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Café
from EDIÇÃO Nº 20
by BigLar
Sabor toque de
— P or M arcelo Ferr i —
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O consumo de café no B r a s i l c r e s c e b e m a c i m a d a m é d i a
mundial e a ABIC estima que 9 em cada 10 brasileiros ´ acima dos 15 anos ´ a reciam a bebida O café chegou, clandestinamente, ao Brasil no século XVIII e, rapidamente, espalhou-se pelo país. Na mesma velocidade, conquistou o status de paixão nacional. Um sentimento que, além de duradouro, mostra-se, cada vez mais, intenso. Enquanto o consumo mundial de café cresce em média 2% ao ano, por aqui, a projeção da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) é de crescimento de 3,6%. Para se ter ideia, estima-se que, atualmente, 9 em cada 10 brasileiros, acima dos 15 anos, bebam café. O crescimento bem acima da média mundial é atribuído aos cafés especiais, que proporcionam aos apreciadores oportunidades de conhecer variações de sabores e aromas da bebida. Produzidos com grãos de alta qualidade que passam por pro- cessos de torra diferenciados, os cafés especiais conquistaram, inclusive, quem não sentia atração alguma pela bebida. Loraine Barcha Garutti, 30 anos, não bebia café. Após experimentar uma versão especial, bem frutada e sem amargor, não só rendeu à experiência, como passou a se interessar pelo tema. Fez cursos de barista e de torra, e tornou-se especialista no assunto. Diante de tão sólida relação de consumo, o mercado sente segurança para apresentar novas receitas e propor outras utilizações para o produto. Como resultado, o café que conquistou o Brasil servido quente, atualmente é encontrado até em versões geladas e refrescantes, além de servir como ingrediente no preparo de pratos e drinques.
aromático c a é
Ingredientes: • 1 colher (chá) de gengibre ralado • 5 cravos-da-índia • 1 pau de canela • Café coado
Modo de preparo: Ferva 500 ml de água filtrada com o gengibre ralado, os cravos e o pau de canela. Prepare um café coado bem suave. Para finalizar, adicione, em medidas iguais, a água com os ingredientes ao café já pronto.
Café g elado é tendência
Receita de café gelado já muito famosa nos EUA – onde a torra do café é, normalmente, mais escura e para atenuar o amargor, coloca-se leite –, o cold brew vem conquistando cada vez mais apreciadores no Brasil. “Cold brew é a extração de café com água gelada. Normalmente, deixa- -se a água em contato com o pó por algumas horas, com o objetivo de aumentar o corpo da bebida. O resultado é um café extremamente doce, sem acidez, encorpado. Bem diferente do café passado com água quente”, explica Loraine. A barista aposta neste ano no aumento de receitas de cafés preparados com leites vegetais. “Estamos explorando mais os sabores de castanhas e seus poderes de harmonização com os cafés. Cada
cafés e s eciais
Os cafés especiais, como o nome propõe, são feitos com grãos e pro cessos diferenciados, o que resulta em um produto mais complexo em sabor, comparado ao café tradicional. Além disso, para serem considerados especiais, eles devem atingir uma nota maior a 80 pontos na Metodologia de Avaliação Sensorial da SCA (Specialty Coffee Association). Outro diferencial é que os especiais são produzidos a partir da espécie Arábica, considerada nobre por sua complexidade em aroma e sabor. Assim, desta cam-se pelos atributos sensoriais, com sabores e aromas que podem ser frutados, herbais e doces, como chocolate e caramelo.
vez mais, serão oferecidas opções de leite vegetal para acompanhar tanto cafés coados, quanto expresso”, diz.
Cafés em cápsulas
Outra tendência no mercado de café são as cápsulas, também conhecidas como café monodose. A precursora na indústria foi a Nespresso, que chegou ao Brasil com suas cápsulas em 2006. Na época, entretanto, o país tinha apenas acesso ao produto importado da Suíça. Foi a partir de 2013, com a queda de patentes da marca da Nestlé, que outras marcas se lançaram na, até então, novidade, e o café monodose se popularizou.
Hoje, muitas marcas de café tradicional disponibilizam também opções em cápsulas, assim como inúmeras máquinas próprias para preparação das mesmas. Segundo a ABIC, as cápsulas representam 1,2% do consumo total de café do país e devem aumentar cerca de 17% ainda este ano. O sucesso dessa tendência não é difícil de se explicar, em
vista da alta qualidade, praticidade e velocidade que a mesma fornece, e, claro, muitos sabores para explorar. Mesmo aqueles que não são tão fãs de um café preto se rendem a versões como Cappuccino, Cortado (mix de expresso com leite), Caramel Latte Machiatto (café com leite e toques de caramelo), entre outros.
maiz latte
Ingredientes: • 1 xícara grande de café (aproximadamente 110 ml) • 200 ml de leite • 20 g de Mucilon (cereal de milho em pó) • 10 g de açúcar mascavo
Modo de preparo: Em um recipiente, misture o leite, o açúcar e o Mucilon. Em seguida, com a mistura quente, bata em um mixer ou misturador. Por fim, despeje em um copo e extraia o café diretamente sobre a bebida.
história do ca é
Onde, hoje, fica a Etiópia, na África, há mais ou menos 1 mil anos atrás, Kaldi, um pastor, percebeu que as cabras ficavam cheias de energia ao comer café e passou a preparar uma infusão com os frutos ainda verdes. O café com grãos beneficiados e torrados, como conhecemos atualmente, surgiu somente no século XVI. Depois disso, a cultura do café espalhou-se rapidamente pelo mundo. A primeira muda de café de que se tem notícia no Brasil é de 1727, ano em que o Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta desembarcou em Belém do Pará, vindo da Guiana Francesa, trazendo clandestina mente na bagagem um pequeno exemplar da espécie arábica. Graças ao clima propício, a cultura cafeeira rapidamente se espalhou pelo país e protagonizou um dos mais importantes momentos econômicos da história do Brasil: o Ciclo do Café, responsável pelo desenvolvimento urbano de diversos estados, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Maior produtor e exportador de café do planeta, o Brasil é, também, o segundo maior mercado consumidor. O país bebe, anualmente, 13% da produção mundial de café e fica atrás apenas dos EUA, responsável pelo consumo de 14% da produção global.