Edição Diário causa Operária nº5608

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QUARTA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5608

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Fantoche do imperialismo: Bolsonaro admite intenção de entregar a Amazônia para os EUA O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro concedeu, no último dia 8, uma entrevista à emissora direitista Jovem Pan. Na entrevista, Bolsonaro escancarou, sem nenhum pudor, todo o caráter entreguista de seu governo: “quero explorar a região amazônica em parceria com os Estados Unidos”.

Enchentes no Rio: reflexo da devastação provocada pelos golpistas

EDITORIAL

Os 80 tiros não são “engano”, são a política da direita para o país

Conforme denunciado amplamente pela imprensa do Partido da Causa Operária desde o início da movimentação golpista, os planos do golpe de Estado são a completa devastação da economia nacional, além da destruição dos direitos e das organizações da nossa classe operária.

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TODA SEGUNDA ÀS19H00

O fuzilamento de um automóvel, em que se encontrava uma família, por militares do Exército em plena tarde desse último domingo, em Guadalupe, zona norte da capital carioca, matou o músico e pai de família, Evaldo Santos, de 53 anos, não foi um “engano”, como procura apresentar a Polícia Civil responsável pela investigação, mas trata-se de uma política deliberada da direita contra a população pobre e explorado do país.

Política nazista: nos EUA, direita quer 99 anos de prisão para mulheres que realizarem aborto Um projeto de lei obscurantista está em trâmite na Câmara do Alabama, nos Estados Unidos. A criminalização do aborto, com previsão de pena de 99 anos para as mulheres, foi apresentado na casa legislativa, subscrito por mais de 60 dos 105 membros.



OPINIÃO | 3 EDITORIAL

Os 80 tiros não são “engano”, são a política da direita para o país O fuzilamento de um automóvel, em que se encontrava uma família, por militares do Exército em plena tarde desse último domingo, em Guadalupe, zona norte da capital carioca, matou o músico e pai de família, Evaldo Santos, de 53 anos, não foi um “engano”, como procura apresentar a Polícia Civil responsável pela investigação, mas trata-se de uma política deliberada da direita contra a população pobre e explorado do país. “Foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados, e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma. Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares”, declarou em en-

trevista o delegado Leonardo Salgado. O delegado não poderia ser mais explícito. Se fosse bandido, estaria justificado o fuzilamento, como foi uma “família normal”, a versão passa para o campo do “engano”, da “confusão” e até mesmo uma “reação” diante de uma “injusta agressão” por assaltantes, como se pronunciou o Comando Militar do Leste, em defesa da covarde ação militar. Não é preciso entrar nem nos detalhes macabros, que só vieram à tona por conta de denúncias de moradores da região que presenciaram a cena e pela própria família do morto, que por uma obra do destino conseguiu se salvar. Um trecho do depoimento da companheira de Evaldo, por si, diz tudo: “moço, socorre o meu esposo. Eles não fizeram nada e ficaram de deboche”. A desculpa do “engano” não melhora em nada a situação. Foi uma

ação deliberada de extermínio. Aliás, em nenhuma circunstância faria sentido dar 80 tiros em um carro, mesmo que estivesse em fuga. Com bandidos. Soldados não são juízes e o Brasil não tem pena de morte. Esse tipo de ação é incentivada pela extrema-direita, que está tentando transformar as polícias e o exército em esquadrões da morte institucionalizados. O assassinato de Evaldo Santos tem o mesmo teor que o assassinato de 13 pessoas em uma única operação da PM em morros do centro do Rio, em fevereiro passado. Foram execuções. Essa é a prática cotidiana das forças de repressão no Rio de Janeiro e nas grandes cidades brasileiras contra a população pobre e explorada e particularmente os negros, como era o caso de Evaldo.

A extrema-direita, o Estado golpista procura transformar a barbárie cotidiana contra a população em estatísticas, que de nada adianta para a população vítima do extermínio sistemático. Evaldo dos Santos será daqui a pouco mais um Amarildo e outras centenas, milhares de pessoas serão incorporadas à lista macabra dos grupos paramilitares. Os bolsonaros, os witzels, os dorias tem que ser detidos. O Estado assassino que defendem, assim como defendem todos os golpistas, tem o propósito de reprimir a população diante da reação inevitável que ocorrerá em oposição a política de rapinagem e destruição das mínimas condições de vida e sobrevivência do povo e do próprio Estado e que tem como um dos métodos fundamentais o extermínio indiscriminado dessa mesma população.

COLUNA

Dois partidos, a chuva e a mesma cara de pau Por Rafael Dantas

M

arcelo Crivella e João Doria disseram exatamente as mesmas coisas depois que as chuvas caíram sobre o Rio e São Paulo deixando um rastro de devastação e mortes. Não é coincidência. Trata-se de uma política contra os interesses da maioria da população e em particular dos trabalhadores, dos mais pobres e oprimidos. Quando, em março, as chuvas fizeram 12 mortos na capital e deixaram 800 pontos de alagamento na Grande São Paulo, o governador João Doria (PSDB) afirmou que a quantidade de chuva foi “surpreendente”. Nessa semana, diante do temporal que deixou pelo menos quatro mortos e vários pontos de alagamento, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB),

disse textualmente que “as chuvas que caíram são anormais, nenhum de nós esperava um volume desses”. Ambos conclamaram a população a não sair de casa, como se os trabalhadores tivessem outra opção diante da possibilidade de perder seus empregos. Pegos “de surpresa” pela água que cai regularmente todos os anos, os exímios administradores da burguesia não conseguem esconder que a culpa pelos estragos e perdas humanas é deles mesmos. A prefeitura de S. Paulo gastou menos da metade da verba destinada a combater as enchentes no último ano. No Rio, Crivella não gastou nenhum centavo do orçamento destinado ao

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV

mesmo fim neste ano. As verbas dedicadas a mitigar os efeitos das chuvas são um dos alvos prediletos na “contenção de gastos” das prefeituras. É um dinheiro que é desviado para outros fins, normalmente os bancos, a dívida pública e as privatizações. À esta altura em 2018, a prefeitura de S. Paulo havia gasto apenas 32% da verba. Dez anos atrás, Gilberto Kassab (então no DEM, hoje no PSD) havia gasto apenas 7% do orçamento destinado aos piscinões. Ao todo, em seu mandato, apenas 8,3% da verba contra enchentes foram aplicados. Crivella tem números semelhantes. Em dois anos, gastou apenas 22% da verba de enchentes. Neste ano, zero, como já vimos. A prefeitura do Rio re-

duziu em 77% as verbas destinadas a obras de controle das águas pluviais nos últimos cinco anos. Caiu de R$294 milhões em 2014 para R$66 milhões em 2018, passando por meros R$14 milhões em 2017. Não dá para culpar São Pedro por ter enviado água demais. Os culpados pela destruição e sofrimento do povo são os governos serviçais da burguesia e do grande capital, que escravizam a população com impostos e taxas para entregar recursos para os bancos. Em tempo: recomendo a entrevista da Causa Operária TV com o arquiteto e urbanista Patryck Carvalho, sobre a relação entre as chuvas e o caos gerado pela política da direita, de março deste ano.


4 | POLÍTICA

FANTOCHE DO IMPERIALISMO

Bolsonaro admite intenção de entregar a Amazônia para os EUA O

presidente ilegítimo Jair Bolsonaro concedeu, no último dia 8, uma entrevista à emissora direitista Jovem Pan. Na entrevista, Bolsonaro escancarou, sem nenhum pudor, todo o caráter entreguista de seu governo: “quero explorar a região amazônica em parceria com os Estados Unidos”. A declaração de Bolsonaro, além de ser um verdadeiro crime de lesa-pátria, é uma piada de péssimo gosto. Afinal, dizer que o governo brasileiro e

o governo norte-americano irão trabalhar em parceria é algo inimaginável: o único interesse do imperialismo norte-americano é submeter os brasileiros a seus interesses. Bolsonaro cada vez mais se mostra como um capacho dos Estados Unidos. O bolsonarismo nada tem de patriota: o governo ilegítimo serve apenas para que os capitalistas possam saquear o Brasil livremente. Bolsonaro se tornou presidente por meio de uma fraude eleitoral e já se

provou um inimigo do povo brasileiro. Seu único objetivo é levar adiante uma política de guerra contra a população. Por isso, ê necessário agir urgentemente para impedir que o regime político se aprofunde para uma ditadura abertamente fascista e consiga esmagar todos os direitos dos trabalhadores. É preciso sair às ruas para derrubar o regime golpista e libertar o maior líder popular do País. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!

CONTRA A ALA DIREITA DO PT

Lula defende Gleisi Hoffmann na presidência do partido E

m reunião com a direção do PT na sede da Polícia Federal de Curitiba esta semana, o ex-presidente Lula afirmou que irá apoiar a reeleição para a presidência do partido da atual presidente do Partido dos Trabalhadores, a deputada paranaense, Gleisi Hoffmann. Lula deu também um recado para a oposição a Gleisi, ou seja, a ala direita do PT, “baixar a bola” nas críticas e na campanha que tais setores vêm fazendo contra o mandato da atual presidente. A orientação de Lula, principal liderança popular do País, da esquerda nacional e do Partido dos Trabalhadores, é uma fundamental demonstração de apoio à ala esquerda do Partido, a qual é representada por Gleisi, assim como a todos os setores que de fato lutam contra o golpe. No último período a atual presidenta tem se posicionado de maneira correta em questões chave da luta políti-

CHARGES

ca, este fato também foi reconhecido por Lula. Gleisi defendeu e defende de maneira intransigente a luta pela liberdade de Lula, assim como se colocou, de maneira correta, contra a intervenção imperialista na Venezuela e em

defesa do governo Maduro. Por esses posicionamentos, Gleisi sofreu e sofre uma campanha de ataques dos setores direitistas do PT, representados por figuras como Tarso Genro, Fernando Haddad, os governa-

dores do Nordeste, os quais se esforçam para que o partido abandone a luta contra o golpe, contra a liberdade de Lula e se adapte ao regime político, controlado pela extrema-direita, pelo bolsonarismo. A orientação de Lula é também uma desmoralização dessa política oportunista levada a cabo pela ala abutre e direitista do PT. Lula deixa claro, nesse sentido, sua defesa da luta contra o governo ilegítimo de Bolsonaro, ou seja, a necessidade de uma verdadeira oposição nas ruas contra o governo golpista. É preciso seguir a orientação do ex-presidente Lula e impulsionar nas ruas o movimento de luta contra o governo Bolsonaro. Levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas e Liberdade para Lula. O ex-presidente, mesmo preso , é hoje o principal representante daqueles setores que querem de fato lutar contra Bolsonaro e o golpe de Estado.


POLÍTICA | 5

CONTRA O GOLPE

A verdadeira diferença na esquerda é entre os que querem libertar Lula e derrotar o golpe e os que não querem M atéria publicada nesta segunda, dia 8, pelo jornal imperialista El País, sobre os atos do último domingo, pela liberdade de Lula procura destacar uma divisão da esquerda em torno do eixo de mobilização na atual etapa, em meio a um agravamento da crise do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, no momento em que esse completa 100 dias de duração desastrosa. Mesmo apresentando um ângulo totalmente falso e artificial, de tipo sociológico, o jornal toca em uma questão importante na nota intitulada “Lula e Marielle, símbolos de duas esquerdas separadas nas ruas“: o da evidente divisão da esquerda diante de uma questão central na etapa atual, a luta pela liberdade do ex-presidente Lula. Segundo o autor, jornalista, Felipe Betin, o ato realizado em São Paulo teria sido “marcado por algumas ausências”. Para ele, “a pequena multidão reunida na avenida Paulista… era composta, em sua maioria, por pessoas oriundas de uma classe média trabalhadora que possuíam uma média de idade que facilmente beira os 50 anos”, e acrescenta que, “salvo exceções… faltaram os jovens… que há menos de um mês, no dia 14 de março, engrossavam outra manifestação, a que recordava o primeiro ano da brutal execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes”. Embora as observações do autor – que mostra que tem lado nessa divisão – não seja propriamente um senso da presença no ato, ela apenas oculta o fato – notado por muitos dos presentes – de que havia ausências e muitas notadas no ato e que correspondem a uma diferença real, e não etária, que ocorre, na orientação política da esquerda nesse momento. Embora tenha contado com uma presença significativa de ativistas e militantes da esquerda, incluindo jovens do PT, PCO, PCdoB e outros, ficou evidente que o ato não foi resultado de uma ampla mobilização impulsionada pelos partidos de esquerda e pelas poderosas organizações de massas que esses dirigem, com amplo poder de mobilização. Isso quando as pesquisas das próprias instituições e institutos que apoiaram o golpe, ligados – por exemplo – à imprensa golpista (como Datafolha/Folha de S.

Paulo e Ibope/O Globo) mostram a enorme revolta contra o governo Bolsonaro, que sinalizam um crescimento do apoio do ex-presidente Lula. Estavam ausentes nos atos dezenas de políticos que se elegeram ou fizeram campanha como “candidatos de Lula” nas eleições, prometendo “não largar a mão de Lula”; não estiveram presentes caravanas organizadas pela maioria dos partidos políticos da esquerda e organizações sindicais e populares que, em muitas oportunidades, antes das eleições, se mostram presentes (como o MST, MTST, sindicatos etc.). Em alguns atos, alguns desses elementos comparecem com pequenos estafes (sem realizar qualquer mobilização) para fazer auto-propaganda e não se desmascaram totalmente diante da militância combativa que quer lutar pela liberdade de Lula. O motivo é claro, e fica a cada dia mais evidente para milhares militantes: um setor da esquerda, sua ala burguesa e pequeno burguesa, liderada pelos que desejaram “sucesso” ou “boa sorte” para o presidente Bolsonaro (como Ciro Gomes, PDT e Fernando Haddad, PT), que apoiaram a eleição do deputado do DEM, Rodrigo Maia, que liderou a aprovação da famigerada reforma trabalhista e, agora, ajuda a encaminhar a aprovação da “reforma” da Previdência, para a presidência da Câmara dos Deputados (como o PSDB), além de setores que até mesmo apoiam esse roubo da aposentadoria de milhões de brasileiros, em favor dos banqueiros (como os governadores do Nordeste do PSB, PT e PCdoB), há muito deixaram de lado qualquer luta contra o golpe e passaram a defender uma “frente ampla” com setores da esquerda, entre os quais há quase um consenso de que a defesa de “Lula livre não unifica” (como defendem líderes do PSOL e de outros partidos “da esquerda”). Para esses setores a defesa de Lula tinha (e também de Marielle etc.), tinha e continua tendo um caráter eleitoral. Serve apenas quando isso pode ser usado para conquistar um apoio eleitoral de esquerda, claramente identificado com o ex-presidente Lula. Por isso para muitos desses dirigentes ou setores por esses influenciados,

a atividade em defesa de Lula, deve ter um caráter apenas demonstrativo, ter um caráter acessório, para pressionar no sentido de negociações em torno de outras questões que eles consideram fundamentais, como as eleições e as negociações com setores golpistas de dentro e fora do governo com os quais eles julgam ser possível chegar a um acordo, seja para apresentar uma “alternativa” comum diante da crise do governo Bolsonaro, juto com os próprios golpistas, seja para esperar e se articular em torno das futuras eleições de 2020 e 2022. Esta questão se refletiu não apenas nos atos de domingo, mas domina toda a atividade interna e externa da esquerda, inclusive, sendo o eixo da divisão interna da maioria dos partidos de esquerda onde há alas a favor de uma mobilização real em defesa da liberdade de Lula e outras contrárias (embora poucos, ou ninguém, ouse afirmar isso publicamente). O autor também assinala outras distinções entre os públicos, “mais sutis’, segundo ele, que serviriam para “caracterizar essas duas esquerdas que nem sempre tem prioridades parecidas”. E cita como exemplo, a intervenção do dirigente do Partido da Causa Operária (PCO) no ato, Antônio Carlos Silva, em que o mesmo atacou o ministro Antonio Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, afirmando que “Toffoli é a menina dos militares. Remarcou o julgamento do STF para evitar que Lula fosse posto em liberdade”; para afirmar – de forma indireta que a afirmação com suposto “teor machista” não não teria apoio no ato o ato por Marielle e Anderson no Rio, onde prevê que o mesmo “teria sido fortemente vaiado”. A matéria apresenta diferenças secundárias entre os atos, como os fatos de que o ato do Rio teve “poucos homens e lideranças partidárias” [a exceção de psolistas, segundo ele “consideradas as herdeiras políticas de vereadora assassinada”— “tenham subido no palco montado na Cinelândia, no centro do Rio” e que “escutava-se uma multidão entoando o samba enredo da Mangueira.” e que “ao invés de um discurso político como gran finale, o ato terminou com um grande baile funk”, enquanto no ato de São Paulo “escutava-se o clássico Guantanamera,

uma marca da ainda reivindicada Revolução Cubana. Tais “diferenças” apenas reforça o caráter conservador, oculto por detrás da aparência e palavreado pseudo radical de setores da esquerda que não querem lutar pela liberdade de Lula e contra o golpe de Estado, não querem promover um ampla mobilização em favor das reivindicações populares contra o golpe, e procuram dar aparência “radical” à sua atividade em torno de questões pessoas, identitárias, de forma e não de conteúdo. Na matéria o autor assinala que “a esquerda precisa de unir em grande frente progressista”; explicitando essa frente como a “que chegou a se desenhar nas ruas com o movimento #EleNão, contra o então candidato e atual presidente Jair Bolsonaro”. elesnaoOu seja, faz campanha a favor da frente que de nada serviu para defender qualquer interesse concreto dos trabalhadores, mas que tentou – sem sucesso – dar sobrevida a uma candidatura da burguesia golpista (preferencialmente a de Alckmin), apresentando partidos e candidatos da direita golpista como um “mal menor” do que o candidato que não tinha – naquele momento – o apoio de setores importantes do imperialismo (como expressou The Economist) e que foi impulsionado por agentes tão fascistas quanto a revista Veja, a jornalista Rachel Scheherazade, o jurista do impeachment Miguel Reale Jr. e o próprio candidato Geraldo Alckmin, conhecido por comandar a Polícia Militar mais mortífera do País. São justamente os maiores defensores e praticantes do #EleNão, em 2018, que – agora – defendem a “frente ampla” com os golpistas, com aqueles que não querem lutar pela liberdade de Lula, pois isso seria se colocar contra uma das questões centrais para todas as alas do golpe (de dentro e de fora do governo), que querem manter Lula preso, como também para os explorados e suas organizações de luta, para as quais a libertação de Lula constituíra-se num reforço fundamental na luta por derrotar a ofensiva contra suas condições de vida e por colocar abaixo todo o regime golpista de expropriação das massas e destruição da economia nacional em favor do grande capital.

DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 10H. POR UMA TV REVOLUCIONÁRIA


6 | POLÍTICA

EDUCAÇÃO

Abraham Weintraub, novo ministro da Educação, utiliza propaganda nazista contra a esquerda C

om a queda do ministro colombiano da educação, Ricardo Veléz Rodriguez, a pasta é entregue para Abraham Weintraub. Abraham diz não ser radical e capaz de entregar resultados, mas ele é só mais um representante do imperialismo ligado ao governo golpista e miliciano de Jair Bolsonaro, que é diretamente ligado à extrema-direita de Israel. Weintraub, o novo Ministro da Educação e sucessor de Ricardo Vélez Rodriguez, diz que seu diferencial é não estar filiado a nenhum partido, porém, ele também tem ligações com os tubarões do ensino privado e ao que tudo indica, se desta vez o MEC funcionar, será com o propósito de privatizar a educação junto ao projeto do outro tubarão Guedes. Logo que sua nomeação foi confirmada, viralizou rapidamente na internet um vídeo no qual o atual ministro Weintraub fez declarações, que são no mínimo curiosas, sobre sua opinião acerca da esquerda de forma generalizada, como “socialista é AIDS”, o que demonstra o perfil de extrema direita do mesmo, ou ainda “com comunista não tem conversa, manda para aquele lugar, xingar…”. Assim, além de demonstrar de forma escancarada o seu caráter fascista, o ministro deixa claro não ter conhecimento suficiente para

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conceituar socialismo e comunismo. E mesmo que supostamente tenha, faz de forma mau caráter o cumprimento do papel de confundir a população e alertar sobre a “ameaça comunista” exatamente como os nazistas diziam na Alemanha, que os comunistas estão no topo das organizações financeiras do país, são os donos dos jornais, donos das grandes empresas, do monopólio, etc. Sua nomeação foi criticada no Twitter por Zeca Dirceu e Marcelo Semer, que postaram, respectivamente, “Nomeado um ministro da Educação, Abraham Weintraub, ligado ao mercado financeiro e com 20 anos de atuação no setor bancário. Não resta dúvida sobre para onde ele vai mirar seu trabalho no MEC. O plano do governo é esvaziar investimentos públicos e tentar privatizar nosso ensino.” e “Nazismo de esquerda, comunismo bancário. Cara, onde ele encontra essas figuras?” Vale lembrar que durante as eleições ele dizia que o Nordeste não precisaria ter cursos de sociologia ou filosofia e que seria melhor ensinar agronomia sob supervisão de Israel para o povo nordestino, em outras palavras, no Nordeste o pensamento crítico não é necessário, basta fazer o trabalho braçal, laboral, o resto, pode deixar

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por conta dos Estados Unidos e Israel, que sabem cuidar da colônia. O aprofundamento na crise do governo golpista Jair Bolsonaro é evidente, já são dois ministros que caem em cem dias, e caíram “de podre” ou não por divergências com o governo, que sim, tem alas a agradar (olavetes e militares), mas caíram porque a rejeição da atual política pela população é maior do que esperavam aqueles que deram o golpe de Estado em 2016. Outro problema a ser pensado é que, se esse ministério começar a funcionar de fato, a extrema-direita tem o programa “Escola com Fascismo” para implantar, que visa amordaçar todos que forem contra a atual política

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fascista de desmonte à educação e privatização das instituições de ensino. A censura nas escolas e universidades parecem ser o próximo passo do MEC, que, como o próprio ministro afirmou, não dialogaria com aqueles que buscam os direitos sociais (por ele chamados de socialistas, ou AIDS). Assim, para que a educação não sofra um ataque mais profundo do que já vem sofrendo é necessário ir às ruas pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro contra todos os ataques incluindo a volta do famigerado Escola Sem Partido, tal qual presidente golpista pretende implantar junto aos demais direitos sociais conquistados que o mesmo pretende extinguir.

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CIDADES| 7

RIO DE JANEIRO

Contingenciamento de funcionários na Transpetro quase causa nova tragédia ambiental no Rio de Janeiro D

esde 2016, ano do Golpe, a Transpetro vem reduzindo o efetivo de trabalhadores da subsidiária. Naquele ano, a Transpetro contabiliza 10,9% menos funcionários que em 2015. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos (Conttmaf) vem alertando para os riscos que representa a redução, cada vez maior, dos funcionários da Transpetro. O fato é que a redução de tripulantes nas embarcações coloca em risco as operações, pois eleva o nível de fadiga dos trabalhadores, podendo resultar em acidentes. A redução dos efetivos nas embarcações desrespeita até mesmo a quantidade mínima definida pela Marinha. Há denúncias de que também, por causa da redução do efetivo, há desvio de funções, para cobrir atividades dos que foram cortados, de alteração

de registros de horas trabalhadas para menos e a ocultação de ocorrência de fadiga da tripulação. As desculpas são sempre a crise, de que é necessário redução de custos nas operações, de que o momento é outro e que o Brasil trabalha com tripulações acima da média mundial en-

tre outras. A verdade, porém, é que o sucateamento da Transpetro é o único objetivo, e a motivação é a privatização. Com isso, no entanto, além dos acidentes de trabalho cada vez mais prováveis de acontecer, temos aumentada a possibilidade de tragédias

ambientais no Rio de Janeiro, como a acontecida em dezembro de 2018. Por causa de um vazamento, a empresa foi multada em R$ 7 milhões, quando 60 mil litros de óleo foram despejados no Rio Estrela, que deságua na Baía da Guanabara, afetando manguezais e a fauna local. Nesta semana, foi confirmado vazamento de óleo na Região dos Lagos, potencial nova tragédia ambiental no estado. E isso está diretamente ligado ao sucateamento da Transpetro, ao contingenciamento de funcionários, não nos enganemos. A sanha privatista não se preocupa com os danos ao meio ambiente, muito menos com a saúde dos trabalhadores, com o destino dos que foram e serão desligados. São sinais de que a Transpetro logo será entregue ao ‘mercado’, como parte do processo para privatizar a Petrobrás como um todo.

ENCHENTES NO RIO

Reflexo da devastação provocada pelos golpistas C

onforme denunciado amplamente pela imprensa do Partido da Causa Operária desde o início da movimentação golpista, os planos do golpe de Estado são a completa devastação da economia nacional, além da destruição dos direitos e das organizações da nossa classe operária. Todo o povo brasileiro pôde constatar isto na pele nos dois anos do governo golpista de Temer, e agora mais ainda, nestes primeiros 100 dias do governo igualmente ilegítimo e golpista de Bolsonaro. Um dos aspectos mais severos do plano econômico do golpe são os assim chamados “ajustes” econômicos. Como parte do compromisso que firmou com os banqueiros nacionais e internacionais, Temer conseguiu aprovar a infame PEC dos gastos, que impôs à máquina pública brasileira, que sempre esteve muito aquém das reais necessidades da população brasileira, um ajuste fiscal duríssimo em todos os níveis, por um longo período de 20 anos. Logicamente que toda essa fortuna, arrancada à fórceps da riqueza nacional é desviada para os grandes capitalistas internacionais, os tubarões do imperialismo estrangeiro. Um dos estados do Brasil que mais tem sofrido com a política econômica do golpe é o Rio de Janeiro. Os setores da engenharia naval e petrolífera do Rio, por exemplo, sofreram um duro golpe, que terminou com muitas dezenas de milhares de desempregados. Nunca é demais denunciar o papel de destaque que a operação golpista Lava Jato desempenhou em todo esse processo, sendo um aríete que golpeou duramente este setor da economia a serviço do imperialismo, principalmente o norte-americano.

Obviamente, toda essa devastação e regime de corte de gastos acaba por impactar outras áreas que dependem de investimento público. É o caso dos desastres com enchentes e chuvas fortes, um mal que assola o estado fluminense há muitos anos sistematicamente. Caso estivéssemos tratando de um desastre natural que ocorre sem uma periodicidade determinada, como por exemplo um terremoto, ainda assim a contenção de danos seria de responsabilidade do poder público. No caso das chuvas, entretanto, o crime cometido pelo governo é muito pior. Os maiores casos de deslizamentos ocorrem sempre nesta época do ano, marcada pelas chuvas de alta intensidade.

Foi o que se viu mais uma vez nos últimos dias no estado do Rio. O prefeito da capital do Rio, Marcelo Crivella, concedeu um longo depoimento para a Agência Brasil (EBC), órgão de comunicação criado pelos governos do PT e ligado ao governo federal. Embora seja um representante da direita evangélica, Crivella foi anteriormente um dos aliados do governo do PT e destaca nesta matéria alguns aspectos reais no que tange o problema das enchentes. O ajuste fiscal que a direita mais ligada ao imperialismo aprovou deixa os governos de mãos totalmente atadas. Crivella reclama da falta de recursos para realocar pessoas que moram em áreas de risco para locais seguros ou para construir reservatórios sub-

terrâneos que possam conter a água escoada nas enchentes. Na matéria, Crivella revela ainda a insatisfação do seu governo com a política de ajuste fiscal do golpe. Podemos imaginar que a insatisfação de Crivella na realidade representa o descontentamento de um amplo setor da burguesia nacional, que está sendo garroteada pelo imperialismo. Crivella reclamou da retração dos programas Minha Casa Minha Vida e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), iniciativas dos governos do PT que ajudariam o prefeito a construir novas residências em localidades seguras e investir em obras de infra-estrutura para conter os danos causados pelas enchentes. Por mais que Crivella represente um setor que tenha embarcado no golpe de Estado dado em Dilma em 2016, devemos dizer que, assim como o MDB fluminense, Crivella não faz parte do núcleo duro golpista, sendo mais um dos que embarcaram na canoa golpista por parte da intensa pressão exercida pelo imperialismo. Se levarmos em conta os recentes conflitos abertos entre a prefeitura de Crivella e a empresa que administra o pedágio da Linha Amarela no Rio de Janeiro, a LAMSA, podemos afirmar que a crise no interior da burguesia golpista se aprofunda. Isso mostra que estamos em um momento de grande confusão e dispersão entre os golpistas, e portanto é fundamental que a classe operária se organize e lute pela construção de uma gigantesca greve geral, em torno das palavras de ordem de “Fora Bolsonaro” e “Liberdade para Lula”, que centralizam todas as lutas atuais e colocam a classe operária em uma rota de colisão com os golpistas.


8 | INTERNACIONAL

POLÍTICA NAZISTA

Nos EUA, direita quer 99 anos de prisão para mulheres que realizarem aborto

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m projeto de lei obscurantista está em trâmite na Câmara do Alabama, nos Estados Unidos. A criminalização do aborto, com previsão de pena de 99 anos para as mulheres, foi apresentado na casa legislativa, subscrito por mais de 60 dos 105 membros. A gravidade da medida é evidente e não encontra qualquer respaldo na Constituição Norte Americana. Com todas as críticas que se possa fazer ao imperialismo, é fato que um certo nível de direitos individuais é assegurado aos seus cidadãos. Contudo, a profunda crise do capitalismo quer devolver à mulher a condição de mera reprodutora, mesmo no país mais poderoso do mundo. O projeto vem sendo chamado de “pena de morte para as mulheres”, já que qualquer cidadã do estado Alabama que for enquadrada na lei por cometer um aborto, morrerá antes

de cumprir os 99 longos anos de prisão previstos. Os autores da proposta tiveram a desfaçatez de comparar os abortos aos muitos genocídios praticados pelo nazistas na Segunda Guerra Mundial. Caso a medida seja aprovada, qualquer provocação junto ao judiciário poderá levar o caso para a corte máxima do país, que terá que reavaliar o direito ao aborto, o que abre precedente para que a proibição se espalhe pelo país. Em 1973 a Suprema Corte Norte-americana considerou válida a pretensão de uma cidadã interromper sua gravidez, contrariando a legislação própria de alguns dos estados. A decisão foi baseada em algo muito simples. O direito à individualidade garantido pela Constituição abrangeria, por óbvio, a disposição do próprio corpo. Assim, a mulher poderia escolher seguir em frente ou não com uma gravidez. Na-

da há de socialista no reconhecimento deste direito, sendo, ao contrário, uma questão democrática básica que deveria ter sido resolvida já nas revoluções burguesas do Século XVIII. Com a ascensão da extrema direita no mundo,

até esses direitos mais elementares estão em risco. É preciso denunciar e marcar posição ao lado das trabalhadoras norte-americanas pela manutenção de seu direito.

CAMPANHA DE EMBARGOS

Trump cancela acordo que permitia atletas cubanos atuarem na Liga Americana de Beisebol O

presidente norte-americano, o direitista Donald Trump, acaba de dar mais uma tacada reacionária contra os povos do Caribe e da América Latina em seu conjunto. Determinado a levar adiante a odiosa campanha de embargos, ataques e boicotes contra os países que se insurgiram e se insurgem contra os ditames do “império”, desta vez Trump está com suas baterias direcionadas contra o esporte da ilha socialista caribenha, Cuba. O pequeno país é reconhecido mundialmente por se destacar em várias modalidades esportivas, com um acúmulo de medalhas olímpicas muito superior a outras nações de maior porte não só do próprio continente latino, como também em todo o mundo. O presidente ianque acaba de cancelar um acordo que a Liga Norte Americana de Beisebol (MLB, em inglês) mantinha com a Federação Cubana

de Beisebol, onde jogadores do país caribenho teriam mais oportunidades no beisebol norte-americano. De acordo com porta-vozes de Washington, Trump tomou a decisão em função do entendimento de que a “Federação cubana faz parte do governo cubano, o que impossibilita o acordo já que qualquer negociação envolvendo o país da América Central é banido atualmente” (The Playoffs, 08/04). Um oficial do governo americano chegou a destacar os pontos “negativos” que a Liga teria caso o acordo continuasse “em pé”. “A Major League Baseball foi informada sobre os perigos que trazem qualquer negociação ou trato feito com o governo cubano” (idem, 08/04). Gostaríamos muito de entender quais são esses “perigos” que atletas de beisebol ou de algum outro esporte representa para a maior e mais agressiva máquina militar de

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

guerra do planeta. Se há algum perigo hoje para os povos das Américas e de todo o mundo, essa ameaça vem exatamente dos planos de intervenção militar, pressão e intimidação que os EUA representam nos quatro cantos do planeta. A luta contra os planos de intervenção militar e de guerra do imperialismo norte-americano contra os povos oprimidos de todo o mundo assume, cada vez mais, um caráter de enfrentamento do proletariado internacional contra a burguesia mundial. Em sua luta pela emancipação do jugo do capital, as massas empobrecidas de todo o mundo devem erguer alto e em bom tom a bandeira da derrota do imperialismo e da vitória da revolução socialista, como condição necessária para a libertação definitiva do conjunto da humanidade em direção ao comunismo.

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


MOVIMENTO OPERARIO | 9

BANCÁRIOS

Direita golpista à frente do Banco do Brasil intensifica os ataques aos trabalhadores e contra a empresa O s famigerados neoliberais, que se apossaram do Estado através de um golpe, estão a todo vapor na ofensiva de privatizar as empresas estatais e entregar o patrimônio do povo brasileiro para os capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais. Esse governo já deu demonstrações claras do seu total servilismo e subserviência, quando da visita de Bolsonaro e Paulo Guedes aos EUA, manifestando todo o seu amor pelo Estados Unidos. É um verdadeiro ataque às empresas estatais: Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Embraer, Eletrobras, Aeroportos, Banco do Nordeste, Bancos Estaduais, Previdência, etc., tudo está na mira desses lacaios dos países imperialistas e beneficiar meia dúzia de abutres de olho no patrimônio nacional. A última, da direção golpistas do Banco do Brasil, foi a abertura de licitação para “contratação de Gerenciadora de Contratos, Fiscalização de Manutenção Predial/Obras Civis e Assessoria Técnica Especializada para a Ges-

tão Administrativa dos contratos de Engenharia nos estados: AM, AC, RR, RO, MT, MS, TO, GO e DF, com período de vigência de 24 meses, renováveis por igual período…” (Consultas e Audiências Públicas Aviso 2019/035502). A medida do BB é um ataque aos funcionários do banco, quando terceiriza parte do quadro técnico, no caso a engenharia, responsável pela a fiscalização, assessoria de contratos em obras. Em Brasília 50% do quadro dos funcionários da engenharia serão atingidos. Esses trabalhadores possuem comissão equivalente a um assessor, depois da contratação da empresa terceirizada passarão a fazer parte do quadro do “esmolão” – nome dado pelos trabalhadores, em que o comissionado fica recebendo a comissão por três meses para ver se encontra um outro setor que tenha disposição de vagas com a mesma comissão, o que é hoje praticamente impossível, se não achar perde a comissão. A medida do banco abre caminho para a liquidação completa do setor de engenharia do banco.

MINISTRO GOLPISTA DA ECONOMIA

Além do ataque os trabalhadores, a terceirização do setor de engenharia do banco é mais uma medida da direção golpista do banco que visa, com a lei da terceirização e a aprovação da “reforma” trabalhista no reacionário Congresso Nacional, entregar para as empresas privadas setores inteiros do banco, como já vem acontecendo no setor de tecnologia, e pavimentar o caminho para a privatização do BB.

É necessário organizar, imediatamente, uma gigantesca mobilização dos bancários do Banco do Brasil, conjuntamente com os demais trabalhadores bancários e das empresas estatais, contra os ataques do governo. Fora Bolsonaro e todos os golpistas, contra a entrega de todo o patrimônio nacional e revogação de todas as medidas dos governos golpistas Temer e Bolsonaro.

POLÍTICA DE ATAQUES

Ministro golpista Paulo Guedes, Após golpe, falta até merenda o tchutchuca, tem processo do nas escolas do Sergipe Postalis colocado em sigilo D O

ministro golpista da economia do governo direitista de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, é investigado pelo MPF (Ministério Público Federal), desde antes das eleições fraudulentas de 2018 para presidente da República do Brasil, por roubo nos fundos de pensão das Estatais. A empresa de investimentos de Paulo Guedes, usou e abusou do dinheiro dos fundos de Pensão para ganhar milhões em fundos de investimentos e participações para projetos de suas empresas, o que resultou em evaporação do dinheiro dos participantes dos Fundos de Pensão, como o Postalis (fundos dos Correios), e alta lucratividade das empresas de Paulo Guedes. Com a vitória fraudulenta do governo de Jair Bolsonaro, e por consequência, a nomeação de Paulo Guedes, o tchutchuquinha dos banqueiros, como ministro da economia desse governo fascista, os processos contra Paulo Guedes, que investigavam essas operações fraudulentas, foram passados de interesse público, para processo judiciais de sigilo extremo. Paulo Guedes, que é acusado de usar o dinheiro dos aposentados e trabalhadores das estatais para se enriquecer, tem o privilégio de não ter seu processo, que o investiga como corrupto, divulgado a todos os brasileiros, mostrando que promoveu um

ataque a economia nacional e aos direitos dos trabalhadores das estatais, como os trabalhadores dos Correios. Diante disso, é necessário a formação de comitês de luta conta o golpe nas Estatais, nos Correios, para mobilizar os trabalhadores contra esse roubo dos golpistas ao conjunto dos trabalhadores. Pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela Liberdade de Lula e por eleições livres, aonde Lula possa participar.

esde o golpe de Estado de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, intensificou-se a política de ataques à Educação, de um modo geral, e – principalmente – ao ensino público. Em 2019, com apenas três meses do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, vários estados e municípios do país viram greves e paralisações contra as atrocidades que estão sendo promovidas contra a educação. Na manhã desta terça-feira, dia nove de abril, dezenas de alunos do Colégio Estadual Nelson Mandela, do Conjunto Médici, em Aracaju (SE), ocuparam a sala do secretário de estado da educação em protesto contra a falta de merenda escolar. Outro problema é a falta de ventiladores nas salas. Desde o dia quatro de abril, o colégio Nelson Mandela está sem merenda. “Somos alunos do sistema integral e estamos há dois dias sem aula. Queremos providência”, cobra o aluno do 3º ano do ensino médio, Márcio Ângelo. Trata-se de uma escola arcaica, pois falta merenda e ventilador, algo básico para o funcionamento das escolas, mas parecendo “artigos de luxo” diante da situação em que falta até comida para os alunos. Uma política consciente dos governos golpistas e inimigos do ensino público. Contra esta política, há muitos protestos e oposição dos professores, denunciando as causas reais do fracasso

que estão diretamente relacionadas à política dos governos de destruição do ensino público, que se vê reforçada pela campanha reacionária da direita golpista, a favor da escola com fascismo e a escola sem material. Por uma imediata mobilização da comunidade escolar, professores e alunos contra o corte de verbas e a favor de um reajuste salarial. Por uma greve geral da educação para barrar todos os retrocessos que estão se intensificando com a eleição fraudulenta de Bolsonaro e seus comparsas.


10 | COTV E JUVENTUDE

PORTO VELHO

Mais de mil alunos ficam sem aula em Rondônia por falta de transporte

E

m Porto Velho (Rondônia), mais de mil alunos não voltaram às aulas por falta do transporte fluvial. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), há um contrato emergencial com previsão de retorno do serviço em até 15 dias. Conforme as informações dadas pela Prefeitura de Porto Velho, 36 escolas dependem do transporte escolar terrestre e 20 do transporte fluvial, o que equivale a mais de 5 mil estudantes atendidos pelo transporte terrestre e 1.016 pelo fluvial. Em reunião realizada na segunda-feira (01) com a comissão de educação da Câmara Municipal de Porto Velho, Márcio Félix, o novo secretário da Semed, informou que, no início do mês de abril, os 5 mil estudantes que dependem do transporte terrestre voltaram às aulas na zona rural de Porto Velho, pois a justiça havia determinado a continuação dos serviços terrestres de modo emergencial. No entanto, os mais de mil estudantes que dependem do transporte flu-

vial ainda aguardam uma contratação emergencial em processo de finalização pela Secretaria Municipal de Licitação (SML). O prazo é de até 15 dias. A Secretaria Municipal de Educação afirma que apenas uma empresa se apresentou para realizar o serviço durante 180 dias e que ela tem até 15 dias para iniciar as suas atividades. Dessa maneira, a Semed espera que, ainda em abril, o calendário letivo, que previa o início das aulas para o dia 1º de abril, comece para todos os estudantes da zona rural. O Ministério Público de Rondônia (MP-RO), em coletiva de imprensa realizada no dia 3 de abril, indicou que a Prefeitura, independente de um contrato emergencial, deverá montar uma força-tarefa que resolva o problema definitivamente e criar uma comissão, junto aos órgãos interessados, com o intuito de solucionar o impasse criado com a realização de uma nova licitação. A Promotoria de Educação do Estado informou que os contratos emer-

genciais referentes ao transporte escolar deverão ser feitos no início de abril. De acordo com o promotor de justiça Marcelo Lima de Oliveira, “ao meu ver, teria que ser criado uma secretaria especial para tratar do transporte escolar. Mas não podemos obrigá-lo (o Município). O que pode ser feito imediato são as ações e multas já propostas, caso o novo secretário não cumpra o prometido”.

Embora a Semed afirme que está fazendo o que pode para garantir o acesso ao estudo a todos os estudantes da zona rural de Porto Velho, a falta de transporte demonstra, mais uma vez, a sabotagem dos golpistas contra a população. A falta de investimento em infraestrutura é consequência do corte de gastos promovido pelos golpistas, e a ausência dos alunos, um golpe contra a educação.

COTV

5 vantagens de ser membro da Causa Operária TV no YouTube A

Causa Operária TV conta agora com o recurso dos membros. Esse é um recurso disponibilizado pelo YouTube apenas para os canais com grande número de inscritos e visualizações. Para ser Membro da COTV é muito simples. Basta clicar no botão que aparece na página inicial do canal e logo abaixo dos vídeos. O membro da Causa Operária TV, além de contribuir com apenas R$ 7,99 por mês e ajudar no fortalecimento dessa iniciativa por um canal operário, revolucionário, independente e socialista, também conta com benefícios exclusivos. Saiba as cinco vantagens de ser um Membro assinante da Causa Operária TV 1. Contribuir com uma imprensa operária e revolucionária A Causa Operária TV é um canal independente. Portanto, ele sobrevive graças ao apoio de todos aqueles que são os verdadeiros interessados: os trabalhadores. A imprensa burguesa é sustentada pelos grandes capitalistas, uma imprensa operária que se disponha a defender os interesses dos trabalhadores de conjunto só pode ser sustentada pela própria classe operária e pelos ativistas. 2. Transmissões ao vivo exclusivas Os Membros do canal poderão ter acesso a transmissões exclusivas como por exemplo a programas piloto

de estreia do canal. Assim, os membros terão direito a fazer críticas e sugestões sobre os programas que entrarão na programação.

sempre alguma novidade na hora de participar dos bate-papos das transmissões ao vivo.

3. Emojis exclusivos do canal

4. Atividades presenciais para a comunidade de membros

Os Membros podem participar dos chats com emojis exclusivos da COTV. Os emojis são aquelas figurinhas que podem ser colocadas no chat. Serão lançados novos emojis de tempos em tempos para que os membros tenham

Regularmente, a Causa Operária TV realizará atividades especiais para os membros. Assim, os contribuintes poderão se conhecer além de conhecerem os nossos apresentadores e nossos estúdios.

5. Sorteios para participar dos programas de debate ao vivo Todo mês haverá sorteios para que um Membros participe de algum dos programas de debate e mesa redonda da COTV. O membro sorteado poderá participar do programa no nosso estúdio e contribuir com o debate com os apresentadores. Não perca tempo, contribua e seja um assinante do canal mais polêmico e revolucionário da TV brasileira!


NEGROS,CULTURA, MORADIA E TERRA | 11

MASSACRE DO POVO NEGRO

Filho de dirigente do movimento negro é assassinado

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a madrugada do dia 28 do último mês foi possível presenciar mais um caso de assassinato de jovem negro, morte essa associada ao avanço da extrema-direita no país. Bruno Alves de Oliveira Feitosa, de 26 anos, era filho de Santa Alves, presidenta da Unegro em Brasília. Junto a mãe, Bruno atuava na luta do povo negro. Bruno foi assassinado enquanto ca-

minhava com seus amigos no bairro onde morava -Sobradinho II- em Brasília. Aqueles que presenciaram sua morte relatam que ele foi atacado por uma pessoa desconhecida na rua. O homem o atacou com uma faca, produzindo um ferimento na região torácica. Como pode se perceber, o governo fascista de Jair Bolsonaro vem instigan-

do o ataque sistemático contra a casse trabalhadora, em especial a população negra. Nesse sentido é fundamental a formação e manutenção dos comitês de luta contra o golpe e de autodefesa, juntamente a organização de amplas mobilizações populares, tendo em vista que essa é a unica forma de barrar a ação dos golpistas, bem como o massacre do povo negro.

SÃO PAULO

Começa amanhã a Feira da Unesp, com livros pela metade do preço

O

DCO (Diário Causa Operária) traz uma boa notícia para os amantes dos livros. Trata-se da abertura da Feira da Unesp, que será realizada nos dias 10 a 14 de abril, das 9h às 21h. O local é o Campus da Unesp na capital paulista – Av. Jornalista Aloysio Biondi, sem número, ao lado do terminal Palmeiras-Barra Funda. Esta contará com a participação de 300 editoras em 2,5 mil m² de espaço ocupado por bancas, vendendo exemplares com 50% de desconto. Além de uma programação cultural que ocupará salas e auditórios dos institutos de Artes e de Física Teórica do Campus Barra Funda. Uma boa oportunidade

para aquisição dos livros da editora Expressão Popular, que possui um amplo catálogo de obras marxistas em português, incluídas várias obras de Leon Trótski. Contará também com a participação dos escritores Milton Hatoum (sexta, 12) e Pedro Bandeira (domingo, 14) entre suas atrações. Nesse momento de descalabro continuado, causado pelo golpe, para o campo editorial e para a cultura em geral, que não poupa nem mesmo as megastores. Trata-se de uma boa ocasião para prestigiar os trabalhadores da cultura e adquirir bons e baratos exemplares das armas da crítica marxista.

FANTOCHE DO IMPERIALISMO

Bolsonaro anuncia que vai rever Terras Indígenas em favor de latifundiários e mineradoras

J

air Bolsonaro, o fantoche do imperialismo que ocupa a Presidência da República, esclareceu uma posição já sabida por todos: o plano é entregar a Amazônia. A confirmação veio em uma entrevista branda tomada pelo jornalista Augusto Nunes da Jovem Pan. Mesmo sem entrar em polêmicas, a entrevista foi desconexa e custosa, reforçando a ideia de que o capitão sofre de grave moléstia intelectual. Sobre a demarcação de terras indígenas, dentre os muitos ataques aos direitos do povo, afirmou que “a demarcação que eu puder rever, eu vou rever”. O argumento é revestido de uma viscosa camada de cinismo, já que o presidente afirma que o fim das demarcações visa o bem dos indígenas. Diz, ainda, que os direitos dos indígenas são um empecilho ao desenvolvimento do Norte do país. Não bastasse a defesa do genocídio, Bolsonaro já deixou claro que nem ao menos fará isso em prol dos abutres brasileiros. “Quero explorar a região amazônica em parceria com os Estados Unidos”. Todos sabem os termos gerais das parcerias que os Estados Unidos fazem com seus capachos. A ideia é explorar ao máximo as reser-

vas minerais e os demais recursos da região amazônica. As bacias hidrográficas, as possíveis reservas de petróleo, as propriedades farmacêuticas da imensurável flora brasileira estarão a serviço dos ianques. O método Bolsonaro de governar é padronizado e, portanto, bastante previsível. A destruição será completa e não sobrará nada. A base de Alcântara, todas as empresas públicas nacionais e as riquezas naturais que poderiam garantir ao Brasil uma posição de destaque no panorama geopolítico servirão apenas para alimentar a sobrevida do condenado capitalismo. Por isso, é necessário a derrubada do governo antes que não exista mais país sob nossos pés.


12 | MORADIA E TERRA

PRIVATIZAÇÃO

Bolsonaro anuncia privatização de mais de 30 mil hectares de Unidades de Conservação na região Sul S

egundo informou pelo Twitter, na manhã de quarta-feira, enquanto se deslocava de Israel para o Brasil, o presidente ilegitimamente eleito, Jair Bolsonaro, incumbiu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de visitar o Estado do Rio Grande do Sul para acertar detalhes sobre a concessão, para administração pela iniciativa privada, da Floresta Nacional de Canela, além dos parques Serra Geral e Aparados da Serra, que integram o Núcleo de Gestão Integrada Aparados da Serra, em Cambará do Sul. A Floresta Nacional de Canela é uma unidade de conservação federal no Rio Grande do Sul, Brasil. Foi criada em 25 de outubro de 1968 através da Portaria nº 561 em uma área de 517 hectares no município de Canela, destinando-se a um uso sustentável dos recursos florestais, ao turismo e à pesquisa científica. Já o Parque Nacional de Aparados da Serra é uma unidade criada através do Decreto Nº 47.446, de 17 de dezembro de 1959,, para conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada na Serra Geral, encampando os desfiladeiros na divisa natural entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, e abrangem uma área de aproximadamente 30,4 mil hectares. Ambos são administrados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é uma autarquia em regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e integrada ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O Instituto, criado em 2007, tem no seu nome a homenagem ao seringueiro,

o acriano Chico Mendes, ativista cuja luta ganhou repercussão nacional e internacional pela defesa da biodiversidade amazônica, sendo reconhecido mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e recebendo inúmeros prêmios, sendo um dos mais importantes o “Global 500”, por sua luta em defesa do meio ambiente. Com esta privatização, mais de 30 mil hectares de patrimônio público deixarão de ser administrados por este renomado Instituto, para serem explorados pelas empresas do setor privado. Como é de conhecimento de todos , atualmente, somente cerca de 55% da área florestal nativa encontra-se preservada. Embora a legislação am-

biental garanta a existência de unidades de proteção e uso sustentável, ainda é significativo o desmatamento no Brasil. Esse processo vem de longe, desde a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500 que o desmatamento é contínuo e crescente. A exploração de madeira, a abertura de áreas para cidades e atividades agropecuárias foram, aos poucos, diminuindo as áreas de vegetação nativa dos biomas brasileiros. Também não é novidade, que, junto com o desmatamento, foi ocorrendo um processo de desequilíbrio ambiental, fato que gerou a diminuição de espécies animais. Muitas espécies brasileiras encontram-se hoje em situação de risco de extinção.

Segue Bolsonaro, o que reza a cartilha neo liberal de Paulo Guedes, cujo interesse, longe de ser a defesa da biodiversidade e proteção da natureza, só quer saber do lucro que vai ser gerado e transferido para o imperialismo em detrimento do desenvolvimento da região e da preservação local. Esse é o verdadeiro pano de fundo da privatização. E a tendência é que os 55% de área florestal preservada caia bastante, com a ajuda do governo golpista modificando a legislação sobre a área de proteção ambiental para favorecer a exploração com o desmatamento, exploração da madeira, liquidação da fauna já em extinção, além de prováveis loteamento das áreas para as aves de rapina do setor imobiliário.



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