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diariodocomercio.com.br JOSÉ COSTA FUNDADOR

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DESDE 1932 - EDIÇÃO 24.011- R$ 2,50

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BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020 REUTERS / PAULO WHITAKER

Impostômetro aponta alta de 10,35% em 2019 em Minas Calculado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Impostômetro registrou R$ 2,5 trilhões em 2019 no Brasil, um alta de 5% frente a 2018. Com participação de 7,5%, no total, os contribuintes mineiros pagaram R$ 191,9 bilhões em tributos municipais, estaduais e federais em 2019, 10,35% a mais do que em 2018. Pág. 4

Bolsa reduz tarifas para atrair mais investidores A comercialização do segmento de automóveis e comerciais leves registrou uma expansão de 23,14% em Minas Gerais no ano passado

Vendas de veículos novos aumentam 21,72% em MG

Emplacamentos no Estado chegaram a 713,8 mil unidades em 2019 As vendas de veículos novos cresceram 21,72% em Minas Gerais no ano passado. De acordo com a Fenabrave, foram emplacadas 713,8 mil unidades no Estado em 2019 contra 586,4 mil em 2018. No segmento de automóveis e comer-

ciais leves, as vendas aumentaram 23,14% no acumulado de 2019 ante 2018 em Minas, com 591.206 emplacamentos. De janeiro a dezembro foram comercializados 15.075 caminhões e ônibus no Estado contra 10.833

unidades no ano anterior, uma expansão de 39,16%. As vendas da Fiat Chrysler Automóveis (FCA), com planta em Betim, na RMBH, somaram 366.135 veículos e registraram alta de 12,4% no ano passado em relação a 2018.

A montadora manteve a terceira posição no ranking do mercado de automóveis e comerciais leves do País, com 13,7% do total nacional. A General Motors manteve a liderança, com 17,8% de participação. Pág. 5

Demanda por crédito rural cresce 15% no Estado em 5 meses A demanda por crédito rural cresceu 15% em Minas Gerais nos primeiros cinco meses da safra 2019/20 em relação ao período de julho a novembro de 2018. Foram liberados R$ 12,88 bilhões do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para os produtores do Estado, que responderam por 14% do total desembolsado no País. A maior procura foi pela linha de custeio, que destinou R$ 7,25 bilhões para o agronegócio mineiro, 14% a mais do que em igual intervalo do ano passado. Em novembro, o maior volume de recursos para custeio em Minas Gerais, foi para o café (R$ 534,07 milhões). Pág. 6

DIVULGAÇÃO

A cafeicultura mineira já contratou R$ 534,07 milhões da linha de custeio da safra 2019/20

Terceira idade vira nicho de mercado para franchising no País Com 29,6 milhões de pessoas acima de 60 anos, mais de 14,3% da população brasileira, os idosos viraram um nicho de mercado para o setor de franchising no País. A chamada terceira idade exige produtos e serviços específicos, qualidade e preço justo, além de comodidade e responsabilidade ambiental e social das marcas. Com uma visão mercadológica que ultrapassa o potencial de consumo, as franquias buscam parceria comercial com idosos, cuja experiência passa a ser vista como uma aliada no empreendedorismo. Pág. 7

(Aristoteles Atheniense)

Licenciamento ambiental

(Alexandre Victor Abreu)

Novas eras para “velhas” empresas

(Thomas Lanz)

As crises constitucionais do Brasil e do Chile

(Guilherme Lazari e André Frota)

Construindo uma grande nação

(Gaudêncio Torquato)

Dois anos de reforma trabalhista

Turismo

Ouro - dia 2

IPCA-IBGE (Novembro):...... 0,51%

Nova York (onça-troy): US$ 1.528,67

IPCA-Ipead (Novembro): ..... 0,48%

R$ 197,67

IGP-M(Novembro):................. 0,30%

Ptax (BC)

BM&F (g):

(Osvaldo Ken Kusano)

O Brasil tem hoje 29,6 milhões de pessoas acima de 60 anos

Compra: R$

Compra: R$ 4,0207 Venda: R$ 4,0213

Págs. 2 e 3

Ideologia comprometedora

Comercial

Compra: R$ 3,8600 Venda: R$ 4,1800

O ano de 2020, na perspectiva da economia e, portanto, das condições de vida da maioria dos brasileiros, deverá ser melhor, dizem estudiosos respeitados, mesmo apontando que ainda não é possível perceber o momento em que, pelo menos, teremos nos recuperado da queda sofrida nos últimos anos. A tarefa demanda um esforço gigantesco, combinando gestão eficiente, foco e agilidade, num contexto de estabilidade política. Assim entendem aqueles que observam atentos, com maior ou menor grau de confiança, mas preferindo esperar que venham sinais mais claros. Uma tarefa para todos, pág. 2

ARTIGOS

Euro - dia 2

4,5028

EDITORIAL

JULIA PARPULOV

Dólar - dia 2 Compra: R$ 4,0249 Venda: R$ 4,0258

Numa estratégia que visa à atração de mais investidores para o mercado financeiro, a B3 reduziu tarifas cobradas para aplicações em ações. Foram isentos o custo fixo de manutenção da conta e a tarifa de custódia para os investidores com menos de R$ 20 mil. Na prática, essas taxas já são pagas pelas corretoras. Pág. 9

BOVESPA

TR (dia 3): ............................. 0,0000% Venda: R$ 4,5051

Poupança (dia 3): ............ 0,2588%

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BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

OPINIÃO Ideologia comprometedora

Diário do Comércio Empresa Jornalística Ltda.

ARISTOTELES ATHENIENSE * Forte viés ideológico comprometeu a nossa política externa em 2019. Para isto contribuiu a escolha do chanceler Ernesto Araújo e do assessor para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, ambos filiados a Olavo de Carvalho, que foi o responsável pelas suas indicações. Já nos primeiros dias de sua gestão, Bolsonaro questionou a possibilidade de um relacionamento satisfatório com a China, nosso principal parceiro, difundindo o refrão de que aquele país estaria propenso a “comprar o Brasil”. Esta suspeita deixou de existir com a visita do vice-presidente Hamilton Mourão ao Oriente e, sobretudo, com a reunião dos Brics, que contou com a presença do mandatário chinês, Xi Jinping. Em face do que antes havia sustentado, não faltou quem dissesse que essa aproximação decorreu da pressão exercida por empresários brasileiros interessados na realização de negócios bilionários. O alinhamento com os Estados Unidos contribuiu para que o Brasil deixasse a sua postura tradicional na ONU, contrária ao embargo econômico de Cuba. A nova posição, tendo como parceiros somente Israel e a nação interessada, serviu para demonstrar

a força exercida por Donald Trump, que se tornou o ícone do presidente brasileiro. Tomado dessa incontida benquerença, Bolsonaro chegou a anunciar a remoção de nossa embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Se havia interesse em agradar ao eleitorado evangélico, a iniciativa importou, também, em desagrado aos países árabes, importantes compradores da carne nacional. O entrevero com a França teve início com a queimada na Amazônia, chegando a atingir até a esposa do presidente Emmanuel Macron. Não menos provocante foi a recusa do presidente em receber o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, sob o pretexto de que não dispunha de tempo em sua agenda, embora aparecesse em vídeo cortando o cabelo no horário anteriormente marcado. Com o visível propósito de desafiar Nicolas Maduro, Bolsonaro recebeu com todas as honras de presidente o líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou o novo dirigente da Venezuela. Às vésperas da eleição na Argentina, Bolsonaro assumiu posição favorável ao presidente Mauricio Macri, candidato à reeleição, tecendo considerações desairosas à chapa peronista da oposição. Essas restrições subsistiram mesmo após

ser conhecido o resultado do pleito, tendo Bolsonaro se recusado a cumprimentar o candidato eleito, Alberto Fernández. A animosidade contra a Argentina beira ao absurdo pelo fato deste país ser o nosso terceiro maior parceiro comercial. O primeiro ano do governo Bolsonaro foi marcado por vários solavancos, em desacordo com a linha tradicional do Itamaraty. Assim, levado por princípios culturais superados, ao invés de adotar um pragmatismo construtivo, o Brasil corre o risco de perder a liderança do bloco sul-americano caso em 2020 persista nessa linha de submissão permanente ao governo norte-americano, além de incompatibilizar com vizinhos tradicionais. Pelo que de errado e contraproducente ocorreu em seu primeiro ano de governo, Bolsonaro deve adotar uma política menos ideológica e mais produtiva. O nosso País não pode ficar à mercê de simpatias pessoais do atual presidente e de costas para outras nações com que sempre mantivemos relações não só amistosas, como compensadoras. * Advogado, Conselheiro Nato da OAB e Diretor do IAB

Licenciamento ambiental ALEXANDRE VICTOR ABREU * O licenciamento ambiental é o instrumento estabelecido pela Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) com o objetivo de prevenir e controlar as atividades que utilizam recursos naturais, que são poluidoras ou que possam causar degradação ao meio ambiente. Em síntese, podemos dizer que o licenciamento ambiental tem por objetivo gerenciar os impactos ambientais de um empreendimento ou atividade que será licenciada assegurando a necessária proteção do ambiente. Isso quer dizer que toda atividade ou empreendimento que utilize de recursos naturais, efetivo ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental para poderem operar. Posto isso, um assunto que rotineiramente é questionado pelos empreendedores, em especial aqueles em meio a fusões e incorporações de empreendimentos trata-se da possibilidade de transferência da licença ambiental e possibilidade de alterar a titularidade do processo de licenciamento ambiental. Neste sentido, importante ressaltar, que o licenciamento ambiental, da forma como é previsto em nossa legislação não é personalíssimo, pelo contrário, é evidente que o que se licencia é o empreendimento, a atividade, ou seja, não há qualquer relação com a pessoa natural ou jurídica que requereu a licença ao órgão ambiental. Ademais, podemos dizer que a transferência da titularidade do processo de licenciamento ambiental e da licença ambientais não traz qualquer risco ambiental ao meio ambiente tendo em vista que as obrigações ambientais, em especial as condicionantes acordadas, não serão alteradas. Sendo assim, não se vislumbra qualquer impedimento para que o titular do processo de licenciamento ambiental de determinado empreendimento transfira a titularidade, sendo plenamente válida, bastando que seja cumprido os requisitos normativos, obrigações ambientais e condicionantes exigidas para o empreendedor que formalizou o pedido perante o órgão ambiental. Esse é o entendimento da Procuradoria Federal Especializada junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – PFE-Ibama que lavrou parecer indicando ser válida a alteração da titularidade de

licenças e processos de licenciamento a qualquer tempo, reforçando, no entanto, que caberá ao sucessor da licença a obrigatoriedade de cumprir as obrigações requisitos normativos exigidos pelo órgão ambiental. Fundamentado com base em dispositivos da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6.938/1981), da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama n° 237/1997 e da Lei Complementar n° 140/2011, o Parecer n° 82/2016/Cojud/PFE-Ibama-Sede/PGF/AGU permitiu a transferência dos processos de licenciamento ambiental deixando claro que o licenciamento ambiental não é personalíssimo (intuitu personae) do empreendedor conforme dito acima. A alteração de titularidade de licenças ambientais e de processos de licenciamento ambiental é prática comum nos órgãos ambientais estaduais, independente da fase de tramitação em que se encontrar, e ocorre por vários motivos dentre eles casos em que ocorre fusão, incorporação ou cisão empresarial que necessariamente provoca a transferência de titularidade e são procedimentos comuns no Agronegócio. Por outro lado, ao passo que é possível a alteração da titularidade das licenças, o processo de alteração tende a ser burocrático e por vezes demorado, tendo em vista o excesso de processos e número reduzido de servidores nos órgãos ambientais federais, estaduais e municipais, bem como considerando que é comum a cobrança de providências específicas conforme procedimentos internos de cada órgão. Para requerer a transferência de titularidade o interessado deverá se atentar as exigências impostas pelo órgão ambiental responsável pelo processo de licenciamento bem como ter em mãos toda a documentação necessária para formalização do processo que deverá contar com a anuência do antigo titular da licença assim como declaração dos novos titulares da licença a ser averbada, indicando estarem cientes do processo de licenciamento confirmando que serão os novos responsáveis por qualquer passivo ambiental existente no empreendimento. *Advogado da área Ambiental e Minerário do Lacerda, Diniz, Sena Advogados

Novas eras para“velhas”empresas THOMAS LANZ * Para muitos, startups ou a economia 4.0 parecem varinhas mágicas a serem implantadas e absorvidas por uma indústria tradicional. É muito comum culpar a “velha” indústria como reativa à introdução da inovação ou culpar os “ donos “ que não permitem a entrada dos filhos em suas empresas, não dando liberdade para que possam introduzir e aplicar novas ideias em relação a produtos, tecnologias ou gestão. Na verdade, o assunto é bem mais complicado do que se imagina. Em primeiro lugar, as empresas tradicionais são criticadas por não se tornarem disruptivas e perderem espaço para as startups. Uma coisa é uma empresa tradicional adotar inovações em seu dia a dia, outra coisa é ela se transformar em uma startup. A empresa tradicional não precisa se transformar em uma startup, mas o que poderá fazê-la a perder seu mercado é a falta da inovação tecnológica e a manutenção de seu modelo de negócio. Empresas que não se inovam, em relação a sua linha de produtos, processos, marketing, comunicação e gestão estão fadadas a encontrar muitas dificuldades e perder sua competitividade no mercado. E ter somente a consciência de que a inovação é necessária para sanar o problema não é suficiente. O desafio é mudar a cultura da empresa e dos membros da organização. Este processo de mudança é muito trabalhoso e nada fácil. A cúpula diretiva

e o próprio Conselho de Administração precisam estar cientes destes desafios para estimular mudanças de fato. Imaginem um jovem herdeiro sendo admitido na empresa da família, procedente de uma cultura disruptiva querendo, em pouco tempo, mudar ou introduzir inovações. Ele irá enfrentar enormes barreiras para conquistar seus intentos, além da frustração que, muitas vezes, leva ao seu afastamento. A formação de um Comitê de Inovação Tecnológica, por exemplo, poderia ser o núcleo de difusão de uma nova cultura na organização. Convidando por exemplo o herdeiro a ser membro deste Comitê poderia constituir um interessante passo para uma transição amena entre gerações de uma mesma família. Muito bem-vinda é a ideia dos empresários darem o espaço e os recursos necessários para que seus futuros herdeiros possam desenvolver seus projetos e ideias. Os pais seriam os investidores-anjos com regras semelhantes a qualquer investidor em startups. Isto deveria acontecer fora do ambiente dos negócios da família. Em princípio, não dá certo colocar sob o mesmo teto negócios tradicionais e disruptivos. De repente o negócio recém-iniciado dá bons resultados e começa a escalar geometricamente. Cabe ao pai e filho empreendedor discutirem se o novo negócio terá uma maior participação dos sócios familiares ou se ele irá se desenvolver

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de forma mais independente. Também precisaria ser avaliado se o produto / tecnologia desenvolvida possui alguma aderência com os negócios da família. Imaginem uma corporação familiar, que tenha pelo menos 5 herdeiros que queiram montar suas startups. Como agir para atender a todos. Estaria a empresa disposta a criar uma incubadora de projetos, abrigando o desenvolvimento de ideias dos filhos e outros? O desafio em negócios familiares é a equidade. Se um parente pode ou tem direito o outro também tem. Assim se evitariam futuros conflitos. Concomitantemente, os futuros herdeiros, ligados ou não ao negócio, desenvolvendo suas startups ou seguindo carreiras profissionais totalmente diversas são sócios do negócio tradicional da família. Para tanto deverão ser formados para agir como sócios controladores, caso não estejam diretamente envolvidos na gestão dos negócios. Uma prática recomendável é que já comecem a assistir às reuniões de Conselho como ouvintes a partir dos 16, 18 anos. Mesmo sem direito a voto, poderão trazer novos ventos disruptivos no Conselho, o que certamente é muito positivo. *Fundador da Thomas Lanz Consultores Associados, empresa especializada em governança corporativa, gestão de empresas médias e grandes no Brasil

Fundado em 18 de outubro de 1932 Fundador: José Costa

Presidente do Conselho Luiz Carlos Motta Costa conselho@diariodocomercio.com.br Presidente e Diretora Editorial Adriana Muls adrianamuls@diariodocomercio.com.br Diretor Executivo e de Mercado Yvan Muls diretoria@diariodocomercio.com.br Conselho Consultivo Enio Coradi, Tiago Fantini Magalhães e Antonieta Rossi Conselho Editorial Adriana Machado - Claudio de Moura Castro Helena Neiva - Lindolfo Paoliello - Luiz Michalick Mônica Cordeiro - Teodomiro Diniz

Uma tarefa para todos Ano novo, vida nova. Assim espera a maioria dos brasileiros, confiando que o Estado seja menos perdulário e seus agentes mais comprometidos com tudo aquilo que, de fato, represente o interesse coletivo. Tudo isso, claro, a partir de mudanças de comportamento para além da retórica, em que a correção e a ética deixem de ser vistas como virtude e passem a ser percebidas como a primeira das obrigações dos que se ocupam da gestão pública, com a ambição exclusiva de servir, fazendo o melhor. Talvez mais próximos da utopia que da realidade, a virada do ano, com tantas reafirmações de bons propósitos, de qualquer forma nos sugere alargar a visão, buscando horizontes mais claros para então enxergar o futuro que nos vem sendo roubado. O ano de 2020, na perspectiva da economia e, portanto, das condições de vida da maioria dos brasileiros, deverá ser melhor, dizem estudiosos respeitados, mesmo apontando que ainda não é possível perceber o momento em que, pelo menos, teremos nos recuperado da queda sofrida nos Talvez mais próximos últimos anos. A da utopia que da tarefa demanda um esforço gigantesco, realidade, a virada combinando do ano, com tantas gestão eficiente, foco e agilidade, reafirmações de num contexto bons propósitos, de estabilidade política. Assim de qualquer forma entendem aqueles nos sugere alargar que observam atentos, com maior a visão, buscando ou menor grau horizontes mais claros de confiança, mas preferindo esperar para então enxergar que venham sinais o futuro que nos vem mais claros. Um deles, sendo roubado sem dúvida, a tão aguardada e adiada por mais de três décadas reforma tributária. Para o governo atual, a primeira e mais urgente das tarefas para o ano que está começando e precondição para que o processo de recuperação da economia, com forte retomada de investimentos, ganhe consistência, permanência e velocidade. Algo perfeitamente possível em um ambiente em que, fossem outras as condições de gestão pública e, consequentemente, também outro o ambiente oferecido a investidores, inclusive no que toca à segurança jurídica e à estabilidade política, o único esforço seria colocar em primeiro plano tudo que é favorável, em condições melhores que aquelas observadas na maioria dos países. Sim, é possível; nós podemos, não estamos pedindo muito, absolutamente não nos encontramos no terreno da utopia. Tampouco nos sentimos animados apenas pelo momento, pelas condições mais presentes nesse período do ano. Enxergamos e apontamos uma realidade que está ao nosso alcance, ao mesmo tempo apontamos oportunidades perdidas, negligenciadas, ao longo de séculos em que preferimos esperar a tomar as rédeas da construção de nosso próprio futuro. Este sentimento e essa crença suportam nossa confiança em que 2020 será melhor, que o futuro nos cabe construir.


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BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

OPINIÃO

As crises constitucionais do Brasil e do Chile GUILHERME LAZARI E ANDRÉ FROTA * Em contextos radicalmente distintos, Chile e Brasil enfrentam um choque entre a rigidez de suas constituições e expressivas partes da opinião pública, contrárias a entendimentos escritos nos textos de 1980 e de 1988, respectivamente. O caso do Chile está relacionado a um cenário de mobilização nacional, em que as ruas foram ocupadas por protestos, iniciados contra o aumento do preço da passagem do metrô de Santiago, mas que evoluíram para uma mobilização nacional a favor de uma nova constituição. O que explica a insatisfação popular com a carta magna chilena é, em grande medida, explicada pelo vício de origem desse texto. Elaborada em um contexto pós-golpe de estado por Jaime Guzmán, um constitucionalista indicado por Augusto Pinochet, o texto coloca o estado em uma função subsidiária ao provimento de direitos sociais, somada a uma estrutura demasiado rígida para mudança do status quo. O contrato social chileno pós-ditatorial será submetido a um plebiscito em abril de 2020, como o atual presidente Sebastian Piñera já aceitou. A mudança da posição de Piñera, um político de orientação liberal e rival aos socialistas, representados pela antiga presidente Michele Bachelet, revela a força da mobilização popular, em direção a formação de uma nova constituinte. Uma ruptura diante

de uma constituição anacrônica, que mantém a sociedade chilena atrelada a um desenho estatal rígido e a uma carta magna que perdeu sua legitimidade, em relação ao poder constituinte original. O caso brasileiro, por outro lado, reflete uma divisão na opinião popular, cuja polaridade se observa na mídia e nas redes sociais ao longo dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Trata-se da discussão acerca da possibilidade de prisão do acusado após seu julgamento em 2ª instância, antes do trânsito em julgado de todos os recursos cabíveis. O personagem central dessa discussão é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da Operação Lava Jato, cuja prisão foi decretada em 2018 pelo então juiz Sérgio Moro, atualmente ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Diante do recente entendimento do Supremo Tribunal Federal, de que não é cabível a prisão em 2ª instância antes de seu trânsito em julgado, Lula foi solto, causando comemoração pela maior parte da esquerda brasileira e protestos das alas conservadoras. No que diz respeito ao direito do acusado, a Constituição de 1988 é clara ao determinar que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, direito este considerado fundamental, ou seja, uma cláusula pétrea que não é passível de reforma pela

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Brasil e Chile, em contextos radicalmente distintos, enfrentam um choque entre a rigidez de suas constituições e expressivas partes da opinião pública, contrárias a entendimentos escritos nos textos de 1980 e de 1988, respectivamente. maioria do Congresso. Para driblar este fator, foi apresentada recentemente uma proposta de Emenda Constitucional que não altera este direito fundamental, mas que extinguiria a interposição de recursos para as instâncias superiores (Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal). Ou seja, na prática, o réu só poderia recorrer até a 2ª instância e, depois, o processo transitaria em julgado, possibilitando a decretação de sua prisão. Apesar de tal proposta não atingir o direito fundamental de presunção de inocência do réu, é de

se questionar se ela não desrespeita outros princípios constitucionais considerados intangíveis, tais quais o direito ao contraditório e à ampla defesa. Em síntese, ambos os casos revelam uma tensão entre o texto legal e a vontade popular. No entanto, os contextos históricos, em que as constituições foram elaboradas, foram radicalmente distintos. A chilena, ditatorial, e a brasileira, republicana. O resultado disso é a legitimidade que ambos os textos possuem, em relação a suas respectivas sociedades. Uma nova constituinte para a

população chilena representa a fundação de um novo contrato social, republicano e inclusivo. Uma nova constituinte no Brasil é uma ação desproporcional. Enquanto uma reforma constitucional, se provocada apenas por interesses partidário-eleitorais, pode comprometer a proteção dos direitos fundamentais, base de todo Estado Democrático de Direito. *Advogado; professor dos cursos de Relações Internacionais e Ciência Política e membro do Observatório de Conjuntura do Centro Universitário Internacional Uninter

Dois anos de Construindo uma grande nação reforma trabalhista GAUDÊNCIO TORQUATO *

Ilustremos uma reflexão com três historinhas, a primeira muito conhecida. – Condenado à morte por corromper a juventude, Sócrates, o filósofo, recusou a oferta para fugir de Atenas sob o argumento de que seu compromisso com a polis não lhe permitia transgredir as regras. Os gregos cultivavam o respeito à lei. – Lúcio Júnio Bruto, fundador da República Romana, libertou seu povo da tirania de Tarquínio, derrubando a monarquia. Mais tarde, executou os próprios filhos por conspirarem contra o novo regime. Pregava o poeta Horácio: “Doce e digno é morrer pela Pátria”. – Outro romano, rico e matreiro, conta Maquiavel no Livro III sobre os discursos de Tito Lívio, deu comida aos pobres por ocasião de uma epidemia de fome e, por esse ato, foi executado por seus concidadãos. O argumento: pretendia tornar-se um tirano. Os romanos prezavam mais a liberdade do que o bem-estar social. Desses relatos, emerge a pergunta: qual dos três personagens se sairia melhor caso o enredo ocorresse dentro do cenário da política contemporânea? Sem dúvida, o terceiro. Com uma diferença: o matreiro político não seria executado por alimentar a plebe, mas glorificado, mesmo escondendo por trás da distribuição de alimentos seu projeto de poder. Essa é a hipótese mais provável, pelo menos em nossas plagas de tradição patrimonialista. A moldura oferece uma leitura de dois mundos. O primeiro é regrado por princípios e valores, dentre os quais se destacam o compromisso

com o bem comum, a obediência às leis, a defesa da moral e da ética. Esse escopo combina com a paradisíaca ilha da Utopia, que o inglês Thomas Morus descreveu: “uma terra de paz e tranquilidade onde os habitantes não têm propriedade individual e absoluta”. Esse Estado perfeito espelha a cidade divina em contraposição à cidade terrestre, esta afinada ao universo de Maquiavel, onde “os fins justificam os meios”. O florentino prega a noção de que o povo é dotado de razão, sendo capaz de decidir o seu destino. Sonha com a liberdade e, para conquistá-la, o príncipe deve usar os meios necessários. A lógica maquiavélica é: ideologias e valores morais devem ceder lugar aos instru¬mentos que podem garantir a hegemonia. Ou, na expressão de Weber, a ética da ação deve prevalecer sobre a ética da consciência. O desenho ajuda a entender a quadra político-institucional que vivemos. Protagonistas da política, governantes, representantes e até juízes, lutam para fazer valer suas demandas. O resultado aparece na multiplicação de mazelas e velhos padrões da política. Afinal, o que se faz necessário para que o Brasil, em 2020, comece a fortalecer seu conceito de Nação? Tentemos responder. O primeiro aspecto é: democratizar nossa democracia. Ou seja, dar vazão ao esforço para expandir a participação do povo no processo decisório, visando aumentar a inclusão social, melhorar as condições do trabalho, proteger o meio ambiente, os direitos humanos e qualificar os serviços públicos, a

Diário do Comércio Empresa Jornalística Ltda Av. Américo Vespúcio, 1.660 CEP 31.230-250 - Caixa Postal: 456 Redação Editora-Executiva Luciana Montes Editores Alexandre Horácio

Rafael Tomaz

Clério Fernandes

Gabriela Pedroso

pauta@diariodocomercio.com.br

partir das áreas da educação, saúde e segurança. Urge incrementar nossa democracia participativa, convocando a sociedade para formação de um projeto nacional, evitando multiplicação de programas com foco em conveniências eleitoreiras. O Brasil clama por planos essenciais, integradores de necessidades sociais, culturais, geográficas e econômicas. No lugar de tijolos, paredes inteiriças. E mais: a relação entre os Poderes há de ocorrer sob a égide da harmonia, respeito e autonomia, evitando tensões. Significa consolidar as funções do Parlamento, do Judiciário e do Executivo, dentro da norma constitucional, fazendo-os respeitar os espaços de cada um. Impõe-se valorizar a meritocracia e atenuar a carga das indicações assentadas na vida partidária. Significa selecionar perfis adequados para as estruturas governativas. Aristóteles dá uma pista: “Quando diversos tocadores de flauta possuem mérito igual, não é aos mais nobres que as melhores flautas devem ser dadas, pois eles não as farão soar melhor; ao mais hábil é que deve ser dado o melhor instrumento”. Isso é mérito. É claro que demandas partidárias devem ser contempladas, mas com critério, respeitando-se o principio: partidos que ganham devem participar da administração. Por último, a lembrança de que uma grande democracia repousa sobre uma base de direitos e deveres, de ordem e harmonia, de ética e moral. * Jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação

Telefones

OSVALDO KEN KUSANO* A CLT foi aprovada em 1943, no primeiro governo de Getúlio Vargas, 45 anos antes da promulgação da atual Constituição Federal, sendo que, de forma legítima, representou os anseios sociais da época, como o protecionismo nacional, investimentos em infraestrutura, e a regulamentação do trabalho no setor industrial. Todavia, os meios de produção, as tecnologias, as medidas protetivas de medicina e segurança do trabalho, e o nível de instrução dos trabalhadores muito evoluíram, tal como os demais setores da economia se desenvolveram e se diversificaram de lá para cá. Assim, se a sociedade é dinâmica, também deve sê-la a lei, de modo que a legislação moderna deve acompanhar também os anseios sociais atuais. Contudo, há muita desinformação e receio sobre como a reforma trabalhista é vista pelo Poder Judiciário, trazendo insegurança na sua aplicação, razão pela qual ainda não é tão praticada no direito material. O mesmo não pode ser dito quanto às novidades processuais, até mesmo porque, via de regra, as normas processuais aplicam-se de imediato, respeitados os atos já praticados. Mas a reflexão que se quer fazer não é sobre a técnica processual, e sim sobre um panorama mais amplo: o que mudou, de fato, nesses dois anos de reforma trabalhista, e a impressão mais forte decorre das alterações processuais. Isso porque as estatísticas mostram uma grande diminuição de novas ações após a reforma trabalhista - seja por receio das novas regras processuais, seja em razão do pagamento de honorários sucumbenciais e outros encargos. Curioso, contudo, que os honorários

Comercial

Geral:

3469-2000

Administração:

3469-2002

Redação:

3469-2040

Comercial:

3469-2060

Circulação:

3469-2071

Industrial: Diretoria:

3469-2085 3469-2092 3469-2097

Fax:

3469-2015

sucumbenciais, principal motivo da diminuição de novas ações, são devidos por qualquer parte que venha a sucumbir - seja pelo empregador que perder a ação, seja pelo empregado que não obtiver êxito em seus pedidos. Assim, o que diminuiu não foi o ajuizamento de novas ações, mas sim o abandono de aventuras jurídicas e exageros - aqueles mesmos que o empresariado sempre criticou e que foi motivo de má fama do Judiciário Trabalhista. As novas demandas passaram a ser mais enxutas e precisas, mais técnicas. O nível da advocacia trabalhista aumentou, permitindo que a Justiça do Trabalho se preste àquilo que sempre se destinou: fazer justiça. E da mesma forma que não há mais espaço para o “pedir por pedir”, o mercado percebe que também não pode contar com os maus advogados - é necessário elevar a classe dos advogados trabalhistas ao patamar de dignidade do qual nunca deveria ter saído, privilegiando-se a boa técnica e os bons profissionais. E em momentos de instabilidade, onde ouvem-se brados de que a Justiça do Trabalho deveria acabar, ao contrário, é o momento que ela mais deve se fortalecer. Se a reforma trabalhista surgiu após tantos anos de anseio por mudanças, é importante que a Justiça do Trabalho também cumpra o seu papel de garantir os direitos, rejeitar abusos, e resolver conflitos nas relações de trabalho, de forma plena e digna. *Advogado, sócio de Brasil Salomão e Matthes Advocacia, especialista em Direito do Trabalho.

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BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

ECONOMIA ARRECADAÇÃO

Mineiros pagam R$ 191,9 bi em tributos

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FGTS

Fim de multa deve resultar em novos Montante registrado pelo Impostômetro no ano passado representa incremento de 10,35% R$ 2,5 trilhões arrecadados investimentos BRUNO DOMINGOS/REUTERS

MICHELLE VALVERDE

O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) atingiu a marca de R$ 2,5 trilhões em 2019 no Brasil. O valor de impostos, taxas e contribuições pagos pelos contribuintes superou o total arrecadado em 2018, que foi de R$ 2,38 trilhões, alta de 5%. Em Minas Gerais, os contribuintes pagaram R$ 191,9 bilhões em tributos ao longo de 2019, respondendo por 7,5% do total nacional e 10,35% acima dos R$ 173,9 bilhões registrados em 2018. De acordo com o economista da ACSP, Marcel Solimeo, a cada ano a arrecadação está maior e a tendência é que continue em crescimento. Somente uma reforma administrativa e com o maior controle dos gastos dos governos seria possível reduzir os tributos. “A cada ano a arrecadação de impostos está maior porque tem a inflação - embora mais baixa que nos anos anteriores - e também o aumento do consumo. Em 2019, tivemos uma pequena recuperação das vendas, então, era esperado esse aumento”, explicou. Segundo Solimeo, para 2020 a expectativa é que a arrecadação seja maior, em

Contribuintes em todo o País pagaram R$ 2,5 trilhões em impostos, taxas e contribuições

pelo menos, 6%, considerando a manutenção da inflação em torno de 4% e o crescimento de 2% na economia. O índice também pode ser ampliado caso ocorram ajustes nas alíquotas dos impostos. O economista da ACSP explica que mesmo que o governo federal aprove a reforma tributária, no curto prazo, não existe expectativa de redução das contribuições, impostos e taxas cobradas

pelos governos federal, estadual e municipal. “Mesmo que a reforma tributária seja aprovada, no curto prazo, não temos expectativas de queda. Se não houver redução dos gastos, não tem como reduzir a arrecadação. Os governos arrecadam para cobrir os gastos e se não diminui os custos não tem como reduzir a arrecadação sem provocar outras consequências prejudiciais. É preciso fazer a reforma

administrativa, que está sendo prometida pelo governo, para que ajude não só a reduzir o custo com o funcionalismo, mas também colabore para dar mais eficiência, porque ainda se tem muito desperdício. Usar melhor o dinheiro que se arrecada já representa um beneficio melhor para a sociedade”. Rendimento - De acordo com os dados da ACSP, com os

no País em 2019, seria possível uma pessoa receber 50 salários mínimos por mês durante aproximadamente 4,45 milhões anos. Aplicado na poupança o dinheiro renderia de juros R$ 20,209 milhões por hora ou R$ 336.822 por minuto. Com o dinheiro seria possível comprar cerca de 5,7 bilhões de cestas básicas. Para transportar esse dinheiro em notas de R$ 100 seriam necessários 826 containers de 20 pés. “Nosso sistema tributário é injusto, é o que se chama de regressivo. Proporcionalmente à renda, a cobrança impacta com maior força nas camadas mais baixas da população. O grosso da tributação incide sobre o consumo e estas famílias gastam praticamente toda a renda em consumo. Já as classes de renda mais altas investem em aplicações financeiras, que acabam tendo tributação menor ou até mesmo isenção. Se os serviços prestados pelos governos compensassem, mas, se paga imposto e tem que pagar educação, segurança e saúde a parte, diferente de países que tem a tributação igual ou maior que a nossa, mas oferece serviços de alta eficiência”, explicou Solimeo.

SETOR INDUSTRIAL

Atividade manufatureira desacelera no País São Paulo - A atividade manufatureira no Brasil seguiu em crescimento, mas sofreu firme desaceleração no último mês de 2019, com fraqueza em novos pedidos e produção em meio a cortes em vagas de trabalho. Uma medida das exportações sofreu a maior queda em uma década. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) calculado pelo IHS Markit caiu a 50,2 em dezembro, ante 52,9 em novembro.

Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade, mas a queda no número-índice mostrou que o crescimento se deu em ritmo mais brando. A taxa de dezembro é a mais baixa da atual série de cinco meses de crescimento. O segmento de bens de capital teve a maior influência negativa no número geral, registrando o primeiro recuo em um ano, tendo como pano de fundo “fortes contrações” em vendas e produção, segundo o IHS Markit.

O crescimento do PMI foi puxado pelas categorias de bens de consumo e intermediários, com ambos registrando expansão em dezembro. O total de novos negócios mal cresceu em dezembro, com a alta sendo a mais fraca da atual série de sete meses de números positivos. O desempenho foi pressionado em parte por menores vendas aos mercados internacionais. O componente de novas encomendas de exportação caiu na maior

velocidade desde o começo de 2009, com fraca demanda de clientes da América Latina, sobretudo Argentina e Chile. O subíndice de empregos foi outro a mostrar debilidade, diante da persistente e ampla capacidade ociosa da indústria. O emprego no setor manufatureiro teve o primeiro declínio desde julho, ainda que discreto. Enquanto isso, os custos dos insumos cresceram de forma ainda mais acelerada, com algumas empresas

culpando a depreciação do real frente ao dólar. Contudo, os números mostraram falta de poder de precificação por parte dos produtores de bens, conforme os preços de vendas cresceram em ritmo leve, o menor desde agosto. À frente, os consultados preveem um cenário melhor, com o otimismo alcançando uma máxima em 11 meses, amparado por previsões de mais negócios, maior investimento e clima econômico favorável. (Reuters)

SETOR ELÉTRICO

BYD vai ampliar a produção de painéis solares São Paulo - A fabricante chinesa BYD pretende ampliar significativamente a produção de painéis solares no Brasil neste ano na comparação com 2019, em movimento guiado pelo otimismo com o mercado local e pela queda nos custos de componentes, afirmou o diretor de Marketing e Sustentabilidade da BYD no Brasil, Adalberto Maluf. A BYD possui desde 2017 uma fábrica de equipamentos fotovoltaicos em Campinas (SP), que concorre pela demanda de projetos brasileiros principalmente com uma unidade local da Canadian Solar e com produtos importados de fornecedores chineses como

Trina Solar, Jinko e JA Solar. “Ainda não fechamos algumas coisas, mas basicamente estamos dobrando a produção em relação ao que tínhamos em 2019. A partir de 1° de fevereiro nossa produção vai dobrar”, afirmou Maluf. Ele não abriu números, mas afirmou que a maior produção será viabilizada principalmente com aumento de equipes, sem grandes investimentos produtivos. “Estávamos trabalhando com turno estendido, e agora serão dois turnos estendidos... estamos dobrando a compra de insumos e aumentando em 50% os funcionários”, acrescentou.

JP PNEUS LTDA., CNPJ nº 00.788.483/0003-00, localizado na Rodovia BR 040, S/N, KM 514,5, Bairro Napoli, Município de Ribeirão das Neves, no Estado de Minas Gerais, por determinação da SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável através da Superintendente Regional de Meio Ambienteda Central Metropolitana no uso de suas atribuições, que torna público que obteve através do Processo Administrativo nº. 02410/2007/004/2015 a Certificado de Renovação da Licença Ambiental LO - Licença de Operação n° 201/2019, com validade até 11/12/2029 para a atividade principal recauchutagem de pneumáticos.

LANDER MANUTENÇÃO INDUSTRIAL E LOCAÇÕES LTDA – por determinação da Secretaria. Municipal de meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMMAD, torna público que foi solicitado através do processo Administrativo nº 5451914774. A licença Ambiental para a atividade Oficinas de Reparação e Conservação de Maquinas, Aparelhos e Equipamentos Elétricos ou não, Eletrônicos de Comunicação de uso Agrícola Industrial. Comercial. Serviços. Ou residências. Recuperação de Artigos de Metal. Localizada a rua monte Carmelo ,86 Bairro Bandeirinhas, em Betim /MG, CEP.32.657.364

A aposta da BYD deve-se à expectativa de que as fábricas de painéis solares instaladas no Brasil alcancem juntas uma participação de 35% no mercado doméstico neste ano, contra 20% em 2019. Esse aumento de participação deve ser possibilitado pela queda nos custos de insumos trazidos da China para montagem dos painéis, em meio a uma redução no acelerado ritmo de construção de parques solares pelos chineses. A instalação de novas usinas fotovoltaicas na China em 2019 caiu ao menor ritmo em cinco anos, com 16 gigawatts adicionados entre janeiro e setembro - um terço do volume instalado em 2017. Embora o número ainda impressione perto dos apenas 2,5 gigawatts em grandes usinas da fonte hoje em operação no Brasil, o menor volume deixou fabricantes com uma sobreoferta que reduziu preços e levou à busca por mercados para exportação. “As células mais caras (de maior qualidade) caíram de preço. Então demos uma res-

pirada, porque a partir de 2020 estamos trazendo insumos mais baratos. Estamos chegando em um preço mais próximo do (painel) importado, por isso resolvemos aumentar a produção”, disse Maluf. Uma resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) brasileira, que em 31 de dezembro zerou impostos de importação para células solares, também ajudará no corte de custos, segundo ele. Geração distribuída - O otimismo da BYD com o mercado brasileiro vem em momento em que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) discute novas regras para as chamadas instalações de geração distribuída (GD) de eletricidade, tecnologia que tem ampliado espaço no País com a instalação por consumidores de placas fotovoltaicas em telhados ou grandes terrenos. As instalações de GD já somam 2 gigawatts em capacidade, a maior parte de sistemas solares, o que levou o regulador a propor o corte no que considera como sub-

sídios para essas instalações, um movimento que gerou forte reação de empresários do setor e até de políticos. A resistência à mudança nas regras de remuneração de GD postergou as alterações e gerou expectativas de que a nova regulação a ser aprovada seja menos impactante para a tecnologia do que a proposta atualmente em debate, segundo Maluf. “O setor respirou aliviado que (a mudança) foi jogada mais para a frente, então este ano ainda vai ter uma demanda importante”, opinou ele. O executivo também elogiou sinalizações de autoridades sobre possível ampliação do prazo para que as mudanças sejam aplicadas a instalações de GD já existentes. O diretor da Aneel, Rodrigo Limp, relator do processo sobre a regulação de GD na agência, disse à Reuters em novembro que esse prazo de transição para sistemas em operação pode ser ampliado em relação à proposta inicial, que prevê manter as regras atuais até 2030. (Reuters)

JULIANA SIQUEIRA

O fim da multa de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no caso de demissões sem justa causa, em vigor desde o último dia primeiro, pode gerar novos investimentos por parte dos empresários. Isso é o que afirma o diretor jurídico da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-MG), Felipe Rabelo. De acordo com ele, essa nova realidade pode se instaurar por causa dos gastos menores dos empregadores no momento da dispensa. “A medida também não influencia nas demissões, até porque o governo soltou um pacote para incentivar novas contratações. Ainda há muitos desempregados, mas as taxas vêm caindo”, salienta. A isenção desse pagamento, lembra o advogado da Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Marcelo Matoso, já é uma pedido antigo por parte dos empresários. A taxa extra, que deixou de existir pela mesma lei que traz um novo cenário aos saques do FGTS, a Medida Provisória 889, foi criada em junho de 2001. O objetivo era cobrir os rombos no Fundo, oriundos do Plano Verão, em 1989, e Collor 1, em 1990. “Esse fundo já havia sido restituído há muito tempo”, destaca ele. Com esse novo cenário, o advogado ressalta que, para os trabalhadores, não há mudanças, uma vez que eles continuam a ter acesso aos 40% de multa normalmente. Quem deixa de receber o dinheiro é “o governo”, frisa ele. Esses 10%, aliás, que não irão mais para o governo, tinha como destino a conta única do Tesouro Nacional. De lá, partiam para o FGTS e eram geridos por representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores. Por isso, a extinção da multa vai abrir uma folga no teto federal de gastos de R$ 5,6 bilhões, de acordo com os dados do Ministério da Economia. Isso porque o montante, quando saía do Tesouro para o FGTS, era tido como despesa primária. Na prática, Marcelo Matoso lembra que o não pagamento dos 10% faz parte dos trâmites internos da empresa, que conseguem fazer os ajustes com facilidade. Ainda sobre esse novo cenário, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, afirmou, em nota, quando a medida foi aprovada, que a taxa extra já deveria ter sido extinta no ano de 2012, época em que a Caixa Econômica Federal (CEF), responsável por gerir o FGTS, reconheceu que o tributo já havia cumprido a sua missão. “A decisão traz justiça tributária para as empresas, que cumpriram sua parte no acordo para salvar o FGTS, mas que, há quase oito anos, continuavam a ser tributadas indevidamente”, afirmou ele.


BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

ECONOMIA

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CHARLES SILVA DUARTE - ARQUIVO DC

COMÉRCIO EXTERIOR

Balança comercial do País fecha com o pior desempenho em 4 anos

Concessionárias da capital mineira comercializaram 491,206 veículos no exercício passado, o que representa alta de 29,7%

SETOR AUTOMOTIVO

Vendas de veículos saltam 21,72% em Minas Gerais

Emplacamentos somaram 713,8 mil unidades no ano passado MARA BIANCHETTI

As vendas de veículos em Minas Gerais acumularam alta de 21,72% em 2019, de acordo com dados regionalizados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No ano passado, os emplacamentos no Estado atingiram 713,8 mil unidades, contra 586,4 mil veículos registrados em 2018. Somente no último mês do ano, as vendas no Estado somaram 57.740 unidades. O volume é 18,18% menor do que o verificado no mês anterior, quando totalizou 70.568 veículos. Em relação ao mesmo período de 2018 (43.904 unidades) houve alta de 31,51%. Quando considerado somente o segmento de automóveis e comerciais leves, as vendas em Minas Gerais aumentaram 23,14%

no acumulado de 2019 ante 2018. Os emplacamentos passaram de 480.121 para 591.206 unidades de um ano para o outro. Em dezembro do exercício passado foram comercializados 49.235 automóveis e comerciais leves no Estado. O número representa baixa de 19,2% na comparação com o mês anterior, quando foram registradas 60.937 unidades. Em relação ao mesmo mês de 2018 (36.216 unidades) houve crescimento de 35,95%, conforme as informações da entidade. As vendas de caminhões e ônibus tiveram o mesmo movimento. Entre janeiro e dezembro de 2019 foram vendidas 15.075 unidades, contra 10.833 unidades no ano anterior. Isto representa aumento de 39,16% entre os períodos. No último mês do ano, as vendas desse segmento

somaram 1.043 unidades em Minas. Em relação ao mês imediatamente anterior (1.328 veículos) foi registrada queda de 21,46% e na comparação com o mesmo intervalo de 2018 houve aumento de 10,96%, uma vez que no mesmo mês daquele ano foram vendidas 940 unidades. Capital - Em Belo Horizonte, o número de emplacamentos cresceu 29,7% no ano passado contra o ano anterior. Ao todo foram 491.206 emplacamentos sobre 378.716, respectivamente. Somente em dezembro foram 39.424 registros, contra 52.926 em novembro e 27.347 no mesmo mês de 2018. Isso significa queda de 25,51% e alta de 44,16%, respectivamente. Somente no segmento de automóveis e comerciais leves as vendas na Capital aumentaram 29,78% entre

2019 e 2018. Os emplacamentos passaram de 363.216 para 471.394 unidades de um ano para o outro. No caso das vendas de caminhões e ônibus, entre janeiro e dezembro de 2019 foram vendidas 2.718 unidades contra 1.569 unidades no ano anterior na capital mineira. Isto representa aumento de 73,23% entre os períodos. Fiat - As vendas da Fiat Chrysler Automóveis (FCA), com planta em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), aumentaram no ano passado em relação a 2018. Segundo dados da Fenabrave, a companhia emplacou 366.135 automóveis e comerciais leves em 2019, contra os 325.725 do ano anterior, uma alta de 12,4%, levando em consideração somente os veículos com a marca Fiat.

Mercado nacional tem o melhor resultado desde 2014

São Paulo - O Brasil emplacou 2,787 milhões de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2019, um crescimento de 8,65% sobre o ano anterior, informou ontem a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O volume marca o melhor ano de vendas para o setor desde 2014, quando somaram cerca de 3,5 milhões de unidades. Para 2020, a entidade fez uma primeira previsão, de crescimento de 9,6% nas vendas de veículos novos no País, a 3,056 milhões de unidades. “Esse desempenho positivo (de 2019) se deve a alguns fatores econômicos, como taxa de juros menores e à queda nos índices de inadimplência e de desemprego, o que refletiu, diretamente, no aumento da confiança do consumidor e, também, do empresário brasileiro”, disse o

presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, em comunicado à imprensa. Mas boa parte das vendas de veículos novos no ano passado ocorreu motivada por compras feitas por locadoras de veículos, que passaram a oferecer serviços para motoristas de aplicativos de transporte urbano. Segundo dados do Banco Central, o crédito para compra de veículos foi o que mais cresceu em 2019 entre todas as modalidades para pessoas jurídicas, de janeiro a novembro esse estoque teve alta de 71%. Em 12 meses, o crescimento foi de 80%, a R$ 47,8 bilhões. O chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, afirmou no final do ano passado que “muita gente tem trabalhado nesse segmento sem comprar o carro, alugam o carro por períodos longos inclusive. Tem se formado um modelo de negócios que parece

resultar nesse dado que a gente tem observado”. A estimativa da Fenabrave para este ano inclui crescimento de 9% nas vendas de carros e comerciais leves novos, a 2,898 milhões de unidades; expansão de 24% nas vendas de caminhões, a 126,15 mil unidades e alta de 16% nos emplacamentos de ônibus, para 31,54 mil unidades. “Esse cenário impulsionou a oferta de crédito, o que deve continuar em 2020, por isso, confiamos em um novo ciclo de crescimento, ainda que moderado”, acrescentou Assumpção Júnior. O movimento de vendas de dezembro, que costuma ser um dos mais fortes para o setor no ano, também marcou o melhor desempenho para o mês desde 2014, com licenciamentos de 262,7 mil veículos, expansão de 8,4% sobre novembro e alta de 12% na comparação com um ano antes.

Segundo os dados da Fenabrave, entre as principais montadoras do País, a Fiat Chrysler, que está negociando fusão com a Peugeot, apresentou maior alta de vendas de carros e comerciais leves em 2019, de 14,5%, a 495,6 mil unidades, liderando o ranking anual. A montadora ítalo-americana foi seguida pela General Motors, que emplacou 475,7 mil veículos no ano passado, um crescimento de 9,5% sobre 2018. O grupo Volkswagen, incluindo a Audi, terminou 2020 na terceira posição do ranking, com vendas de 423,2 mil carros e comerciais leves, crescimento de 12,3%, e foi seguido pela aliança Renault-Nissan, com vendas de 335,3 mil veículos, alta de 7,3%. A Ford teve queda de 3,5% na vendas de carros e comerciais leves no ano passado, licenciando 218,5 mil unidades, segundo os dados da Fenabrave. (Reuters)

Brasília - A balança comercial brasileira fechou 2019 com superávit de US$ 46,674 bilhões, recuo de 20,5% pela média diária sobre 2018, num ano marcado por arrefecimento no comércio global pelas tensões entre Estados Unidos e China, crise na Argentina e menor crescimento doméstico que o inicialmente projetado. O saldo foi o menor desde 2015, quando houve superávit de US$ 19,5 bilhões, e a expectativa do governo é de nova redução este ano. O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, disse que a estimativa para 2020 só deve ser divulgada em abril. Mas ele ressaltou que, diante da continuidade de incertezas no front externo e da perspectiva de melhoria na economia brasileira, o saldo das trocas comerciais deverá piorar neste ano. “Crescimento doméstico tenderá a impulsionar importações em proporção maior que exportações, o que tenderá a pressionar o saldo da balança comercial (em 2020)”, disse ele, em coletiva de imprensa. Economistas preveem que o superávit da balança comercial cairá a US$ 39,40 bilhões em 2020, conforme boletim Focus mais recente. Já o Banco Central calculou um saldo positivo ainda menor, de US$ 32 bilhões. No fim de 2019, o governo corrigiu para cima o registro das exportações de setembro a novembro, atribuindo a uma falha humana uma subnotificação de US$ 6,488 bilhões que ajudou a piorar o resultado da balança comercial brasileira divulgado originalmente. Mesmo assim, as exportações no ano tiveram uma queda de 7,5% pela média diária sobre 2018, a US$ 224,018 bilhões. Já as importações caíram 3,3% na mesma base de comparação, a US$ 177,344 bilhões. O governo do presidente Jair Bolsonaro começou 2019 prevendo que as importações subiriam no ano, na esteira de uma retomada econômica com mais vigor, ao passo que as exportações também avançariam, mas em menor ritmo. Ao longo do ano, contudo, houve frustração no comportamento exibido pela atividade econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 0,9% nas contas oficiais do governo, o que representará uma expansão na casa de 1% pelo terceiro ano consecutivo. O mercado vê alta de 1,17% do PIB em 2019, segundo a pesquisa Focus. Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras foram afetadas por um cenário global marcado por tensões comerciais protagonizadas por EUA e China e pela crise vivida pela Argentina. Além disso, houve queda significativa na compra de soja pelos chi-

neses, movimento que teve como pano de fundo a peste suína africana que varreu os rebanhos de porcos na China, diminuindo a demanda pelos grãos, que são chave na alimentação animal. Segundo o Ministério da Economia, o aprofundamento da crise na Argentina impactou as exportações de manufaturados brasileiros em US$ 5,2 bilhões em 2019. Já a crise da febre suína na China reduziu as vendas de soja em US$ 6,7 bilhões no ano. Em apresentação, a pasta reconheceu que a Argentina “continuará sendo fator negativo”. E acrescentou que um acordo comercial entre EUA e China poderá atingir as importações agrícolas do Brasil no curto prazo, afetando os embarques de soja num momento em que os rebanhos de suínos no gigante asiático ainda não voltaram à normalidade. “Rebanho suíno chinês em 2019 cerca de metade foi comprometido e isso não se recupera da noite para o dia, provavelmente esse fator vai continuar a agir em 2020”, disse o subsecretário de Inteligência e Estatísticas do Comércio Exterior, Herlon Brandão. Ferraz, por sua vez, frisou que o Brasil, como o resto do mundo, está sendo influenciado negativamente por má conjuntura global. “Menor dinamismo do comércio internacional veio para ficar, é novo normal”, afirmou ele. “Para além das questões geopolíticas, temos um padrão de crescimento da China que não será o mesmo que antes.” Na ponta das importações em 2019, só houve aumento - e de pequena magnitude-- nas compras de bens intermediários, com alta de 0,4% sobre 2018. Em contrapartida, caíram as importações de bens de capital (-12,8%), bens de consumo (-4,5%) e combustíveis e lubrificantes (-7,3%). Já no detalhamento das exportações, houve diminuição generalizada, puxada pela categoria de manufaturados, com queda de 11,1% em 2019. A retração ocorreu principalmente em plataforma para extração de petróleo, veículos de carga e automóveis de passageiros, informou o ministério. Enquanto isso, as vendas de semimanufaturados recuaram 8% no ano e a de básicos, 2%. No último grupo, o destaque foi para a exportação de soja em grãos, que sofreu retração de 21,3% em 2019. Durante a coletiva, Ferraz defendeu que a “métrica” da política comercial brasileira é a corrente de comércio, não o saldo da balança comercial. Hoje, a corrente de comércio responde por 24% do PIB, patamar considerado baixo. O governo, entretanto, não tem meta definida para elevação desse percentual. (Reuters)


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BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

AGRONEGÓCIO

agronegocio@diariodocomercio.com.br DIVULGAÇÃO

SAFRA 2019/20

Demanda de crédito rural aumenta 15% em Minas Gerais

Foram liberados R$ 12,88 bilhões em cinco meses MICHELLE VALVERDE

Os produtores de Minas Gerais estão demandando mais crédito na safra 2019/20. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), somente nos cinco primeiros meses da safra, julho a novembro, a demanda pelos recursos do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) cresceu 15%, com a liberação de R$ 12,88 bilhões para a agricultura e pecuária de Minas Gerais. No mesmo período do ano passado, a demanda dos produtores era de R$ 11,24 bilhões. Com o valor liberado, Minas Gerais representa cerca de 14% do volume de recursos desembolsados para todo o País. No Estado, até o fechamento do quinto mês da safra, já haviam sido aprovados 106.953 contratos, expansão de 1% sobre o volume registrado de julho a novembro de 2018. Do total de recursos já liberados para o Estado, a maior parte (69%) foi destinada para a agricultura. Ao todo foram desembolsados para o setor

R$ 8,89 bilhões, aumento de 12% frente aos R$ 7,97 bilhões registrados em igual período da safra anterior. Foram aprovados 46.516 contratos para acesso ao credito na agricultura, volume 1% maior. Para a pecuária já foram desembolsados R$ 3,99 bilhões, o que representa um avanço de 22% frente ao volume de crédito liberado no mesmo período da safra 2018/19. Houve um crescimento de 2% no numero de contratos, que somou 60.437. Dentre as linhas que compõem o PAP, a que apresentou a maior demanda foi a de custeio. De julho a novembro de 2019, foram liberados R$ 7,25 bilhões para o custeio da safra mineira, alta de 14% quando comparado com os R$ 6,36 bilhões registrados em igual período de 2018. Em relação aos contratos aprovados (45.522), houve um avanço de 1%. A maior parte dos recursos foi destinada ao custeio da agricultura. Ao todo, já foram liberados R$ 5,31 bilhões, recursos 17% maiores que os registrados anteriormente. A

aprovação de contratos somou 28.481, variação positiva de 5%. Em novembro, de acordo com dados da Seapa, os produtos que demandaram maior volume de recursos da linha de custeio, em Minas Gerais, foram: o café (R$ 534,07 milhões), milho (R$ 75,94 milhões), soja (R$ 74,53 milhões), cana-de-açúcar (R$ 39,24 milhões) e feijão (R$ 21,47 milhões). Para o custeio da pecuária os desembolsos totalizaram R$ 1,94 bilhão, alta de 7% frente aos R$ 1,82 bilhão liberados entre julho e novembro de 2018. Foram aprovados no período 17.041 contratos, queda de 4%. A maior parte dos recursos de custeio da pecuária, liberados em novembro, foi para a bovinocultura (R$ 353,86 milhões). Para suínos foram desembolsados R$ 25,91 milhões, seguido por aves, R$ 3,37 milhões e piscicultura, R$ 2,25 milhões.

Em MG, os produtores de milho demandaram R$ 75,94 milhões para custeio em novembro

cresceram 28% no Estado, somando R$ 2,88 bilhões. Os contratos aprovados, 59.829, cresceram 3%. Na pecuária a busca por recursos para investimento cresceram 46%, com a liberação de R$ 1,45 bilhão. Para a agricultura, foram liberados R$ 1,43 bilhão, variação positiva de 13%. Para a linha de investimento, a aprovação de contratos cresceu 4% e somou 42.980. Já na agricultura, o numero

permaneceu estável, com a liberação de 16.849 contratos de investimento. Os valores de crédito liberados para a linha de comercialização ficaram menores, quando comparado com igual período do ano passado. De acordo com o levantamento, foram desembolsados R$ 2,31 bilhões para a modalidade em Minas Gerais, redução de 8% sobre os R$ 2,52 bilhões registrados em igual período de 2018. A aprovação de contratos

da linha de comercialização caiu 32%, somando 1.532 liberações, ante 12.257 na mesma base de comparação. Para a linha de comercialização da agricultura foi liberado o montante de R$ 1,80 bilhão, queda de 15%, com a aprovação de 1.150 contratos, volume 40% menor. Já na pecuária, o crédito de comercialização cresceu 24%, com liberação de R$ 510 milhões. A aprovação de contratos chegou a 382, número 17% maior.

TECNOLOGIA

Produtores do Sul do Estado utilizam plataforma digital para exportar café

Investimentos - Assim como na linha de custeio, a demanda por recursos para investimentos também está maior. Entre julho e novembro, os desemNa onda da Agricultura 4.0 bolsos para a modalidade - crescimento das tecnologias nos processos de produção da chamada 4ª Revolução Industrial ou Indústria 4.0 -, uma experiência vivida por cafeicultores familiares de São Gonçalo de Sapucaí, no Sul de Minas, chama a atenção. Produtores de cafés especiais, Adenilson Noimar Borgei, Alessandro Alvez Hervaz e Augusto Ferreira Borges, e participantes da Associação de Produtores do Alto da Serra (Apas), alcançaram resultados excelentes na comercialização após contato com uma nova ferramenta, totalmente digital. Por meio de plataforma para venda on-line de café, apresentada pela startup suíça Algrano, os jovens atendidos pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) viram as vendas dispararem no mercado internacional. “A plataforma foi apresentada aos cafeicultores em 2014, em evento realizado em Varginha. Havia uma plateia de 60 pessoas, mas à medida que os apresentadores falavam, as pessoas iam saindo”, relembra o coordenador técnico estadual de Culturas da Emater-MG, Sérgio Brás Regina. Ao final da reunião, somente ele e os jovens da Apas estavam presentes. “Os olhos desses cafeicultores brilhavam com a ideia. No dia seguinte, os rapazes da Suíça estavam no escritório da Emater e topamos entrar na plataforma como piloto”, completa. Já naquele ano, o grupo postou “três ou quatro” lotes de café na plataforma, dando início a uma nova maneira de comercializar o produto fora do país, diretamente com os torrefadores. E o melhor, a saca superou três vezes o preço de mercado. “Normalmente, quem põe preço no café é o mercado, a Bolsa de Nova York. No caso da plataforma, não. O produtor estipula o preço que ele quer no seu café”, explica Sérgio.

Sérgio Brás acrescenta que o aplicativo abriga torrefadores de todo o porte e enfatiza a importância do contato direto entre produtor e torrefador. Para o coordenador, essa é uma iniciativa tipicamente 4.0. “A nova realidade prega atitudes como ser direto e evitar atravessadores. Com a iniciativa, os jovens produtores pularam três ou quatro atravessadores, ficando em contato direto com o torrefador”, argumenta. Mercado europeu - Atualmente, a Apas conta com 60 filiados e os cafés Fair Trade (certificação de grupo ou comércio justo) produzidos são vendidos pela plataforma. O maior mercado comprador é a Europa. Um dos protagonistas do piloto de São Gonçalo de Sapucaí, o cafeicultor Alessandro Alves Hervaz fala com orgulho da experiência: “Desde 2015, a gente tem feito vendas para clientes que conquistei com a plataforma e os considero nosso braço direito na Europa”. Segundo Hervaz, o vínculo comercial entre produtores e compradores só tem sido fortalecido ao longo desses anos. “Vários compradores nos visitaram e eu também tive a oportunidade de conhecer e visitar a sede deles na Suíça. Nosso objetivo é manter a parceria e aumentar o volume comercializado a cada ano”, afirma. O também cafeicultor Adenilson Noimar Borgei reforça as palavras do parceiro de atividade. “A Algrano facilitou muito esse contato do produtor com o torrefador. Por meio de um link da plataforma podemos conversar em tempo real com o torrefador. Conhecer a demanda dele e vice-versa. O passo é importante porque, quando vendemos por meio do exportador, que faz a intermediação, a maior fatia fica com ele. Já quando vendemos diretamente o ganho do produtor é melhor”, explica. Augusto Ferreira Borges elogia a oportunidade de vender café sem limite de oferta.

“Não importa o número de sacas. A oportunidade pode ser para o pequeno, o médio e ou o grande produtor. E a gente tem uma conexão direta. É a realização de um sonho”, relata. O produtor também agradece o apoio da Emater no processo. “Desde o início a Emater nos motivou, foi a gasolina do negócio”, comparou. O coordenador técnico da Emater reforça que, com a experiência, todos os elos da cadeia são beneficiados: o produtor, o torrefador e o consumidor final. “Os consumidores têm acesso aos bons cafés certificados da agricultura familiar. O produtor pula os atravessadores e, portanto, aumenta a margem de lucro. E o torrefador paga mais barato por esse café.” Sérgio Brás ressalta que produtores de outras áreas também podem se beneficiar com sistemas de venda semelhantes. “Ela pode ser multiplicada para outros produtos. Não só café. Podemos ter plataformas virtuais para vendas no Programa Nacional de Alimentação Escolar, no Programa de Aquisição de Alimentos, produtos do agro extrativismo, da agroindústria”, argumenta. O coordenador registra que a renda e a qualidade de vida dos produtores melhoraram muito após a comercialização na plataforma. “Eles começaram a investir mais na qualidade do café. Construir terreiros, comprar secadores, fazer estufas de secagem e terreiros suspensos são exemplos. São considerados cafés de qualidade superior ou especiais aqueles aprovados em laudo classificatório, feito por um profissional conhecido como Q-grader e que atinja uma pontuação acima de 80 pontos na escala internacional a partir de critérios como aroma, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, sabor, acidez, corpo, finalização e harmonia. (As informações são da Agência Minas)


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BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

NEGÓCIOS gestaoenegocios@diariodocomercio.com.br

FRANQUIAS

Setor investe em serviços para a 3ª idade Envelhecimento da população brasileira impulsiona os negócios voltados para este segmento DIVULGAÇÃO

DANIELA MACIEL

O envelhecimento da população brasileira tem gerado um grande impacto sobre as políticas públicas e para as empresas privadas uma série de novos negócios. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 29,6 milhões de pessoas acima de 60 anos (marca inicialmente prevista para se alcançar somente em 2025), o que corresponde a mais 14,3% da nossa população, número que aumentou 18,8% nos últimos quatro anos. Até 2050, a terceira idade representará 30% dos brasileiros e, em 2060, o percentual será maior do que de jovens. Sempre atento às tendências de mercado, o setor de franchising também já voltou os olhos para esse público que, além de cada vez mais numeroso, exige produtos e serviços específicos e sabe valorizar o seu dinheiro, buscando qualidade e preço justo, isso sem falar em comodidade e responsabilidade ambiental e social das marcas. Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz constatou que 16% dos idosos dão preferência a marcas premium; 40% fazem exercícios semanalmente; 20% associam as compras a uma atividade de lazer; são responsáveis por 10% do varejo físico e 50% do varejo virtual. No entanto, 45% sentem dificuldades para encontrar produtos adequados para sua idade. Para o sócio da Kick Off Consultores e ex-diretor de

Izabelly Miranda (dir) pretende dobrar o número de unidades da Cuidare neste ano

inteligência da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Claudio Tieghi, as franquias não estão se voltando para os idosos apenas como consumidores, mas também como parceiros comerciais. Se até o final da década de 1990 era comum as franqueadoras só aceitarem novos franqueados com até 55 anos agora esse tipo de critério de corte não existe mais. “É claro que se observará sempre o perfil do candidato e a sua disposição para o trabalho inerente ao negócio, mas tudo isso mudou muito, dado que a realidade da aposentadoria dos executivos de grandes empresas tem sido postergada e o interesse por empreendedorismo vem chegando mais

tarde também. Com a adoção de um estilo de vida mais saudável e o auxílio da tecnologia em serviços de saúde, chegam para o franchising candidatos não só mais experientes, mas com vitalidade, interesse em crescer pessoal e profissionalmente, buscando um propósito nas marcas que seja compatível com o seu e, além de tudo, mais capitalizados e conscientes do que é empreender no Brasil”, explica Tieghi. Mercado mineiro - Ainda segundo o IBGE, em Minas Gerais o fenômeno terá velocidade ainda maior. Em 15 anos a quantidade de mineiros maiores de 65 anos vai ultrapassar o contingente de menores de 15 anos. O estudo aponta que a

população brasileira começará a recuar em 30 anos. No Estado bastarão pouco mais de duas décadas para que esse processo se concretize. Por isso as franquias que se dedicam a essa faixa etária se voltam cada vez mais para Minas Gerais. Criada em 2014 no Rio Grande do Norte, a rede de cuidadores Cuidare tem, das suas 71 unidades, seis em Minas Gerais: Uberlândia (Triângulo), Juiz de Fora (Zona da Mata), Ipatinga (Vale do Aço), Nova Lima e Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte), além da Capital. De acordo com a fundadora da Cuidare, Izabelly Miranda, a expectativa para 2020 é fechar o ano com o dobro de unidades em território mineiro. O investimento total

médio para abertura de uma unidade fica entre R$ 25 mil e R$ 38 mil. Cidades acima de 70 mil habitantes estão no foco da expansão da rede. “Escolhi atender esse público por ver, como enfermeira, as dificuldades enfrentadas pelas famílias. Meu objetivo é oferecer tratamento humanizado e fazer diferença na vida das pessoas. Para manter o padrão de atendimento, depois de uma seleção rigorosa de candidatos a franqueado, fazemos um treinamento forte e mantemos um suporte técnico à disposição. Além disso, fazemos um acompanhamento permanente e próximo com técnica como consumidor oculto, por exemplo”, explica Izabelly Miranda. Já a rede de escolas Ginástica do Cérebro tem quatro unidades no Estado: Belo Horizonte, Itajubá (Sul de Minas), Juiz de Fora (Zona da Mata) e São João del-Rei (Campo das Vertentes). No Brasil são 23 unidades no total, espalhadas por 10 estados. A Ginástica do Cérebro tem

o objetivo de potencializar as capacidades cognitivas e emocionais das pessoas por meio da neuroaprendizagem. Segundo a fundadora da rede Ginástica do Cérebro, Nádia Benitez, a meta é inaugurar, pelo menos, mais dez unidades no Estado ao longo de 2020. A próxima inauguração já está prevista para janeiro em Elói Mendes, cidade no Sul de Minas, com 28 mil habitantes, segundo projeção do IBGE, para 2019. Para atender as cidades com até 25 mil habitantes foi criado um modelo de negócio específico com investimento total médio de R$ 28 mil. “A ideia de atender os idosos veio junto com o desenvolvimento da metodologia, exatamente por não existir nada específico para esse público. Hoje uma pessoa com 60 nem é mais considerada idosa. A partir dessa idade ela quer um outro jeito de viver e para isso tem que ter cuidados com o cérebro. Temos materiais específicos para eles”, pontua Nádia Benitez. DIVULGAÇÃO

Ginástica do Cérebro planeja dez unidades em Minas em 2020

ARTESANATO

Catálogo vai divulgar trabalho de artesãs mineiras Valorizar e divulgar o trabalho de artesãs dos municípios de Alvorada de Minas e Conceição de Mato Dentro, na região Central de Minas Gerais, é o que se pretende com o catálogo “Bordados feitos à mão, Meninas de Córregos, Mulheres de Ita”. O material traz diversas peças com bordados em tecido, confeccionadas pelas artesãs. A iniciativa é fruto de parceria entre a Emater-MG e as empresas Anglo American e Komat’su. O catálogo reúne 37 produtos. São almofadas, bolsas, carteiras, lixeiras, maletas, mochilas, entre outros. Todas as peças são de pano, confeccionadas com técnicas de bordado, costura e crochê em fios de algodão. A coleção tem como temas frutas, plantas, flores, aves, igrejas e casas. Os bordados foram desenvolvidos pela designer Júlia Mendes. O trabalho é produzido por dois grupos de artesãs. Um deles é o Grupo Mulheres de

Ita, formado por 15 mulheres do distrito Itapanhoacanga, em Alvorada de Minas. O outro é Meninas de Córregos, com 14 integrantes, do distrito Córregos, em Conceição do Mato Dentro. Vilmacir Severino, 63 anos, é uma das integrantes da iniciativa. Ela conta que não sabia bordar, mas aprendeu rápido. A atividade, agora, é mais uma fonte de renda para a artesã. “Era um sonho da minha vida, nunca tive essa oportunidade. A Emater me convidou, falou que ia ter uma oficina de bordado. Aí fui e, graças a Deus, aprendi a bordar e fazer as bolsas, o que fez muito bem para mim”, conta. Parceria - O catálogo faz parte do Projeto de Reestruturação Produtiva da mineradora Anglo American, que beneficia as comunidades próximas às atividades de mineração da empresa. O projeto tem objetivo de promover o desen-

volvimento socioeconômico e cultural das localidades. “Fizemos um diagnóstico na região e encontramos, entre outros pontos, dois muito peculiares: resgatar a autoestima da mulher rural e trazer uma forma de geração de renda. Aí nasceu a ideia de explorar o artesanato local, resgatando tradições, criando um espaço de integração entre essas mulheres”, diz o coordenador de assentamento da Anglo American, Adriano Ramos. Para a elaboração do catálogo, a Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), prestou orientação técnica às famílias, com o acompanhamento no desenvolvimento dos produtos e das oficinas de bordados em tecidos, design e costura. A empresa também orientou a gestão coletiva, levantamento de custos de produção e a promoção e comercialização dos produtos.

“A proposta é retratar através do artesanato o ambiente e a cultura das comunidades, valorizando o trabalho das artesãs. O catálogo busca estimular a expansão, a divulgação e a comercialização dos produtos”, explica a coordena-

dora estadual de Artesanato e Turismo da Emater-MG, Cléa Guimarães. “É um momento de resgate, de buscar os nossos saberes e os nossos fazeres. Esse projeto é o que valoriza as nossas comunidades”, afirma Silvana

Lages, secretária municipal de Cultura de Conceição do Mato Dentro. A Komat’su, empresa fabricante de máquinas e implementos para a construção, patrocinou a confecção dos 600 exemplares do catálogo. (Agência Minas) GISELE OLIVEIRA /EMATER-MG

Publicação reúne 37 produtos de grupos de artesãs de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas


BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

NEGÓCIOS

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TELECOMUNICAÇÕES

Vendas de celulares têm queda de 1% no 3º trimestre Primeira retração desde 2017

Após crescimento no segundo trimestre de 2019, que não ocorria desde o terceiro trimestre de 2017, o mercado brasileiro de celulares voltou a cair. Nos meses de julho, agosto e setembro de 2019, as vendas registraram queda de 1%, segundo o estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q3 2019, da IDC Brasil, que atua no ramo de inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. No período, foram vendidas 11,3 milhões unidades. Do total, 10,5 milhões foram smartphones (queda de 3,3%) e 865 mil foram feature phones (alta de 40,3%). O principal motivo para a queda do setor no período foi a retração do consumo no País por conta do cenário macroeconômico desfavorável. Segundo o analista de Mobile Phones & Devices da IDC Brasil, Renato Meireles, a desaceleração no consumo no terceiro trimestre de 2019 levou os fabricantes a baixarem os preços dos aparelhos, mas não foi o suficiente para o mercado reagir. “O varejo estava abastecido desde o segundo trimestre de 2019 e as empresas precisaram incentivar a compra. Isso influenciou o ticket médio dos produtos”, diz. O preço dos smartphones baixou 5,7% em relação ao terceiro trimestre de 2018, custando em média R$ 1.165, e os feature phones tiveram queda de 21,9%, custando R$ 113. Com as promoções, o consumidor acabou comprando smartphones intermediários premium por preço de intermediário de entrada - com preço de R$ 700 a R$ 1099 -, que tiveram aumento de 88% nas vendas “O consumidor já está no seu quarto ou quinto smartphone e quer modelos com inteligência artificial, câmeras mais poderosas, mais memória interna etc. e, no período, encontrou celulares avançados por preços mais baixos”, afirma. Já o mercado de feature phones continuou crescendo no terceiro trimestre de 2019, registrando alta de 40,3% na comparação com o mesmo período de 2018, depois de um aumento de 34% no segundo trimestre de 2019. O principal motivo, segundo o analista da IDC Brasil, foi a demanda que ainda existe para este tipo de aparelho e não a chegada do KaiOs. Por enquanto, o sistema operacional influenciou apenas a receita, já que o KaiOs deixa os feature phones um pouco mais caros. “Os fabricantes terão o desafio de fazer o consumidor compreender quando ele precisa de um smart feature phone e quando precisa de um smartphone básico, porque o ticket médio desses aparelhos são parecidos”, afirma Meireles. Quanto à receita do mercado de smartphones no terceiro trimestre de 2019, diminuiu 9% na comparação com o mesmo período de 2018. O faturamento do setor no período foi de R$ 12,3

bilhões. Já para os feature phones, a receita fechou em R$ 97,7 mil, alta de 9,6%. Mercado cinza - O terceiro trimestre de 2019 também foi marcado pelo avanço do mercado cinza de smartphones, que cresceu 537,3% em relação ao mesmo período de 2018, vendendo 1.282.173 unidades (quantidade que não faz parte do número total de 10.518.908 do mercado de smartphones). Segundo a IDC Brasil, o movimento do mercado cinza vem crescendo desde o primeiro trimestre de 2019, quando a chegada de empresas chinesas no País despertou o interesse do consumidor, que quis comprar os lançamentos, mas pesquisou preços e recorreu aos comér-

Dados do IDC apontam que foram vendidos 11,3 milhões de aparelhos no Brasil no terceiro trimestre do ano passado

cios que praticam a venda destes produtos ilegais, pois os produtos são ainda mais baratos. “Importante destacar que não são apenas fabricantes chineses que vendem produtos contrabandeados no Brasil e que nem sempre estes aparelhos são falsos. Eles podem ser originais, mas chegam ao Brasil ilegalmente e por isso

entram no mercado cinza”, afirma o analista da IDC Brasil, Renato Meireles. 4º trimestre - Para os meses de outubro, novembro e dezembro de 2019, a IDC Brasil prevê um aumento de 5,1% no volume total de vendas de smartphones no País. “A expectativa é fechar os últimos três meses

do ano com aumento por conta de eventos como a Black Friday e um cenário macroeconômico melhor, com índice de inflação mais baixo e confiança do consumidor mais alta”, explica o analista. Os preços tendem a seguir mais baixos com as promoções da época e influenciar a receita do mercado, que

deve continuar em queda. Para o ano de 2019 como um todo, a previsão da IDC Brasil é que o mercado de smartphones retraia 0,5%. Em relação a categoria de feature phones a previsão da IDC é que o mercado cresça 20,4% nos meses de outubro, novembro e dezembro, e 23.0% no ano todo de 2019. (Da Redação)

AVIAÇÃO

Abear: aumento desproporcional de processos

A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), em comunicado enviado ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, faz críticas ao aumento “desproporcional” de processos judiciais movidos por passageiros. A entidade aponta que um grupo de empresas estaria se aproveitando de lacunas da legislação brasileira para mover ações na Justiça, inflacionando custos. O nota é uma reação da entidade a um levantamento divulgado recentemente pela empresa AirHelp, especialistas em direitos de passageiros aéreos. No estudo, a empresa aponta que 4 milhões de pessoas foram afetadas por atrasos e cancelamentos na última temporada de férias. “A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) faz um alerta para o crescimento desproporcional do número de processos judiciais movidos por passageiros, apesar do bom desempenho dos serviços prestados pela aviação comercial e do seu consistente aprimoramento”, afirma. Segundo a entidade, a “AirHelp faz parte de um

ROVENA ROSA / AGÊNCIA BRASIL

Segundo a Abear, 24,1% dos atrasos em 2018 foram de responsabilidade das companhias

grupo de cerca de 30 empresas que, aproveitando-se de lacunas da legislação brasileira, inflacionam custos e o número de processos ao fazer crescer, injustificadamente, o número de causas judiciais junto à aviação brasileira, onerando também o Estado, o Poder Judiciário e a sociedade”. De acordo com a Abear,

isso porque a atuação dessas organizações afasta os consumidores dos canais diretos de atendimentos aos clientes das companhias aéreas e de plataformas de mediação como o Consumidor.gov, meios mais seguros e rápidos de resolução de problemas. “Assim, apropriam-se de um volume enorme de re-

cursos: só o setor aéreo deve desembolsar cerca de R$ 500 milhões em processos judiciais, em 2020”, informa. A Abear informa que já se reuniu com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional) em duas oportunidades no ano passado e a conduta dessas organizações será investigada. Segundo a associação,

em 2018, foram 64 mil casos. Apenas entre janeiro e julho deste ano, já são 109 mil, segundo o Instituto Brasileiro de Direito Aeronáutico (Ibaer). Para algumas companhias aéreas com atuação internacional, esse tipo de prática no Brasil chega a representar até 90% de suas causas judiciais em todo o mundo. “Importante ressaltar que cerca de 85% dos voos das empresas aéreas associadas à Abear partiram e chegaram nos horários previstos em 2018, segundo o rigoroso critério de 15 minutos de tolerância do Departamento de Transporte dos EUA (mercado de referência). Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”. Esse desempenho é superior ao das empresas aéreas americanas, que registraram pontualidade de 82% no mesmo período, de acordo com o Bureau of Transportation Statistics. “Do total de atrasos em 2018, apenas 24,1% foram de responsabilidade das companhias. Os 75,9% restantes foram de outras causas”, conclui. (Da Redação)

ONU

Pacto Global tem novo presidente no Brasil

O diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CPFL Energia, Rodolfo Sirol, é o novo presidente do Conselho de Administração da Rede Brasil do Pacto Global. A decisão unânime foi tomada no último mês, em reunião do Conselho, a mais alta instância deliberativa da instituição no país. Anteriormente, Sirol ocupava a vice-presidência da Rede. Formado em Oceanografia pela Universidade Federal do Rio Grande, com mestrado e doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa e dois MBAs, ambos pela Funda-

ção Getulio Vargas (Gestão Empresarial e Gestão de Pessoas), Sirol trabalha no setor de energia desde 2001. Após atuar como gerente ambiental na Duke Energy, ele se juntou à CPFL Energia em 2008, onde foi gerente e diretor de Meio Ambiente antes de assumir a diretoria que incorporou a área de sustentabilidade da holding. O novo presidente do Conselho da Rede Brasil do Pacto Global também possui formações complementares em Inovação pela HSM (pós-MBA) e, em 2017, finalizou o programa Prince of Wales’s Business & Sustainability, da Universidade de Cambridge.

Desde 2013, ele é membro do Conselho de Administração da Enercan, Ceran e Foz do Chapecó. Atualmente, também é presidente da Fundação Coge. Rodolfo Sirol sucede Sonia Favaretto, da B3, que ocupava a presidência da Rede desde junho de 2019. Neste período, Sonia conduziu a construção do novo planejamento estratégico da Rede Brasil do Pacto Global, feito em parceria com a consultoria Falconi, que ajudará a guiar o setor empresarial brasileiro a atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em 2016, Sonia foi eleita

pelo Pacto Global como SDG Pioneer, reconhecimento atribuído a executivos pioneiros no campo da sustentabilidade nos negócios e que atuam para levar adiante os ODS. Além do novo presidente, a diretora de sustentabilidade da Natura, Denise Hills, foi eleita vice-presidente do Conselho que, em 2020, passa a ser chamado de Conselho de Administração da Rede Brasil do Pacto Global. O novo Conselho também é formado pelo coordenador-residente do sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic, a head de sustentabilidade

da Enel, Marcia Massotti, e dois novos nomes: Marina Spínola, diretora de internacionalização e relações corporativas da Fundação Dom Cabral, e Ana Buchaim, diretora de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3. Outra novidade para 2020 é a ampliação do Conselho, que passará a ter nove participantes, além do assento fixo do coordenador-residente. Haverá uma eleição no primeiro trimestre para decidir quem ocupará as quatro novas cadeiras. O novo Conselho deverá validar a eleição do presidente e vice-presidente. (Da Redação)


BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

FINANÇAS BOLSA DE VALORES

B3 adota medidas para atrair investidor

Tarifas em operações no mercado de ações e balcão foram reduzidas pela operadora REUTERS/PAULO WHITAKER

Dentre as principais mudanças estão a isenção do custo fixo de manutenção da conta e a isenção da tarifa de custódia para os investidores com menos de R$ 20 mil

São Paulo - A B3 anunciou ontem a redução da tarifas cobradas para investimentos no mercado de ações e de balcão, em uma iniciativa que tem por objetivo atrair mais investidores para o mercado financeiro. Dentre as principais mudanças estão a isenção do custo fixo de manutenção da conta (que atualmente está em R$ 110 ao ano para investidores locais) e a isenção da tarifa de custódia para os investidores com menos de R$ 20 mil, situação que beneficiaria 65% dos investidores com conta. Segundo a B3, se as novas tarifas estivessem valendo, ela teria tido receita R$ 250 milhões menor no ano passado. Essas taxas, na prática, já não são cobradas de investidores, mas pagas pelas corretoras à B3. Segundo o presidente da Bolsa, Gilson Finkelsztain, a medida deve ajudar corretoras a atrair mais investidores. “Isso elimina as restrições orçamentárias de corretoras e pode ser um estímulo significativo para a atração de clientes. Além disso, as mudanças também impactam investidores institucionais e pessoas jurídicas”, disse em teleconferência para detalhar

a redução de taxas. No último ano, o número de investidores na B3 mais que dobrou. Em dezembro de 2018, a Bolsa tinha 813 mil investidores e fechou 2019 com 1,7 milhão. Além disso, outras medidas como a diminuição automática de tarifas conforme o aumento do volume investido, a equalização de taxas entre os diferentes investidores, o estímulo a operações de empréstimos de ativos e uma tabela específica para grandes day traders (que fazem a negociação ativos ao longo do dia), também estão entre as alterações. Em dezembro, Finkelsztain já havia sinalizado que a companhia estudava formas de desonerar as taxas impostas às corretoras para atrair pessoas físicas ao mercado de capitais. Além do cenário macroeconômico mais positivo e propício para a Bolsa de Valores, o movimento também vem em um momento de esforços conjuntos entre a própria B3 e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fomentar uma maior competição no segmento. Segundo o presidente da B3, ainda que essas mudanças impliquem em uma redução

de receita no curto prazo para a companhia, o aumento da base de investidores mitigaria esses efeitos no médio e longo prazo. “Esse aumento virá de diversas frentes, mas, principalmente, de três: do maior volume de pessoas físicas que começarão a operar no mercado acionário, do maior volume que fundos locais continuarão a ter na captação para multimercados e de ações e também do maior volume que esperamos capturar de investidores estrangeiros”, disse. Para ele, o momento mais favorável ao mercado de capitais diante da agenda de reformas do governo e do cenário de inflação sob controle e juros na mínima histórica tem sido os catalisadores do setor. O Ibovespa, o principal índice de ações do Brasil, se valorizou 32% em 2019. “O nosso objetivo não é maximizar a receita de curto prazo da companhia, mas fortalecer o mercado de capitais no médio e longo prazo, dando abertura para a possibilidade de mais investidores entrarem. Estamos fazendo isso agora porque a B3 é uma empresa cuja receita aumenta em função

do maior volume de negócios e não proporcionalmente os custos”, afirma. Ainda de acordo com o executivo, as alterações serão implementadas ao longo de 2020, mas a expectativa é de que até o final do primeiro semestre, ao menos todas as mudanças voltadas para pessoas físicas já estejam em vigor. “Ainda precisamos finalizar as adaptações no sistema da B3, mas a ideia é que esse cronograma seja antecipado assim que tivermos o ‘ok’ dos participantes do mercado”, completa Finkelsztain. Concorrência - Sobre a maior competição no mercado, Finkelsztain afirmou que já considera a B3 uma empresa “muito competitiva” e que tem trabalhado, junto ao regulador, para equalizar a regulação e permitir uma “real competição” entre a companhia e as Bolsas estrangeiras. “Temos tentado atacar o tema de exportação de mercado. Esse é o nosso maior empecilho e entendemos que, para isso, não pode ter uma arbitragem regulatória. É isso que precisamos preservar para sermos tão competitivos quanto lá fora”, disse.

As discussões em torno da concorrência com o exterior ganharam força quando a XP optou por abrir capital na Nasdaq, Bolsa de tecnologia dos Estados Unidos. No mesmo dia em que a XP começou a ser negociada na Nasdaq, a CVM colocou em consulta pública um edital que estuda ampliar o acesso de investidores estrangeiros a Bolsas estrangeiras. A ideia é possibilitar que qualquer investidor, e não apenas o qualificado (que detém mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras) possa comprar BDRs (recibos de ações estrangeiras negociadas no Brasil). A expectativa é de que a medida abra espaço também para a regulamentação de uma dupla listagem - a qual permitiria que companhias que optaram por abrir capital em outro país pudessem também fazer IPO no Brasil. “Já temos concorrência em mercados do mundo inteiro e fizemos um trabalho minucioso para que o modelo de tarifação esteja mais adequado ao que acreditamos ser a perspectiva de crescimento. O foco não é na concorrência, mas no cliente”, completou Finkelzstain. (Folhapress)

Ibovespa renova máxima na primeira sessão do ano São Paulo - O Ibovespa iniciou 2020 renovando máximas, com investidores otimistas diante da definição de uma data para assinatura da primeira fase do acordo comercial entre EUA e China, em sessão também marcada por salto dos papéis da B3. Após ter acumulado ganho de 31,5% em 2019, o Ibovespa encerrou ontem em alta de 2,53%, a 118.573,10 pontos, na máxima da sessão. O giro financeiro do dia somou R$ 21 bilhões. O movimento veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que a assinatura de um acordo comercial de primeira fase com a China ocorrerá dia 15 de janeiro na Casa Branca, animando investidores preocupados com uma desaceleração econômica global.

“O fato de (a assinatura do acordo) deixar de ser uma expectativa para uma realização concreta é motivo suficiente para animar os investidores”, afirmou Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Investimentos em comunicado. Também repercutiu a medida do banco central da China de cortar depósito compulsório em 50 pontos-base a partir de 6 de janeiro, o que liberará 800 bilhões de iuanes (US$ 114,9 bilhões) para dar suporte à economia. No plano doméstico, o destaque foi o número de emplacamentos de carros em 2019, 8,65% mais do que no ano anterior, no melhor desempenho desde 2014. A previsão para 2020 é de alta de 9,6% nas vendas de veículos novos, segundo a Fenabrave.

Também ontem foi divulgada a terceira prévia do Ibovespa, com as entradas de Carrefour Brasil, Hapvida, Cia Hering e SulAmerica, além de Totvs. A nova composição do índice começará a valer a partir da próxima segunda-feira. Destaques - B3 saltou 5,79%, após anunciar redução e simplificação de tarifas em meio a planos da Comissão de Valores Mobiliários para fomentar competição no setor. Bradesco PN avançou 3,7%, acompanhando o movimento positivo do setor bancário. Itaú Unibanco PN subiu 2,56% e Santander UNT ganhou 2,85%. Vale ON valorizou-se 1,93%, reaproximando-se do patamar anterior ao rompimento da barragem

de Brumadinho, há pouco menos de um ano. Petrobras ON e Petrobras PN subiram 2,5% e 1,7%, respectivamente. Das empresas que irão fazer parte do Ibovespa, Totvs ON subiu 7,13%. Carrefour Brasil ganhou 2,48%, Hapvida teve alta de 3,97%, enquanto Cia Hering e SulAmérica valorizaram-se 1,53% e 4,02%, respectivamente. Dólar - O dólar subiu na primeira sessão de 2020, fechando acima de R$ 4,02 e quebrando uma série de quedas que derrubou a cotação no fim do ano passado ao menor patamar desde o começo de novembro. O dólar interbancário fechou em alta de 0,32%, a R$ 4,0258 na venda. Na B3, o dólar futuro tinha

variação positiva de 0,04%, a R$ 4,0255. No exterior, o índice do dólar frente a seis rivais tinha alta de 0,43% O ajuste para cima ocorreu em sintonia com o movimento externo, onde a moeda também passava por correção após seguidas baixas. Um índice do dólar contra uma cesta de divisas havia caído recentemente ao menor patamar desde julho. O início desta sessão foi de dólar entre estabilidade e leve baixa, com a moeda recuando a R$ 4,0047 na venda na mínima do dia. Mas por volta de 10h as compras ganharam tração até que, em torno de 14h, o dólar alcançou a máxima do dia (R$ 4,0418 na venda). (Reuters)

9

FLUXO

Brasil deve registrar saída recorde de dólares São Paulo - O fluxo cambial ao Brasil ficou negativo em mais de US$ 16 bilhões apenas em dezembro até dia 27, o que coloca o País a caminho de uma saída recorde de moeda estrangeira no mês e virtualmente garante a 2019 o título de ano com maior debandada já registrada, com saída líquida de mais de US$ 43 bilhões. Nas quatro primeiras semanas de dezembro, o saldo foi negativo em US$ 16,097 bilhões, bem pior que o já considerável déficit de US$ 12,756 bilhões no mesmo período de 2018. O dado de dezembro de 2019 é resultado de uma saída líquida de US$ 18,817 bilhões na conta financeira - por onde passam investimentos em carteira e empréstimos, por exemplo. É o pior dado da série histórica disponibilizada pelo BC, com início em 1982. O número geral só não foi ainda mais fraco porque as operações comerciais (câmbio contratado para exportação menos o para importação) tiveram superávit de US$ 2,720 bilhões. O fluxo cambial de dezembro está a caminho de se tornar o mais negativo para um mês desde setembro de 1998, quando o mundo sentia os efeitos da crise russa. Naquele mês, deixaram o país, em termos líquidos, US$ 18,919 bilhões. Para meses de dezembro, o saldo caminha para o ser o pior desde o início da série histórica. Mesmo com o fluxo bastante negativo, o dólar acumulou no mês desvalorização de 5,37%, amparado por injeções de liquidez pelo Banco Central e um ambiente global mais propício a risco. Diante da saída de recursos, o BC liquidou a venda ao mercado de total de US$ 11,335 bilhões no segmento à vista, via operações de troca de swap cambial por dólar spot (US$ 9,585 bilhões) e leilões de linhas de moeda com compromisso de recompra (venda líquida de US$ 1,750 bilhão). Ainda assim, o volume injetado (US$ 11,335 bilhões) ficou aquém da saída líquida de câmbio contratado (US$ 16,097 bilhões em dezembro até dia 27). Pior ano - No acumulado de 2019 até dia 27 de dezembro, o fluxo cambial mostrou déficit de US$ 43,253 bilhões, de longe superando o pior resultado anual até então: saída de US$ 16,182 bilhões em 1999. A conta financeira teve saldo negativo de US$ 61,154 bilhões no ano até 27 de dezembro - o pior já registrado. Já a conta comercial registrou superávit de US$ 17,901 bilhões, o mais fraco desde 2014. O dado do fluxo comercial contratado se compara ao saldo comercial da balança comercial (com diferenças metodológicas entre ambos). Os números da balança comercial mostraram superávit de US$ 46,674 bilhões em 2019, queda de 20,5% pela média diária sobre 2018. (Reuters)





Indicadores Econômicos Inflação

Dólar 02/01/2020 COMERCIAL*

PTAX (BC)

TURISMO*

30/12/2019

27/12/2019

COMPRA

R$ 4,0249

R$ 4,0121

R$ 4,0491

VENDA

R$ 4,0258

R$ 4,0129

R$ 4,0498

COMPRA

R$ 4,0207

R$ 4,0301

R$ 4,0539

IGP-M (FGV)

TR/Poupança

Jan.

Fev.

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Set.

Out.

Nov.

0,01%

0,88%

1,26%

0,92%

0,45%

0,80%

0,40%

0,67%

-0,01%

0,68%

0,30%

0,54%

0,51%

0,29%

-0,02%

0,15%

0,14%

0,33%

0,00%

0,16%

0,68%

-

3,43%

3,53%

1,25%

1,07%

0,90%

0,40%

0,63%

0,01%

0,51%

0,50%

0,55%

0,85%

-

5,85%

5,38%

INPC-IBGE

0,36%

0,54%

0,77%

0,60%

0,15%

0,01%

0,10%

0,12%

-0,50%

0,04%

0,54%

-

3,22%

3,37%

IPCA-IBGE

0,32%

0,43%

0,75%

0,57%

0,13%

0,01%

0,19%

0,11%

-0,04%

0,10%

0,51%

-

3,12%

3,27%

ICV-DIEESE

0,43%

0,35%

0,54%

0,32%

0,20%

-0,21%

0,17%

0,07%

-0,11%

-0,04%

0,46%

-

2,19%

1,98%

1,87%

-0,24%

0,52%

-0,07%

0,27%

0,16%

0,68%

0,22%

0,01%

0,14%

0,48%

-

4,10%

4,45%

Nov. 998,00 0,17 23,54 3,5932 5,57

Dez. 998,00 1,47 23,54 3,5932 5,57

COMPRA

R$ 3,8600

R$ 3,8500

R$ 3,8800

IPCA-IPEAD

VENDA

R$ 4,1800

R$ 4,1700

R$ 4,2100

Salário/CUB/UPC/Ufemg/TJLP

Nova Iorque (onça-troy)

27/12/2019

US$ 1.528,67

US$ 1.514,19

US$ 1.511,08

R$ 197,67

R$ 196,11

R$ 196,98

BM&F-SP (g) Fonte: Gold Price

Taxas Selic Tributos Federais (%)

Meta da Taxa a.a. (%)

Fevereiro

0,49

6,50

Março

0,47

6,50

Abril

0,52

6,50

Maio

0,54

6,50

Junho

0,47

6,50

Julho

0,57

6,00

Agosto

0,50

6,00

Setembro

0,46

5,50

Outubro

0,48

5,50

Novembro

0,38

-

Dezembro

0,37

-

Reservas Internacionais 31/12........................................................................... US$ 356.884 milhões Fonte: BCB-DSTAT

Imposto de Renda Alíquota

Parcela a

(%)

deduzir (R$)

Isento

Isento

De 1.903,99 até 2.826,65

7,5

142,80

De 2.826,66 até 3.751,05

15

354,80

De 3.751,06 até 4.664,68

22,5

636,13

Acima de 4.664,68

27,5

869,36

Base de Cálculo (R$) Até 1.903,98

Deduções: a) R$ 189,59 por dependente (sem limite). b) Faixa adicional de R$ 1.903,98 para aposentados, pensionistas e transferidos para a reserva remunerada com mais de 65 anos. c) Contribuição previdenciária. d) Pensão alimentícia. Para calcular o valor a pagar, aplique a alíquota e, em seguida, a parcela a deduzir. Fonte: Secretaria da Receita Federal - A partir de Abril do ano calendário 2015

3,97%

0,58%

R$ 4,0545

30/12/2019

5,11%

0,07%

R$ 4,0307

02/01/2020

-

12 meses

IPC-Fipe

R$ 4,0213

Ouro

Dez. No ano

IGP-DI (FGV)

VENDA

Fonte: BC - *UOL

Obs:

Índices

Jan. Salário 998,00 CUB-MG* (%) 0,53 UPC (R$) 23,54 UFEMG (R$) 3,5932 TJLP (&a.a.) 7,03 *Fonte: Sinduscon-MG

Fev. 998,00 0,13 23,54 3,5932 7,03

Março 998,00 0,10 23,54 3,5932 7,03

Abril 998,00 0,20 23,54 3,5932 6,26

Maio 998,00 0,25 23,54 3,5932 6,26

Taxas de câmbio MOEDA/PAÍS CÓDIGO BOLIVIANO/BOLIVIA 30 COLON/COSTA RICA 35 COLON/EL SALVADOR 40 COROA DINAMARQUESA 45 COROA ISLND/ISLAN 55 COROA NORUEGUESA 60 COROA SUECA 70 COROA TCHECA 75 DINAR ARGELINO 90 DINAR/KWAIT 95 DINAR/BAHREIN 100 DINAR/IRAQUE 115 DINAR/JORDANIA 125 DINAR SERVIO 133 DIRHAM/EMIR.ARABE 145 DOLAR AUSTRALIANO 150 DOLAR/BAHAMAS 155 DOLAR/BERMUDAS 160 DOLAR CANADENSE 165 DOLAR DA GUIANA 170 DOLAR CAYMAN 190 DOLAR CINGAPURA 195 DOLAR HONG KONG 205 DOLAR CARIBE ORIENTAL 210 DOLAR DOS EUA 220 FORINT/HUNGRIA 345 FRANCO SUICO 425 GUARANI/PARAGUAI 450 IENE 470 LIBRA/EGITO 535 LIBRA ESTERLINA 540 LIBRA/LIBANO 560 LIBRA/SIRIA, REP 570 NOVO DOLAR/TAIWAN 640 LIRA TURCA 642 NOVO SOL/PERU 660 PESO ARGENTINO 665 PESO CHILE 715 PESO/COLOMBIA 720 PESO/CUBA 725 PESO/REP. DOMINIC 730 PESO/FILIPINAS 735 PESO/MEXICO 741 PESO/URUGUAIO 745 QUETZEL/GUATEMALA 770 RANDE/AFRICA SUL 775 RENMIMBI IUAN 779 RENMINBI HONG KONG 796 RIAL/CATAR 800 RIAL/OMA 805 RIAL/IEMEN 810 RIAL/IRAN, REP 815 RIAL/ARAB SAUDITA 820 RINGGIT/MALASIA 825 RUBLO/RUSSIA 828 RUPIA/INDIA 830 RUPIA/INDONESIA 865 RUPIA/PAQUISTAO 870 SHEKEL/ISRAEL 880 WON COREIA SUL 930 ZLOTY/POLONIA 975 EURO 978 Fonte: Banco Central / Thomson Reuters

Junho 998,00 0,09 23,54 3,5932 6,26

Julho 998,00 0,12 23,54 3,5932 5,95

Agosto 998,00 0,09 23,54 3,5932 5,95

Set. 998,00 0,15 23,54 3,5932 5,95

Out. 998,00 0,08 23,54 3,5932 5,57

VENDA 0,5879 0,7067 0,007059 0,4596 0,6028 0,0329 0,4306 0,1777 0,07839 0,03384 13,276 0,003386 5,6798 0,03835 1,0949 2,8161 4,0213 4,0213 3,0983 0,01939 4,8743 2,9867 0,5163 0,6004 4,0213 0,01369 4,1504 0,0006223 0,03715 0,2515 5,3045 0,002671 5,2989 0,1341 0,6759 1,2178 0,05636 0,005342 0,001236 4,0213 0,07602 0,07927 0,213 0,1082 0,5229 0,002739 0,6052 0,5778 1,1043 10,4449 0,01609 0,0000957 1,0722 0,000988 0,9844 0,06513 0,0002896 0,2608 1,1662 0,003475 1,0612 4,5051

TABELA DE CONTRIBUIÇÕES DE JANEIRO DE 2019 Tabela de contribuição dos segurados empregados, inclusive o doméstico, e trabalhador avulso Salário de contribuição Alíquota (R$) (%) Até 1.751,81 8,00 De 1.751,82 a 2.919,72 9,00 De 2.919,73 até 5.839,45 11,00 CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS AUTÔNOMOS, EMPRESÁRIO E FACULTATIVO Salário base (R$) Alíquota % Contribuição (R$) Até 998,00 (valor. Mínimo) 11 109,78 De 998,00 até 5.839,45 20 199,60 até 1.167,89 COTAS DE SALÁRIO FAMÍLIA Até Acima de

Remuneração R$ 907,77 R$ 907,78 a R$ 1.364,43

Valor unitário da quota R$ 46,54 R$ 32,80

Fonte: Ministério do Trabalho e da Previdência Social - Vigência: Janeiro/2019

FGTS

Índices de rendimento (Coeficientes de JAM Mensal) Competência do Depósito Crédito 3% * 6% Junho/2019 Agosto/2019 0,2466 0,4867 Julho/2019 Setembro/2019 0,2466 0,4867 * Taxa que deverá ser usada para atualizar o saldo do FGTS no sistema de Folha de Pagamento. Fonte: Caixa Econômica Federal

Seguros

TBF

15/12

0,01311781

2,92791132

16/12

0,01311781

2,92791132

17/12

0,01311781

2,92791132

18/12

0,01311781

2,92791132

19/12

0,01311781

2,92791132

20/12

0,01311781

2,92791132

21/12

0,01311781

2,92791132

22/12

0,01311781

2,92791132

23/12

0,01311781

2,92791132

24/12

0,01311781

2,92791132

25/12

0,01311781

2,92791132

26/12

0,01311781

2,92791132

27/12

0,01311781

2,92791132

28/12

0,01311781

2,92791132

29/12

0,01311781

2,92791132

30/12

0,01311781

2,92791132

31/12

0,01311781

2,92791132

01/01

0,01311781

2,92791132

02/01

0,01311781

2,92791132

03/01 0,01311781 Fonte: Fenaseg

2,92791132

17/12 a 17/01 18/12 a 18/01 19/12 a 19/01 20/12 a 20/01 21/12 a 21/01 22/12 a 22/01 23/12 a 23/01 24/12 a 24/01 25/12 a 25/01 26/12 a 26/01 27/12 a 27/01 28/12 a 28/01 29/12 a 29/01 30/12 a 30/01 31/12 a 31/01

0,3340 0,3339 0,3178 0,3018 0,3027 0,3186 0,3345 0,3338 0,3327 0,3327 0,3165 0,3161 0,3318 0,3476 0,3476

Aluguéis

Fator de correção anual residencial e comercial IPCA (IBGE) Novembro IGP-DI (FGV) Novembro IGP-M (FGV) Novembro

0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2588 0,2588

1,0327 1,0538 1,0397

14/12 a 14/01 15/12 a 15/01 16/12 a 16/01 17/12 a 17/01 18/12 a 18/01 19/12 a 19/01 20/12 a 20/01 21/12 a 21/01 22/12 a 22/01 23/12 a 23/01 24/12 a 24/01 25/12 a 25/01 26/12 a 26/01 27/12 a 27/01 28/12 a 28/01 29/12 a 29/01 30/12 a 30/01 31/12 a 31/01

0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588

Agenda Federal Dia 6

Contribuição ao INSS COMPRA 0,5752 0,7011 0,007025 0,459 0,6027 0,03281 0,4304 0,1776 0,07807 0,03367 13,2434 0,003351 5,663 0,03827 1,0945 2,8149 4,0207 4,0207 3,0969 0,0191 4,8152 2,9852 0,5162 0,589 4,0207 0,01368 4,1476 0,0006189 0,03713 0,2499 5,3021 0,002648 5,2941 0,1339 0,6756 1,2173 0,05635 0,005339 0,001234 4,0207 0,07583 0,07923 0,2129 0,1079 0,5208 0,002732 0,6047 0,5777 1,104 10,4407 0,01603 0,0000957 1,0717 0,0009831 0,9831 0,06511 0,0002894 0,2594 1,1652 0,003468 1,0607 4,5028

27/11 a 27/12 28/11 a 28/12 29/11 a 29/12 30/11 a 30/12 01/12 a 31/12 01/12 a 01/01 02/12 a 02/01 03/12 a 03/01 04/12 a 04/01 05/12 a 05/01 06/12 a 06/01 07/12 a 07/01 08/12 a 08/01 09/12 a 09/01 10/12 a 10/01 11/12 a 11/01 12/12 a 12/01 13/12 a 13/01

ICMS – Scanc - Contribuinte que tiver recebido o combustível exclusivamente de contribuinte substituto. Entrega das informações relativas às operações interestaduais com combustíveis derivados de petróleo ou com álcool etílico carburante através do Sistema de Captação e Auditoria dos Anexos de Combustíveis (Scanc). Internet. ICMS – Scanc – Importador - Entrega das informações relativas às operações interestaduais com combustíveis derivados de petróleo ou com álcool etílico carburante através do Sistema de Captação e Auditoria dos Anexos de Combustíveis (Scanc). Internet. IOF - Pagamento do IOF apurado no 3O decêndio de dezembro/2019: Operações de crédito - Pessoa Jurídica - Cód. Darf 1150; Operações de crédito - Pessoa Física - Cód. Darf 7893; Operações de câmbio - Entrada de moeda - Cód. Darf 4290; Operações de câmbio - Saída de moeda - Cód. Darf 5220; Títulos ou Valores Mobiliários - Cód. Darf 6854; Factoring - Cód. Darf 6895; Seguros Cód. Darf 3467; Ouro, ativo financeiro - Cód. Darf 4028. Darf Comum. IRRF - Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos geradores ocorridos no período de 21 a 31.12.2019, incidente sobre rendimentos de (art. 70, I, letra “b”, da Lei nO 11.196/2005): a) juros sobre capital próprio e aplicações financeiras, inclusive os atribuídos a residentes ou domiciliados no exterior, e títulos de capitalização; b) prêmios, inclusive os distribuídos sob a forma de bens e serviços, obtidos em concursos e sorteios de qualquer espécie e lucros decorrentes desses prêmios; e c) multa ou qualquer vantagem por rescisão de contratos.. Darf Comum (2 vias). Dia 7 Salário de dezembro/2019 - Pagamento dos salários mensais. Nota: O prazo para pagamento dos salários mensais é até o 5O dia útil do mês subsequente ao vencido. Na contagem dos dias, incluir o sábado e excluir os domingos e os feriados, inclusive os municipais. Consultar o documento coletivo de trabalho da categoria profissional, que pode estabelecer prazo específico para pagamento de salários aos empregados. Recibo. 13O salário/2019 - Salários variáveis - Pagamento do acerto da diferença da parcela do 13O salário/2019 para os trabalhadores que recebem salários variáveis, quando devido nesses casos. Nota: Há quem entenda que, nos termos

do parágrafo único do art. 2O do Decreto nO 57.155/1965, o prazo seja até o dia 10. Por medida de precaução, adotamos o menor prazo. Na contagem dos dias, incluir o sábado e excluir os domingos e os feriados, inclusive os municipais. Consultar o documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional, que pode estabelecer prazo específico para pagamento do acerto da diferença do 13O salário dos trabalhadores que recebem salários variáveis. Recibo FGTS - Depósito, em conta bancária vinculada, dos valores relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) correspondentes à remuneração paga ou devida em dezembro/2019 aos trabalhadores. Não havendo expediente bancário, deve-se antecipar o depósito. GFIP/Sefip (aplicativo Conectividade Social - meio eletrônico) Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) - Envio, à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, da relação de admissões e desligamentos de empregados ocorridos em dezembro/2019. Notas (1) Para fins de seguro-desemprego, as informações no Caged relativas a admissões deverão ser prestadas até o dia anterior ao início das atividades do empregado, ou no prazo estipulado em notificação para comprovação do registro do empregado lavrada em ação fiscal conduzida por Auditor-Fiscal do Trabalho (Portaria SEPRT nO 1.195/2019). (2) A partir da competência janeiro/2020 as empresas que já se encontram obrigadas ao eSocial terão as obrigações relativas ao Caged substituídas pelas respectivas informações prestadas via eSocial. Os órgãos públicos, as organizações internacionais, até que estejam obrigadas ao eSocial e as empresas que não cumprirem as determinações do eSocial, deverão prestar as informações por meio do sistema Caged, conforme Manual de Orientação do Caged. (Instrução Normativa SEPRT nO 1.127/2019). Caged (meio eletrônico) Simples Doméstico - Recolhimento relativo aos fatos geradores ocorridos em dezembro/2019, da contribuição previdenciária a cargo do empregador doméstico e de seu empregado; recolhimento da contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho; recolhimento para o FGTS; depósito destinado ao pagamento da indenização compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, inclusive por culpa recíproca; e recolhimento do IRRF, se incidente. Não havendo expediente bancário, deve-se antecipar os recolhimentos. Documento de Arrecadação eSocial - DAE (2 vias)


BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2020

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VIVER EM VOZ ALTA

A trilogia “Alma da África”, de Antônio Olinto ROGÉRIO FARIA TAVARES*

Nada melhor que aproveitar as férias para ler bons livros. Uma dica é a vasta produção de Antônio Olinto, nascido em Ubá, Minas Gerais, em 1919. Seu legado inclui poesia, ensaio, tradução, crítica literária, novela, romance, conto e até dicionário. O autor mineiro dizia, no entanto, que a trilogia “Alma da África” era sua obra mais importante, porque ligava Minas Gerais ao continente africano. Membro da Academia Brasileira de Letras, ele faleceu em setembro de 2009. Os estudiosos escrevem que um dos méritos de Antônio Olinto foi contestar a tradição do olhar eurocêntrico clássico, que, muitas vezes, reduz o negro a estereótipos. E destacam que as personagens do romancista mineiro têm orgulho de sua cor, de sua terra e de seus costumes. Nos três livros que compõem “Alma da África”, é o africano e, sobretudo, a mulher africana quem ganha proeminência e centralidade. A força das personagens femininas do autor é evidente e forma mais um dos traços que distinguem a literatura de Antônio Olinto das demais. O primeiro volume da trilogia é “A Casa da Água”. Sobre ele, assim escreveu o acadêmico Alberto da

Costa e Silva, o mais importante africanista brasileiro: “Este é um belo livro. Um grande livro. Um dos melhores romances escritos, no século XX, em língua portuguesa. Nele, Antônio Olinto entreteceu invenção e realidade histórica para narrar a saga dos ex-escravos que retornaram do Brasil para a África Ocidental e ali, a partir de uma saudade que tinha muito de perdão, se reencontraram e reagruparam como brasileiros, agudás ou amarôs. (...) Com as histórias que ouviu, algumas vezes perplexo e quase sempre enternecido, e com outras que inventou a partir de seus dias africanos, Antônio Olinto escreveu um admirável romance sobre a nossa África, tão distinta da África que aparece nos jornais, na televisão e no cinema, um romance cuja leitura, em tantos momentos, nos comove e umedece os olhos. É mais que um belo livro, repiso. É um grande livro, vivido com intensidade e paixão, e assim escrito. O segundo volume é “O Rei de Keto”. A neta da personagem Mariana, também chamada Mariana (filha de Sebastian), estuda em Paris e volta à África, onde faz amizade com Abioran. O livro focaliza a vida das mulheres que, nos quatro dias da semana iorubá, vão de cidade

Teatro & Dança A partir de hoje e até 16 de fevereiro, Belo Horizonte irá receber a 46ª edição da Campanha de Popularização Teatro & Dança. Serão mais de 150 espetáculos de teatro adulto, infantil e dança, sendo 52 estreantes, com atrações para todos os gostos e idades. Ao todo, a Ccmpanha promoverá cerca de 1.000 sessões a preços populares em diversos espaços da cidade. Neste ano, além de BH, outras seis cidades também receberão atrações: Betim, Contagem, Confins, Juiz de Fora, Ribeirão das Neves e Sete Lagoas. Outra novidade será a instalação de dois novos postos de venda de ingressos – os shoppings Oiapoque em BH e Contagem. Com o slogan “Você na Campanha”, nesta edição o objetivo dos organizadores é aproximar o evento das pessoas e mostrar que todas elas fazem parte do projeto, seja como público, como artista ou prestador de serviços.

MARCELLO CASAL JR

em cidade para vender os mais diversos produtos nos mercados locais, voltando no quinto dia ao mercado número um, situado em Keto, reino de onde vieram escravos para o Brasil, e, também a religião dos Orixás. No terceiro romance da trilogia, “Trono de Vidro”, depois da morte de Sebastian, o país chamado Zorei cai nas mãos de

uma série de ditadores. A filha, Mariana, resolve enfrentar o último deles, candidatando-se à Prefeitura. Organiza um partido e inicia a sua campanha, durante a qual o ditador morre, num desastre de avião. Mariana é eleita presidente e como tal vai às Nações Unidas. Na volta, aceita um convite para visitar o Brasil. Vai ao Piau, terra da avó, hospeda-se como

Férias no CCBB Educativo

presidente onde sua avó foi escrava. De volta ao seu país, é vítima de um atentado político, mas não morre. O romance termina com as meditações de Mariana, a presidente, ao lado de sua avó, a velha Mariana, agora com 98 anos. *Jornalista e presidente da Academia Mineira de Letras

“Mário & Alphonsus Revisitados”

Além da programação do Lugar de Criação, o CCBB Educativo preparou duas atividades especiais para as férias de janeiro. Trata-se da peça João-de-Barros, com Charles Valadares, que acontece no próximo dia 11, às 11h, e do espetáculo Sufoco, com o Circo Sufoco, no dia 18, às 11h. A programação é gratuita e voltada para todas as idades, garantindo a diversão em família durante o mês de recesso da criançada. Uma homenagem ao poeta brasileiro Manoel de Barros, a peça Joaõ-de-Barros foi concebida por Charles Valadares, ator, professor e mestre em teatro. O Circo do Sufoco reúne o trabalho de 15 anos do ator e artista Rafael Mourão, um dos destaques da cena circense de Belo Horizonte.

O Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, equipamento cultural da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), é palco da exposição “Mário & Alphonsus Revisitados”. A mostra acontece em comemoração aos 100 anos da marcante visita de Mário de Andrade ao poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens. Ela está exposta simultaneamente nas antigas residências dos dois escritores, no Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, em Mariana, e na Casa Mário de Andrade, em São Paulo, podendo ser visitada até julho. A exposição revive este memorável momento das duas personalidades por meio de referências em cartas e publicações da época. A visita aconteceu em 10 de julho de 1919, em Mariana, onde Alphonsus residia.

CULTURA CAIO GALLUCCI

Adoção de animais No próximo domingo, de 8 às 13 horas, será realizado o ”Dia da Conscientização Animal - Não compre, adote” - ação promovida pelo grupo de voluntários “Corrente do Bem Pelos Animais”, na Feira Hippie da avenida Afonso Pena, sob idealização do deputado estadual Osvaldo Lopes (PSD/MG), protetor e ativista da causa animal. Diversas instituições consideradas autoridades em Minas Gerais estarão presentes no evento, como a Delegacia Especializada de Crimes Contra O Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil,e a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa). As equipes presentes se vão se concentrar na esquina da avenida João Pinheiro com Afonso Pena, ao lado do Automóvel Clube.

“Máscara de Sonhos” O Lugar de Criação do CCBB Educativo já é sucesso com a criançada, que tem a oportunidade de se divertir e aprender com atividades lúdicas pensadas especialmente para elas. Neste mês, a programação será estendida, com mais opções de oficinas, em mais dias da semana, permitindo que o recesso escolar seja aproveitado por toda a família. As atrações têm entrada gratuita e acontecem aos domingos, segundas, quintas e sextas, às 11h e às 15h, e sábados às 15h. A atração “Como nasce uma obra de arte?” apresenta “Máscara de Sonhos” e acontece às quintas-feiras. Os educadores convidam o público a conhecer e construir as famosas máscaras de dormir com ervas medicinais para sonhos cheios de imagens e histórias. Cada pessoa terá a oportunidade de decorar sua máscara dos sonhos, inspirada nas obras do artista Man Ray, e eleger as suas ervas preferidas. O CCBB-BH fica na Praça da Liberdade, 450, Funcionários.

Teatro Musical - Com direção de Sergio Módena e texto de Pedro Brício, “Grandes Encontros da MPB”, é um passeio pela história da música nacional, passando por diversos gêneros e enredos, como a Bossa Nova, a era dos festivais, o Clube da Esquina, a música nordestina, o samba e o rock. Quando: 17 e 18 de janeiro (sexta-feira, às 21h, sábado às 18h e 21h) Quanto: ingressos a partir de R$ 20,00 para compras realizadas até 10 de janeiro. A partir do dia 11: de R$ 50,00

a R$ 90,00 (inteira) - vendas: nas bilheterias do teatro ou pelo site https:// www.ingressorapido. com.br/ Onde: Grande Teatro do Sesc Palldium. (rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro) Cinema “Made in Pernambuco” - A Fundação Municipal de Cultura realiza a mostra “Made in Pernambuco”. A seleção de títulos traz 15 longas e 21 curtas e médias-metragens, totalizando 25 realizadores, e apresenta a força

da cinematografia pernambucana, num recorte de duas décadas essenciais para a consolidação e reconhecimento de sua produção, incluindo Baile Perfumado (1996), Árido Movie (2005) e Cartola (2007), de Lírio Ferreira; Madame Satã (2001), O Céu de Suely (2008) e Viajo Porque Preciso Volto Porque Te Amo (2009), de Karim Aïnouz; Amarelo Manga (2002) e Baixio das Bestas (2006), de Cláudio Assis; Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes; e O Rap do Pequeno

Príncipe Contra as Almas Sebosas (2000) de Paulo Caldas e Marcelo Luna, dentre outros. Quando: até 31 de janeiro Quanto: entrada gratuita - os ingressos serão distribuídos 30 minutos antes das sessões Onde: MIS Cine Santa Tereza (rua Estrela do Sul, 89, Praça Duque de Caxias, Santa Tereza) Artes plásticas

significativo de seu trabalho, que pode ser apreciada na exposição “Man Ray em Paris. Quase 130 anos após seu nascimento, o público brasileiro poderá conferir 255 obras do artista ainda inéditas no País, entre objetos, vídeos, fotografias e serigrafias desenvolvidas durante os anos que viveu em Paris, entre 1921 e 1940, seu período de maior efervescência criativa. Quando: até 17 de fevereiro (quarta à segunda, das 10h às 22h) Quanto: entrada gratuita Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários)

Surrealismo Fotógrafo, pintor, escultor, cineasta. São facetas de Man Ray, um dos maiores artistas visuais do início do século XX e expoente do movimento surrealista. E é parte de sua história www.facebook.com/DiariodoComercio criativa, um www.twitter.com/diario_comercio recorte dcmais@diariodocomercio.com.br Telefone: (31) 3469-2067


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