2 minute read
Opinião Horácio Pina Prata - Presidente da NERC
1500 Maiores Empresas
O PRR e as empresas -Pode ou não ser decisivo!
Advertisement
Horácio Pina Prata
Presidente da NERC
ANERC tomou várias posições sobre o PRR no âmbito da oscultação pública tendo como grande objectivo que o PRR devia ter um papel decisivo na afirmação do país e devia ter como grande prioridade valorizar as Pessoas; as Empresas e o Estado.
As Pessoas (na aposta na valorização e qualificação dos portugueses ), as Empresas (com vista à revitalização do tecido empresarial e de ganhos de escala) e o Estado (como promotor dinamizador da riqueza e da valorização económica).
Sendo assim, o PRR será decisivo se conseguir melhorar o desempenho do Estado como facilitador da nossas vidas de criar riqueza para toda a sociedade. Para isso é preciso que o País seja capaz de aplicar adequadamente as verbas do PRR.
O Estado tem de saber não atrapalhar e tem de ser parte da solução devendo garantir um sistema judicial justo, eficiente e simples, que combata a burocracia e a complexidade desnecessária, que simplifique processos e garanta a transparência, garanta a previsibilidade fiscal, rapidez e simplicidade na relação com cidadãos e empresas, seja exigente com os seus serviços, preocupado com sucesso de empresas e cidadãos, e capaz de transmitir a confiança que tanta falta faz aos investidores portugueses e internacionais.
Quanto às Pessoas, é absolutamente fundamental qualificar e treinar um número significativo de pessoas motivadas pela revolução tecnológica – há o risco de até 2030 uma parte grande dos empregos actuais vir a desaparecer . A educação e formação vão ser essenciais já que em termos de formação e qualificação em percentagem da população com ensino secundário ou superior somos os piores da Europa logo é preciso fazer uma rutura.Sabemos que, até 2030, há 1,3 milhões de portugueses que têm de ser requalificados, terão os seus postos de trabalho em risco, porque irão ser substituídos pela robotização e pela inteligência artificial.
Quanto às Empresas, precisamos que sejam mais produtivas. As pequenas empresas têm de se juntar e estimular iniciativas de capitalização e fusão para se tornarem médias e grandes e estas devem ter ambição de se tornarem globais.
Em Portugal, faltam grandes empresas e a questão de escala é absolutamente central considerando que “faltam empresas grandes” que ajudem e sejam porta-aviões das médias, pequenas e micro empresas.
Em Portugal, as grandes empresas, com mais de 50 milhões de faturação ou mais de 250 trabalhadores, representavam em 2017 apenas 29% do volume de negócios total, quando em Espanha esse número era de 38%, na Alemanha de 52% e em França de 58%. Este é um dos fatores mais determinantes para podermos crescer a um ritmo económico mais acelerado .
O grande desafio do PRR é apoiar todas as empresas (grandes, médias , pequenas e micro empresas ) fortemente em desafios como a baixa produtividade, a fraca autonomia financeira, o défice de investimento em investigação de desenvolvimento e a qualificação dos portugueses.
Estes serão os grandes desafios do Estado, das Pessoas e das Empresas para os próximos anos .
Juntos Somos Mais Fortes.