Diário da Cuesta
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Um estabelecimento escolar voltando às suas origens educacionais. Uma bem sucedida atuação do novo Governo de Tarcísio Gomes de Freitas e a atuação competente do Secretário Estadual da Educação, Professor Renato Feder. O novo governador que obteve expressiva vitória em Botucatu nas últimas eleições, decide de forma positiva para o nosso futuro. Assim, o antigo Grupo Escolar “José Gomes Pinheiro”, com seu excelente prédio voltará às suas origens educacionais, eis que atualmente abriga a Diretoria Regional da Educação.
De destaque a atuação cidadã do Dr. Mauro Salles Ferreira Leite, Juiz Federal que contou com a colaboração do Vereador Marcelo Sleiman
O Prefeito Municipal, Mário Pardini, declarou com entusiasmo essa grande conquista educacional para Botucatu:
“O que vocês acham de uma nova escola de período integral em Botucatu? E se essa escola for uma das mais tradicionais de nossa Cidade? Vou contar a vocês essa estória...
Estive no Palácio dos Bandeirantes acompanhado do Doutor Dr. Mauro Salles Ferreira Leite, Juiz Federal, e do Vereador e Servidor da Justiça Federal, Marcelo Sleiman, para apresentar ao Secretário Estadual de Educação, Professor Renato Feder, nossa proposta para esse tão sonhado projeto.
Fomos gentilmente recebidos pelo Secretário que prontamente aprovou o projeto e colocará a disposição do Município o prédio do antigo Grupo Escolar José Gomes Pinheiro, para que volte às suas origens e atenda as crianças de Botucatu com ensino de qualidade, que foi sempre a marca registrada dessa tradicional es-
cola. Serão 450 novas vagas para o Fundamental I que beneficiará famílias de vários bairros do entorno daquela região central.
Em troca, o Município cederá ao Estado o prédio onde atualmente atua a Justiça Federal, que passará a realizar as atividades da Diretoria Regional de Ensino em prédio próprio.
Agradeço à Justiça Federal, nas pessoas do Dr Mauro e do Vereador Marcelo Sleiman pelo apoio dado a esse projeto e ao Secretário Renato Feder que tão prontamente nos recebeu e aprovou o projeto. Cuidarei agora dos trâmites administrativos e em breve informarei sobre o andamento do assunto.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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O relógio de parede cuco é uma herança de família. Foi nele que aprendi a ler as horas com avô Simão. Recebido como presente de casamento dos meus pais em 1950, ele cantou as horas e meias horas, por anos e anos, na residência deles. Lembrando de sua constante companhia no belo tempo que morei com meus pais, fiz uma canção pra homenageá-lo, chamada A Hera e o Cuco. “No telhado uma hera que era e continua sendo aérea. Na parede um aéreo que anda e continua sendo aéreo. Uma hera que era, e continua sendo hera. Um aéreo que o tempo muda. E não deixa de ser.”
Pelo fato de que o canto do cuco dá eco na sala do meu ap., não dou corda e nem balanço mais o pêndulo do cuco para ele funcionar. Porém tive a gratidão de não deixá-lo parado sozinho. Sua casinha, com o morador dentro lógico, está pendurada numa parede da sala, ao lado de dois quadros de pássaros lindamente pintados pelo tio Milton Leão. Exceto pela dúvida que acontecia quando ele repetia o mesmo e único “cuco” para as 12h30, depois 1 hora e 1hora e meia, suas cucadas meiahorísticas me deixavam atento para a passagem e controle do tempo. E raramente eu perdia a hora de algum compromisso ou consulta médica.
Quando se trata de contemporizar acerca das horas que dispomos, algumas pendências não resolvemos, por falta de tempo ou de vontade. E vamos adiando sem previsão de acharmos tempo pra tirá-las da lista. Noutras o tempo demora pra passar. Falo das que antecedem certos eventos marcantes, como encontrar pessoas queridas, amigos e parentes que não conversamos há muito tempo. É nessas horas que ficamos aflitos, nos enchemos de ansiedade, temos até falta de ar. Queremos acelerar o relógio, ver o tempo voando na velocidade da luz, para que cheguem logo.
Há canções que lembram de momentos em que nosso cérebro desencuca, está plenamente seduzido, fora do controle do tempo. Assim ele raciocina em ”Ando meio desligado”, o belo hit dos Mutantes composto por Arnaldo Dias Baptista, Rita Lee Jones e Sergio Baptista. E que faz parte do LP “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado”, de 1970. “Ando meio desligado. Eu nem sinto meus pés no chão. Olho e não vejo nada. Eu só penso se você me quer. Eu nem vejo a hora de lhe dizer. Aquilo tudo que eu deco-
rei. E depois o beijo que eu já sonhei. Você vai sentir, mas...Por favor, não leve a mal. Eu só quero que você me queira. Não leve a mal.”
Outras canções apontam fórmulas ou pedidos para encurtar o tempo de espera. Em 1985, liderado pela voz de Paula Toller, o Kid Abelha lança “Lágrimas e Chuva”. A canção de Leoni, George Israel e Bruno Fortunato aborda o amor desejado e esperado, que leva a noites de insônia, mas carrega a esperança de acontecer algo surpreendente no final. “A noite é muito longa. Eu sou capaz de certas coisas. Que eu não quis fazer. Será que existe alguém no mundo. Eu vou contando as horas. E fico ouvindo passos. Quem sabe o fim da história. De mil e uma noites. De suspense no meu quarto.”
Em “Fico assim sem você”, os momentos de solidão longe da pessoa amada trazem uma reclamação direta ao marcador do tempo: ”Eu não existo longe de você. E a solidão é o meu pior castigo. Eu conto as horas pra poder te ver. Mas o relógio tá de mal comigo. Por quê, por quê?” A canção, de autoria de Abdulah e Cacá Moraes virou um dos sucessos da dupla Claudinho e Bochecha, no LP “Vamos dançar”, de 2002, mesmo ano do acidente que vitimou Claudinho. Dois anos passados e foi a vez de Adriana Calcanhoto fazer sua gravação. Mais um sucesso.
Nando Reis usou o tema na música “Espero que o tempo passe” em 2006, no LP com Os Infernais. A música ficou muito harmoniosa com Nando Reis e Anavitória, na gravação, ao vivo, do ensaio pra recente turnê que fizeram juntos. ”Espero que o tempo passe. Espero que a s emana acabe. Pra que eu possa te ver de novo. Espero que o tempo voe. Para que você retorne. Pra que eu possa te abraçar. Te beijar De novo.”
Então, em 2010, Emicida mostrou sua espera impaciente na história cantada em “Não vejo a hora”. E, a exemplo dos Mutantes nos anos 70, ensaiou frases prontas pra dizer na hora do encontro. “Não vejo a hora de te ver de novo. Só pra sentar, conversar. Deixar o tempo passar. Preciso te ver, te contar o que fiz. Enfim, preciso te ter. Eu quero que teu ônibus demore. E quando ele vem. Meus olhos ficam como os do Wall-e (robô do filme da Pixar). Já fico a preparar qual assunto vou falar. Quando te encontrar já sabe ...nts. Só pra não faltar nada além do tempo.”
NOTA 1. Sugestão de tema e pesquisa musical por Toni Liutk
NOTA 2. Ouça o podcast, com as músicas desta crônica, a partir de meio dia da segunda-feira, acessando o canal Semônica no podcastmais.com.br
Anos atrás quando empreendi minha primeira aventurosa viagem á Europa, resolvi ir no mês de novembro, na esperança de ver cair os primeiros flocos de neve.
Sai de São Paulo, com direito ao bota fora da família.
Partia só rumo a terras espanholas onde encontraria um grupo de desconhecidos para visitar 5 países em 25 dias.
Na terra da garoa estava calor, mas o voo decolaria minutos antes da meia noite.
Eu não dispunha na época de uma mala grande e nem de um manteau elegante e apropriado para o frio europeu da época. Foi aí que a família e as amigas nos emprestaram os itens em falta.
Resolvi aceitar por motivos de praticidade, a mala enorme da Dona Elisena, com rodinhas para caber roupas de inverno que como sabem ocupam muito espaço.
Quanto ao manteau, me predispunha a levar um velho casaco preto de lã, mas era curto e não iria atender ao frio aguardado.
Foi então que alguém da família me ofereceu aquele lindo manteau de corte elegante.
Era de lã vermelha e tinha um corte enviesado com botões combinando e uma gola protetora.
Ao sair de viagem, levei o manteau num cabide com uma capa protetora para usar logo ao chegar em Madri, onde a temperatura prometia ser menos de 10 °C.
Ao subir no avião e me instalar num dos primeiros bancos, uma linda e gentil aeromoça me ofereceu guardar o manteau em lugar protegido, não sem antes dar-lhe uma boa olhada curiosa e encantada diante do modelito.
Elogiou muito e o guardou para mim.
Usei muito em várias ocasiões, especialmente no dia do meu aniversário em Zurique, sobre o conjunto de lã e as botas forradas compradas em Paris, presente que me dei quando por lá passei.
Quanto aos flocos de neve tão aguardados naquele dia, ficaram só na esperança.