O AMPARO INFORMATIVO BIMESTRAL DA DIOCESE DE AMPARO
ANO 4 | # 19 | NOVEMBRO - DEZEMBRO 2018 | www.diocesedeamparo.org.br
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DIOCESE DE AMPARO ENCERRA ANO NACIONAL DO LAICATO COM MISSA FESTIVA No dia 23 de novembro todo o povo de Deus de nossa Diocese de Amparo tem um encontro marcado para a Missa de encerramento do Ano Nacional do Laicato que ocorrerá na cidade de Itapira. Saiba mais e participe!
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JOVENS COMEMORAM O DIA NACIONAL DA JUVENTUDE página 16
“ESTE POBRE CLAMA E O SENHOR O ESCUTA” Conheça a Mensagem do Papa Francisco para o II Dia Mundial dos Pobres.
PALAVRA DE DOM LUIZ: DESAFIO DA CONSTRUÇÃO DO “NOVO” COMIDI promove 3º Encontro Missionário Diocesano. Apostolado da Oração se reúne em Encontro Diocesano. Pastoral Familiar Diocesana realiza 2º Lazer das famílias.
Campanha para a Evangelização será em sintonia com a Exortação do Papa Francisco sobre o chamado à santidade página 05
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Paróquia comemora aniversário com dedicação do altar e da igreja.
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SÍNODO DOS JOVENS É CONCLUÍDO
NOVAS COMUNIDADES: QUE SÃO?
IRMÃ MARIA SALETE, EXEMPLO DE DOAÇÃO
Saiba o que diz a Carta dos padres aos jovens e o Documento Final do Sínodo.
Conheça mais a respeito do surgimento das chamadas Novas Comunidades.
Confira artigo em homenagem a Ir. Maria Salete, falecida no mês de outubro.
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Padre Anderson Frezzato Coordenador Diocesano de Pastoral Prezados irmãos e irmãs!
DESAFIO DA CONSTRUÇÃO DO “NOVO” Querida irmã e querido irmão, que nosso “O Amparo”, última edição deste ano, seja não apenas um informativo para o(a) leitor(a) tomar conhecimento ou lembrar de momentos importantes e gratificantes que tivemos nas últimas semanas, mas também possa proporcionar esperança e motivação para o caminho cotidiano no seguimento de Jesus. Penso sempre no valor do nosso jornal bimestral diocesano como um veículo de comunicação que, fazendo-nos recordar ou ter a informação de acontecimentos que mereceram certo destaque na programação das paróquias, foranias ou da diocese, seja um valioso material animador à ação pastoral e evangelizadora, pela qual cada um e cada uma, independentemente de sua função, deve espalhar o sal e a luz necessários à difusão do Reino de Deus. Particularmente quando chegamos ao final do ano, geralmente comentamos mais a respeito da rapidez da passagem do tempo. Tenho a ideia de que os últimos meses ou as últimas semanas do calendário civil anual não devem somente ser ocasião para fazermos uma nova constatação, às vezes até triste, da fluidez ligeira da nossa passagem por este mundo, mas também uma oportunidade de buscar, nas celebrações que a liturgia nos oferece, um renovado impulso para viver com um sentido de vida que acrescente dignidade e enriqueça aqueles que estão ao nosso redor. Neste sentido, embora já saibamos, acredito que seja importante recordar que, antes do término do ano civil, temos a conclusão do ano litúrgico, já na última semana de novembro. É oportuna, para mim, esta lembrança aqui no texto, no sentido de que a grande festa de Cristo Rei e a chegada do tempo do Advento não sejam apenas uma repetição do que acontece todos os anos. A Igreja pode até ser repetitiva conosco, quanto ao fato de ouvirmos, novamente, uma palavra que, num primeiro momento, não parece trazer novidade, porém, tal insistência acontece numa fase ou num instante da minha vida que para Deus é único, ou seja, nunca mais voltará. E a vivência desse momento, quer seja numa circunstância mais alegre ou mais triste, é desígnio do Seu amor, da Sua bondade, mesmo que eu não tenha explicação para o que está acontecendo, principalmente diante de uma realidade que me provoca a várias interrogações, sem obter respostas. O último bimestre do ano civil iniciou-se com a memória dos finados, muitos dos quais, mais do que em fotografias ou em vídeos, ou mesmo em objetos pessoais, são lembrados e estão “guardados” na memória do coração. Se esta verdade é tão importante para nós quando consideramos as marcas que tais pessoas deixaram em nossa vida, o que dizer, então, de Deus, que tem toda a história do mundo e a de cada ser humano totalmente absorvida em Seu infinito poder? Mas, no final do bimestre, que também é o final do ano, temos a significativa celebração do Natal. Infelizmente, a tendência é que experimentemos o tempo avançar mais rapidamente ainda, porém, com grande probabilidade, é possível constatarmos que esta situação se deve a uma variedade de preocupações superficiais que não têm nada a ver com o autêntico sentido do Natal. Aproveitemos, pois, a oportunidade, e questionemo-nos com seriedade se desejamos nos preparar para celebrar o Natal de Jesus verdadeiramente, ou seja, o nascimento da vida dele em nossa vida, ou festejaremos um Jesus “confeccionado” pelos muitos interesses de um mercado que nos encanta, e, no entanto, ao mesmo tempo, perversamente nos esvazia, porque nos enche de tanta coisa que a nossa vida não precisa, além de nos destruir. Dom Luiz Gonzaga Fechio Bispo Diocesano
Estamos mais uma vez aqui, neste meio de comunicação diocesana! Desejo firmemente que você e toda a sua família estejam bem. Como é bom contar com este instrumento de aproximação entre nós! Quanto trabalho temos realizado nesses últimos meses! Nosso 2º Plano de Pastoral está na sua última fase de elaboração, e será entregue a toda a Diocese no dia 23 de novembro, às 19h30, na Missa Diocesana de Encerramento do Ano do Laicato, na Paróquia Nossa Senhora da Penha, em Itapira. Momento muito aguardado, uma vez que todo o labor de elaboração desse 2º Plano contou com a presença e participação ativa dos leigos e leigas, agentes de pastorais protagonistas da ação evangelizadora da Igreja (Cf. Doc 105, CNBB). Para além disso, nesse Evento Diocesano será apresentado o Conselho Diocesano de Leigos e Leigas que está sendo constituído em nossa Diocese. Os leigos e leigas precisam ter uma representação dentro da dinâmica organizacional da Diocese. Assim como existe o Conselho de Presbíteros e o Colégio de Consultores, o Conselho de Leigos é um organismo vivo dentro da Igreja Diocesana e ajudará muito na reflexão teológico-pastoral para o futuro. A Cáritas Diocesana tem o papel de ser o braço caritativo de nossa Igreja Particular. Tantos trabalhos sociais têm sido ajudados e incentivados pela Cáritas Diocesana. Com a graça de Deus e a boa vontade de alguns de nossos irmãos e irmãs, a Cáritas, agora, possui nova Diretoria e ampliação dos participantes. Também será apresentada na Missa de Encerramento do Ano do Laicato. Vejam, irmãos e irmãs, quantos frutos estão sendo e serão colhidos! Todas as sementes foram lançadas neste Ano do Laicato, que foi vivido com intensidade pelas nossas paróquias, comunidades e foranias, por toda a Diocese. Certamente você poderá fazer parte dos futuros trabalhos, sobretudo da implantação do 2º Plano de Pastoral. Ouvindo o convite, aceite, arregace as mangas e vamos conosco para o trabalho do Senhor Jesus. Nesta proximidade do Natal, desejo que você viva intensamente esta rica espiritualidade do Tempo do Advento e que todos tenham um Santo e Feliz Natal.
CLERO DIOCESANO ESTEVE EM RETIRO Os padres de nossa Diocese de Amparo juntamente com Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo diocesano, participaram de 14 a 18 de outubro do retiro
anual do clero, em Campos do Jordão/ SP. O retiro foi orientado pelo bispo emérito de Blumenau, Dom Angélico Sândalo Bernardino.
FALE CONOSCO Para esclarecer dúvidas, sugestões ou reclamações, nos envie um e-mail no endereço eletrônico: jornaloamparo@diocesedeamparo.org.br Sua opinião é importante para nós!
Expediente
JORNALISTA RESPONSÁVEL SIRLENE RIBEIRO FERRO - MTB 66.955/SP
O AMPARO INFORMATIVO OFICIAL DA DIOCESE DE AMPARO ANO 4 | #19
DIAGRAMAÇÃO - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO REVISÃO - MARGARIDA HULSHOF CRÉDITO DAS MATÉRIAS: EQUIPES PASCOM PAROQUIAIS
BISPO DIOCESANO DOM LUIZ GONZAGA FECHIO
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MENSAGEM PARA O II DIA MUNDIAL DOS POBRES:
“ESTE POBRE CLAMA E O SENHOR O ESCUTA” 1. “Este pobre clama e o Senhor o escuta” (Sal 34, 7). Façamos também nossas estas palavras do Salmista, quando nos vemos confrontados com as mais variadas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs, que nos habituamos a designar com o termo genérico de “pobres”. O autor de tais palavras não é alheio a esta condição; antes pelo contrário, experimenta diretamente a pobreza e, todavia, transforma-a num cântico de louvor e agradecimento ao Senhor. Hoje, este Salmo permite-nos também a nós, rodeados por tantas formas de pobreza, compreender quem são os verdadeiros pobres para os quais somos chamados a dirigir o olhar a fim de escutar o seu clamor e reconhecer as suas necessidades. Nele se diz, antes de mais nada, que o Senhor escuta os pobres que clamam por Ele e é bom para quantos, de coração dilacerado pela tristeza, a solidão e a exclusão, n’Ele procuram refúgio. Escuta todos os que são espezinhados na sua dignidade e, apesar disso, têm a força de levantar o olhar para o Alto a fim de receber luz e conforto. Escuta os que se veem perseguidos em nome duma falsa justiça, oprimidos por políticas indignas deste nome e intimidados pela violência; e contudo sabem que têm em Deus o seu Salvador. O primeiro elemento que sobressai nesta oração é o sentimento de abandono e confiança num Pai que escuta e acolhe. Sintonizados com estas palavras, podemos compreender mais profundamente aquilo que Jesus proclamou com a bem-aventurança “felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 3). Entretanto devido ao caráter único desta experiência, sob muitos aspectos imerecida e impossível de se expressar plenamente, sente-se o desejo de a comunicar a outros, a começar pelos que são – como o Salmista – pobres, rejeitados e marginalizados. De fato, ninguém se pode sentir excluído do amor do Pai, sobretudo num mundo onde frequentemente se eleva a riqueza ao nível de primeiro objetivo e faz com que as pessoas se fechem em si mesmas. 2. O Salmo caracteriza a atitude do pobre e a sua relação com Deus, por meio de três verbos. O primeiro: “clamar”. A condição de pobreza não se esgota numa palavra, mas torna-se um brado que atravessa os céus e chega a Deus. Que exprime o brado dos pobres senão o seu sofrimento e solidão, a sua
desilusão e esperança? Podemos interrogar-nos: como é possível que este brado, que sobe à presença de Deus, não consiga chegar aos nossos ouvidos e nos deixe indiferentes e impassíveis? Num Dia como este, somos chamados a fazer um sério exame de consciência para compreender se somos verdadeiramente capazes de escutar os pobres. Necessitamos da escuta silenciosa para reconhecer a sua voz. Se nós falarmos demasiado, não conseguiremos escutá-los a eles. Muitas vezes, temo que tantas iniciativas, apesar de meritórias e necessárias, visem mais comprazer-nos a nós mesmos do que acolher verdadeiramente o clamor do pobre. Se assim for, na hora em que os pobres fazem ouvir o seu brado, a reação não é coerente, não é capaz de sintonizar com a condição deles. Vive-se tão encurralado numa cultura do indivíduo obrigado a olhar-se ao espelho e a cuidar exageradamente de si mesmo, que se considera suficiente um gesto de altruísmo para ficar satisfeito, sem se comprometer diretamente. 3. Um segundo verbo é “responder”. O Salmista diz que o Senhor não só escuta o clamor do pobre, mas também responde. A sua resposta – como atesta toda a história da salvação – é uma intervenção cheia de amor na condição do pobre. Foi assim, quando Abraão expressara a Deus o seu desejo de possuir uma descendência, apesar de ele e a esposa Sara, já idosos, não terem filhos (cf. Gn 15, 1-6). O mesmo aconteceu quando Moisés, do fogo duma sarça que ardia sem se consumir, recebeu a revelação do nome divino e a missão de fazer sair o povo do Egito (cf. Ex 3, 1-15). E esta resposta confirmou-se ao longo de todo o caminho do povo pelo deserto: tanto quando sentia os apertos da fome e da sede (cf. Ex 16, 1-16; 17, 1-7), como quando caía na miséria pior, ou seja, na infidelidade à aliança e na idolatria (cf. Ex 32, 1-14). A resposta de Deus ao pobre é sempre uma intervenção salvadora para cuidar das feridas da alma e do corpo, repor a justiça e ajudar a retomar a vida com dignidade. A resposta de Deus é também um apelo para que toda a pessoa que acredita n’Ele possa, dentro dos limites humanos, fazer o mesmo. O Dia Mundial dos Pobres pretende ser uma pequena resposta, dirigida pela Igreja inteira dispersa por todo o mundo, aos pobres de todo o gênero e de todo o lugar a fim de não pensarem que o seu clamor caíra em
saco roto. Provavelmente, é como uma gota de água no deserto da pobreza; e contudo pode ser um sinal de solidariedade para quantos passam necessidade a fim de sentirem a presença ativa dum irmão ou duma irmã. Não é de um ato de delegação que os pobres precisam, mas do envolvimento pessoal de quantos escutam o seu brado. A solicitude dos crentes não pode limitar-se a uma forma de assistência – embora necessária e providencial num primeiro momento –, mas requer aquela “atenção amiga” (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 199) que aprecia o outro como pessoa e procura o seu bem. 4. O terceiro verbo é “libertar”. O pobre da Bíblia vive com a certeza de que Deus intervém em seu favor para lhe devolver dignidade. A pobreza não é procurada, mas criada pelo egoísmo, a soberba, a avidez e a injustiça: males tão antigos como o homem, mas sempre pecados são, acabando enredados neles tantos inocentes com dramáticas consequências sociais. A ação libertadora do Senhor é um ato de salvação em prol de quantos Lhe manifestaram a sua aflição e angústia. As amarras da pobreza são quebradas pelo poder da intervenção de Deus. Muitos Salmos narram e celebram esta história da salvação, que se verifica na vida pessoal do pobre: “Ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre, nem desviou dele a sua face; mas ouviu-o, quando Lhe pediu socorro” (Sal 22, 25). Poder contemplar a face de Deus é sinal da sua amizade, da sua proximidade, da sua salvação. “Viste a minha miséria e conheceste a angústia da minha alma; (…) deste aos meus pés um caminho espaçoso” (Sal 31, 8b.9). Dar ao pobre um “caminho espaçoso” equivale a libertá-lo da “armadilha do caçador” (cf. Sal 91, 3), a tirá-lo da armadilha montada no seu caminho, para poder caminhar sem impedimentos e olhar serenamente a vida. A salvação de Deus toma a forma duma mão estendida ao pobre, que oferece acolhimento, protege e permite sentir a amizade de que necessita. É a partir desta proximidade concreta e palpável que tem início um genuíno percurso de libertação: “Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo” (Evan-
gelii gaudium, 187). 5. Não cessa de comover-me o caso – referido pelo evangelista Marcos (cf. 10, 46-52) – de Bartimeu, na pessoa de quem vejo identificados tantos pobres. O cego Bartimeu era um mendigo, que “estava sentado à beira do caminho” (10, 46); tendo ouvido dizer que ia a passar Jesus, “começou a gritar” e a invocar o “Filho de David” para que tivesse piedade dele (cf. 10, 47). “Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais” (10, 48). O Filho de Deus escutou o seu brado e “perguntou-lhe: “Que queres que te faça?” “Mestre, que eu veja!” – respondeu o cego” (10, 51). Esta página do Evangelho torna visível aquilo que o Salmo anunciava como promessa. Bartimeu é um pobre que se encontra desprovido de capacidades fundamentais, como o ver e o poder trabalhar. Também hoje não faltam percursos que levam a formas de precariedade. A falta de meios basilares de subsistência, a marginalização quando já não se está na plenitude das próprias forças laborais, as diversas formas de escravidão social, apesar dos progressos realizados pela humanidade… Como Bartimeu, quantos pobres há hoje à beira da estrada e procuram um significado para a sua condição! Quantos se interrogam acerca dos motivos por que chegaram ao fundo deste abismo e sobre o modo como sair dele! Esperam que alguém se aproxime deles, dizendo: “Coragem, levanta-te que Ele chama-te” (10, 49). Com frequência, infelizmente, verifica-se o contrário: as vozes que se ouvem são de repreensão e convite a estar calados e a sofrer. São vozes desafinadas, muitas vezes regidas por uma fobia para com os pobres, considerados como pessoas não apenas indigentes, mas também portadoras de insegurança, instabilidade, extravio dos costumes da vida diária e, consequentemente, pessoas que devem ser repelidas e mantidas ao longe. Tende-se a criar distância entre nós e eles, não nos dando conta de que, assim, acabamos distantes do Senhor Jesus, que não os afasta mas chama-os a Si e consola-os. Como soam apropriadas a este caso as palavras do profeta relativas ao estilo de vida do crente: “libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os
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Palavra do Papa nus” (Is 58, 6-7). Este modo de agir faz com que o pecado seja perdoado (cf. 1 Ped 4, 8), a justiça percorra a sua estrada e, quando formos nós a clamar pelo Senhor, Ele nos responda dizendo: Aqui estou! (cf. Is 58, 9). 6. Os primeiros habilitados a reconhecer a presença de Deus e a dar testemunho da sua proximidade à própria vida são os pobres. Deus permanece fiel à sua promessa e, mesmo na escuridão da noite, não deixa faltar o calor do seu amor e da sua consolação. Contudo, para superar a opressiva condição de pobreza, é necessário aperceber-se da presença de irmãos e irmãs que se ocupem deles e que, abrindo a porta do coração e da vida, lhes façam sentir benvindos como amigos e familiares. Somente deste modo podemos descobrir “a força salvífica das suas vidas” e “colocá-los no centro do caminho da Igreja” (Evangelii gaudium, 198). Neste Dia Mundial, somos convidados a tornar concretas as palavras do Salmo: “Os pobres comerão e serão saciados” (Sal 22, 27). Sabemos que no templo de Jerusalém, depois do rito do sacrifício, tinha lugar o banquete. Esta foi uma experiência que, no ano passado, enriqueceu a celebração do primeiro Dia Mundial dos Pobres, em muitas dioceses. Muitos encontraram o calor duma casa, a alegria duma refeição festiva e a solidariedade de quantos quiseram compartilhar a mesa de forma simples e fraterna. Gostaria que, também neste ano e para o futuro, este Dia fosse celebrado sob o signo da alegria pela reencontrada capacidade de estar juntos. Rezar juntos em comunidade e compartilhar a refeição no dia de domingo é uma experiência que nos leva de volta à primitiva comunidade cristã, que o evangelista Lucas descreve em toda a sua originalidade e simplicidade: “Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações. (…) Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada
um” (At 2, 42.44-45). 7. Inúmeras são as iniciativas que a comunidade cristã empreende para dar um sinal de proximidade e alívio às muitas formas de pobreza que estão diante dos nossos olhos. Muitas vezes, a colaboração com outras realidades, que se movem impelidas não pela fé mas pela solidariedade humana, consegue prestar uma ajuda que, sozinhos, não poderíamos realizar. O fato de reconhecer que, no mundo imenso da pobreza, a nossa própria intervenção é limitada, frágil e insuficiente leva a estender as mãos aos outros, para que a mútua colaboração possa alcançar o objetivo de maneira mais eficaz. Somos movidos pela fé e pelo imperativo da caridade, mas sabemos reconhecer outras formas de ajuda e solidariedade que se propõem, em parte, os mesmos objetivos; desde que não transcuremos aquilo que nos é próprio, ou seja, conduzir todos a Deus e à santidade. Uma resposta adequada e plenamente evangélica, que podemos realizar, é o diálogo entre as diversas experiências e a humildade de prestar a nossa colaboração, sem qualquer espécie de protagonismo. À vista dos pobres, não se perca tempo a lutar pela primazia da intervenção, mas reconheçamos humildemente que é o Espírito quem suscita gestos que sejam sinal da resposta e da proximidade de Deus. Quando encontramos o modo para nos aproximar dos pobres, saibamos que a primazia compete a Ele que abriu os nossos olhos e o nosso coração à conversão. Não é de protagonismo que os pobres têm necessidade, mas de amor que sabe esconder-se e esquecer o bem realizado. Os verdadeiros protagonistas são o Senhor e os pobres. Quem se coloca ao serviço é instrumento nas mãos de Deus, para fazer reconhecer a sua presença e a sua salvação. Recorda-o São Paulo quando escreve aos cristãos de Corinto, que competiam entre eles a propósito dos carismas procurando os mais prestigiosos: “Não pode o olho dizer à mão: “Não tenho neces-
sidade de ti”; nem tão pouco a cabeça dizer aos pés: “Não tenho necessidade de vós”” (1 Cor 12, 21). Depois, o Apóstolo faz uma consideração importante, observando que os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários (cf. 12, 22) e, “aqueles que parecem ser os menos honrosos do corpo, a esses rodeamos de maior honra e, aqueles que são menos decentes, nós os tratamos com mais decoro; os que são decentes, não têm necessidade disso” (12, 23-24). Ao mesmo tempo que dá um ensinamento fundamental sobre os carismas, Paulo educa também a comunidade para a conduta evangélica com os seus membros mais fracos e necessitados. Longe dos discípulos de Cristo sentimentos de desprezo e de pietismo para com eles; antes, são chamados a honrá-los, a dar-lhes a precedência, convictos de que eles são uma presença real de Jesus no meio de nós. “Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 40). 8. Por isto se compreende quão distante esteja o nosso modo de viver do modo de viver do mundo, que louva, segue e imita aqueles que têm poder e riqueza, enquanto marginaliza os pobres considerando-os um descarte e uma vergonha. As palavras do Apóstolo são um convite a dar plenitude evangélica à solidariedade com os membros mais fracos e menos dotados do corpo de Cristo: “Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria” (1 Cor 12, 26). Na mesma linha, nos exorta ele na Carta aos Romanos: “Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros; não vos preocupeis com as grandezas, mas entregai-vos ao que é humilde” (12, 15-16). Esta é a vocação do discípulo de Cristo; o ideal para o qual se deve tender constantemente é assimilar cada vez mais em nós “os mesmos sentimentos, que estão em Cristo Jesus” (Flp 2, 5). 9. Uma palavra de esperança torna-
-se o epílogo natural para onde nos encaminha a fé. Muitas vezes, são precisamente os pobres que põem em crise a nossa indiferença, filha duma visão da vida, demasiado imanente e ligada ao presente. O clamor do pobre é também um brado de esperança com que manifesta a certeza de ser libertado; esperança fundada no amor de Deus, que não abandona quem a Ele se entrega (cf. Rm 8, 31-39). Santa Teresa de Ávila deixara escrito no seu Caminho de Perfeição: “A pobreza é um bem que encerra em si todos os bens do mundo; assegura-nos um grande domínio; quero dizer que nos torna senhores de todos os bens terrenos, uma vez que nos leva a desprezá-los” (2, 5). Na medida em que somos capazes de discernir o verdadeiro bem é que nos tornamos ricos diante de Deus e sábios diante de nós mesmos e dos outros. É mesmo assim: na medida em que se consegue dar à riqueza o seu justo e verdadeiro significado, cresce-se em humanidade e torna-se capaz de partilha. 10. Convido os irmãos bispos, os sacerdotes e de modo particular os diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço dos pobres (cf. At 6, 1-7), juntamente com as pessoas consagradas e tantos leigos e leigas que, nas paróquias, associações e movimentos, tornam palpável a resposta da Igreja ao clamor dos pobres, a viver este Dia Mundial como um momento privilegiado de nova evangelização. Os pobres evangelizam-nos, ajudando-nos a descobrir cada dia a beleza do Evangelho. Não deixemos cair em saco roto esta oportunidade de graça. Neste dia, sintamo-nos todos devedores para com eles, a fim de que, estendendo reciprocamente as mãos uns para os outros, se realize o encontro salvífico que sustenta a fé, torna concreta a caridade e habilita a esperança a prosseguir segura no caminho rumo ao Senhor que vem. Francisco XXXIII Domingo do Tempo Comum (18 de novembro de 2018)
Notícias do Brasil e do Mundo ASSEMBLEIA DO REGIONAL SUL 1 REFLETE SOBRE A JUVENTUDE Entre os dias 19 e 21 de outubro, os bispos do Regional Sul 1, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreende as arquidioceses e dioceses do Estado de São Paulo, se reuniram em Itaci, Indaiatuba (SP), para a realização da 40ª Assembleia das Igrejas Particulares. Com o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, mais de 300 participantes estiveram presentes, entre eles nosso bispo, Dom Luiz Gonza-
ga Fechio, o coordenador de pastoral, padre Anderson Frezzato, o assessor e coordenador do Setor Juvenil, padre Carlos Panassolo e João Félix, e o leigo Adriano Sacco. “Continuemos o processo de motivação de nossa juventude, expandindo o que foi discutido e apresentado durante a Assembleia para as arquidioceses e dioceses do Estado de São Paulo”, disse o presidente do Regional Sul 1, Dom Pedro Luiz Stringhini.
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Notícias do Brasil e do Mundo SÍNODO DOS JOVENS É CONCLUÍDO: CARTA E DOCUMENTO FINAL SÃO DIVULGADOS A XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos foi concluída no domingo, 28 de outubro, com a Missa presidida pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro. Aos jovens do mundo inteiro, tema de reflexão sob o qual os padres sinodais se debruçaram, foram dirigidas palavras de esperança, confiança e consolação. O Documento Final desta assembleia, cujo tema foi “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” foi entregue ao Papa, que autorizou a sua publicação. Em sua carta, os padres sinodais situam o processo de escuta que permeou as três semanas de assembleia, quando deram ouvidos à voz de Jesus, “o Cristo, eternamente jovem”. Nele, reconheceram as vozes da juventude, seus gritos de exultação, lamentos e silêncios”. “Sabemos de suas buscas interiores, das alegrias e das esperanças, das dores e angústias que fazem parte de sua inquietude. Agora, queremos que vocês escutem uma palavra nossa: desejamos ser colaboradores de sua alegria para que suas expectativas se transformem em ideais. Temos certeza de que com sua vontade de viver, vocês estão prontos a se empenhar para que seus
sonhos tomem forma em sua existência e na história humana”, afirmam em um trecho. A sinalização é um pedido de confiança à Igreja-mãe, que tem em suas estruturas fraquezas, fragilidades e pecados, que não devem neste sentido desanimar ou ser obstáculo à confiança. “A Igreja é sua mãe, não abandona vocês, está pronta para acompanhá-los em novos caminhos, nas sendas mais altas onde o vento do Espírito sopra mais forte, varrendo as névoas da indiferença, da superficialidade, do desânimo”. Confira a carta na íntegra no site diocesano. Documento final Na tarde do sábado, 27 de outubro, foi aprovado o Documento final do Sínodo sobre a Juventude. Divido em três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos e 60 páginas, o documento tem como fio condutor a passagem do Evangelho de Lucas sobre os discípulos de Emaús. “Caminhava com eles”, “Eles abriram os olhos” e “Partiram sem demora” são os títulos de cada uma das três partes do texto. Para o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal
Sérgio da Rocha, que foi o relator geral do Sínodo, o texto é “o resultado de um verdadeiro trabalho de equipe” dos padres sinodais, juntamente com os outros participantes no Sínodo e “em modo particular os jovens.” Na primeira parte do documento, intitulada “Caminhava com eles”, é apresentado o contexto no qual os jovens estão inseridos. Ressalta-se a Igreja em escuta, apontam-se “três juntas cruciais” e são abordadas questões como identidade e relacionamento, além do ser jovem hoje. A segunda parte, “Eles abriram os olhos”, reforça o papel renovador da juventude na Igreja, “portadora de
uma santa inquietude”. Acolhimento, respeito e acompanhamento ao dinamismo dos jovens são indicações deste trecho, que aborda o dom da juventude, o mistério da vocação, a missão do acompanhamento e a arte de discernir. Por fim, em seu último título, “Partiram sem demora”, são pontuadas a sinodalidade missionária da Igreja, o caminhar juntos no cotidiano, o renovado ímpeto missionário e a formação integral. É desta parte do texto que sai o convite às Conferências Episcopais e às Igrejas particulares para prosseguir no processo de discernimento com o objetivo de elaborar soluções pastorais específicas à realidade juvenil.
CAMPANHA PARA EVANGELIZAÇÃO SERÁ EM SINTONIA COM A EXORTAÇÃO APOSTÓLICA GAUDETE ET EXSULTATE Despertar os discípulos e as discípulas missionários para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais no Brasil está entre os principais enfoques da Campanha para a Evangelização deste ano, que acontece em sintonia com a Exortação Apostólica do Papa Francisco: Gaudete et Exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo atual, com o lema “Evangelizar partindo de Cristo”. Sua abertura será realizada na Festa do Cristo Rei e Dia dos Cristãos Leigos e Leigas, encerramento do Ano Litúrgico, no dia 25 de novembro. A conclusão acontece no terceiro domingo do Advento, dia 16 de dezembro, quando deve ser realizada, em todas as comunidades católicas, a Coleta para a Ação Evangelizadora no Brasil, que pretende apoiar as inúmeras iniciativas da Igreja no Brasil no serviço da evangelização, da dinamização das pastorais, na luta pela justiça social, nas experiências missionárias das Igrejas irmãs e na missão ad gentes. “Desejamos uma boa Campanha para Evangelização com as bênçãos
comunidades locais se motivem na comunhão e na participação para que, por meio dessa partilha, muitas inicia-tivas de evangelização sejam fortalecidas”, afirma a Comissão Episcopal da Campanha para Evangelização. Oração da CE
de Deus e a proteção de Maria, mãe e seguidora de Jesus de Nazaré”, afirma a Comissão Episcopal da Campanha para Evangelização. O gesto concreto de colaboração na Coleta da Campanha para a Evangelização será partilhado, solidariamente,
entre as arquidioceses, dioceses e prelazias, que receberão 45% dos recursos; os 18 regionais da CNBB que terão 20% e o Secretariado-geral da CNBB que contará com 35% das contribuições. “A Igreja no Brasil, mais uma vez, faz um forte apelo para que nossas
Deus, nosso Pai, quereis a salvação de todos os povos da Terra. Nós vos pedimos que susciteis em nós o compromisso com a Evangelização, para que todos conheçam a vida que de vós provém. Nós vos pedimos que nossos projetos evangelizadores sirvam para nossa santificação e da sociedade inteira que, assim, será justa, fraterna e solidária. Nós vos pedimos que, em nossas comunidades e em toda a Igreja no Brasil, cresça o sentimento de partilha e que, por meio da Coleta para a Evangelização e do testemunho de comunhão, todas as comunidades recebam a força do Evangelho. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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Curso Bíblico (IV) Prezado(a) irmão(ã), hoje tratamos de alguns temas oportunos para o bom prosseguimento deste estudo: as línguas originais da Bíblia, a divisão da Sagrada Escritura em capítulos e versículos, as grandes traduções e a forma de melhor entender a Escritura em seus sentidos, tipos e acomodação. Sem dúvida, parecem assuntos complexos, mas, no final desta leitura, você irá compreender melhor a temática em questão. Coragem na caminhada! 1. Bíblia, uma “coleção de livros” em três idiomas A Sagrada Escritura foi escrita em três diferentes idiomas: o hebraico, o aramaico e o grego. No hebraico, foi escrita a maior parte do Antigo Testamento. Era uma língua que até o século X da nossa era não tinha vogais, de modo que, ao ler um livro, o leitor era quem, mentalmente, inseria, no texto, as vogais. Ora, isso causava dificuldades no modo de entender alguns termos, embora a mensagem divina não ficasse comprometida. Assim, ao ver, por exemplo, a palavra qrn, alguns inseriram nela, corretamente, a vogal a, tendo o termo qaran (= brilhar); outros, porém, aí colocaram a vogal e, o que deu o vocábulo qeren (= chifres). Daí, algumas antigas traduções dizerem que Moisés tinha chifres, em vez de rosto brilhante (cf. Êx 34,29-30). Também era o hebraico uma língua pobre de palavras: ah significa irmão de sangue, tio ou primo ao mesmo tempo, bekor quer dizer tanto primogênito como bem-amado, conforme veremos, a seu tempo, neste Curso. No aramaico, língua muito próxima do hebraico, foram redigidos Esd 4,86,18; 7,12-26; Dn 2,4-7,28; uma frase de Jr 10,11, duas palavras de Gn 31,47, além do Evangelho de Mt (disso trataremos ao chegar a esse evangelista). Jesus, de forma intensa, falou o aramaico, embora usasse também o hebraico e o grego (cf. G. Magnani. Jesus construtor e mestre. Aparecida: Santuário, 1998). No grego, língua das pessoas cultas da época, se escreveu todo o Novo Testamento como temos hoje (o original de Mt em aramaico se perdeu), além de Sb, 2Mc e partes de outros livros do Antigo Testamento como 1Mc; Jt, Tb, algumas partes de Dn (3,24-90; 13-14) e os acréscimos de Est (10,4-16,24). Já Eclo é um caso especial. Foi traduzido do hebraico para o grego (cf. Prólogo v. 15-35), mas o original se perdeu e só foi reencontrado nos séculos XIX e XX. O grego é, portanto, o texto canônico de Eclo. Como quer que seja, o grego do NT, chamado de Koiné, tem, em grande parte dos livros, o fundo semita ou hebraico. 2. Como foram divididos os textos bíblicos?
Por longo tempo, os textos bíblicos só eram separados por partes ou temas (as origens do mundo e da humanidade, o nascimento de Jesus, a vista dos magos, a morte de cruz etc.), mas não em capítulos e versículos como hoje. Estêvão Langton (†1228), arcebispo de Cantuária, foi quem dividiu, na Bíblia Latina, os livros em capítulos. Tal divisão passou também para o texto hebraico e grego e permanece até hoje. Já a divisão dos capítulos em versículos se deve a Santes Paganino de Lucca (†1541). Para o NT, a distribuição foi refeita por Roberto Estêvão, em 1551, e é a que temos atualmente. 3. Traduções bíblicas: brevíssimo histórico Duas clássicas traduções da Bíblia são a dos Setenta (LXX) e a Vulgata. A dos Setenta é a passagem do AT hebraico para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C., pelos judeus que moravam em Alexandria (Egito). Leva esse nome porque, segundo uma piedosa história, teria sido traduzida por setenta sábios que, isolados em setenta quartinhos diferentes, produziram o mesmo texto grego. Isso só poderia ter sido milagre. A Vulgata data do século IV. Deve-se a São Jerônimo, que fez uma revisão do grego do NT nas traduções latinas então existentes e traduziu o AT diretamente do hebraico. Chama-se Vulgata por referência ao popular (vulgus,i = povo). Hoje, existe a Neovulgata com recursos linguísticos e arqueológicos que superam o bom trabalho de São Jerônimo. 4. Como interpretar corretamente a Sagrada Escritura? A interpretação correta da Bíblia deve levar em consideração ser ela um livro divino-humano (cf. Curso 1, pois esperamos que você esteja arquivando o conteúdo). Livro humano: requer estudo de história, linguística, hermenêutica etc. para não fazer a Escritura dizer o que ela não diz. Por exemplo, há quem afirme – por puro desconhecimento ou má-fé – que o Papa é a Besta de que fala o Apocalipse 13,18, porque a soma das letras latinas Vicarius Filii Dei (Vigário do Filho de Deus) dariam o número 666. Ora, isso é absurdo. O Apocalipse foi escrito em grego, não em latim, em
linguagem simbólica devido à onda de perseguição aos cristãos. Daí, o número da Besta designar César Nero, imperador romano pagão. Seu nome, em grego, da direita para a esquerda dá 666 (N= 50 V= 6 R= 200 N= 50 R= 200 S= 60 Q= 100 = 666). Livro divino: exige fé do leitor, de modo que há de se levar em consideração três fatores importantes: 1) o contexto total da Escritura: por exemplo, o AT fala que os mortos iam para o cheol (cf. Nm 16,32), mas, na evolução pedagógica da Revelação, o NT já demonstra a recompensa eterna (cf. Lc 16,19-31); 2) a interpretação deve ser condizente com a fé da Igreja organizadora da Bíblia; 3) a analogia da fé (cf. Rm 12,6): aqui, Jo 14,28 (“O Pai é maior que eu”) deve ser lido à luz de Jo 14,1011 e 10,30 (passagens reveladoras da mesma natureza divina entre o Pai e o Filho). Cf. ainda o Catecismo da Igreja Católica n. 109-119 e Dei Verbum n. 12). 5. Sentidos bíblicos Devemos dar muita atenção, no estudo, aos sentidos da Escritura. Dois são os principais. O literal (não o literalista a tomar tudo ao pé da letra), que leva em conta a linguagem da época em que o texto foi escrito e o gênero ao qual pertence: Gn 1,1-2,3 é um hino litúrgico cujos detalhes (aparecimento dos seres, obra de seis dias, descanso de Deus etc.) não devem ser levados ao pé da letra, mas tidos como catequese: há um tempo para trabalhar e outro para descansar... Já o sentido espiritual (não espiritualista subjetivo) é a chave para interpretar a Bíblia toda à luz de Cristo; n’Ele está o sentido pleno do AT como aparece no NT: a jovem que dá à luz, no tempo de Isaías (7,14), é uma personagem real daquele período, mas seu gesto só ganha plenitude ou se torna realmente entendível em Mt 1,23 ao tratar de Maria (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 11-119). 6. Tipos e acomodação, como entender? Entendemos que Deus não fala apenas por palavras, mas também por pessoas, fatos, coisas que são imagens pálidas ou prefiguras de uma autêntica realidade futura. São os tipos bíblicos: o primeiro Adão, na Criação (cf. Gn 1-3), é tipo do segundo Adão (Cristo),
na recriação (cf. Rm 5,14); a serpente de bronze (cf. Nm 21,4-9) é prefigura da Cruz de Nosso Senhor (cf. Jo 3,14-15); Melquisedeque, sacerdote no AT (cf. Gn 14,17-20), prefigura o único e eterno sacerdote da Nova Aliança, Jesus Cristo (cf. Hb 7,1-25); a ação da rainha Ester e de Judite, no AT, prefiguram a de Maria Santíssima etc. Já por acomodação se entende o fato de aplicar determinada qualidade de um ser a outro. Por exemplo, o que cabe à sabedoria, em Eclo 24,18, se aplica à Virgem Maria, na Tradição cristã, como sede da verdadeira sabedoria, Cristo. Também Jr 15,18, ao falar da desolação, tem sido aplicado aos cristãos em suas dificuldades, provações etc. Prezado(a) irmão(ã), esta lição pode conter pontos difíceis e muito sintetizados. Não se assuste nem desanime. Leia e releia tudo com atenção, responda ao questionário e, se preciso for, recorra a alguém que possa ajudá-lo perto de você ou a nós por carta ou e-mail. Fontes para consulta: BETTENCOURT, Dom Estêvão; LIMA, Maria de Lourdes Corrêa. Curso Bíblico. 2ª ed. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2016, p. 51-68. CASTANHO, Dom Amaury. Iniciação à leitura da Bíblia. 5ª ed. Aparecida: Santuário, 2007, p. 15 e 23-26. KONINGS, Johan. A palavra se fez livro. São Paulo: Loyola, 1999, p. 15-21. Questionário 1) Em quantos idiomas a Bíblia foi escrita e quais são eles? 2) Quais as particularidades do hebraico bíblico? 3) Quem dividiu a Bíblia em capítulos e quem separou os capítulos em versículos? Qual o papel de Roberto Estêvão em tudo isso? 4) Que é Bíblia dos Setenta? Que é Vulgata? 5) Fale, de modo bem claro, sobre a Bíblia como livro humano e divino. 6) Como entender os sentidos literal e espiritual da Escritura? Que é tipo e acomodação? Na próxima edição, iniciaremos o estudo dos Evangelhos. Envio das respostas: Na folha, nome completo e telefone, pergunta enumerada e a resposta. Pode enviar no e-mail a seguir: if.savio@hotmail.com ou por correio: Curso Bíblico. Rua Barão de Campinas, 307, Centro. CEP 13900-110. Amparo, SP. Ir. Vanderlei de Lima e João Félix, coordenadores do Curso Bíblico
Obs.: Para ler os textos anteriores acesse o site diocesano: www.diocesedeamparo.org.br
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Notícias da Diocese de Amparo APOSTOLADO DA ORAÇÃO SE REÚNE EM ENCONTRO DIOCESANO No último sábado do mês de outubro, 27, mês em que a Igreja dedica sua atenção à dimensão missionária, o Apostolado da Oração de nossa Diocese se reuniu para um momento de comunhão, reflexão e espiritualidade. O encontro aconteceu na Paróquia Santo Antônio de Itapira, e teve como tema “O amor do Coração de Jesus traduzido em uma ‘espiritualidade em saída’”. O Apostolado da Oração é um caminho espiritual que a Igreja propõe a todos os cristãos para os ajudar a serem amigos e apóstolos de Jesus Ressuscitado na vida diária e despertar neles a capacidade missionária. Atualmente, a fim de responder aos inúmeros desafios cotidianos, o movimento passa por uma reformulação a nível mundial, convertendo-se em Rede Mundial de Oração do Papa, para que, em sintonia
com as intenções do Santo Padre, a dimensão espiritual daquele que integra um grupo do Apostolado esteja sintonizada com as difíceis realidades dos irmãos e irmãs que sofrem ao redor do mundo. Em nossa Diocese o Apostolado
está presente em mais de 20 paróquias, e conta com centenas de membros comprometidos, não somente com a Rede Mundial de Oração, mas também com outras e inúmeras pastorais, tentando assim levar a espiritualidade do Coração de Jesus a todos os ambientes
eclesiais. Afinal, é compromisso dos zeladores difundir o amor do Sagrado Coração do modo mais prático e espiritual possível. A coordenação diocesana agradece com coração feliz: na pessoa do padre Tarlei Navarro, à Paróquia Santo Antônio pela acolhida e todo o árduo trabalho realizado para receber o encontro; ao padre Edson Andretta, que apresentou de modo celebrativo e pedagógico o valor do Amor do Coração de Jesus; ao diácono Nivaldo Bonomelli; ao seminarista Carlos Augusto Semensim, que expôs as dificuldades da vida de oração, e ao seminarista Juliano Amaral. Porém, de modo especial, agradece a todos os membros que integram o Apostolado da Oração, que buscam testemunhar a preciosidade do amor em suas famílias, trabalhos e paróquias.
COMIDI PROMOVE 3º ENCONTRO MISSIONÁRIO DIOCESANO O Conselho Missionário Diocesano (COMIDI) promove em novembro o 3º Encontro Missionário Diocesano com o tema “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”. O encontro acontece no domingo, dia 25, das 8h00 às 16h, na Paróquia Santo Antônio, cidade de Itapira. O objetivo é impulsionar as Paróquias e Comunidades de nossa Diocese de Amparo para um dinamismo de saída, a serviço do Reino, vivenciando e testemunhando o Evangelho, no compromisso com “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem” (Gaudium et Spes 1). O encontro será um dia de celebra-
ção, reflexão e animação da caminhada missionária da Igreja, fazendo nossos membros de pastoral lançarem um atento olhar para a necessidade de um renovado ardor missionário capaz de orientar nesse sentido, a atividade pastoral de nossa Igreja Particular. “Fazemos votos de que todos possam se empenhar ardentemente no incentivo e na animação missionária, em vista da participação dessa proposta que, desde já, confiamos seu bom êxito em preces à intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, Nossa Senhora do Amparo, nossa excelsa padroeira”, convida o assessor do COMIDI, padre Everton Henrique Nucchi. O mesmo se realizará em consonância às propostas e atividades do
Ano Nacional do Laicato e contará com mais dois momentos distintos: na sexta-feira, 23 de novembro, todos os fiéis são convidados para a Missa de Encerramento do Ano Nacional do Laicato, às 19h30, na Matriz Nossa Senhora da Penha, em Itapira. No sábado, 24 de no-
vembro, acontece a experiência Missionária (somente para os alunos da Escola de Missiologia), das 08h00 às 17h00, na Comunidade Santa Josefina Bakhita, em Itapira. Mais informações pelo e-mail: comidi@diocesedeamparo.org.br.
SEMINÁRIO SÃO JOSÉ ELEGE NOVA GESTÃO PARA O COMISE
“Eles saíram para pregar por todos os lugares, e o Senhor cooperava e confirmava a mensagem com os sinais” (Mc 16,20) Com o coração repleto do sentimento de dever cumprido, a gestão do
Conselho Missionário de Seminaristas, COMISE 2017/2018, do Seminário São José promoveu a eleição da nova gestão no dia 30 de outubro, que a partir de agora passa a coordenar os trabalhos missionários por parte dos semi-
naristas de nossa Diocese. Antes de mais nada, uma palavra de gratidão aos membros que zelaram com vigor e ânimo para contribuir com a formação na dimensão missionária no último ano. O coordenador Carlos Augusto Semensim, o secretário Rodolfo Gritti Vezzan, e o tesoureiro Reginaldo Aparecido Grilo desempenharam papel de destaque na organização das Missões Diocesanas na Paróquia São José Operário, na Semana Missionária do Seminário São José, e nos momentos de formações mensais, fornecendo reflexões pertinentes para a atual realidade que exige missionários comprometidos com a “Igreja em saída”. Portanto, rezemos para que o Senhor da messe enriqueça a vocação
de todos, alimentando esse testemunho missionário dado por cada um. Foram eleitos: o novo coordenador, Rodolfo Gritti Vezzan; para o cargo de secretário, Juliano Aparecido de Oliveira Amaral; como tesoureiro, João Marcos Bezerra de Lima, e como assessor de comunicação, Gustavo Borges Compaci. Os novos membros contam com a colaboração da gestão passada, assim como de todos os demais seminaristas, para que a tão importante dimensão missionária continue a ser alimentada a fim de dar bons frutos no ministério por eles buscado e de modo especial em nossa Igreja particular de Amparo. Desde já o COMISE do Seminário São José conta com as orações de todos!
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Espaço Catequético AS GRANDES VERDADES DE FÉ A RESPEITO DO SACRAMENTO DO BATISMO Entro, com este artigo, nas grandes verdades de fé a respeito do sacramento do Batismo. É por ele que são gerados novos filhos para Deus em Sua Igreja. O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 252, diz que o primeiro dos sacramentos “chama-se Batismo por causa do rito central com que é celebrado: batizar significa ‘imergir’ na água. O que é batizado é imerso na morte de Cristo e ressurge com Ele como ‘nova criatura’ (2Cor 5,17). Chama-se também ‘banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo’ (Tt 3,5) e ‘iluminação’, porque o batizado se torna ‘filho da luz’ (Ef 5,8)”. É de fé, como já vimos, que o Batismo – assim como os outros seis sacramentos – foi instituído por Nosso Senhor (cf. Jo 3,5; Mt 28,18-20; Mc 16,15-17; Lc 15,20), e a Igreja cumpre fielmente, desde os tempos apostólicos até hoje, essa divina instituição (cf. At 2,37-38; 8,26-40; 9,18; 10,1-48; 16,14-15; 16,29-33; 18,8). No Batismo, a matéria é a água natural (não pode ser nenhum outro líquido: leite, vinho, perfume etc.) e a forma são as palavras do ministro: “(Nome), eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. O Batismo, hoje, como no princípio do Cristianismo, pode ser feito de dois modos: por imersão na água ou por infusão dela (modo
mais comum) sobre a cabeça da pessoa que é batizada. Com efeito, a Didaqué, catecismo dos primeiros cristãos, do final do século I, assim escreve: “No que diz respeito ao Batismo, batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em água corrente […]. Derramai três vezes água sobre a cabeça em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (7,1.3). Falamos também do ministro do sacramento. Quero lembrar que, em todos os sacramentos, Cristo é o ministro principal, em lugar de quem o ministro humano age como alguém importante, mas secundário. E aqui já entra, uma vez mais, outra verdade de fé: o ministro ordinário do Batismo é o sacerdote – de modo muito especial o pároco – designado pelo Bispo. Mas, em caso de grave necessidade, qualquer ser humano (mesmo ateu, desde que tenha a intenção de fazer o que a Igreja faz) pode, de modo válido e lícito, batizar. Esse ser humano é, no caso, um ministro extraordinário. Faz-se oportuno tratar do aspecto do Batismo em caso de grave necessidade, devido a sua importância. O Pe. Leo Treze, no livro “A Fé explicada” (Quadrante), p. 247, fala: “O que se tem a fazer é extremamente simples. Basta derramar água da torneira na fronte do batizando e, ao mesmo tempo,
pronunciar audivelmente (enquanto a água escorre) as palavras: ‘Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’”. O mesmo padre diz que se a mulher vai dar à luz em uma maternidade católica poderá ficar tranquila, pois sua criança será, certamente, batizada se estiver em perigo de vida. No entanto, se a futura mãe vai para um hospital não católico, poderá levar a fórmula do batismo escrita em um papel. Na hora do parto (ou antes), dará o impresso ao médico (ou à enfermeira) e pedirá: “Doutor, se a vida de meu filho correr perigo, por favor, derrame um pouco de água sobre a sua cabeça e diga ao mesmo tempo essas palavras em voz alta, com a intenção de fazer o que a Igreja
Católica quer fazer no batismo”. Uma vez feito o batizado, se a criança sobreviver, o padre da paróquia na qual mora a pessoa deve ser avisado a respeito do dia e de quem ministrou o sacramento a fim de registrá-lo no Livro de Batismo da paróquia, fornecer a certidão batismal e marcar uma data para, na igreja, proceder ao restante do rito sacramental. É preciso haver um padrinho e uma madrinha (ou ao menos um deles) na hora do batizado. Se os pais já escolheram alguém, mas eles não estão presentes no hospital, valham-se de um (a) suplente, que, no momento, aceite. O mesmo serve para adultos não batizados que, em perigo de morte, queiram receber o Batismo.
A DOUTRINA DO PECADO ORIGINAL A Congregação para a Doutrina da Fé publicou, em 22 de fevereiro de 2018, a Carta Placuit Deo (Aprouve Deus). Nela, reafirma que a salvação eterna só é possível por meio de Cristo, em Sua Igreja, cuja porta de entrada é o Batismo (cf. n. 1 e n. 12). Para bem valorizar esse sacramento, é preciso entender o pecado original (= da origem). O Credo Niceno-Constantinopolitano – aquele mais longo que, algumas vezes, rezamos nas Missas, e que leva esse nome por ter sido formulado nos Concílios de Niceia (325) e de Constantinopla (381) – professa: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis”. Isso quer dizer que tudo é obra de Deus. Pois bem, no relato bíblico, em sua linguagem própria feita catequese (cf. Gn 2-3), o que se vê, em resumo, é o seguinte: Deus criou o homem e a mulher, ou seja, seres dotados de corpo material e alma espiritual – síntese do visível e do invisível – e os colocou em um estado de harmonia e felicidade grandiosas: o paraíso.
Naquela condição, o Senhor lhes deu o dom sobrenatural (que ultrapassa as exigências da natureza humana, por isso é pura doação) da filiação divina, graça santificante que elevou nossos primeiros pais à condição de filhos muito amados Seus. Presenteou-lhes também com os dons preternaturais (que ampliam as capacidades da natureza humana) da imortalidade (cf. Gn 2,17;3,3-4.19): – nunca morreriam, mas passariam, como que em um sono, para a eternidade –, da impassibilidade (cf. Gn 3,16) – não sofreriam mal algum –, da integridade (cf. Gn 2,25; 3,711) – não padeciam da concupiscência ou da tentação ao pecado – e da ciência moral infusa – que os levava a viver, sempre, segundo a vontade de Deus. Foi, contudo, solicitada dos primeiros pais uma prova: poderiam dizer “Sim” ou “Não” àqueles grandes dons de Deus (cf. Gn 2,16-17). Ele nos fez livres e, por isso só nos salva com o nosso pleno consentimento. Ora, o ser humano, refém da tentação, representada na sugestão da serpente, disse “Não” a Deus, julgando, em sua soberba – raiz
de todos os pecados (cf. Eclo 10,15) –, que, desobedecendo ao Criador, seria igual a Ele (cf. Gn 3,5). Foi um pecado singular (não uma falta qualquer) que trouxe consequências muito sérias. Adão e Eva perderam – estavam nus (cf. Gn 3,7) – todos os dons sobrenaturais e preternaturais dados por Deus. Eis o pecado original originante. Distingue-se do pecado original originante o pecado original originado, aquele que herdamos, por transmissão, dos primeiros pais. Embora se chame pecado original (está na origem), não é uma culpa pessoal ou falha cometida livremente, mas a falta da graça santificante e dos dons preternaturais já mencionados. Alguém poderia, aqui, acusar a Deus de injusto por nos ter privado desses dons. Tal acusação é falsa, pois os dons que não recebemos não eram da essência humana, mas como que importantes anexos dados pelo Senhor. De modo oportuno, o Pe. Leo Treze, em sua obra “A fé explicada” (Quadrante), p. 40, diz o seguinte: “Se antes de eu nascer, um homem rico tivesse ofereci-
do a meu pai um milhão de dólares em troca de um pequeno trabalho, e meu pai tivesse recusado a oferta, na verdade eu não poderia culpar o milionário pela minha pobreza. A culpa seria de meu pai, não do milionário”. Apesar de tudo, o Pai celeste enviou Seu Filho para nos redimir (cf. Rm 5,12-21; 1Cor 15,45-49). Na Igreja, o sacramento do Batismo nos dá o acesso à remissão realizada por Cristo, e apaga o pecado original (e atuais, se houver, no caso de adultos), elevando-nos, de novo, pela graça santificante, à dignidade de filhos(as) de Deus. Não recebemos os dons preternaturais reforçadores da nossa natureza, mas recuperamos o mais importante: o dom da vida eterna. Daí a necessidade de se batizarem, o quanto antes, as criancinhas. – Ver: Catecismo da Igreja Católica, n. 396-403; 415-420. Padre Bruno Roberto Rossi, Paróquia São Francisco de Assis/Serra Negra Para ler os artigos anteriores acesse o site: www.diocesedeamparo.org.br
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Notícias da Diocese de Amparo DIOCESE CELEBRA ORDENAÇÃO PRESBITERAL DE EVERTON HENRIQUE NUCCHI Na presença de grande número de fiéis, do clero diocesano, sacerdotes de diversas dioceses, seminaristas, diáconos, religiosas e familiares, a Diocese de Amparo celebrou a Ordenação Presbiteral de Everton Henrique Nucchi, na sexta-feira, 21 de setembro, na Matriz de Santo Antônio, em Santo Antônio de Posse. A Celebração foi presidida por Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo diocesano, que conferiu o segundo grau da ordem ao diácono para o serviço de Deus e da Igreja. “Querido Everton, você deixará de ser chamado diácono para ser chamado padre, por favor não deixe o seu coração diaconal, não abandone, você vai trocar esta estola, mas não perca o significado desse ministério que você exerceu oficialmente até aqui. Que o seu sacerdócio, que o seu presbiterado seja diaconal, Não perca essa dimensão do serviço. Esse povo de Deus veio aqui para te ver padre, mas para dizer para você o quanto todos nós esperamos muito de você, nas suas limitações, nas fraquezas que todos nós temos, mas com essa graça que Deus nos dá se a gente coloca o Reino Dele à frente. Aposte nisso, acredite nisso, arrisque! O importante não é o degrau o qual nós estamos, o importante não é nenhum cargo, mas é o que nós colocamos de amor naquilo que nós fazemos, nas mínimas coisas. Então, seja esse que mostra a resposta a esse seguimento de uma forma bonita, que São Paulo deixou para nós na Primeira Leitura deve ser para nós todos, para você, assumir esse ministério com uma referência para somar. Você será o padre Everton, igual a ninguém, nem para ser mais, nem para ser menos, é para ser padre Everton. Para somar conosco, para fazer comunhão conosco, para ajudar mutuamente a chegar ao estado de homem perfeito, a estatura do Cristo. Que o seu ministério nos enriqueça, enriqueça o meu ministério, enriqueça o ministério dos seus irmãos. Enriqueça e dê mais sabor e mais claridade a esse sal e luz que cada um aqui deve oferecer sendo leigo e leiga consagrado nessa nossa Igreja amada da Diocese de Amparo. Faça essa diferença! Nós
contamos muito, muito mesmo com você, porque o Senhor conta com você! Muito obrigado pelo seu sim, pela sua perseverança, muito obrigado por todo o seu esforço. Isso não é para exaltar a sua pessoa, não é para você ser estrela, é para nós estarmos a serviço Dele. Mas muito obrigado por tudo aquilo que você superou ou teve que, mais ainda, colocar crédito nessa vocação diante das situações difíceis até aqui e que, certamente terão outras, mas, mais ainda a graça de Deus não vai faltar na sua vida!”, disse o bispo. Ao final padre Everton proferiu um agradecimento a todos que o ajudaram ao longo de sua caminhada vocacional. Confira: “Agradecer, tenho feito todos esses dias, mas hoje, mais do que agradecer a Deus por ter me concedido o dom da vida e a honra e servi-Lo, eu quero me render a Ele. Não lhe dirijo palavras, mas entrego minha história e, ao fazer isso, tomo como sua a minha causa: “Buscai, em primeiro lugar, seu Reino e sua justiça” (Mt 6, 33). À minha família, ateliê de Deus, lugar sagrado onde Ele me construiu. À minha mãe, Silvia, imagem humana mais próxima que tenho do amor de Deus. Ao meu pai, Antônio. Ao meu padrasto, José Mário, pelo amor devotado a mim e àquela que tanto amo. Com vocês, aprendi o que o amor! Às minhas avós, Alice e Leonilda, pelo legado na fé, do qual sou herdeiro, pois vi Deus na minha história, olhando a humildade dessas santas mulheres. Aos meus irmãos, Antônio, Larissa e Daiane, que são extensão de minha alma e certeza de que jamais haverá solidão em meus dias. Ao meu sobrinho e afilhado, Arthur Lorenzo, sorriso faceiro do Criador em minha família. Aos meus tios, primos, padrinhos e afilhados, minha gratidão por todo bem feito a mim no decorrer desses anos todos. Aos meus mestres – professores da escola, da Universidade e catequistas -, registro o meu agradecimento pelo conhecimento transmitido, pois, através de vocês, conheci não apenas as coisas do mundo, mas o Criador de todas elas.
Por isso, liberto dos grilhões da ignorância, elevo minha prece por vocês, que me concederam asas para tomar posse do que o Senhor me reserva. A Diocese de Amparo por me acolher com o uma mãe e por me educar na pedagogia do Lavador de Pés. À minha paróquia de origem – Santo Antônio, de Santo Antônio de Posse – por me apresentar a direção que me leva ao encalço Daquele que se apresentou como O Caminho. Ao Dom Luiz, canal pelo qual os sonhos de Deus e os meus, hoje se cumprem. Pela imposição de suas mãos, sou padre da Mãe Igreja. Na sua pessoa, agradeço a Dom Francisco, por ter me acolhido no seminário e Dom Pedro por ter me orientado enquanto esteve em nossa Diocese. Ao presbitério de Amparo – hoje meus irmãos pelo ministério – que o Santo Espírito me faça útil a causa comum, a qual tenho-os visto a tanto tempo lutarem com devoção e convicção. Aos padres das demais dioceses, fica minha gratidão pela amizade e exemplo. De maneira pontual, externo minha gratidão ao Pe. Sidney, responsável pelo meu despertar vocacional e envio ao seminário, ao Pe. Anderson e Pe. Armando (In Memoriam), pelo suporte e orientação durante os encontros vocacionais, aos reitores Pe. Tarlei e Pe. Edson e, na pessoa de ambos, toda a equipe formativa (psicólogos, diretores espirituais e funcionários), por sempre proverem o necessário para o amadurecimento da minha vocação, bem
como os seminaristas, com os quais dividi meus dias em busca de nossos sonhos comuns. Aos lugares por onde passei e aos padres que me receberam de coração aberto para o estágio pastoral, também dedico meu afeto e orações: Pe. Milton e a Paróquia de Santa Cruz (Mogi Mirim), Pe. Carlos Panassolo e a Paróquia São Sebastião (Amparo), Pe. Tarlei e a Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Triunfo (Pedreira), Pe. Paulo e a Paróquia Divino Espírito Santo (Holambra), Pe. Ildefonso e Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Prados (Itapira), de forma particular à comunidade Josefina Bakhita onde tenho desenvolvido meus dons e ministério diaconal. De forma especial, agradeço ao Pe. Wellington e a Paróquia Santo Antônio (Santo Antônio de Posse) pelo carinho e esmero empregados em cada detalhe desta celebração. Enfim, devoto a todo o povo de Deus meu coração por suas orações. Sem elas, e por mim mesmo, eu não teria chegado tão longe… Eu não me sentiria tão próximo Daquele que me seduziu outrora. Que Nossa Senhora do Amparo, patrona dessa diocese e mãe dos discípulos de seu Filho e nosso Senhor, rogue por nós, para que respondamos aos anseios do Deus das Maravilhas e correspondamos ao que o Evangelho nos convida a viver. Que São Mateus, apóstolo do Senhor e mártir de fé, inspire-nos o mesmo amor e desejo de seguir o Cristo e, se preciso for, por Ele dar a vida. Que Deus em sua infinita misericórdia abençoe-vos”.
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Artigo IRMÃ MARIA SALETE, EXEMPLO DE DOAÇÃO
Neste artigo, desejamos fazer memória da Irmã Maria Salete da Eucaristia (na vida civil, Maria Celina Amgarten), cujo passamento para a eternidade ocorreu no dia 12 de outubro de 2018, às 18h05, na Santa Casa de Valinhos (SP), aos 87 anos. De acordo com o Comunicado emitido pela Ir. Salete Bolzan, ministra geral da Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, “foi dada como causa da morte, insuficiência respiratória, sepse grave e broncopneumonia”. O Calvário da Ir. Maria Salete, no entanto, já começara bem antes. Sim, no dia 9 de outubro de 2017, ela
foi submetida a uma cirurgia de histerectomia total, mas logo se recuperou, voltando para o Lar Escola Divina Providência, em Amparo, onde serviu por muitos anos, inclusive na condição de superiora (“Madre”). Em 20 de junho de 2018, passou por nova cirurgia, a de mastectomia parcial. Em 2 de agosto de 2018, sofreu uma queda e fraturou o fêmur esquerdo. Foi submetida, então, a mais uma cirurgia na Casa de Saúde, em Campinas, no dia 3 de agosto de 2018, sendo encaminhada à UTI do mesmo Hospital. Durante o pós-operatório imediato, ainda na UTI, sofreu um infarto agudo do miocárdio, o que muito agravou o seu quadro geral. Irmã Maria Salete permaneceu na UTI de 3 de agosto a 12 de outubro de 2018 (dois meses e quatro dias) e esse período foi de muito sofrimento para ela, pois houve um revezamento entre tempos de sedação e de lucidez, mas ela não podia falar devido a uma traqueostomia. Comunicava-se através do aperto de mão, de um sorriso ou de uma lágrima. A família e as religiosas se fizeram presentes todos os dias no horário de visitas. Seu corpo foi velado na Capela da Betânia Franciscana, em Campinas, a partir de 05h45, pelas Irmãs de Campinas, Amparo e Piracicaba, em companhia de amigos e de muitos familiares
da religiosa. Ao celebrar a Missa, às 7 horas, o cônego Pedro Piacente ressaltou, em sua homilia, que “a morte nos entristece por causa da separação física, mas a esperança cristã nos dá a certeza de que, após a morte, contemplamos o Senhor face a face”. “Só pela fé passamos pela morte com esperança, pois acreditamos na Ressurreição que o próprio Jesus nos ensinou”. Às 14 horas, padre Antônio Isao Yamamoto, amigo da família, celebrou outra Missa e procedeu à Encomendação do corpo. Esteve também presente no velório o padre Rafael Capelato, por longo tempo vigário geral da Arquidiocese de Campinas, atual pároco da Catedral Metropolitana, professor na PUC-Campinas e amigo da família. Ir. Maria Salete sempre manifestou grande apreço por ele – e nós endossamos o sentimento da religiosa – devido à humildade, competência e discreta liderança desse sacerdote. A presença dele, naquele momento, foi, certamente, causa de santa alegria para ela. Irmã Maria Salete serviu como religiosa nas seguintes Casas (Fraternidades) do Estado de São Paulo: Lar Escola Imaculada Conceição, Descalvado; Lar Escola Coração de Maria Nossa Mãe, Piracicaba; Lar Escola Divina Providência, Amparo; Betânia Franciscana, Casa de Retiros e Patronato São Francisco
de Assis, Campinas; Casa São Francisco, Itanhaém, e Fraternidade Santa Verônica, Taubaté (lá conheceu Amácio Mazzaropi, uma das estrelas do cinema brasileiro). Em todas as Fraternidades em que atuou, exerceu atividades como aulas de Costura e Bordado, foi catequista, sacristã, assistente de meninas, superiora local e presidente da Instituição. Fez seus votos temporários em 2 de fevereiro de 1956 e perpétuos em 2 de fevereiro de 1961. Além dos tantos testemunhos sobre as qualidades da Irmã Maria Salete da Eucaristia, cabe, por fim, ressaltar que várias Missas foram celebradas em sufrágio de sua alma em muitos lugares do Brasil e no grupo Amparo Conectado. No Facebook, a postagem comunicando o seu falecimento atingiu, em breve espaço de tempo, 136 curtidas e 37 comentários, inclusive de ex internas do Lar Escola Divina Providência. A religiosa recebeu o Título de Cidadã Amparense em 14 de novembro de 2014, e foi escolhida para participar do livro: “Presenças de Mulheres Admiráveis”, em novembro de 2015. Irmã Maria Salete, descanse em paz e, junto de Deus, interceda por nós! Ir. Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Amparo
NOVAS COMUNIDADES: QUE SÃO? Está será uma tentativa de abordar, de maneira muito sucinta, o surgimento das Novas Comunidades, bem como o seu valor para a Igreja e para a sociedade! Tendo em vista que em nossa Diocese tais riquezas têm surgido nos últimos anos, gostaria de levar ao conhecimento dos fiéis, com alguns artigos, um pouquinho de nossa realidade! “Os movimentos e as Novas Comunidades são a resposta, suscitada pelo Espírito, a este dramático desafio no final do milênio. Vós sois esta resposta providencial!” (Discurso de São João Paulo II aos participantes do Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais). Um mapeamento do Universo secular e seu desencadear Há tempos, a Igreja tem enfrentado um inimigo barulhento e perturbador, chamado “secularismo”, que é a descristianização da cultura, uma “libertação” do homem da religião e de Deus. O exemplo disso tem sido frequente, em relação à tentativa de aprovação do aborto, à falta de valores (crise axiológica), ao ateísmo, ao “tudo pode”. O pior, no entanto, ainda estava por vir,
com a entrada do secularismo na própria Igreja! Se na sociedade o homem não tem encontrado resposta na educação, na formação humana, espera-se, então, que a encontre na religião. Mas como, se o secularismo também está dentro da Igreja? Este sério problema desencadeia, em nosso tempo, o enfraquecimento da fé dentro da nossa Igreja e o pluralismo religioso, que é o surgimento de uma “igreja a cada esquina” (fragmentação da religião). A fé virou uma espécie de “self-service”, onde se escolhe a religião de acordo com aquilo que melhor apetece ao “consumidor”! Além do pluralismo religioso, há ainda o avanço da ciência e da tecnologia que, apesar de muitos benefícios, também é grande vilã, ao individualizar o homem e relativizar a Verdade Suprema que é Deus, em muitas variações de verdades – relativismo – e, ao mesmo tempo, verdade nenhuma! A Igreja passou a viver, com o tempo, uma “crise de credibilidade”, ou seja, para muitos não é mais a detentora da “palavra certa” na sociedade, da orientação, do conselho moral, do
certo e do errado. Em contrapartida, o homem passou a desejar, mais que nunca, respostas e experiências com Deus. Isso ocorre pelo fato de não se preencher no mundo científico e/ou tecnológico. A partir daí, surge também um mercado religioso, muito forte em nossos tempos, do consumismo e tudo o mais, onde se escolhe a religião do “bem-estar”, da prosperidade. Nada de cruz, dor ou sofrimento! O bom negócio é o do sucesso e da prosperidade imediatos! Muitos esquecem a Igreja enquanto comunidade eclesial, lugar do encontro com Deus, e passam a buscar sempre, e com ansiedade, experiências subjetivas com Deus. Diante desta perspectiva, e como resposta que vem do alto, se encontra, por exemplo, o clima carismático! Experiência forte, marcante e que, no entanto, não se constitui de fiéis que querem fundar uma “outra igreja”, pelo contrário, constitui-se de fiéis que desejam renová-la na experiência, sem deixar de viver a sua Tradição – rito, culto, doutrina. É exatamente neste contexto de resposta que nascem os
movimentos e as Novas Comunidades, como abertura ao dinamismo de Deus e à novidade do seu Espírito. Surgimento das Novas Comunidades e sua contextualização Deus sempre suscita o Novo em momentos de “crises” na sociedade e/ ou na Igreja, e por isso, após o Concílio Vaticano II – divisor de águas, neste sentido, para maior abertura ao leigo dentro das atividades pastorais de uma igreja – o catolicismo pôde expandir seu chamado e missão através do próprio batizado, que é convocado a “participar ativamente na comunhão e na missão da Igreja”, não de maneira autônoma, mas comunitária! O ponto de partida que promove o nascimento das Novas Comunidades, portanto, é o denominador comum da Santidade. “Nesta se inserem as específicas vocações, portanto os particulares carismas dados pelo Espírito e as diversas funções e ministérios, de modo que se entendam na sua complementaridade, para que cada um, dócil ao Espírito, realize fielmente a tarefa que lhe foi confiada por Deus!” 1. Bem, no berço da espiritualidade
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Artigo das Novas Comunidades se encontra a RCC (Renovação Carismática Católica), marcada pela experiência da efusão do Espírito Santo, pela espiritualidade carismática: “inicialmente forma-se um grupo de Oração, de caráter mais espiritual e espontâneo, com o objetivo principal de viver a proposta carismá-
tica do próprio movimento. Com o passar do tempo, com o amadurecimento da comunhão entre os participantes e o despertar de uma forte liderança – centrada numa ou mais pessoas –, discerne-se um chamado à constituição de uma comunidade de vida, muito semelhante ao estilo de vida comunitá-
ria das congregações religiosas, com o objetivo de cultivar mais intensamente aquela espiritualidade carismática e a própria vida cristã, tendo como protótipo as comunidades cristãs da Igreja Primitiva [...], e se assume, por fim um compromisso com tal carisma emergente”2.
1. As Novas Comunidades no contexto sociocultural contemporâneo / Wagner Ferreira. São Paulo: Canção Nova, 2012. 2. Idem. Lucas Lastória – fundador da Comunidade Católica Missão ATHOS2
A FORMAÇÃO DOS FUTUROS PADRES: DIMENSÃO PASTORAL-MISSIONÁRIA Dentre as cinco dimensões da formação presbiteral (espiritual, pastoral-missionária, humano-afetiva, intelectual e comunitária) a dimensão pastoral-missionária é a que mais aproxima o seminarista do povo de Deus e permite uma experiência concreta dos trabalhos pastorais realizados nas paróquias da diocese. Nesta dimensão os formandos são apresentados a duas formas de experiência que irão permitir um contato maior com a realidade da vida de Igreja nas cidades que compõem a Diocese de Amparo: são elas o estágio pastoral e a semana de missões. O estágio pastoral é realizado a partir do primeiro ano de filosofia. Aos finais de semana o seminarista é acolhido em uma paróquia pelo tempo de um ano (no primeiro ano de filosofia) e nas seguintes etapas pelo período de dois anos. Nesse tempo o seminarista entra em contato com a realidade da paróquia e de seus paroquianos, conhece de perto o trabalho do padre em seus afazeres paroquiais, e pode participar e se envolver com o trabalho das inúmeras pastorais atuantes da Igreja. No início de cada estágio pastoral os seminaristas, juntamente com os padres, ao observarem a realidade da paróquia e as necessidades específicas de cada campo de missão definem um programa a ser seguido, com os trabalhos que serão realizados e as experiências que o seminarista irá realizar. O estágio é sempre acompanhado e orientado pelo padre responsável pela paróquia, que se torna, neste período,
corresponsável pela formação daquele jovem. Atualmente os seminaristas estão atuando nas seguintes paróquias: o seminarista Juliano Amaral na Paróquia Santo Antônio de Pádua em Pedreira; seminarista Giuliano Saragiotto na Catedral Nossa Senhora do Amparo em Amparo; seminarista Rodolfo Vezzan na Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Arcadas; seminarista Marcos Reversi na Paróquia São José Operário em Amparo; seminarista Aluã Rosa na Paróquia Imaculada Conceição Aparecida em Mogi Mirim; seminarista João Marcos na Paróquia Divino Espírito Santo em Holambra; seminarista Carlos Semensim na Paróquia Nossa Senhora da Penha de Itapira; seminarista Gustavo Compaci na Paróquia Santo Antônio de Itapira e o seminarista Reginaldo Grilo na Paróquia Santo Antônio em Santo Antônio de Posse. As missões paroquiais, que também integram esta dimensão formativa, são realizadas sempre no início do semestre, no mês de janeiro. A cada ano uma paróquia é escolhida para sediar as missões e receber os seminaristas em seu território para a realização da experiência missionária. Neste forte período de aprendizagem os seminaristas são acolhidos nas casas das famílias da paróquia, e durante pouco mais de uma semana realizam atividades missionárias, como a visita porta-a-porta e bênçãos de casas, formações com agentes de pastoral e encontros com crianças e jovens da paróquia. Também estão presentes nas
missas e atividades religiosas programadas pela comunidade. O período das missões é sempre muito enriquecedor para os formandos e para a paróquia que os recebe, uma vez que permite a inserção dos seminaristas de forma radical na realidade vivida pelo povo e permite uma troca de experiências única entre aqueles que acolhem e os que são acolhidos. A missão é dimensão indispensável para todo cristão e deve ser cultivada com especial cuidado no coração daqueles que serão os futuros padres da Igreja. Outra iniciativa missionária presente na vida do seminário é o COMISE (Conselho Missionário de Seminaristas). O COMISE é um conselho interno que atua em conjunto com outros órgãos missionários da Igreja, como o COMIDI, COMIPA, COMINA e COMIRE (conselhos missionários nas dimensões paroquial, diocesana e regional), e tem por objetivo incentivar, promover e articular a vivência da dimensão pastoral missionária dentro do seminário entre os seminaristas.
O COMISE é formado pelos próprios seminaristas, que elegem membros para formar o conselho. Enquanto gestão, eles propõem reuniões mensais para reflexão de temas articulados à missão, organizam a semana missionária do seminário e auxiliam na organização das missões de início de ano realizadas nas paróquias. O COMISE é um importante instrumento de conscientização, uma vez que é uma iniciativa dos próprios seminaristas em vista de sua própria formação. O amor à missão e à dimensão pastoral deve estar cada vez mais enraizado naqueles que se preparam para o sacerdócio, e estas iniciativas da formação são instrumentos que incentivam e ajudam no crescimento desse amor e tomada de consciência por parte dos seminaristas. Que o Senhor envie cada vez mais vocações generosas e abertas a abraçar a missão de pastorear o seu rebanho com amor. Aluã Edson Rosa, seminarista do primeiro ano de Teologia
Forania Sant´Ana
Paróquias das cidades de Holambra, Jaguariúna, Pedreira e Santo Antônio de Posse
PASTORAL DA SAÚDE DE HOLAMBRA RECEBE CADEIRA DE RODAS Na manhã do dia 03 de outubro, a Renovias entregou para a coordenadora da Pastoral da Saúde, Adaléia Esperança, mais uma cadeira de rodas, fruto dos esforços dos paroquianos e de outros membros da Paróquia Divino Espírito Santo, em Holambra, que se empenharam em juntar 140 garrafas pets de lacres. Pequeno Lacre? GRANDE diferen-
ça! A cada 140 garrafas pets de 2 litros cheia de lacres das latinhas, 1 cadeira de rodas é doada. Venha você também ajudar nesta causa. Entregue sua garrafa pet cheia de lacres na secretaria da Igreja Matriz. Tome a iniciativa e faça a diferença! Junte na sua casa ou trabalho. Se estiver em uma festa, pode retirar o lacre da latinha e guardar. Pode motivar seus vizinhos e amigos e reco-
lher no final do mês. Enfim, qualquer forma é bem-vinda para ajudar quem precisa da cadeira de rodas e ainda contribuir com o meio ambiente. Todo trabalho árduo tem sua recompensa. Um pequeno gesto abre caminho e faz uma grande diferença na vida de muitas pessoas. Nosso muito obrigado àqueles que contribuíram! De mãos estendidas, participe!
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Forania Sant´Ana
Paróquias das cidades de Holambra, Jaguariúna, Pedreira e Santo Antônio de Posse
PARÓQUIA SANTA MARIA IMPLANTA PASTORAL DA SAÚDE Na primeira semana de outubro a Paróquia Santa Maria, em Jaguariúna, teve oficialmente a reunião com a mais recém-formada Pastoral, a da Saúde. Nesta reunião, os agentes se reuniram com o pároco, padre Milton Modesto, para obter as informações fundamentais de como a Pastoral deve servir à comunidade e à Igreja. Logo abaixo, deixamos registradas algumas informações transmitidas na reunião: “A Pastoral da Saúde deve prestar serviços a toda e qualquer pessoa, independente da idade. Deve acompanhar todas as etapas da vida, como um amigo é capaz de fazer. Para que isso aconteça de forma adequada, todas as pastorais devem estar em união e sintonia, podendo assim informar quem mais necessita de uma visita, de um
ombro amigo, de uma ajuda para que sua autoestima passe a melhorar e assim iniciar o processo de cura mental, espiritual e medicinal. A Pastoral da Saúde é um olhar de ternura que estará sempre à disposição daqueles que
mais precisam de ajuda e prestação de serviços.” A palavra SAÚDE vem do hebraico, usada como uma saudação que significa “paz, harmonia, integridade, prosperidade, bem-estar, tranquilidade”.
Em um modo mais simples, a palavra significa “Tudo de bom para você!”. Para esse tipo de serviço que será prestado, no momento da visita é necessário saber que nunca devemos nos sobrepor à realidade do outro; devemos agir com empatia, nos colocarmos no lugar de nosso próximo; devemos ser amigos leais em guardar cada segredo que nos for contado; não podemos deixar que as críticas ao próximo nos incomodem: devemos nos importar com o irmão que precisa de nossa ajuda. Nossa Pastoral ainda está em formação e necessita de mais agentes, para que toda a comunidade seja atendida de acordo com a sua necessidade, seja ela uma doença ou apenas uma tarde entre amigos.
BISPO CELEBRA CRISMA E INVESTIDURA DE MINISTROS EM HOLAMBRA No dia 03 de outubro, a Paróquia Divino Espírito Santo, em Holambra, recebeu a visita do bispo diocesano Dom Luiz Gonzaga Fechio, para presidir à Celebração do Sacramento da Crisma de 4 adultos paroquianos, e também da primeira comunhão de Tioko Iguei, conhecida carinhosamente como dona Tereza. A Santa Missa teve início às 19h00 e foi concelebrada pelo pároco, padre Paulo Henrique Dias. Durante a celebração houve o momento de oração com imposição das mãos para a renovação dos votos de 29
Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, e em seguida houve os ritos sacramentais da Crisma. “Ela é um amor de pessoa, começou a catequese no ano passado e dá testemunho de Cristo ressuscitado, eu fico muito feliz em acompanhá-la nesse momento especial e de alegria”, comenta Rosali da Rocha David, catequista da dona Tereza e Coordenadora dos Ministros. Ao final da Missa, padre Paulo fez os agradecimentos ao bispo por estar sempre presente e disponível.
PASTORAL DA SAÚDE PROMOVE ENCONTRO DIOCESANO A Pastoral da Saúde de toda a nossa Diocese esteve reunida na Paróquia Santo Antônio, em Santo Antônio de Posse, no domingo dia 14 de outubro, para formação. Uma vez por ano os agentes da Pastoral da Saúde se reúnem para participar desta Formação e compartilhar suas experiências. Neste ano esteve presente o padre Luiz Carlos de Araújo, pároco na Paróquia Frei Galvão na Arquidiocese de Campinas, que foi o pregador do encontro juntamente com
o padre Wellington Gustavo de Souza, que é o assessor diocesano da Pastoral da Saúde. O encontro contou com 152 agentes e começou às 8h; logo após o primeiro momento de formação, os agentes participaram da Santa Missa das 10h. No segundo momento de formação, com padre Wellington, aconteceu a bênção e envio das capelinhas de São Camilo, enviadas para as pastorais de cada cidade. O encontro terminou logo após o almoço de confraternização.
COMUNIDADE AMOR FRATERNO LANÇA RETIRO VOCACIONAL 2019 A Comunidade Amor Fraterno lança seu Retiro Vocacional 2019, que tem como tema para o ano: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não an-
dará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12). Venha fazer a experiência da sua vida! Local: Sede da Comunidade
Amor Fraterno (Recanto Filadélfia, S/N – Ch. das Uvas – Mogi Mirim/SP). Dias 19 e 20 de janeiro de 2019, com início às 13h do dia 19. Estacionamento no local.
Investimento: R$ 50,00. Mais informações pelo e-mail vocacional@comamorfraterno.com.br ou telefone (19) 98137-1019 (WhatsApp).
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Forania Jesus Bom Pastor Paróquias da cidade de Amparo
PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO ACOLHE NOVO VIGÁRIO Com grande alegria a Paróquia São Sebastião, em Amparo, acolheu o novo vigário paroquial, padre André Ricardo Panassolo, em Missa presidida pelo bispo diocesano, Dom Luiz Gonzaga Fechio, na manhã do domingo, dia 28 de outubro. A Celebração Eucarística foi concelebrada pelo pároco, padre Carlos Panassolo. “Temos a graça nesse momento de contar com a ajuda tanto do diácono João como também do padre André, que Deus possa abençoá-lo pelo seu sim e seu ministério”, disse o pároco, após a leitura da Provisão de Vigário Paroquial lida pelo diácono João Guerino no início da Celebração. “Que esse abraço que eu dou no pa-
dre André possa ser de todos nós pedindo ao nosso bom Deus, pela intercessão de São Sebastião, que o trabalho dele possa enriquecer mais ainda sua vida de padre e a vida dessa comunidade tão querida”, disse Dom Luiz. A paroquiana Cíntia Ferreira, repre-
sentando toda a comunidade, leu uma mensagem de boas-vindas. “Que alegria o ter entre nós. Amar os distantes é muito fácil porque não nos comprometemos. Porque é fácil dizer que amamos quando não convivemos, conviver exige e nós conviveremos com você,
e queremos te amar ainda mais nessa convivência que recebemos como presente do Pai. Você é nosso precioso presente e queremos ouvir Jesus por você. Deus nos chama. Chama a cada um de nós!”. “Primeiro sempre agradecer a Deus por sua misericórdia, por entre os imperfeitos ter escolhido o pior, ter mostrado o que pode fazer com alguém que se coloca nas mãos do Pai. A Dom Luiz por esse novo presente que ganhei do seu coração, obrigado sempre pela confiança, pelo carinho e pelas orações. Ao meu tio, padre Carlos, muito obrigada por ser sempre a presença humana de Deus na minha vida”, agradeceu padre André ao final da Celebração.
ENCONTRO DIOCESANO DA PASTORAL DA CRIANÇA
A Pastoral da Criança diocesana se reuniu no domingo, dia 21 de outubro, na Paróquia São Sebastião, em Amparo, para o Encontrão de Líderes, com o tema: “A importância do brincar no desenvolvimento da criança”. No encontro foram trabalhadas as oficinas dos mil dias e o desenvolvimento infantil, divididas por áreas, cada uma com as faixas etárias apresentando brinquedos e brincadeiras das respectivas fa-
ses, explicando a importância do brincar no seu desenvolvimento. Cerca de 190 pessoas estiveram presentes, entre líderes, apoios e convidados. O encontro contou com a presença da coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Irmã Veneranda da Silva Alencar e celebrou os 25 anos da Pastoral da Criança na Diocese, pois mesmo antes da Diocese de Amparo ser criada em 1997, a Pastoral já atuava há cinco
anos nas paróquias. Para a coordenadora diocesana, Maria de Jesus Aquino Sinto, o encontro foi muito alegre e participativo, “um dia de louvor, agradecimento, partilha e aprendizado para todos os líderes da Pastoral da Criança de nossa diocese. Agradeço a toda a equipe diocesana da Pastoral da Criança pela presença e apoio”. A líder Aureni Rosa da Silva Ribeiro da Paróquia São Sebastião reencontrou um casal que há muito tempo havia sido acompanhado por ela na cidade de Águas de Lindóia. O tempo passou e a líder se mudou para Amparo e procurou a Pastoral da Criança para continuar o trabalho de acompanhar as crianças nas famílias. Então, no encontro ao ver aquele casal ela se recordou da experiência há muito vivida em Águas de Lindóia, eles estavam sendo capacitados na Pastoral da Criança,
Forania São José
Paróquias da cidade de Mogi Mirim
SALVE A MÃE DE DEUS E NOSSA! A Festa de Nossa Senhora Aparecida da Paróquia São Benedito, em Mogi Mirim, teve início com a Novena de 01 a 11 outubro, todas as segundas-feiras, na Comunidade do Jardim Nossa Senhora Aparecida, próximo ao Zerão (Complexo Lava Pés) em Mogi Mirim. A Missa Solene foi celebrada na rua principal da igreja, onde centenas de fiéis devotos vieram para rezar e agradecer àquela que é a padroeira do Brasil e nossa mãe. Crianças da catequese carregaram a bandeira nacional e acompanharam um casal da catequese, que trazia a coroa de N. Sra. Apareci-
da nas mãos para a coroação. Dia 13, a Santa Missa foi presidida por Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo diocesano, com a participação de jovens e crianças, que apresentaram os símbolos litúrgicos referentes ao Mês Missionário. O encerramento da festa aconteceu com a Missa e Procissão solene levando o andor de Nossa Senhora, que percorreu as ruas do bairro com a reza do terço. Todos os dias, de 12 a 14 de outubro, a Comunidade realizou a parte social com ajuda da equipe de festas da Paróquia, com barracas de alimentação e muita diversão para toda a família.
Aureni então foi cumprimentá-los e relembrar dos anos passados. Ao final do Encontrão a líder se prontificou a dar seu testemunho da alegria de reencontrá-los e saber que o trabalho dela como líder missionária na Pastoral da Criança foi de crescimento, tanto para ela como para a família e a criança que acompanhava, pois essa criança, que hoje é um jovem, está estudando no Seminário e deseja se ordenar padre, seu nome é Ruann de Souza Ferreira, filho de Ademir Ferreira e Maria Célia de Souza Ferreira. “Tudo isso nos motiva com a certeza que o trabalho missionário dos líderes da Pastoral da Criança evangeliza as famílias, nas ações que fazemos nas comunidades, levando a presença de Deus em cada família que acompanhamos. Para que todas as crianças tenham vida e vida em abundância”, conta Aureni.
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Forania São José
Paróquias da cidade de Mogi Mirim
PASTORAL FAMILIAR DIOCESANA REALIZA 2º LAZER DAS FAMÍLIAS Nos dias 19, 20 e 21 de outubro aconteceu o 2º Lazer das famílias, em Monte Verde/MG, realizado pela Pastoral Familiar da Diocese de Amparo. Um encontro recreativo que reuniu membros da Pastoral Familiar de toda a Diocese de Amparo e seus familiares. Com a participação de mais de cem pessoas e uma programação especial, foram vivenciados momentos de lazer e espiritualidade. No primeiro dia aconteceu um momento de espiritualidade e boas-vindas, conduzido pelo assessor da Pastoral Familiar, padre Charles Franco Peron, que destacou o Ano Nacional do Laicato e a importância de sermos cristãos leigos e leigas, e que o Senhor sabe que precisamos descansar, recompor e restaurar as forças físicas e espirituais para darmos mais àqueles que
tanto necessitam. A primeira noite foi chuvosa e fria, mas aquecida pelo amor das famílias, pela fé e pelo compromisso com o Reino de Deus que a Pastoral Familiar tem sustentado. Os momentos de lazer foram realizados pela equipe do Hotel Cabeça de Boi, que acolheu a Pastoral Familiar
com muita presteza, realizando uma programação especial para as crianças, com monitores o dia todo, deixando papai e mamãe tranquilos. Para os adultos também não faltaram opções, tais como: city tour pela cidade, noite dançante, jantar temático, piscina aquecida, caminhada leve, caminhada
até o Platô, que é um dos picos mais altos de Monte Verde, localizado na Serra da Mantiqueira, e que oferece uma vista maravilhosa da natureza circundante. No último dia padre Charles celebrou a Santa Missa com a participação de todos, destacando na Liturgia da Palavra que Jesus – Mestre Divino – ensinava seus discípulos no caminho para Jerusalém. E, que nós, da Pastoral Familiar, estamos caminhando para a Jerusalém Celeste e vamos aprimorando a nossa vocação de discípulos do Reino de Deus, quando aprendemos de Jesus, Divino Mestre, os valores do Evangelho. Uma gratidão especial ao casal coordenador Flávia e Reinaldo, que trabalharam com muita dedicação e solicitude na organização desse evento.
MOVIMENTO TERÇO DOS HOMENS PROMOVE 2º ENCONTRO DIOCESANO No domingo, 14 de outubro, às 9h, aconteceu na Matriz Imaculada Conceição Aparecida, em Mogi Mirim, o 2º Encontro Diocesano do Terço dos Homens. Iniciou-se com Missa presidida pelo padre Alexandre Pereira, pároco da Paróquia e assessor diocesano do Movimento do Terço dos Homens, e contou também com a participação do grupo do Terço dos Homens Nossa Senhora Aparecida, de Mogi Guaçu. Em seguida foi servido um acolhedor café para os participantes. O en-
contro contou com 262 participantes, vindos das cinco Foranias de nossa diocese. Após o café aconteceu uma palestra ministrada pelo padre Charles Peron (pároco da Paróquia Santa Cruz de Mogi Mirim e Assessor diocesano da Pastoral Familiar), sobre o tema abordado no encontro Nacional em Aparecida: “Terço dos Homens, em Comunhão com as Vocações resgatando as famílias e a influência da oração na vida de quem reza”. O encontro foi encerrado com a reza do Terço.
PARÓQUIA SÃO BENEDITO DE MOGI MIRIM REALIZA SEMANA MISSIONÁRIA FRANCISCANA
A Semana Missionária Franciscana aconteceu de 02 a 07 de outubro na Paróquia São Benedito de Mogi Mirim,
com a participação de todas as comunidades. Este ano o tema foi “Com Francisco e Benedito, sal e luz, promo-
vendo a paz, em defesa da vida”. A abertura aconteceu com a Missa da Saúde, dia 02, que teve a participação das pastorais: sobriedade, saúde e idosos. Eles conduziram na procissão de entrada os símbolos litúrgicos: cartaz missionário com fitas das cinco cores representando os continentes, o Rosário, mapa mundi, a sandália e o cajado. Leigos e leigas, discípulos missionários de uma Igreja em saída. No dia 3 de outubro celebrou-se o Trânsito de São Francisco, cerimônia que antecede a sua morte. No dia 04 a Missa Solene de São Francisco de Assis foi realizada no seminário com toda a família franciscana.
O padroeiro São Benedito foi festejado na Missa Solene, dia 05, presidida por Dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo diocesano. No dia 06 de outubro celebramos o Dia do Nascituro, com o testemunho da médica católica dra. Lúcia Tenório, que destacou em sua partilha a defesa da Vida desde a concepção. E finalmente, no dia 07, rezamos a tradicional bênção franciscana aos animais, às 10 horas da manhã, na Santa Missa realizada na Praça da Matriz São Benedito. À noite a procissão solene percorreu as ruas do centro, com o andor de São Benedito, durante o Ato Penitencial da Missa das 19 horas.
O AMPARO | 15
Forania São José
Paróquias da cidade de Mogi Mirim
PARÓQUIA SÃO JOAQUIM E SANT’ANA REALIZA EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA A Paróquia São Joaquim e Sant’Ana, de Mogi Mirim, realizou no último dia 20 de outubro uma experiência missionária no bairro São Marcelo. A experiência celebra o mês dedicado às missões, quando a Igreja no Brasil se dedica à conscientização da dimensão missionária de todo batizado e chama a Igreja a trabalhar mais intensamente essa realidade intrínseca à missão da Igreja, além de valorizar o papel dos leigos e seu protagonismo nos trabalhos missionários da Igreja, especialmente como resposta ao Ano do Laicato celebrado pela Igreja no Brasil. O grupo composto por aproximadamente 25 missionários recebeu uma formação prévia com o padre Everton Henrique Nucchi, responsável pelo COMIDI (Conselho Missionário Diocesano). O bairro, que é composto por chá-
caras e sítios residenciais, recebeu na manhã do sábado os missionários, que visitaram as casas em duplas. Nas visitas, os missionários, em nome da Paróquia, puderam ouvir as famílias, rezar com elas e levar a bênção para os moradores e para as casas. Além disso, puderam também fazer um levantamento de como estão as famílias visitadas em relação à participação na fé, sobre os sacramentos e necessidades religiosas. A comunidade presente no bairro preparou um café para o início das visitas e um almoço no término, durante o qual os missionários puderam trocar as experiências vividas. Os padres André Rossi e Flávio Ferreira, pároco e vigário da São Joaquim e Sant´Ana, que idealizaram e organizaram com a comunidade a experiência missionária, também participaram das visitas e
manifestaram o contentamento de poder responder de modo concreto aos anseios de uma Igreja em saída, como tantas vezes solicitou o Papa Francisco. O próximo passo é dar encaminhamento às necessidades levantadas pelos missionários na pesquisa realizada
em cada família. E, posteriormente, aumentar o grupo de missionários e partir para outra parte da Paróquia, onde novamente serão realizadas visitas nas casas, levando assim a Palavra de Deus e a presença da Igreja a todas as famílias da comunidade.
CATEQUIZANDOS DA PARÓQUIA SÃO BENEDITO VISITAM LAR DOS IDOSOS A catequese da Paróquia São Benedito de Mogi Mirim esteve em visita à Casa Santo Antônio, lar de idosos da cidade, vulneráveis na saúde e no aspecto social, no dia 06 de outubro. Crianças e jovens da Primeira Eucaristia e pré-Crisma vivenciaram, como gesto concreto do mês missionário, a experiência de como deve ser uma Igreja em saída. A catequista Patrícia Laura destacou que foi gratificante a experiência que tiveram. “Eles interagiram com os idosos, que ficaram muito felizes com a presença. Cada um trouxe um produto de higiene pessoal para contribuir com a casa”, conta. Os catequizandos foram recebidos pela equipe multiprofissional especializada da casa, que lhes apresentou os idosos. As crianças identificaram que
eles são alegres e bem cuidados. Observaram que a casa poderia ter um espaço maior, pela quantidade de pessoas que lá residem. Alguns relatos podem exemplificar melhor a experiência positiva que tiveram. “Minha experiência na Casa Santo
Antônio foi muito legal, porque nós conhecemos idosos simpáticos, que conversaram com a gente e contaram um pouco da sua história. Para ajudá-los levamos doações”, contou Vitor Oliveira. “Adorei a nossa visita na casa dos
idosos. Graças aos progressos da medicina, a vida se alongou, mas a sociedade não se alargou para a vida. O número de idosos se multiplicou e a sociedade não se organizou o suficiente para dar lugar a eles. O idoso é uma riqueza que não podemos ignorar”, refletiu Ana Carolina Rampazzo. “Quando chegamos na porta do asilo, que chamo de lar, senti uma sensação de que íamos conhecer muitas vidas. Não vou me lembrar de todos eles. Uns de cama, outros que andam, outros ainda sentados. Só sei que são muito bonzinhos e divertidos”, conta Julia Kleinfelder. A paróquia agradece às catequistas Patrícia Laura, Daniela de Oliveira Lopes e Natalina Aparecida Malvezzi, que propiciaram aos catequizandos este momento com os idosos.
PARÓQUIA COMEMORA ANIVERSÁRIO COM DEDICAÇÃO DO ALTAR E DA IGREJA Neste ano de 2018, de 03 a 14 de outubro, a Paróquia Imaculada Conceição Aparecida, da cidade de Mogi Mirim, recordou com a tradicional novena os principais acontecimentos de sua comunidade paroquial desde a sua instalação, em 12 de outubro de 2013. Às 9h do dia 12 de outubro deste ano, como marco do quinto aniversário, realizou-se a Missa e o rito de Dedicação do Altar e da Igreja, presidido por nosso bispo diocesano Dom Luiz
Gonzaga Fechio, marcando os 5 anos de criação da Paróquia, e em seguida houve uma carreata pelas ruas dos bairros da paróquia com a bênção dos carros, e em seguida o almoço. Às 17h aconteceu a reza do Terço e às 18h a comunidade realizou a coroação de Nossa Senhora Aparecida, a Missa e procissão. Nos dias 6-7 e 11-14 aconteceu quermesse, com ampla participação dos fiéis e devotos da Imaculada Conceição Aparecida.
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Notícias da Diocese de Amparo JOVENS COMEMORAM O DIA NACIONAL DA JUVENTUDE Nos dias 20 e 21 de outubro, jovens de várias cidades da Diocese de Amparo estiveram em Pedreira para a comemoração do Dia Nacional da Juventude, conhecido nacionalmente como DNJ. O evento aconteceu com a graça de Deus, o auxílio de Maria Santíssima e o apoio da Comissão do Setor Juvenil e dos padres e paroquianos de Pedreira. A participação dos jovens faz com que haja um sinal de esperança para o nosso tempo atual, o qual sofre com a violência. O tema deste encontro foi “Juventude construindo uma cultura de paz”, tratando assim de nossa realidade nos dias de hoje, que apresenta inúmeras situações para as quais muitas vezes não encontramos resposta, ou até mesmo se resume na falta de compaixão para com o próximo. Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de se encontrar com Deus através das orações, e de confraternizar a partir do show do sábado à noite e lanches. No domingo, os jovens puderam escutar testemunhos de alguns jovens que participaram da Missão Jovem em Santo Antônio de Posse, partilhas sobre a vida do jovem surfista em processo de beatificação Guido Schaffer e sobre a vida de Madre Cecília da cidade de Piracicaba, que também tem seu processo em curso na Santa Igreja Romana. Os jovens participaram de uma caminhada, onde
houve animação, até a praça da matriz dedicada a Sant´Ana, onde rezaram o Terço. O encontro contou com a presença do bispo diocesano Dom Luiz Gonzaga Fechio, que presidiu à Santa Missa para os jovens presentes, reafirmando o diálogo que a Igreja vem fazendo com os jovens através do Sínodo em Roma e através da quadragésima assembleia geral das Igrejas particulares do Regional Sul I da CNBB, que contou com a presença de todos os bispos do Estado de São Paulo, padres assessores e jovens, e que aconteceu do dia 19 ao dia 21 de outubro em Itaici/SP. “O DNJ desse ano em Pedreira me marcou muito pela alegria dos jovens que participaram. Da preocupação em querer descobrir, desvelar, qual o seu lugar na Igreja e ao mesmo tempo ser
luz e sal, para tanta gente. Ser assim construtores da paz, conforme o Senhor nos pede e nos envia, sou grato a todos aqueles que participaram de forma tão bela e profunda”, conta padre Carlos Panassolo, assessor diocesano da Pastoral Juvenil. O DNJ 2018 encerrou-se com um café da tarde preparado com muito carinho pela equipe de apoio e organização. O Setor Juvenil da Diocese de Amparo agradece imensamente a Deus e a Nossa Senhora, e aos jovens participantes, pedindo também que sejam perseverantes e que chamem mais jovens para os próximos eventos. Agradece também à Comissão que organizou o evento juntamente com as paróquias da cidade de Pedreira, às quais se estende a nossa gratidão. Aos padres da cidade de Pedreira, que
de uma forma atenciosa acolheram o evento e auxiliaram naquilo que foi preciso, o nosso muito obrigado. Para a jovem Ana Clara Dalonso “o DNJ 2018 foi inesquecível, com momentos especiais, com palestras muito bonitas e muito importantes para reconhecermos o nosso verdadeiro chamado que vem de Deus, também com momentos de muita oração e animação e tantos outros momentos especiais, tudo muito bom e bem organizado! Muito obrigada aos organizadores e colaboradores deste evento. A paz de Jesus e o amor de Maria!”. O Setor Juvenil tem a alegria de informar as datas dos próximos eventos, sendo eles: a Vigília com a Jornada Mundial da Juventude no Panamá, que vai acontecer nas cinco foranias da diocese no dia 26 de janeiro; o segundo encontro #SANTIFICA nos dias 02 e 03 de março na cidade de Holambra; a Romaria Nacional da Juventude, que acontecerá no dia 27 de abril no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida; o DMJ (Dia Mundial da Juventude) irá acontecer em Águas de Lindóia; a terceira Missão Jovem nos dias 19, 20 e 21 de julho e o DNJ nos dias 21 e 22 de setembro de 2019 em Mogi Mirim. Mais informações se encontram no perfil do Setor Juvenil: facebook.com/ juventudeamparo. Reze pelo Setor Juvenil!
DIOCESE ENCERRA ANO NACIONAL DO LAICATO COM MISSA FESTIVA No dia 23 de novembro todo o povo de Deus da Diocese de Amparo está convidado e se reunir na Missa Festiva que encerrará o Ano Nacional do Laicato em nossa Diocese. O evento diocesano ocorre às 19h30,
na Matriz Nossa Senhora da Penha, em Itapira, presidida pelo bispo diocesano, Dom Luiz Gonzaga Fechio, na presença de todo o clero. Na ocasião será entregue o texto final do 2º Plano Diocesano de Pasto-
ral, e também serão apresentados os integrantes do Conselho Diocesano de Leigos e Leigas e a nova Diretoria da Cáritas Diocesana. O Ano Nacional do Laicato teve início em 26 de novembro de 2017, e re-
fletiu o tema “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. Participe! Venha celebrar a alegria de ser Igreja!