lhe serve de munição para atacar a Educação e tudo mais que interessa ao povo brasileiro, uma vez que – segundo essa versão fantasiosa – ele teria sido escolhido em eleições democráticas, pela maioria do povo brasileiro. Obviamente, não se trata apenas de uma posição pessoal da deputada mas reflete o pensamento majoritário do seu partido, o PSOL, e da maioria das direções da esquerda que – dessa forma – oferecem endosso e em alguns casos até desejam “sucesso” para o governo ilegítimo e sem apoio popular de Jair Bolsonaro e todos os golpistas que lhe apoiaram, integram seu governo etc. Essa política constitui-se em um fundamento que leva o PSOL e demais setores a atuarem – no máximo – como críticos do governo Bolsonaro, que deveria ser criticado, mas aceito como legítimo. Isso quando o povo “ignorante” não lhe conferiu qualquer legitimidade e já deu mostras contundentes

de ter cada vez mais clara a necessidade de colocá-lo para fora para impedir que esse avance contra todos os seus interesses. A ignorante, obscura e retrógrada direita não vai aprender com o povo. Pode apenas ser contida e derrotada pela sua mobilização revolucionária. A esquerda pequeno burguesa, infelizmente, mostra cada vez mais sua disposição de copiar e seguir a direita, quando deveria aprender com a profunda sabedoria popular.

VENEZUELA

Não prender Juan Guaidó é um grave erro A

s autoridades venezuelanas cometem um grave erro ao recuarem em seu discurso e não prenderem o criminoso golpista e entreguista Juan Guaidó. Primeiro, em uma manifestação típica do pensamento pequeno-burguês, fizeram uso de um artifício na justiça como uma manobra para conseguir, eventualmente, deter o presidente eleito por Donald Trump. Em segundo lugar, Maduro, ao decretar o fechamento das fronteiras por tempo indeterminado, impôs a proibição de saída do país. Por exemplo, turistas brasileiros que estavam na Venezuela tiveram de recorrer a uma negociação entre as autoridades venezuelanas e brasileiras para poderem voltar ao Brasil. No entanto, Guaidó saiu do país sem nenhum problema. Se encontrou com seus co-conspiradores Iván Duque, Jair Bolsonaro, Mario Abdo e Lenín Moreno. O governo legítimo da Venezuela declarou que, se voltasse para o país, a marionete imperialista seria presa por violar o fechamento das fronteiras. E Guaidó voltou à Venezuela, aterrissando no aeroporto de Maiquetía, logo depois saindo às ruas de Caracas para subir em postes e fazer seu espetáculo. Tudo passou absolutamente impune. Não se trata aqui de defender a prisão de um indivíduo porque se defende a repressão e o encarceramento

em massa. Trata-se de uma medida política contra um inimigo declarado do povo venezuelano. Juan Guaidó pediu abertamente que os Estados Unidos e outros países interviessem militarmente contra seu próprio país, o que significa o massacre de, pelo menos, dezenas de milhares de venezuelanos, exigido por um vigarista que se diz presidente da Venezuela. Juan Guaidó, bem como os opositores da direita golpista venezuelana, não passa de um agente do imperialismo que atua contra seu próprio país. Em qualquer lugar do mundo um cidadão que tenta assumir o cargo de presidente da República através de um golpe – e ainda mais de uma invasão estrangeira – seria preso e condenado. Em 1961, um grupo de militares que tentou dar um golpe contra o então

presidente francês Charles de Gaulle obteve condenações de até 15 anos de prisão e mesmo à morte. Na Espanha, o golpe militar fracassado de 1981 rendeu uma pena de até 30 anos de prisão para dezenas de golpistas. Isso para falar apenas nos países imperialistas. Na própria Venezuela, o então tenente-coronel Hugo Chávez ficou preso por dois anos por comandar um golpe, em 1992, contra o governo absolutamente impopular de Carlos Andrés Pérez, um governo neoliberal que, havia mais de três anos, já enfrentava a ira popular. Foi, na verdade, uma insurreição civil e militar, que expressava a indignação do povo contra o regime neoliberal, e que deu a Chávez uma popularidade tal que, seis anos depois, o levou à Presidência da República.

O golpe de Guaidó é um ato criminoso, um atentado contra o povo venezuelano, que deve ser punido com a prisão dele e de todos os golpistas. Maduro deve atender ao clamor popular, que ficou nítido no dia 23 – quando fracassou a invasão “humanitária” – em que, no comício contra a invasão, o povo gritou “preso, preso, preso” em referência ao deputado de extrema-direita. O que ocorre na Venezuela é uma guerra. E em uma guerra não se pode dar sinais de fraqueza para o inimigo. A posição das autoridades venezuelanas de recuar da decisão de prender Guaidó mostra para os golpistas e o imperialismo que o governo está na defensiva. Logo, a extrema-direita vê uma oportunidade para se reorganizar e rearticular a intervenção imperialista. Os chavistas têm receio de prender os golpistas porque o governo dos Estados Unidos ameaça com uma forte retaliação caso seus fantoches sejam merecidamente reprimidos. Maduro acredita que, passando uma mensagem de que está disposto a dialogar, o imperialismo irá dialogar. Mas o imperialismo não está mais disposto a conciliar com o governo venezuelano. Isso apenas serve de munição à direita imperialista para partir para cima do governo, em novas ofensivas golpistas e intervencionistas. Com os golpistas e o imperialismo não se pode conciliar. A população venezuelana clama, e é preciso atender à sua reivindicação: prisão para Guaidó!


4 | POLÍTICA

GOVERNO IMPOPULAR

Carnaval pela liberdade de Lula e contra Bolsonaro: o clima é favorável à mobilização contra os golpistas O

Carnaval de 2019 tornou-se um grande ato político contra Bolsonaro e a direita golpista. Pelas ruas de todo o país, grandes massas de pessoas entoaram em coro palavras de ordem contra o presidente ilegítimo colocado no governo pelos golpistas capachos do imperialismo. Houve também repressão e tentativas de censura, mas nada foi capaz de conter a expressão da gigantesca rejeição popular aos golpistas que existe hoje no país. Bolsonaro é Temer no que se refere ao programa político dos dois presidentes golpistas, mas a manobra para “eleger” Bolsonaro poderia servir, para a direita, como forma de disfarçar a impopularidade e a ilegitimidade do governo. A “eleição” de Bolsonaro, por meio de uma fraude controlada pela direita, em que o principal candidato não pode participar, serviria para apresentar um governo com o mesmo programa de Temer como se tivesse algum apoio popular. As manifestações durante todo o Carnaval em todo o país demonstraram, no entanto, que

o suposto apoio popular de Bolsonaro também é uma completa fraude, do mesmo jeito que foi o processo eleitoral armado pela direita. O presidente ilegítimo sentiu-se afetado a ponto de ir ao Twitter tentar responder às manifestações. A tentativa de resposta foi um desastre, ofendeu milhões de pessoas e a maior festa popular do país. Mas serviu para mostrar que a direita não conseguiu ignorar o volume das manifestações contrárias ao bloco golpista. Além das manifestações contra Bolsonaro, outro tipo de palavra de ordem também dominou o Carnaval pelo Brasil inteiro: liberdade para Lula! Ao mesmo tempo em que xingavam Bolsonaro, muitos foliões pediam a liberdade do ex-presidente. Não se trata, portanto, de uma simples rejeição pessoal ao presidente golpista, mas de uma oposição à política da direita em geral. Lula aparece como expressão dessa oposição. No entanto, apesar da impopularidade de Bolsonaro, o governo não vai cair

sozinho. Temer conseguiu completar o mandato, assim como FHC no segundo mandato e José Sarney durante os anos 80. A impopularidade do governo é um fator favorável à mobilização contra Bolsonaro. Mas essa mobilização precisa acontecer e o governo precisa ser enfrentado. Para isso é preciso mobilizar

os trabalhadores contra a direita golpista. A CUT deve chamar uma greve geral diante dos recentes ataques aos sindicatos e da proposta de reforma da Previdência (um roubo das aposentadorias). É preciso dar uma expressão política à impopularidade do golpista ilegítimo: fora Bolsonaro!

Fora Bolsonaro: 7 motivos para pedir a saída de Bolsonaro! Neste Carnaval, a grande festa popular, um grito, entoado por milhões brasileiros, pode ser ouvido nos quatro cantos do país. O preceito pouco elogioso ao presidente golpista e fascistóide Jair Bolsonaro revelou um anseio premente da população: o povo brasileiro não aceito o resultado das eleições fraudadas e quer a derrubada do governo. Esse é o significado da coro de milhões de vozes que achincalhou o presidente. Destaquemos aqui sete motivos essenciais, mas nem de longe os únicos, para gritar a plenos pulmões e principalmente organizar-se pelo Fora Bolsonaro. 1- Um governo ilegítimo. O governo Bolsonaro é fruto de um fraude eleitoral. Bolsonaro é a continuação do golpe de Estado realizado em 2016. Com a total desintegração do regime político anterior foi necessário para a burguesia golpista legitimar-se minimamente perante ao povo brasileiro, para erigir um regime que fosse capaz de levar adiante o programa neoliberal e ao mesmo tempo permitir que fosse feito sem grandes abalos sociais. O meio desta legitimação era a eleição, que prepararam minuciosamente para derrotar a esquerda; o PT. Tanto foi necessário rasgar a Constituição Nacional, colocar na cadeia ilegalmente o principal candidato da esquerda e disparado o mais bem cotado para vencê-la no primeiro turno. Uma operação tão aberrante e escancarada que o mesmo que condenou ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que

seria hoje presidente caso não fosse impedido e preso ilegalmente, ganhou em troca do serviço um ministério. Bolsonaro, único candidato da burguesia com alguma base social (de extrema-direita e extremamente minoritária, diga-se de passagem) foi, por isso, escolhido de última hora e levado a presidência por todo o aparato da burguesia e do imperialismo, porém obtendo apenas um terço dos votos válidos. Isso sem contar um sem número de arbitrariedades e crimes que a Justiça Eleitoral e a imprensa capitalista cometeram contra o PT e a esquerda. Em si a eleição foi uma fraude e o que a pode constatar nela é que a maioria do povo brasileiro, mesmo com todo o esforço da burguesia e da imprensa capitalista, não apoia o bolsonarismo. 2- Um presidente dos banqueiros e do imperialismo Como produto de uma fraude, Bolsonaro e seu governo como um todo não têm nenhum compromisso com o povo brasileiro e sim com aqueles que os elegeram, ou seja, os banqueiros e o capital imperialista norte-americano. Um governo diretamente a serviço do capital, em particular estrangeiro. Essa é a contrapartida e a explicação para a entrega total da riqueza nacional para o capital privado que o governo pretende e está realizando. 3- Quer jogar o Brasil numa guerra contra a Venezuela A mando do capital Internacional os golpistas brasileiros querem jogar

o Brasil em um guerra fratricida para atender os interesses das petroleiras dos EUA e de Trump. A Venezuela é um país livre e soberano e seu governo, absolutamente legítimo. O governo Bolsonaro é um governo imposto pelo capitalistas, um governo colonial que para agradar seus donos quer auxiliar os EUA a roubar e assassinar o povo Venezuelano. Fora o imperialismo da Venezuela, Fora Bolsonaro. 4- Quer roubar a aposentadoria do trabalhador brasileiro Umas grandes tarefas do governo ilegítimo de Bolsonaro é roubar a aposentadoria do trabalhador brasileiro, o maior roubo que a história já viu, da ordem de 1 trilhão de reais, e com isso desviar recursos para o pagamento da dívida pública, ou seja financiar os bancos. Ao mesmo tempo com tal “reforma” pretende abrir o mercado para os bancos realizarem a previdência privada. É a destruição de um serviço essencial e de um direito fundamental, além do roubo do trabalhador para atender os interesses dos capitalistas contra o povo brasileiro, um crime de um traidor da Pátria. 5- Quer implementar o escola com fascismo Para ter sucesso em sua empreitada contra o povo brasileiro, o regime golpista tem necessidade de aprofundar a política repressiva. Um dos principais projetos dos bolsonaristas é o “escola com fascismo”, cinicamente denominado “escola sem partido”. Pretende-se criar uma ampla ofensiva nacional de censura e de perseguição

à esquerda, ao mesmo tempo que se exerce uma doutrinação fascista e anti científica na escola. Eis o objetivo do projeto, que evidentemente tem como pano de fundo o auxílio na destruição completa do sistema educacional público com vistas à sua privatização. 6- O Brasil não aguenta 4 anos de governo Bolsonaro A crise econômica provocada pelo golpe levou o país a uma situação crítica com mais 13 milhões milhões desempregados, milhões de desalentados e um processo de desindustrialização que já se insinua, isso sem perspectiva de crescimento econômico. A política econômica do Chicago boy, Paulo Guedes, ministro da economia de Bolsonaro e homem de confiança dos bancos tende a aprofundar a crise econômica brasileira, por sua subserviência aos interesses do imperialismo. Quatro anos de Bolsonaro seriam quatro anos de desemprego recorde, retração econômica, destruição do mercado interno e do pequeno capital local em favor do grande capital estrangeiro, aumento no custo de vida, devido ao completo controle do mercado sobre os preços, ou seja, dos bancos e especuladores. Uma catástrofe para o povo. 7- O povo clama: Fora Bolsonaro O Carnaval, desta do povo mostrou cabalmente a fraude eleitoral. A base bolsonarista sumiu completamente e todo povo é pelo Fora Bolsonaro. É preciso desde já começar a campanha: Fora Bolsonaro e todos os golpistas.


INTERNACIONAL | 5

RESISTÊNCIA POPULAR

A Venezuela se tornou uma nova Cuba na América Latina, por sua resistência ao imperialismo O

fracasso da tentativa de golpe contra o governo legítimo de Nícolas Maduro na Venezuela por parte do imperialismo deixou claramente exposta a completa fraqueza deste último na situação política atual. É preciso destacar que nos últimos anos, o imperialismo acumulou uma série de derrotas em praticamente todas as oportunidades em que tentou adotar uma medida de força contra um povo oprimido. Veja-se, por exemplo, os casos do Iraque, do Afeganistão, da Síria, etc. No caso venezuelano, a tentativa do governo Trump de tentar “eleger” um golpista para se opor ao presidente Nicolás Maduro foi um fiasco completo. Ficou evidente a manobra farsesca e os golpistas foram obrigados a recuar. A mobilização popular foi também um fator chave. Apesar de não ter tomado medidas mais ofensivas contra a direita, o governo Maduro teve o mérito de chamar o povo a ir para as ruas contra a intervenção imperialista. O gigantesco apoio popular ao chavismo foi um fator decisivo na derrota da empreitada imperialista.

A América do Sul, que nos últimos anos tem sido alvo de vários golpes de estado, tem na Venezuela, neste momento, o principal foco de resistência às investidas dos grandes monopólios capitalistas e dos banqueiros. Podemos comparar a atual situação venezuelana, com a situação de Cuba no início da década de 1960. Liderados por Fidel Castro os revolucionários cubanos derrubaram o ditador Fulgêncio Batista, no final da década de 1950. A revolução cubana foi um marco no desenvolvimento do país, que até então era uma colônia do imperialismo norte-americano. Assim como a Venezuela, Cuba foi ao longo dos anos alvo de um criminoso bloqueio econômico imposto pelo imperialismo. Diferentemente de Cuba, a Venezuela não chegou a passar por uma revolução. A burguesia não foi até o momento expropriada, o governo de Maduro, assim como os governos anteriores de Hugo Chávez, foram governos nacionalistas, de aliança com determinados setores da burguesia local. Mesmo assim, o desenvolvimento da luta de classes na Venezuela nos

7 DE MARÇO DE 1898

últimos anos, a resistência popular nas ruas contra o golpe em 2002, o caráter nacionalista das forças armadas, consequência desse processo, transformaram o país em uma forte resistência aos interesses do imperialismo. Por outro lado, os norte-americanos deixam transparecer, como já falamos, a sua crise total. Se em 1960 eles foram derrotados por uma revolução em Cuba, agora não conseguem se impor nem mesmo sobre um governo que não é fruto de uma revolução, mas nacionalista.

A crise do imperialismo norte-americano é um reflexo da crise do capitalismo de um modo geral. Os capitalistas são forçados a adotar uma política de rapina contra os povos oprimidos para manterem a sua sobrevivência. É preciso seguir o exemplo de Cuba e da Venezuela e opor uma luta real contra os interesses imperialistas. Uma luta que tenha como objetivo o socialismo, a expropriação da burguesia tanto local, como internacional.

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30

Zola vai a julgamento por ter publicado o “J’accuse” denunciando a perseguição a Dreyfuss

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

A

injusta condenação do judeu Alfred Dreyfuss provocou a reação de diversos intelectuais, entre eles o escritor francês Émile Zola. Dreyfuss, um oficial do exército francês, fora condenado em um processo fraudulento, como Lula, No Brasil. Quando as autoridades descobriram a fraude, procuraram ocultar o caso. Uma vez descoberto, tornou-se um escândalo, o qual dividiu a opinião pública francesa, instigando ataques xenofóbicos e antissemitas por parte da extrema-direita, e uma reação contra a injustiça por parte de intelectuais, legalistas e políticos de esquerda. O primeiro defensor de Dreyfuss foi o brasileiro Ruy Barbosa que se encontrava na França. Contudo, foi o artigo de Zola que provocou a maior

reação, provocando, inclusive, uma onde de ataques antissemitas na Argélia. Como o artigo acusa (J’Accuse quer dizer “eu acuso”) diversos oficiais e membros do judiciário francês, Zola é levado ao tribunal para responder processo de calúnia. Acaba condenado a um ano de prisão e pagamento de multa. Na reabertura do caso, a pena de Dreyfuss é comutada de prisão perpétua na Ilha do Diabo para dez anos de prisão. Em 1899, Dreyfuss será anistiado, mas ainda culpado. Apenas em 1906. Zola será assassinado em 1902, antes de ver o final do processo. Ainda ocorrerá uma tentativa de assassinato contra Dreyfuss em 1908, mas ele sobreviverá.

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV


6 | MOVIMENTO OPERÁRIO

ECT

Quarta-feira de cinzas com Sedex 8,03% mais caro A

direção golpista da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) reajustou em 8,03% o produto mais cobiçado da empresa, o Sedex, serviço de encomendas expressas, que cruzam o país e o mundo com rapidez e eficiência. O reajuste já está valendo, começou a partir da quarta-feira de cinzas (06-03). Nada indica que o aumento do preço desse produto vai diminuir a sua procura, pelo contrário, os varejistas, grandes clientes dos Correios, como o Amazon, Mercado Livre entre outros que vendem via on line, estão reclamando do reajuste, já que sabem que somente o Sedex fornece esse serviço com eficiência. Apesar das grandes empresas estrangeiras, como a Fedex estar no Brasil, financiando a privatização dos Correios, para abocar esse mercado da entrega de encomendas, a

marca Sedex só cresce no Mundo comercial. A grande questão desse reajuste é que os patrões aumentam os preços dos serviços e produtos e não repassam nem sequer a metade desses reajustes aos trabalhadores, como no caso dos Correios que a direção golpista aumenta quase todo ano os produtos dos Correios acima da inflação e quando é para negociar os salários da categoria dos trabalhadores dos Correios, querem congelar a miséria que essa categoria recebe. Somente com a luta contra os golpistas é possível equacionar os gastos dos serviços prestados pelos Correios, com a necessidade salarial de mais de 100 mil trabalhadores que fazem essa empresa se a empresa postal mais eficiente da América Latina. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!

GOVERNADOR FASCISTA

BANCÁRIOS

Doria prepara pacote de maldades contra os professores paulistas

Trabalhadores do Banco do Brasil realizam paralisação contra o terror nas agências digitais em São Paulo

N

O

governador fascista de São Paulo, eleito pela fraude eleitoral, João Doria, anunciou mais um pacote de maldades tirando diversos direitos dos professores. lmente os professores que trabalham 32 aulas semanais com alunos, ganham por 40 horas semanais, sendo 3 ATPCs(aula de de trabalho pedagógico coletivo), mais 5 ATPL (Aula de Trabalho Pedagógico Livre). O governador golpista quer tornar o ATPL obrigatório o cumprimento nas escolas, deixando de ser livre. Outra mudança profunda é o fim da estabilidade dos professores, pois os professores terão uma avaliação anual de produtividade e também serão controladas suas faltas. Isso podendo acarretar sua exoneração do cargo ou função. O governo de Doria, bem como o de seu colega de PSDB, Bruno Covas, pre-

feito de São Paulo, entrega tudo o que pode para seus patrões capitalistas que o elegeram, enquanto que para o povo resta o sucateamento proposital das escolas públicas, para promoverem em um futuro próximo a privatização. Finalmente, com o golpe, a burguesia tirou de vez a carapuça e com a fraude e a manipulação escancaradas alçou o fascista Dória da prefeitura para o governo do Estado, a fim de produzir em escalar muito maior as barbaridades perpetradas na cidade de São Paulo. A mobilização dos servidores do município de São Paulo revela uma grande tendência para luta contra o golpe. Por isso é preciso que todas as categorias saiam às ruas para derrotar os ataques da direita. Os governos que estão no poder são inimigos dos trabalhadores e por isso é preciso sair às ruas e dizer “Fora Bolsonaro, Fora Dória, Fora Covas!”

o último dia 1º de março, os trabalhadores dos escritórios digitais do Banco do Brasil, localizados no Cenesp Santo Amaro e Verbo Divino em São Paulo, paralisaram suas atividades contra o clima de terror nessas dependências, onde estão submetidos à pressão das chefias para que cumpram as metas, absurdas, estabelecidas de venda de produtos bancários. Os funcionários dos escritórios digitais passam por um processo de superexploração, onde o critério adotado pela empresa é pela obtenção, a qualquer preço, pelo lucro, passando por cima dos direitos dos trabalhadores sem que se tenha um mínimo de critério para o desenvolvimento adequado de método de trabalho. Os métodos são a desclassificação e rebaixamento de funcionários, hão há suporte devido de treinamento, sobrecarga no acúmulo de diferentes funções em que o funcionário é submetido a trabalhar com quatro tipos de mídias simultaneamente (telefone chat, email e Gat), cada trabalhador fica responsável pelo atendimento de mais de 800 pessoas. Para piorar, os trabalhadores estão submetidos, regularmente, ao assédio moral pelo cumprimento de metas e a política de descomissionamentos em que o banco, através dos seus chefetes de plan-

tão, vem retirando as funções comissionadas dos funcionários, passando por cima do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A paralisação que ocorreu nesses dois escritórios digitais em São Paulo com cerca de 250 trabalhadores, com o apoio do Sindicato dos Bancários de São Paulo, foi devido a mais quatro descomissionamentos nesses setores e pelo assédio moral do gestor que humilhou publicamente uma funcionária ofendendo-a e agredindo-a. A manifestação dos trabalhadores de São Paulo revela a insatisfação latente na categoria bancária, tanto nos bancos públicos quanto nos bancos privados, em relação à política dos banqueiros golpistas de aprofundamento dos ataques aos trabalhadores através das demissões em massa, fechamento de agências, arrocho salarial, descomissionamentos, assédio moral, privatizações etc., para aumentar já fabulosos lucros do setor mais parasitário da economia: os banqueiros. É necessário organizar imediatamente em toda a categoria uma reação, junto com os demais trabalhadores, e colocar nas ruas uma intensa mobilização contra o golpe, para derrotar a ofensiva dos banqueiros e seus governos.


CIDADES E NEGROS | 7

RIO DE JANEIRO

Fora da África, Rio de Janeiro terá maior coleção de arte Iorubá A

partir de agosto, o Rio de Janeiro receberá a maior coleção de arte iorubá fora da África. A mostra ficará em exposição na Casa de Herança Oduduwa, um espaço de exposições que oferece aulas de língua iorubá e possui um centro de estudos e um teatro. Com o intuito de aproximar as culturas brasileira e iorubá, o empresário Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi, escolhido rei de Ifé, Ojala II, em 2015 e considerado a maior autoridade religiosa e tradicional do povo iorubá, fez um esforço pessoal para trazer esta coleção com peças milenares ao Brasil. A ideia de trazer a coleção para o Brasil surgiu em 2017 quando o rei iniciou uma campanha com o intuito de agregar os iorubás que estavam em diferentes partes do mundo. Na época, um diretor de tevê solicitou que os iorubás gravassem e enviassem sau-

dações pelo celular. A mensagem que chegou do Brasil tinha o Monumento a Zumbi dos Palmares, com 3 metros de altura e 800 quilos de bronze como cenário e chamou a atenção do rei. Localizado no canteiro central da Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, a força e beleza do monumento fizeram com que o próprio rei de Ifé tivesse interesse em ver a escultura pessoalmente. Em junho de 2018, ele, juntamente com outros reis e rainhas africanos, esteve no Brasil para uma série de encontros em Salvador e no Rio de Janeiro. A comitiva reconheceu na cabeça de bronze do Monumento a Zumbi as mesmas feições do Rei. Logo após esta visita, o rei de Ifé decidiu enviar para o Brasil não as cópias ou reproduções, mas as peças originais do acervo milenar da cidade sagrada. O fato do Brasil receber a maior coleção de arte iorubá fora da Áfri-

ESTADO POLICIAL

Detenção no Carnaval de Salvador mostra que as câmeras de vigilância são instrumentos de repressão

A

pós o golpe de estado contra a presidenta Dilma, em 2016, tem se aprofundado cada vez mais o verdadeiro estado policial contra a população brasileira. Um exemplo disso foi o que aconteceu em Salvador, capital da Bahia durante o carnaval. A cidade que é governada por ACM Neto, do DEM, desde 2016 vem implementando uma política de instalação de câmeras de vigilância, sob o pretexto de se combater a criminalidade. As câmeras são avançadas. Elas conseguem fazer o reconhecimento facial dos “suspeitos” tendo como base um banco de dados da Secretaria de Segurança Pública. Ao todo, foram gastos quase R$ 2 milhões no projeto. Além das câmeras, durante o carnaval de Salvador a prefeitura acionou drones para vigiar a população nos dias de festas. Um dos resultados desse verdadeiro estado policial foi a prisão de Marcus Vinicius Jesus de Neri. Seu rosto foi identificado por uma das câmeras quando tentava acessar um dos blocos carnavalescos da cidade. Como não poderia deixar de ser, o “criminoso” é negro, além de ser suspeito de ter cometido um crime de homicídio, ou seja não há provas contra ele. Marcus Vinicius foi preso pela polícia. A instalação de câmeras e outros de dispositivos com o pretexto de se combater a segurança, como ocorre em Salvador e em outras cidades do país, tem como verdadeiro objetivo aumentar a repressão contra o povo pobre e negro, principalmente. Com o aprofundamento do golpe de estado, a imposição de uma ditadura cada vez maior contra o povo, suas lideranças e organizações, projetos como esse, que visam a primeira vista reforçar

a segurança, não passam de uma forma da direita, dos setores mais reacionário que estão no poder, irem aos poucos aumentando o caráter policialesco do regime político contra o povo. É preciso ter claro que o problema da segurança, a contrário do que prega a direita, não se combate com mais repressão e mais policiamento. O Brasil é hoje o terceiro país que mais prende pessoas no mundo. A esmagadora maioria dos presos são negros, pobres e estão na cadeia sem qualquer prova concreta. Mesmo com essa massa carcerária gigantesca, os índices de violência no país continuam muito altos, o que apenas reforça a tese de que a raiz do problema está em outros aspectos. A única maneira de se combater minimamente a violência é garantindo melhores condições de vida para o povo, educação, saúde, emprego, cultura, etc. Isto, no entanto, não é a política dos golpistas, os quais não passam de legítimos representantes dos capitalistas e banqueiros. Estão no governo para esfolar a população, aumentando ainda mais a miséria e, por consequência, a violência. É preciso, portanto, se opor completamente a qualquer medida que vise aumentar a repressão sobre a população sobre o pretexto de se combater a criminalidade. A direita não está nem um pouco preocupada com o povo, apenas com os interesses de seus patrões, os grandes empresários e banqueiros. É preciso mobilizar o povo contra todo o aparato de repressão do estado capitalista, bem como o regime golpista de conjunto. Nesse sentido é necessário levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula.

ca evidencia as origens africanas do Brasil e, também, o desconhecimento dos antepassados africanos pelo povo brasileiro. Exposições como esta não

apenas aproximam as culturas iorubá e brasileira como também permite pensar sobre nossas origens, nossa herança histórica , nossas feições.


8| ATIVIDADES DO PCO

8 DE MARÇO

Dia Internacional da mulher operária: confira os atos organizados pelo PCO e em quais estaremos presentes! N

o próximo dia 8 de março, diversas manifestações devem ocorrer em todo país, marcando a luta das trabalhadoras que são brutalmente oprimidas pelo sistema capitalista. O dia internacional das trabalhadoras é uma criação do II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, que ocorreu na Dinamarca, em 1910, a partir da iniciativa das militantes revolucionárias da II Internacional. Na conferência, a proposta apresentada por Clara Zetkin, responsável pela organização do trabalho de mulheres da social democracia alemã e editora do jornal de mulheres do partido, Igualdade, de estipular uma data que servisse como referência mundial da luta das mulheres operárias foi aprovada. É importante lembrar que, tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos, os partidos socialistas já realizavam manifestações com esse caráter. Ainda é muito pouco divulgado, de maneira clara, a história sobre a vinculação da data -8 de março- com a luta das mulheres. Em 1857 as operárias têxteis de Nova Iorque realizaram uma de suas primeiras greves. Foram duas semanas de paralisação, sendo brutalmente reprimidas pela polícia nova iorquina, bem como pelos seus patrões. Em oito de março daquele mesmo ano, realizaram uma grande manifestação. Esta foi a primeira faísca da luta feminina que se transformaria

no início deste século num movimento internacional com manifestações de centenas de milhares de mulheres reivindicando a igualdade de direitos, o fim da repressão. Vale ressaltar que esta greve é comumente confundida com o trágico incêndio da fábrica de vestimentas novaiorquina Triangle em 1911 – em decorrência das péssimas condições de trabalho – que matou mais de 100 operárias, acontecimento que ganhou tamanha notoriedade, pela denúncia feita pelos socialistas, quando estas começaram a realizar as primeiras manifestações para marcar o dia de luta das mulheres, que se apresenta, para muitos, como a explicação para a extraordinária repercussão trazida pela paralisação de 1857. O imperialismo, obviamente, tenta apagar a origem, de caráter revolucionário, vinculada ao 8 de março, tentando utilizar a data como uma forma de atacar as mulheres, através de seu discurso demagógico referente ao “direito da mulher”, quando, na verdade o sistema capitalista é responsável direto pela repressão das trabalhadoras. Neste ano, é fundamental que as mulheres denunciem a ofensiva fascista, que as ataca diretamente. Com o aprofundamento do golpe de Estado, seus direitos vêm sendo brutalmente atacados. Elas, que possuem dupla jornada de trabalho, serão as mais prejudicadas com a reforma da previdência, por exemplo,

aumentando ainda mais sua exploração. Também serão ainda mais reprimidas no que tange o poder de decisão sobre seus corpos e vidas, uma vez que, no que se refere ao aborto, as leis de proibição e punição àquelas que necessitam, por qualquer razão, do procedimento cirúrgico, serão ainda mais duras. O Partido da Causa Operária e o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo estão organizando e se somando aos atos que ocorrerão em todas as capitais do país. É fundamental que toda classe trabalhadora vá as ruas com um programa que contemple questões centrais da luta das mulheres na etapa atual tais como, por exemplo: • Barrar a ofensiva fascista contra as mulheres;

• Derrotar a reforma da Previdência: Não ao fim da aposentadoria “especial” das professoras; Aposentadoria aos 25 anos de trabalho para todas as mulheres; • Direito ao aborto. Que as mulheres decidam sobre seus corpos e vidas; • Liberdade para Lula e todos os presos políticos; • Fora Bolsonaro e todos os golpistas e inimigos do ensino público; • Fora o imperialismo da Venezuela e de toda a América Latina; Para mais informações sobre os atos que ocorrerão na sua cidade, entre em contato com o PCO e/ou com o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo através do site do partido ou as páginas de ambos nas redes sociais.

CAMPANHA FINANCEIRA

Contribua com a luta pela liberdade de Lula e contra Bolsonaro: campanha financeira nacional do PCO O Partido da Causa Operária tem se destacado no último período como o Partido da luta contra o golpe. São muitos os motivos. Além de fazer um acompanhamento sistemático da conjuntura política nacional e internacional, temos feito uma campanha intensa em toda a imprensa partidária, como a Causa Operária TV, este Diário e o semanário impresso Causa Operária. Nosso partido se destacou na formação dos comitês de luta contra o golpe e na luta contra o fascismo. Todo esse trabalho só é possível por um motivo muito simples: nosso Partido é independente da burguesia e da direita. E, do ponto de vista da sustentação dessa atividade política, no desgraçado mundo capitalista em que vivemos, a única maneira de conquistar essa independência é buscando financiamento independente dos patrões e dos banqueiros. Buscamos receber o apoio dos milhares, e até milhões de pessoas que concordam com a nossa política, mas para isso precisamos chegar até essas pessoas. Afinal, como já diz o ditado, ‘quem paga a banda escolhe a música’. Para manter e ampliar todo o nosso trabalho de agitação, pro-

paganda e mobilização, é fundamental que o nosso partido se apoie no setor que ele defende: a classe operária. A imprensa do PCO hoje é uma das mais poderosas da esquerda nacional. Temos o maior jornal nacional impresso de circulação regular na esquerda brasileira, o jornal Causa Operária, bem como o maior canal no

YouTube da esquerda partidária, a Causa Operária TV. Com um alcance e uma influência cada vez maiores, temos lutado para impulsionar outros setores na luta contra o golpe e a extrema direita. A Análise Política da Semana, apresentada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, já alcança muitas dezenas de milhares de pessoas

todos os sábados. Também publicamos centenas de milhares de panfletos, cartazes, boletins, adesivos e outros materiais de propaganda todos os anos, e planejamos ampliar ainda mais toda essa atividade para um novo patamar no ano de 2019. O carnaval desse ano, que acabou, e marca o início oficioso do ano de 2019, mostrou o acerto das nossas previsões e análises. O governo Bolsonaro mal assumiu e já é profundamente odiado pelo povo, o que se refletiu de norte a sul do Brasil. Diferente do restante da esquerda, a palavra de ordem que levantamos, o “Fora Bolsonaro”, já está na boca do povo, em formas menos educadas, como pudemos ver em todo o país. Em contrapartida, a popularidade de Lula só aumenta, conforme nós também alertamos que aconteceria. Precisamos ampliar estas campanhas. E para isso, precisamos da sua colaboração. Ajude-nos a construir uma imprensa operária no Brasil, que seja independente da direita! Ajude o PCO a atingir 100 mil inscritos na COTV e a chegar a uma programação de 24 horas por dia!


MULHERES E CULTURA |9

BAHIA

Lei da importunação faz suas primeiras vítimas em Salvador: mais uma justificativa para encarcerar o povo nas masmorras do Estado C

inco pessoas foram presas na Bahia acusadas de importunação sexual. Os casos ocorreram entre 28 de fevereiro e 04 de Março, durante o Carnaval. Registrou-se um caso também em Mato Grosso. A lei de importunação sexual entrou em vigor em Setembro de 2018, após aprovação pelo Congresso Nacional golpista e sancionada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que exercia a presidência interinamente na ocasião. A lei efetivamente torna crime, “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro“, com pena prevista de 1 a 5 anos de reclusão, o que antes era caracterizado contravenções penais, passíveis a aplicação de multa. É evidentemente um aprofundamento da repressão política do regime golpista contra a população. Os casos que ocorreram na Bahia tratam de um indivíduo que tentou sentar-se no colo de uma mulher, puxar-lhe a mão, tocar-lhe o rosto, sem consentimento. Outro autuado em flagrante, após ter confessado ter tocado as partes íntimas de uma mulher sem a sua anuência. Outro suspeito foi conduzido por policiais ao posto da Central de Flagrantes por suposta-

mente seguir uma mulher e encosta-lhe de forma libidinosa. Um quarto indivíduo foi preso por tentar beijar uma adolescente a força. Ainda um quinto elemento foi preso e autuado por colocar as pernas por cima de uma mulher que descansava na calçada. Aparentemente, no senso comum, a lei seria uma forma de proteger as mulheres do abuso, cumprindo assim um papel democrático, contribuindo para promover a igualdade entre homens e mulheres. Contudo, a verdade, a essência da lei é bem outra e mesmo o contrário de sua aparência. A lei é parte da política de aumento da repressão geral, devido ao aumento da opressão e da exploração em geral, em todos os níveis, do povo, que são partes do plano econômico e político da camarilha golpista que usurpou o poder. As mulheres, como setor oprimido, são as primeiras vítimas do aumento da opressão geral, que recai sobre ela, em especial a mulher trabalhadora e negra, na forma de violência doméstica; passional, etc., e o aumento da exploração sob a forma de menos direitos. É a direita e a extrema-direita que por necessidade estimulam e impõem a violência contra e subordinação da mulher, o aumento espantoso da violência contra as mulheres que vemos

sob o governo golpista de extrema direita o comprova. A lei, de um lado aumenta a repressão contra a população pobre e em especial a população negra, perseguidos pelo aparato de repressão do Estado, lhes mais um motivo para jogar a população pobre e negra, arruinada pela política neoliberal, mas masmorras medievais que constituíam o sistema prisional brasileiro. De outro lado, criam uma válvula de escape instrucional para o aumento da violência e abuso contra a mulher e que eles mesmos, a direita e a extrema direita golpistas, a burguesia e o imperialismo, incen-

tivam, desenvolvem, deixando assim, a proteção da mulher com os piores inimigos dos direitos das mulheres, ou seja, o judiciário medieval brasileiro e a atroz Polícia brasileira. Não são os indivíduos presos na Bahia os responsáveis pela a opressão da mulher, apenas as reproduzem em certa escala. Nenhuma lei repressiva aplicada pelo Estado capitalista contribui para a libertação dos setores oprimidos, mas apenas para a perseguição dos mesmos. É preciso ir raiz do problema, ou seja, o regime golpista, os capitalistas etc., que são os verdadeiro inimigos das mulheres e razão de sua atual opressão.

CULTURA

Carnaval mostra para a esquerda pequeno-burguesa que é um instrumento de mobilização popular A

s festas de Carnaval transformaram-se numa grande mobilização nacional contra o governo Bolsonaro e o golpe de Estado. De norte a sul do país, as festividades de rua expressaram os sentimentos de indignação e revolta. Nas capitais dos Estados, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), ouviram-se gritos de repúdio e sátiras generalizadas contra Bolsonaro, Sérgio Moro, os esquemas de candidaturas laranjas do PSL, a Reforma da Previdência, assim como gritos e blocos “Lula Livre”. Manifestações ocorreram também em cidades do interior dos Estados, como Olinda (PE), São José dos Campos (SP), Araraquara (SP), São Carlos (SP). A esquerda pequeno-burguesa (PSOL, PSTU, a direita do PT), que aceitou o golpe de Estado e participou da fraude eleitoral, alegava que não se deveria chamar o Fora Bolsonaro, pois ele havia sido “eleito” pela maioria do povo e, por isso, contava com seu

apoio. Acreditavam que o Carnaval era só mais um instrumento da burguesia para desviar o foco do povo dos problemas do país. Pensam assim também do futebol. Nenhuma manifestação ocorreria, uma vez que o povo estaria entorpecido pelo clima festivo e desligado dos problemas do país. A cegueira política e a política sectária e oportunista da esquerda pequeno-burguesa ficaram ainda mais cristalinas. É quase impossível não ver. Diferentemente do que imaginavam, o Carnaval, a principal festa popular do país, que aglomera amplos setores da sociedade, evidenciou a profunda evolução da consciência das massas. O sentimento, o espírito do momento, foi expresso nas manifestações generalizadas pelo país. Não é possível aglomerar o povo sem que este expresse seu ódio natural à extrema-direita bolsonarista. A burguesia mostrou ter bastante consciência do perigo do povo nas ruas, e, por isso, tentou interditar, reprimir e censurar

o Carnaval, mas sem sucesso. A esquerda deve aproveitar o sentimento popular de ódio e revolta e convocar uma ampla campanha de mobilização pelo Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula. Se havia dúvidas sobre a

disposição de luta das massas, o Carnaval dissipou-as. É a hora de derrotar a direita – em crise -, seu governo e o regime político golpista. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!


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