Edição Diário Causa Operária nº5578

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SEGUNDA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5578

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Encontro Nacional Lula Livre, hora de impulsionar a campanha pela liberdade do ex-presidente A Plenária Nacional Lula Livre acontecerá no dia 16 de março em São Paulo, a partir das 9h às 18h, no auditório do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Rua Thomaz Gonzaga, 50 – Liberdade, São Paulo/SP). EDITORIAL

Se a liberdade de Lula não é defendida, o que se defende, então? Depois da eleição fraudulenta de Bolsonaro, existem setores da esquerda que pretendem se adaptar ao regime golpista, como se tivesse corrido tudo normalmente até aqui e que sequer existisse o golpe de Estado e a prisão de Lula.

Judiciário golpista emite reintegração de posse para expulsar indígenas de suas terras no Mato Grosso do Sul

Ato da luta das mulheres em BH pede pela Liberdade para Lula e por Fora Bolsonaro Nesse dia 8 de março, o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, coletivo de mulheres do PCO participou do ato unificado das mulheres levando a faixa oficial do coletivo, e a faixa da palavra de ordem “Barrar a ofensiva fascista contra as mulheres”.

Confira como foi o 8 de Março em Brasília (DF) Nesta sexta-feira, o desembargador Wilson Zahuy, do Tribunal Regional Federal (TRF) da Terceira Região, despachou um pedido de reintegração de posse contra os indígenas que estão dentro dos limites da Terra Indígena Taunay-Ipegue, município de Aquidauana (MS).

Teoria: A Polícia e o Exército Alemães, por Leon Trotsky

Tratados como bicho, crianças de escola no Ceará só comem arroz e criticam merenda escolar Os alunos da Escola Municipal e Ensino Fundamental Lucas Ferreira, em Irauçuba, interior do Ceará, tem denunciado da má alimentação distribuída


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Se a liberdade de Lula não é defendida, o que se defende, então? D

epois da eleição fraudulenta de Bolsonaro, existem setores da esquerda que pretendem se adaptar ao regime golpista, como se tivesse corrido tudo normalmente até aqui e que sequer existisse o golpe de Estado e a prisão de Lula. É deixado de lado a questão do golpe e as questões secundárias ou decorrentes do golpe de Estado ganham mais importância que a luta contra o próprio regime golpista. É uma adap-

tação, como se estivéssemos em um regime democrático, com Bolsonaro eleito regularmente, e, agora, o que nos cabe são as reivindicações parciais, somente. É por isso que durante o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, ficou tão esquecido, pelas organizações, a luta contra o golpe de Estado. Embora os manifestantes, tal como se deu no Carnaval, se colocaram contra o presidente golpista Jair Bolsonaro.

A burguesia tem uma expectativa de controlar a situação com medidas econômicas que, na verdade, devem trazer ainda mais reação popular consigo. Mesmo assim a expectativa é essa mesma, que, aos poucos, as organizações da esquerda vão se adaptando ao regime golpista, ao ponto de não mais questioná-lo, mas somente suas medidas. Fator fundamental para o golpe tal como ele está é a manutenção da pri-

são ilegal do ex-presidente Lula. Em cárcere justamente por que representa a luta contra o regime como um todo. Deixá-lo preso para sempre, que é o que sonham os golpistas, é outra expectativa da burguesia. Diante desses fatos é que ganha importância a luta contra o golpe de Estado, especialmente, a luta pela liberdade de Lula. É reivindicação que deve ser levada em todas as manifestações, em todas oportunidades.

Teoria: A Polícia e o Exército Alemães, por Leon Trotsky De “Que Fazer? Questão Vital para o Proletariado Alemão”, 1932 No caso do perigo atual, a socialdemocracia conta, não com a “Frente de Ferro”, mas com a polícia prussiana. É contar com aquilo que não se tem. O fato de que a polícia tenha sido originariamente recrutada em grande número entre os operários socialdemocratas não esclarece muita coisa. Mesmo aqui, a consciência é determinada pelo ambiente. O operário que se torna um policial a serviço do Estado capitalista é um policial burguês, não um operário. Nos últimos anos, esses policiais lutaram muito mais contra os operários revolucionários do que contra os estudantes nazistas. Tal treino não deixa de produzir os seus efeitos. E acima de tudo: cada policial sabe que o pensa-

CHARGE

mento do governo pode mudar, mas a polícia continua. No seu número de ano novo, o órgão teórico da socialdemocracia, Das Freie Wort, (A palavra livre) – Que periódico infeliz! –, publica um artigo no qual a política da “tolerância” é exposta no seu mais alto sentido. Segundo ele, Hitler parece que nunca poderá chegar ao poder contra a polícia e o Reichswehr. Assim, de acordo com a Constituição, o Reichswehr está sob o comando do Presidente da República. Assim o fascismo, prossegue, não é perigoso enquanto um Presidente fiel à Constituição continuar à frente do governo. O regime de Bruening tem de ser apoiado até às eleições presidenciais para que um Presidente Constitucional possa ser eleito, através de uma aliança com a burguesia parlamentar, e então o caminho de Hitler para o po-

der estará bloqueado por mais sete anos […] Os políticos do reformismo, esses habilidosos manipuladores, especialistas em intrigas e carreirismo, versados em manobras parlamentares e ministeriais, quando colocados fora da sua habitual esfera pelo curso dos acontecimentos, quando têm de se defrontar com fatos importantes, revelam-se ser – não há meio termo para isso – verdadeiros imbecis. Confiar num presidente é confiar “no governo”! Face ao iminente choque entre o proletariado e a pequena burguesia fascista – dois campos que conjuntamente constituem a esmagadora maioria da nação alemã – esses “marxistas” do Vorwaerts (Avante) – o principal jornal socialdemocrata – gritam no sereno por socorro: “Socorro! Governo, intervenha!”


COTV | 3

CAUSA OPERÁRIA TV

Veja como foi a Análise Política da Semana deste sábado Diversos temas foram abordados nesta Análise Política da Semana, apresentada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária. Entre os temas, está a reação popular, no Carnaval, contra a presidência golpista de Jair Bolsonaro, confira, aponte o celular para o código QR e assista.

CAUSA OPERÁRIA ENTRVISTA

Renato Farac, militante perseguido pela direita, concedeu entrevista para a Causa Operária TV Nesta última quarta-feira (6/3), o programa COTV Entrevista contou com a participação de Renato Farac, militante do PCO perseguido pela direita golpista após o protesto contra o ministro do meio em Porto Seguro, no Parque Nacional do Pau Brasil. Na entrevista que pode ser assistida no canal no YouTube ou nas outras redes sociais da Causa Operária TV, o militante conta os detalhes do acontecido e explica a falsa encenada pelos golpistas. Confira abaixo aponte o celular para o código QR e assista.

8 DE MARÇO - DIA DA MULHER TRABALHADORA

“As mulheres devem lutar por um governo operário e camponês”, veja mais no Ato Debate em homenagem ao 8 de Março Neste sábado, 9, em várias capitais do Brasil, foi realizado o Ato Debate intitulado Barrar a Ofensiva contra as Mulheres. Acompanhe o debate realizado em São Paulo. Aponte o celular para o código QR e assista.


4 |MOVIMENTO OPERÁRIO

CAIXA

Os golpistas atacam a PLR dos empregados da Caixa Econômica Federal e anunciam a liquidação total do único banco 100% público O

presidente golpista da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou provisionamento injustificável de 7 bilhões do resultado de 2018 com pretexto de eventuais perdas futuras no segmento imobiliário. Isso representa um ataque direto à PLR – Participação nos Lucros e Resultados – que os trabalhadores devem receber. A direção da Caixa fez forte pressão sobre os trabalhadores para que o resultado do ano fosse 9 bilhões, depois alterou a meta para que chegasse a 11 bilhões. Ao final, o resultado obtido foi de 15,8 bilhões. Os trabalhadores teriam a maior remuneração da história, mas quando tudo parecia ir bem o presidente golpista da Caixa anunciou o provisionamento de 7 bilhões para eventuais perdas futuras no segmento imobiliário. Estariam os golpistas planejando uma perda bilionária para o próximo período? É importante ter em conta que a carteira de crédito imobiliário é de 427 bilhões e a inadimplência está abaixo do esperado de 2%. Isso significa que não há justificativa aceitável para esse rombo que atinge diretamente a remuneração dos trabalhadores que já não tiveram aumento compatível com a inflação do período, levando-os a perda de poder aquisitivo e consequente perda de qualidade de vida. Fica a pergunta: que fim terá realmente os 7 bilhões?

Os golpistas anunciaram ainda a privatização das áreas de gestão de recursos, loterias, seguros e cartões. Como se não bastasse, pretendem ainda colocar à venda ações na bolsa de São Paulo e de Nova Iorque. É o fim da Caixa Econômica Federal do povo brasileiro, isso significa a liquidação total do único banco 100% público do pais, o banco que mais cresceu nos últimos anos. Desde a primeira era do governo golpista, no comando de Temer, os bancários da Caixa estão sob incessantes ataques que começaram com plano de demissões que continua até hoje. Também extinção de postos de funções gratificadas que impossibilitam plano de carreiras, postos de caixas e de tesoureiros, por exemplo, já são hoje intermitentes (funções minutos). Na prática, os técnicos bancários acumulam funções e ganham gratificação pelos minutos trabalhados nestas funções, mas sem direito a remuneração de quebras para eventuais perdas relacionadas a erros operacionais. Muitas vezes, o trabalhador perde mais do que ganha e acaba pagando para trabalhar. Os ataques não param por aí, com a implantação da GDP – Gestão de Desenvolvimento Pessoal – avaliação apresentada como maneira de premiar os empregados, mas que na verdade vai penalizá-los quando não atingirem as metas propostas. Isso deve acarre-

tar perda de postos de funções gratificadas ocupadas pelos trabalhadores. Se a lei de demissão do servidor público for adaptada para o funcionário de empresa pública, a GDP pode se tornar o terror inclusive para os bancários sem postos de funções gratificadas. Outro ataque anunciado e que vai de encontro ao plano dos golpistas de atacar os postos de trabalhos e direitos dos bancários de toda categoria, são as agências digitais que devem trabalhar com número menor de bancários, maior demanda de trabalho e salários mais baixos. Todos estes ataques representam um brutal retrocesso à dignidade dos bancários, que devem se organizar pa-

ra explicar para toda sociedade que o que está em jogo é a precarização dos serviços bancários e entregar ao mercado o maior banco 100% público da América Latina, que promove políticas públicas e que mais cresceu nos últimos anos, um patrimônio do povo superavitário. É preciso que os bancários, os sindicatos e a CUT – Central Única dos Trabalhadores – chamem a greve geral dos bancos e todos os setores da economia para juntos denunciarem a entrega de todo patrimônio nacional e colocar na pauta de luta a estatização de todos os bancos do país. Neste sentido, é preciso pôr fim ao governo golpista de Jair Bolsonaro. Fora Bolsonaro e todos os Golpistas!

Com o golpe os banqueiros aumentaram a ofensiva reacionária na categoria bancária, que, através de seus lacaios nos locais de trabalho, elevou exponencialmente a política de assédio moral, que recai, principalmente, contra as mulheres. As mulheres, da mesma forma que a classe operária, estão fora dos verdadeiros centros de poder do regime político, constituindo uma das camadas mais oprimidas da população. A representação operária, bem como a feminina, é uma ínfima minoria no parlamento, reafirmando o caráter de classe do atual

regime burguês, que significa, concretamente no Brasil, um regime político dominado por homens, brancos, membros da burguesia em primeiro lugar e secundariamente da pequena burguesia, funcionários da primeira. A luta por um programa de reivindicações femininas, na categoria bancária, somente pode ter como perspectiva estratégica a luta conjunta com toda a classe trabalhadora e a população em geral pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo e pelo socialismo.

BANCÁRIOS

Para os banqueiros golpistas mulheres devem ganhar menos e não ocupar postos chaves de direção

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o mês da mulher trabalhadora é de extrema importância mostrar a realidade das trabalhadoras bancárias que estão na linha de frente dos ataques dos banqueiros golpistas, financiadores do golpe de estado que impôs ao povo brasileiro, através da maior fraude eleitoral, um governo que defende uma política de que: lugar de mulher é em casa e na cozinha. Segundo pesquisa do IBGE “as mulheres trabalham, em média, três horas por semana a mais do que os homens, combinando trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas. Mesmo assim, e ainda contando com um nível educacional mais alto, elas ganham, em média, 76,5% do rendimento dos homens.” (IBGE), com a atual crise econômica, que joga o desemprego às alturas, é sobre

os ombros femininos que recaem os maiores índices de desocupação. Na categoria bancária a situação da mulher não poderia ser diferente. Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revelam que as 1.089 mulheres admitidas nos bancos em janeiro de 2019 receberam, em média, um valor correspondente a 82,8% da remuneração média auferida pelos 1.359 homens contratados no período. Além disso as mulheres são minorias nos cargos de direção nos bancos. No Santander apenas 20,20% das mulheres ocupam esses cargos; no Itaú, somente 12,7%; no Bradesco, 5,15%; Banco do Brasil, 4,84%, e na Caixa, somente 2,7%, isso sem falar que nos bancos públicos, BB e Caixa, nenhuma vice-presidência desses bancos é ocupada por mulher.


MULHERES| 5

MULHERES

Ato da luta das mulheres em BH pede pela Liberdade para Lula e por Fora Bolsonaro

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esse dia 8 de março, o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, coletivo de mulheres do PCO participou do ato unificado das mulheres levando a faixa oficial do coletivo, e a faixa da palavra de ordem “Barrar a ofensiva fascista contra as mulheres”. Nessa si-

tuação foram distribuídos centenas de panfletos dos comitês de luta contra o golpe, além de cartazes e boletins da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), todos com destaque para “Liberdade para Lula” e “Fora Bolsonaro”. A ótima receptividade aos materiais dei-

DISTRITO FEDERAL

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H00

Confira como foi o 8 de Março em Brasília

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concentração do 8 de março em Brasília, iniciou com falas de diversas organizações de luta das mulheres antes de iniciar a passeata pela esplanada dos ministérios. Como de costume, as mulheres possuem suas pautas históricas a serem reivindicadas diante da opressão do Estado Burguês, contudo no atual cenário as palavras que prevaleceram foram contra os ataques do regime golpista e do atual presidente fascista e ilegítimo Jair Bolsonaro, sendo hoje o inimigo número das mulheres. O ato foi divido em alas, onde foram colocadas diversas denúncias de ataques contra as mulheres, uma das alas que teve grande impacto político foi a ala Lula Livre. A ala era composta por uma enormidade de pessoas, onde era feita a denúncia da prisão política do ex-presidente, uma vez que foi preso pelo golpe de estado, o mesmo que também é o grande responsável pelas mais recentes investidas contra os direitos das mulheres. Fato é, que essa ala deu todo o clima para esse 8 de março definitivamente.

xou claro a posição política majoritária presença na manifestação. Foram convocados dois atos para tratar da luta da mulher, passando também pela pauta, da Liberdade para Lula, do combate a reforma da previdência e no repúdio ao governo golpista de Jair Bolsonaro. O racha em relação a luta pela liberdade de lula culminou na convocação para duas concentrações distintas, uma para a praça Raul Soares, e outra para a praça 7. A primeira, chamada de “mobilização vermelha” foi a maior e aquela que saiu em defesa do ex-presidente Lula. Contou com a participação dos membros da Frente Brasil Popular, como o Partido da Causa Operária (PCO) e o Partido dos Trabalhadores (PT), além do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), via União da Juventude Socialista (UJS).

Também estavam presentes grupos de luta como o Coletivo Alvorada, o Movimento de Luta nos Bairros vilas e Favelas (MLB), o Movimento sem terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), dentre outros. O racha do ato produzido pela política direitista do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), reuniu-se na praça 7 e foi absorvido pelo restante da mobilização que saiu da praça Raul Soares com o carro de som e a bateria. Foram chamadas as palavras de ordem contra o Bolsonaro produzidas pelo carnaval, além de gritar “Lula Livre” e “Fora Bolsonaro” diretamente. A questão da execução de Mariellen Franco também foi um tema importante na atividade, justificando a enorme faixa em sua homenagem como ornamento para o carro de som. Sem ficar para trás, foi aberta da faixa de trinta metros com os dizeres “Lula Livre”. O ato foi dispersado na praça da Estação após musicas, apresentações artísticas e apenas duas falas políticas, uma do PSOL, outra da Frente Brasil Popular.

Um ponto importante de se destacar, é que durante a organização do 8 de março a esquerda pequeno-burguesa alinhada a esquerda coxinha do PSTU, tentava retirar a pauta de liberdade para Lula e principalmente de colocar uma palavra de ordem correta contra o governo fascista. Mas a realidade se impôs e a situação política que está colocada demonstrou claramente qual a vontade popular. Durante todo o ato o Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula foram as palavras de ordem que permaneceram até o final do ato. Portanto, o dia de luta das mulheres ficou marcado pela luta contra o governo fascista de Bolsonaro, onde as mulheres estavam organizadas e mobilizadas no sentido de barrar a ofensiva fascista, assim como chamou o Coletivo de Mulheres do PCO, Rosa Luxemburgo. É preciso chamar esses setores a organizarem a luta, e no próximo momento chamar a mobilização de todos os trabalhadores para derrotar o regime golpista.

TVMULHERES

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV


6 | MORADIA E TERRA E POLÍTICA

MATO GROSSO DO SUL

Judiciário golpista emite reintegração de posse para expulsar indígenas de suas terras no Mato Grosso do Sul N

esta sexta-feira, o desembargador Wilson Zahuy, do Tribunal Regional Federal (TRF) da Terceira Região, despachou um pedido de reintegração de posse contra os indígenas que estão dentro dos limites da Terra Indígena Taunay-Ipegue, município de Aquidauana (MS). O despacho de reintegração contra os indígenas da etnia Terena atendeu ao pedido de duas parentes da ministra da Agricultura Tereza Cristina, também conhecida como musa do veneno, proprietárias da Fazenda Esperança. Os Terena estão na área há mais de seis anos e dentro dos limites da Terra Indígena Taunay-Ipegue, ou seja, dentro de suas terras por direito. A expulsão emitida pela justiça golpista em favor dos latifundiários bolsonaristas dentro do governo evidenciam não vão dar trégua para os povos indígenas em todo o país. Os Terena alertam que na última grande reintegração de posse realiza-

LIBERDADE PARA LULA

Encontro Nacional Lula Livre, hora de impulsionar a campanha pela liberdade do ex-presidente A

Plenária Nacional Lula Livre acontecerá no dia 16 de março em São Paulo, a partir das 9h às 18h, no auditório do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Rua Thomaz Gonzaga, 50 – Liberdade, São Paulo/SP). O Partido da Causa Operária estará presente e contará com a participação dos nossos militantes e dos Comitês

de Luta Contra o Golpe para fortalecer a campanha pela liberdade para Lula. É um momento para dar um novo impulso na campanha em defesa de lula. O PCO deve participar com bastante material, e a plenária é uma boa oportunidade aprofundar e impulsionar a campanha em torno da liberdade do ex-presidente.

da pelos latifundiários e a forças policiais resultaram em um massacre da população indígena, que resultou na morte de Oziel Terena ao vivo e dezenas de feridos, onde as forças policiais e pistoleiros atiraram com balas de verdade em direção a aldeia em 2013. Há um plano de abrir as terras indígenas para o agronegócio e para as mineradoras sem qualquer anuência dos povos indígenas e do encerramento das demarcações e revisão das terras já demarcadas em benefício da extrema-direita. O governo Bolsonaro colocou em prática uma política de extermínio dos povos indígenas e de entrega de todo o patrimônio nacional. Está aparelhando os órgãos estatais de apoio as comunidades indígenas e responsáveis pela demarcação de terras (como Incra e Funai) com militares e latifundiários de extrema-direita para atacar violentamente o movimento indígena.


ATIVIDADES DO PCO E DOS COMITÊS | 7

COMITÊS DE LUTA

Novo jornal “A luta contra o golpe” está nas ruas, pela liberdade de Lula

www.lutecontraogolpe.com.br

A LUTA CONTRA O GOLPE

REVISTA MULHERES

Está nas ruas o número 29 da Revista Mulheres, do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo do PCO

A

s militantes do Coletivo Rosa Luxemburgo lançaram no dia 8 de Março mais uma edição da Revista Mulheres, a edição número 29, que tem como tema principal “Barrar a ofensiva fascista contra as mulheres”.

A revista é de fundamental importância para a luta das mulheres no atual estágio do regime político golpista. As revistas podem ser adquiridas com todos os militantes do partido e as integrantes do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo.

Publicação mensal do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo do Partido da Causa Operária nº 29 - março de 2019 - R$ 10,00

BARRAR A OFENSIVA FASCISTA CONTRA AS MULHERES Leia nessa edição: a origem proletária e socialista do dia Internacional da Mulher Leia também: a Declaração do Coletivo Rosa Luxemburgo ao 8 de março, dia da trabalhadora Editorial: a direita quer a escravização das mulheres

Violência: um ano da morte de Marielle Franco - execução policial com aval do governo golpista

Oito de março: fora Bolsonaro Por uma ampla mobilização para derrotar a reforma da previdência

1º DE MARÇO DE 2019

LIBERDADE PARA LULA! FORA BOLSONARO!

Jornal dos comitês de luta contra o golpe • Fundado em 2019 Nº 10 • Jornal quinzenal | 1º de março de 2019 • Tiragem: 30.000 exemplares

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stá disponível uma nova edição do jornal dos comitês de luta contra o golpe. A edição vem com a manchete Liberdade para Lula e Fora Bolsonaro, dando continuidade a campanha principal do Partido da Causa Operária e dos comitês. O jornal, a imprensa anti golpista, é fundamental para aprofundar a campanha pela liberdade do ex-presidente e a campanha contra o golpe de Estado como um todo. Todos os comitês de luta contra o golpe devem receber o material para a realização da campanha nos mais variados locais do Brasil, com a finalidade de ampliar entre as massas de trabalhadores a luta contra o golpe, pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula.

2 A LUTA CONTRA O GOLPE

Duas campanhas centrais para derrotar o golpe são expressas nestas duas palavras de ordem: Liberdade para Lula! Fora Bolsonaro! Elas são complementares e fundamentais para os trabalhadores confrontarem a direita golpista. A primeira delas, “Liberdade para Lula!”, afirma que a prisão de Lula é política, que o ex-presidente é um preso político das instituições dominadas pela direita. Coloca

os trabalhadores contra essas instituições. A segunda, “Fora Bolsonaro!”, não reconhece a legitimidade do presidente dos golpistas, colocado no governo em uma eleição fraudulenta organizada pela direita para tentar dar uma aparência de legitimidade ao golpe de Estado inaugurado em 2016. O governo Bolsonaro já começou em crise. Sua reforma da Previdência é amplamente rejeitada pelos trabalhadores, que já começaram a lutar

contra isso, embora ainda de forma desarticulada. A tendência de luta contra o governo Bolsonaro pé desde já muito presente e marcante. A CUT deve começar a mobilizar os trabalhadores para uma greve geral, há um momento favorável para derrotar a direita golpista em torno desse ataque contra os trabalhadores que os direitistas tentam levar adiante. Outras demonstrações de impopularidade do governo já aparecem de forma espontânea no Carnaval. Em passarelas e blocos de rua, por todo o país, a população tem se manifestado em coro contra o presidente golpista. Manifestação popular espontânea que contraria as pesquisas de opinião e o resultado fraudulento das urnas. Esse é um dado contundente que atesta a hostilidade dos trabalhadores contra a direita golpista, apesar de toda a campanha da imprensa burguesa para fazer parecer o contrário. Enquanto isso, o ex-presidente Lula, reconhecido por amplos setores da classe trabalhadora como seu representante, está preso em Curitiba. Preso político per-

seguido pelo regime golpista, Lula naturalmente expressa uma oposição a esse regime e à sua política. O regime que ataca os trabalhadores e suas condições, mantém Lula como preso político, condenado sem provas e preso antes do trânsito em julgado. Quanto maior for a crise desse governo golpista, mais a figura de Lula se fortalecerá como uma alternativa política diante de milhões e milhões de trabalhadores. Uma alternativa ao programa de miséria para o povo e de entreguismo e submissão ao imperialismo. Nessas circunstâncias, a reivindicação de liberdade para Lula concentra uma oposição a tudo isso: à perseguição política, à miséria e ao imperialismo. Por isso, para confrontar o golpe diretamente e derrotar a direita e o imperialismo, essas duas palavras de ordem devem ser levantadas na mobilização dos trabalhadores contra os golpistas. Ao contrário das lutas parciais que estão colocadas, são pautas políticas que confrontam o golpe de conjunto e podem impor uma derrota decisiva à direita. Liberdade para Lula! Fora Bolsonaro!

NÃO À REFORMA DA PREVIDÊNCIA!

O QUE SÃO OS COMITÊS DE LUTA CONTRA O GOLPE

Os comitês de luta contra o golpe surgiram durante a luta dos trabalhadores contra o impeachment fraudulento da ex-presidente Dilma Rousseff. Eles são um instrumento de luta e de organização suprapartidária para lutar contra todos os ataques que a direita golpista e os fascistas estão realizando contra o povo. Militantes de vários partidos, ou de nenhum, participam destes comitês para lutar contra o governo Bolsonaro, contra a reforma da previdência, contra as privatizações e outros ataques desferidos contra todo o povo brasileiros. Mas, acima de tudo, os comitês estão organizados para defender a liberdade do ex-presidente e dirigente da esquerda Lula, preso injustamente pelos golpistas para facilitar a ofensiva de destruição dos direitos. Os comitês de luta contra realizam diversas atividades políticas e sociais, como co-

NÃO À REFORMA GOLPE FRACASSA DA PREVIDÊNCIA NA VENEZUELA

O QUE SÃO OS COMITÊS DE LUTA CONTRA O GOLPE Entre em contato para formar um comitê ou encontrar um comitê de luta contra o golpe mais perto de você!

Para falar diretamente ligando ou através do whatsapp utilize os números abaixo: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (OI)

e-mail: alutacontraogolpe@gmail.com site: lutecontraogolpe.com.br face: www.facebook.com/lutecontraogolpe twitter: @lutecontragolpe

lagens de cartaz; panfletagem em fábricas, escolas, feiras e locais de grande circulação; almoços, jantares, debates e outros tipos de eventos; e assim por diante. Em julho do ano passado (2018), os comitês realizaram sua primeira Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe que discutiu o apoio incondicional à candidatura de Lula e organização de diversas atividades pelo país. Eles se expressam politicamente através do Jornal A Luta Contra o Golpe, que foi uma iniciativa de comitês de todos os cantos do país para realizar de forma mais organizada a atividade de agitação e propaganda. Por isso, se você que participar da luta contra o governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula, é preciso se juntar a um comitê de luta contra o golpe. Se não há onde você trabalha/ mora/atua, saiba como criar um na página oficial dos comitês: alutacontraogolpe.com.

GOLPE FRACASSA NA VENEZUELA No dia 23 de fevereiro, o imperialismo realizou uma tentativa fracassada de invasão da Venezuela. Com o pretexto de levar “ajuda humanitária” para o país, que além de ser uma campanha fajuta e farsesca contra o governo, era uma forma de entrar com caminhões com sabe-se lá o que pelas fronteiras do país chavista. Foi organizado toda uma operação de propaganda contra o governo. A direita financiou um show milionário em Cúcuta (Colômbia), na fronteira com o país, o Venezuela Aid Live, na mesma cidade onde os golpistas estavam aglomerando as cargas de “ajuda humanitária”. Além disso, os grupos de extrema-direita venezuelanos foram estimulados a realizar agressões violentas contra a população, que seriam colocadas nas costas do governo de Maduro. A operação, entretanto, fracassou. As contradições políticas entre o imperialismo norte-americano e seus capachos latino-americanos (governo brasileiro e colombiano), e a mobilização política contra a invasão dos trabalhadores venezuelanos, além da barreira militar montada nas fronteiras pelo governo de Maduro, levaram à derrota da operação golpista. Os governos do Brasil e da

Colômbiaficaramdivididossobre intervir ou não. Para eles a operação é muito custosa do ponto de vista político, econômico e social. Os países sul-americanos teriam prejuízoseconômicosgigantescos para levar adiante uma guerra que só interessa os EUA, além de todas as pessoas que teriam de morrer durante a guerra. Se o imperialismo não resolver a crise, a situação para o país vai ficar complicada. Como não estão dispostos a abrir mão da operação, terão de intervir sozinhos e ter eles mesmos os custos que os governos sul-americanos não quiseram ter. Eles, que já estão sendo derrotados militarmente na península arábica e no Oriente Médio - uma operação extremamente custosa. Por isso, os trabalhadores brasileiros deve se juntar em torno da defesa de Venezuela, contra a intervenção imperialista. Uma vitória do imperialismo no país vizinho iria fortalecer a direita em todo continente, da mesma forma que a derrota do imperialismo irá levar a uma crise generalizada de todos os governos direitistas, que estão atacando os trabalhadores brasileiros. A luta dos trabalhadores da Venezuela é a luta dos trabalhadores de toda América Latina. Fora o imperialismo da Venezuela!

A extrema-direita ficou motivada com a vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Todos os elementos mais reacionários da sociedade ressurgiram no cenário político. Houve um aumento das agressões fascistas, contra os mais diversos grupos sociais, um aumento da perseguição política e judicial, e também um aumento da censura contra os grupos dissidentes. Esses grupos de extrema-direita já haviam levantado a cabeça no momento do golpe de estado contra Dilma Rousseff, em um momento anterior da etapa política. Agora, voltam ainda mais agressivos. Na época o projeto de censura nas salas de aula, o “Escola Sem Partido” não passava de uma lei que os vereadores procuravam passar por debaixo dos panos. A reação foi muito grande, e em diversas cidades houve manifestações contra a aprovação da lei. No atual momento, com a volta destes grupos retrógradas, a situação piorou. A passividade política da esquerda durante o período eleitoral, que deixou de lutar contra o golpe para acreditar em fantasias, fez com que a extrema-direita voltasse com todas as forças. O “Escola Sem Partido” é um dos principais projetos do golpista Jair Bolsonaro e, por mais que ele não tenha assumido o governo ainda, toda o aparato do estado já se organiza no sentido da linha política de Bolsonaro, levando adiante suas propostas de aumento da repressão contra a população, como fica claro com a proposta de ampliação da lei antiterrorismo, para perseguir movimentos sociais, a criação da Força-Tarefa controlada pelos militares e também a discussão em comissão do projeto “Escola Sem Partido” em âmbito nacional. De qualquer forma, da mesma maneira que os neonazistas que apoiam Bolsonaro não aguardaram este assumir à presidência para iniciar uma política de agressões contra os explorados, e nem os latifundiários esperaram para aumentar os ataques brutais aos indígenas e sem-terras, a Escola Sem Partido já está colocada na prática. Bolsonaro e outros políticos da extrema-direita estão pedindo para que alunos e colegas de trabalho filmem professores

em sala de aula que estiverem fazendo “doutrinação”. Um típica prática policial adota pela extrema-direita, e uma forma de tentar intimidar o professor em sala de aula. A extrema-direita utiliza isso como forma de linchamento. Divulgam um professor e formam um grupo, geralmente composto pelos pais, para começar a atacar o professor, persegui-lo e pressionar (se pressionar for necessário) a escola a demiti-lo de seu cargo. Isso em Santo André em que uma professora começou a ser perseguida por Bolsonaristas e entrou em crise de choros em sua casa, com medo de ir à escola – ao que aproveitaram para demiti-la. É importante ressaltar que não se deve cair no discurso de “doutrinação nas salas de aulas”. Isso ocorre é apenas uma forma de pressionar os professores de esquerda a não apresentarem o fato tal qual eles acham estar correto, mas da forma que a direita quiser. Ou seja, é uma verdadeira censura, pois o professor não pode ter opinião própria e liberdade de expressão para apresentar um fato, deve repetir a opinião, geralmente incorreta, da direita golpista. A “Escola Sem Partido” é na verdade a escola com o partido da direita, sem a esquerda. As escolas e universidades devem ser o lugar da livre circulação de ideias, e deve ter isso como princípio fundamental. Os professores devem ter total liberdade de expressão nas salas aulas, caso contrário é uma censura, e assim deve ser denunciado. A direita atua de forma totalmente policial, de forma a cercear todos os passos dos professores e persegui-los quando saírem dos limites por ela traçados. O “Escola Sem Partido” reflete o aprofundamento do golpe de estado, e portanto de sua política de repressão e censura. Por isso, os professores precisam se organizar em comitês para barrar a ofensiva da direita nas escolas. É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas. Para isso, a união entre estudantes e professores é fundamental para combater a extrema-direita, que de longe é minoria em todas as escolas.

A LUTA CONTRA O GOLPE • 1º de março de 2019 • Tiragem: 30 mil exemplares • Site: www.lutecontraogolpe.com.br

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8| JUVENTUDE

CEARÁ

Tratados como bicho, crianças de escola no Ceará só comem arroz e criticam merenda escolar O s alunos da Escola Municipal e Ensino Fundamental Lucas Ferreira, em Irauçuba, interior do Ceará, tem denunciado da má alimentação distribuída pela instituição desde o começo do ano letivo. Alguns relatos revelam que tem sido oferecido apenas arroz temperado com cebola e alho enquanto aguardam com fome pelo fim do processo licitatório de agricultura familiar. A desculpa para a demora no processo é de que algumas empresas entraram com recurso, demonstrando claramente o desinteresse do poder público em estabelecer prazos que respeitem o calendário escolar. Fica explicito o absurdo descaso com a alimentação dessas crianças e jovens que não podem se alimentar apenas

com arroz enquanto suas famílias tem extrema dificuldade para sobreviver, principalmente na atual conjuntura político-econômica. A omissão do governo em relação à alimentação de qualidade, que cumpra com o papel nutricional adequado, é mais uma demonstração do desmonte da educação pública no país. A destruição do ensino público serve aos interesses imperialistas do Banco Mundial de estabelecer políticas neoliberais de parcerias público-privadas (PPPs) através de ONGs e empresas privadas. Dessa forma o governo espera que em um futuro próximo haja a naturalização dessa prática que corrobora com a política de privatização da educação, típica dos golpistas encabeçados por Bolsonaro.

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