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diariodocomercio.com.br JOSÉ COSTA FUNDADOR

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DESDE 1932 - EDIÇÃO 24.012 - R$ 2,50

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BELO HORIZONTE, SÁBADO, 4, A SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2020

Investimentos no mercado de ações devem crescer no Brasil Cenário é promissor com juros baixos e perspectiva de retomada da construção civil REUTERS / PAULO WHITAKER

O patamar baixo dos juros no Brasil, que reduz a rentabilidade das aplicações financeiras mais conservadoras e seguras, tende a estimular os investimentos no mercado nacional de ações em 2020, atraindo até uma parcela da população que nunca colocou dinheiro em papéis da bolsa de valores. Especialistas apostam na siderurgia, metalurgia e construção civil, com uma retomada na oferta de imóveis, como setores promissores em um cenário de crescimento dos negócios com ações. Por outro lado, tensões como a do Oriente Médio na sexta-feira (3), após o ataque dos Estados que matou o general iraniano Qassem Soleimani, caso sejam prolongadas, podem prejudicar o mercado a longo prazo. Como consequência imediata, o Ibovespa caiu 0,73%, a 117.706,66 pontos mas fechou a semana ainda assim com alta de 1,78%. Págs. 5 e 9

Com pouca rentabilidade nas aplicações conservadoras, a bolsa tende a atrair investimentos de pessoas que nunca compraram ações

RenovaBio tende a estimular setor sucroenergético em Minas Gerais A implantação da Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, cria perspectiva positiva para o setor sucroenergético em Minas Gerais. O mecanismo de descarbonização deve estimular os investimentos nas usinas de biocombus-

tível para se tornarem mais eficientes. Os produtores que estiverem certificados poderão emitir e comercializar os créditos de Descarbonização (CBIOs) no mercado, gerando mais uma fonte de renda. Pág. 6

Para fugir da crise, Cruzeiro adota práticas de gestão empresarial Afundado na maior crise de sua história e rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro Esporte Clube busca se reestruturar financeiramente por meio de práticas de gestão privada. Empresários mineiros bem-sucedidos, como Saulo Fróes

(Lokamig Rent a Car), Vittorio Medioli (Grupo Sada), Pedro Lourenço (Supermercados BH) e Emílio Brandi (Nova Safra), assumiram interinamente a administração até a eleição da nova diretoria do Cruzeiro nos próximos meses. Pág. 7

DIVULGAÇÃO

As usinas de biocombustível devem investir em busca de uma maior eficiência

Conflitos no Oriente Médio afetam economia

Estado perde liderança na receita da Cfem

O agravamento dos conflitos no Oriente Médio, após o ataque aéreo dos Estados Unidos que matou o general iraniano Qassem Soleimani, pode levar a uma nova recessão econômica mundial, no pior cenário possível. O efeito imediato foi a alta de 4% do petróleo no mercado internacional.. Entretanto, qualquer previsão é prematura, ponderam especialistas. Pág. 4

Minas Gerais perdeu pela primeira vez a liderança nacional na arrecadação da Cfem. Dados preliminares da Agência Nacional de Mineração (ANM) apontam que o recolhimento dos royalties do Estado somou R$ 1,834 bilhão contra R$ 2,192 bilhões do Pará em 2019. A participação de Minas foi de 40,72% enquanto que a do Pará chegou a 48,67%. Pág. 4

Dólar - dia 3

Euro - dia 3

Comercial

Compra: R$

Compra: R$ 4,0548 Venda: R$ 4,0555

4,5224

Venda: R$ 4,5247

Poupança (dia 6): ............ 0,2588% IPCA-IBGE (Novembro):...... 0,51%

Compra: R$ 3,8900 Venda: R$ 4,2200

Nova York (onça-troy): US$ 1.549,05

IPCA-Ipead (Novembro): ..... 0,48%

R$ 201,77

IGP-M(Novembro):................. 0,30%

BM&F (g):

BOVESPA

TR (dia 6): ............................. 0,0000%

+2,53

+1,16 -0,57 -0,76 26/12

Págs. 2 e 3

ARTIGOS

Um industrial paulista, vice-presidente da Federação das Indústrias local, mas falando por conta própria, estudou sobre a política monetária brasileira e chegou a conclusões assustadoras. Segundo ele, se a taxa Selic tivesse encerrado 2018 em 4,5% e não em 6,5%, o País teria economizado inacreditáveis R$ 279,3 bilhões em dois anos, relativos ao serviço da dívida pública. Fácil compreender: o maior devedor no País em que as taxas de juros foram, anos a fio, as mais elevadas de todo o mundo, era o próprio Estado, que deu o laço e apertou a corda, transformando o remédio em veneno e, pelo menos aparentemente, sem se dar conta do erro cometido. “Antes tarde do que nunca”, pág. 2

Ouro - dia 3

Ptax (BC)

O Cruzeiro tenta se reestruturar com o comando de um núcleo de empresários

EDITORIAL

Turismo Compra: R$ 4,0516 Venda: R$ 4,0522

VINNICIUS SILVA / CRUZEIRO

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Conflitos entre a economia e os políticos (José Eloy dos Santos Cardoso)

Tricentenário da Capitania de Minas Gerais (Cesar Vanucci)

A pedra no sapato do Ensino Superior brasileiro (Paulo Arns da Cunha)

Era da “trabalhalidade” (Maria Helena Kruger)

O papel da governança (Gabriela Vidigal Santana Galvão)


BELO HORIZONTE, SÁBADO, 4, A SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2020

OPINIÃO Conflitos entre a economia e os políticos JOSÉ ELOY DOS SANTOS CARDOSO *

Os conflitos entre a economia e o bem-estar real da população sempre existirão porque os políticos, de uma maneira geral, defendem mais o bem-estar individual do que o da população. Esta tem sido a regra. “O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos” fica sempre na boca do presidente Jair Bolsonaro, mas, dificilmente, estará realmente dentro dos corações de todos os brasileiros. A política não permite isso pelo que assistimos no nosso cotidiano. A arte política existirá se os técnicos e políticos negociarem e combinarem o que será melhor para os indivíduos e consumidores, num ambiente de restrições, oportunidades, conflitos e até interesses contraditórios. Existe uma lacuna entre a economia real e o tempo político quando deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores e as populações municipais que nunca concordam com as necessidades de recursos escassos e as necessidades mínimas de existir postos de saúde, hospitais, escolas e outros equipamentos urbanos, hoje e sempre indispensáveis e os escassos recursos financeiros reais existentes. O fim de alguns municípios pequenos poderia gerar a economia de R$ 1 bilhão para os cofres públicos. Entre as ideias previstas pela nova proposta de alteração de alguns dispositivos constitucionais (PEC), quase impossíveis de se concretizar por motivos de interesses políticos locais, seria a eliminação e a extinção dos chamados municípios pequenos de menos de 5.000 habitantes, e receitas próprias que não cobrem nem 10% de despesas obrigatórias como existem hoje, onde as receitas próprias em alguns casos não chegam nem a pagar os salários de prefeitos, vereadores, secretários municipais e funcionários das prefeituras, dependendo unicamente das transferências constitucionais de recursos federais e estaduais. Existem muitos países onde prefeitos,

vereadores e secretários municipais em exercício da função que não recebem nenhum salário ou jetons por essas funções públicas que seriam consideradas de alto e importante auxílio para as coletividades em análise. Funcionaria como os síndicos de edifícios que nada ganham pela função. Aliás, entre as propostas da nova PEC da Constituição, poderia figurar a ideia que os novos municípios que não conseguem pagar nem 10% de suas despesas obrigatórias se tornariam “distritos” dos municípios nos quais seriam absorvidas. As funções de prefeito, vereadores e secretários seriam consideradas relevantes, mas, sem remuneração, passando esses gastos a serem utilizados obrigatoriamente nesses mesmos locais para pagar médicos, enfermeiros e postos de saúde que seriam utilizados pela população. É bom aqui dizer que em muitos municípios brasileiros não existe nem posto de saúde ou um médico à disposição da comunidade. Dentro dessas considerações, as receitas provindas das economias dos salários de prefeitos e vereadores dos municípios extintos poderiam ser empregadas em melhorias para as mesmas comunidades como a criação ou manutenção de postos de saúde, com pagamentos de bons médicos, melhorias ou criações de bons serviços de saneamento básico, criação de novas escolas com pagamentos de bom nível para os professores etc. No caso de Minas Gerais, existe um município com cerca de 800 habitantes, o que equivale a um auditório bem estruturado. Se, por hipótese, tivéssemos um prefeito ganhando R$ 10 mil mensais e 9 vereadores recebendo cerca de R$ 1.000 e um vice-prefeito que recebe R$ 5 mil, esta cidade que deixaria de existir poderia ter mensalmente uma economia de R$ 24 mil por mês. São só suposições, mas deve dar uma noção do que poderia ser feito com o dinheiro poupado.

É lógico que a Confederação Nacional dos Municípios não concorda com as extinções já propostas pelo governo federal. Entretanto, as alegações já feitas de que a arrecadação de Imposto de Renda e IPI são receitas próprias, não são reais. Essa situação só se resolveria se ali se localizasse uma indústria de porte médio ou grande. Vai ser difícil essa emenda constitucional passar no Congresso porque, só se os interesses políticos nacionais fossem maiores do que os interesses particulares, como acontece no momento, principalmente, em anos próximos das eleições municipais. Receita própria do município seriam receitas de impostos e taxas, nunca provenientes das transferências constitucionais como ocorre atualmente e que, embora indispensáveis no momento, não são “receitas próprias”. Os prefeitos atuais, vereadores e a própria população local não aprovam essa nova PEC porque os ainda poucos, mas ainda existentes, “currais eleitorais” ainda existem nos dias atuais. Não será nada fácil explicar para a população que as necessidades econômicas propostas pela nova emenda constitucional são importantes para todos, sem exceção. O “status” de município pesa enormemente quando uma população de uma cidade passa a ser de um distrito de outra a qual pertencem. Em política vale tudo, menos as explicações futuras possíveis que a fonte secou e que não há mais água para todos, principalmente para os aposentados e pensionistas que recebem mensalmente através da Caixa Econômica Federal ou dos bancos credenciados. O conceito de escassez econômica é muito bem explicado nos manuais de economia, mas não são bem entendidos por grande parte dos políticos e pelas populações em geral. *Economista, professor titular de macroeconomia da PUC-Minas e jornalista

Tricentenário da Capitania de Minas Gerais CESAR VANUCCI *

“Uma opulenta programação!” (Observação de pessoa presente à solenidade de abertura, no Instituto Histórico e Geográfico MG, das comemorações do Tricentenário da implantação da Capitania de Minas Gerais) O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, mais antiga instituição cultural do Estado, abriu com “chave de ouro” – como era de bom tom dizer-se em tempos de antigamente – a opulenta programação elaborada por sua direção visando à comemoração do tricentenário da Capitania de Minas Gerais, em assembleia realizada no dia 2 de dezembro do ano findo. Magistral exposição do senador Antonio Anastasia, integrante do quadro associativo do Instituto, acompanhada da apresentação do projeto das celebrações e da divulgação dos termos históricos do alvará de criação da Capitania, assinalou o concorrido evento, que foi também abrilhantado pela participação artística do quarteto de cordas da famosa Orquestra Sinfônica da Polícia Militar MG. A fala de Anastasia foi aplaudida de pé. O expositor empolgou a todos com sua erudição e conhecimento de causa a respeito da temática histórica abordada. Revelou impecável domínio da tribuna. Brindou a plateia com um estilo de manifestação cultural do qual já vínhamos nos desabituando de ver nestes desconcertantes tempos de carências intelectuais e de fecundidade de ideias na vida pública brasileira. Sobre o projeto das celebrações, que se estenderão até o final do ano em curso, discorreu a segunda vice-presidente, professora Márcia Maria Duarte dos Santos, coordenadora da Comissão Especial do Tricentenário da Capitania. Ficou evidenciado, em suas palavras, o propósito do Instituto Histórico e Geográfico, presidido por Luiz Carlos Abritta, de registrar da forma mais condigna possível a efeméride histórica. Uma alentada sequência de conferências, mesas-redondas, publicações especiais, encontros culturais, na Capital e cidades do interior, com parceria de outras organizações, ocupará o calendário das atividades praticamente todos os meses. O secretário do Instituto, Adalberto Andrade Mateus, outro componente da Comissão Especial do Tricentenário da Capitania, explicou, por ocasião da assinatura do protocolo de intenções firmado entre os órgãos promotores da programação, no que consistirá a participação das instituições

parceiras. O documento original do Alvará de criação da Capitania foi projetado na tela à hora em que Sérgio Parreiras Abritta fazia a leitura do texto histórico. A Capitania de Minas Gerais foi criada em meio ao chamado ciclo do ouro, em 1720. Nasceu de uma cisão da capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Inicialmente, tomando por comparação o território do hoje Estado de Minas Gerais, a região desmembrada não abrangia a faixa correspondente ao chamado “Sertão da Farinha Podre” (Triângulo Mineiro, integrado em 1816) e a porção de terra situada à margem esquerda do Rio Sapucaí e do Rio Grande, integrada em 1764. A capital da Capitania era Vila Rica (atual Ouro Preto). Praticamente 100 anos depois, em 28 de fevereiro de 1821, a Capitania tornou-se província, tornada com a Proclamação da República o Estado de Minas Gerais. Deparamo-nos, no “History”, com as informações abaixo anotadas relativas à implantação da Capitania. Por conta do ouro encontrado em seu território, na primeira metade do século XVIII, Minas Gerais era o centro econômico da colônia, com rápido crescimento populacional. Este fluxo migratório começou no final do século anterior, quando foi encontrado ouro na Serra do Sabarabuçu e nos ribeirões do Carmo e do Tripuí. Em 1696, foi fundado o arraial de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo, que, em 1711, se tornou a primeira vila de Minas Gerais (atual município de Mariana). A descoberta do ouro também trouxe conflitos, como Guerra dos Emboabas (1707-1710) e a Revolta de Felipe dos Santos (1720). No auge da exploração do ouro em Minas, 500 mil negros escravos foram inseridos na capitania para fazer o trabalho de extração e lavoura. Mais de 30% da população era formada pelos escravos. Os negros chamados “Minas”, de Gana, eram os mais requisitados para os garimpos, pois já faziam este trabalho na África. Já os de Angola e Moçambique eram usados na lavoura. O declínio da produção aurífera começou a partir de 1750. Portugal precisou aumentar a arrecadação e elevou os impostos, o que causou a revolta popular que resultou na Inconfidência Mineira, em 1789. O Senado Federal, por proposição do senador Anastasia, vai dedicar uma sessão especial dentro da programação do Instituto Histórico e Geográfico MG. * Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

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Diário do Comércio Empresa Jornalística Ltda. Fundado em 18 de outubro de 1932 Fundador: José Costa

Presidente do Conselho Luiz Carlos Motta Costa conselho@diariodocomercio.com.br Presidente e Diretora Editorial Adriana Muls adrianamuls@diariodocomercio.com.br Diretor Executivo e de Mercado Yvan Muls diretoria@diariodocomercio.com.br Conselho Consultivo Enio Coradi, Tiago Fantini Magalhães e Antonieta Rossi Conselho Editorial Adriana Machado - Claudio de Moura Castro Helena Neiva - Lindolfo Paoliello - Luiz Michalick Mônica Cordeiro - Teodomiro Diniz

Antes tarde do que nunca Deixando de lado a inapropriada ideia de que no Brasil o ano só começa depois do Carnaval, substituindo-a pelo propósito de fazer de 2020 um ano de grandes transformações e de resultados, seria bastante oportuno começar por uma reflexão sobre os efeitos danosos da transformação, ao longo de mais de 20 anos, da política monetária em frustrado instrumento de controle da economia. Melhor, muito melhor, que comemorar que as taxas nominais são hoje as mais baixas já registradas é verificar o que aconteceu antes, como e por que, além do preço pago pelos erros cometidos. Um industrial paulista, vice-presidente da Federação das Indústrias local, mas falando por conta própria, estudou o assunto e chegou a conclusões assustadoras. Segundo ele, se a taxa Selic tivesse encerrado 2018 em 4,5% e não em 6,5%, o País teria economizado inacreditáveis R$ 279,3 bilhões em dois anos, relativos ao serviço da dívida pública. Fácil compreender: o maior devedor no País em que as taxas de juros foram, anos a fio, as mais elevadas de todo o mundo, era o Admitir apenas que próprio Estado, que deu o laço e o Banco Central, apertou a corda, mais preocupado transformando o talvez em exibir remédio em veneno e, pelo menos sua independência, aparentemente, tenha exagerado sem se dar conta na dose a um custo do erro cometido. Tudo isso, em que não permite apenas dois comparações será anos, ao custo muito pouco. Temos aproximadamente todos, os brasileiros, de R$ 300 bilhões, o que nos faz pleno direito de saber imaginar quanto quanto nos custou, terá custado ao ao longo do tempo, o longo do tempo. “O pior é que erro cometido. um país com déficit fiscal deste tamanho, se tivesse usado a taxa de juros de equilíbrio e não as taxas exageradas que tivemos, teria pago muito menos juros que tivesse sido usado para investimentos ou para abater a própria dívida, hoje a nossa situação seria muito melhor”, resume o autor do estudo, procurando chamar atenção para um problema que merece ser examinado com lupa. Para estabelecer responsabilidades e, sobretudo, para aprender e corrigir a rota, em condições de continuar reduzindo os custos da dívida e a própria dívida. Admitir apenas que o Banco Central, mais preocupado talvez em exibir sua independência, tenha exagerado na dose a um custo que não permite comparações será muito pouco. Temos todos, os brasileiros, pleno direito de saber quanto nos custou, ao longo do tempo, o erro cometido. Saber para aprender, saber para não repetir e, estabelecidas as responsabilidades, conhecer também a sua natureza. Tudo isso lembrando que as reduções verificadas nos últimos dois anos representaram para o Tesouro Nacional economia significativa e, para o ano que está começando, poderá ser um dos fatores mais relevantes no processo de recuperação da economia, confirmando o erro tantas vezes apontado neste espaço.


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BELO HORIZONTE, SÁBADO, 4, A SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2020

OPINIÃO

A pedra no sapato do Ensino Superior brasileiro PAULO ARNS DA CUNHA*

Quando se fala em aumento dos investimentos no Ensino Superior como solução para a educação brasileira, me lembro da história do senhor que tomava analgésico constantemente para amenizar uma intensa dor no pé. Ora, o total investido no Ensino Superior no Brasil é quase quatro vezes maior que o dedicado ao Ensino Fundamental. Em percentual do PIB, esse valor já é relativamente alto, sendo superior ao mínimo constitucional e comparável ao de países com elevado nível educacional. No entanto, permanece o desafio de melhoria da qualidade da educação e um índice baixíssimo de brasileiros com Ensino Superior. Não estou dizendo que sou a favor de cortes de investimentos nas universidades. Estou apenas sugerindo que, se o senhor da dor no pé tirasse a pedra de dentro do seu sapato, talvez não precisasse mais tomar analgésicos... a questão é atacar o problema pela raiz, encontrar os gargalos da educação brasileira, como a evasão universitária. Dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no documento “Education at a Glance 2019” dão conta de que apenas 33% dos estudantes brasileiros que ingressam numa Instituição de Ensino Superior se formam dentro da duração esperada do curso. Mas o que acontece com quase 70% dos

alunos que foram selecionados em concursos, muitas vezes disputadíssimos, ocuparam a cadeira de outro estudante e desistiram no meio do caminho? Os números são alarmantes. Mais da metade dos que ingressam nas universidades trocam de turma, curso ou instituição, ou simplesmente abandonam os estudos. Essas atitudes dão luz a problemas como a demora na qualificação profissional da população em condições de trabalhar; o desperdício de grande massa de força de trabalho, que fica desempregada ou subempregada, quando podia estar ajudando a produzir; o aumento dos gastos do governo com programas sociais e ajuda financeira aos desempregados; o baixo crescimento do Produto Interno Bruto; e o atraso na redução da pobreza. Para as Instituições de Ensino Superior (IES), as consequências dessa alta evasão são desastrosas, pois os custos, tanto públicos quanto privados, se tornam muito elevados. A alta evasão faz com que o custo por aluno efetivamente formado seja bem maior que o custo por aluno matriculado. Assim, nas universidades públicas o gasto público acaba sendo bem maior – e as instituições privadas são forçadas a cobrar mensalidades mais altas para pagar a ociosidade de vagas, ociosidade de investimentos, perda de capacidade lucrativa e necessidade de reorganizar

Era da “trabalhalidade”

suas estruturas e cursos a serem ofertados. Uma série de fatores leva esses estudantes a desistirem no meio do caminho. Uma parcela significativa dos universitários apresenta dificuldades nas matérias que exigem um maior aprofundamento, raciocínio ágil, capacidade crítica ou interpretativa, muitas vezes por conta da falta de preparo no Ensino Básico. Além disso, para a maior parte da população jovem adulta, os estudos precisam ser conciliados com o trabalho. No entanto, os modelos tradicionais de ensino exigem uma grande dedicação em horas de estudo, o que faz com que muitos alunos desistam dos estudos. Para esse problema, o aumento da qualidade dos cursos em EAD pode trazer excelentes resultados. A taxa de evasão mais elevada no setor privado aponta para os custos com mensalidade, especialmente em épocas de crise. Mas a alta desistência no ensino público, que é gratuito e com um processo de entrada altamente seletivo, se deve a outros fatores, entre eles a falta de conhecimento dos alunos a respeito dos cursos. Uma pesquisa realizada com mais de 10 mil estudantes do Ensino Médio em agosto de 2019 pela Universidade Positivo revelou que 33% deles ainda estavam indecisos quanto à escolha do curso superior. Ou seja, para facilitar o acesso

Editora-Executiva Luciana Montes Editores Alexandre Horácio

Rafael Tomaz

Clério Fernandes

Gabriela Pedroso

pauta@diariodocomercio.com.br

do brasileiro ao Ensino Superior, não basta aumentar ou manter os investimentos. É preciso pensar em maneiras de deixar o aluno escolher a profissão um pouco mais tarde; aprimorar o processo de seleção nas universidades, levando em conta também habilidades sócio-emocionais; expandir

o crédito universitário; melhorar a qualidade dos cursos de Educação a Distância; e, por fim, mas não menos importante, melhorar a qualidade da Educação Básica. *Presidente da Divisão de Ensino da Positivo Educacional

GABRIELA VIDIGAL SANTANA GALVÃO *

Manter ou escalar um negócio exige relevância, posicionamento e ousadia para ser inovador. Em contrapartida, planejamento em longo prazo, barreiras burocráticas e desafios inesperados se afiguram, muitas vezes, como entraves intransponíveis a concretização de tais objetivos. A Marsh Risk Consulting, empresa do grupo Marsh & McLennan Companies, em parceria com o RIMS (The Risk and Insurance Management Society), apresentou o Benchmark de Gestão de Riscos da América Latina no ano de 2019. A pesquisa realizada com executivos de quase 300 empresas concluiu que apenas 40% das organizações contam com um nível médio de maturidade em gestão de riscos. Dentre os entrevistados, 51% consideram a cultura e os valores da organização como os principais obstáculos para implementar uma matriz de risco coerente com os reais desafios enfrentados. Por outro lado, 46% acreditam que o impedimento está na falta de conhecimento sobre a sua importância e sobre o valor que esta é capaz de aportar. A gestão eficiente dos riscos corporativos permite identificar oportunidades e ameaças ao desenvolvimento dos negócios. Ao criar uma inteligência e uma estratégia para condução eficiente, aprimora-se a capacidade de

Muitos profissionais reclamam que faltam oportunidades no mercado de trabalho e que, mesmo com qualificação, está difícil conseguir se reposicionar. A redução do emprego é uma tendência evidente. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego atinge cerca de 12 milhões de brasileiros. No mundo, segundo a Organização Mundial do Trabalho, existiam aproximadamente 250 milhões de desempregados no início desta década. Onde está o problema? É nítido que a sociedade em que vivemos atravessa mudanças constantes e cada vez mais rápidas. Hoje existem novas habilidades, conhecimentos, relações de emprego e profissões que não imaginaríamos há 10 anos. Em nossa sociedade atual temos informação gratuita, instantânea e plenamente disponível. Caminhamos em direção a um cenário de educação permanente ao longo de toda a vida. A atual dinamicidade nos obriga a assumir uma postura de constante evolução. Por este motivo, uma nova expressão vem ganhando espaço. O termo do momento não é mais “empregabilidade” e sim “trabalhalidade”. Ou seja, a capacidade de adaptação e de retorno financeiro a partir de habilidades pessoais, fazendo-nos pensar em novas fontes de renda e possibilidades de trabalho. Acima de tudo, é fundamental assumir uma atitude empreendedora, estamos na era do talento e privilegiamos os profissionais capazes de desenvolver múltiplas formas de trabalho, de executar atividades, encontrando a sua melhor maneira de obter resultados. Frente a isso, cresce a terceirização e a busca de relações de trabalho mais flexíveis. Da mesma forma, aumenta a necessidade de desenvolvimento de competências condizentes com as tendências tecnológicas. Podemos afirmar que surgirão novas oportunidades de negócios nos próximos anos. Ouviremos falar em trabalhos como condutor de drones, cinegrafista de experiências, administrador de morte digital, arquivista pessoal, especialista em desintoxicação digital, agente de memes, conselheiro de aposentadoria, gestor de qualidade de vida e conselheiro pessoal de compras alimentares. *Diretora da Faculdade Energia

Redação

Dados divulgados pela OCDE no documento “Education at a Glance 2019” dão conta de que apenas 33% dos estudantes brasileiros que ingressam numa Instituição de Ensino Superior se formam dentro da duração esperada do curso. Mas o que acontece com quase 70% dos alunos que foram selecionados em concursos, muitas vezes disputadíssimos, ocuparam a cadeira de outro estudante e desistiram no meio do caminho?

O papel da governança

MARIA HELENA KRÜGER *

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DIVULGAÇÃO

Telefones

organização e de reação diante das mudanças. O resultado direto é a mitigação da probabilidade de ocorrência dos riscos e a significativa redução das contingências. No desenvolver de uma política sob medida, é criado um ambiente de controle por meio do qual os riscos são identificados e classificados conforme a sua magnitude e probabilidade de ocorrência. A avaliação criteriosa permite definir o apetite e a tolerância da companhia, tomando por base não apenas a sua missão e visão, como também os interesses dos stakeholders. Dentro dessa perspectiva, a elaboração de normas e diretrizes ganha uma dimensão muito mais ampla, pois passa a incluir a fixação de objetivos e de melhores práticas para garantir o desempenho da sociedade e a melhor alocação de recursos. Através da informação, da comunicação e do monitoramento, promove-se uma administração organizada que contribui para criação de uma estrutura autogerenciável. Órgãos como o Conselho de Administração e o Conselho Consultivo atuam como elos de relacionamento entre os sócios e o restante da organização. Sua atuação visa à valorização da sociedade, a otimização e o retorno dos investimentos no longo prazo. Mais que isso,

Comercial

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Industrial: Diretoria:

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Fax:

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enquanto guardiões do objeto social, visam ao melhor interesse da companhia tendo em vista o seu direcionamento estratégico. A despeito da incontestável relevância para perenidade dos empreendimentos, o Dashboard de 2019 do Backer&McKenzie mostrou que 73% dos executivos brasileiros deixam de implementar uma política estruturada de gestão de risco por se preocuparem com a exposição aos padrões e procedimentos éticos. Destes, 53% afirmaram que deixam de falar abertamente sobre o assunto para evitar chamar atenção para as falhas da companhia. Contudo, estruturar e implementar a Governança Corporativa significa valer-se da ferramenta para proteger o ambiente interno e externo. Além disso, ao prezar pela conformidade legal dos procedimentos organizacionais agrega-se valor e gerenciam-se os incidentes. Levando à conclusão necessária de que: correr riscos é necessário para inovar e conquistar objetivos mais ambiciosos. Porém, é o gerenciamento eficiente, orientado para a identificação de oportunidades e redução das contingências, o verdadeiro responsável por proporcionar a vantagem competitiva. *Advogada de Negócios na Lacerda, Diniz, Sena Advogados

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BELO HORIZONTE, SÁBADO, 4, A SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2020

ECONOMIA

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NAZANIN TABATABAEE - REUTERS

RELAÇÕES EXTERIORES

Escalada da tensão no Oriente Médio pode afetar o mercado interno Entre os possíveis cenários está uma recessão global

JULIANA SIQUEIRA

Uma recessão mundial. Essa pode ser uma das consequências mais graves para a economia caso os conflitos no Oriente Médio se agravem ainda mais. Na sexta-feira (3), quando um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá, no Iraque, matou o general Qassem Soleimani, o preço do petróleo já havia apresentado crescimento. Somente na primeira hora após a divulgação da morte do líder iraniano, a alta do produto no mercado internacional já havia chegado a 4%. No entanto, embora, na pior das hipóteses, um cenário econômico desastroso possa vir pela frente na opinião de alguns especialistas consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, outros já afirmam que é cedo para falar qualquer coisa. E mais: pode ser até que certas situações melhorem por um período, segundo o presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. “Teoricamente, em um primeiro momento, a situação pode beneficiar o País. Brasil e Estados Unidos são dois grandes fornecedores mundiais de commodities, sobretudo do agronegócio. Os EUA têm uma presença muito marcante naquela região. Agora, pode haver certo afastamento dos EUA por parte dos árabes, o que os fariam buscar novos mercados, como o Brasil”, diz ele. No caso específico de Minas Gerais, destaca José Augusto de Castro, o Estado poderia se beneficiar com exportações de produtos como soja e milho, por exemplo. Para se ter uma ideia, entre janeiro e novembro do ano passado, os embarques mineiros para o Oriente Médio movimentaram US$ 1,541 bilhão, de acordo com dados do Ministério da Economia. Já em relação ao minério de ferro, produto abundante em Minas Gerais, não deve haver impactos, uma vez que, destaca o presidente da AEB, alguns dos países que mais importam o produto são China, Malásia e Japão.

Porém, tudo ainda é muito incerto nesse cenário. “É cedo para falar. Dependendo da extensão do ocorrido, pode ser que as cotações de commodities caiam, que o petróleo suba mais, que o mundo desacelere economicamente. Pode haver até mesmo uma recessão em hipóteses mais drásticas”, afirma José Augusto de Castro. A mesma visão de cautela em relação ao assunto foi dada por Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. De acordo com ele, até o momento, há mais perguntas do que respostas. Não se sabe ao certo quais serão os desdobramentos do ataque, embora, frisa ele, o acontecimento tenha sido, sim, bastante significativo. “Há um cenário ainda

muito aberto. O mercado teve uma posição mais pragmática com isso tudo: ainda não teve uma reação. Hoje, sexta-feira (dia do ataque), está sendo um dia normal de mercado”, salienta ele. Preocupação - Embora em um primeiro momento as coisas ainda estejam nos eixos, o professor dos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), Robson Gonçalves, frisa que a preocupação se dará se houver um agravamento da situação política. Com isso, o preço do barril do petróleo pode continuar em um patamar elevado, acarretando uma série de consequências. “Se a Petrobras mantiver a política de repasse dos últimos anos, poderá haver novos aumentos de preços

Agravamento da crise no Oriente Médio pode resultar em escalada nos preços do petróleo

da gasolina, dos derivados de petróleo, o que afeta o transporte urbano e custos de frete, por exemplo, resultando em um impacto inflacionário. A inflação brasileira está em um nível baixo, haveria espaço, mas o aumento é sempre indesejado”, afirma. Além disso, a situação no Oriente Médio, segundo ele,

pode ser mais um elemento que provoque incerteza no mercado, gerando a redução de entradas de capitais no Brasil e até mesmo atrapalhando a retomada do crescimento no País. A fuga de capitais também foi algo destacado pelo Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, caso a situação se agrave

no Oriente Médio. “Em momentos de incertezas, os grandes investidores gostam de colocar dinheiro onde não se corre risco algum”, diz ele. No entanto, o profissional conclui que “os mercados estão em um compasso de espera. No montante geral, as coisas ainda não se agravaram”.

Petrobras vai aguardar para anunciar reajustes

São Paulo - O mercado diz acreditar que a Petrobras vai esperar antes de definir por reajustes nos preços dos combustíveis para responder à escalada das cotações internacionais após o assassinato do general iraniano Qassim Soleimani na madrugada de sexta-feira (3). A cotação do petróleo Brent, negociado em Londres, chegou a subir mais de 4% no início do pregão, diante de temores de que a instabilidade no Oriente Médio tenha impactos na oferta global. A expectativa é que a companhia tenha a mesma postura adotada depois dos

ataques a refinaria na Arábia Saudita, em setembro, quando esperou por dois dias a definição de novos patamares de preços. Naquela ocasião, o preço da gasolina subiu 3,5% e o do diesel, 4,2%. “O [presidente da Petrobras] Roberto Castello Branco mudou a política de reajustes diários e deve esperar mais um pouco para ver como se comportam os preços internacionais”, diz o analista Pedro Galdi, da Mirae Asset Wealth Management. “Acho que a Petrobras deve aumentar seus preços no início da próxima semana, quando estiver estabe-

lecido novo patamar, sem muita especulação”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo. A Petrobras reajustou a gasolina pela última vez no dia 27 de novembro, com alta de 4%. Já o preço do diesel foi elevado em 3% no dia 21 de dezembro - foi o terceiro aumento em pouco mais de um mês. Segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), na semana antes do Natal os preços dos dois produtos custavam mais caro nas refinarias da Petrobras do que no mercado internacio-

nal. Araújo diz que hoje, no entanto, não há mais margem. Em entrevista na manhã de sexta, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu que os preços estão altos e admitiu que deve haver impactos da escalada das cotações do petróleo. Ele afirmou que conversaria com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente da Petrobras sobre o tema. A política de preços da estatal prevê o acompanhamento de um conceito conhecido como paridade de importação, que inclui as cotações internacionais do petróleo, a taxa de câm-

bio e custos para trazer os produtos ao País. Para o analista da Oanda Edward Moya, as cotações do Brent devem ultrapassar os US$ 70 (R$ 283, ao câmbio atual) na semana que vem e pode se manter nesse patamar, já que o mercado pode começar a trabalhar com a possibilidade de conflito militar “limitado” nas próximas semanas. O cenário tornaria inevitável um reajuste nos preços internos dos combustíveis. A manutenção do petróleo em patamares mais altos, diz Galdi, gera inflação e pode alterar planos dos bancos centrais ao redor do mundo. (Folhapress)

Bolsonaro: Brasil não deve tirar proveito de conflito

São Paulo - O Brasil é a favor de qualquer medida que combata o terrorismo em qualquer lugar do mundo, disse na sexta-feira (3) o presidente Jair Bolsonaro ao ser indagado sobre a posição do País em relação ao ataque feito por militares dos Estados Unidos no Iraque que matou o principal general do Irã, Qassem Soleimani.

Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro afirmou que o Irã tem perdido apoio no Oriente Médio e disse torcer para que as tensões entre Washington e Teerã se resolvam já que, avaliou, o Brasil não tem nenhum proveito a tirar de um eventual conflito. “Nós somos favoráveis a qualquer medida que

combata o terrorismo pelo mundo”, disse o presidente ao ser indagado sobre o ataque ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em Bagdá, que matou Soleimani, comandante da tropa de elite da Guarda Revolucionária iraniana. “Nós sabemos a posição do Irã perante o mundo,

o que os árabes pensam a respeito do Irã e como os apoios, ou melhor, o abandono de apoio em relação ao Irã vem acontecendo nos últimos anos. Então acompanhamos isso, não podemos concordar em grande parte com o que acontece lá, mas temos uma posição de uma certa equidistância”, acrescentou.

Bolsonaro não quis revelar se conversou com Trump, de quem é declaradamente admirador, após o ataque determinado pelo presidente dos EUA. O presidente disse torcer para que a situação se resolva e afirmou que, em caso de um eventual conflito, haverá perdas para todo o mundo, incluindo o Brasil. (Reuters)

MINERAÇÃO

Minas perde a liderança na arrecadação da Cfem

MARA BIANCHETTI

Historicamente o maior produtor mineral e o maior recolhedor da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), Minas Gerais, pela primeira vez, perdeu a liderança nacional na receita com os royalties da mineração. Segundo dados preliminares da Agência Nacional de Mineração (ANM), enquanto a arrecadação em Minas somou R$ 1,834 bilhão, o Pará recolheu R$ 2,192 bilhões no decorrer do ano passado. Minas Gerais apresentou uma participação de

40,72% do total recolhido em 2019 no País, enquanto a contribuição do Pará chegou a 48,67%. Ao todo, a arrecadação brasileira no exercício passado somou R$ 4,503 bilhões. A perda da liderança por Minas Gerais pode ser justificada pela combinação de dois fatores: o aumento na produção de minério de ferro no Projeto S11D, localizado em Carajás, e o cenário de menor produção extrativa em terras mineiras, desde o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ocorrido há quase um ano.

De qualquer forma, o valor recolhido por Minas Gerais aumentou 39,89% em relação a 2018, quando os royalties da mineração pagos ao Estado chegaram a R$ 1,311 bilhão. Apesar da queda na produção extrativa mineira, o contexto internacional, com aumento do câmbio e da cotação do minério de ferro, foi determinante para o crescimento da arrecadação em Minas. O dólar, por exemplo, iniciou 2019 cotado a R$ 3,80 e encerrou o exercício acima dos R$ 4,00. Já o minério de ferro no mercado internacional fechou o ano com valorização de 26,7%,

sendo comercializado a US$ 92,13 a tonelada. Trata-se do maior valor ao fim de um ano desde 2013, quando atingiu a marca de US$ 134,69 a tonelada. Quando considerados os recolhimentos da Cfem no Estado no último mês de 2019, também houve elevação. Ao todo foram R$ 143 milhões contra R$ 130 milhões em dezembro de 2018. Isso significa uma diferença de 10% entre os períodos.

Lima, Congonhas, Itabira, Conceição do Mato Dentro e Brumadinho, apresentou aumento na arrecadação da Cfem no acumulado do último ano. Com base nas informações da ANM, Congonhas, na região de Campo das Vertentes, foi responsável pelo maior volume arrecadado da Cfem no Estado, em 2019, com R$ 248 milhões. No ano anterior o montante chegou a R$ 172 milhões, o que significa um aumento de 44%. Municípios - Além disso, a Itabira, na região Central, maioria das cidades-sede apareceu logo em seguida, da atividade mineradora com R$ 241 milhões no peno Estado, entre elas Nova ríodo de janeiro a dezembro

de 2019 em Cfem. Um ano antes foram R$ 171 milhões. Assim, foi registrado crescimento de 40%. Nova Lima (RMBH) recolheu R$ 197 milhões. Em 2018 o valor foi de R$ 172 milhões, ou seja, houve alta de 14% entre os exercícios. Por fim, Brumadinho, na RMBH, município onde houve o rompimento de uma barragem da Vale, no início do ano passado, somou R$ 72 milhões em royalties da mineração no ano passado. No exercício anterior, o valor arrecadado pelo município foi de R$ 62 milhões, representando um aumento de 16%.


BELO HORIZONTE, SÁBADO, 4, A SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2020

ECONOMIA

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INVESTIMENTOS

Mercado de ações deve ser positivo em 2020

Juros baixos devem reduzir a rentabilidade em algumas aplicações e a bolsa pode ser a opção dos investidores JULIANA SIQUEIRA

Um novo cenário econômico no Brasil tem feito com que investidores busquem caminhos alternativos e, até então, menos explorados por uma grande parcela da população. Conforme destaca Carolynne Mariano, especialista em investimento da Redoma Invest, diante de uma realidade em que a rentabilidade com os juros está mais baixa, o mercado de ações pode se tornar muito próspero em 2020. “O brasileiro que tem dinheiro para investir ou vai ficar confortável no CDI ou vai ter que tomar risco de alguma forma, como em ações ou fundos multimercados”, ressalta ela. Mas, afinal de contas, dentro do mercado de ações, quais serão os setores mais promissores em 2020? Quais fatores deverão contribuir para esse positivo cenário em alguns segmentos? Especialistas contaram ao DIÁRIO DO COMÉRCIO o que deverá ser destaque neste novo ano. Carolynne Mariano res-

salta como promissores os setores ligados à economia local, como as siderúrgicas e as metalúrgicas, que tendem a se beneficiar com o aumento do consumo. Além disso, outro segmento que deverá mostrar frutos positivos em 2020, diz ela, é o da construção civil, com uma retomada na oferta de imóveis. “A gente vê um reaquecimento até por parte dos bancos”, pontua a especialista em investimentos, lembrando dos juros a níveis historicamente baixos. “Os bancos estão dando créditos a taxas mais baixas”, salienta. O coordenador do MBA de Gestão de Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, concorda que o setor de construção civil deverá ser promissor em 2020. Além disso, o profissional acrescenta também “um bom desempenho das empresas exportadoras, que se dedicam à exportação do agronegócio. Provavelmente, elas vão fazer bons negócios no ano que vem”, afirma ele. Para o coordenador, é possível já observar 2020 com

REUTERS/AMANDA PEROBELLI otimismo. “As bases estão colocadas para que a gente possa ter um bom crescimento da nossa economia, dentro das possibilidades”, afirma ele, frisando que é importante “sempre ter cautela para que todos possam lucrar”. A planejadora financeira Virginia Prestes também ressalta o setor da construção como um dos mais promissores “Com a reforma trabalhista, já se pode ver o nível de emprego melhorar. A população com mais dinheiro e melhores possibilidades de financiamento deve voltar às compras”, salienta. Virginia Prestes também destaca como ações promissoras na bolsa no ano que vem aquelas de empresas ligadas à infraestrutura e ao consumo. “Os varejistas que brilharam em 2019 também devem continuar indo bem em 2020”, pontua. De acordo com a planejadora financeira, ainda, “tudo indica que a bolsa deve continuar batendo recordes”. (Mais informaçõe sobre o assunto Especialistas apontam que o setor da construção civil deve ter resultados positivos em 2020 na página 9)

SETOR ELÉTRICO

Furnas pode gerar energia fotovoltaica em Minas Rio - A partir da instalação de um sistema de geração de energia solar fotovoltaica no entorno e no reservatório da Usina Hidrelétrica de Itumbiara, no rio Paranaíba, Furnas Centrais Elétricas vai estudar como este tipo de unidade pode ampliar o tipo de energia produzida. “É uma usina para estudos”, salientou na sexta-feira (3), em entrevista à Agência Brasil, o gestor técnico da Gerência de Pesquisa, Serviços e Inovação Tecnológica de Furnas, Jacinto Maia Pimentel. Itumbiara é a maior usina do Sistema Furnas e fica localizada entre os municípios de Itumbiara, em Goiás, e Araporã, em Minas Gerais. O projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de Furnas vai trabalhar também com o armazenamento de energias sazonais e intermitentes em sistemas de hidrogênio e eletroquímico. “Vamos armazenar energia gerada através da fonte solar, porque ela só pode ser gerada durante o dia. Para buscar ter um período maior de fornecimento de energia de origem solar, a gente armazena”, disse Pimentel. Esse armazenamento é feito em baterias de alta capacidade e também através de hidrogênio, “gás que volta para fazer a geração de energia elétrica”. Essas são as duas formas de armazenamento que serão testadas no projeto.

Em andamento - O projeto básico já foi iniciado e deve ser concluído em 32 meses. “Estamos com 16 meses, no meio do projeto em termos de prazo”, revelou o gestor técnico. O projeto prevê investimentos de R$ 44,6 milhões da carteira de P&D de Furnas e é resultado de parceria com a empresa Base-Energia Sustentável, associada à Universidade Estadual Paulista (Unesp), à Universidade de Campinas (Unicamp), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Goiás (Senai-GO), à Universidade de Bradenburgo (Alemanha) e à PV Solar. Jacinto Maia Pimentel informou que a Universidade de Bradenburgo tem experiência no armazenamento de hidrogênio. “Isso facilita a nossa rota tecnológica porque (significa) trabalhar com quem já tem experiência; a gente não fica reinventando o que já foi trabalhado. A gente já vai trabalhar daquele ponto para a frente”, disse. Pimentel destacou que o projeto executivo já está pronto e com a aquisição de equipamentos de alta tecnologia realizada e em fabricação nas indústrias. Agora, vai começar a fase de implantação da planta de energia solar no solo. “São duas fontes de geração solar fotovoltaica. Uma no solo e

outra será flutuante, no reservatório”, contou. A planta do solo já tem todo o sistema de suporte dos módulos fotovoltaicos montado. Esses módulos são importados da China e até o final deste mês já estarão na usina. Testes finais - Em junho, Furnas espera realizar o comissionamento, isto é, os testes finais de toda a planta para colocá-la em operação. Serão testados todos os equipamentos e a interligação entre eles, para trabalhar em conjunto, salientou Pimentel. Com isso, a previsão é que até o final de junho, a usina estará funcionando dentro da sua capacidade, permitindo que se iniciem estudos de utilização dessa energia, juntamente com a energia hidrelétrica de Itumbiara. A perspectiva é que, se tudo der certo, esse sistema de geração de energia solar e hidrelétrica poderá ser implantado em outras usinas de Furnas pelo Brasil. “Furnas já estuda uma forma de utilizar as áreas de suas usinas e seus reservatórios para gerar energia solar também”, disse. Monitoramento - Pimentel informou que Furnas já tem instalados em todas as suas usinas sistemas de irradiação solar. A empresa está monitorando para

verificar, no futuro, onde é mais propícia a instalação desse tipo de unidade. Ao contrário do projeto da Usina de Itumbiara, em que a energia solar gerada não será comercializada, a parte de energia solar das outras usinas de Furnas “já é uma veia comercial realmente”, confirmou o gestor. De acordo com exigência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o monitoramento deve ser executado no prazo de um ano. Pimentel estimou que até o meio deste ano, algumas

usinas de Furnas já terão concluído o monitoramento. Isto permitirá à empresa entrar, futuramente, nos leilões para ofertar a energia solar. Furnas deverá priorizar as usinas que mostrem maior rentabilidade, completou o gestor técnico.

da à energia fotovoltaica), dos quais 200 kWp serão provenientes das placas localizadas no reservatório da usina, que serão interligados aos 800 kWp das demais placas instaladas em solo. A UHE Itumbiara foi escolhida por apresentar os melhores índices para geração solar em Melhores índices - A energia relação às demais usinas do solar que será gerada pela sistema Furnas e por deter usina fotovoltaica será desti- um reservatório adequado nada ao Sistema de Serviços para a instalação dos paiAuxiliares da usina hidrelé- néis fotovoltaicos flutuantes, trica. Essa energia totalizará esclareceu a empresa, por 1000 kWp (quilowatts pico, meio de sua assessoria de unidade de potência associa- imprensa. (ABr)

Usina Angra 1 bate recorde em 2019 Brasília - A Usina nuclear Angra 1 teve, em 2019, a maior produção de sua história. A unidade gerou 5.546.164 megawatts-hora (MWh), superando sua melhor marca, obtida em 2012 (5.395.561 MWh). Segundo a companhia, é energia suficiente para abastecer por um ano uma cidade com mais de 2,3 milhões de habitantes, como Belo Horizonte ou Fortaleza (CE). O superintendente da unidade, Abelardo Vieira, informou que, além

da produção, Angra 1 permaneceu conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por 361 dias em 2019 e atingiu um fator de capacidade de 98,21%, o maior entre todas as geradoras de energia elétrica do país, independentemente da fonte. “Seria impossível atingir esta marca sem a dedicação e o profissionalismo não só do pessoal de Angra 1, mas de todo o corpo funcional da Eletronuclear”, afirmou. O presidente da empresa, Leonam Guimarães,

também falou sobre a produção da usina. “Angra 1 alcançou resultados muito expressivos nos últimos 10 anos e, hoje, é uma das melhores usinas do seu tipo em todo o mundo. Esse resultado é fruto do trabalho que vem sendo realizado, por toda a Eletronuclear, de modernização dos equipamentos e sistemas da usina, visando à extensão de sua licença de operação por mais 20 anos”, explicou. (ABr)

SEGURO OBRIGATÓRIO

AGU vai recorrer de decisão que retoma o Dpvat

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro disse na sexta-feira (3) que respeita decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), mas antecipou que a Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer da decisão do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, de suspender a redução dos valores a serem pagos na contratação do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores

de Via Terrestre (Dpvat). “No momento, essa questão está judicializada. A AGU vai recorrer porque está aí para defender o governo. Conversei com André Mendonça [advogado-geral da União], que vai questionar essa questão no Supremo”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio do Alvorada. Por meio da Medida Provisória 904/2019, editada em novembro do ano passado,

o governo federal tentou, em um primeiro momento, extinguir o pagamento do Seguro Dpvat, contribuição obrigatória destinada a cobrir gastos de acidentes causados por veículos. A MP foi então alvo da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6.262, proposta pela Rede, sob o argumento de que os recursos são utilizados para proteção social de vítimas de aciden-

tes de trânsito no Sistema Único de Saúde (SUS). O partido também alegou que não há urgência e relevância na matéria para justificar a edição por meio de medida provisória. Por 6 votos a 3, a maioria dos ministros do STF decidiu, no dia 19 de dezembro, suspender a MP. O governo adotou o Plano B de reduzir o Dpvat, em vez de extingui-lo.O Conselho Nacional de Seguros Priva-

dos (CNSP), então, aprovou uma redução de 67,7% e de 85,4% no valor do DPVAT de 2020 para carros e motos, respectivamente. No dia 31, em nova deci-

são, o ministro Dias Toffoli suspendeu também a redução dos valores a serem pagos na contratação do seguro, que tinha previsão de vigorar a partir de 1º de janeiro. (ABr)

COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS SERVIDORES DA FUNDAÇÃO HOSPITALAR E EMPREGADOS DOS ESTABELECIMENTOS HOSPITALARES DE BELO HORIZONTE, REGIÃO METROPOLITANA E ZONA DA MATA LTDA CNPJ:19.402.130/0001-89 - NIRE N°31 400016082 CECREF INFORMA: A Diretoria Executiva da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores da Fundação Hospitalar e Empregados dos Estabelecimentos Hospitalares de Belo Horizonte, Região Metropolitana e Zona da Mata Ltda., informa que o reajuste anual, conforme previsto em contrato do plano de saúde Unimed, códigos 0178191, 0178193, 0063096, 0064820, 0061364, 0063097, 0065036 e 0066496 Unimax, Unimaster, Unipart será de 3,5% (três vírgula cinco por cento). O valor da Coparticipação e o valor do plano Odontológico não sofrerão reajuste. Para os contratos de serviço de transporte Aeromédico haverá redução na mensalidade, a partir de janeiro de 2020, que passa para R$2,55. Belo Horizonte, 03 de janeiro de 2020. (a) Marilene R. R. Póvoas - Diretora Coordenadora


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BELO HORIZONTE, SÁBADO, 4, A SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2020

AGRONEGÓCIO

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SETOR SUCROENERGÉTICO

RenovaBio deve estimular investimentos

Usinas certificadas poderão emitir e comercializar créditos de Descarbonização (CBIOs) no mercado PAULO WHITAKER/REUTERS

MICHELLE VALVERDE

O início da Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, traz boas expectativas para o setor sucroenergético de Minas Gerais. O mecanismo de descarbonização, através do uso de energias renováveis na matriz para o setor de transporte, tende a estimular os investimentos nas usinas produtoras de biocombustível para se tornarem mais eficientes. Além disso, as usinas que estiverem certificadas poderão emitir os créditos de Descarbonização (CBIOs) e vendê-los no mercado, gerando mais uma fonte de renda. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão responsável O RenovaBio estabelecerá metas nacionais anuais de descarbonização para incentivar a produção de biocombustíveis pela aprovação da certificação das empresas, o princi- Sucroenergéticas de Mi- cação. Até 17 de dezembro, comprovar o cumprimen- o RenovaBio, em termos pal instrumento do Reno- nas Gerais (Siamig), Mário no Brasil, 219 produtores to de metas individuais de pegada ambiental, os vaBio é o estabelecimento Campos, as expectativas de biocombustíveis haviam compulsórias por meio da processos produtivos das empresas produtoras de de metas nacionais anuais em relação ao programa entrado com as solicitações compra dos CBIOs. biocombustível serão avade descarbonização para o são positivas. Com adesão de certificação na ANP, setor de combustíveis, com voluntária ao projeto, em destes somente seis já foram Eficiência - “Ainda não liados e a que tiver maior sabemos qual será o valor eficiência seja em produtio objetivo de incentivar o Minas Gerais, das 31 usi- aprovados. nas em funcionamento, 24 As usinas de cana que do CBIOs, vai depender vidade ou maior utilização aumento da produção e da já pediram a certificação obterem a certificação e do mercado. O conceito do de biodiesel no processo, participação de biocombustíveis na matriz energética para ingressar no projeto. A forem aprovadas pela ANP processo é interessante para por exemplo, emitirá mais expectativa é que ao longo poderão emitir os CBIOs e promover a descarboniza- CBIOs”, explica. de transportes do País. Ainda conforme Campos, Segundo o presidente do ano, as demais unidades vendê-los. Já as distribuido- ção ainda maior da matriz Associação das Indústrias também busquem a certifi- ras de combustíveis deverão de transporte do Brasil. Com caso os CBIOs tenham um

valor expressivo no sentido de estimular a maior eficiência, haverá um avanço importante do setor sucroenergético de Minas Gerais. “Ao vender os CBIOs, as empresas vão estar motivadas e incentivadas a procurar um processo produtivo mais eficiente e, desta forma, com custo menor, poderemos oferecer ao mercado um produto com custo mais em conta para o consumidor. Essa foi a nossa ideia, quando o governo começou a trabalhar a política e o setor participou com sugestões para incentivar o consumo e a eficiência na produção”, argumenta. Campos ressalta que a política de biocombustíveis também tem o objetivo de reduzir a dependência do País em relação à importação de combustíveis, o que com a retomada da economia tende a aumentar. “A política do RenovaBio não veio somente para limpar a matriz de transporte, mas também para substituir esse provável produto que seria importado. Ele tem o objetivo de ocupar o gap entre produção de derivados do petróleo e demanda”, destaca.

Consumo de etanol hidratado cresce 30,5% em Minas Em Minas Gerais, o consumo de etanol hidratado continua em alta. De acordo com os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em novembro, foram consumidos no Estado, 284,9 milhões de litros de etanol hidratado. No acumulado do ano até novembro, a demanda pelo biocombustível ficou 30,5% superior à registrada em igual período de 2018 e somou 2,88 bilhões de litros. “Este foi o terceiro mês consecutivo que, em litragem, o etanol hidratado ultrapassou

a gasolina C. A projeção é que, no Estado, em 2019, o consumo alcance 3,1 bilhões de litros de etanol, o que será recorde. Em 2018, encerramos com um consumo de 2,48 bilhões de litros e somente nos primeiros 11 meses de 2019 já registramos um volume de 2,88 bilhões de litros”, disse o presidente Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos. Com a demanda em alta, a produção mineira de etanol hidratado, em 2020, tende a crescer,

impulsionada, principalmente, pela reativação das atividades de duas usinas no Estado, a CRV Industrial, em Capinópolis, e a Usina Canápolis, em Canápolis, ambas no Triângulo. Cada usina deve moer em torno de 800 mil a 900 mil toneladas de cana em 2020. “Estamos com duas plantas para entrar em produção em 2020 e a expectativa é que a produção do biocombustível, no Estado, fique maior, alcançando o volume que foi consumido em 2019. Além da reativação

das unidades, muitas empresas do setor estão investindo e a tendência é que a produção de etanol seja ampliada. Outro fator que deve contribuir para uma maior produção é o desenvolvimento da cana para a safra 2020/21, que até o momento, está favorável”, avalia. No acumulado da safra 2019/20 de cana-de-açúcar, até 16 de dezembro, a produção em Minas Gerais totalizou 66,9 milhões de toneladas de cana esmagadas, 8% acima do volume registrado no mesmo perí-

odo da safra 2018/19, quando haviam sido processadas 62,1 milhões de toneladas de cana. A produção acumulada de açúcar totalizou 3,12 milhões de toneladas, um aumento de 3% em comparação com a safra passada. A produção total de etanol cresceu 11% em relação à safra anterior, com 3,5 bilhões de litros produzidos. A produção de etanol hidratado chegou a 2,5 bilhões de litros, alta de 6%. O mix da produção acumulado está mais alcooleiro, 65% contra 63% da safra anterior. (MV)

POLÍTICA NACIONAL

Produção de flores ornamentais pode ter incentivo

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado aprovou um projeto de lei que cria a Política Nacional de Incentivo à Cultura de Flores e de Plantas Ornamentais de Qualidade. A proposta, que busca estimular a produção e a comercialização desses produtos no Brasil e no exterior, agora segue para votação no plenário. A nova política terá como diretrizes a sustentabilidade econômica e socioambiental da atividade, bem como o aproveitamento da diversidade cultural, ambiental, de solos e de climas do país. O projeto também pretende se adequar às peculiaridades e às diversidades de cada região do Brasil e estabelece que as ações serão articuladas entre os entes públicos federais, estaduais e municipais e o setor privado. A notícia agradou os pesquisadores da Empresa de

Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa (PEP) em Floricultura, Simone Reis, esse é um momento muito importante para os envolvidos no setor, uma vez que o projeto prevê apoio a todos os elos da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais. “A floricultura já mostrou sua força e potencial de crescimento nos últimos anos. Podemos perceber que o poder público está procurando conhecer e apoiar ainda mais essa atividade”, destaca Simone Reis. O PEP de Floricultura concentra suas atividades no Campo Experimental Risoleta Neves, no município de São João del-Rei, na região Central de Minas. No local são desenvolvidas pesquisas com rosas, a flor mais cultivada e comercializada do mundo; copo-de-

-leite; espécies tropicais, como bastão do imperador, antúrio e sorvetão; palma-de-santa-rita e flores comestíveis. Ainda de acordo com a coordenadora, a floricultura pode ser explorada em todo território mineiro. Além de se adequar à agricultura familiar, a atividade pode promover a diversificação e o aumento de renda em propriedades já ocupadas por outras culturas. “Acreditamos que com a aprovação da lei de incentivo a floricultura as instituições de pesquisa poderão ser beneficiadas por meio de editais específicos para atender as demandas do setor. Assim que as oportunidades surgirem a Epamig vai buscar a aprovação de projetos para difusão de tecnologias”, conclui a pesquisadora.

em pesquisas com espécies comestíveis. Para 2020, a equipe do Campo Experimental Risoleta Neves pretende dar continuidade ao projeto de produção agroecológica de flores comestíveis. Outra iniciativa, que começará em breve, enxerga a floricultura como opção de diversificação e aumento de renda para cafeicultores no Campo das Vertentes. A Epamig também apoiará a realização do 1º Encontro Regional Sudeste de Floricultura e Plantas Ornamentais, que acontecerá em março de 2020 na Universidade Federal de Lavras (Ufla). A preocupação com a sustentabilidade já é uma realidade no mercado da floricultura. As pesquisas desenvolvidas pela Epamig são voltadas para atender esse aspecto cada Espécies comestíveis – A vez mais demandado pelos Epamig planeja avançar consumidores. A fim de

DIVULGAÇÃO

A floricultura tem grande potencial de crescimento em MG

obter flores de qualidade, a empresa estuda maneiras de promover a nutrição equilibrada das plantas, para reduzir o uso de adubos químicos e utilizar produtos alternativos para fornecer todos os nutrientes necessários. Para o controle de pragas, a Epamig já obteve resultados promissores com o uso de plantas com flores para conservação e aumento da população

de inimigos naturais de roseiras. Já com relação às flores comestíveis, a população precisa ser bem orientada quanto às espécies que podem ser ingeridas, pois várias plantas possuem flores tóxicas. A empresa publicou uma cartilha para identificação das espécies de flores que podemos usar na alimentação humana. (As informações são da Agência Minas)


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ESPORTE

Cruzeiro recorre a práticas de gestão privada

Clube vive a maior crise da sua história e terá que passar por uma profunda reestruturação administrativa MARA BIANCHETTI

O Cruzeiro Esporte Clube, que vive a maior crise de sua história, e vai disputar a série B do Campeonato Brasileiro em 2020, recorre a práticas da gestão privada em busca de sua reestruturação. Para isso, nomes conhecidos do setor empresarial mineiro, como Saulo Fróes (Lokamig Rent a Car), Vittorio Medioli (Grupo Sada), Pedro Lourenço (Supermercados BH) e Emílio Brandi (Nova Safra), administram o clube interinamente desde o fim do ano passado, até que uma nova diretoria seja eleita, nos próximos meses. Juntos com outros conselheiros, eles formam o Núcleo Dirigente Transitório e atuarão de maneira voluntária na gestão do time até a eleição da nova diretoria, que deve ser realizada em maio. O grupo já trabalha com ações emergenciais, que inclui a possibilidade de um plano de recuperação judicial, cuja intenção maior é profissionalizar 100% a gestão, transformando o Cruzeiro em clube-empresa, tornando-o sustentável pelas próximas décadas. A prática já é comum entre os times europeus e o Botafogo aprovou, no fim de dezembro, em Assembleia Geral, a mudança estatutária para que o time carioca adote o modelo de gestão. As dívidas do alvinegro chegam a R$ 759 milhões. Da mesma maneira, o Cruzeiro também precisará formalizar o processo, levando a proposta à avaliação do Conselho e alterando o estatuto do clube. Neste caso, as dívidas quase R$ 700 milhões, os atletas acumulam mais de três meses de salários atrasados e não há recolhimento do Fundo

de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outras bonificações. Com isso, dois jogadores já acionaram o clube na Justiça: Thiago Neves e Fabrício Bruno. Enquanto a mudança não ocorre na prática, os empresários do novo Conselho Gestor aplicam as receitas de sucesso de suas empresas no projeto intitulado “Novo Cruzeiro”. Para isso, expertises de empresas mineiras de sucesso como Lokamig, Grupo Sada, Supermercados BH, Nova Safra, Frigorífico Uberaba e Aethra estão sendo agregadas à gestão do clube, em uma força-tarefa para reerguê-lo. Saulo Fróes é o presidente do grupo, Vittorio Medioli é o vice-presidente, Pedro Lourenço lidera o departamento de futebol e Emílio Brandi está à frente da administração e do financeiro. Além disso, Carlos Ferreira, dono do Frigorífico Uberaba, cuida dos setores de informática e social, e Pietro Sportelli, fundador da Aethra, dirige o setor de patrimônio. Vale dizer, porém, que Aquiles Diniz (fundador do Banco Intermedium, hoje Banco Inter) e Sportelli recusaram o convite de integrar formalmente o Conselho Gestor, mas seus nomes constam no organograma do novo comando do time. Ações - Entre as medidas tomadas até então, houve, por exemplo, o corte de cerca de 30 conselheiros remunerados pelo clube e a demissão de dezenas de funcionários. Em nota, o departamento de comunicação afirmou que “no esforço de resgatar o clube do desequilíbrio financeiro, todas as medidas necessárias serão tomadas para

VINNICIUS SILVA - DIVULGAÇÃO

apresentar um plano de sustentabilidade econômica e exitosa visando um imediato retorno do time à série A”. Em entrevista coletiva, no mês passado, o diretor-executivo do clube, Vittorio Medioli, explicou que a transformação do Cruzeiro em clube-empresa foi uma a possível solução discutida pelos diretores interinos na primeira reunião formal do grupo. “Existe uma legislação já aprovada na Câmara Federal e que deve passar no Senado, que permite a recuperação judicial do Cruzeiro. Tem um Cruzeiro de 99 anos e tem um Cruzeiro que vamos preparar para ter 200 anos de glória, mas profissionalizando. Deixando essa figura de clube, e montando uma empresa, uma S/A, com ações que até os torcedores poderão comprar”, sugeriu. Conforme Medioli, o projeto será pautado pela Entre as principais ações na reconstrução do Cruzeiro está a transformação em clube-empresa transparência, algo que teria DIVULGAÇÃO faltado nas administrações passadas. “Se tivesse tido transparência nos últimos anos, a própria torcida e o público em geral, teriam tomado ciência que certas coisas não são para serem feitas. O Cruzeiro está quebrado, tem de refundar o Cruzeiro. Essa fundação vai demorar dois, três anos. Daqui a três anos, o Cruzeiro vai ser uma empresa modelo em termos de gestão e resultados”, completou. Além disso, o Núcleo prevê uma auditoria nas contas do clube para responsabilizar as pessoas que causaram o rombo e a redução de salários, e mudanças no elenco para a temporada 2020, já que o orçamento do clube saiu de R$ 300 milhões em 2019 para R$ 80 milhões este ano. Conselho gestor formado no final do ano passado conta com empresários de sucesso

COSMÉTICOS

Natura & Co conclui processo de compra da Avon

São Paulo - A Natura & Co anunciou na sexta-feira (3) a conclusão da compra da Avon Products, em um negócio que criou o quarto maior grupo de beleza do mundo e avaliou a rival norte-americana de 130 anos em cerca de US$ 2 bilhões. Em comunicado, a Natura confirmou que a empresa combinada terá Roberto Marques como presidente-executivo do conselho de administração. O executivo comandou em 2017 a compra da rede internacional de lojas The Body Shop pela Natura e vai chefiar os esforços de integração com a Avon. As ações da Natura eram uma das poucas que subiam nesta sexta-feira, em meio a uma baixa generalizada do mercado por conta de preocupações com a situação no Oriente Médio após ataque norte-americano que matou importante autoridade no Irã. Mais cedo, o presidente-executivo da Avon Products, Jan Zijderveld, deixou a fabricante norte-americana de cosméticos, em sequência ao processo de venda da companhia. Com a aquisição da Avon,

a Natura criou quatro unidades operacionais, cada uma com seu presidente-executivo. A operação Natura & Co América Latina, que além da marca Natura e Avon reúne as bandeiras The Body Shop e Aesop, será liderada por João Paulo Ferreira. A presidente-executiva

da Avon, agora dentro da Natura & Co, será a romena veterana da companhia norte-americana Angela Cretu, sendo responsável pelas operações da marca fora da América Latina. O comando da The Body Shop continuará com David Boynton, o mesmo ocorre

com Michael O’Keefe na Aesop. A Natura recebeu aval de autoridades concorrenciais para a compra da Avon em 19 de dezembro e na ocasião havia estimado a conclusão da operação para esta sexta-feira. A companhia brasileira

anunciou a compra da Avon em maio do ano passado, em um negócio realizado por meio de troca de ações. Durante a tarde, o Grupo Natura anunciou que o conselho de administração da empresa aprovou a incorporação da Avon. A empresa informou que

os acionistas da Avon serão donos de 27,3% do grupo, enquanto os 72,3% restantes serão de posse dos acionistas da Natura. As ações do grupo saltavam 3,18% no momento em que as negociações foram paralisadas para divulgação do fato relevante. (Reuters)

RECURSO HUMANOS

Cenibra lança projeto para cuidar de saúde mental

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. Por isso, com o tema “Quem cuida da mente, cuida da vida”, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da Cenibra lançou a campanha “Janeiro Branco”. A programação é voltada

para a qualidade de vida dos empregados. Eles são orientados a reconhecer sinais de depressão entre os colegas, como a tristeza excessiva, a falta de esperança, a perda de interesse em atividades que antes traziam prazer e as modificações de apetite e hábitos de sono. Também é recomendado que o empregado busque ajuda quando necessário e apoie quem esteja precisando de ajuda, converse com os superiores sobre suas necessidades emocionais e pratique o autocuidado e a capacidade de se adaptar a novas situações.

Entre as ações desenvolvidas estão o Plantão Psicológico, a Corrida Rústica, a distribuição de material educativo e a apresentação da palestra “Ansiedade e Transtornos de Ansiedade”, que será ministrada pela especialista Lucinda Lanuza. Além disso, nos próximos meses estão previstas palestras sobre stress (março), depressão (maio) e Síndrome de Burnout (julho).

Ansiedade e transtorno - O Brasil sofre uma epidemia de ansiedade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno. O tabu em relação ao uso de medicamentos, entretanto, ainda permanece. No transtorno de ansiedade generalizada, as ma-

nifestações de ansiedade oscilam ao longo do tempo, mas não ocorrem na forma de ataques, nem se relacionam com situações determinadas. O sintoma principal é a expectativa apreensiva ou preocupação exagerada, mórbida. Além disso, a pessoa sofre de sintomas como inquietude, cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, insônia e sudorese. (Da Redação)

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NEGÓCIOS

8 DIVULGAÇÃO

INOVAÇÃO

Projetos que são relacionados aos ODS recebem apoio Impact Hub lança programa em BH MARA BIANCHETTI

Termina no dia 10 de janeiro o prazo de inscrição de projetos e iniciativas de negócios sociais que desejam receber apoio e subsídios do Impact Hub Belo Horizonte durante seis meses. Cinco propostas que estejam relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e representam minorias e diversidade serão selecionadas para que se desenvolvam como negócio e aumentem seu impacto no decorrer do ano que vem. De acordo com a Diretora do Impact Hub Belo Horizonte, Virgínia Alfenas, a Chamada de Impacto visa, justamente, apoiar

novos negócios sociais e empreendedores com olhar de inspiração, conexão e potencialidade a partir dos ODS. “Vamos apoiar até cinco projetos nesta primeira rodada e, em seguida, teremos outras. O suporte ocorrerá tanto na estrutura e modelagem do negócio quanto no fornecimento de estrutura de coworking e toda a riqueza de conteúdos e expertises da rede”, explicou. Para isso, o Impact Hub Belo Horizonte terá o apoio da Evoé e da Endeavor para viabilizar mentorias especializadas coletivas e individuais, bancas de acompanhamento e avaliação, além de todo apoio necessário para o desenvolvimento dos projetos e iniciativas selecionados.

Chamada de Impacto, lançada pela Impact Hub, vai apoiar até cinco empresas e terá apoio da Evoé e da Endeavor

Expectativa - A expectativa, segundo Virgínia Alfenas, é que pelo menos 50 propostas sejam inscritas. A lista com os selecionados sai até o fim de janeiro e o início das atividades está previsto para a primeira quinzena de fevereiro. “Muitas empresas não acreditam no potencial do

negócio sob o ponto de vista social, mas as atividades, na essência, possuem o propósito de impacto. São estes projetos que queremos atingir”, comentou. É que a comunidade Impact Hub aposta em um novo paradigma econômico no qual negócios e pessoas agem conscientemente para

criar um mundo justo e sustentável. Para isso, abriga e fortalece empreendedores sociais mundo afora. “Para nós, sucesso é o impacto positivo que criamos, por isso agimos de forma colaborativa para ampliar esse impacto e mudar o mundo. O sucesso não está apenas no retorno financeiro, mas

no impacto ambiental, social e cultural que as iniciativas promovem”, completou. Além disso, a comunidade apoia a construção de ecossistemas para impulsionar a colaboração e a inovação empreendedora em torno dos ODS por meio dos Impact Hubs, bem como parceiros e redes aliadas.

Empresa mineira é selecionada em programa da Petrobras SÉRGIO MORAES - REUTERS

MARA BIANCHETTI

A RZX Tecnologia, startup sediada em Itajubá, no Sul de Minas Gerais, está entre as sete selecionadas no primeiro edital do programa Petrobras Conexões para Inovação – Módulo Startups, realizado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). As empresas receberão de R$ 750 mil a R$ 1,5 milhão para transformar ideias em produtos e contarão com mentoria de negócios da instituição e técnica dos profissionais da estatal. De acordo com a assessoria de imprensa da Petrobras, a startup mineira selecionada receberá recursos para desenvolver soluções na área de wearables (tecnologias vestíveis). O projeto será desenvolvido pela RZX em cooperação com mentores técnicos da Petrobras e com o suporte de gestão administrativa do Sebrae. Além disso, a startup poderá desenvolver a tecnologia nas suas próprias

Empresas selecionadas no Programa Conexões para Inovação, da Petrobras, receberão de R$ 750 mil a R$ 1,5 milhão

instalações, em Itajubá. “Ao longo do projeto é esperado que haja interações presenciais com o corpo técnico da Petrobras, tanto em Minas Gerais como no Rio de Janeiro, no Centro de Pesquisas da Petrobras”, disse a petrolífera, por meio de nota. Procurado, o representante da RZX Tecnologia José Francisco Baldassim informou que por questões

de contrato de confidencialidade com a Petrobras, não poderia comentar o assunto. A RZX é uma empresa de desenvolvimento de soluções para o segmento de óleo e gás, inicialmente focada em soluções para a área de perfuração offshore de poços de petróleo, porém, conta com projetos de expansão para outros segmentos da cadeia de exploração de petróleo.

Para isso, a empresa utiliza a abordagem neurocientífica no desenvolvimento de soluções que melhoram a segurança e a eficiência das operações de perfuração, minimizando o potencial de erro humano e otimizando a automação das atividades. O programa Petrobras Conexões para Inovação – Módulo Startups selecionou sete empresas entre

mais de 250 inscritas, de 21 estados brasileiros. As vencedoras apresentaram propostas nas áreas tecnológicas de wearables (tecnologias vestíveis), tecnologias imersivas, machine learning, captura de carbono e catalisadores. Os projetos começarão a ser desenvolvidos no início de 2020 e há grande expectativa para as primeiras entregas. A seleção final

contou com uma banca de gestores da Petrobras que, a partir de pitches de 10 minutos de cada empresa, avaliaram o impacto da solução para o negócio da estatal, a consistência e a viabilidade do projeto, a capacidade técnica e de gestão ágil da equipe executora e o resultado final esperado do projeto. Terminada a fase de seleção, o Sebrae e a Petrobras darão apoio contínuo às empresas de pequeno porte, visando a melhoria da competitividade dos negócios selecionados. O Programa Conexões para Inovação inclui uma série de iniciativas voltadas para estímulo ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor de petróleo, gás e energia. Com verba da cláusula de Pesquisa e Desenvolvimento, que é uma contrapartida legal pela operação das petrolíferas, o programa prevê o lançamento de até cinco editais, com investimento total de até R$ 60 milhões. O próximo está previsto para o primeiro semestre de 2020. CHARLES SILVA DUARTE - ARQUIVO DC

EVENTOS

PBH lança novo edital do 4 Estações Mais um edital do programa Belo Horizonte 4 Estações foi lançado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur. Desta vez, o foco do programa é o verão, estação da festa e da arte, e os eventos propostos devem ser realizados entre 25 de janeiro e 20 de março deste ano. O valor global do edital é de R$ 1 milhão, recursos que serão divididos para três categorias. Na categoria A serão apoiados até dois eventos com a concessão de auxílio financeiro no valor de R$ 100 mil cada. Na categoria B, serão apoiados até 12 eventos com a concessão de auxílio financeiro no valor de

R$ 50 mil cada. Na categoria C, serão apoiados até oito eventos com a concessão de auxílio financeiro no valor de R$ 25 mil cada. Para fins de análise e aprovação, serão considerados eventos técnico-científicos, culturais, sociais/ religiosos e esportivos/ lazer que estejam em acordo com a proposta de valor do Verão – Estação da Arte e Festa; tenham potencial turístico, ou seja, capacidade de se estruturar e consolidar para que em médio e longo prazo se tornem produtos turísticos da cidade; que movimentem a cadeia do Turismo; engajem e incentivem o morador e o visitante

a conhecer a cidade sob novos olhares; proponham dinâmicas, formatos ou atrações inusitadas e diferenciadas; e valorizem os atributos e espaços da cidade. O edital pode ser acessado no portal da Prefeitura de Belo Horizonte. Os envelopes deverão ser entregues na sede da Belotur (rua dos Carijós, 166, Centro - Térreo), até 13 de janeiro, das 9h às 12h e das 14h às 17h, de segunda a sexta feira. A inscrição será efetuada com a entrega simultânea de dois envelopes, sendo um com a habilitação jurídica e outro com a proposta técnica. Não é permitida a entrega

dos envelopes separadamente. Cada proponente terá direito à inscrição de no máximo um projeto para o edital, independentemente da categoria. O resultado do julgamento das Propostas Técnicas e da Habilitação Jurídica será publicado no DOM, disponível no endereço eletrônico www. pbh.gov.br/dom. Para os projetos inabilitados, serão divulgadas as justificativas. Em caso de necessidade, as dúvidas referentes ao edital serão esclarecidas exclusivamente via e-mail: licitacoes.belotur@pbh.gov. br até cinco dias úteis antes do prazo final de inscrição. (Da Redação) Valor global do edital lançado pela prefeitura é de R$ 1 mi


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FINANÇAS MERCADO

Cenário externo derruba a bolsa

Ibovespa recuou 0,73% em meio à escalada da tensão entre Estados Unidos e Irã São Paulo - O principal índice da bolsa paulista recuou na sexta-feira (3), seguindo os mercados internacionais, após um ataque dos Estados Unidos matar uma importante autoridade iraniana agravando as tensões no Oriente Médio. O Ibovespa caiu 0,73%, a 117.706,66 pontos, mas avançou 1,78% na semana. O volume financeiro da sessão somou R$ 29,1 bilhões. A cautela prevaleceu no plano internacional, após um ataque dos Estados Unidos no Iraque matar um importante comandante militar iraniano, escalando as tensões no Oriente Médio. Os EUA informaram que a ação visava interromper um “ataque iminente” que colocaria em risco os norte-americanos na região. No pior momento da sessão, o Ibovespa caiu 1,2%. À tarde, as perdas foram esvaziadas e o índice chegou a operar no azul. Para Raphael Guimarães, operador de renda variável da RJ Investimentos, a tensão no Oriente Médio pode ser prolongada com o desenrolar da história afetando o mercado no longo prazo.

PAULO WHITAKER / REUTERS

“O mercado está aguardando o posicionamento do Irã sobre uma potencial retaliação aos EUA e as consequências que isso pode desencadear”, afirmou, acrescentando que espera que os preços do petróleo continuem sendo puxados no médio prazo. Além do impacto no petróleo, mercados internacionais refletiram a preocupação de agentes com a questão. Na Europa, O índice FTSEurofirst 300 caiu 0,17%, enquanto em Nova York, o S&P 500 perdeu 0,71%. Destaques - Gol PN e Azul PN despencaram 3,42% e 3,47%, respectivamente, com o setor aéreo prejudicado pelo salto nos preços do petróleo, com o recrudescimento da tensão EUA-Irã. Petrobras PN perdeu 0,81% e Petrobras ON cedeu 2,47%, após terem segurando alta durante grande parte do pregão. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que tentou falar com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre riscos de uma possível

Mesmo com retração na sessão de sexta-feira, a bolsa encerrou a semana com alta de 1,78%

alta de combustíveis no País. Braskem PNA disparou 4,44%, após acertar com autoridades federais e estaduais de Alagoas acordo de R$ 2,7 bilhões para reparação de prejuízos a milhares de vítimas de fenômeno de afundamento e rachaduras de solo que atinge a capital do estado há meses. A cifra inclui gastos com fechamen-

to de poços de mineração de sal na região. B3 ON perdeu 2,88%, em sessão de ajuste após ter saltado cerca de 5,8% na véspera, na sequência de anúncio de redução e simplificação de tarifas. Itaú Unibanco recuou 1,05%. Santander BR Unit fechou estável, enquanto Bradesco PN subiu 0,05%.

Grupo Natura ON saltou 6,97%, diante da conclusão da compra da Avon, que fará a companhia brasileira ser o quarto maior grupo de beleza do mundo. Cyrela disparou 5,43%. Fora do índice, BR Properties disparou 6,12% e Gafisa teve incremento de 4,53% estendendo o rali recente da construção civil. (Reuters)

CONJUNTURA

IPC-S da Capital fecha 2019 com alta de 3,94% O IPC-S da cidade de Belo Horizonte (IPC-S/ Belo Horizonte) de 31 de dezembro de 2019 variou 0,55%1, ficando 0,09 ponto percentual (p.p) abaixo da taxa registrada na última divulgação. Com este resultado, o indicador acumula alta de 3,94% em 2019. Os dados foram apresentados na sexta-feira pelo Instituto

Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Nesta edição, cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram desaceleração em suas taxas de variação, entre as quais se destacam os grupos: Alimentação e Despesas Diversas, cujas taxas passaram de 2,74%

para 2,19%, e de 1,99% para 1,44%, respectivamente. O núcleo do IPC-S/Belo Horizonte registrou variação de 0,28%. Em relação ao mês anterior, quando a taxa ficou em 0,10%, o núcleo avançou 0.18 (p.p.). Nos últimos 12 meses, o indicador apresentou variação de 3,07%. Para o cálculo do núcleo foram excluídos os itens com va-

riações inferiores -0,07% e superiores a 0,82%. De acordo com a FGV, Três das sete capitais pesquisadas registraram queda nas taxas de variação na inflação medida pelo IPC-S, que registrou variação de 0,77% e ficou 0,09 ponto percentual (p.p) abaixo da taxa divulgada na apuração anterior, em

22 de dezembro de 2019. As quatro capitais que apresentaram alta no indicador foram Salvador, que saiu de 0,64% para 0,78%; Rio de Janeiro, onde subiu de 0,98% para 0,99%; Recife com elevação de 0,39% para 0,42%; e Porto Alegre cuja variação era 0,51% e passou para 0,53%. (Com informações da Agência Brasil)

FEDERAL RESERVE

Fed deverá manter taxas de juros estáveis Washington - Os formuladores de política monetária do Federal Reserve (Fed) concordaram na reunião final de 2019 que as taxas de juros provavelmente permanecerão estáveis por “um tempo”, enquanto o banco central dos Estados Unidos se concentra em uma nova articulação de seu arcabouço de política monetária. A ata da reunião de política monetária do Fed dos dias 10 e 11 de dezembro, divulgada nesta sexta-feira, também mostrou que os membros do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) estavam se preparando para discutir mudanças na maneira como gerencia a liquidez nos mercados financeiros, incluindo um mecanismo de recompra. As atas do Fed geralmente estabelecem campos opostos na discussão sobre a mudança na posição da política monetária durante o encontro em questão. Mas isso não aconteceu no documento referente à última reunião, um reflexo do firme consenso no banco central no fim de 2019 de que havia feito o suficiente para proteger a economia de uma desaceleração, cortando as taxas várias vezes naquele ano. “Os participantes julgaram que seria apropriado manter a meta para a taxa de juros”, de acordo com a ata. Da mesma forma, a ata ob-

LEAH MILLIS /REUTERS

Ata aponta que Fed vai se concentrar em uma nova articulação de seu arcabouço de política monetária

servou que os formuladores de política consideraram o atual nível da taxa “como provável que permaneça apropriada por um tempo” enquanto a economia permanecer no caminho certo. Ao mesmo tempo, os banqueiros centrais dos EUA estavam envolvidos no que se tornou uma longa discussão sobre como gerenciar melhor a política monetária. Os formuladores de política monetária concordaram que não “reafirmariam” um comunicado sobre as metas

de longo prazo do Fed em janeiro, que se tornou rotina nos últimos anos. “O Comitê planeja revisitar esse comunicado mais próximo da conclusão da revisão, provavelmente em meados de 2020.” A ata também trouxe que vários formuladores de política propuseram discutir, em reuniões futuras, questões incluindo o “papel potencial” de um mecanismo permanente de acordos de recompra, bem como “o estabelecimento de taxas administradas” e a composição de longo prazo

das participações do Fed em Treasuries. Após um aperto surpresa nos mercados de financiamento bancário em setembro, no qual os custos de empréstimos de um dia para bancos chegaram a 10% - quatro vezes superior à taxa de empréstimos do Fed na época -, o Fed lançou operações diárias de liquidez para impedir que o sistema financeiro se deteriorasse. Desde então, o banco central tem fornecido, diariamente, cerca de US$ 50 bilhões em crédito de um dia e de curto

prazo aos bancos por meio de operações compromissadas. Em outubro, o Fed passou a expandir permanentemente o tamanho de seu balanço - e aumentar o nível de reservas bancárias -, adquirindo US$ 60 bilhões por mês em títulos do Tesouro dos EUA. O período de final de ano foi motivo de especial preocupação para o Fed e Wall Street, que normalmente veem um alto nível de demanda dos bancos para garantir reservas adequadas para fechar o ano. No fim de 2019, o Fed injetou cerca de US$ 250 bilhões para impedir que as taxas repetissem a espiral ascendente de setembro e parece ter frustrado o temido aumento nos custos de empréstimos. Porém, depois de evitar um aperto de financiamento no fim do ano, as autoridades do Fed devem decidir por quanto tempo continuar as operações diárias de recompra e se devem implementar um mecanismo permanente em seu lugar. Eles também devem decidir quanto tempo manterão suas compras de Treasuries, atualmente previstas que continuem no primeiro trimestre. Comentários anteriores dos membros do Fomc sobre o tema indicam que um amplo consenso sobre como proceder em ambas as questões pode ser difícil. (Reuters)

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Dólar fecha acima de R$ 4,05 São Paulo - O dólar fechou a sexta-feira (3) com a maior alta percentual diária em duas semanas, ficando acima de R$ 4,05, conforme as operações locais replicaram o movimento de valorização da moeda no exterior diante de maior aversão a risco depois do aumento das tensões no Oriente Médio. No mercado interbancário, em que os negócios vão até as 17h, o dólar subiu 0,74%, a R$ 4,0555 na venda. É a maior alta percentual diária desde 20 de dezembro (+0,79%). O dólar fechou no maior patamar desde 26 de dezembro (R$ 4,062 na venda). Na semana, a cotação avançou 0,14%, depois de quatro semanas consecutivas de queda, nas quais acumulou desvalorização de 4,50%. No exterior, o dólar subia firme contra moedas emergentes, enquanto o iene japonês --demandado em tempos de maior incerteza geopolítica e econômica - liderava os ganhos nos mercados globais de câmbio ao subir 0,5% ante o dólar. Na B3, em que as operações com dólar futuro o dólar tinha alta de 0,77%, a R$ 4,0620. O Irã prometeu vingança severa depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá na sexta-feira matou Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Quds e arquiteto da crescente influência militar do país no Oriente Médio. Os preços do petróleo dispararam. A escalada das tensões aumentou a demanda por ativos de segurança em todo o mundo, o que se refletia na valorização de moedas como dólar e iene e dos preços da dívida soberana dos Estados Unidos. Na máxima do dia, alcançada logo no começo do pregão, o dólar bateu R$ 4,0725 na venda. Mas a moeda terminou a alguma distância desse nível, o que sinaliza alguma dúvida dos investidores sobre elevar posições a favor da divisa dos EUA neste momento. Além disso, o dólar vem de uma série de quedas no fim do ano passado, que derrubaram a cotação ao menor patamar desde o início de novembro. Ou seja, o mercado aproveitou o maior ruído externo para “realizar” parte da desvalorização de dezembro, quando o dólar acumulou queda de 5,37% - maior baixa para qualquer mês desde janeiro deste ano. “Embora esperemos que a volatilidade do real continue nos próximos meses, acreditamos que o progresso da agenda de reformas estruturais... poderá compensar as pressões de baixa decorrentes do menor diferencial de taxa de juros, da reformulação da dívida corporativa e da deterioração gradual do saldo de conta corrente”, disse o Santander Brasil em relatório recente. O banco projeta que o dólar “convergirá” para R$ 4,00 até o fim do ano de 2020. (Reuters)





Indicadores Econômicos Inflação

Dólar 03/01/2020 COMERCIAL*

PTAX (BC)

TURISMO*

02/01/2020

30/12/2019

COMPRA

R$ 4,0548

R$ 4,0249

R$ 4,0121

VENDA

R$ 4,0555

R$ 4,0258

R$ 4,0129

COMPRA

R$ 4,0516

R$ 4,0207

R$ 4,0301

IGP-M (FGV)

TR/Poupança

Jan.

Fev.

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Set.

Out.

Nov.

0,01%

0,88%

1,26%

0,92%

0,45%

0,80%

0,40%

0,67%

-0,01%

0,68%

0,30%

0,54%

0,51%

0,29%

-0,02%

0,15%

0,14%

0,33%

0,00%

0,16%

0,68%

-

3,43%

3,53%

1,25%

1,07%

0,90%

0,40%

0,63%

0,01%

0,51%

0,50%

0,55%

0,85%

-

5,85%

5,38%

INPC-IBGE

0,36%

0,54%

0,77%

0,60%

0,15%

0,01%

0,10%

0,12%

-0,50%

0,04%

0,54%

-

3,22%

3,37%

IPCA-IBGE

0,32%

0,43%

0,75%

0,57%

0,13%

0,01%

0,19%

0,11%

-0,04%

0,10%

0,51%

-

3,12%

3,27%

ICV-DIEESE

0,43%

0,35%

0,54%

0,32%

0,20%

-0,21%

0,17%

0,07%

-0,11%

-0,04%

0,46%

-

2,19%

1,98%

1,87%

-0,24%

0,52%

-0,07%

0,27%

0,16%

0,68%

0,22%

0,01%

0,14%

0,48%

-

4,10%

4,45%

Nov. 998,00 0,17 23,54 3,5932 5,57

Dez. 998,00 1,47 23,54 3,5932 5,57

COMPRA

R$ 3,8900

R$ 3,8600

R$ 3,8500

IPCA-IPEAD

VENDA

R$ 4,2200

R$ 4,1800

R$ 4,1700

Salário/CUB/UPC/Ufemg/TJLP

Nova Iorque (onça-troy)

30/12/2019

US$ 1.549,05

US$ 1.528,67

US$ 1.514,19

R$ 201,77

R$ 197,67

R$ 196,11

BM&F-SP (g) Fonte: Gold Price

Taxas Selic Tributos Federais (%)

Meta da Taxa a.a. (%)

Fevereiro

0,49

6,50

Março

0,47

6,50

Abril

0,52

6,50

Maio

0,54

6,50

Junho

0,47

6,50

Julho

0,57

6,00

Agosto

0,50

6,00

Setembro

0,46

5,50

Outubro

0,48

5,50

Novembro

0,38

-

Dezembro

0,37

-

Reservas Internacionais 02/01........................................................................... US$ 357.114 milhões Fonte: BCB-DSTAT

Imposto de Renda Alíquota

Parcela a

(%)

deduzir (R$)

Isento

Isento

De 1.903,99 até 2.826,65

7,5

142,80

De 2.826,66 até 3.751,05

15

354,80

De 3.751,06 até 4.664,68

22,5

636,13

Acima de 4.664,68

27,5

869,36

Base de Cálculo (R$) Até 1.903,98

Deduções: a) R$ 189,59 por dependente (sem limite). b) Faixa adicional de R$ 1.903,98 para aposentados, pensionistas e transferidos para a reserva remunerada com mais de 65 anos. c) Contribuição previdenciária. d) Pensão alimentícia. Para calcular o valor a pagar, aplique a alíquota e, em seguida, a parcela a deduzir. Fonte: Secretaria da Receita Federal - A partir de Abril do ano calendário 2015

3,97%

0,58%

R$ 4,0307

02/01/2020

5,11%

0,07%

R$ 4,0213

03/01/2020

-

12 meses

IPC-Fipe

R$ 4,0522

Ouro

Dez. No ano

IGP-DI (FGV)

VENDA

Fonte: BC - *UOL

Obs:

Índices

Jan. Salário 998,00 CUB-MG* (%) 0,53 UPC (R$) 23,54 UFEMG (R$) 3,5932 TJLP (&a.a.) 7,03 *Fonte: Sinduscon-MG

Fev. 998,00 0,13 23,54 3,5932 7,03

Março 998,00 0,10 23,54 3,5932 7,03

Abril 998,00 0,20 23,54 3,5932 6,26

Maio 998,00 0,25 23,54 3,5932 6,26

Taxas de câmbio MOEDA/PAÍS CÓDIGO BOLIVIANO/BOLIVIA 30 COLON/COSTA RICA 35 COLON/EL SALVADOR 40 COROA DINAMARQUESA 45 COROA ISLND/ISLAN 55 COROA NORUEGUESA 60 COROA SUECA 70 COROA TCHECA 75 DINAR ARGELINO 90 DINAR/KWAIT 95 DINAR/BAHREIN 100 DINAR/IRAQUE 115 DINAR/JORDANIA 125 DINAR SERVIO 133 DIRHAM/EMIR.ARABE 145 DOLAR AUSTRALIANO 150 DOLAR/BAHAMAS 155 DOLAR/BERMUDAS 160 DOLAR CANADENSE 165 DOLAR DA GUIANA 170 DOLAR CAYMAN 190 DOLAR CINGAPURA 195 DOLAR HONG KONG 205 DOLAR CARIBE ORIENTAL 210 DOLAR DOS EUA 220 FORINT/HUNGRIA 345 FRANCO SUICO 425 GUARANI/PARAGUAI 450 IENE 470 LIBRA/EGITO 535 LIBRA ESTERLINA 540 LIBRA/LIBANO 560 LIBRA/SIRIA, REP 570 NOVO DOLAR/TAIWAN 640 LIRA TURCA 642 NOVO SOL/PERU 660 PESO ARGENTINO 665 PESO CHILE 715 PESO/COLOMBIA 720 PESO/CUBA 725 PESO/REP. DOMINIC 730 PESO/FILIPINAS 735 PESO/MEXICO 741 PESO/URUGUAIO 745 QUETZEL/GUATEMALA 770 RANDE/AFRICA SUL 775 RENMIMBI IUAN 779 RENMINBI HONG KONG 796 RIAL/CATAR 800 RIAL/OMA 805 RIAL/IEMEN 810 RIAL/IRAN, REP 815 RIAL/ARAB SAUDITA 820 RINGGIT/MALASIA 825 RUBLO/RUSSIA 828 RUPIA/INDIA 830 RUPIA/INDONESIA 865 RUPIA/PAQUISTAO 870 SHEKEL/ISRAEL 880 WON COREIA SUL 930 ZLOTY/POLONIA 975 EURO 978 Fonte: Banco Central / Thomson Reuters

Junho 998,00 0,09 23,54 3,5932 6,26

Julho 998,00 0,12 23,54 3,5932 5,95

Agosto 998,00 0,09 23,54 3,5932 5,95

Set. 998,00 0,15 23,54 3,5932 5,95

Out. 998,00 0,08 23,54 3,5932 5,57

VENDA 0,5924 0,7122 0,007115 0,4631 0,6054 0,03308 0,4316 0,1785 0,07977 0,03405 13,3824 0,003422 5,7267 0,03852 1,1033 2,8191 4,0522 4,0522 3,1224 0,0196 4,9417 3,005 0,5211 0,5995 4,0522 0,01371 4,1754 0,0006263 0,03751 0,2534 5,2983 0,002691 5,3019 0,1349 0,6787 1,2239 0,05645 0,005361 0,001245 4,0522 0,07659 0,07935 0,2149 0,109 0,5258 0,00277 0,6076 0,582 1,1132 10,5279 0,01627 0,0000965 1,0802 0,0009956 0,9882 0,06545 0,0002911 0,2643 1,1669 0,00348 1,0665 4,5247

TABELA DE CONTRIBUIÇÕES DE JANEIRO DE 2019 Tabela de contribuição dos segurados empregados, inclusive o doméstico, e trabalhador avulso Salário de contribuição Alíquota (R$) (%) Até 1.751,81 8,00 De 1.751,82 a 2.919,72 9,00 De 2.919,73 até 5.839,45 11,00 CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS AUTÔNOMOS, EMPRESÁRIO E FACULTATIVO Salário base (R$) Alíquota % Contribuição (R$) Até 998,00 (valor. Mínimo) 11 109,78 De 998,00 até 5.839,45 20 199,60 até 1.167,89 COTAS DE SALÁRIO FAMÍLIA Até Acima de

Remuneração R$ 907,77 R$ 907,78 a R$ 1.364,43

Valor unitário da quota R$ 46,54 R$ 32,80

Fonte: Ministério do Trabalho e da Previdência Social - Vigência: Janeiro/2019

FGTS

Índices de rendimento (Coeficientes de JAM Mensal) Competência do Depósito Crédito 3% * 6% Junho/2019 Agosto/2019 0,2466 0,4867 Julho/2019 Setembro/2019 0,2466 0,4867 * Taxa que deverá ser usada para atualizar o saldo do FGTS no sistema de Folha de Pagamento. Fonte: Caixa Econômica Federal

Seguros

TBF

18/12

0,01311781

2,92791132

19/12

0,01311781

2,92791132

20/12

0,01311781

2,92791132

21/12

0,01311781

2,92791132

22/12

0,01311781

2,92791132

23/12

0,01311781

2,92791132

24/12

0,01311781

2,92791132

25/12

0,01311781

2,92791132

26/12

0,01311781

2,92791132

27/12

0,01311781

2,92791132

28/12

0,01311781

2,92791132

29/12

0,01311781

2,92791132

30/12

0,01311781

2,92791132

31/12

0,01311781

2,92791132

01/01

0,01311781

2,92791132

02/01

0,01311781

2,92791132

03/01

0,01311781

2,92791132

04/01

0,01311781

2,92791132

05/01

0,01311781

2,92791132

06/01 0,01311781 Fonte: Fenaseg

2,92791132

19/12 a 19/01 20/12 a 20/01 21/12 a 21/01 22/12 a 22/01 23/12 a 23/01 24/12 a 24/01 25/12 a 25/01 26/12 a 26/01 27/12 a 27/01 28/12 a 28/01 29/12 a 29/01 30/12 a 30/01 31/12 a 31/01 01/01 a 01/02 02/01 a 02/02

0,3178 0,3018 0,3027 0,3186 0,3345 0,3338 0,3327 0,3327 0,3165 0,3161 0,3318 0,3476 0,3476 0,3447 0,3447

Aluguéis

Fator de correção anual residencial e comercial IPCA (IBGE) Novembro IGP-DI (FGV) Novembro IGP-M (FGV) Novembro

0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2871 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588

1,0327 1,0538 1,0397

16/12 a 16/01 17/12 a 17/01 18/12 a 18/01 19/12 a 19/01 20/12 a 20/01 21/12 a 21/01 22/12 a 22/01 23/12 a 23/01 24/12 a 24/01 25/12 a 25/01 26/12 a 26/01 27/12 a 27/01 28/12 a 28/01 29/12 a 29/01 30/12 a 30/01 31/12 a 31/01 01/01 a 01/02 02/01 a 02/02

0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588 0,2588

Agenda Federal Dia 6

Contribuição ao INSS COMPRA 0,5796 0,7052 0,007038 0,4625 0,6052 0,033 0,4314 0,1784 0,07673 0,03388 13,354 0,003416 5,6993 0,03844 1,103 2,8179 4,0516 4,0516 3,1209 0,01923 4,8814 3,0034 0,521 0,592 4,0516 0,01371 4,173 0,0006234 0,0375 0,2518 5,2963 0,002668 5,2971 0,1348 0,6783 1,2232 0,0564 0,005358 0,001243 4,0516 0,0764 0,07924 0,2147 0,1089 0,5255 0,002764 0,6071 0,5818 1,1125 10,5209 0,01625 0,0000965 1,0797 0,0009906 0,9874 0,06541 0,0002909 0,2614 1,166 0,003474 1,0662 4,5224

29/11 a 29/12 30/11 a 30/12 01/12 a 31/12 01/12 a 01/01 02/12 a 02/01 03/12 a 03/01 04/12 a 04/01 05/12 a 05/01 06/12 a 06/01 07/12 a 07/01 08/12 a 08/01 09/12 a 09/01 10/12 a 10/01 11/12 a 11/01 12/12 a 12/01 13/12 a 13/01 14/12 a 14/01 15/12 a 15/01

ICMS – Scanc - Contribuinte que tiver recebido o combustível exclusivamente de contribuinte substituto. Entrega das informações relativas às operações interestaduais com combustíveis derivados de petróleo ou com álcool etílico carburante através do Sistema de Captação e Auditoria dos Anexos de Combustíveis (Scanc). Internet. ICMS – Scanc – Importador - Entrega das informações relativas às operações interestaduais com combustíveis derivados de petróleo ou com álcool etílico carburante através do Sistema de Captação e Auditoria dos Anexos de Combustíveis (Scanc). Internet. IOF - Pagamento do IOF apurado no 3O decêndio de dezembro/2019: Operações de crédito - Pessoa Jurídica - Cód. Darf 1150; Operações de crédito - Pessoa Física - Cód. Darf 7893; Operações de câmbio - Entrada de moeda - Cód. Darf 4290; Operações de câmbio - Saída de moeda - Cód. Darf 5220; Títulos ou Valores Mobiliários - Cód. Darf 6854; Factoring - Cód. Darf 6895; Seguros Cód. Darf 3467; Ouro, ativo financeiro - Cód. Darf 4028. Darf Comum. IRRF - Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos geradores ocorridos no período de 21 a 31.12.2019, incidente sobre rendimentos de (art. 70, I, letra “b”, da Lei nO 11.196/2005): a) juros sobre capital próprio e aplicações financeiras, inclusive os atribuídos a residentes ou domiciliados no exterior, e títulos de capitalização; b) prêmios, inclusive os distribuídos sob a forma de bens e serviços, obtidos em concursos e sorteios de qualquer espécie e lucros decorrentes desses prêmios; e c) multa ou qualquer vantagem por rescisão de contratos.. Darf Comum (2 vias). Dia 7 Salário de dezembro/2019 - Pagamento dos salários mensais. Nota: O prazo para pagamento dos salários mensais é até o 5O dia útil do mês subsequente ao vencido. Na contagem dos dias, incluir o sábado e excluir os domingos e os feriados, inclusive os municipais. Consultar o documento coletivo de trabalho da categoria profissional, que pode estabelecer prazo específico para pagamento de salários aos empregados. Recibo. 13O salário/2019 - Salários variáveis - Pagamento do acerto da diferença da parcela do 13O salário/2019 para os trabalhadores que recebem salários variáveis, quando devido nesses casos. Nota: Há quem entenda que, nos termos

do parágrafo único do art. 2O do Decreto nO 57.155/1965, o prazo seja até o dia 10. Por medida de precaução, adotamos o menor prazo. Na contagem dos dias, incluir o sábado e excluir os domingos e os feriados, inclusive os municipais. Consultar o documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional, que pode estabelecer prazo específico para pagamento do acerto da diferença do 13O salário dos trabalhadores que recebem salários variáveis. Recibo FGTS - Depósito, em conta bancária vinculada, dos valores relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) correspondentes à remuneração paga ou devida em dezembro/2019 aos trabalhadores. Não havendo expediente bancário, deve-se antecipar o depósito. GFIP/Sefip (aplicativo Conectividade Social - meio eletrônico) Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) - Envio, à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, da relação de admissões e desligamentos de empregados ocorridos em dezembro/2019. Notas (1) Para fins de seguro-desemprego, as informações no Caged relativas a admissões deverão ser prestadas até o dia anterior ao início das atividades do empregado, ou no prazo estipulado em notificação para comprovação do registro do empregado lavrada em ação fiscal conduzida por Auditor-Fiscal do Trabalho (Portaria SEPRT nO 1.195/2019). (2) A partir da competência janeiro/2020 as empresas que já se encontram obrigadas ao eSocial terão as obrigações relativas ao Caged substituídas pelas respectivas informações prestadas via eSocial. Os órgãos públicos, as organizações internacionais, até que estejam obrigadas ao eSocial e as empresas que não cumprirem as determinações do eSocial, deverão prestar as informações por meio do sistema Caged, conforme Manual de Orientação do Caged. (Instrução Normativa SEPRT nO 1.127/2019). Caged (meio eletrônico) Simples Doméstico - Recolhimento relativo aos fatos geradores ocorridos em dezembro/2019, da contribuição previdenciária a cargo do empregador doméstico e de seu empregado; recolhimento da contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho; recolhimento para o FGTS; depósito destinado ao pagamento da indenização compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, inclusive por culpa recíproca; e recolhimento do IRRF, se incidente. Não havendo expediente bancário, deve-se antecipar os recolhimentos. Documento de Arrecadação eSocial - DAE (2 vias)


BELO HORIZONTE, SÁBADO, 4, A SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2020

14

DC MAIS dcmais@diariodocomercio.com.br

DIVULGAÇÃO

Mostra de Tiradentes Estão abertas as inscrições para as oficinas gratuitas que integram o Programa de Formação da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece de 24 de janeiro a 1º de fevereiro. Os interessados devem ler o regulamento e preencher o formulário disponível no site oficial do evento (www.mostratiradentes. com.br) até o próximo dia 10. Destaque para a diversidade de abordagens da linguagem e do fazer cinematográfico para as diferentes faixas etárias das oficinas. São dez modalidades, com oferta de 260 vagas para atender a variados públicos e interesses. Todos os anos, a Mostra Tiradentes oferece formação e capacitação técnica para o mercado de cinema, com oportunidades para a nova geração de atores e realizadores.

Funed entrega 15,4 mi de vacinas contra meningite C A Fundação Ezequiel Dias (Funed) encerrou 2019 cumprindo importantes resultados, com impactos significativos em toda a sociedade brasileira. A instituição, que completou 112 anos, é atualmente o único laboratório farmacêutico oficial do país responsável por produzir e entregar a vacina contra meningite C, em atendimento às demandas estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. Somente no ano passado, foram entregues 15,4 milhões de doses da imunização. Esse número ultrapassou a maior entrega já efetuada até então, de 13 milhões de doses em 2018. Para 2020, foi acordado com o Ministério da Saúde um incremento de 3 milhões de doses, correspondentes a um aditivo de 20% no montante global de fornecimento, com entregas programadas até abril. Em 2019, as receitas diretamente arrecadadas com recursos próprios superaram a cifra de R$ 596 milhões. Essa foi a maior receita obtida pela Funed na série histórica dos últimos 15 anos, segundo o presidente da instituição, Maurício Abreu Santos. “Esse resultado nos permitiu encerrar o ano com os pagamentos em dia de todos os nossos fornecedores. Foi também uma grande oportunidade de mostrar à sociedade, de maneira geral, quem somos e do que so-

mos capazes, mesmo diante das adversidades”, destaca. Em 2020, a fundação pretende dar continuidade às ações de suas três áreas de atuação, sendo elas: desenvolvimento e produção de medicamentos para o SUS, vigilância em saúde e inovação científica e tecnológica. A Funed é o único laboratório na América Latina responsável pela produção e entrega da Talidomida 100 mg ao Ministério da Saúde. Esse medicamento é usado no tratamento da hanseníase e possui alto potencial para tratamento de outras doenças, como o câncer. A produção teve início em 1973 e, em 2019, foram entregues mais de 7,6 milhões de unidades. Com isso, a fundação conseguiu realizar entregas pendentes de contratos anteriores, assim como atender na íntegra o contrato para 2019. No ano passado também foi assinado contrato com o governo federal para fornecimento de mais de 5,6 milhões de comprimidos do Entecavir 0,5 mg. O medicamento é utilizado para tratamento, pelo SUS, de pacientes portadores de hepatite viral crônica B e foi totalmente elaborado nos laboratórios de Desenvolvimento de Medicamentos Farmacotécnicos e Biotecnológicos da Funed. As entregas serão feitas em 2020. A instituição ainda retomou, em 2019, a produção de lotes piloto do

comprimido Captopril 25 mg, cuja amostra foi encaminhada para estudo de equivalência farmacêutica e bioequivalência. Esse medicamento é atualmente utilizado para tratamento de hipertensão arterial e a intenção é reintegrá-lo ao portfólio de produtos estratégicos e de relevância social. Também foi concluída a reforma estrutural na atual planta de produção de soros heterólogos hiperimunes para uso humano. A produção recomeçará neste ano. Outro ponto de destaque é a realização de análises e exames laboratoriais de interesse da saúde pública do país. Essas avaliações envolvem produtos monitorados pela vigilância sanitária, como água de hemodiálise, cosméticos, medicamentos, águas em geral e alimentos, além de exames de casos de surtos de doenças em todo o estado de Minas Gerais, tais como dengue, zika, H1N1, tuberculose, meningite, leishmaniose, entre outras. Todo esse trabalho é desenvolvido por uma rede de unidades integrantes do Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen/MG), da Funed, que utiliza metodologias e equipamentos de última geração. No ano de 2019, essa rede fez mais de 810 mil análises e exames. (As informações são da Agência Minas)

CULTURA DIVULGAÇÃO

Artes plásticas Surrealismo Fotógrafo, pintor, escultor, cineasta. São facetas de Man Ray, um dos maiores artistas visuais do início do século XX e expoente do movimento surrealista. E é parte de sua história criativa, um recorte significativo de seu trabalho, que pode ser apreciada na exposição “Man Ray

em Paris. Quase 130 anos após seu nascimento, o público brasileiro poderá conferir 255 obras do artista ainda inéditas no País, entre objetos, vídeos, fotografias e serigrafias desenvolvidas durante os anos que viveu em Paris, entre 1921 e 1940, seu período de maior efervescência criativa. Quando: até 17 de fevereiro (quarta à segunda, das 10h às 22h) Quanto: entrada gratuita Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários) Teatro Musical - Com direção de Sergio Módena e texto

de Pedro Brício, “Grandes Encontros da MPB” é um passeio pela história da música nacional, passando por diversos gêneros e enredos, como a Bossa Nova, a era dos festivais, o Clube da Esquina, a música nordestina, o samba e o rock. Quando: 17 e 18 de janeiro (sexta-feira, às 21h, sábado às 18h e 21h) Quanto: ingressos a partir de R$ 20,00 para compras realizadas até 10 de janeiro. A partir do dia 11: de R$ 50,00 a R$ 90,00 (inteira) - vendas: nas bilheterias do teatro ou pelo site https:// www.ingressorapido. com.br/ Onde: Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro)

Cinema “Made in Pernambuco” - A Fundação Municipal de Cultura realiza a mostra “Made in Pernambuco”. A seleção de títulos traz 15 longas e 21 curtas e médias-metragens, totalizando 25 realizadores, e apresenta a força da cinematografia pernambucana, num recorte de duas décadas essenciais para a consolidação e reconhecimento de sua produção, incluindo Baile Perfumado (1996), Árido Movie (2005) e Cartola (2007), de Lírio Ferreira; Madame Satã (2001), O Céu de Suely (2008)

e Viajo Porque Preciso Volto Porque Te Amo (2009), de Karim Aïnouz; Amarelo Manga (2002) e Baixio das Bestas (2006), de Cláudio Assis; Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes; e O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas (2000) de Paulo Caldas e Marcelo Luna, dentre outros. Quando: até 31 de janeiro Quanto: entrada gratuita - os ingressos serão distribuídos 30 minutos antes das sessões Onde: MIS Cine Santa Tereza (rua Estrela do Sul, 89, Praça Duque de Caxias, Santa Tereza)

www.facebook.com/DiariodoComercio www.twitter.com/diario_comercio dcmais@diariodocomercio.com.br Telefone: (31) 3469-2067

Turismo Pedagógico A edição de sexta-feira (3) do Diário Oficial de Minas Gerais traz a publicação da Lei 23.527, a qual altera a Lei 12.398, de 1996, que dispõe sobre o Plano Mineiro de Turismo. As modificações são nos incisos I e II do parágrafo único do artigo 3º, para passar a incluir o projeto Turismo Pedagógico nas escolas da rede pública estadual. Com a nova norma, fica estabelecido que o conhecimento dos alunos seja ampliado por meio de visitas a polos industriais, cidades históricas e turísticas, estâncias hidrominerais, museus, centros culturais, parques e outros locais cuja visitação possa contribuir para a formação integral do estudante, de acordo com a proposta pedagógica da escola.

Moda e arte Man Ray desejava ligar arte e moda, mas o que poderia significar a aproximação entre os dois campos no início do século XX? Esse é o tema do projeto “Com a Palavra”, que será realizado pelo CCBB Educativo no próximo dia 11, às 18 horas. Quem vai abordar o assunto na visita mediada Man Ray: Imagem & Experiência entre a moda e a arte é a pesquisadora Angélica Adverse. A entrada é gratuita. Na ocasião, será possível compreender a moda à maneira de Man Ray, como uma experiência trans-histórica a partir da qual poderiam ser encadeadas inúmeras correspondências entre passado e presente, por intermédio do movimento dos gestos e das imagens. O CCBB-BH fica na Praça da Liberdade, 450, Funcionários.

Click Cervejeiro Em busca pela valorização da cultura cervejeira, a Cervejaria Albanos criou o concurso Click Cervejeiro, com a curadoria das fotógrafas Cacá Lanari e Lúcia Adverse. Seis fotógrafos convidados receberam a missão de fotografar tendo o universo da cerveja como temática. Duas fotos de cada profissional convidado integram a exposição que leva o nome do concurso e ficará aberta para visitação no Albanos Hub Cervejeiro (rua Pium-Í, 611, Sion), até o próximo dia 10. As fotos estão em votação popular, sendo que o vencedor do melhor click, ganhará uma viagem para conferir o Festival “Foto em Pauta” de 2020, em Tiradentes. Os fotógrafos Beto Eterovick, Bruna Cabral, Gui Guimaraens, Janette Oliveira, Nereu Jr. e Sylvie Moyen, foram os escolhidos para participar do concurso.

Férias escolares A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) oferece programação especial para as crianças em janeiro, durante as férias escolares. As atividades são gratuitas e acontecem em diversos equipamentos da cidade, incluindo os centros culturais e o MIS Cine Santa Tereza. Serão oferecidas brincadeiras tradicionais, jogos de tabuleiro, oficinas e exibições de filmes, entre outras atividades que estimulam o conhecimento, a vivência em grupo e o desenvolvimento cognitivo e motor. Nas bibliotecas dos centros culturais, os participantes serão convidados a explorar o mundo dos livros com contação de histórias e rodas de leituras, entre outras atividades. Um dos destaques da programação é a mostra de cinema infantil do MIS Cine Santa Tereza, com exibição de animações clássicas e atuais, de terça-feira a domingo, sempre às 17 horas.


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