Edição Diário Causa Operária nº5645

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SEXTA-FEIRA, 17 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5645

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Atos contra Bolsonaro são um primeiro passo para a greve geral no dia 14 de junho ATIVIDADES

PCO realiza segunda Escola de Quadros, neste fim de semana POLÍTICA

Mais de 200 cidades em todos os estados protestaram contra Bolsonaro POLÍTICA

Em todos os estados do Brasil, milhares de pessoas foram às ruas protestar contra o governo Bolsonaro na última quarta-feira (15). Convocados inicialmente por causa dos cortes nas universidades, os atos se tornaram uma grande mobilização contra os ataques dos golpistas. ESTE DIÁRIO PRECISA DE VOCÊ, AJUDE-NOS! FAÇA UMA ASSINATURA SOLIDÁRIA HOJE MESMO

EDITORIAL

Dia 15 provou que as manifestações contra o governo estão represadas As grandes manifestações ocorridas por todo o país na quarta-feira, dia 15, que reuniram mais de um milhão de pessoas, é a prova cabal de que não se trata de um fenômeno de última hora, como simples resultado do anúncio pelo governo do corte do orçamento das universidades públicas, mas é o resultado do acúmulo crescente da revolta contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro e o regime golpista de conjunto, que tomou um grande impulso já no carnaval, com as manifestações populares de repúdio ao presidente eleito.

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“Cadáver eleitoral” de Lula é apenas pretexto para Ciro Gomes justificar sua política de abutre



ATIVIDADE E POLÍTICA | 3

ATIVIDADE

PCO realiza segunda Escola de Quadros, neste fim de semana O

Partido da Causa Operária dá prosseguimento neste fim de semana à Escola de Quadros, atividade essencial para o aprofundamento da formação dos militantes partidários nos mais variados temas, realizando sua segunda etapa, neste ano. A Escola de Quadros é destinada a dirigentes e representantes das regionais partidárias, e visa dar base teórica, revolucionária, à atividade do Partido, esclarecer questões do funcionamento partidário, nos seus mais variados aspectos. Desta feita, estarão em debate – com bases em documentos dos teóri-

cos marxistas e das grandes organizações revolucionárias do século passado – questões da estrutura partidária e do funcionamento dos comitês impulsionados pelo partido, dentre ouros temas. O curso, será realizado em São Paulo e se constitui em mais uma iniciativa do PCO no sentido de fornecer a formação marxista de suas fileiras de militantes, em uma etapa de avanço da luta política no País e crescimento da influência da política revolucionária do PCO. Maiores informações serão divulgadas em nosso Diário Causa Operária, nas próximas edições.

MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Bolsonaro na corda bamba

C

om a mobilização nacional contra as medidas do governo ilegítimo de Bolsonaro na última quarta-feira, ficou claro que o bolsonarismo está na corda bamba. A insatisfação popular tem ganhado grandes proporções, a movimentação que se iniciou a partir do ataque contra as universidades federais e a educação de conjunto, deram início a um momento significativo contra Bolsonaro. Seguindo a lógica golpista instalada no País desde 2016, Bolsonaro tenta dar continuidade às medidas antipopulares e de ataque frontal contra os trabalhadores. Com pouco tempo de governo, o caráter que tem se demonstrado é que o mesmo é frágil e conturbado, isso é denotado na crise interna da burguesia. Tendo esse impasse, é dever da esquerda estar organizada diante de uma política que direcione a luta para a derrubada desse governo que já está em crise.

As manifestações que se realizaram mostram o caminho a ser seguido: é somente por meio da mobilização popular que o governo ilegítimo de Bolsonaro será derrotado. Os grandes atos colocaram o bolsonarismo em cheque, encaminhando para um acirramento da crise e impulsionando ainda mais as mobilizações, que predominantemente pediam pela saída do representante da extrema-direita fascista. A cada passo dado, o governo Bolsonaro perde sua base social e se torna cada vez mais enfraquecido, além da pressão por parte da própria burguesia que ameaça substituí-lo por Mourão, e ao mesmo tempo ameaçado de ser derrubado pelo povo. Nesse momento, a situação política é decisiva, por isso o caráter das mobilizações não podem cair no conto das lutas parciais, mas é preciso levantar o Fora Bolsonaro e a Liberdade Para Lula.

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4 | OPINIÃO EDITORIAL

Dia 15 provou que as manifestações contra o governo estão represadas

A

s grandes manifestações ocorridas por todo o país na quarta-feira, dia 15, que reuniram mais de um milhão de pessoas, é a prova cabal de que não se trata de um fenômeno de última hora, como simples resultado do anúncio pelo governo do corte do orçamento das universidades públicas, mas é o resultado do acúmulo crescente da revolta contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro e o regime golpista de conjunto, que tomou um grande impulso já no carnaval, com as manifestações populares de repúdio ao presidente eleito. Essa constatação elementar traz à tona a política dos partidos da esquerda burguesa e pequeno-burguesa e das direções dos movimentos de luta dos trabalhadores e da juventude como elementos fundamentais, concientes, em promover uma política de represamento das lutas populares, que já se colocavam desde o impeachment da presidenta Dilma.

O eixo central dessa política de contenção é justamente desviar o crescente descontentamento popular, que só pode se expressar de um ponto de vista objetivo nas manifestações de rua, para uma política de tipo parlamentar, eleitoral em última instância, de colocar nos marcos do próprio regime golpista uma “saída” para o descontentamento popular. Apontando como caminho a espera por novas eleições e/ou um acordo politico com setores golpistas, inclusive, visando garantir a estabilidade do governo atual. Essa política é danosa em todos os sentidos. Primeiro, não foi capaz em nenhum momento em conter o avanço do golpe de Estado, muito pelo contrário. Dilma sofreu o impeachement; Lula foi perseguido, condenado e preso; o golpe garantiu, mesmo que pela fraude, a vitória do seu candidato nas eleições. E os ataques contra as condições de vida e trabalho da maioria da população não pararam de crescer.

Durante os quase cinco meses de governo Bolsonaro, mesmo com toda a crise intestina entre as alas que apoiam o governo de extrema-direita, mesmo com o povo repudiando Bolsonaro no carnaval, a esquerda pequeno-burguesa alardeava aos quatro cantos que o “governo era forte”, o “governo tem apoio popular”, portanto, toda a perspectiva deve ser jogada em um “frente ampla de oposição” (no Congresso Nacional), cuja maior perspectiva “são as eleições de 2020 e 2022”. Mais eis que, em “um belo dia” do início de maio de 2019, o governo Bolsonaro ao decretar o corte de mais de 30% das verbas de custeio das universidades, dá um “tiro no próprio pé”, lança a faísca que faltava para as massas tomarem as ruas. E as massas de fato tomaram as ruas, como se viu nas mais de de 300 cidades de Norte a Sul do país, em atos massivos que há muitos anos não se via no Brasil, tendo como palavra de ordem central “Fora Bolsonaro”.

As grandes manifestações foram uma derrota para a direita, para o golpe, mas, também, para a política da esquerda pequeno-burguesa, que só tem como perspectiva as “iniciativas” por dentro do carcomido regime político e nas sua crença no cada vez menos inexistente regime democrático, apontando para as eleições de 2020 e 2022. O povo fez o que há tempos queria fazer. Abriu-se uma nova etapa política na luta de classes no País. A questão central que agora se coloca é a de quebrar de vez com as amarras impostas pela política reacionária de setores da esquerda ao movimento. Nessa nova etapa a palavra de ordem “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” é a única que aponta para uma ampla mobilização capaz de por termo ao golpe de Estado no Brasil e abrir uma nova perspectiva para os trabalhadores e o conjunto dos explorados do país.

GOVERNO IMPOPULAR

Atos mostram que “Fora Bolsonaro” está na ordem do dia: resta saber se a esquerda vai aderir M

ais de 1 milhão de pessoas responderam ao chamado à mobilização e saíram às ruas em todo o País, nesta quarta-feira (15), Greve Nacional da Educação, contra a destruição da educação promovida pelo governo ilegítimo e reacionário do fascista Jair Bolsonaro. Todavia, somaram-se aos professores, estudantes e a juventude em geral em luta contra o governo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos das mais diversas categorias, os partidos da esquerda e os movimentos sociais, além de um grande número de trabalhadores das mais diversas áreas, constituindo assim uma grande frente única real. Por conseguinte, o conteúdo político da manifestação ultrapassou largamente o limitado escopo reivindicativo a que se propunha a mobilização inicialmente, quando do seu chamamento, ou seja, uma mobilização contra uma medida determinada do governo no sentido de revertê-la. A mobilização unificou-se naturalmente e pela base, não somente contra uma medida determinada, mas contra o governo de conjunto, pelo Fora Bolsonaro, que pode ser ouvido nas mais de 200 manifestações que ocorreram de norte a sul do Brasil. Esse fato que mostrou claramente, primeiro: que a derrubada do governo é um anseio das massas populares, de milhões de cidadãos que não podem conviver com este governo de malucos extremamente perigoso e nocivo ao bem estar do país e de seus cidadãos. Em segundo lugar, mostrou a maturidade da mobilização, do ponto de vista da compreensão da situação política, que passou por cima da po-

lítica confusa, vacilante, conciliatória, eleitoreira e mesmo colaboracionista com o bolsonarismo que setores da esquerda levam adiante. Terceiro, que só pode haver unidade contra o governo com o povo nas ruas e levando a às últimas consequências a vontade popular e não com os políticos e partidos tradicionais da burguesia nos salões. Para as direções da esquerda, a mobilização demonstrou que sua política parlamentar, eleitoral, confusa, legalista etc. – excetuando o Partido da Causa Operária (PCO), que defendeu o fora Bolsonaro antes mesmo do resultado da fraude eleitoral no

ano passado e algumas outras organizações menores que adotaram essa política – está completamente atrasada e desvinculada do anseio popular, tornaram-se a retaguarda das massas. Nos atos, concitada pelo clamor popular contra o governo, de maneira mais ou menos acanhada muitas direções da esquerda gritaram ou ensaiaram o grito de fora Bolsonaro, é preciso perder a timidez e ouvir o clamor das ruas e levar à frente essa política. Porém, estamos caminhando apressadamente para uma maior polarização, para uma situação de uma

dualidade básica e esclarecedora das forças em luta: o povo, que representa o progresso social e econômico da nação, contra eles, o governo, o bolsonarismo e toda a burguesia golpista que o sustem, que são a reação obscurantista e selvagem dos opressores do povo e inimigos do país. A situação forçará a unificação com um ou com o outro campo. Até esse momento toda tentativa da parte da esquerda de dissimular esta verdade em nome da democracia, do Estado de direitos ou seja lá o que for tem de ser considerado pelos elementos mais conscientes como traição a causa popular.


OPINIÃO E POLÊMICA | 5

ABUTRE

“Cadáver eleitoral” de Lula é apenas pretexto para Ciro Gomes justificar sua política de abutre O

ex-candidato à presidência da república, o abutre Ciro Gomes, do PDT, voltou a atacar o ex-presidente Lula durante uma entrevista a um programa de TV. Ciro afirmou que Lula é um “defunto eleitoral”. Trata-se de mais uma demonstração escancarada do verdadeiro caráter golpista de Ciro Gomes. É importante frisar que a mais nova declaração soma-se a outras feitas pelo abutre golpista. Ciro já declarou que Lula não é um preso político, chamou a direção do PT de criminosa, e agora voltou a atacar o ex-presidente. Ao afirmar que Lula é um cadáver eleitoral, Ciro está procurando justificar sua política de abutre. Desde antes das eleições, Ciro Gomes atua junto à direita golpista para enterrar o ex-presidente Lula, com o único intuito de tentar se beneficiar eleitoralmente da perseguição política feita contra o

ex-presidente. Ciro, agora, conta com apoio de setores da esquerda pequeno-burguesa, que estão se esforçando para “virar a página do golpe” e abandonar a luta pela liberdade de Lula, chegando a um acordo com ele, como é o caso de Guilherme Boulos do PSOL, e Fernando Haddad da ala direita do PT. Ao contrário do que disse Ciro Gomes, o apoio ao ex-presidente Lula cresce a cada dia na medida em que aumenta a crise do governo ilegítimo Bolsonaro. O próprio Bolsonaro somente foi eleito por conta da prisão política e da exclusão arbitrária de Lula das eleições. A declaração de Ciro Gomes expressa também a tentativa da direita golpista, apoiada por setores da esquerda golpista, de manter Lula preso, impedindo e abandonando qualquer luta pela sua libertação.

ABUTRE

Depois da “apropriação cultural”, a “apropriação das manifestações” A

esquerda pequeno-burguesa é difusora de diversas ideias políticas confusas, desmobilizadoras e reacionárias, como, por exemplo, o conceito de “apropriação cultural”. Segundo essa ideia, uma cultura apropriar-se de aspectos de outra cultura seria uma coisa negativa, condenável e opressora. Alguém usar, por exemplo, um cocar indígena durante o Carnaval seria um roubo contra os indígenas e prejudicial de alguma forma para eles. Embora tentem refinar esse conceito afirmando que essa “apropriação” só acontece quando uma cultura “dominante” retira aspectos de uma cultura “dominada”, no fim das contas os defensores dessa ideia terminam se opondo a trocas culturais em geral. É uma ideia reacionária, a apropriação de aspectos de outras culturas sempre acompanhou o progresso da humanidade, do alfabeto (“apropriado” dos fenícios) ao número zero (“apropriado” dos árabes), entre inúmeros outros exemplos. Além disso, no cotidiano, essa ideia é usada simplesmente para impedir debates políticos e assediar os outros, sob o pretexto do combate à “apropriação cultural”. Esse debate revela o caráter pequeno-burguês de quem o propõe pelas consequências práticas que isso teria como uma política concreta. Para uma cultura de um grupo marginalizado na sociedade seria positivo ter aspectos dessa cultura apresentados sob um ângulo positivo por outros setores dentro dessa sociedade. Como no próprio exemplo da indumentária indígena, se o conjunto da sociedade incorpora elementos indígenas, isso é positivo para um setor que é oprimido

na sociedade. Sob a ideia de impedir a “apropriação”, a esquerda pequeno-burguesa defende o isolamento de culturas “dominadas”. O problema nesse caso é a disputa por dinheiro. A bandeira da “apropriação cultural” visa defender uma espécie de “copyright” de elementos culturais. Esse é o horizonte político da pequeno-burguesia, a disputa por uns trocados com o concorrente da vendinha da esquina. Em nome dessa disputa pequena, acabam defendendo uma ideia reacionária, contrária ao progresso da humanidade até hoje, marcada por “apropriações culturais” de todos os lados.

“Apropriação de manifestação” Outra ideia esquisita que a esquerda pequeno-burguesa vem apresentando nesse período de levante dos estudantes contra Bolsonaro é a da “apropriação de manifestação”. Segundo esse rascunho de ideia, alguém aparecer em um ato público com sua própria bandeira partidária ou reivindicação social seria uma “apropriação”. Foi a ideia que Sabrina Fernandes, que publica vídeos no canal do YouTube “Tese Onze”, expressou em sua conta no Instagram. Segundo ela, o PCO teria se “apropriado” de uma manifestação no Rio de Janeiro por apa-

recer com suas próprias bandeiras. Os militantes do PCO, para expressar seu repúdio a Bolsonaro naquele ato público, teriam que ir sem suas próprias bandeiras, nem palavras de ordem. Novamente, trata-se da concorrência pequeno-burguesa. Como no caso da “apropriação cultural”, há setores de esquerda procurando criar uma “reserva de mercado” das manifestações, impedindo que os outros se expressem livremente dentro dos atos. Só quem “construiu” o ato poderia ser autorizado (ou não!) a frequentar o ato com sua própria bandeira. Os outros teriam que ficar sujeitos ao perigo de o William Bonner dizer o que eles queriam na rua, já que não levariam nenhuma mensagem clara própria para a manifestação. É uma visão distorcida da luta política provocada pelo ponto de vista pequeno-burguês. Quem está em uma luta séria e democrática contra uma minoria poderosa como a minoria de capitalistas que domina o regime político atual, jamais recusaria apoio por causa desse tipo de consideração. Não estão em uma luta contra o regime político burguês, mas disputando migalhas dentro desse regime. E em nome dessa concorrência mesquinha não hesitam em colocar a própria luta contra a burguesia em segundo plano. No final das contas essa concorrência é um produto da mentalidade eleitoreira da esquerda pequeno-burguesa, tudo por um voto, seja para a eleição do Centro Acadêmico seja para as eleições parlamentares. Especialmente se estiverem em condições desfavoráveis para realizar esse tipo de concorrência. A esquerda pequeno-burguesa quer ser dona dos atos contra Bolsonaro, mas esses atos vão muito além das dimensões que essa esquerda comporta ou consegue vislumbrar.


6 | POLÍTICA

FORA BOLSONARO

Mais de 200 cidades em todos os estados protestaram contra Bolsonaro

O

dia 15 de maio entra para a história do País como o início do fim. Enquanto cerca de um milhão de pessoas encheram as ruas de várias cidades gritando “fora Bolsonaro”, ele estava fora: em Dallas, no Texas, nos EUA, como auto-convidado. Nem o prefeito da cidade norte-americana, nem o residente ex-presidente George W. Bush, ninguém o convidou para ir lá, foram todos pegos de surpresa com a presença dele e o prefeito, da mesma forma que o colega de Nova York, se recusou a chegar perto dele. A assessoria do presidente ilegítimo criou para ele um factóide para transportá-lo a uma realidade paralela. Enquanto isso, a verdade se impôs de tal forma que nem os jornalões puderam esconder em suas edições do dia seguinte. Todos estamparam, em suas primeiras páginas, fotos impressionantes das multidões nos protestos em suas respectivas cidades, embora minimizando os atos como sendo apenas motivados pelos anunciados cortes nas verbas da Educação, como se uma desistência dos tais cortes pudesse alterar o ânimo geral. Ao nível do asfalto, para quem ouviu de perto e leu os inúmeros cartazes improvisados, escritos à mão em cartolinas, ficou claro que foi só a gota que faltava. As pessoas gritavam contra o arrocho às escolas federais, mas também contra a proposta de reforma da previdência e contra o governo de modo geral. Havia muitos professores e estudantes, mas também muita gente que não trabalha ou estuda em unidades de ensino federais. Ainda mais depois que Bolsonaro, de lá dos EUA, declarou que os manifestantes eram “idiotas úteis” e “imbecis”, ficou claro que se tratava de um enfrentamento direto. Quem foi às ruas já aderiu, inclusive, a outras manifestações que foram convocadas, para 30 de maio e para uma greve geral em 14 de junho. A fervura só está começando. São Paulo foi o estado com a maior quantidade de cidades onde ocorreram protestos no dia 15 de maio. A CUT avalia em 250 mil pessoas a manifestação na capital que tomou quase toda a avenida Paulista, desde a rua Consolação até a avenida Brigadeiro Luís Antônio, por onde a multidão seguiu em passeata até a sede da Assembléia Legislativa localizada no Ibirapuera. Além da capital, houve atos de protesto em Campinas, Piracicaba, Sorocaba, Jundiaí, São Roque, Itu, Salto, Boituva, Avaré, Itapetininga e Porto Feliz. Também em Santos e outras cidades da baixada santista, em Cubatão e em Registro, no Vale do Ribeira. No oeste do estado, as manifestações eclodiram em Bauru, Ourinhos, Marília, Assis, Tupã, Presidente Prudente e Campina do Monte Alegre. No Vale do Paraíba, os manifestantes saíram às ruas de São José dos Campos, Taubaté, Guaratinguetá e Bragança Paulista. No norte e noroes-

te, os gritos contra o governo foram ouvidos em atos nas cidades de Ribeirão Preto, Jaboticabal, Araraquara, Rio Claro, São Carlos, São João da Boa Vista, Araras, Catanduva, São José do Rio Preto, Araçatuba, Votuporanga e Ilha Solteira. No estado do Rio de Janeiro, se estima que a maior manifestação tenha atingido cerca de 150 mil pessoas na Candelária e também houve atos em Niterói, Duque de Caxias, Itaguaí, Nova Iguaçu, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Maricá, Cabo Frio, Valença, Volta Redonda e Angra dos Reis. Salvador, na Bahia, reuniu cerca de 50 mil pessoas em protesto. Outras cidades do estado também saíram às ruas em manifestações, em Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Juazeiro do Norte. No Ceará, houve atos de protestos em Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato, Sobral, Tauá, Cedro, Iguatu, Canindé, Crateús e Quixadá. Em Minas Gerais, além dos estudantes da UFMG, da UEMG e do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, que saíram às ruas com faixas e cartazes desde às 7h da manhã, escolas estaduais e municipais além de universidades e institutos federais das regiões da Zona da Mata e Campos das Vertentes também aderiram às paralisações e protestos. O mesmo aconteceu em Montes Claros, Almenara, Araçuaí, Janaúba, Porteirinha, Januária, Pirapora, Salinas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia, Divinópolis, Barbacena, São João Del Rei, Viçosa, Santos Dumont, Rio Pomba, Araxá, Governador Valadares, Varginha, Poços de Caldas, Itajubá, Lavras, Muzambinho, Inconfidentes, Ipatinga e Timóteo. Em Sergipe, os manifestantes bloquearam o acesso ao campus da Universidade Federal, em Aracaju, e também se concentraram na porta do Instituto Federal de Sergipe. O protesto seguiu para o centro de Aracaju com a adesão de diversas centrais sindicais. No Tocantins, além de manifestações nos portões das universidades Federal e Estadual em Palmas, também houve atos em Gurupi, Araguaína, Dianópolis, Araguatins, Miracema do Tocantins, Brejinho de Nazaré e Paraíso do Tocantins. Em Pernambuco o protesto reuniu movimento estudantil, sindicatos, associações e movimento social no centro de Recife e também em Caruaru, no Agreste, em Serra Talhada, no Sertão, em Petrolina, Serrita, Salgueiro e Terra Nova. No Distrito Federal, enquanto os organizadores falaram que havia 50 mil pessoas na manifestação que se reuniu em frente à Biblioteca Nacional e seguiu até a Praça dos Três Poderes, a PM diz que havia 15 mil manifestantes. Na Paraíba todas as escolas públicas de ensino básico, fundamental, médio e superior paralisaram suas atividades. Além de João Pessoa, houve atos em Campina Grande, Sousa, Monteiro, Cuité, Guarabira, Patos e Areia.

No Rio Grande do Sul, 20 mil pessoas, segundo os organizadores do ato, ou 5 mil, segundo a Brigada Militar, saíram às ruas em protesto. A polícia jogou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para disperar manifestantes na frente da UFRGS em Porto Alegre. Na região de Santa Maria, cerca de 50 escolas municipais e estaduais suspenderam aulas. Houve protestos em Rio Grande, Caxias do Sul, Panambi, Cruz Alta, Pelotas, Uruguaiana, Santo Ângelo, Santo Augusto e Santa Rosa. No Maranhão, houve atos de protestos em São Luís, Pinheiro, Balsas, Santa Inês e Imperatriz. Em Alagoas, professores, funcionários, estudantes e sindicalistas fizeram ato pela manhã em Maceió. No Rio Grande do Norte, as escolas suspenderam aulas como forma de adesão e houve manifestações em Natal, São Gonçalo do Amarante, Mossoró, Nova Cruz, Currais Novos e Caicó. No Piauí, além de manifestação em Teresina, foram realizados protestos em Parnaíba, Cocal e Angical. Em Goiás, as aulas foram suspensas e houve manifestações em Goiânia, Jataí, Anápolis, Itumbiara, Rio Verde, Luziânia e Catalão. No Paraná, os manifestantes se reuniram na frente do prédio histórico da UFPR, em Curitiba, e também houve protestos em Maringá e Ponta Grossa. Em Santa Catarina, houve uma caminhada pelas ruas de Florianópolis com 10 mil participantes, segundo os organizadores. Também houve atos de protesto em Itajaí, Blumenau, São Francisco do Sul, Camboriú, Lages, Joinville, Concórdia, Chapecó e São Miguel do Oeste. No Amazonas, houve protestos em Manaus, Humaitá, Presidente Figueiredo e Parintins. No Acre, as manifestações aconteceram em Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Xapuri. Na capital, a manifestação teve 1,2 mil pessoas, segundo a CUT. Escolas municipais e estaduais, além de instituições federais no Mato Grosso do Sul aderiram à greve de um dia contra os bloqueios na educação nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, Três Lagoas e Dourados. No Mato Grosso, trabalhadores e estudantes de instituições públicas protestaram em Cuiabá. Instituições

federais, estaduais e municipais de educação também aderiram à mobilização nacional. Em Roraima, em Boa Vista, professores, técnicos e estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR), fecharam os portões da instituição. Além da UFRR, participam do ato o Instituto Federal de Roraima (IFRR) e parte da Universidade Estadual (UERR). O Colégio de Aplicação da UFRR e a Escola Agrotécnica também paralisaram. No Pará, as universidades federais paralisaram as atividades. Segundo sindicato, em Belém, mais de 10 mil trabalhadores técnicos, estudantes e professores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Instituto Federal do Pará (IFPA) ficaram concentrados em frente ao prédio do Instituto de Ciências das Artes (ICA). Também houve atos em cidades como Marabá e Santarém. Em Vitória, no Espírito Santo, estudantes e professores da rede estadual de ensino seguiram em protesto da Praça do Papa em direção à Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Também houve atos em Linhares, Colatina, Nova Venécia e Alegre. Em Rondônia, Estudantes e professores do Instituto Federal de Rondônia (Ifro) fizeram um manifesto no campusde Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia. Os alunos e servidores se reuniram no Ifro e logo depois caminharam até a rotatória principal da cidade. Em Porto Velho, estudantes da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) protestaram no centro da cidade. Em Vilhena, a manifestação foi convocada por sindicatos de professores junto com instituições de ensino. Na cidade de Cacoal, alunos e professores protestaram no Centro. Também houve protesto nas ruas de Ariquemes. E no Amapá, Estudantes, professores e servidores protestaram no campus Macapá da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Com faixas, cartazes e caixas de som, o grupo fechou a entrada da universidade. À tarde, houve ato no centro da cidade: 25 mil pessoas participaram, segundo a organização; para a PM, foram 1,5 mil pessoas.


POLÍTICA| 7

“IDIOTAS ÚTEIS E IMBECIS”

Enquanto isso… Bolsonaro estava em Dallas chamado o povo brasileiro de “idiota” N

esta quarta (15), ao chegar em Dallas, o ilegítimo Jair Bolsonaro chamou os estudantes que se manifestaram por todo o País exigindo a derrubada do seu governo de “idiotas úteis e imbecis” que “não sabe nada”: “É natural, só que a maioria ali é militante e não tem nada na cabeça. Se perguntar para ele 7 vezes 8, não sabe. Se perguntar a fórmula da água não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis e uns imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades do País.” Após desmerecer as manifestações acusando-as de terem sido feitas por militantes e por estudantes “massa de manobra”, Bolsonaro passou a justificar os cortes na Educação dizendo que “são contingenciamentos”. Em seguida usou o discurso clássico da direita de que é obrigado a cortar devido a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e responsabilizou os governos do PT pela situação da Educação. “Não existem cortes, temos um problema porque peguei um Brasil destruído economicamente e as arrecadações não são as previstas. Então se não tem contingenciamento eu encontro a Lei de Responsabilidade Fiscal. Eu gostaria que nada fosse contingenciado, em especial na Educação. Mas a Educação está deixando muito a desejar, peguei agora as provas do Pisa, cada vez mais ladeira abaixo. A garotada com 15 anos de idade na nona série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro dessas pessoas? Estão desempregados 14 milhões e parte deles não tem qualquer qualificação porque esse cuidado não se teve nas administrações do PT por quase 13 anos.” O fiasco em Nova Iorque Bolsonaro desistiu de ir ao jantar de gala que ocorreu na noite de terça-feira (14) em Nova Iorque por causa dos protestos e da oposição do prefeito nova-iorquino, Bill de Blasio. Segundo matéria do Defend Democracy in Brazil Committee (Comitê em defesa da Democracia no Brasil) para o jornal Brasil de Fato: “Os protestos diários de mais de 14 grupos de ativistas e quatro grandes ONGs, patrocínios cancelados por pelo menos quatro grandes corporações e as declarações abertas e diretas do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, tornaram a presença de Bolsonaro em Nova York absolutamente inviável e conspicuamente indesejada. Uma das petições, iniciada pelo senador estadual Brad Hoylman, cuja jurisdição recai sobre o distrito de Times Square, chegou a 82.000 assinaturas contra o prêmio, que deve ser anunciado em 14 de maio no Marriott Hotel, pois foi o único espaço que aceitou abraçar o evento, contradizendo seus valores de inclusão e ignorando um grande número de protestos de seus clientes. A atriz Debra Messing até pediu

um boicote à rede de hotéis em um de seus tweets.” O fiasco de Bolsonaro em Dallas Segundo o governo e a imprensa burguesa golpistas, Bolsonaro teria ido aos EUA receber um prêmio de “Personalidade do Ano” da câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos nesta quinta (16), em jantar organizado pelo World Affairs Council de Dallas/Fort Worth. A homenagem seria feita em Nova York, porém após o prefeito da cidade, o democrata Bill de Blasio, chamar Bolsonaro de “homofóbico com orgulho”, o evento foi transferido para Dallas. No entanto, o representante do World Affairs Council, Jorge Baldor, negou que tenha chamado Bolsonaro para ser homenageado na sede da entidade. “Ele mesmo se convidou. Bolsonaro não vai receber um prêmio”, disse ao site Dallas Voice. Baldor disse ainda que as reportagens que informaram que ele havia convidado o presidente brasileiro são “uma grande mentira” e que ele e o conselho “não tiveram nada a ver com a presença do homofóbico e misógino presidente do Brasil”. “Eu pessoalmente não fiz um convite. Eu não o queria aqui”, completou Baldor ao Dallas Voice, também dizendo que não havia nenhum fórum público programado e que o presidente teria apenas um almoço com empresários. Segundo Baldor, a entidade tem um contrato com a cidade para receber autoridades de outros países. Além disso, um grupo de cerca de 30 pessoas pediu na tarde desta quarta-feira que o World Affairs Council of Dallas cancelasse o almoço desta quinta-feira em que Bolsonaro participaria. Como o grupo não foi aceito, representantes de 15 organizações civis de Dallas protestaram na frente do prédio, com cartazes contra Bolsonaro e o grito de “Ele não” no megafone, com forte sotaque — não havia brasileiros no manifesto. Além das palavras de ordem contra Bolsonaro, muitos cartazes falavam sobre outros temas brasileiros, como a defesa da investigação da morte da vereadora Marielle Franco e a liberdade para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Este na verdade era um encontro de convencimento. Sem isso, vamos fazer um protesto maior amanhã, quando os empresários e o próprio Bolsonaro precisarão entrar no prédio para este almoço” afirmou Gene Lantz, diretor da divisão de Dallas da central sindical americana AFL-CIO. Bolsonaro também não foi tão bem recebido pelo prefeito de Dallas, Mike Rawlings. O americano havia dito que, por mais que não concordasse com as políticas do presidente, ele teria sido eleito legitimamente e mereceria boas-vindas. Porém, após um abaixo-assinado de 7 dos 14 vereadores da cida-

de, o prefeito recuou e avisou que não daria boas-vindas, nem participaria de nenhum evento com o brasileiro. Bolsonaro e Bush Bolsonaro aproveitou seu capachismo para tietar o fascista Geroge W. Bush, ex presidente dos EUA. O assessor de Bush afirmou nesta quarta-feira (15), que o político foi surpreendido com a visita de Bolsonaro e não fora avisado previamente. A entidade da cidade de Dallas, também desmentiu a informação. A reunião estava marcada na agenda oficial como primeiro compromisso da viagem de Bolsonaro aos EUA, no entanto, o assessor do ex-presidente dos EUA, Freddy Ford, disse que Bush não o convidou e nem sabia da visita, mas concordou em se encontrar com o brasileiro.

“Ao contrário de algumas reportagens, o presidente Bush não esteve envolvido nos arranjos da viagem e não estendeu o convite para (Bolsonaro) vir a Dallas”, afirmou Ford. “Mas claro que ele concordou em se encontrar com o presidente Bolsonaro em seu escritório quando soube de sua visita à cidade – uma cortesia que ele regularmente estende aos dignitários estrangeiros quando estão nesta região”, completou. Bush dá cortesia aos seus capachos… Por fim, Bolsonaro ainda incluiu em sua agenda oficial encontros com representantes de duas empresas imperialistas: Darren Woods, da petroleira Exxon Mobil, e Randall Stephenson, da gigante de telecomunicação AT&T, mostrando que o “prêmio”, confirmando que sua 2ª visita aos EUA teve um motivo em comum com a 1ª: seguir ajoelhando-se aos EUA e entregando o Brasil ao imperialismo.


8 | POLÍTICA

POR UMA GREVE GERAL

Atos contra Bolsonaro são um primeiro passo para a greve geral no dia 14 de junho E

m todos os estados do Brasil, milhares de pessoas foram às ruas protestar contra o governo Bolsonaro na última quarta-feira (15). Convocados inicialmente por causa dos cortes nas universidades, os atos se tornaram uma grande mobilização contra os ataques dos golpistas. Mesmo com as manifestações em todo o país, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro deixou claro que não vai recuar em sua ofensiva contra os estudantes. Em entrevista, Bolsonaro chegou a chamar os manifestantes de “imbecis”, demonstrando mais uma vez ser um presidente anti-povo. Diante disso, a luta contra o governo Bolsonaro deve ser levada adiante.

Apenas com uma mobilização ainda mais ampla, que abranja todos os setores que estão sendo esmagados pelo golpe de Estado, será possível barrar os ataques do governo Bolsonaro. É preciso que, além dos professores e estudantes, os petroleiros, os metalúrgicos e todos os trabalhadores se unam em um grande movimento pela derrubada do governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Uma grande oportunidade para unificar os trabalhadores na luta contra a direita será a greve geral do dia 14 de junho. A mobilização do dia 15 de maio já mostrou que há uma forte tendência à revolta contra a ofensiva dos golpistas contra a população.

Embora grandes, os atos do último dia 15 devem ser apenas um primeiro passo para a greve geral do dia 14 de junho. Além disso, é preciso transformar a greve do dia 14 em uma grande

greve política, uma greve que coloque a direita contra a parede e ponha abaixo o regime político. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!

POR UMA GREVE GERAL

Weintraub cortou dinheiro das universidades e foi à Câmara culpar Dilma e Temer D

urante os enormes atos contra o corte de 30% das verbas dos institutos e universidades federais por parte do Ministério da Educação, o ministro responsável pela casa, Abraham Weintraub, disse em entrevista que “tudo era um mal entendido” e que a culpa real dos cortes eram os governos Temer e Dilma. Renomeando o corte de “contingenciamento”, Weintraub explicou que o bloqueio de R$ 1,7 bilhão de reais para o ensino seria causado por conta de suposta dívida orçamentária do setor da educação com a Nação. Essa dívida, segundo o ministro golpista, “teria se desenvolvido nos governos anteriores”, afirmação com a qual tenta descarregar o viés político dos cortes na memória da campanha golpista que derrubou a ex-presidenta em 2016. Rememorando os fatos, os primeiros cortes anunciados pelo ministro foram contra a Universidade Federal da Bahia (UFBA), contra a Universidade

de Brasília (UnB) e contra a Universidade Federal Fluminense (UFF) por conta de “balbúrdia”. A “balbúrdia” era o nome dado pelo ministro em referência às manifestações antifascistas desenvolvidas nas eleições presidenciais de 2018. Em seguida ao corte contra essas federais, a política se generalizou e o governo propôs estender os cortes contra todas as federais. O giro das explicações oficiais do governo em relação aos cortes, entremeado pelo vazamento da situação desesperada em que o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, teria ligado para o Ministro da Educação pedindo o cancelamento dos cortes, deixa patente a instabilidade do governo de conjunto. O fato é que a política de cortes contra o ensino público é parte de uma pauta geral de destruição de todos os principais setores de desenvolvimento tecnológico e econômico nacionais em benefício do imperialismo. Contra essa política fascistóide, as grandes mo-

bilizações dos estudantes em aliança com os setores de trabalhadores deve se desenvolver em uma luta acirrada contra o governo Bolsonaro de con-

junto, por pautas positivas de luta e pela liberdade de Lula.


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