Jornal A luta contra o golpe nº9

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A LUTA CONTRA O GOLPE Jornal dos comitês de luta contra o golpe • Fundado em 2018 Nº 9 • Jornal quinzenal | 10 de novembro de 2018 • Tiragem: 100.000 exemplares

TODOS À 2ª CONFERÊNCIA NACIONAL ABERTA

DE LUTA CONTRA O GOLPE E O FASCISMO FORMAR COMITÊS DE LUTA CONTRA O GOLPE 8 E 9 DE DEZEMBRO DE 2018

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SÃO PAULO - SP

O Jornal A Luta Contra o Golpe (LCG) é uma importante ferramenta de divulgação de informação dos comitês. Além de ser uma iniciativa deles para unificar todos os comitês dispersos em torno de uma política clara de luta contra o regime golpista, o jornal ainda é uma forma de manter os comitês em um política de denúncia constante do golpe de estado. Nas últimas semanas, 80 mil exemplares do JLGC foram distribuídos em diversas regiões do país, onde os comitês estão mais organizados. Do Nordeste ao Sul do país, passando pelo Centro-Oeste, o JLGC foi distribuído, refletindo o crescimento dos comitês em todos as regiões do país. Também, a distribuição destes jornais deixa explícito que a campanha pelo “Fora Bolsonaro e Todos Os Golpistas” já está nas ruas. É importante levar esta política para todos os locais do país, pois apenas desta forma será possível derrotar a política dos golpistas. Os comitês de todo o país devem reagrupar as pessoas em torno da distribuição deste material para aumentar o alcance da campanha, e também para aglomerar as pessoas e mantê-las mobilizadas para derrotar os golpistas. É preciso alcançar os 100 mil jornais distribuídos.

Entre em contato para formar um comitê ou encontrar um comitê de luta contra o golpe mais perto de você!

FORA BOLSONARO

A política irresponsável de setores da esquerda pequeno-burguesa de participar das eleições fraudadas causou uma depressão, menor que na época do impeachment, mas mesmo assim uma depressão em setores da esquerda. Eles consideram que como participaram do processo fraudulento são obrigados a aceitar o resultado, não é verídico isso. Por trás da manipulação da informação, da fraude, do poder econômico e do cartel da imprensa, e principalmente da retirada de Lula das eleições, Bolsonaro venceu. Reconhecer as eleições como limpas, como fazem esses setores, é reconhecer que a maioria votou em Bolsonaro, e que ele tem legitimidade para realizar os planos de ataques ao povo, mais duas conclusões falsas. Em eleições fraudadas, no segundo turno, onde o eleitor é praticamente obrigado a votar

Para falar diretamente ligando ou através do whatsapp utilize os números abaixo: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (OI)

nele se não quiser o PT, Bolsonaro obteve 39% dos votos totais, do eleitorado, ou seja, considerando que uma parte da população atua politicamente mas não pode votar, nem um terço da população ele tem ao seu lado, isso em números de eleições cuja lisura tem que ser questionada. Em segundo lugar, Lula seria vitorioso contra ele em qualquer cenário, e foi proibido de participar das eleições por isso, de forma ilegal, ou seja além de minoritário, ele é o segundo lugar, ele é ilegítimo, como Temer. Um governo minoritário e ilegítimo que almeja atacar os direitos do povo deve ser contestado nas ruas, com manifestações de todas as organizações de luta da classe operária, é preciso unificar o movimento em torno deste eixo, Bolsonaro é ilegítimo e precisa sair, de preferência nem deveria entrar. Este pensamento é resumido na palavra de ordem

de “Fora Bolsonaro!”, mas é preciso que amplos setores que militam na classe operária abracem esta política. Os Comitês de Luta Contra o Golpe, organizações autônomas e pluripartidárias, com o objetivo de enfrentar a direita golpista viram que era preciso um amplo debate em torno desta questão e convocaram uma Conferência, uma reunião de todos os setores ativistas, de qualquer central sindical, partido político ou movimento, para debater estas questões, e ajudar a unificar o movimento, desta necessidade nasceu a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo que irá acontecer nos dias 8 e 9 de dezembro. Todos à Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e o Fascismo! Abaixo a fraude eleitoral! Liberdade Para Lula! Fora Bolsonaro!

e-mail: alutacontraogolpe@gmail.com site: lutecontraogolpe.com.br face: www.facebook.com/lutecontraogolpe twitter: @lutecontragolpe


2 A LUTA CONTRA O GOLPE

10 DE NOVEMBRO DE 2018

POR QUE SE JUNTAR À CAMPANHA FORA BOLSONARO? 1. BOLSONARO QUER ACABAR COM O MINISTÉRIO DO TRABALHO E OS DIREITOS DOS TRABALHADORES O político fascista disse, publicamente, que vai extinguir o Ministério do Trabalho, criado há 88 anos. No dia 7 de novembro, ele afirmou que “o Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério”. Tal posicionamento foi expressado após sua equipe se reunir com capitalistas de dez entidades patronais no início do mês, que o pressionaram para destruir o Ministério do Trabalho e criar uma espécie de “Ministério dos Patrões”. Ou seja, Bolsonaro atendeu imediatamente às ordens da burguesia para avançar sobre qualquer tipo de conquista dos trabalhadores. Isso é reconhecido pelo próprio futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que admitiu que “se dependesse das centrais sindicais, Bolsonaro não era presidente”. Essa frase expressa o reconhecimento de que os trabalhadores não apoiam Bolsonaro e que ele foi imposto pela burguesia e pelo imperialismo em uma gigantesca fraude eleitoral. Todos os direitos dos trabalhadores serão atacados por Bolsonaro, que, mesmo antes de assumir a Presidência, já tenta impor a Reforma da Previdência para acabar com a aposentadoria dos trabalhadores, além de aprofundar a Reforma Trabalhista, as terceirizações, o fim da CLT e as privatizações dos serviços públicos e empresas estatais.

2. ELE É CANDIDATO DOS BANQUEIROS E INDUSTRIAIS Os ataques aos trabalhadores declarados publicamente por Bolsonaro demonstram de que lado ele está: do lado dos banqueiros e industriais, do lado da burguesia. Sua campanha eleitoral foi apoiada, principalmente no 2º turno, pelos grandes banqueiros

e industriais nacionais e internacionais. Os representantes de bancos como Bradesco e Itaú/Unibanco já expressaram seu otimismo sobre o futuro governo golpista, sabendo que Bolsonaro fará de tudo para aumentar os lucros desses setores, enquanto destrói todos os direitos dos trabalhadores bancários e das indústrias.

3. QUER QUE O EXÉRCITO REPRIMA A POPULAÇÃO Capitão reformado do Exército, Bolsonaro, em toda a sua vida, defendeu a criminosa ditadura militar (1964-1985), que assassinou e torturou milhares de pessoas, levou à miséria milhões de brasileiros e reprimiu qualquer tipo de protesto popular. Seu maior ídolo é o coronel Brilhante Ustra, um dos mais sanguinários torturadores e assassinos da ditadura, que torturava mães na frente de seus próprios filhos. Bolsonaro já disse que a ditadura deveria ter matado “30 mil” pessoas. Como deputado, ele sempre defendeu que a polícia tenha carta branca para matar cidadãos de maneira indiscriminada, principalmente nas periferias. Ele defende a intervenção militar a nível nacional, semelhante à que ocorre atualmente no Rio de Janeiro, onde a polícia e o Exército ocupam as favelas, matando e torturando moradores, como ocorreu recentemente no Complexo da Maré, onde policiais atiraram e deram facadas pelas costas a um professor, ou então na Vila da Penha, onde militares torturaram moradores com paus e choques elétricos.

4. QUER VENDER AS ESTATAIS PARA ESTRANGEIROS LUCRAREM COM O SUOR DOS BRASILEIROS Bolsonaro tem um programa econômico entreguista. Não tem nada de nacionalista, muito pelo contrário: ele quer

NÃO DEIXAR A DIREITA AVANÇAR NAS ESCOLAS

DEFENDER A LIBERDADE DE EXPRESSÃO DOS PROFESSORES NA SALA DE AULA A extrema-direita ficou motivada com a vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Todos os elementos mais reacionários da sociedade ressurgiram no cenário político. Houve um aumento das agressões fascistas, contra os mais diversos grupos sociais, um aumento da perseguição política e judicial, e também um aumento da censura contra os grupos dissidentes. Esses grupos de extrema-direita já haviam levantado a cabeça no momento do golpe de estado contra Dilma Rousseff, em um momento anterior da etapa política. Agora, voltam ainda mais agressivos. Na época o projeto de censura nas salas de aula, o “Escola Sem Partido” não passava de uma lei que os vereadores procuravam passar por debaixo dos panos. A reação foi muito grande, e em diversas cidades

houve manifestações contra a aprovação da lei. No atual momento, com a volta destes grupos retrógradas, a situação piorou. A passividade política da esquerda durante o período eleitoral, que deixou de lutar contra o golpe para acreditar em fantasias, fez com que a extrema-direita voltasse com todas as forças. O “Escola Sem Partido” é um dos principais projetos do golpista Jair Bolsonaro e, por mais que ele não tenha assumido o governo ainda, toda o aparato do estado já se organiza no sentido da linha política de Bolsonaro, levando adiante suas propostas de aumento da repressão contra a população, como fica claro com a proposta de ampliação da lei antiterrorismo, para perseguir movimentos sociais, a criação da Força-Tarefa controlada pelos militares e também a

vender, a preço de banana, as empresas estatais brasileiras para os grandes monopólios imperialistas. Entre suas propostas, está o aprofundamento da privatização da Petrobras, da Eletrobras, de uma centena de empresas estatais (a maioria delas criada durante os governos do PT, como ele mesmo afirmou). Entregando as empresas estatais para os capitalistas estrangeiros, não haverá mais investimentos no Brasil, uma vez que os lucros irão todos para fora do País. Com os Correios e o Banco do Brasil, duas das mais antigas empresas brasileiras, é a mesma coisa. Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro, anunciou a pretensão do futuro governo de entregar o controle do Banco do Brasil – um dos maiores patrimônios nacionais – ao Bank of America, dos Estados Unidos. Ou seja, o maior banco brasileiro, estatal, será controlado pelos EUA.

5. ELE É A FAVOR DE MANTER LULA PRESO E QUE QUEM VOTA EM LULA É COMEDOR DE CAPIM Outra clara demonstração de seu repúdio aos interesses do povo é a perseguição que Bolsonaro faz ao ex-presidente Lula. Bolsonaro sempre foi a favor de sua prisão e, depois que Lula foi preso, Bolsonaro afirmou que quer ver Lula morrer na cadeia. Diga-se de passagem, uma das principais jogadas do golpe e da fraude eleitoral, foi a prisão de Lula decretada pelo juiz agente dos EUA, Sergio Moro, para que Lula (que era o favorito da maioria do povo para vencer as eleições) ficasse de fora, abrindo caminho para a eleição de Bolsonaro. Moro foi premiado com a nomeação para ser ministro da Justiça de Bolsonaro, comprovando definitivamente o golpe que foi a prisão de Lula e a fraude que foi a eleição. Além disso, Bolsonaro tem grande repúdio pelo povo ao afirmar várias vezes que os eleitores de Lula são escórias, seres inferiores, e, inclusive, comedores de capim.

discussão em comissão do projeto “Escola Sem Partido” em âmbito nacional. De qualquer forma, da mesma maneira que os neonazistas que apoiam Bolsonaro não aguardaram este assumir à presidência para iniciar uma política de agressões contra os explorados, e nem os latifundiários esperaram para aumentar os ataques brutais aos indígenas e sem-terras, a Escola Sem Partido já está colocada na prática. Bolsonaro e outros políticos da extrema-direita estão pedindo para que alunos e colegas de trabalho filmem professores em sala de aula que estiverem fazendo “doutrinação”. Um típica prática policial adota pela extrema-direita, e uma forma de tentar intimidar o professor em sala de aula. A extrema-direita utiliza isso como forma de linchamento. Divulgam um professor e formam um grupo, geralmente composto pelos pais, para começar a atacar o professor, persegui-lo e pressionar (se pressionar for necessário) a escola a demiti-lo de seu cargo. Isso em Santo André em que uma professora começou a ser perseguida por Bolsonaristas e

“É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas.”

6. SEUS APOIADORES ESTÃO ATACANDO LGBTS E MULHERES COVARDEMENTE E UTILIZANDO SÍMBOLOS NAZISTAS Durante as eleições, a extrema-direita, incluindo grupos abertamente fascistas, atacou quase diariamente mulheres, LGBTs, negros, estudantes e ativistas de esquerda. Houve casos de ataques com facas, armas de fogo e, inclusive, assassinatos por parte de apoiadores de Bolsonaro. Foi amplamente divulgada a morte do capoeirista mestre Moa do Katendê, em Salvador, que sofreu 12 facadas de um eleitor de Bolsonaro, sem poder reagir. Em diversos lugares do País também houve pichações em alusão a Bolsonaro junto com o símbolo da suástica nazista, de Adolf Hitler. Em Porto Alegre, uma garota foi atacada por bolsonaristas e teve uma suástica entalhada com um canivete em sua barriga.

Uma das principais atividades dos comitês de luta contra o golpe é a colagem de cartaz nas ruas, praças e locais de grande movimentação. Na luta contra o impeachment de Dilma Rousseff, na luta contra a prisão e pela liberdade de Lula, na campanha pela Greve Geral na época da Greve dos caminhoneiros, na luta contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e agora na luta contra Bolsonaro, os comitês de luta contra o golpe produziram cartazes específicos para colocar suas campanhas nas ruas. É preciso entender que a campanha política nas ruas é fundamental para influenciar na situação política do país. As pessoas que passam e vêem um cartaz com determinada política reagem a ela. De forma positiva ou negativa, as pessoas são influenciadas pela pauta do cartaz. E são a maneira dos comitês de luta contra o golpe divulgarem sua política e entrarem em contato com a população. Não só isso, as atividades ainda são um pólo de aglomeração dos militantes contra o golpe e servem para manter os militantes mobilizados contra o regime golpista, fazendo uma campanha intensa e diária na mobilização e conscientização dos trabalhadores e dos setores populares e explorados.

7. QUER ACABAR E TRANSFORMAR EM TERRORISTAS OS MOVIMENTOS QUE LUTAM POR TERRA E MORADIA Em sua campanha, Bolsonaro prometeu, publicamente, que vai caracterizar os movimentos que lutam pela terra aos trabalhadores do campo (MST) e por moradia aos sem teto (MTST) como grupos terroristas. Ou seja, os milhões de brasileiros, no campo e na cidade, que não têm onde morar e onde trabalhar, e por isso ocupam propriedades (em sua maioria, improdutivas e desocupadas) para poderem trabalhar e morar, serão amplamente perseguidos, reprimidos e assassinados. Os latifundiários já realizam frequentemente uma limpeza no campo, assassinando sem terra em massa, com conivência e mesmo suporte das autoridades. Nas cidades, a polícia faz desocupações extremamente violentas. Com Bolsonaro, isso será lei e os trabalhadores do campo e da cidade serão considerados terroristas.

entrou em crise de choros em sua casa, com medo de ir à escola – ao que aproveitaram para demiti-la. É importante ressaltar que não se deve cair no discurso de “doutrinação nas salas de aulas”. Isso ocorre é apenas uma forma de pressionar os professores de esquerda a não apresentarem o fato tal qual eles acham estar correto, mas da forma que a direita quiser. Ou seja, é uma verdadeira censura, pois o professor não pode ter opinião própria e liberdade de expressão para apresentar um fato, deve repetir a opinião, geralmente incorreta, da direita golpista. A “Escola Sem Partido” é na verdade a escola com o partido da direita, sem a esquerda. As escolas e universidades devem ser o lugar da livre circulação de ideias, e deve ter isso como princípio fundamental. Os professores devem ter total liberdade de expressão nas salas aulas, caso contrário é uma censura, e assim deve ser denunciado. A direita atua de forma totalmente policial, de forma a cercear todos os passos dos professores e persegui-los quando saírem dos limites por ela traçados. O “Escola Sem Partido” reflete o aprofundamento do golpe de estado, e portanto de sua política de repressão e censura. Por isso, os professores precisam se organizar em comitês para barrar a ofensiva da direita nas escolas. É preciso que para cada professor demitido, tenha 100 professores na porta do colégio que o demitiu protestando contra a censura e fechando as salas de aulas. Para isso, a união entre estudantes e professores é fundamental para combater a extrema-direita, que de longe é minoria em todas as escolas.

A LUTA CONTRA O GOLPE • 10 de novembro de 2018 • Tiragem: 40 mil exemplares • Site: www.lutecontraogolpe.com.br

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