TERÇA-FEIRA, 14 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5642
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
WWW.PCO.ORG.BR
Amanhã: todos às ruas na Greve Geral da Educação, contra os cortes e pelo Fora Bolsonaro! POLÍTICA
É preciso manter a greve da educação funcionando através de mobilizações diárias Há uma enorme tendencia de mobilização no setor da educação e na população brasileira de conjunto, qie deve ser revelada em grandes atos nesse dia 15 de maio por todo o Brasil.
INTERNACIONAL
Não é só o petróleo: Bayer e Monsanto também têm interesse no golpe na Venezuela ESTE DIÁRIO PRECISA DE VOCÊ, AJUDE-NOS! FAÇA UMA ASSINATURA SOLIDÁRIA HOJE MESMO
EDITORIAL
Existe uma tendência ampla à mobilização pelo Fora Bolsonaro, é preciso organizá-la Apesar da maioria da esquerda nacional se negar a levantar a palavra de ordem Fora Bolsonaro, existe uma ampla tendência à mobilização popular contra o governo ilegítimo e golpista.
Nesta quarta: veja os locais de concentração dos atos da greve da Educação As organizações estudantis, de técnicos-administrativos e professores estão convocando para quarta-feira (15) uma paralisação geral da educação, após o anúncio de cortes de verbas feito pelo Ministro da Educação.
Acesse o link abaixo e faça uma assinatura mensal de R$ 15,00, R$ 30,00, R$ 50,00, R$ 100,00 ou colabore com o quanto puder no link da Vakinha: https://www.causaoperaria.org.br/assinar
Golpe da loteria: Bolsonaro dá bilhete premiado para Moro, garantindo que o indicará para o STF O golpe que tomou o país de assalto foi orquestrado pelo imperialismo, principalmente norte-americano, visando além do petróleo brasileiro, a retirada dos direitos dos trabalhadores na tentativa de amenizar a crise pela qual passa o capitalismo.
OPINIÃO E POLÊMICA | 3 EDITORIAL
Existe uma tendência ampla à mobilização pelo Fora Bolsonaro, é preciso organizá-la A
pesar da maioria da esquerda nacional se negar a levantar a palavra de ordem Fora Bolsonaro, existe uma ampla tendência à mobilização popular contra o governo ilegítimo e golpista. Isto ficou escancarado no carnaval e nas últimas mobilizações estudantis e de professores, onde a rejeição a Bolsonaro foi total nas ruas. Do mesmo modo, o apoio ao ex-presidente Lula foi generalizado. A esquerda, no entanto, leva adiante uma política de aceitação do governo golpista de Bolsonaro, limitan-
do a luta às chamadas reivindicações parciais, como a luta contra a “reforma” da previdência, contra os cortes na educação e assim por diante – e procurando estabelecer alianças políticas com setores supostamente democráticos do próprio regime golpista, como Tábata Amaral, Ciro Gomes e até mesmo o General fascista Hamilton Mourão. Esta política de aceitação da fraude eleitoral e do golpe ficou clara por Guilherme Boulos do PSOL, que declarou que pedir a queda de Bolso-
naro era se igualar a Aécio Neves em 2015, que logo após as eleições pediu a saída de Dilma, iniciando o processo golpista. Essa afirmação demonstra que para Boulos não houve golpe e as eleições foram legítimas, mesmo com todas arbitrariedades e a prisão de Lula, principal candidato da população. Ao contrário de Dilma, Bolsonaro só foi eleito por conta de uma gigantesca fraude, de uma implacável perseguição à esquerda, antes e durante o pleito, e devido à prisão do ex-presiden-
te Lula. Desconsiderar estes fatos é abandonar qualquer luta consequente contra Bolsonaro e toda a direita golpista. Nesse sentido, a única política que pode levar a uma derrota dos ataques promovidos pelos golpistas é uma política que coloque em cheque o regime golpista de conjunto, essa luta deve assumir como palavra de ordem o Fora Bolsonaro e todos os golpista. Esta é a reivindicação que pode por fim ao golpe de estado e todas as suas arbitrariedades.
"ARMAMENTO DA POPULAÇÃO"
É um direito do povo ter armas, para a legítima defesa contra a repressão estatal N
a última semana, o presidente golpista Bolsonaro assinou um decreto que amplia, de forma muito restrita, o armamento da população. O decreto de Bolsonaro causou um furor tanto nos setores da direita conservadora, quanto na esquerda pequeno-burguesa. Ambos os setores intensificaram a campanha contra o aramamento da população. A política correta, no entanto, é defender o armamento irrestrito do povo, como um direito democrático. Apesar da posição capituladora da esquerda pacifista diante da defesa do armamento, fato é que o regime político nacional evolui no sentido de um Estado abertamente fascista. Na última semana, o governador fascista do Rio de Janeiro, Witzel do PSL, a bordo de um helicóptero do batalhão de Operações Especiais, o BOPE, literalmente metralhou a comunidade po-
bre carioca da Maré – revelando que a burguesia está abrindo o jogo de uma guerra sangrenta contra os trabalhadores. Além disso, este fato demonstra que o Estado é um verdadeiro instrumento de guerra da burguesia contra o povo, e nessa situação a população tem todo o direito de revidar por meio da força das armas. A brutal violência do estado obrigou as escolas da comunidade a colocarem um cartaz nos telhados pedindo para não atirarem. Outro exemplo foi o que aconteceu no mês passado quando o exército fuzilou um carro com mais de oitenta tiros, matando duas pessoas. A política da esquerda pequeno-burguesa contra o armamento na verdade é a política dos grandes capitalistas, de defesa do monopólio das armas pelo Estado burguês e as classes dominantes. Como se vê, mesmo por fora do
Estado, os capitalistas estão armados por meio das milícias, dos jagunços e seguranças privados. Desta forma, só quem é privado do direito de se armar são os trabalhadores. Sem falar que o direito ao armamento é um direito democrático conquistado pelas diversas revoluções que ocorreram ao longo da história, como na França, no EUA e assim por diante. A burguesia, que naquela era uma classe revolucionária contra o feudalismo, colocava claramente a questão: a população deve ter o direito de se armar contra os abusos das classes dominantes. O revolucionário francês do século XIX, Louis Auguste Blanqui, disse “quem tem o ferro, tem o pão”, isto é, quem está armado consegue garantir seus direitos, como por exemplo, o direito de comer. Outra confusão a respeito desta questão é a política demagógica da
extrema-direita em relação ao armamento. Tanto Bolsonaro, quanto a extrema-direita de um modo geral, não querem armar todo o povo. O próprio decreto assinado extremamente limitado, ele facilita o acessoa as armas a determinados setores da sociedade, sobretudo de uma parcela importante da pequena-burguesia. Mas não se trata de um decreto que irá garantir o direito amplo ao armamento. Bolsonaro é totalmente contra a ideia de armar os operários, a CUT, os partidos de esquerda e assim por diante. Por isso, trata-se de uma política demagógica para conquistar uma parcela da população. A única política coerente é a defesa do armamento irrestrito do povo. As organizações populares e a população de um modo geral devem ter o direito de se armar para enfrentar a violência do estado capitalista.
TODOS OS DIAS ÀS 10H, NA CAUSA OPERÁRIA TV
4 | OPINIÃO E POLÊMICA
PILHAGEM NEOLIBERAL
PSTU apoia novamente o golpe imperialista contra a Venezuela e diz que estaria junto dos fascistas contra Maduro A
situação política na Venezuela tem se agravado a cada etapa da crise. A agudização dos ataques por parte do imperialismo tem buscado, a todo custo, minar a soberania do povo venezuelano para impor a velha política de pilhagem neoliberal. As condições, portanto, têm revelado um forte apoio popular a favor do presidente Nicolás Maduro. Embora esteja patente que os interesses do imperialismo constituem a implantação de uma política de terra arrasada, alguns setores da esquerda pequeno-burguesa ainda se encontram confusos, quando não – apoiadores das ações dos EUA. Ao publicar a declaração da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI), o PSTU revela, mais uma vez, sua disposição em coadunar ante os interesses do imperialismo. Uma profusa desorientação tomou-lhes conta. É possível, entretanto, que o cataclismo político promovido pelo desnorteamento do partido, leve – ao fim e ao cabo -, o partido ao afogamento, à própria liquidação. De início, o PSTU repudia a tentativa de golpe de Guaidó, mas, como sempre, se coloca como propagandista da imprensa golpista e, afirma: “Não existe nada de progressivo em Maduro. É uma ditadura comandada pela boliburguesia (grande burguesia surgida a sombra do regime chavista), que só se mantém pela dura repressão contra as massas. A fome, a miséria e os elementos de barbárie existentes na Ve-
Caneca de porcelana - 300ml
nezuela são resultados dos vinte anos de chavismo.” De acordo com o PSTU, o imperialismo decidiu depor Maduro; não por ele ter uma postura anti-imperialista, mas apenas para evitar um novo “caracaço” contra o governo sem controle. Trata-se, não somente de uma desorientação política, mas de uma cegueira apoiada numa moral escolástica, de uma profunda capitulação ante o imperialismo, de uma política reacionária e antiproletária. Mais adiante, o partido, novamente, denota a inépcia típica de partidos pequeno-burgueses, centristas. Nas palavras do caótico PSTU: “Um setor das massas, se aproveitando da divisão entre os militares, buscou se enfrentar direta e heroicamente contra a repressão ao redor da base aérea Carlota. Vai ficar para a história venezuelana a criminosa cena do blindado das tropas de Maduro passando por cima de manifestantes desarmados. A ditadura afogou em sangue o início de uma rebelião.” Ora, uma rebelião “desarmada” contra uma base militar? Acreditar nisso seria de tamanha ingenuidade, para não dizer insensatez. Poderíamos, em todo caso, deduzir que, possivelmente, foram os militares golpistas que haviam roubado os blindados que atropelaram os manifestantes. Ademais, sabe-se que, em geral, os manifestantes da direita estão armados, sobretudo, os que tentam invadir bases militares. Quanto à afirmação de que era o povo,
Caneca térmica - 420ml
Camisetas personalizadas (silk e tranfer)
basta acompanhar as manifestações a favor do governo, as quais reuniram milhares de pessoas apoiadoras de Maduro; diferente da parca mobilização dos golpistas, cuja projeção avantajada, só se materializa diante das lentes obtusas dos pequeno-burgueses do PSTU. Por conseguinte, o PSTU revela seu apoio aos fascistas da direita Venezuelana: “Estaríamos juntos com os trabalhadores lutando juntos contra a repressão”, ou seja, como não eram os trabalhadores que estavam contra Maduro, mas sim fascistas, o PSTU diz que estaria junto com os fascistas nessa tentativa de invasão da base aérea militar de La Carlota; e mais: “Os trabalhadores e o povo venezuelano não saíram dessa vez a defender quem consideram seu governo. Pelo contrário, tentaram aproveitar para comba-
Squeeze - 500ml
Caderninhos
ter a ditadura assassina de Maduro.” É preciso, aqui, corrigir as distorções tipicamente argumentadas pela grande imprensa capitalista, a qual o PSTU reproduz. A verdade é que milhares saíram às ruas em apoio a Maduro. Os que tentaram derrubá-lo eram meliantes de extrema-direita. Já conhecemos a política capituladora do PSTU, uma vez que, o mesmo chama o “Fora Maduro”, mas é incapaz de chamar o “Fora Bolsonaro”. A palavra de ordem do partido se resume a “nenhum apoio” a Bolsonaro. Se considerarmos o papel reacionário do PSTU desde o impeachment da presidenta Dilma Roussef e que a tarefa do PSTU consiste em sabotar a luta contra o golpe no Brasil e na Venezuela, pode-se dizer, sem sombra de dúvidas, que a medalha de honra ao mérito já está forjada em seu nome.
Botons (redondos e quadrados)
Posters A3
CONHEÇA E DIVULGUE OS PRODUTOS DA LOJA VIRTUAL DO PCO. FAÇA SEUS PEDIDOS ATRAVÉS DO TELEFONE: (11) 9 4999-6537
POLÍTICA | 5
AMANHÃ
Todos às ruas na Greve Geral da Educação, contra os cortes e pelo Fora Bolsonaro! A
reação da juventude universitária e secundarista, dos professores, funcionários, de pais e de amplas parcelas da população, e de suas organizações de luta, contra os pesados cortes impostos pelo governo ilegítimo de Bolsonaro à educação, impulsionaram a realização de grandes protestos neste dia 15 – uma Greve Nacional da Educação. A paralisação foi convocado inicialmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e por sindicatos dos professores, tendo como eixo central a luta a famigerada reforma da Previdência que, no caso dos professores, pretende aumentar em até 10 anos o tempo de contribuição (40 anos) e a idade mínima para aposentadoria, e ainda igualar o tempo de aposentadoria para homens e mulheres. Ao decretar o corte de 30% das verbas das universidades e institutos federais, o governo golpista intensificou sua política de destruição do ensino público. Medida que é acompanhada pelos governos estaduais que estão apoiando a “reforma”, mantendo salários dos educadores congelados, cortando verbas das Escolas e Universidades públicas. Unificar as lutas A experiência dos últimos anos comprovou por A + B que direcionar a luta política para pautas parciais, diante da ofensiva golpista, é um grave erro. Com essa política, os foram derrotados durante a luta contra o congelamento dos gastos públicos (PEC 95), contra a “reforma” do Ensino Médio (mesmo com centenas de escolas ocupadas), contra a “reforma” trabalhista e assim por diante. A mobilização não pode ser dirigida simplesmente à questão das verbas ou da Previdência, que são formas que assumem o ataque nesse momento. Tem que estar voltada contra a raiz do problema que é o regime golpista, que se sustenta por meio de um governo ilegítimo e inimigo dos trabalhadores. Há uma clara tendência de que a greve desse dia 15 se transforme em um polo mobilizador para a greve geral marcada para 14 junho. Isso reforça a necessidade de que o movimento adote uma política que seja capaz não apenas de conduzir um protesto contra os ataques parciais, mas de impulsionar uma derrota do regime golpista. Para isso, é necessário uma clara orientação política que englobe todas as lutas parciais e reivindicações dos trabalhadores, para o que é preciso adotar a palavra-de-ordem, que vem sendo pronunciada por um número cada vez maior de jovens e trabalhadores, sob as mais variadas formas: Fora Bolsonaro! Essa política unifica amplos setores, como mostram até mesmo as pesquisas manipuladas da burguesia. Elas
to
• Fim da criminosa operação lava ja-
Fim do regime golpista
apontam um crescimento da rejeição ao governo Bolsonaro, que já foi eleito com um apoio minoritário do eleitorado (39%), em eleições fraudulentas. Outro ponto central e que unifica o conjunto das organizações de luta dos explorados, que conta com amplo apoio popular, e é fundamental para o avanço da luta contra o regime golpista é a luta pela liberdade de Lula e de todos os golpistas. Além dessas questões centrais, a mobilização deve se armar de um programa e de um plano de lutas para dar sequência à mobilização do dia 15, nas Escolas, Universidades, em todos os locais de trabalho, seja por meio de uma greve por tempo indeterminado da Educação, seja por meio da greve geral de verdade de todos os trabalhadores, até que as reivindicações sejam atendidas. Alguns pontos centrais desse programa: Derrotar o roubo da Previdência • Nenhum apoio à “reforma”. Derrotar a proposta do governo na íntegra, por meio da mobilização popular, nas ruas • Contra a expropriação dos trabalhadores, expropriar as grandes empresas capitalistas que devem bilhões para a Previdência Aposentadoria para as professoras aos 25 anos de trabalho e para os professores aos 30 anos • Salário dos aposentados, igual ao salário da ativa • Colocar a Previdência sob o controle dos trabalhadores e das suas organizações Barrar a destruição do Ensino Público • Nenhum corte nas verbas para a Educação, que os capitalistas paguem pela crise • Mais verbas para a Educação. Verbas públicas somente para o ensino público • Nacionalizar o petróleo. Cancelar as privatizações e reestatizar a Petrobras (100% estatal) para garantir os recursos necessários à Educação, Saúde etc. • Ensino Público, Laico e de qualidade para todos, em todos os níveis
• Fim do Vestibular: livre ingresso nas universidades • Fim do roubo dos salários: reposição integral das perdas salariais; Piso Salarial Nacional dos Professores de R$ 6 mil para todos os educadores do ensino básico (Meta 17 do PNE) Abaixo a ditadura nas Escolas e Universidades • Abaixo a Escola com Fascismo e a Militarização das Escolas. Fora a PM das Escolas • Eleição direta de todos os cargos de gestão e controle das Escolas e Universidades pela comunidade escolar • Plena liberdade de organização e expressão para educadores e estudantes: nenhum tipo de restrição ao debate ou censura nas Escolas e Universidades Defender os direitos democráticos de todo o povo • Abaixo a censura: liberdade irrestrita de expressão, de manifestação, greve etc. • Contra o massacre da população pobre e ação criminosa dos bandos fascistas: direito ao armamento de toda a população; construção de comitês de auto defesa dos sem terras, nos bairros operários, dos sindicatos e demais organizações de luta dos trabalhadores e da juventude • Abaixo a ditadura do judiciário: eleição e revogabilidade dos mandatos de todos os juízes; fim do STF • Dissolução da PM e de todo o aparato repressivo
• Liberdade para Lula e todos presos políticos • Eleições Gerais, com Lula candidato e Lula presidente • Fora Bolsonaro e todos os golpistas • Revogar todas as reformas dos governos Temer e Bolsonaro • Por Assembléia Nacional Constituinte, resultado da mobilização revolucionária das massas que ponha abaixo o regime atual Fora o imperialismo do Brasil e da América Latina • Não à entrega do País: Não pagamento da dívida externa; cancelamento de todas as privatizações; Não às privatizações dos Correios, Petrobras, BB. Caixa etc. Colocar as estatais soh o controle dos trabalhadores • Estatização do sistema financeiro e do grande capital imperialista • Não ao ao golpe e à intervenção dos EUA na Venezuela, Nicarágua , Cuba etc. Um dia de luta não basta, parar todo o País para derrotar os golpistas! É preciso realizar assembléias por categorias, nas universidades, Escolas e nos bairros para aprovar a greve geral contra o regime golpista, começando pela paralisação do dia 14 de junho. Nas universidades e instituições federais atingidas pelos cortes, aprovar a greve geral por tempo indeterminado, exigindo o seu cancelamento bem como as reivindicações do movimento. Transformar o dia 14 de junho (paralisação nacional) e um dia de assembleias operárias e populares unificadas em todo o País, onde sejam aprovadas a continuidade da mobilização pela derrota total da reforma da Previdência e demais reivindicações, com a realização de uma greve geral por tempo indeterminado
6 | POLÍTICA
NESTA QUARTA
Veja os locais de concentração dos atos da greve da Educação A
s organizações estudantis, de técnicos-administrativos e professores estão convocando para quarta-feira (15) uma paralisação geral da educação, após o anúncio de cortes de verbas feito pelo Ministro da Educação. A mobilização desses atos em diversas cidades do Brasil é importantíssima devido a situação de crise que passa o governo golpista. A revolta, principalmente dos estudantes, está concentrada na própria figura de Bolsonaro, a quem chamaram de inimigo da educação, portanto é vital que a palavra de ordem de “fora Bolsonaro!” seja levada como pauta principal do movimento, sendo a derrubada desse governo a única forma de acabar com a tentativa de privatizar todo o ensino público do país. Confira a lista de atos da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e compareça junto ao PCO nos atos pelo Brasil contra o governo golpista. Veja os locais onde acontecerão os atos:
Macapá Manifestação 16h00, na Praça da Bandeira
Recife 15h00: Ginásio Pernambucano com passeata até a Praça do Carmo
Porto Velho 09h00: Sede do SINTERO com passeata até a Praça das Três Caixas D’água
Teresina 08h00: Em frente ao prédio do INSS
Norte
São Luiz 15h00: Praça Deodoro
Rio Branco 08h00: Palácio Rio Branco Manaus 15h00: Praça do Congresso
Belém 08h00: Praça da República Boa Vista 15h00: Praça do Centro Cívico Palmas 09h00: Em frente à Câmara Legislativa Nordeste Maceió 07h00: CEPA Farol Salvador 09h00: Campo Grande Fortaleza 08h00: Praça da Bandeira
João Pessoa 09h00: Lyceu Paraibano 14h00: Assembleia Legislativa
Natal 15h00: Em frente ao Shopping Midwei Aracaju 14h00: Praça General Valadão Centro-Oeste Brasília 10h00: Museu da República Goiânia 15h00: Ato público na Praça Cívica Campo Grande 10h00: Concentração nas proximidades da UFMS Cuiabá 14h00: Praça Alencastro Sudeste Vitória 08h30: Ato Público na Praça do Papa Belo Horizonte 09h30: Praça da Estação 14h00: Debate na UFMG
Rio de Janeiro 15h00: Ato unificado na Candelária São Paulo 14h00: MASP Sul Curitiba 08h30: Ato político na Praça Santos Andrade 10h00: Caminhada até o Centro Cívico com manifestação contra a Escola sem Partido 11h30: Ato em frente à Prefeitura 12h30: Reunião com a Bancada da Educação na Assembleia Legislativa Florianópolis 15h00: Concentração no Largo da Catedral para passeata pelo centro e ato público no Terminal Central de Integração Porto Alegre 13h00: Concentração no IE – Instituto de Educação -Abraço no Instituto de Educação e UFRGS -Caminhada passando pelos IFs –Institutos Federais e INSS -Ato público na Esquina Democrática -Interior do Estado: Abraço nas escolas públicas dos municípios
TODOS ÀS RUAS
É preciso manter a greve da educação funcionando através de mobilizações diárias H
á uma enorme tendencia de mobilização no setor da educação e na população brasileira de conjunto, qie deve ser revelada em grandes atos nesse dia 15 de maio por todo o Brasil. A mobilização da educação para combater o corte dos 30% das verbas das universidades públicas deve se desenvolver em um enfrentamento contínuo contra o governo golpista em aliança com os diversos outros setores sociais afetados pela política de terra arrasada do governo Bolsonaro. Nesse sentido, a greve geral de todas as categorias, acompanhada por grandes protestos de massa, é o caminho para atingir a vitória, não apenas na pauta específica da educação, como também para destruir o centro dos ataques, que é o governo Bolsonaro e o regime golpista. Portanto, é necessário enfrentar o governo de conjunto com a palavra de ordem: Fora Bolsonaro! O corte contra a educação é apenas um dos diversos ataques desferidos pelo golpe contra o povo brasileiro. Faz parte de uma política geral de destruição da economia do país, de entrega do patrimônio nacional para as empresas imperialistas e de ataque às organizações políticas de luta dos trabalhadores.
Se a educação tem sofrido com a ameaça de fascistização das escolas proposta pelo Escola sem partido e o processo militarização, além do corte de gastos contra as universidades públicas, iniciado pela PEC do teto de gastos e aprofundado com o decreto da redução de 30% do valor das verbas para Universidades Federais, diversas outras áreas da economia brasileira também vêm sofrendo ataques. Os petroleiros, alvos diretos da política da Lava Jato, tem sua categoria ameaçada pelo processo de privatização da Petrobrás, com o boicote à produção das refinarias, por um lado, e pela declaração aberta do governo Bolsonaro da intenção de privatizar metade da empresa estatal. Na mesma reta das privatizações, os eletricitários, já sofrendo com a entrega de enormes centrais de energia do grupo eletrobrás, são acompanhados pelos ecetistas, cuja perda sistemática de benefícios trabalhistas, é associado ao processo de terceirização dos serviços da estatal para empresas privadas, o que significa um desmonte do setor nacional. Os cortes a saúde já resultando em epidemias de dengue em diversos estados brasileiros, fora a série de outros
ataques deixa patente a necessidade da luta contra o governo golpista de conjunto, a partir de uma frente única das organizações de luta dos trabalhadores pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Para que a luta se desenvolva em um combate permansivo, é preciso transformar a politica de defensiva em uma politica ofensiva através de reivindicações positivas. A luta contra os ataques se fortalece na medida em que se torna uma luta por conquistas. Dessa forma, lutar contra os cortes de verbas aos institutos federais deve
se traduzir na luta pela educação pública e de qualidade para todos. Pelo livre acesso às universidades, contra os vestibulares. Pelo poder proporcional de escolha da comunidade acadêmica nas universidades através do governo tripartite. Em relação a reforma da previdência, deve-se lutar pela taxação das grandes fortunas e dos bancos como saída para reequilibrar as finanças sem atingir os mais pobres da população. Contra a política privatista, a luta pela reestatização das empresas já privatizadas, como a Vale, e dos setores privatizados dos Correios e Eletrobrás.
POLÍTICA| 7
CAPITULAÇÃO DA ESQUERDA
A esquerda que proíbe bandeiras de partidos deve ser tratada como o MBL
O
ato dos alunos, professores e pais de alunos do colégio Pedro II, ocorrido na capital carioca na semana passada, em protesto por ocasião da presença do fascista Bolsonaro em evento no Colégio militar no Rio de Janeiro, acendeu a luz amarela, pois marcou o reaparecimento da política defendida pelos fascistas e a esquerda pequeno-burguesa nas manifestações 2013 de que os partidos deveriam “abaixar suas bandeiras”. Foi justamente a capitulação da esquerda naquelas manifestações (2013), que permitiu a ascensão do Movimento Brasil Livre (MBL) e de diversos outros agrupamentos fascistas, que teve como consequência central o “assalto” das grandes mobilizações estudantis pela extrema-direita, mobilizados pelas organizações Globo e dos grandes grupos da imprensa burgueses. Já naquele momento, os capitalistas estavam empenhados no golpe de Estado e na transformação do movimento dos estudantes em um movimento de perseguição ao PT e à esquerda em geral, e no posterior im-
peachment da presidenta Dilma. O seu reaparecimento justamente em um momento em que a crescente polarização da situação política aponta uma forte tendência a grandes mobilizações populares, não é uma mera coincidência. Se em 2013 o movimento difuso, sem um eixo concreto de luta contra os
governos estaduais e muito menos de unidade contra o próprio estado burguês, permitiu que a direita tomasse de assalto as mobilizações e transformasse em um movimento contra o governo do PT, na atual etapa visa servir como uma barreira diante do repúdio popular crescente contra o governo Bolsonaro e próprio golpe de Estado.
Essa tentativa de colocar uma “coleira” nas mobilizações que ora se iniciam, deve ser veementemente condenada pela esquerda. Toda a população que repudia o desmonte da educação e do próprio país patrocinada pelo fascista Bolsonaro tem plena liberdade para se manifestar como bem entender. Trata-se de um movimento democrático e os trabalhadores, os estudantes, os partidos politicos de esquerda, os sindicatos, devem participar com suas bandeiras, suas palavras de ordem, seus materiais de propaganda. As organizações ligadas aos trabalhadores não devem aceitar, sob hipótese alguma, qualquer tipo de censura, seja da parte de quem quer que seja. Para o PCO, “abaixar as bandeiras” é a imposição da palavra de ordem bolsonarista de que o “meu partido é o meu país” e como tal, é uma tentativa de calar todos aqueles que lutam contra o golpe e contra Bolsonaro, portanto deve ser visto como uma política bolsonarista e merece o tratamento que merecem os fascistas.
NÃO SE PODE DEIXAR LEVAR POR IMPRESSÕES
Bolsonaro tem apoio da minoria D esde as eleições passadas, a imprensa golpista ainda tenta convencer a população de que Bolsonaro tem um amplo apoio popular. Sua “vitória” sobre o PT necessitou não apenas da prisão de Lula, mas também de uma união não desejada da direita em torno dele, o único golpista que tinha uma base na população – ainda que pequena -, e através da encenação na imprensa fazer parecê-lo um candidato popular. A extrema-direita, quando a esquerda está na encolha, faz barulho e estufa o peito. Junto ao apoio da burguesia, esse barulho parece mil decibéis maior do que realmente é. Mas mesmo com esse apoio, é o silêncio da esquerda que faz essa voz parecer tão imponente. Basta uma reação da população trabalhadora brasileira para que o grito dos fascistas se torne um mero sussurro.
Devemos entender que nas eleições, todos os partido com exceção do PT estavam empurrando o voto para Bolsonaro. A união vinha com a justificativa que não dava mais para suportar a “corrupção” do PT. Mesmos os partidos de esquerda que fizeram uma frente eleitoral com Haddad contribuíram para essa campanha. Vale lembrar que o PSOL e o PSTU se posicionaram a favor da lava-jato e repercutiram o discurso da direita de que “o Brasil não aguenta mais a corrupção do PT” antes do impeachment da Dilma. De certa forma, o próprio PT leva uma parcela de culpa em ter abdicado da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Toda essa suposta popularidade de Bolsonaro não deve ser levada a sério. Mesmo com toda a campanha em seu favor ele só acarretou entre um terço e um quarto dos votos da população
Brasileira. O que nem sequer significa ter o apoio dessa parcela da popula-
TODAS AS QUINTAS-FEIRAS, 14H
ção, já que na hora das eleições a população se sente pressionada a escolher um candidato. O carnaval foi bem importante para traçar um panorama real do política Brasileira. Blocos em defesa de Lula ocuparam as ruas de todas as capitais brasileiras, e em praticamente todos os blocos que desfilaram no carnaval pode-se ouvir palavras contra o Bolsonaro. No contraponto, nenhum folião ousou puxar uma palavra de apoio ao presidente. Não houveram Blocos e nem ao menos marchinhas para defender Bolsonaro. Os recentes atos de estudantes e professores também comprovam a impopularidade de Bolsonaro. Não podemos cair na ladainha da imprensa golpista, a base social de Bolsonaro está encolhendo radicalmente. Se no início do ano ele tinha alguma coisa parecida com uma base militante, hoje ela está drasticamente reduzida e escondida por causa da política catastrófica que promove Bolsonaro.
8 | POLÍTICA
OFENSIVA DOS GOLPISTAS
Ninguém larga o poder devido a um movimento pacifista: as revoluções são o motor da história A
ofensiva dos golpistas brasileiros contra os trabalhadores só poderá ser freada de uma única maneira: por meio da ação revolucionária das massas. Por mais que o governo Bolsonaro já tenha se mostrado um capacho dos capitalistas norte-americanos e um inimigo dos brasileiros, que são considerados, em sua maioria, “bandidos” ou “terroristas”, setores da esquerda nacional se recusam a organizar uma movimento real para enfrentar a direita. Ao invés disso, apostam em soluções pateticamente ineficientes, como a “frente ampla”, isto é, a frente com setores da burguesia ou até mesmo das Forças Armadas, e a atuação parlamentar. A substituição da mobilização dos trabalhadores por qualquer outra medida é uma capitulação diante dos interesses da burguesia. Nesse sentido, o pacifismo não pode ser considerado um método de luta política
da classe operária: em todos os momentos em que o pacifismo se impôs enquanto alternativa à revolução, os trabalhadores foram derrotados. E nesse sentido a política da esquerda contra o armamento é mais um grave erro. Dois exemplos históricos são frequentemente citados para compro-
var uma suposta viabilidade do pacifismo: o da Índia e o da África do Sul. No entanto, nenhum desses exemplos condiz com a realidade: por trás do pacifismo de Gandhi, na Índia, e de Mandela, na África do Sul, havia um movimento gigantesco e violento da população – inclusive, em sua juventude, o próprio Mandela parti-
cipou do movimento armado contra o Apartheid branco em seu país. Foi o ódio revolucionário que expulsou os ingleses da Índia e que pôs fim ao apartheid na África do Sul. As figuras pacifistas, além de serem insuficientes para levar os trabalhadores à vitória, acabam servindo para que a burguesia, em momentos de crise, consiga frear as tendências revolucionárias dos trabalhadores. Se ser pacifista é permitir que aqueles que torturaram o povo de um país durante séculos permaneçam impunes e possam, no futuro, conspirar novamente contra esse povo, então o pacifismo é uma política suicida. Não é possível romper com o domínio dos países imperialistas, dedicados a saquear todas as riquezas do mundo, se não for por meio da força. Na há outra saída: a vontade dos povos explorados deve ser imposta na marra, na luta real contra as classes dominantes.
NÃO É SÓ O PETRÓLEO
Bayer e Monsanto também têm interesse no golpe na Venezuela N ão é de hoje que a direita venezuelana defende os interesses imperialistas dentro do próprio país. Já faz algum tempo também que é possível perceber que as reservas de petróleo e a empresa estatal de petróleo da Venezuela (PDVSA) são alvo do interesse das grandes empresas que controlam o monopólio desse marcado, como as norte-americanas Chevron e ExxonMobil. Porém, nos últimos dias, vieram a tona na imprensa progressista latino-americana informações sobre os interesses das indústrias de veneno Bayer e Monsanto no golpe contra Maduro. Mas, o que a Monsanto e a Bayer, que possuem negócios conjuntos, esperam ganhar com um governo golpista de um farsante como Guaidó? Para entender esse problema é preciso lembrar que desde o governo de Hugo Chaves as duas empresas foram submetidas a um controle rígido das substâncias que podia vender. Ao contrário da imensa maioria dos países latinos, a Venezuela não se tornou um paraíso para o uso de venenos e defensivos agrícolas.
Além de venenos, outro produto da Monsanto são as sementes modificadas geneticamente, chamadas de transgênicas. Em 2004, Chaves proibiu que a soja transgênica da Monsanto fosse plantada na Venezuela. Levando em conta a segurança alimentar da população, foi impedido que os alimentos transgênicos fossem produzidos no país. Em 2015, a Venezuela aprovou a chamada Lei de Sementes do Povo, que foi além das medidas tomadas por Chaves e proibiu sementes transgênicas além de avanças também nas restrição do uso de venenos na produção. Desde o início a direita golpista que se intitula Mesa da Unidade Democrática (MUD), inclusive com o partido de Guiadó, fizeram campanha contra a Lei de Sementes e tentaram derruba-lá. Por outro lado, mas não menos importante, um dos principais venenos vendidos pela Bayer e Monsanto é o glifosato, conhecido também como Roun-Up ou mata-mato, e esse veneno vem sendo ligado a vários casos de câncer no mundo todo. Decisões de cortes norte-americanas refenderam
o vínculo entre o veneno e a doença, o que motivou uma série de pedidos de indenização. Além disso, vários países passaram a proibir e restringir a venda desse tipo de veneno, o que tem levado a enormes prejuízos financeiros para essas empresas. Monsanto e Bayer esperam que um golpe torne a Venezuela acessível a venenos que inclusive estão proibidos em outros lugares do mundo. O desejo dos golpistas é criar uma nova área de venda do Round-Up. Não obstante, o interesse das grandes petroleiras é
quase autoexplicativo em virtude da Venezuela possuir uma das maiores e mais acessíveis reservas de petróleo do mundo. Assim, o capital monopolista usa o estado norte-americano e seus títeres para atender a todos os seus na Venezuela. As ligações do governo norte-americano e seus agentes com as empresas e seus interesses não é nenhum segredo. Assim, a iniciativa dos golpistas como Guiadó pretende destruir até a saúde do povo para dar lucro para os monopólios estrangeiros.
POLÍTICA E INTERNACIONAL| 9
GOLPE DA LOTERIA
Bolsonaro dá bilhete premiado para Moro, garantindo que o indicará para o STF O
golpe que tomou o país de assalto foi orquestrado pelo imperialismo, principalmente norte-americano, visando além do petróleo brasileiro, a retirada dos direitos dos trabalhadores na tentativa de amenizar a crise pela qual passa o capitalismo. O imperialismo precisava conquistar adeptos de suas maracutaias dentro do país, dispostos a entregar até o último recurso nacional sem remorso algum, mediante, claro, a uma gorda recompensa. Um impedimento para empreitada golpista era o governo do PT, o que havia assumido, e o que poderia resultar de uma futura eleição. Por isso o impeachment seguido da prisão de Lula, para consumar a entrega do país. O então juiz federal Sérgio Moro embarcou na onda imperialista, atra-
vés do movimento contra a corrupção que ganhou força durante o governo Dilma, movimento esse que condenou Lula antes mesmo dos últimos julgamentos acontecerem, que ficaram marcados pelas arbitrariedades e ações esdrúxulas por parte dos juízes e promotores da Operação Lava-Jato. Moro é mais um exemplo do que realmente significa a luta contra a corrupção. O “Paladino da Justiça” cometeu os maiores absurdos, atropelou direitos democráticos e manobrou a burocracia do poder judiciário o quanto pode para garantir que o ex-presidente Lula fosse preso e permanecesse na cadeia tempo suficiente para impedi-lo de concorrer nas eleições. Passados alguns dias das eleições, a recompensa de Moro foi anunciada
por Bolsonaro, o convite para assumir o Ministério da Justiça veio como pagamento pela eleição que ajudou a fraudar. A manobra foi tão custosa que os presentes não pararam por aí: nesta segunda (13), Bolsonaro anunciou que indicará Sérgio Moro para a primeira vaga que houver no STF, assim como combinado. A quase um mês, Moro chegou a comparar uma indicação ao supremo com ter o bilhete premiado pela loteria, que não seria algo tão fácil de acontecer, o ex-juiz só estaria tentando fazer um bom trabalho no ministério. Pois agora o anúncio de Bolsonaro deixou claro que Moro tem em mãos o bilhete premiado desde sua indicação para a posição de ministro. Com uma vaga no STF, os poderes persecutórios de “Mussolini de Ma-
ringá” só vão aumentar, somando-se às figuras já instaladas no autoritário Supremo Tribunal. A trama golpista fica exposta mais uma vez e coloca a prisão de Lula como ponto central dos acontecimentos, destacando a necessidade da luta por sua liberdade para barrar os avanços golpistas.
INTERNACIONAL
Regime britânico em ruínas: extrema-direita lidera eleições para o Parlamento Europeu no Reino Unido N
o próximo dia 26 o Reino Unido participará das eleições para o parlamento europeu e segundo a pesquisa de intenção de voto encomendada pelo jornal britânico Observer a agência Opinium quem lidera a disputa é o Partido do Brexit de extrema-direita com 34%, os dois partidos tradicionais que se alternam no poder, o Partido Trabalhista e o Partido Conservador tiveram 21% e 11% respectivamente. O Partido do Brexit é nova organização do ex líder da reacionária UKIP, Nigel Farage, figura reconhecida por sua demagogia anti imigrantes. o politico de extrema direita já declarou também intenção de atacar mais fe-
rozmente o sistema de saudê publico britânico abrindo espaço para o modelo de saúde privado. A crise levantada com o plebiscito do Brexit e a decomposição do regime com seus partidos tradicionais faz com que a burguesia procure novos agentes e organizações para levar adiante sua política de ataque a população. O surgimento desse partido e seu rápido crescimento eleitoral são explicados a partir disso. Podemos assumir também que boa parte da retórica anti união europeia também faz parte da demagogia de extrema direita, que já começa a suavizar o discurso visto a possibilidade de dominar o parlamento europeu.
TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30
10 | PCO
TV 247 E COTV
Hoje tem transmissão da Análise Política com Rui Costa Pimenta na TV 247 e muito mais Veja a programação da Causa Operária TV desta terça-feira, dia 14 de maio 10 horas – Reunião de Pauta 11 horas – Panorama Brasil 12 horas – Colunistas da COTV, com
Rafael Dantas 15 horas – Jornal das 3 16 horas – Transmissão simultânea da Análise Política com Rui Costa Pimenta na TV 247 17 horas – Universidade Marxista 20h30 – Resumo do Dia
NÃO É SÓ O PETRÓLEO
PCO realiza curso sobre o Fascismo em Jundiaí: veja como foi N
este final de semana, nos dias 11 e 12 de maio, o Partido da Causa Operária realizou o curso “Fascismo, o que é e como combatê-lo” no município de Jundiaí. O curso foi ministrado pelo companheiro Vitor Lara, do Comitê Central do PCO, e foi realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do local. Dezenas de companheiros e companheiras se reuniram para discutir este, que é um tema da maior importância na atual conjuntura política brasileira. No curso, foi destacado que o fascismo é um fenômeno que deve ser estudado cientificamente, ou seja, através da aplicação do marxismo. Portanto, as concepções de tipo religiosa ou as “receitas de bolo” sobre o que seria o fascismo tem muito pouca relevância. Já na concepção trotskista, a que é verdadeiramente marxista, o fascismo
é um movimento financiado pela grande burguesia nacional e imperialista, que visa esmagar a classe operária e as suas organizações fazendo uso da
TODAS OS DIAS ÀS 3 NA CAUSA OPERÁRIA TV ASSISTA, CURTA E COMPARTILHE!
sua tropa de choque, a pequena-burguesia. Como forma de se entender mais concretamente o problema do Fas-
cismo, que é bem mais complexo do que pode parecer à primeira vista, o palestrante apresentou em maiores detalhes os processos de ascensão do fascismo nos seus dois exemplos mais famosos: o caso da Itália de Mussolini e o da Alemanha de Hitler. Como a teoria marxista é materialista, não basta aos revolucionários compreender um determinado fenômeno social, mas é fundamental também que se possa intervir politicamente. Deste modo, foi apresentada a política defendida por Trotsky diante do fascismo: a construção de uma Frente Única de solidariedade e luta entre as organizações da esquerda e a propaganda e agitação pela formação das milícias operárias. A tarefa principal para o enfrentamento com o fascismo é a construção e o fortalecimento do Partido revolucionário, no caso do Brasil, o PCO.
MOVIMENTOS | 11
MULHERES
O porte de armas não aumenta a violência contra a mulher O
programa TV mulheres desse domingo desenvolveu o debate em defesa ao armamento da população, particularmente, da classe trabalhadora, desfazendo as confusões tradicionais do tema e deixando patente que armar-se e organizar uma autodefesa independente da burguesia é a única forma de segurança tanto para as mulheres quanto para a classe trabalhadora de conjunto. Primeiramente, é preciso considerar que a violência não é uma alternativa na sociedade capitalista, é o método com o qual a classe dominante mantém seu sistema de dominação. Isso implica no segundo ponto a se considerar: a polícia e os sistemas institucionais de “segurança”, são os braços armados
da própria burguesia para reprimir, não para proteger. Nesse sentido, fica claro que para combater a violência existente contra os setores oprimidos, não se pode contar com o sistema ar-
mado dos setores opressores. Armar as mulheres pela sua própria defesa e organizá-las em comitês de autodefesa, portanto, é o método indispensável para o combate do feminicídio, da vio-
lência doméstica, do estupro. A prova disso é o fato de o feminicídio não ter sido reduzido pela Lei Maria da Penha, saída punitivista que entrega nas mãos do Estado o poder da defesa dos interesses da mulher. A verdade é que, só a arma iguala o poder de ataque entre entre homens e mulheres, entre trabalhadores e patrões e entre posseiros e latifundiários. Portanto, o armamento da população é uma pauta de esquerda e a organização independente da defesa das mulheres e dos trabalhadores é o método que possibilita o treinamento adequado para o uso das armas, reduza a ação violenta individual e estabeleça um programa político claro de ação que garanta os interesses de classe dos oprimidos.
CONTRA A DESTRUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FRIGORÍFICOS
Todos ao ato do dia 15 de maio
A luta inglória dos operários para provar os acidentes e doenças do trabalho
O
D
iante de todos os ataques feito contra a educação básica, intermediária e superior, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), convocou uma greve da educação que tem como eixo central a luta contra a reforma da Previdência. A paralisação tomou um impulso com a adesão massiva dos professores universitários por conta do anúncio pelo governo em sua intenção de cortar 30% por cento das verbas das universidades e institutos federais, significando o fim de muitos “campus” universitários. A APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), também em sua assembleia realizada no dia 26 de abril, aprovou a participação na greve nacional da educação. Os professores da rede particular de ensino de diversas regiões do país também aderiram ao dia Nacional de Luta pela Educação laica e para todos Diante da clara tendência da mobilização dos professores e outras categorias frontalmente atacada pelo governo golpistas de Jair Bolsonaro e os demais governadores aliado dos golpistas e do imperialismo. A greve
da educação deve-se transformar em um polo mobilizador para a greve geral marcada para junho. Com a radicalização dos professores contra o governo ilegítimo de Bolsonaro. É necessário uma palavra de ordem que englobe todas as lutas parciais e reivindicações dos trabalhadores e essa palavra de ordem, necessariamente tem de ser Fora Bolosonaro e Liberdade Para Lula!!! A derrubada dos golpistas, expressar o sentimento popular crescente de todos os trabalhadores contra o conjunto da política do governo de extrema-direita e não simplesmente a reivindicações parciais. A política de Bolsonaro é muito impopular, e está gerando uma profunda crise dentro do próprio bloco golpista. As diversas manifestações contra o governo revelam que é necessário fortalecer a mobilização política no sentido de organizar um grande ato em defesa da derrubada do governo, que foi colocado no poder por meio de uma fraude eleitoral. Fora Bolsonaro e o Liberdade Para Lula! é a expressão da unidade, da luta e da crescente mobilização de todo o povo explorado.
s frigoríficos são os principais setores industriais em relação aos acidentes e doenças ocupacionais, reconhecido até pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), no entanto, apesar do título de destruidor de operários, os números ficam muito aquém da realidade. É uma luta intensa para os trabalhadores que se acidentam conseguirem fazer com que os patrões autorizem a emissão do Comunicado de Acidentes do Trabalho e, quando é apresentado o nexo causal ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), os peritos, na sua quase totalidade, sequer consideram. Dentre inúmeros casos, vemos o caso do João Gava e Filhos, nesse frigorífico, um trabalhador tinha que carregar o caminhão com os ossos, de onde foram retiradas as carnes para a venda nos açougues. Os recipientes que contem os ossos chegam a mais de 50, 60 e até mais, no entanto, o operário tinha que pegar os recipientes sozinho, ou seja, os patrões os tratavam tal qual a um burro de cargas. O João Gava, além de submeter seus funcionários a tamanho esforço físico, não respeita qualquer norma de proteção e segurança de, nem mesmo as normas precárias existentes eram respeitadas e, a cada dia, a saúde dos trabalhadores iam se destruindo. O operário, ao qual preferiu não se identificar, no primeiro ano trabalhando nestas condições começou a sentir os primeiros sintomas do desgaste, tinha que se ausentar constantemente por não suportar a dor, ia ao departamento de recursos humanos, mas não lhe forneciam o Comunicado de Acidentes do Trabalho (CAT), ao procurar hospitais, ou postos de saúde, lhes aplicavam, às vezes injeção ou lhe indicavam algum analgésico, teve oportunidades de se afastar por alguns dias. O tempo foi se passando e as consequências do esforço descomunal trou-
xeram problemas maiores e a coluna cervical começou a não suportar mais o trabalho escravo imposto e, começou a travar tamanho o desgaste sofrido. Os patrões sempre se negaram a fornecer e CAT e reconhecer o acidente ocasionado pelo esforço físico, mas ao ir ao Centro de Referencia e Saúde do Trabalhador (CRST), após o relato do trabalhador ao médico, foi realizado um documento onde dizia serem verídicas as informações dando causa verdadeira as informações relatadas e, afirmando como acidente do trabalho e lesões por esforços repetitivos. Qual foi a surpresa e total desgosto do operário ao apresentar o laudo médico ao perito do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), o perito simplesmente indeferiu o seu pedido de reconhecimento e propôs, mesmo sem as mínimas condições, o retorno do trabalhador as suas atividades no frigorífico. Quando os patrões não fornecem o CAT e o acidente não é registrado no INSS, é o que se considera subnotificação, no entanto, o próprio órgão que registra situações de acidentes e doenças do trabalho também se nega a registrar uma realidade mais do que comprovada, ou seja, para proteger aos patrões e seu lucro, o órgão do governo estimula tamanha atrocidade.