Directarts #04

Page 1

REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

ESPECIAL 1º ANIVERSÁRIO OUT/NOV/DEZ 2009 | EDIÇÃO 04

horácio “chacho” puebla

DIRECTOR CRIATIVO LEO BURNETT IBÉRICA

kenton thatcher

FOTÓGRAFO DO MUNDO QUE ESCOLHEU PORTUGAL

UM PRESTIGIADO SUPLEMENTO FOTOGRÁFICO 00004

€ 6,95 |Out/Nov/Dez 2009 | EDIÇÃO 04

5 601073 005784



índice exposição

10 Gil Heitor Cortesão “Do Outro Lado do Espelho”

entrevista

20 WHO - Por detrás da massa criativa

passaporte

26 Horácio (Chacho) Puebla - Director Criativo Leo Burnett Ibérica

portfólio

34 Kenton Thatcher - Mr. Kenton Thatcher

artigo

56 Portfólio, YES! - Parte II 58 IP Solutions: Propriedade Intelectual 60 Pictoralismo Português # 1

tutorial

66 Photoshop: Preto e Branco a Cores, por Alberto Plácido

novos talentos

Design: 72 Hugo Silva 76 Ricardo Teixeira 80 Eduardo Rodrigues

suplemento de fotografia

Capa – Kenton Thatcher “Toda a gente tem algo que a torna única e adoro explorar e registar isso.” Kenton Thatcher abriu recentemente o seu primeiro estúdio em Lisboa na LX Factory.

3

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


editorial

“Bem-vindo à DIRECTARTS. Se tomou a decisão de abrir o número zero desta revista terá certamente interesse na indústria das artes aplicadas. Pode ser um designer gráfico, anunciante, criativo ou director de arte, ilustrador, fotógrafo, designer interactivo, de multimédia, consultor de marketing, director de vídeo ou cinema, estudante de artes, ou então faz parte de inúmeras outras disciplinas relacionadas com as artes aplicadas.” Foi com estas palavras que há um ano começámos um projecto chamado directarts. Se mais uma vez tomou a decisão de abrir esta edição do nosso primeiro aniversário, é porque já faz parte da nossa família criativa enquanto leitor ou colaborador. Se pegou neste número pela primeira vez, então bem-vindo. Tem sido, é e será o nosso objectivo apresentar-lhe aquilo que a comunidade portuguesa das artes aplicadas tem de melhor para oferecer. Temos sido muito afortunados e estamos orgulhosos de lhe trazer os talentos de profissionais consagrados como Edgar Martins, Susana Soares, Hélder Oliveira, Luís Taklim, Pedro Ferreira e Judite Mota da Young & Rubicam, Dino Santos, Paulo Arraiano, Paulo Martins, Gil Heitor Cortesão, André Carrilho, Mário Belém & thestudio, Jorge Colombo, Rodrigo Oliveira, Ricardo Tércio, Kenton Thatcher, Filipe Rebelo, Pedro Brito, entre tantos outros. Também tivemos o privilégio de dar a conhecer novos talentos que estão a deixar a sua marca em Portugal e no mundo. Tais como Guiomar Teles, Sandra Nascimento, Vanessa Teodoro e os fotógrafos como Nuno Oliveira, apenas nomeando alguns. Gostávamos de agradecer a ajuda e contribuição dos nossos colaboradores, Alberto Plácido, Mário Mandacaru, Manuel Pessoa, José Fortes, André Rodrigues e Marco Saias da IP Solutions, Nuno Ribeiro, Marina Ramos e da Dra. Manuela Carlos, do Grupo Evolution. Uma publicação claro que é um esforço colectivo, e muitos agradecimentos são extensíveis às pessoas que estão mencionadas na ficha técnica desta página. Um agradecimento especial vai para a Directora Adjunta, Lia Ramos, cujo entusiasmo com o projecto e o profissionalismo ao longo deste primeiro ano foi digno de nota. Acabamos salientando que será o nosso objectivo no próximo ano trazer-lhe uma publicação ainda melhor, que continue a reconhecer e valorizar o fantástico talento que nos rodeia. Para todos aqueles que têm um apreço por todas as artes, continuem a fazer o que fazem, e nós na directarts vamos continuar a fazer a nossa parte. Até breve, Carlos Duarte

Propriedade CMAD – CENTRO DE MEDIA ARTE E DESIGN, LDA. Rua D. Luís I, Nº6 1200-151 Lisboa, Portugal Telefone: 932 530 139 Ext.301 Direcção Editorial/Criativa Carlos Duarte carlos_duarte@directarts.com.pt Direcção Adjunta Editorial/Criativa Lia Ramos lia_ramos@directarts.com.pt Direcção Financeira Vasco Costa Direcção Marketing/Comercial Paula Ramos paula_ramos@directarts.com.pt Direcção Publicidade Nuno Baptista nuno_baptista@directarts.com.pt Edição/Jornalismo Catarina Vilar Paginação Alexandre Santos Mariana Amores Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas Rua Consiglieri Pedroso, nº90, Casal de Sta. Leopoldina, 2730-053 Barcarena - Portugal Tel: +351 21 434 54 00 Fax: +351 21 436 Distribuidora Logista Distribuição Edifício Logista, Expansão da área Industrial do Passil Lote 1 A - Palhavã, 2894 - 002 Alcochete Telm.: +351 91 725 04 91 Telef.: +351 21 926 78 00 Fax: +351 21 926 78 10 www.logista.pt Tiragem: 7000 exemplares Preço (IVA incluido): € 6,95 Periodicidade: Trimestral Registo de Publicação: nº 436566

www.directarts.com.pt info@directarts.com.pt anunciantes@directarts.com.pt

RMD

4

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL



É designer, fotógrafo, criativo de qualquer uma das áreas que encontra na directarts?

Fórum

Então temos uma proposta a fazer. Que tal uma visita ao nosso site para deixar comentários, opiniões ou críticas (nós aguentamos!). Está a dar os primeiros passos na profissão? Esperamos pelo portfólio. Somos uma revista que pretende divulgar os trabalhos dos leitores e talentos, os novos e os já estabelecidos. Contacte-nos em: www.directarts.com.pt ou info@directarts.com.pt

6

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


7

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


Agenda Exposição Colectiva Artistlevel Fim: 24 de Novembro de 2009 Local: Fabrica Features Lisboa Quick, Quick, Slow (Experimenta Design) Fim: 29 de Novembro de 2009 Local: Museu Berardo, CCB Art Basel Miami Beach Início: 3 de Dezembro de 2009 Fim: 6 de Dezembro de 2009 Local: Miami Beach Convention Center – Estados Unidos da América http://www.artbaselmiamibeach.com Exposição de cartazes de Isidro Ferrer Fim: 15 de Dezembro de 2009 Local: Bedeteca de Lisboa Exposição de Fotografia “(In) Slow Motion - Retro and Toy Cameras” Fim: 30 de Dezembro de 2009 Local: Espaço Joao Sousa Valles Bang! - Exposição de obras de Vanessa Teodoro Fim: 5 de Janeiro de 2010 Local: Euro RSCG Music www.thesupervan.com Histórias de bolso – Mónica Santos (Ilustração) Fim: 16 de Janeiro de 2010 Local: MUUDA – Porto www.muuda.com David Claerbout - Festival Temps d’Images 2009 Fim: Domingo, 28 de Fevereiro de 2010 Local: MNAC - Museu do Chiado www.mnac-museudochiado.imc-ip.pt


PRÉMIO DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS ATÉ 8 DE DEZEMBRO DE 2009, ESTÃO ABERTAS AS CANDIDATURAS. O Prémio Nacional Indústrias Criativas – Unicer/ Serralves é uma iniciativa da Unicer e da Fundação de Serralves, em parceria com a Agência de Inovação, ANJE, BPI, ESAD, Fundação da Juventade, IAPMEI, LMS Design, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Porto. Esta iniciativa enquadra-se na política de responsabilidade social da Unicer e tem como objectivo promover, apoiar, acompanhar e ajudar a implementar projectos na área das indústrias criativas que abrangem Arquitectura, Design, Publicidade, Cinema, Vídeos, Televisão , Rádio, Editorial, Moda, Multimédia, Software, Música, Artes Perfomitavas, Artes Visuais e Património. Os projectos deverão ser inovadores, ter viabilidade económica e financeira, serem potenciadores de criação de novos postos de trabalho qualificado e produzirem um efeito impulsionador na produção intelectual portuguesa no contexto de mercado global. Pretende-se assim contribuir para o incremento do número do número de registos de direitos de autor, de direitos de propriedade industrial, bem como, de marcas e patentes. Podem candidatar-se todos os cidadãos portugueses, maiores de 18 anos (individuais ou em grupo), bem como pequenas e micro empresas em fase de expansão e com sede em território português. Dos candidatos, serão seleccionados até 10 projectos finalistas, aos quais será dado apoio no processo de elaboração dos Planos de Negócios, a submeter na última fase do concurso.


10

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL



exposição Gil Heitor Cortesão

GIL HEITOR CORTESÃO DO OUTRO LADO DO ESPELHO

Entrevista por Catarina Vilar / Pesquisa por Lia Ramos

EXPLORA AS TRANSPARÊNCIAS, OS REFLEXOS, A DIMENSÃO DO URBANO TRANSFORMADO PELA SUA DESCONSTRUÇÃO. GOSTA DE COLOCAR O ESPECTADOR DENTRO DAS SUAS OBRAS, TORNANDO-OS A TODOS NUMA PERSONAGEM ALGO FANTASMAGÓRICA DA SUA ENCENAÇÃO. Lisboeta, tirou o curso de Pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa e interessou-se desde logo pelos efeitos de transparência e de superfície. A exposição Rosas Azuis, realizada no Museu Botânico em 1996, consolidou a técnica e ainda hoje continua a pintar sobre o vidro acrílico. Como espectadores somos convidados a entrar em espaços que nos são estranhos e nos quais podemos nem nos encaixar. Mas a nosso reflexo, quase fantasmagórico, está lá. Eis a arte de Gil Heitor Cortesão. DirectArts - Muito cedo no seu percurso começou a fazer exposições, sente que havia uma maior abertura aos novos artistas?

Sente que houve algum ponto de viragem que tenha marcado o seu percurso artístico? De facto comecei a expor muito cedo, mas passei por uma fase em que tinha muitas dúvidas e não expus tanto. Com o trabalho sobre o vidro voltou a haver uma maior recepção, mas foi tudo muito gradual, tudo se foi construindo. Agora opta por trabalhar com poucas galerias. Trabalho basicamente com uma galeria, do Pedro Cera, e depois com

É verdade, a primeira que fiz foi ainda antes de entrar para as Belas

outras no estrangeiro, como em França e no Brasil. E não daria vazão

Artes, na Galeria Nova Opinião, em Lisboa. Se calhar até foi cedo de

a trabalhar com mais.

mais, se fosse agora achava que devia esperar, mas nos anos 80 as coisas eram diferentes, talvez até mais fáceis. Agora há mais escolas, mais pessoas a querer expor, e torna-se mais difícil conseguir alguma atenção e destaque. Quando entrei para a Escola de Belas Artes quem era mais conhecido na altura era a geração do Pedro Proença, antes dessa foi a do Pedro Cabrita Reis, e as coisas funcionavam quase em termos geracionais. Estava já no terceiro ano quando expus na Módulo, e depois de uma exposição que fiz na ESBAL com amigos tive imenso destaque nos jornais. Muitas coisas agora funcionam de uma forma mais fechada.

Sente que o público do seu trabalho varia consoante o local? Acho que sim, varia muito. Mesmo em Portugal é diferente o público que se atinge na exposição numa galeria ou se for numa instituição como a Gulbenkian. Mas o meu contacto com o público é um pouco limitado. Começou cedo a pintar sobre vidro acrílico e não abandonou a técnica. Comecei a trabalhar sobre vidro em 94 e na altura foi com um sentido mais de experimentação. Continuava a desenhar sobre tela, mas pintar 01

12

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


13

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


exposição Gil Heitor Cortesão

02

sobre vidro começou a levar-me para outros sítios que achava interessantes. Isso tem sido uma constante até agora, há mais de dez anos.

Tem uma predilecção pelos espaços urbanos mas sem muitas figuras humanas. Interessa-lhe explorar essa dicotomia?

Pretende que o espectador entre na obra, tornando-se seu actor?

Sim, a figura não está completamente ausente

e a pessoa que a está a ver, que é acentuada

Sim, estabelece-se uma relação entre a pintura

E vai introduzindo novos elementos na experimentação.

mas não é o protagonista. O que me interessa

Sim, vão acontecendo coisas novas, a própria

diversos espaços, da sua relação. Por outro

pintura vai tendo alguma independência do

lado, ao manter a figura ausente torna-se mais

Esta abordagem aos espaços urbanos vem de um gosto pessoal ou é uma escolha artística?

próprio suporte. Na última exposição que fiz

intensa a capacidade do espectador se projec-

Gosto muito de espaços naturais, que não se-

no Pedro Cera surgem vários vidros pintados

tar na própria pintura, como alguém que entra

jam urbanos, mas encaro a pintura como uma

que são sobrepostos, cada um deles tem uma

naquele espaço ilusório. Aliás, o espectador

construção, como algo no campo do artificial,

camada de pintura que, somadas, dão acesso a

projecta-se visualmente no vidro, há uma pro-

daí os temas urbanos e arquitectónicos.

outra imagem.

jecção um pouco fantasmagórica.

não é o lado narrativo, mas mais a questão dos

14

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

pela ausência de outras figuras.


03

04

“O ESPECTADOR PROJECTA-SE VISUALMENTE NO VIDRO, HÁ UMA PROJECÇÃO UM POUCO FANTASMAGÓRICA.”

05

15

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

06


exposição Gil Heitor Cortesão

07 01) Terceira pintura semi-amestrada, 2009, óleo sobre vidro acrílico,130 x 100 cm 02) Piscina, 2008, óleo sobre vidro acrílico, 120 X 210 cm 03) Piscina, 2007, óleo sobre vidro acrílico, 135 x 190 cm 04) Remote Viewer #09 2008, óleo sobre vidro acrílico, 37 x 58 cm 05) Atrás do Vulcão #1, 2008, óleo sobre vidro acrílico, 120 x 200 cm

08

09

Gosta de tornar os espaços confusos ou desarrumados nas suas obras?

o trabalho, mas o que me interessa é a forma como isso se transforma

Para mim não se trata tanto de representar um espaço… Parto muitas

pictórico. No meu caso para chegar à pintura tenho de passar por outras

vezes de fotografias de espaços existentes ou combino fragmentos de diversas imagens, mas o que me interessa não é tanto a representação do real mas sim criar uma realidade com alguma autonomia. O próprio processo pictórico tende assim a destruir, introduzir alguma animação. Não é a fotografia em si que me interessa mas o que acontece com ela, depois dela, e dentro da própria pintura. Gosto de pinturas nas quais acontece algo, que não são fixas, fechadas, inertes, que têm algo a acontecer.

em pintura. O que me interessa é a transformação, algo especificamente coisas, nestes últimos anos não consigo agarrar num vidro ou numa tela e começar a trabalhar. Tenho de ter pontos de partida, modelos, qualquer coisa que despolete a imagem pictórica. Vai fazer uma exposição no Dubai, é a primeira vez que mostra lá o seu trabalho? Sim, estou muito curioso porque não sei o que esperar de uma exposição no Dubai, um mundo cultural completamente diferente.

É o Gil que tira as fotografias que depois trabalha?

A sua técnica pode funcionar como um factor distintivo da sua obra?

Geralmente as fotografias não são minhas, são apropriadas dos jor-

Acaba por ser, até porque não conheço outra pessoa em Portugal que

nais, revistas e da Internet, que constituem um ponto de partida para

pinte a óleo sobre o vidro acrílico, por isso torna mais imediata a

16

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


10

12

“A FIGURA NÃO ESTÁ COMPLETAMENTE AUSENTE MAS NÃO 11 06) Primeira pintura semi-amestrada, 2009, óleo sob/sobre 2 placas sobrepostas de vidro acrílico, 130 x 100 cm 07) Remote Viewer #01 2008, óleo sobre vidro acrílico, 135 x 200 cm 08) Remote Viewer #03 2008, óleo sobre vidro acrílico, 120 x 200 cm 09) Opera, 2008, óleo sobre vidro acrílico, 120 X 160 cm

É O PROTAGONISTA. O QUE ME INTERESSA NÃO É O LADO NARRATIVO, MAS MAIS A QUESTÃO DOS DIVERSOS ESPAÇOS, DA SUA RELAÇÃO.”

13

17

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


14

15


10) Mapa #4, 2007, óleo sobre vidro acrílico, 135 x 190 cm 11) Modelo para armar -interior azul, 2007, óleo sobre vidro acrílico, 42 x 60 cm 12) Remote Viewer #05 2008, óleo sobre vidro acrílico, 72 x 135 cm 13) Atrás do Vulcão #2, 2009, óleo sobre vidro acrílico, 120 x 200 cm 14) Atrás do Vulcão #5, 2009, óleo sobre vidro acrílico, 120 x 200 cm 15) Atrás do Vulcão #3, 2009, óleo sob/sobre 2 placas sobrepostas de vidro acrílico, 120 x 200 cm 16) Segunda pintura semi-amestrada, 2009, óleo sob/ sobre 2 placas sobrepostas de vidro acrílico, 130 x 100 cm 17) Remote Viewer #04 2008, óleo sobre vidro acrílico, 72 x 120 cm 18) Atrás do Vulcão #5, 2009, óleo sobre vidro acrílico, 120 x 200 cm 16

17

18

identificação. Mas recorro a ela por achar in-

das potencialidades deste suporte, e também

teressante a distinção sobre aquilo que é feito

há um lado onírico no vidro, de Alice do ou-

num lado da imagem e aquilo que surge do

tro lado do espelho… mas não ponho de parte

outro. Aliás, o que no início que atraiu nesta

trabalhar noutros meios, ou até coexistirem

técnica foi a capacidade de me surpreender a

diversos suportes.

Galeria Fortes Vilaça, São Paulo http://www.fortesvilaca.com.br/

O vidro continua a surpreendê-lo?

Galeria Suzanne Tarasiève, Paris http://www.suzanne-tarasieve.com/

mim próprio com aquilo que é feito de um lado e o que é visto do outro. O vidro trazia uma certa frescura, pelo facto de as primeiras camadas ficarem visíveis. Interessa-me também o jogo de reflexos e toda a arquitectura modernista tem a ver com a transparência, a luz,

Sim, mas claro que já não é tão inesperado, há um controlo numa série de processos. Tento por isso trazer elementos novos ou mais inesperados.

as grandes aberturas. Gosto essencialmente

19

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

Gil Heitor Cortesão Galeria Pedro Cera, Lisboa http://www.pedrocera.com/

Carbon 12, Dubai http://www.carbon12dubai.com/home.php


Who Por detrás da massa criativa Entrevista por Directarts

Fazemos uma busca no Google e, depois do site da World Health Organization e, pasme-se, de outro de recomendações acerca do tão falado vírus H1N1, surge uma agência de talentos. Só mais à frente encontramos uma referência à banda rock britânica surgida nos anos 60 e que inclui um pequeno prefixo no nome. Falamos aqui de talento, mas nacional. É com ele que a Who trabalha.

20

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


“Representamos criativos nas áreas de ilustração, design, fotografia, media e moda – ilustradores, fotógrafos, designers, motion graphics, media e designers de moda. Estamos sempre em pesquisa.”

Começou por definir e descobrir quem é quem, quem faz o quê, para depois criar uma plataforma de portfolios e promover junto dos clientes. Mas o que é isso de agenciar talentos criativos de diferentes áreas? A fórmula não é secreta, no fundo tudo passa por criar uma rede que inclua os portfólios de artistas que não competem entre si, apenas se complementam. Aliás, aqui não há segredos para ninguém, unir é o mote. Ema Cerveira, directora e fundadora da Who, explica: “Representamos criativos nas áreas de ilustração, design, fotografia, media e moda – ilustradores, fotógrafos, designers, motion graphics, media e designers de moda. Estamos sempre em pesquisa.” O processo de trabalho da Who na relação com os seus clientes passa por responder ao seu briefing na procura de um talento específico. “Apresentamos os portfólios que estão direccionados à procura que o cliente iniciou com a Who. O briefing criativo é sempre do cliente para com o criativo. Uma das nossas creativity managers acompanha e monitoriza os trabalhos e faz a sua gestão caso várias áreas da agência se encontrem num projecto.” O que está para vir Desde 1999, quando a Who surgiu, já muito aconteceu. São 10 anos a empreender e a implementar aquela que é a primeira agência a representar talentos criativos em Portugal. Tudo surgiu do gosto da sua fundadora pelos produtos artísticos e culturais, e da forma como estes tão bem se adequariam à sua

21

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


entrevista Who

formação em comunicação e marketing. Sentiu que havia muito (tudo?)

E o que a faz triunfar? “Temos 80 portfólios, todos diferentes, é isso

a fazer nesta área, por isso agarrou-a. Oportunidades de trabalho, ven-

que nos faz marcar a diferença”, responde Ema. Mas nem sempre foi

das, marketing, promoção, art management. Eis o que tem para ofe-

assim. Tudo começou com um número de artistas fixos em cada uma

recer aos talentos. Uma década de trabalho e de aprendizagem depois

das áreas, até que a experiência fez perceber que o próprio mercado

do primeiro passo é recordada por Ema Cerveira com uma sensação

precisava mais uma rede de criativos e consequente plataforma de port-

de que muitas conquistas foram alcançadas, mas ainda há muito no

fólios. Acima de tudo, é o portfolio do artista que pesa.

horizonte: “Diria que dentro de cinco anos procuramos ainda mais qualidade artística e comercial, uma solidez financeira para dar capacidade

Em busca de talentos

de investimento, uma internacionalização conseguida, uma empresa

Pedro Vaz é o director artístico da agência. É ele quem tem a tarefa de

nacional e de grande mérito e uma PME que orgulhe.”

procurar os trabalhos que podem marcar a diferença. Quem trabalha

Os nomes que colocam toda a máquina a andar na Who dividem-se por

seriamente o seu portfolio artístico ganha uma identidade”, e é isso que

diferentes áreas. No Creativity Management está Teresa Geada, Raquel

marca o cunho de cada um, explica Ema Cerveira. Também procuram novos talentos para colmatar eventuais lacunas, fazem new business, e mais: “Temos um protocolo com uma agência finlandesa de ilustração, a Napa, no qual representamos ilustradores

Garção, Ana Rita Cameira e Vanessa Oliveira; na Comunicação Online e manutenção website a Diana Mota; na Direcção Artística encontra-se Pedro Vaz; na Direcção de Comunicação Rita Guedes; e a administrativa Mónica Musa. Todos colocam a agência em funcionamento, assim como a sua rede de criativos. Falamos, portanto, de quem oriente, lance

“Temos 80 portfólios, todos diferentes, é isso que nos faz marcar a diferença”

ou acompanhe os artistas que chegam – os novos talentos, os que já estão instalados ou já fazem parte da categoria dos consagrados. Todos eles têm um espaço nesta agência.

22

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


Finlandeses em Portugal e a Napa ilustradores portugueses na Finlândia,

Relações de confiança

Susana Veiga, Pedro Lourenço, Mónica Santos, Guida Casella e Nuno

Por tradição, Portugal não é um país onde se aposte muito – além da

Vieira são os ilustradores contemplados nesta parceria. E os criativos

moda – num mercado de agências de talentos criativos. “A concorrên-

têm um tratamento semelhante quer sejam recém chegados ao merca-

cia que temos é de uma pessoa que trabalhou na agência até há seis

do ou nomes reconhecidos, tudo depende do contrato acordado: “As

anos. Perdemos alguma coisa quando nos separámos, mas também ga-

percentagens são fixas e estão entre os 30 e os 50%, dependendo se

nhámos outras. Então e clientes? “São diversos e transversais. Neste

exige ou não gestão de projectos, tudo o que está envolvido no trabalho

momento trabalhamos com todo o tipo de mercado: editorial, publi-

conforme referido acima.”

cidade, indústria… Costumo dizer que o maior capital que a agência

Trabalhando com diferentes áreas, a ilustração é a que está mais conso-

tem é os seus clientes”, adianta a directora. Com base numa relação

lidada, mas esta agência de talentos freelancers trabalha agora para as

de compromisso recíproco, o negócio flui sem grandes incidentes, mas

equiparar. “Neste momento estamos a tentar promover todas as áreas

mesmo quando surgem imponderáveis, há resposta pronta: “Os clientes

por igual. Agora todas começam a ser bem recebidas, pois apresenta-

já sabem que quando lhes apresentamos um criativo é de qualidade,

mos portfolios de excelente qualidade em qualquer uma das áreas”,

superando as expectativas, uma aposta certa. Este também é um dos

adianta Ema.

pontos fortes de um negócio como o da Who: os portfolios têm que

No que se refere à internacionalização, um dos objectivos a explorar

surpreender. Mas se por acaso o cliente e o criativo não se entendem

pela Who, pretende-se criar uma rede de agentes em territórios atracti-

ou surgir algum imprevisto, substituímos ate um prazo máximo de 48

vos, que promovam o talento dos seus agenciados.

horas. Todos sabemos as regras.

23

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


entrevista Who

“Os clientes já sabem que quando lhes apresentamos um criativo é de qualidade, superando as expectativas, uma aposta certa.”

24

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


”Hélder Oliveira, Miguel Seixas, Sofia Vila-

Para reforçar a sua posição no mercado, apos-

diárias, mas com um tempo médio de per-

rinho, Pedro Gonçalves e Nuno Gonçalves.

ta num serviço de excelência a todos os ní-

manência de 5 minutos, o que mostra bem a

Ou o fotógrafo Mário Ambrósio e Sílvia Pru-

veis. Consciente que o talento criativo pode

capacidade desta plataforma. Nada é deixado

dêncio no design gráfico são alguns dos talen-

surgir a qualquer momento e em qualquer

entregue ao acaso, e o endereço www.who.pt

tos representados. A lista de clientes é vasta,

lugar, a Who tem uma base de dados sempre

ajuda a que tudo funcione ainda melhor mas,

a Who conta com uma carteira de clientes

em construção. Além disso aposta forte no

desde Julho, a sede da Who abriu literalmente

nacionais desde revistas, jornais, agências de

seu site (sim, aquele que aparece em terceiro

as suas portas. A sua galeria no Bairro Alto é

publicidade e empresas de vários sectores,

lugar na pesquisa do Google quando se intro-

o mais recente projecto da agência, e pretende

privadas e estatais. Privilegia assim o con-

duz a palavra “who”) que, a par das notícias,

ser um local de mostra de talentos, de troca de

tacto directo entre os clientes e o talento no

também serve para apresentar portfólios cria-

ideias entre criativos, clientes e apreciadores.

decorrer do trabalho criativo, acompanhando

tivos nacionais e internacionais, numa espé-

Mais um passo na construção de uma marca

e assegurando o cumprimento do briefing,

cie de enorme galeria virtual. Adiante-se que

sólida e que aposta na promoção da massa

prazos e budgets.

o mesmo conta com uma cerca de 150 visitas

criativa.

Who – www.who.pt

25

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


passaporte Horácio (Chacho) Puebla

[CHACHO] HORÁCIO PUEBLA Entrevista por Directarts

“SOU UM INCONFORMISTA NATO. PASSEI POR MUITAS AGÊNCIAS AO LONGO DA VIDA ATÉ ENCONTRAR A LEO LISBOA. PARA MIM, A MELHOR AGÊNCIA DO MUNDO.” E assim Horacio Puebla - Chacho para todos, amigos e não só – se

Diz-se que por trás de um grande homem, está sempre uma grande

apresenta, se descreve, se posiciona. Para quem não sabe, ele é o director

mulher. Neste caso, do que se refere a inspiração criativa, saliente-se o

geral criativo da Leo Burnett Portugal, a agência de publicidade mais

papel da sua adorada cadela Tura, que pode que ser considerada uma

premiada este ano. 2009 foi decididamente um ano em cheio, assim,

conselheira em matéria de ideias. Passeia-se pela agência como qualquer

contabilizemos: 11 Leões em Cannes, mais os do Clube Criativos de

um dos colaboradores e já subiu várias vezes ao palco de Cannes para

Portugal, El Sol, FIAP, D&AD, ONE SHOW, ADC NY, Clio Awards,

receber os belos Leões. Criatividade não tem mesmo limites.

ANDY, SPOT, Gramado, GPC e NYFestivals. A juntar aos galardões, Chacho assume também um novo cargo na agência, o da Direcção Geral Criativa Ibérica, que acumula com a que já tinha.

26

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


27

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


passaporte Horácio (Chacho) Puebla

Directarts - Antes de mais, de onde veio

Houve uma altura que passou para a par-

O que o trouxe a Portugal?

esse nome, Chacho?

te criativa?

Trabalhei na Leo Burnett Chile, até que em

Chacho- Na Argentina todos temos alcunhas,

Eu sempre quis ser criativo… Quando esta-

Portugal precisavam de uma pessoa e per-

como o meu nome é Horacio, lá quase todos

va na escola secundária quis ser arquitecto e

guntaram no Chile qual era o melhor criati-

são chamados de Chacho. Não sou o único!

até entrei numa escola técnica, depois pensei

vo, indicaram-me a mim, o problema é que eu

Mas só me começaram a chamar assim na

fazer cinema, até que fui para publicidade e

não sabia falar nada de português. Bem, mas

universidade.

trabalhei numa agência muito pequena.

acabei por vir, tornar-me responsável pela Península Ibérica e estou cá há quatro anos.

E o que estudou?

O que é para si um director criativo?

Tirei Comunicação Social e no último ano fiz

Um bom director criativo tem de ter os conhe-

E como está a correr?

especialização em Publicidade na universida-

cimentos, ou seja, ser criativo, mas essencial-

Estou apaixonado por Lisboa. Uma das coisas

de de Mendoza, Oeste do país, ao lado da cor-

mente saber dirigir as pessoas, uma coisa não

que me fez aceitar logo o cargo foi a proximi-

dilheira dos Andes.

funciona sem a outra.

dade com a língua espanhola, além disso há

28

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


“Eu sempre quis ser criativo....”

01

02

muitas hipóteses de crescer nesta agência, é fantástica. Se um dia tiver

muito mais a herança portuguesa, mas sempre me preocupei mais com

de a deixar não sei o que vou fazer.

o que se passa no mundo do que apenas com o mercado local.

Como director criativo da Península Ibérica, quais são os desa-

Qual é o cliente que eleva os desafios?

fios que terá de gerir, entre Madrid e Lisboa?

Todos, porque o melhor que pode acontecer como director criativo é

Em Madrid é tentar manter o nível que já se alcançou, sendo já conhe-

ter um problema para resolver e conseguir arranjar depois uma solução

cida mundialmente, a agência em Lisboa tem crescido bastante, por

para ele.

isso uma união ibérica resulta ainda mais forte. E qual é o seu cliente de sonho? O facto de estar em Portugal há quatro anos influenciou o seu

Aqui em Portugal gostava de trabalhar para uma cerveja, porque é um

processo criativo?

mercado muito diferente, além disso sou quem melhor conhece o pro-

Aprendi muitas coisas cá, mas a forma de trabalhar na agência é muito

duto! (risos)

internacional. Claro que agora tenho uma visão mais Ibérica, entendo

29

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


passaporte Horácio (Chacho) Puebla

03

A Leo Burnett ganhou há pouco tempo o Leão de Ouro. Os prémios são importantes? Claro que sim, é a forma de ver como somos criativos, de marcarmos a nossa posição internacionalmente, de Portugal marcar a tendência mundialmente. Este ano ganhámos onze leões em Cannes, é um record da agência. E agora vai passar mais tempo em Madrid ou em Lisboa? Agora vou passar mais tempo em Madrid para me organizar, mas depois deve ser 50 50. Vou 04

com a minha namorada e o meu filho também mora lá. É fantástico! Que artistas mais o inspiram? Escritores como o Paul Auster, argumentistas como o Charlie Kaufman, e ouço toda a música, hip hop, rock, música africana, argentina… Quando recebe um briefing, onde vai buscar inspiração? No meu caso vou até um bar, leio uma boa revista de arte ou de actualidade, para ver o que se passa…

05

30

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


06

07

08

09

Acredita que a criatividade é 90% transpi-

Onde se vê daqui a cinco anos?

Tem 35 anos e faz publicidade desde os

ração e 10% inspiração?

Não faço a mínima ideia!

17, o que mudou desde então?

Completamente!

Muita coisa, para mim este é o melhor moPlaneia os seus passos profissionais, ou

mento da publicidade. Há milhares de formas

Que cidade está agora na vanguarda da

simplesmente acontecem?

de fazer publicidade e a própria estrutura da

criatividade?

Só planeio estar feliz, se não estiver mudo.

agência é diferente. Já não trabalhamos tan-

Os latinos são criativos por natureza, mas ulti-

Adoro publicidade, mas não sou um escravo

to com director de arte e copy, chega a haver

mamente Holanda e Austrália são países com

dela. Não tenho medo de fazer outra coisa.

equipas de três ou quatro pessoas. Nós na Leo

uma criatividade fantástica. A melhor campa-

Burnett trabalhamos por projectos, não temos

nha do mundo foi australiana, à procura de um

Sonha chegar a director criativo mundial

turista para viver lá seis meses numa ilha com

da Leo Burnett?

um emprego de sonho.

Não, não tenho essa ambição. Deve ser fan-

O que procura num fotógrafo, ilustrador

contas específicas.

tástico gerir a criatividade de uma agência

ou designer gráfico?

Se não estivesse em publicidade, o que

mundialmente, mas já fico contente com a

Procuro que me entendam, eu gosto de parti-

faria?

Península Ibérica.

lhar a informação com todos os envolvidos.

Era músico, toco guitarra, mas sou péssimo!

Muitas pessoas não estão habituadas a trabalhar assim. E em cada um deles procuro mais a visão individual que a técnica.

31

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


passaporte Horácio (Chacho) Puebla

10

O que Portugal tem de bom? Lisboa é a melhor cidade do mundo, e o café é óptimo! É um país que tem tudo, para mim é o melhor da Europa geograficamente falando. E têm de acreditar na sua criatividade. Devia ser um elo de ligação entre a Europa e a América do Sul? 11

12

Devia, e tem tudo para ser.

13

“Lisboa é a melhor cidade do mundo e o café é óptimo! É um país que tem tudo, para mim o melhor da Europa, geograficamente falando.”

32

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


15

16

14 01) a 03) - Cruz Vermelha 03) a 09) - Amnistia Internacional 10) a 19) - Museu Efémero

17

18

19

Horácio Puebla – www.leoburnett.pt

33

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portfólio Fotografia

Mr. Kenton Entrevista por Directarts

Kenton é um fotógrafo de publicidade e retratos multipremiado. Nascido em Inglaterra, rapidamente foi ao encontro da fotografia devido à obsessão do seu pai com as máquinas e as câmaras escuras. Aos 17 anos começou a viajar e a trabalhar como assistente de alguns dos melhores fotógrafos do mundo. O último trabalho que aceitou antes de “passar a trabalhar a solo” foi como assistente principal de Clive Arrowsmith numa sessão para o calendário da Pirelli. Kenton está agora sediado em Lisboa, Portugal, e construiu uma repu-

Kenton is an award winning advertising and portrait photographer.

tação extraordinária ao longo dos últimos 12 anos. Muitas das suas

Born in London England he fell quickly into photography due to his

imagens foram usadas em campanhas à escala mundial. Fotografou o

father’s obsession with the camera and the darkroom.

actor Pierce Brosnan para uma campanha de uma marca de cerveja que

At 17 he started traveling and assisting some of the world’s finest

envolveu o maior orçamento publicitário de sempre em Portugal, mas

photographers. The last assignment before “going it alone” was as 1st

como ele diz de forma jocosa, isso não se deveu aos seus honorários.

assistant to Clive Arrowsmith on a Pirelli calendar shoot.

A sua lista de clientes é impressionante e inclui a L’Oreal, Johnson &

Kenton is now based in Lisbon Portugal and has built himself an ama-

Johnson, Siemens, TAG Heuer, Lipton Ice Tea, Telecom, BES, TMN,

zing reputation during the past 12 years. Many of his images have been

Buondi, Wella , Sky + HD ,Vodafone, HSBC, Marie Claire, Elle, EMI,

used in worldwide campaigns.

Sony e a Universal Music.

Kenton has photographed the actor Pierce Brosnan for a beer campaign

Recentemente, Kenton esteve envolvido em vários projectos interna-

which was Portugal’s biggest advertising budget to date, but as Kenton

cionais, um dos quais foi uma campanha global da TAG Heuer em

jokes, it wasn’t for his fees.

colaboração com outros fotógrafos, em que fotografaram um calen-

He has an impressive client list to date, including. L’Oreal, Johnson &

dário recheado de estrelas nos seus carros GT, cujos lucros vão na tota-

Johnson, Siemens, TAG Heuer, Lipton Ice Tea ,Telecom, BES, TMN,

lidade para a Save the Children.

Buondi, Wella , Sky + HD ,Vodafone, HSBC, Marie Claire, Elle, EMI, Sony and Universal Music. 34

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


35

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portfólio Fotografia Directarts – Em que é que está a trabalhar agora?

Kenton has been recently involved in various international projects,

Kenton Thatcher – Estou a preparar uma exposição de retratos

one was a worldwide campaign for TAG/Heuer in collaboration with

que tenho vindo a coleccionar nos últimos 18 anos em que vivo em

other photographers shooting a calendar of celebrities in there GT cars,

Portugal. Alguns são retratos de gente famosa que tirei depois de trabalhar com eles em campanhas publicitárias. Além disso, nos últimos 10 anos tenho estado a imprimir um arquivo de portfólio de retratos de VIPs portugueses, por assim dizer, e é algo que também se tornou uma paixão para mim.

with all proceeds going to the Save the Children. He was also chosen as one of the photographers sponsored in a new project by Epson Europe. Directarts - What are you working on right now? I’m working on an exhibition of portraits I have been collecting for the last 18 years while living in Portugal. Some are portraits of famous

Então fotografa muita gente famosa? Não há muitos portugueses famosos que eu não tenha fotografado, embora ainda haja alguns na minha lista de alvos futuros. Os retratos sempre foram uma área de interesse sua? Sempre fui um grande fã dos retratos de Richard Avedon, George Hurrell, Annie Leibovitz e, mais recentemente, de Mario Testino. Tive o prazer de ver a exposição de retrospectiva de carreira de Avedon no

people I’ve taken after working with them for advertising campaigns. Also for the last ten years I’ve been printing an archival portfolio of portraits of Portuguese “VIP’s” in a manner of speaking, which has been become passion of mine as well. So you shoot many famous people? There haven’t been many famous Portuguese I haven’t photographed, though there are still a few on my hit list.

Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque alguns meses antes de ele morrer e isso deu-me o pontapé no rabo ou empurrão de que eu precisava para arrancar com o meu próprio trabalho.

Portraits are an area of interest to you? I’ve always been a big fan of the portraits of Richard Avedon, George Hurrell, Annie Leibovitz and more recently Mario Testino. I had the

01

36

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

02


37

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portf贸lio

03

04

05


39

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portfólio Fotografia E, com este projecto, tive a felicidade de a Epson ter a vontade de

pleasure of seeing Avedon’s retrospective career exhibition in New

patrocinar a minha exposição, especialmente por me fornecer todos os

York’s Metropolitan Museum of Art a few months before he died, and

materiais de que preciso para imprimir o meu trabalho. E, claro, um

it gave me the kick in the ass I needed to get my work off the ground.

espaço como o CCB seria um local fantástico onde o mostrar.

Also with this project I’ve been fortunate that Epson is willing to

Prefere os retratos em comparação com a publicidade, qual é a área com que ganha a vida?

sponsor my exhibition, especially supplying me with all the materials

Bom, quando um fotógrafo está a começar desenvolve uma paixão por

be fantastic place to show at.

toda a fotografia. Eu vivi e respirei a arte. Sempre gostei e apreciei fotografar pessoas e eventualmente comecei a ter a oportunidade de fazer campanhas publicitárias em que figuram pessoas. Normalmente, as agências de publicidade querem usar a pessoa certa para cada trabalho... e dizem “Bom, o Kenton fotografa bem pessoas, por isso vamos usá-lo para este trabalho”. Uma coisa acaba por levar à outra. Foi assim que me envolvi no mundo da publicidade. O que é que a fotografia tem que lhe apresenta desafios? O que adoro numa sessão é o que sai dela, o que se revela no final. No

that I need to print my work. Then of course a venue like CCB would

Do you prefer portraiture in comparison to advertising which is where you make your livelihood? Well when a photographer starts out he or she develops a passion for all photography. I lived and breathed the art. I’ve always enjoyed and loved photographing people, and eventually I started to get advertising campaigns with people in them. Advertising agencies usually want to use the right person for the job…and say, “Well Kenton photographs people well, so let’s use him for this job.” Eventually one thing leads to another. That’s how I got involved in the advertising world.

dia seguinte, enquanto revejo as provas de contacto estou à procura

What is it about photography that challenges you?

daquela imagem especial, não de dez ou 20, mas daquela imagem que

What I love about a session is what you get or develop at the end of it.

me lembra um momento particular com aquela pessoa em particular e

The next day while I’m going through the proofs (contact sheets) I’m

que capta aquela pessoa da forma como eu a vi. Essa é a minha verda-

looking for that one image, not ten or twenty, but that one image that

deira paixão. Toda a gente tem algo que a torna única e adoro explorar

reminds me of that particular moment with that particular subject and

e registar isso.

capturing that person as I saw them. That’s the real passion for me.

É interessante que tenha falado nas provas de contacto. Como é que fez a transição da película, das provas de contacto em papel, para as provas para o ecrã do Mac?

that, and record that.

Everyone has something that makes them unique and I love to explore

Foi bastante difícil. Pedi aos tipos que trabalham para mim que

You mention contact sheets which is interesting. How did you make the transition from film, paper contact sheets, and proofs

criassem um programa que mostra as provas de contacto no compu-

to the Mac screen?

tador, o que simplifica a maneira como gosto de trabalhar. No fim de uma sessão fico com muitas provas de contacto na mão. Antes marcávamos as folhas de contacto com um marcador, agora limitamo-nos a assinalá-las, o que torna o processo de selecção muito mais eficiente e

It was quite difficult. I had the guys who work for me create a program which displays contact sheets on the computer which simplifies the way I like to work. At the end of a shoot I’m left with a lot of contact sheets. Before we would mark the contacts with a China marker, 06


“Comia, dormia e vivia fotografia durante aqueles três anos...”

07

rápido. E claro, um monitor é o sonho de qualquer fotógrafo porque é

now we just “flag it” which makes the selection process more efficient

tal e qual como as antigas mesas de luz. No computador, fica tudo com

and quicker. And of course a monitor is every photographer’s dream

um aspecto maravilhoso. Porque uma vez assinaladas as nossas esco-

because it’s just like the old light tables or boxes. Everything just looks

lhas no ecrã, acabamos por ficar automaticamente com uma ou duas

wonderful on the computer. Because once you “flag” your choices on

folhas de contacto de imagens de que gostamos mesmo. Eventualmente

the screen you automatically wind up with one or two contact sheets of

adaptei-me bastante bem às novas tecnologias.

images that you really like. Eventually I adapted quite well to the new technologies.

Se não fosse fotógrafo, quais teriam sido os seus outros interesses? Penso que algo relacionado com a natureza, com a vida selvagem. Quando era miúdo, era a minha paixão. Tinha uma grande colecção de répteis. Tinha um reptilário no meu quarto com cobras, iguanas, lagartos, etc. Fotografava-os e revelava as imagens na câmara escura. Era uma grande paixão. Na verdade, aos 17 anos abordei o Richard Attenborough na BBC para saber se haveria um trabalho para fotó-

If you weren’t a photographer what would have been your other interests? I think something to do with nature, wildlife. As a kid that was my passion. I had a large collection of reptiles. I had a vivarium in my bedroom with snakes, iguanas, geckos, etc. Then I would photograph them and develop them in my darkroom. That was a huge passion. Actually at the age of seventeen I approached Richard Attenborough at the BBC for a position as a nature photographer. But there wasn’t

grafos de natureza. Mas não havia... Em vez disso, ofereceram-me um

one… So I was offered two jobs as an assistant that were completely

trabalho como assistente que era completamente diferente. Um era

different. One was for a “tit and bum” photographer - for mechanics’

de assistente de um fotógrafo de “mamas e rabos” – daquelas fotos

calendars and such, and the other for an animal photographer - but

41

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portfólio Fotografia

08

42

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


09

para calendários de mecânicos e tal; e outro para fotografar animais

domestic pets. She specialised in photography for the “imagebank”,

– mas animais domésticos. Era uma fotógrafa especializada em fotos

shooting with large transparency film formats of cuddly kittens and

para bancos de imagens, que fotografava gatinhos fofinhos e cachorros

puppies that were being used for the covers of boxes of chocolate.

em grandes formatos e que eram usadas em tampas de caixas de bombons. Como é que fez a transição de assistente de fotografia para fotógrafo profissional? Bom, comecei como assistente aos 16 anos, sem ser pago durante três anos, em Primrose Hill, em Londres. Basicamente era um estagiário... Fazia tudo... Comia, dormia e vivia fotografia durante aqueles três anos. E nessa idade aprende-se muito rapidamente. Depois de cerca de dois anos, prometeram-me uma espécie de compensação monetária que nunca se concretizou. Portanto, com aquela experiência senti que

43

How did you make the transition from being a photographer’s assistant to becoming a professional photographer? Well I started assisting at the age of sixteen for free for three years in Primrose Hill in London. Basically I was an intern… I did everything…I ate, slept and lived photography for those three years. And at that age you learn very quickly. After about two years I was promised some form of monetary compensation which never materialized. So with all that experience I felt that I could go out on my own as a freelance assistant. Eventually I was making more money working one day a week than I had ever earned in my life. So for eight years I was a London photographic assistant; I must have worked for over fifty diffe-

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portfólio Fotografia podia lançar-me sozinho como assistente freelance. Eventualmente

rent photographers. I worked with David Bailey. I worked a lot with

estava a ganhar mais dinheiro a trabalhar um dia por semana do que

Clive Arrowsmith who shot some of the Pirelli calendars, with Barry

alguma vez tinha ganho na vida. Durante oito anos fui assistente de

Lategan who shot for Vogue and many others.

fotografia em Londres; devo ter trabalhado para mais de 50 fotógrafos. Trabalhei com o David Bailey. Trabalhei muito com o Clive Arrowsmith, que fez alguns dos calendários da Pirelli, e com o Barry Lategan, que fotografou para a Vogue, e para muitos outros.

Was that your school? I learned a lot. I learned from them all. Because I was working as a freelancer assistant, every assignment was different with a different photographer. I picked up on their different techniques, shooting styles, vision. I photographed everything, from table top stuff, pack-shots,

Qual foi a sua escola? Aprendi muito. Aprendi com todos eles. Como estava a trabalhar como freelance, cada trabalho era diferente e com um fotógrafo diferente. Aprendi diferentes técnicas, estilos de fotografar, visões. Fotografava de tudo, de imagens de embalagens, cervejas, gelados,

beer, ice cream, big celebrities like David Bowie and Paul McCartney. And also the main thing was the travel. At nineteen, I was assisting a lot of fashion photographers who shot on location for catalogues. We would go to Portugal, which is how I got introduced to this country. We would shoot in Miami, San Diego, Cape Town, everywhere that had

grandes estrelas como David Bowie e Paul McCartney. E uma das

good light for shooting fashion. So at that young age I got a name for

coisas principais foi a quantidade de viagens. Aos 19 anos, estava

myself at organizing location trips for photographers. I would do the

a trabalhar como assistente de muitos fotógrafos de moda que tra-

customs lists for all the equipment that we would take with us. I did it

balhavam em vários locais para fazer catálogos. Íamos a Portugal,

so many times and got so proficient at it, that I already knew the cus-

que foi como eu conheci este país. Fotografávamos em Miami, San

toms officers at Heathrow and Gatwick airports. We would take boxes

Diego, Cidade do Cabo, qualquer sítio que tivesse boa luz para foto-

and boxes of clothing and camera equipment for a three or four week

grafar moda. Por isso, fiz nome muito jovem como organizador de viagens para fotógrafos. Tratava das listas de alfândega de todo o equipamento que levaríamos. Fi-lo tantas vezes e tornei-me tão sábio na coisa que já conhecia os agentes de Alfândega nos aeroportos de Heathrow e de Gatwick. Levávamos caixas e caixas de roupas e equi-

shoot; and all this stuff had to be itemised on long lists for the customs people. A lot of paper work. But, like anywhere else in the world when you get to know the system and the people who run it, the job gets done a lot faster and easier. So at a young age I had a pretty good reputation for being a top assistant. During many years I got to know the world and learn so much from so many different people in the business.

“Sei que falo inglês de uma forma aportuguesada, se é que isso faz algum sentido...”

10

44

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


11

45

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portfólio Fotografia 12

46

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


pamento fotográfico para uma sessão de três ou quatro semanas; e essas coisas todas tinham de ser listadas para a alfândega. Muita burocracia. Mas, como em qualquer parte do mundo, quando se conhece o sistema e as pessoas que mandam nele, a tarefa faz-se muito mais rápida e facilmente. Era muito novo e já tinha uma boa reputação como um assistente de topo. Durante muitos anos conheci o mundo e aprendi muito junto de muitas pessoas diferentes no sector.

What Portuguese mannerisms have you picked up living here these 18 years? Good and bad (laughs). When I go back to the UK people don’t automatically place me as being from there, and since my Portuguese is not as good as it should be, I’m sort of in no man’s land. I know that I speak English in a Portuguese way, if that makes any sense. My driving is very much Portuguese though; maybe I shouldn’t mention my illegal driving habits. I don’t want the local GNR knocking on my door

Que maneirismos portugueses apanhou ao viver aqui ao longo destes 18 anos? Bons e maus (risos). Quando regresso ao Reino Unido as pessoas não me reconhecem automaticamente como sendo de lá e como o meu português não é tão bom como devia, estou numa espécie de terra de ninguém. Sei que falo inglês de uma forma aportuguesada, se é que isso faz algum sentido. Já a minha condução é muito portuguesa; talvez não devesse falar dos meus hábitos rodoviários ilegais. Não quero a GNR a bater-me à porta (risos). Não sou tão cortês na estrada quanto costumava ser. Hmm... as coisas boas que apanhei? A minha mulher, Sara, e a minha linda bebé, Scarlett, que tem dois anos.

(laughs). I’m not as courteous as I used to be on the road. Hmm…the good things that I picked up? My wife Sara and my lovely baby daughter, Scarlett, who is two years old. Has the Latin way of life influenced your work? My personal work no; I’m talking about my portraits. My approach is Anglo-Saxon because that is the way I was raised. My advertising work has some Latin influences because of the environment in which I live Why did you choose Portugal? Well after those eight years as an assistant, everyone was pushing me to go out on my own as a freelance photographer. This was the end of

De que maneira é que o estilo de vida latino influenciou o seu trabalho?

the 80s, beginning of the 90s, and a lot of photographers were losing

No meu trabalho pessoal nada; estou a falar dos meus retratos. A minha

was taking my work around to agencies, but everyone was in a nega-

abordagem é anglo-saxónica porque foi assim que fui criado. O meu

tive mood. The photographers that they usually worked with were not

trabalho em publicidade tem algumas influências latinas devido ao

being called for jobs… everything was very slow and negative.

ambiente em que vivo.

their studios in London; much like here in Portugal right now. So I

Because I knew so many people in different cities around the world and

Por que é que escolheu Portugal?

one of them was a friend of mine who lived here in Lisbon. He said

Bom, depois daqueles oito anos como assistente, toda a gente me pres-

that I should come over and work for some of the magazines and ad

sionava para que me lançasse como fotógrafo freelance. Isto no final dos anos 1980, início dos 90s, e muitos fotógrafos estavam a perder os seus estúdios em Londres – muito como o que está a acontecer agora em Portugal. Levava o meu trabalho às agências, mas toda a gente estava com uma disposição negativa. Os fotógrafos com que eles costumavam trabalhar não eram chamados para trabalhos... estava tudo muito lento e muito negativo. Como conhecia tanta gente em várias cidades do mundo, uma dessas pessoas era um amigo que vivia em Lisboa. Ele disse-me que eu devia vir e trabalhar para algumas revistas

agencies here in Lisbon… so I did. Initially I was going to stay for two or three months and work on my portfolio. Eventually things started to get better in London so I thought I would return with some different work and see more agencies. By that time my reputation as an assistant had died down and I was getting to be known more for being a young photographer. But to answer your question; Portugal is a magical place. I’ve travelled a lot and yet Lisbon is a magnetic and a special place. Of course the whole country has a variety of landscapes; Geres, Algarve, Alentejo,

e agências de publicidade em Lisboa... e assim foi. Inicialmente era para

Minho… everywhere you go the land changes dramatically and I love

ficar dois ou três meses e trabalhar no meu portfólio. Eventualmente as

that about this country. And the main thing which might sound cliché,

coisas começaram a melhorar em Londres e pensei em regressar com

is the light, it is super special and beautiful. Even after eighteen years I

algum trabalho diferente e contactar com mais agências. Mas nessa

still get excited about the way the light touches everything.

altura a minha reputação como assistente tinha perdido gás e estava a

I live in a city (Lisbon) that has a river running through it; you can be

ficar mais conhecido aqui como jovem fotógrafo. Mas, para responder à sua pergunta, Portugal é um sítio mágico. Viajei muito e ainda assim Lisboa é magnética e um lugar especial. Claro que o país tem várias paisagens: Gerês, Algarve, Alentejo, Minho... qualquer sítio a que se vá a terra muda de forma dramática e adoro isso neste país. E o motivo principal, que pode parecer um cliché, é a luz. É super especial e linda.

47

on some of the most amazing beaches anywhere in Europe in minutes, great fresh fish anywhere, and wine, champagne sangria, all round, great place. Do you think you could make more money working elsewhere? That’s a tough question. I don’t really look for work outside Portugal. I do about four or five jobs a year for foreign clients who come to me

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


Mesmo 18 anos depois ainda fico entusiasmado com a forma como a

and you do earn a lot more. For example a London client will call me

luz cai sobre tudo. Vivo numa cidade que é atravessada por um rio; em

up for an assignment and say they have hardly any money for the job;

minutos posso estar numa das praias mais espantosas da Europa, há

but the money they do have is double any budget that you would get

peixe fresco fantástico em qualquer lado, e vinho, sangria de cham-

here in Portugal.

panhe, em suma, um sítio óptimo.

Do you have an agent?

Acha que podia ganhar mais dinheiro trabalhando noutro lugar?

No. I’ve been approached by several agents here in Portugal. But the

É uma pergunta difícil. Não procuro trabalho fora de Portugal. Faço

attached to their budgets. They are only about seven or eight top photo-

cerca de quatro ou cinco trabalhos por ano para clientes estrangeiros

graphers here who do everything, so you don’t need an agent to represent,

que me contactam e ganha-se muito mais. Por exemplo, um cliente de Londres telefona-me para um trabalho e diz que quase não tem dinheiro para essa tarefa; mas o que têm é o dobro de qualquer orçamento que teria aqui em Portugal.

market is so small that the agencies don’t see a need to have that extra cost

if you will, different photographic specialties. It’s such a small market. However, I am looking for agents in London, Barcelona, Madrid and New York. Photographers have to be very global. With the internet anything is possible now. Interestingly enough, I’m working with a great post-production guy in London whom I have never met. He sounds like a great

Tem um agente? Não. Já fui abordado por vários agentes aqui em Portugal. Mas o mer-

48

guy though.

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


“Sempre fui um fã dos retratos de Richard Avedon, George Hurrel, Annie Leibovitz e, mais recentemente, de Mario Testino...”

13

cado é tão pequeno que as agências não acham necessário ter esse custo

What kind of jobs really challenge your skills as an artists?

extra adicionado aos seus orçamentos. Só há cerca de sete ou oito fotó-

I like the challenge of capturing people and their emotions. This exhi-

grafos de topo aqui que fazem tudo, por isso não é preciso um agente

bition of portraits I’m putting together is very challenging because I’m

para representar, de certa forma, diferentes especialidades fotográficas. É um mercado tão pequeno. No entanto, estou à procura de agentes em Londres, Barcelona, Madrid e Nova Iorque. Os fotógrafos têm de ser muito globais. Com a Internet agora tudo é possível. O que é interessante é que estou a trabalhar com um tipo excelente em pós-produção em Londres, que nunca conheci. Soa ser um tipo porreiro, no entanto. Que tipo de trabalhos representam verdadeiros desafios às suas capacidades enquanto artista?

photographing the same people I shot years ago and the metamorphosis of aging is very stimulating. Would you say you’re a people photographer? Yes I would think so. I like to meet people, talk to them, learn from them, and get to know them. I’m like a sponge; I absorb their energy and get to know more about myself. I get a lot of satisfaction from photographing the human species.

Gosto do desafio de captar as pessoas e as suas emoções. Esta expo-

Do you prefer big productions or would you rather just go out with a camera and see where your inspirations take you?

sição de retratos que estou agora a montar é um grande desafio porque

I like all types of photography. I like to work in the studio on big pro-

estou a fotografar as mesmas pessoas que fotografei há anos e a meta-

ductions and at the same time I like to take a camera to a party and take

morfose do envelhecimento é muito estimulante.

pictures of my friends. I like all of it.

49

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portfólio Fotografia Diria que é um fotógrafo de pessoas?

It’s a matter of finding a professional balance so you don’t burn your-

Sim, penso que sim. Gosto de conhecer pessoas, de falar com elas, de

self out like some photographers do.

aprender com elas e de ficar a conhecê-las. Sou como uma esponja; absorvo a energia delas e fico a saber mais sobre mim. Satisfaz-me muito fotografar a espécie humana.

What qualities do you look for in a client? A client who is an original thinker. There are too many art directors who go right to the image banks for ideas, or re-do concepts that already

Prefere grandes produções ou preferiria simplesmente sair com uma máquina e ver onde a inspiração o leva?

exist and there are also the ones who are very good at “cut and paste”,

Gosto de todos os tipos de fotografia. Gosto de trabalhar no estúdio em

creative who puts pencil to paper and comes up with something new

grandes produções e ao mesmo tempo gosto de levar a máquina a uma

is always better.

festa e tirar fotografias dos meus amigos. Gosto de tudo. É uma questão de encontrar equilíbrio profissional para que não nos queimemos como acontece a alguns fotógrafos.

then expect the photographer to copy the layout which is unrealistic. A

Do you have a dream assignment? Well as you already know I love portraits… if I could get at least one job a year from Vanity Fair or Rolling Stone magazine that would be great.

Que tipo de qualidades procura num cliente? Um cliente que seja um pensador original. Há demasiados directores de arte que vão directamente ao banco de imagens em busca de ideias, ou que refazem conceitos que já existem, e há aqueles que são muito bons no copy-paste e que depois esperam que o fotógrafo copie os layouts. O que não é realista. Um criativo que trabalha com papel e caneta e inventa algo novo é sempre melhor.

How has the business changed from 10 years ago to now, and how do you think it will be 10 years from now? It have drastically changed. The main change has been from film to digital, that’s the last ten years, right there. Interestingly enough it is now difficult to even find professional film. The image banks, like “gettyimages”, are just killing the advertising photo market because they are huge. It is much cheaper to rent an image from a photo stock

Tem algum trabalho de sonho? Bom, como já sabem adoro retratos. Se pudesse ter pelo menos um trabalho por ano para a Vanity Fair ou para a Rolling Stone seria óptimo. Como é que a indústria tem mudado nos últimos dez anos e como acha que será daqui a dez anos? Mudou drasticamente. A principal alteração foi do filme para o digital. Isso são os últimos dez anos na mouche. O que é interessante agora é quão difícil

house than to send out a photographer and shoot something specific. Also costs for photography assignments in general have dropped significantly and will never recuperate to what they were ten years or so ago. What I think is really exciting for the future is the on-going changes to technology. I mean we have medium format cameras shooting at 60 megs. In advertising the competition is ever greater; profit margins are almost non-existent. A lot of people are going to disappear. I think that

14

50

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


01) Banco BPI - Agência McCann Erickson 02) Pierce Brosnan - Cliente, Sagres Boémia. Agência EURO RSCG 03) Cristiano Ronaldo – Portefólio pessoal. Agradecimentos á BBDO e BES 04) Luís Figo – Campanha internacional. TAG HEUER 05) José Mourinho fotografado em Milan - Capa para Espiral do Tempo: uma revista especializada em relógios Torres Distribuição 06) José Mourinho - Campanha mundial para SKY+ HD TV. Agência WCRS London 07) Água das Pedras - Campanha Portugal e Spain. Agência Publicis 08) Mosey - Facto Hairdressers, WELLA 09) Manequins - Trabalho pessoal. New York, USA 10) Mateus Rose – Agência EURO RSCG 11) Agua Vimeiro - Agência Publicis 12) Ministério da Saúde - Campanha teste. Agência FISHER 13) Água das Pedras – Campanha para calendário “On line”. Agência Full Six 14) Banco BPI - Agência PARTNERS 15) Helena Coelho - Cliente Optimus e Kanguru. Agência EURO RSCG 16) Lipton Ice Tea - Agência JWT 17) Portugal Telecom - Agência EURO RSCG 18) Amoreias Shopping - Agência Abrinicio/JWT

15

é encontrar sequer filme profissional. Os bancos de imagens, como a gettyi-

the photographers that are really talented will still be around in five to

mages estão simplesmente a matar o mercado de fotografia de publicidade

ten years. The ones who just went with the flow will be gone.

porque são gigantescos. É muito mais barato alugar uma imagem de um stock de fotografias do que enviar um fotógrafo para fotografar algo em especial.

Have you ever thought of moving back to England? Well… never say never. I have friends and family in England, I think it’s a beautiful country. I adore it. But to me Portugal is one of the best

E também há os custos dos trabalhos fotográficos em geral, que caíram de forma significativa e que nunca recuperarão para o que eram há dez anos ou coisa parecida. Penso que o que é realmente excitante no futuro são as mudanças em curso na tecnologia. Temos máquinas de médio formato que fotografam a 60 megas. Na publicidade a concorrência é ainda maior; as margens de lucro são quase inexistentes. Muitas pessoas vão desaparecer.

countries in Europe if not the world to live, maybe not to work, but definitely to live. I enjoy the quality of life here very much… and there really is no perfect place to live. How do Portuguese photographers rate on a European level? That’s a tough one. I would say that out of the six or eight advertising photographers working today in Portugal, two or three could work

Penso que os fotógrafos que são mesmo talentosos ainda aqui estarão

anywhere in the world. They do very good quality of work with excel-

dentro de cinco ou dez anos. Os que simplesmente estão a ir ao sabor do

lent post production.

vento desaparecerão. Can you mention names? Alguma vez pensou em regressar a Inglaterra de vez?

No I’m not going to mention any names… I’ll make some enemies and

Bom… nunca digas nunca. Tenho amigos e família em Inglaterra,

I’ll make some friends (laughs). But they know who they are.

51

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


16

penso que é um país lindo. Adoro-o. Mas para mim Portugal é um dos

How is the photography business in general here in Portugal?

melhores países na Europa, senão mesmo no mundo, para viver, talvez

Everything in the last five years has gone to producers. An agency

não para trabalhar, mas decididamente para viver. Gosto muito da qua-

will call a producer and they will have photographers they recommend

lidade de vida em Portugal... e na verdade, não há um sítio perfeito

or the producer already works with an in-house photographer. A few

onde viver.

years ago the agency would contact the photographer and then, in turn, would contact the producer. As far as the business goes, the crisis has

Como é que são os fotógrafos portugueses à luz do trabalho dos fotógrafos europeus em geral?

not really affected the business, because Portugal has been in a crisis

Essa é difícil. Diria que dos seis ou oito fotógrafos de publicidade que

the agencies an excuse to cut prices even more.

since I can remember. But… this particular crisis has definitely given

trabalham em Portugal, dois ou três podiam trabalhar em qualquer parte do mundo. Fazem trabalho de grande qualidade com excelente

How do you market yourself?

pós-produção.

I don’t… but I will. I’ve been very lucky. I was at the right place at the right time when there weren’t any serious foreign photographers

Pode nomear alguns?

in Lisbon. So I had the opportunity to make a name for myself. I also

Não, não vou dizer nomes… Faria alguns inimigos e alguns amigos

have my portfolios which I show sometimes. Portfolios and agents

(risos). Mas eles sabem quem são.

don’t seem as important to the Portuguese market as to other European or world markets. However the competition here is getting very tough,

Como é o negócio da fotografia em geral aqui em Portugal?

there are a lot of Brazilians, and other photographers from other coun-

Nos últimos cinco anos, foi tudo para os produtores. Uma agência tele-

tries who have set up studios here and the self promotion for photogra-

fona a um produtor e eles têm fotógrafos que recomendam ou o pro-

phers is getting very aggressive. So promotion is a very important part

dutor já trabalha com um fotógrafo da casa. Há alguns anos a agência

of our business.

contactaria o fotógrafo e depois, a seu tempo, contactava o produtor.

52

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


Em termos de negócio, a crise não o afectou realmente porque Portugal

How important is a website to the professional photographer?

está em crise desde que me lembro. Mas... esta crise em particular defi-

Yes… extremely. If you’re not online you don’t exist. I’ve gotten a lot

nitivamente serviu como desculpa às agências para cortar ainda mais

of work from my site. My site is in six different languages and in turn

nos preços.

I’ve pick up five or six jobs from Russia based on having my site in that

Como é se vende a si mesmo?

website. All my contacts are there so it makes you established.

language. So if clients have any doubts, I just tell them to check out my

Não o faço... mas farei. Tenho tido muita sorte. Estava no lugar certo na altura certa quando não havia verdadeiros fotógrafos estrangeiros em Lisboa. Por isso tive a oportunidade de criar um nome. Também tenho os meus portfolios, que mostro às vezes. Os portfolios e os agentes não parecem tão importantes no mercado português quanto são noutros mercados europeus ou mundiais. No entanto, a concorrência aqui está a tornar-se muito dura, há muitos brasileiros e de outros países que montaram os seus estúdios e a auto-promoção de fotógrafos está a tornar-se

How many pieces do you show at a time? Well it’s not quantity, it’s the quality. Twenty pieces are enough to sell to a client. Is it a mixture of work or do you show a particular group of work to a specific client? I have two portfolios; one for advertising and one for my personal work.

muito agressiva. Por isso a promoção é uma parte muito importante do nosso negócio.

Have you won any awards in Portugal or abroad?

Quão importante é um website para o fotógrafo profissional?

Many. The Amoreiras campaign was very successful both here and abroad; and I’ve won some things in Cannes and in the UK.

Extremamente importante. Se não se está online, não se existe. Já obtive muito trabalho a partir do meu site. O meu site está em seis

Do you have, or have you had, photographers that inspire you?

línguas diferentes e já consegui trabalhos da Rússia com base no facto

Yes there are two fairly recent guys who go by the name of Mert and

de ter o meu site nessa língua. Se os clientes tiverem alguma dúvida,

Marcus who work as a team shooting fashion. They mix old-style six-

digo-lhes para verem o meu site. Estão lá todos os meus contactos, o

ties and seventies style photography with today’s technology, they are

que nos estabelece enquanto profissionais.

absolutely amazing. And of course I love the old masters, some who I mentioned above; Avedon, Man Ray, Hurrell, Irving Penn. I’m a traditionalist who likes simple images.

17

53

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


portfólio Fotografia Quantos trabalhos mostra de cada vez?

Tells us about “the job” that will forever be a part of your profes-

Bom, não é uma questão de quantidade, mas de qualidade. Vinte traba-

sional career?

lhos são suficientes para vender a um cliente.

Probably the Amoreiras campaign was the big turning point in my

É uma mistura de trabalhos ou mostra um conjunto de trabalho em particular a um cliente específico?

talking about it. Shooting Luis Figo for TAG Heuer also got me a lot of

Tenho dois portfólios; um para publicidade e outro para o meu trabalho

Mourinho.

career here in Portugal; five years after it came out, people were still recognition, and recently a worldwide campaign for Sky+ HD of Jose

pessoal. “You’re only as good as your last job”. Does that still hold true Já ganhou muitos prémios em Portugal ou fora?

today?

Muitos. A campanha das Amoreiras foi muito bem sucedida tanto aqui

It depends on how bad your last job was (Laughs). Well it depends on

quanto no estrangeiro; e ganhei algumas coisas em Cannes e no Reino

so many things really. There are a lot of bad photographers who get a

Unido.

lot of work. I’ve done things that I’m not very proud of and I’m still

Há, ou já houve, fotógrafos que o tenham inspirado?

this town to not get work here.

working because it is a small market. You really have to fuck up bad in

Sim, há dois tipos recentes de seu nome Mert e Marcus que trabalham em equipa a fotografar moda. Misturam o estilo antigo da fotografia dos sixties e seventies com a tecnologia actual, são absolutamente espantosos. E claro que adoro os velhos mestres, alguns dos que mencionei atrás, Avedon, Man Ray, Hurrell, Irving Penn. Sou um tradicionalista que gosta de imagens simples. Fale-nos do trabalho que será parte da sua carreira profissional para sempre. Provavelmente o ponto de viragem da minha carreira em Portugal foi a campanha para as Amoreiras; cinco anos depois de ter saído, as pessoas

What advice do you have for up and coming photographers? Photograph for the love of it. If you’re looking to make fast money, photography is not the way. You have to have a passion for the art. For example, in a school of fifty photography students, only two or three will probably make it in the business. Where would you rather be right now? With my wife Sara and my daughter Scarlett at Costa da Caparica, drinking champagne sangria and eating gambas grelhadas com piripiri.

ainda falavam nela. Fotografar o Luís Figo para a TAG Heuer também me deu muito reconhecimento, e recentemente uma campanha mundial para a Sky+ HD de José Mourinho.. “Só se é tão bom quanto o nosso último trabalho”. Isso hoje ainda é verdade? Depende de quão mau foi o nosso último trabalho (risos). Bom, depende de muitas coisas. Há muitos maus fotógrafos que têm muitos trabalhos. Já fiz coisas de que não me orgulho muito e ainda tenho trabalho porque é um mercado pequeno. É preciso fazer muita merda nesta cidade para não se ter trabalho aqui. Que conselho pode dar a jovens fotógrafos? Fotografem pelo amor que têm à arte. Se estão à procura de uma 18

maneira de fazer dinheiro rápido, esta não é a maneira de o fazer. Há que ter paixão pela arte. Por exemplo, numa escola com 50 alunos de fotografia, só dois ou três provavelmente singrarão na indústria. Onde é que preferia estar agora? Com a minha mulher, Sara, e a minha filha Scarlett na Costa de Caparica, a beber sangria de champanhe e a comer gambas grelhadas com piri-piri. Kenton – kenton@kentonthatcher.com www.kentonthatcher.com

54

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL



artigo Informação

IPHONES & CHUPAS:

propriedade intelectual na mão e na boca Texto por André Guerreiro Rodrigues + Marco Alexandre Saias (IP SOLUTIONSTM)

56

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


A resposta de alguns vai ser simples: ai, é um telefone. Pois… Outros vão conseguir ser mais complexos e estender essa complexidade à resposta: ai, é um telefone xpto. Vá, afinal sendo isto uma coluna sobre Propriedade Intelectual, não vos parece que a resposta é mais complexa que “um telefone”?

Um software desenvolvido para um processo mecânico específico pode ser patenteado como invenção; Etc. E isto, o que é?

Sim, o iPhone é um telefone, e sim, é todo ele xpto. Mas isso é o óbvio que salta à vista. Para nós o iPhone é muito mais que isso: o iPhone é um portfolio de Propriedade Intelectual, um conjunto devidamente articulado de Activos e Direitos que se fundem para construir um objecto de culto, desejo e vanguarda. Patentes;

Marcas;

Desenhos;

Direitos de Autor;

Segredos Industriais.

É uma Marca que reconheces, é notória, é uma delícia. Tem valor por si só, apresenta o chamado goodwill da marca.

O iPhone é:

Se respondeste que é o logótipo dos chupas, está correcto!

Mas, se por debaixo do logótipo juntarmos algo mais, assim como, a assinatura do Autor, que neste caso foi Salvador Dalí?

Antes de ser um telefone, o iPhone é um complexo emaranhado de Propriedade Intelectual. Por sua vez, ele ainda é receptáculo de mais Propriedade Intelectual: as aplicações, a música, os vídeos, os jogos, etc. Agora a pergunta que deves estar a fazer será uma do género, mas porque raio estão eles a falar do iPhone? Já percebeste que tem que ver com Propriedade Intelectual, e, não tem nada que ver com qualquer género groupie a respeito do mesmo, até porque não temos iPhones.

Deixa de ser uma Marca? Não. Passa a ser uma Obra de Arte? Nunca deixou de ser. Patentes + Desenhos + Marcas + Segredos = Todo o outro Mundo da Propriedade Intelectual, de Direitos mas, e nunca te esqueças disto, especialmente de Activos Económicos com os quais nos cruzamos todos

Nos últimos artigos temos falado de Direitos de Autor, mas, adivinha, existe Propriedade Intelectual para além dos Direitos de Autor. Hoje vamos começar a dar-te um cheirinho desse outro mundo. Que nos parecer pois, que o iPhone é uma boa maneira de começar, e de facto é, tu ficaste atento.

os dias. É por aqui que agora vamos entrar. Hoje foi só um cheirinho. E a propósito, diz lá se agora não vais começar a olhar para os Chupas de outra maneira?

A verdade é que a Propriedade Intelectual é muito mais que Direitos de Autor, e, na tua vida profissional e na de muitos dos teus amigos, muitas vezes cruzam-se com as restantes formas de Propriedade Intelectual com uma regularidade que nem imaginam. E, muitas das vezes, a mesma coisa tem mais do que uma maneira de existir: Um bom design pode originar uma marca e simultaneamente, só por existir, já cai dentro dos Direitos de Autor; A fachada de um edifício pode ser usada como Marca; O frame de uma animação pode ser isolado e além de individualmente ter Direitos de Autor, essa imagem passa a ser utilizada como Marca possibilitando a criação de merchandising em seu redor.

57

IP SOLUTIONS™ Consultoria em Propriedade Intelectual geral@ipsconsultoria.com www.ipsconsultoria.com

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


artigo Pictoralismo / Marina Ramos

Pictorialismo Português:

génese, ambientes e tendências Parte I/III

Texto por Marina Ramos

Marina Ramos nasceu em Lisboa, onde vive e trabalha. Está há vários anos ligada ao ensino de fotografia, trabalhando também em restauro de pintura. No campo da formação, tirou o curso de Marketing e Publicidade, no IADE, assim como o de Conservação e Restauro de Pintura de Cavalete, no Instituto Rainha D. Leonor. Fez uma pós-graduação em Estudos de Fotografia, também no IADE e o ciclo de estudos na escola Maumaus. Participou em diversas exposições de fotografia, entre elas: Jóias em Fotografia, Galeria Contacto Directo, Lisboa, 1994; Exposição de Fotografia, Centro Cultural da Malaposta, 1994; Siemens+Maumaus Photoproject, Lisboa, 1995; Peninzulares, Valencia, Espanha, 1996; Exposição de Fotografia, seleccionados do Prémio Pedro Miguel Frade, CPF, Casa das Artes, Porto, 1999; Concurso Jovens; Criadores 1999, Fotografia, Braga; Onze projectos, Palácio Pombal, Lisboa, 2002 e Exposição de Fotografia, SNBA, Lisboa, 2003.

01

58

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


02

Este texto tem como tema o pictorialismo fotográfico português e propõe acompanhar a sua origem, enquadramento, percurso e particularmente as razões da extraordinária duração desta corrente artística em Portugal. Procurou-se, por um lado, de entre a totalidade dos fotógrafos, das publicações ou das instituições ligadas à fotografia, escolher aqueles que tiveram um papel mais determinante nesta corrente. Por outro lado, decidiu-se não efectuar a abordagem de fotógrafos com trabalho desenvolvido nas colónias nem abordar outras vertentes da fotografia – profissional, fotojornalística ou documental. Ainda de assinalar que o destaque dado ao fotógrafo Domingos Alvão se deve ao facto de a sua estética estar particularmente enquadrada, em determinado período, com aquela que o regime do Estado Novo quis veicular.

59

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

03 1) Julia Margaret Cameron - A head of a child 1866 2) Oscar Rejlander-The two ways of life 1857 3) Oscar Rejlander-Nude study for the two ways of life 1857 4) HenryPeachRobinson-Fading away 1858 5) Oscar Rejlander- Children on a swing circa 1860 6) Julia Margaret Cameron- A study of the Cenci 1865 7) Julia Margaret Cameron- Prayer and praise 1865 8) Alfred Stieglitz -Snapshot from my window publicado na Camera Work 1907 9) Alfred Stieglitz-Spring Showers 1900 publicado na Camera Work em 1911 10) Alfred Stieglitz _From the back window, 291 1915 11) Logotipo do movimento Photo-Secession 1902 12) Paul Strand- Blind publicado na Camera Work em 1917


artigo

Pictoralismo / Marina Ramos

04

O Movimento Pictorialista O movimento pictorialista nasce após a fotografia se ter imposto como

Destacam-se, de entre os precursores mais significativos desta corren-

espelho do real. Estava já completamente afirmada num espaço entre a

te, Julia Margaret Cameron e H.P. Robinson. Julia Margaret Cameron

ciência e a arte, mas não tinha o estatuto nem de uma nem de outra.

virava-se na direcção oposta à tendência positivista da época, recusan-

Na pintura, o naturalismo, o impressionismo e o simbolismo estavam

do o foco e o detalhe meticuloso, encomendando lentes especialmente

a emergir; a fotografia amadora (não a profissional, que não tinha os

preparadas para o efeito, procurando um tratamento plástico das ima-

mesmos propósitos) procurou a sua afirmação como uma das artes de

gens – um efeito modelador que criasse a expressão de um sentimento,

pleno direito, fazendo uma colagem às correntes da pintura.

mais do que a representação de um facto. H. P. Robinson, membro do

Esta afirmação realizava-se principalmente através de efeitos ópticos

Conselho da Royal Photographic Society até se tornar membro fun-

e pictóricos.

dador do Linked Ring, em 1862, publicou um livro Pictorial Effect in

Os simbolistas procuravam a evocação de significados eternos e os

Photography, no qual sublinhava o que podia ser feito para misturar o

impressionistas tentavam conseguir na tela impressões objectivas

real e o artificial com efeitos pictóricos.

dos sentidos. Embora aparentemente antagónicas, estas duas corren-

Assim, realçando técnica e efeito em detrimento de significado e inten-

tes foram fundidas e os melhores fotógrafos simbolistas, naturalistas

sidade emocional, aquele artista ficou para a história como o fundador

e impressionistas eram os que melhor conseguiam a síntese entre as

do pictorialismo – a produção consciente de fotografias de acordo com

referidas correntes.

os princípios da pintura.

60

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


05

06

O pictorialismo foi o primeiro movimento artístico dentro da fotografia e durou na sua forma mais pura de 1880 a 1910, tendo ido até à década de 20 com uma forma transitória. Os seus pólos artísticos situavam-se nos EUA com a Photo Secession de Alfred Stieglitz, que tinha estudado em Berlim, e na Europa, com o Linked Ring. O Linked Ring é uma associação ligada à tradição salonista, formada por pictorialistas ingleses, com membros de várias nacionalidades, que mantinham também ligações com a Photo Secession. Esta instituição advogava várias abordagens dentro do pictorialismo, revelando sobretudo duas vertentes diferenciadas e com pragmáticas diversas. Assim, por um lado, apresenta uma ala mais purista que defendia que a carga pictórica na imagem deveria ser feita sem intervenção posterior no negativo ou na prova e, por outro, uma mais liberal que defendia que os métodos postos à disposição dos pictorialistas deveriam passar por essa intervenção. Deste modo, cada negativo ou prova adquiria um verdadeiro estatuto enquanto obra única – característica inerente e fundamental a uma obra de arte, de acordo com os valores da época. Alfred Stieglitz foi o fundador deste movimento em Nova Iorque e uma figura de proa que divulgou empenhadamente os jovens autores desta tendência através de exposições na sua galeria 291 e da publicação de trabalhos na sua revista Camera Work. Stieglitz e o seu movimento conseguiram alterar por completo o estatuto da fotografia, mesmo até em termos de mercado da arte. O conceito capitalista de obra de arte única e singular tornava a fotografia pictorialista numa expressão artística verdadeiramente contemporânea. 07

61

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


artigo

Pictoralismo / Marina Ramos

10

08

09

Esta foi uma contribuição de Stieglitz enquanto galerista e editor - e do espírito americano - que se demarca bastante do espírito europeu dos clubes e salões (embora as fotografias também fossem comercializadas), avesso ao aparecimento de galerias privadas e à actividade mercantil organizada. Outra virtude do movimento pictorialista norte-americano foi a de abrir caminho ao aparecimento de Escolas de Fotografia. Anteriormente, a fotografia aprendia-se com amadores/estudiosos e trocava-se informação e experiências com outros interessados, mas não existia enquanto disciplina formal de ensino em escola. O movimento Photo Sessecion foi modificando a sua orientação entre a década de 10 e 20, até enveredar pela «straight photography», corrente 11

12

fotográfica que sucedeu ao pictorialismo e que defendia uma abordagem mais directa e objectiva da realidade. O Linked Ring dissolveu-se em 1909, por divergências relacionadas com a selecção de imagens para um Salão que privilegiou a escolha de fotógrafos da Photo Secession, originando como retaliação o Photographic Salon des Refusés.

Marina Ramos - marinaramosramos@gmail.com

62

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


63

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


tutorial Photoshop

Preto e Branco a Cores Texto por Alberto Plácido - albertoplacido@mac.com

Tendo em consideração o facto de a fotografia digital estar a evoluir tecnologicamente e a capacidade que tem de cativar cada vez mais públicos e, não menos importante, agregando um cada vez maior numero de pessoas interessadas em acompanhar as novas tecnologias nesta área, não poderia descorar uma variante que, por razões diversas, tem suscitado menor atenção, embora crescente, no que diz respeito à fotografia digital: refiro-me à fotografia a preto e branco. Dada a velocidade com que esta revolução se concretizou (passagem

monocromática, neste caso, e até criarem um sensor que capte apenas

do analógico para o digital), permitiu que os níveis de adaptação a esta

valores luminosos, poderemos deixar a máquina fotográfica tomar essa

nova tecnologia fossem muito variados. Esta “apanhou” uma geração

decisão, ao escolher essa opção na própria câmara fotográfica o que,

que sempre utilizou película bem como uma nova geração que apren-

a meu ver, é uma forma limitada de o fazer, em comparação com as

deu a fotografar com a tecnologia digital. Este espectro contribuiu para

alternativas, sendo a que menos benefícios traz. Esta conversão pode-

que a abordagem individual em relação à fotografia fosse tão vasta

rá também ser realizada posteriormente no computador através de um

quantos os fotógrafos que a praticam. Este facto obrigou a alguns ajus-

software de um edição de imagem.

tes, principalmente para quem, como eu, durante largos anos utilizou

Sempre no sentido de que quanto mais edição se fizer numa imagem,

milhares de rolos de película a preto e branco.

seja em que programa de edição de imagem digital for, é um processo que provoca degradação na qualidade final desta, propunha algumas

Os sensores modernos não criam a imagem a preto e branco, mas sim

técnicas que nos permitem um maior controlo em alternativa ao resul-

em RGB (vermelho, verde e azul) que, se assim o pretendermos, de

tado criado automaticamente pela conversão na câmara fotográfica.

alguma forma terá que ser posteriormente convertida a preto e branco. A origem é sempre uma fotografia a cores.

O que o software da câmara fotográfica realiza, quando se activa esta

Com a película, nomeadamente a película a preto e branco, ainda tão

opção, é converter automaticamente uma imagem que foi criada a cores

popular, o caso é diferente. Em nenhuma parte do processo de trabalho

em preto e branco, realizando uma média dos três canais (verde, verme-

esta terá que se confrontar com a informação de cor, já que a origem

lho e azul - RGB), informação que poderemos encontrar no histograma

é monocromática. Nunca veremos a imagem a cores em nenhum mo-

quando observamos no modo RGB (o histograma resultante é a media

mento do processo de revelação, selecção e posterior impressão.

dos 3 canais de cor), e coloca todos os valores nos três canais iguais,

A fotografia a preto e branco analógica é ainda um meio de grande su-

criando assim tons de cinzento.

cesso e ensinado em muitas escolas de fotografia. Apesar de ainda ser

Neste caso não temos nenhum controlo sobre o resultado final, a não

perfeitamente viável a sua realização de forma mais ortodoxa, esta não

ser através da utilização de filtros durante a tomada de vistas e/ou pos-

põe de parte a nova variante digital.

terior edição. Se o resultado da conversão a preto e branco pelo sof-

Se pensarmos, como alguns mais pessimistas nos levam a crer, que a

tware da câmara fotográfica for consistentemente satisfatório para o

fotografia analógica estará condenada a acabar bem como que mui-

fotógrafo seria a situação perfeita, já que um mínimo de edição seria

tos fotógrafos nunca utilizarão um rolo na vida, torna-se fundamental

necessário para obter o resultado desejado, preservando assim a máxi-

olhar mais de perto para este novo meio digital por forma a nos ajus-

ma qualidade da imagem (embora o mesmo resultado possa ser obtido

tarmos a uma nova maneira de olhar, ou pelo menos uma nova forma

posteriormente no software de edição).

de trabalho.

Como na minha experiência pessoal tal raramente acontece, muitas das

Longe do romantismo da câmara escura, na fotografia digital há vá-

decisões que influenciam o resultado final da fotografia serão tomadas

rias técnicas para converter uma fotografia digital numa imagem

posteriormente no computador. Ao contrário do processo de fotografar a

64

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


preto e branco analógico onde poderíamos tomar algumas decisões antes da tomada de vistas com uma margem de opções relativamente alargada, através por exemplo da escolha escolha do rolo a usar, o revelador e/ou processo de revelação (podia-se puxar os rolos na revelação para obter certos tipos de resultados), a sensibilidade, etc. Ao praticar, e neste caso promover, a técnica de apenas no computador realizar a conversão das fotografias digitais para preto e branco (mais à frente neste artigo), deparamo-nos com uma outra maneira de realizar o processo de trabalho, podendo potencialmente influenciar a decisão de escolha, que é o facto de, olhando pela primeira vez para as fotografias ainda a cores (impulso a que não resisto) antes de converter a preto e branco, obriga a uma disciplina militar para escapar à tentação de as manter como estão, a cores. Esta questão é obviamente bastante relativa, mas é um factor a ter em consideração, dado que é uma forma muito diferente de trabalho, relativamente a quem esteja habituado a fotografar com película a preto e branco (já que, como foi dito, em nenhuma fase deste processo a imagem tem informação de cor). Em termos de resultado final, na fotografia impressa, convém salientar que a tecnologia dedicada à impressão de fotografias digitais monocromáticas melhorou substancialmente, por exemplo com a introdução de

01) Histogram da imagem a cores - RGB. Cada Canal é diferente por forma a recriar as cores da fotografia.

papéis e tinteiros dedicados exclusivamente à impressão a preto e branco, já com grande qualidade, deixando de alguma forma o processo de edição e manipulação das fotografias a preto e branco relativamente pró-

02) Histogram da fotografia convertida a preto e branco - RGB. Todos os canais ficam iguais. Quando um pixel em RGB tem o mesmo valor nos 3 Canais, fica sem informação de cor, representa apenas um dos cinzentos disponíveis na escala de 0 a 255, sendo o valor 0 o preto e o 255 o branco puro.

ximo do que se realiza na câmara escura (onde a manipulação também poderá ser bastante intensa). Se utilizarmos por exemplo o Photoshop, esta manipulação da imagem poderá ser apenas ao nível dos contrastes e das densidades da imagem (como o é na câmara escura) ou, dependendo de cada um, ir mais além. Considerando que quanto mais próximo do resultado final pretendido estiver o original, menos edição necessita, preservando assim a qualidade da imagem, deixo algumas técnicas que poderão ser utilizadas para se converter uma imagem a cores em preto e branco, utilizando o Adobe Photoshop. Dos processos que partilham o mesmo principio quando realizado pela máquina fotográfica, é a função “Desaturate” que se encontra no menu Image/Adjustments. Esta realiza uma média dos 3 canais, RGB e ajustaos por forma a ficarem com os mesmos valores (quando em RGB os 3 canais têm o mesmo valor, a cor dai resultante é um cinzento, um dos 256 valores disponíveis na escala de cinzentos de uma fotografia a 8 BIT, sendo o valor 0 o preto e o 255 o branco (imagem 1 e 2). No mesmo principio pode-se encontrar os seguintes métodos: - Converter a imagem para Grayscale que converte a imagem RGB com 3 canais em 1 canal (ficando com 1/3 do peso original, em Mb) apenas com informação de luminosidade (menu Image/Mode/grayscale). (imagem 3)

65

03) Quando convertida em Grayscale, a imagem fica apenas com 1 Canal, representando unicamente valores de luminosidade. O facto de passar de 3 Canais para um não degrada de nenhuma forma a imagem.

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


tutorial Photoshop - Utilizando a função Hue/Saturation, no menu Image/Adjustments/ Hue/Saturation, e alterando o valor de Saturation para -100. Esta mantém os 3 canais RGB. (Imagem 4) - Convertendo a imagem para Lab Color, Image/Mode/Lab Color e, na Janela dos Channels, activar o Canal Lightness, convertendo-se depois a imagem novamente para Grayscale. (Imagem 5) Todos estes métodos, Desaturate, Grayscale, Hue/Saturation e Lab Color, obtêm um resultado idêntico e são muito limitados no controlo de contraste ou densidade durante a conversão. 04) Utilizando o Hue/Saturation e alterando apenas o valor de Saturation para -100, obtém-se um resultado visual semelhante à conversão para Grayscale, embora este método mantenha os 3 Canais.

Por fim, destacaria os métodos que nos permitem ter algum controlo no resultado final da conversão da cor para Preto e Branco. - O primeiro, derivando de um método anteriormente descrito, é a conversão de RGB para Grayscale, embora, na janela dos Canais (Channels) se possa activar apenas um dos 3 disponíveis, em função do que nos oferece a imagem que mais nos agrada já que, normalmente, são diferentes. Assim poderemos converter a imagem para Grayscale (com apenas 1 canal activo) e descartar os outros dois. Este processo tem a vantagem de nos permitir obter um resultado que, ainda sem edição, estará mais próximo do resultado pretendido. Menos edição, mais qualidade. (Imagem 8) - Derivado do método anterior, poderemos utilizar o Channel Mixer (Image/Adjustments/Channel Mixer). Este permite accionar a função Monochrome, no canto inferior da janela, e misturar a informação de vários Channels. Permite grande controlo, tendo em atenção que o va-

05) Para converter através de LAB Color, é necessário activar apenas o Canal Lightness antes de se converter novamente para Grayscale (serão descartados os Canais a e b, preservando apenas os valores de luminosidade da imagem)

06) Fotografia a cores original

lor final na soma das percentagens de cada Channel deverá de ser o valor 100 (se colocar 20% do Vermelho, deveria de colocar 80% por exemplo no Verde). (Imagem 9 e 10) - Uma novidade relativamente recente no Photoshop é utilizando a função Black & White (Image/Adjustments/Black & White). Neste caso é fundamental a informação de cor (RGB) já que esta função funciona apenas com os valores de cor da imagem não tendo nenhum efeito se, apesar de ter 3 canais, a imagem estiver já preto e branco. Este, devo salientar, após algumas experiências e apesar de ser uma forma excelente de editar uma fotografia a preto e branco, controlando-se os tons por zonas de cinzentos, é bastante destrutivo, ao ponto de se tornar, normalmente, uma opção a evitar. (Imagem 11 e 12)

07) Fotografia convertida para preto e branco utilizando os métodos Desaturate, Grayscale, Hue/Saturation e Lab Color.

- E, finalmente, o método que se tem revelado o mais eficaz em termos de preservar a qualidade da imagem, permitindo um grande controlo na edição desta. Refiro-me ao RAW, mais especificamente através do Camera RAW, incluído com o Photoshop. Este, já que trabalha nos BITs reais da máquina (ao contrário do Photoshop que tem que trabalhar em 8, 16 ou 32 BIT) e perante a exponencial evolução do software Camera RAW, permite obter os melhores resultados. Principalmente quando se pretende realizar alteração à densidade e contraste da fotografia. Por experiência, quando se realizam alterações significativas na densidade e contraste de uma imagem a preto e branco, o RAW tem alguma

66

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


67

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


tutorial Photoshop vantagem permitindo que, mesmo visualmente, a deterioração da imagem aconteça mais tarde. (Imagem 13) Ao contrário do que se poderia pensar, não há vantagem em manter os 3 Canais, RGB, (por exemplo manter a imagem já convertida a preto e branco em RGB em vez de Grayscale) em vez de 1 Canal, o Grayscale neste caso. Apenas nos casos em que o método de conversão ou a posterior edição necessite da informação em RGB é que faz sentido manter a imagem com a informação de cor. Um imagem digital em RGB tem 3 vezes mais peso, em Megabites que uma imagem em Grayscale (por exemplo numa imagem com 9 Mb em RGB, cada canal ocupa 3 Mb. O Grayscale apenas necessita de 1 Canal, reproduzindo exclusivamente valores de luminosidade).

08) Antes de converter uma imagem de RGB para Grayscale, pode-se activar apenas um dos Canais, o que melhor nos servir e, nesta altura, converter para Grayscale (o Photoshop descarta os outros 2 Canais não activos, mantendo apenas o activo)

Não poderia deixar de salientar neste artigo que existem alternativas desenvolvidas por empresas independentes na criação de Plugins que permitem converter e editar fotografias a preto e branco. Entre estas, já que é a que mais experiência tenho em termos de utilização intensiva, é a que a marca NIK Software. desenvolveu e que, apesar de ter um processo de trabalho muito diferente, se enquadra como uma alternativa viável para o função Black & White incluída no Photoshop, permitindo editar e converter fotografias a preto e branco sem o nível de destruição visível no Black / White do Photoshop (embora também se verifique, principalmente com alterações intensas). Outros softwares realizam a mesma tarefa com grande qualidade, deixando espaço a que cada um experimente e escolha o método mais lhe agradar.

09) O resultado da conversão através do Channel Mixer é uma forma basyante eficiente de se chegar a um resultado que poderá chegar à imagem final pretendida, em termos de densidade e contraste, ou muito próximo desta. Não é a função mais intuitiva mas, depois de a entender bem, poderá ser bastante eficaz.

Para terminar gostaria de salientar a importância de se experimentar cada um dos métodos aqui propostos (ou outros) por forma a ganhar o “pulso” a este novo processo de trabalho. Quando se pensa em fotografia a preto e branco, onde se sustenta grande parte da história da fotografia, muitos se levantam em defesa deste processo. Se conhecermos intimamente a ferramenta com que estamos a trabalhar seremos os primeiros a tirar proveito das crescentes alternativas disponíveis que permitam chegar a um resultado que nos satisfaça. A fotografia a preto e branco ainda tem grande actividade nos meios mais ortodoxos onde o método ancestral da câmara escura prevalece. Por outro lado, perante a evolução que se tem observado, o preto e branco criado a partir de uma imagem digital já tem um nível de qualidade que deixa margem a que se torne uma alternativa para todos os que pretendam realizar um trabalho sério com este meio. Estando ainda de boa saúde o acesso aos meios necessários à sua concretização, o rolo de fotografia a preto e branco é ainda uma questão

10) A soma de todos os valores deverá de ser 100 e é necessário activar a função Monochrome.

de opção, permitindo que cada um decida trabalhar o preto e branco apenas nesse suporte, no suporte digital ou em ambos.

68

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL



novos talentos

Design

Hugo Silva Designer (Lisboa) Idade: 24 anos Empresa: Blue Line - Agência de Marketing e Consulting Contactos: www.behance.netyhello

hugosilva2003@gmail.com

969678974

Hugo Miguel Carrapatoso da Silva nasceu em Lisboa no dia 28 de Junho de

Concluiu recentemente o Mestrado em Teoria da Cultura Visual e actualmente

1985. Em 2007 foi o 1º classificado da Licenciatura em Design de Produção

trabalha a área de Design na agência de Marketing e Consulting Blue Line. Em

Visual no IADE. Estagiou na JM Design, depois trabalhou como designer júnior

simultâneo está a desenvolver, como freelancer, peças de comunicação para os

na agência Albuquerque Designers, onde teve oportunidade de trabalhar com

2ºs Jogos da Lusofonia – Lisboa 2009.

clientes como o Museu Colecção Berardo.

01

70

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


02

04

03

71

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

Design

05

72

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


06

01) Concurso Saco Springfield 02) Concept Board Lisbon 2016 03) Lisbon 2016 Laga bag 04) Logomarca Lisbon 2016 05) T-shirt “we aren’t cartoons” 06) Peças de Comunicação Museu Colecção Berardo 07) Pack Franz Ferdinand 08) Tampo de mesa para bar do IADE

07

08

73

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

Design

Ricardo Teixeira Designer (Lisboa) Idade: 28 anos

Ricardo Teixeira 28 anos (26 de Agosto, 1981) natural de Lisboa fez o percurso normal do ensino secundário na área de Artes. Em 2003 entra para o IADE onde realiza a Licenciatura em Design Gráfico. Ao longo da Licenciatura começa logo desde cedo a participar em concursos nesta área, de onde se destaca a imagem para as comemorações do Centenário da República em 2010 pela Assembleia da República em que ganha o primeiro lugar. Encontra-se agora a frequentar o Mestrado em Cultura da Imagem na mesma instituição de ensino. Participou recentemente no concurso promovido pela Tabaqueira para desenhar uma colecção de cinco maços para uma edição especial da SGVENTIL em que ficou em segundo lugar.

74

01

02

03

04

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


05

06

75

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

Design

07

01 a 04 e 06) SGVENTIL: Concurso premiado com o segundo lugar. O objectivo era criar uma colecção de 5 maços para o SG que transmitissem: ferias e lazer, ambiente académico, ambiente nocturno, sociabilidade e amigos, festivais de verão. Ter ainda em atenção que o publico alvo desta colecção eram os jovens dos 18 as 21 anos. 05) Hugo Boss: concurso realizado no âmbito de trabalho académico para a imagem de uma edição especial do perfume Green da Hugo Boss. 07) Bule: Trabalho realizado como freelancer para uma nova empresa que trás para Portugal uma nova modalidade desportiva o Kettlebell. 08) BioTech: concurso realizado no âmbito de trabalho académico. 09 e 10) Lounge e DjTiga: ambos trabalhos académicos. 11) Centenário da republica: concurso premiado com o primeiro lugar. O objectivo era o desenvolvimento de uma identidade para os eventos do centenário da republica em 2010. 12) Site Pessoal.

09

10 08

76

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


11

77

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

12


novos talentos

Design

Eduardo Rodrigues Designer (Barcelos) Idade: 21 anos Empresa: Undergraph Contacto: www.fluidsquare.pt

02

01

78

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


Nascido em Barcelos, Eduardo Rodrigues é um jovem designer de 21 anos que

ver, mostrando-se um bom autodidacta. Futuramente o seu maior objectivo é

actualmente desempenha o papel de designer e web designer na empresa under-

ingressar no ensino superior para se especializar na área de Design Gráfico e

graph. O seu interesse pelo Design começou há 4 anos quando iniciou um curso

Ilustração. Actualmente é membro do colectivo de arte slashTHREE e tem o seu

tecnológico de Multimédia. Desde então tem vindo a melhorar as suas técni-

portfólio pessoal em fluidsquare.net.

cas de trabalho em vários softwares como Photoshop, Ilustrator, Dreamwea-

79

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


03

04

05


06

07

01) BURN Ilustração para concurso “Marca a Diferença” do site burn.pt 02) Original Sin Ilustração para um livro do colectivo de arte slashTHREE. 03) STUFF Trabalho pessoal de auto-promoção. 04) Fluidsquare I Ilustração para auto-promoção do meu portfolio pessoal fluidsquare.net 05) Rouge & Noir Ilustração para promoção do colectivo de arte slashTHREE. 06) Loading a Beautiful Life Trabalho pessoal de auto-promoção. 07) Suspended Collision Ilustração realizada para o artpack 9 “Order vs Chaos” do colectivo de arte slashTHREE 08) SlashTHREE Robotic Organization Ilustração realizada para o artpack 8 “30th Century” do colectivo de arte slashTHREE 08



Suplemento Fotográfico

Carlos Ramos Daniel Espírito Espirito Santo Isabel Pinto José Jose Ferreira Luísa Luisa Ferreira Nuno Oliveira Pedro Noel da Luz Pedro Taborda Ricardo Polónio Polonio Rita Carmo Telmo Pereira 83

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


A fotografia no seu melhor… Para celebrar o nosso primeiro aniversário pensámos que seria uma boa ideia fazer uma pesquisa na área da fotografia portuguesa e mostrar num suplemento algum do talento que por cá trabalha. Não tivemos nenhum sistema específico de classificação ou critérios de reputação, deixamo-nos apenas guiar por algum do melhor talento que este país tem para oferecer. Tentámos mostrar uma variedade de trabalho fotográfico; desde casamentos a fotojornalismo; de estabelecidos a novos talentos. Sabemos que provavelmente deixámos de fora alguns fotógrafos que deviam ter sido considerados, mas surgirão muitas mais oportunidades no próximo ano para dar a outros o destaque que merecem. Desfrute desta pequena mostra de portfólios.

Carlos Duarte e Lia Ramos Direcção Criativa e Editorial


artigo

Informação

PORTFÓLIO, YES! PARTE II

Texto por Manuel Pessoa

O seu portfólio pode ser a coisa mais importante que mostra aos

Criar o portfólio do trabalho de alguém pode ser uma tarefa

seus potenciais clientes e empregadores. A sua lista de qualifi-

assustadora, mas é uma parte essencial de se apresentar como

cações e qualidades pode ser impressionante, mas no final de

artista. Um bom livro é uma das melhores formas de comunicar

contas os clientes olham para o seu trabalho - eles procuram ar-

a habilidade e visão de alguém, especialmente quando pode ser

tistas que conseguem produzir trabalho que mostre qualidades

visto online e pelo mundo.

técnicas e talento visual único. Quer seja usado com um propó-

Com isto em mente, aqui estão 11 dicas para tornar o seu portfó-

sito comercial, para dar aos clientes, um documento informati-

lio são bom e apelativo quanto possível:

vo sobre o trabalho e capacidades de alguém ou simplesmente uma forma de partilhar sucintamente o trabalho com a família

1. Inclua Apenas O Seu Melhor Trabalho

e amigos, um portfólio é uma excelente ferramenta para mar-

É crucial que apenas inclua o melhor do seu trabalho no portfólio –

car uma impressão efectiva e duradoura. Se alguém se dedicar a olhar para o seu trabalho, faça isso valer a pena. Um bom portfólio fará mais pela sua carreira que qualquer outra ferramenta de marketing do seu arsenal.

85

mesmo que o seu melhor trabalho não seja necessariamente o seu favorito. Incluindo peças que são importantes para si mas não sai as suas melhores apenas irá reflectilo mal. O seu portfólio deve não só mos-

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


trar que fez um bom trabalho, mas também

que não seja o melhor deve ir para o meio. De-

ao seu trabalho a sua voz e estilo individual?

que você tem a capacidade de identificar boas

pois da imagem inicial, gradualmente diminua

Que riscos correu? Ter uma perspectiva única

imagens ou design. Mostrar algo que não seja

o impacto das imagens até chegar ao meio da

não é apenas essencial para o seu portfólio, é

o melhor é normalmente uma perda de tempo;

série. E agora prepare um bom final. Por ou-

uma mais-valia para a sua carreira. Encontre

quando tem a atenção de alguém, faça com

tras palavras, as imagens com maior impacto

aquilo que define o seu estilo.

que cada imagem marque a diferença.

devem ser a capa do portfólio, que estabeleçam o tom do seu trabalho.

10. Tenha diferentes formatos disponíveis Alguns clientes podem preferir olhar para um

Num portfólio, a quantidade não interessa. Escolha entre 12 a 20 trabalhos que demonstrem

6. Não o submeta ao voto popular

livro. Outros talvez prefiram ver o seu portfó-

a sua série de qualidades técnicas assim como

Abençoados sejam os seus amigos e família,

lio em CD. Ter mais de um formato disponível

a sua própria visão, e deixe o resto de fora.

mas os portfólios não devem ser decididos

permite-lhe comunicar com clientes no seu

Pode optar por um portfólio que lhe permita

por comités. O mais popular nem sempre é o

estilo de eleição. Também deve considerar

mudar facilmente o seu trabalho à medida que

que torna a sua visão e execução únicas. Se

construir um website onde possa mostrar o seu

progride na carreira profissional.

necessário, eu sugeria que editasse o melhor

trabalho. Isto irá permitir-lhe alcançar uma au-

que sabe as suas melhores imagens e depois

diência de potenciais clientes ainda maior. Se

2. Mostre variedade

as fizesse passar pelo escrutínio de alguém em

não estiver online não existe.

Além da qualidade, cada imagem deve mos-

quem confie para fazer a selecção final.

Independentemente do formato que escolher, o seu portfólio deve estar bem organizado e arru-

trar alguns aspectos da sua visão e habilidade. Ao escolher as imagens, pergunte: O que esta imagem diz de mim enquanto fotógrafo? Se várias imagens estiverem a competir pela mesma mensagem, considere colocá-las juntas, para bem da eficiência. Mostrar variedade não deve ser confundido com

“SE ALGUÉM SE DEDICAR A OLHAR PARA O SEU TRABALHO, FAÇA ISSO VALER A PENA. UM BOM PORTFÓLIO FARÁ MAIS PELA SUA CARREIRA QUE QUALQUER OUTRA FERRAMENTA DE MARKETING DO SEU ARSENAL.”

mado. O seu trabalho deve ser o principal foco. 11. Mantenha-o actualizado Quando organizar o seu livro, mantenha-o o mais actualizado possível. Além de mostrar o mais recente primeiro, esta tarefa é um dos maiores desafios de um grande portfólio. Conforme evoluir

falta de foco. Cada imagem deve servir para o propósito singular de ex-

7. Tenha uma segunda opinião

como artista e adicionar diferentes elementos

pressar a visão e capacidades como artista.

Todos podemos recorrer a uma perspectiva

ao seu estilo, não se esqueça de reflectir esse

externa de vez em quando. Encontre alguém

crescimento no seu portfólio.

3. Comece em força

em quem confia – alguém que seja um espe-

Comece com uma explosão. Ponha o seu se-

cialista – e peça a sua opinião honesta do seu

Lembre-se que um portfólio bem pen-

gundo melhor trabalho à frente para captar a

portfólio. Ele pode dar-lhe uma perspectiva

sado dá “provas” a um empregador das

atenção do observador. Porquê o segundo me-

sobre o que os seus potenciais clientes procu-

suas conquistas, aptidões, habilidades

lhor? Continue a ler.

ram e aconselhar como pode fortalecer alguns

e documenta o alcance e qualidade da

pontos fracos no seu portfólio.

sua experiência e treino. É uma colecção organizada da documentação que apre-

4. Acabe em força Com a sua última imagem vai querer refor-

8. Personalize o seu portfólio

senta de um modo concreto tanto as suas

çar tudo o que apareceu antes e acabar com a

Mostre as suas imagens mais relevantes. Se

conquistas pessoais como profissionais.

impressão da excelência. Esta posição é para

procurar um trabalho ediorial, não inclua

onde vai a sua imagem que se destaca, uma

exemplos das suas peças comerciais/publici-

vez que é a última imagem do conjunto que

tárias. Apesar de haver ocasiões em que deve

o observador verá. Com a última peça o seu

mostrar versatilidade, globalmente falando, o

objectivo é marcar uma posição. O observador

seu portfólio será mais coeso se mostrar a sua

chegou ao fim, por isso termine em apoteose.

especialidade no trabalho que procura.

5. Ponha o resto no meio

9. Tenha uma perspectiva única

Não há enchimento num portfólio, mas tudo o

O que o separa dos outros artistas? O que dá

86

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

Boa sorte.


talentos estabelecidos

Isabel Pinto

É preciso tempo para compreender que nada na vida

amor incondicional que tenho à vida, à natureza, à

O mergulho por que tanto ansiava consegui-o atra-

acontece por acaso. Nasci em Portugal, Lisboa, mas

humanidade. Que tenha começado por me licenciar

vés da lente da minha câmara fotográfica. Há 16

os meus pais levaram-me para Moçambique quan-

em Antroplogia, faz todo o sentido, não é?

anos, larguei o conforto e a segurança da carreira de

do tinha apenas 2 meses de idade.

Mas a aproximação académica à caleidoscópica

professora de liceu e investi tudo, investi-me toda,

Partimos de Lourenço Marques, agora Maputo,

diversidade das culturas, dos povos, dos indiví-

na fotografia.

quando eu tinha 12 anos, primeiro para Joanesburgo,

duos não satisfazia o meu fascínio, a minha sede

Hoje, muitos milhares de fotografias depois, revejo

África do Sul, depois de regresso ao meu país de

de mergulho numa experiência total de vida. Não

os rostos, os corpos, as árvores, os desertos, os ma-

origem, Portugal.

há formulações científicas, estritamente teóricas e

res, as construções do melhor da humanidade que

Se sou portuguesa de nacionalidade, sou africana de

racionais, que consigam uma real aproximação ao

captei em filme e verifico que é, ainda e sempre,

coração. Hoje sei que a minha infância, gozada em

milagre da pele que respira, de uns olhos sorriden-

o meu deslumbramento inicial que conduz o meu

liberdade na assombrosa imensidão, na improvável

tes ou marejados, de umas mãos calejadas, do abra-

olhar. Procuro o Sol que habita tudo o que respira.

beleza da paisagem africana, entre a extraordinária

ço de uma mãe ao seu filho, da incrível vulnerabili-

Respiro com Sol. E porque sei disso, porque vivo

doçura do povo moçambicano, semeou em mim o

dade de uma cria, humana ou animal.

disso, sinto-me abençoada. 01

87

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


88

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL 02


03

04

05


“É preciso tempo para compreender que nada na vida acontece por acaso.”

90

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


01) Decenio, Barcelona 2007 02) Decenio, Marrocos 2008 03) Lanidor, Lisboa 2007 04) Decenio, Marrocos 2008 05) Decenio, Marrocos 2008 06) Decenio, Barcelona 2007 07) LA MAG, Lisboa 2007

07

06

Isabel Pinto - www.isabelpinto.com isabel@isabelpinto.com


talentos estabelecidos

Ricardo Polónio

Ricardo Polónio, de 30 anos, é fotógrafo profissional desde os 20. Formou-se na E.P.I - Escola Profissional de Imagem e no Cenjor - Centro de Formação de Jornalistas. Actualmente trabalha para as revistas Blue Travel, Blue Cooking, Blue Design e Caixa Azul, tendo anteriormente colaborado em publicações como a Blue Living, Brodheim, ActiveLife, Volta ao Mundo e Evasões.

01

92

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

02


03

93

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


talentos estabelecidos

04

94

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


05

06

“Metade da minha vida passei-a a fotografar, logo para mim a fotografia é quase “a minha vida”. Sendo o lifestyle o meu principal sector de actividade, encontro a possibilidade de uma fotografia em quase tudo o que vejo.”

95

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


talentos estabelecidos

07

08

01) Criação do Chef Aimé Barroyer, restaurante “Valle-Flôr”, Pestana Palace em Lisboa. 02) Malaguetas, produção “Dia dos Namorados”. 03) Chef Chacal e sua equipa no “Café Garrett”, Teatro nacional D. Maria II em Lisboa 04) Herdade do Reguenguinho, Cercal. 05) Amigas na piscina, produção final de Verão. 06) Mesa de almoço, produção “Dia da Mãe”. 07) Restaurante “Á Margem” em Lisboa 08) Loja “Armani Casa” em Lisboa. 09) Produção “Miss Sixty” hotel Fontana Park em Lisboa. 10) Tróia Design Hotel e marina de Tróia.

Ricardo Polónio - ricardopoloniofotografia.blogspot.com rpolonio@gmail.com 09

96

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


97

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

10


talentos estabelecidos

Carlos Ramos

Carlos Ramos é fotógrafo profissional desde 1990 e fez a sua formação

Trabalha como freelancer para várias revistas portuguesas e agências de

no I.A.D.E - Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing, no Curso de

publicidade.

Audiovisuais, 1985/86, e no Curso de Fotografia, 1986/87. A partir de 1987

Fotografou para o calendário da Associação de Mulheres Contra a

é professor no Curso de Fotografia do I.A.D.E, na disciplina Fotografia de

Violência/2004, projecto conjunto com a agência Face Models e a Sic

Moda. É sócio fundador da sociedade Um Ponto Quatro - Fotografia e

Esperança. Fotografou em parceria com Central Models o Calendário

Publicidade, Lda.

2005 “Casas do Céu”. Em 2006 foi convidado a participar numa exposição

Tem sido neste estúdio que, ao longo dos últimos anos, tem vindo a exercer

conjunta na Casa Decor, onde apresentou uma instalação.

a sua profissão, com especial destaque para a fotografia de moda, publicidade e retrato. No seu curriculum pessoal contam-se quatro prémios de melhor fotógrafo de moda, atribuídos nos anos de 1997 e 1998 pelo concurso “Supermodel” da Elite; em 2000 os Prémios Optimus e em 2005 o concurso “Supermodel Of The World” da L’Agence.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS - Instalação de fotografias na loja Fashion Clinic da Av. da Liberdade, em 1998 - “Run Way”, Palácio Pombal, em 1999 - “Maioridade”, exposição de 36 retratos para comemoração de 18 anos de carreira de J. A. Tenente no Centro Cultural de Belém, em 2005 - “Amoreiras Fashion Lives”, no Amoreiras Shopping Center, em 2007

01

98

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


02

99

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


03

04

05


06

07

08


talentos estabelecidos

Fotografia

09

01) Publicidade Amoreiras Fashion 02) Produção de Moda Amoreiras Fashion 03) Produção de Moda Amoreiras Fashion 04) e 05) Campanha Cabeleireiro “So What” 06) a 08) Produção de Moda Amoreiras Fashion 09) Isabel Batarda, Amoreiras Fashion 10) Editorial de Moda Máxima, Mónica Cintra 11) Ana Isabel, Amoreiras Fashion 12) Elsa, Amoreiras Fashion 13) Isabel Figueira, Amoreiras Fashion 14) Inês Castel-Branco, Amoreiras Fashion

10

Carlos Ramos - www-umpontoquatro.com


11

12

13

103

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

14


talentos estabelecidos

Rita Carmo

Rita Carmo é fotógrafa dedicada à cena musical há 17 anos. Iniciou a publicação de fotografias no semanário Blitz em 1992 onde permanece fotógrafa residente. Tem fotografias editadas em diversas publicações — Expresso, Visão, Ler, DIF..., no estrangeiro Melody Maker e Daily Mail (Reino Unido), Rockin’on e Snoozer Magazine (Japão), Bizz (Brasil). Em 2003, editou pela Assírio & Alvim o álbum fotográfico “altas-luzes”. Em 2004, expõe no 4º Festival Portugais na Fnac Forum Les Halles em Paris. Em 2008, expõe na Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da Conferência Feminista. Ainda em 2008, edita juntamente com a revista BLITZ, o álbum “Portugal XXI - Imagens de Sons Portugueses”. Em 2009, é convidada a expôr no Festival Alive, parte do seu trabalho dedicado aos concertos ao vivo. Como freelancer é responsável por diversas capas e fotos promocionais de músicos portugueses.

01

104

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


03

04 02

01) AC/DC - Lisboa, 2009 02) Dave Matthews - Lisboa, 2009 03) White Stripes - Lisboa, 2007 04) Aldina Duarte - Lisboa, 2006 05) Dead Combo - arredores de Lisboa, 2008 06) Mísia - Lisboa, 2006 07) Xutos & Pontapés - Lisboa, 2006 08) Amália Hoje - Lisboa, 2009 09) Bernardo Sassetti - Lisboa, 2008 10) Maria João - Lisboa 2007 11) Deolinda - Lisboa, 2008 12) The Poppers - Lisboa, 2009 13) MAZGANI - Vila Velha de Ródão, 2009

Rita Carmo - www.ritacarmo.com 05

06


07

106

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


08

09

10


talentos estabelecidos

11

12


13

109

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


talentos estabelecidos

Nuno Cera

Nasceu em Beja em 1972 e vive e trabalha em

Souci (2008) e para o projecto Futureland uma in-

2000); Snapshots (Coimbra, 1997) e as colectivas

Berlim e em Lisboa. Licenciado em Publicidade

vestigação artística sobre 10 metrópoles. Foi o cria-

Expanded Cinema no ARCO (Madrid, 2009);The

pelo IADE, Lisboa, 1995.

dor de conteúdos de vídeo e fotografia do Pavilhão

Building Show ana EXIT ART (NYC, 2007); The

Em 2001 recebeu a bolsa João Hogan da Fundação

Português na Expo Zaragoza 2008, Espanha.

Searchers na EFA Gallery, (NYC, 2006) Talking

Calouste Gulbenkian para a residência artística

Cities - ENTRY 2006 (Essen, 2006) Besphoto –

na Künstlerhaus Bethanien, em Berlin. Em 2003

Actividade artística desde 1993. Exposições indi-

(Lisboa, 2005); Metamorph.IX Biennale di Venezia

publicou Cimêncio (Fenda Edições) com o arqui-

viduais incluem: FANTASMAS / PHANTASMS ,

de Architettura / Metaflux - Portuguese Pavillion

tecto Diogo Lopes, um levantamento de paisagens

Centro Cultural de Belém (Lisboa, 2006) A Room

(com Diogo Lopes) - (2004, Venezia); Outras alter-

suburbanas. Em 2004 foi nomeado para a shortlist

with a view (Lisboa, 2008)/ LOST,LOST,LOST

natives - Novas experiencias visuais em Portugal

da primeira edição do prémio Besphoto. Residência

(Lisboa,2006) / The Prora Complex and other

(Vigo, 2003).

artistica em 2006 no ISCP - International Studios

works (Berlin, 2005); Cosmic (Berlim, 2005);

and Curatorial Program. NYC, USA. Em 2007 e

Dark Forces (Viseu, 2004); DK (Berlim, 2003);

2008 recebeu apoios das DGARTES – Ministério

Berlin - a super-8 movie (Nova York, 2003); Smog

da Cultura Portugal para a realização do video Sans,

(Lisboa,2000) / Runaway World (Caldas da Rainha,

01

110

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


02

111

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL

03


talentos estabelecidos

04

112

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


05

06

113

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


talentos estabelecidos

114

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


01) A ROOM WITH A VIEW#7 ( The Marmara, ISTANBUL_2008) 110 x 145cm 02) In_between_#7_2007 / 100 x 70 cm Lambda Print - sobre dibond / Moldura 03) São_Paulo.2007 / 60 x 45 cm Lambda Print - sobre PVC / Moldura 04) Dubai_2009 / 110 x 145cm Lambda Print - sobre PVC / Moldura

06) Cairo_2009 / 110 x 145cm Lambda Print - sobre PVC / Moldura 07) Unite d´habitation_5, 2006 / 110 x 145cm Lambda Print - sobre dibond / Moldura 08) A ROOM WITH A VIEW #4 (Fasano SAO PAULO) _2008 / 110 x 145cm Lambda Print - sobre PVC / Moldura 09) A ROOM WITH A VIEW #2 ( Dom Henriques, PORTO)_2008 / 110 x 145cm Lambda Print - sobre PVC / Moldura

05) A ROOM WITH A VIEW#8 ( Four Seasons, CAIRO), 2009, 110 x 145 cm Lambda Print sobre PVC. Moldura de Madeira.

Nuno Cera - www.nunocera.com

08

07

09

115

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


talentos estabelecidos

Luísa Ferreira

Luísa Ferreira iniciou o curso de Geografia e trocou-o pela Fotografia. Começou a fotografar profissionalmente em meados dos anos 80 e interrompeu a actividade diária de fotojornalista em 1998, após trabalhar sete anos no jornal Público e dois na agência de notícias norte-americana Associated Press. Hoje em dia continua a colaborar com a Imprensa. Fotógrafa independente, vive e trabalha em Lisboa. Expõe individualmente com regularidade desde 1989, desenvolvendo projectos pessoais e trabalhos de encomenda. Realizou nomeadamente o levantamento fotográfico sobre a Ciência em Portugal para a constituição de um banco de imagem para o Observatório das Ciências e Tecnologias / Ministério da Ciência e Tecnologia entre 1999 e 2002.

116

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


Luísa Ferreira - www.luisaferreira.com

117

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


talentos estabelecidos

118

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


119

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


talentos estabelecidos

120

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL



novos talentos

José Ferreira

01

Nascido em Lisboa em 1986, vive actualmente no Algarve (Faro) onde se licenciou em Artes Visuais, tendo-se dedicado à Fotografia desde 2007. Do profissionalismo nos trabalhos realizados aos simples cliques do quotidiano, tudo são detalhes para José Ferreira. E todos os detalhes são tidos em conta. De participações em projectos, exposições e parcerias, até à competição em concursos, é a paixão pela Fotografia que o move. A definição de José Ferreira é a própria procura pela fotografia perfeita.

122

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


02 01) Porque atrás vem sempre gente.... ISO 320 distancia focal 180mm f/3.2

06) Olhar nómada ISO 400 distancia focal 50mm f/8

02) One change, one life... ISO 200 distancia focal 35mm f/4

07) Gispy Portrait ISO 320 distancia focal 165 mm f/3.5

03) Terras de Alah ISO 100 disnatcia focal 50mm

08) El Rocio ISO 400 distancia focal 24mm f/10

f/8

04) Traços de um povo ISO 200 disnacia focal 100mm f/2.8

09) Jogos algarvios... ISO 500 distancia focal 35mm f/5.6

05) Irmandande ISO 400 distancia focal 24mm f/5.6 03

123

Daniel Espirito Santo - www.joseferreira.com www.olhares.com/josemariaferreira

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


04


05

125

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL 06


novos talentos

07

126

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


08

127

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL 09


novos talentos

Daniel Espírito Santo

Daniel Espírito Santo nasceu em 1985 nas Caldas da Rainha. Membro do Bold

não gosto que nada interfira nesse processo. Gosto de ter tempo e liberdade para

Creative Studio, colabora regularmente com a Ciência Viva e com o Pavilhão

procurar os melhores locais, esperar pelo momento certo e pela melhor luz.”

do Conhecimento, Daniel trabalha também como designer gráfico e fotógrafo

Daniel fez o curso de Fotografia de Moda do fotógrafo Mário Príncipe, e é fina-

freelancer para agências de viagens e moda.

lista do curso de Arte e Multimédia da Faculdade de Belas Artes de Lisboa.

Encara a fotografia como uma narrativa e o seu trabalho é, na sua maioria, documental. “Fotografar é para mim um acto íntimo entre o fotógrafo e o assunto e

128

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


02

03

01

04

05


novos talentos

06 01 e 02) Projecto “Motorcycle Diaries”, assistido por Sérgio Santos, com Inês Bascuinho (Central Models) e Francisco Romano e styling de C’est Fastastique 03 e 04) Projecto “Waterscapes” 05 a 08) Paraíba, Brasil 09 e 10) Sölden, Áustria

Daniel Espirito Santo - www.danielespiritosanto.com despiritosanto@gmail.com

07

130

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


08

09

131

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

Pedro Noel da Luz

Pedro Noel da Luz Guerreiro é um fotógrafo nascido em Portimão em 1976. Mais tarde muda-se para Lagos, cidade onde actualmente vive. Os seus interesses artísticos são na área da fotografia e do vídeo. O seu interesse pela fotografia nasce pela influência de um seu familiar, o fotógrafo Bernardino Correia, que possuía um estúdio de fotografia na cidade de Lagos nas décadas de 70/80. Aos 15 anos usa uma máquina analógica, uma Praktica, para captar as suas primeiras imagens. Ingressa no curso de artes e ofícios na escola secundária Júlio Dantas em Lagos. Em 2002 frequenta o curso de fotografia a Preto & Branco, orientado pela Profª Dulce Margarido no CLCC em Portimão. Em 2007 é seleccionado com uma fotografia pelo fotógrafo Francisco Máximo para o blog “Blografias com Luz” (Mostra de trabalhos a P&B de Fotógrafos Portugueses). Em Abril é candidato finalista com o trabalho “Cinemarama” para o 4º Festival de Audiovisual Black&White realizado pela Universidade Católica do Porto (Escola das Arte Som e Imagem). Mais tarde é candidato finalista no concurso “ Todas as Cores a Preto e Branco” e, em Agosto do mesmo ano, é finalista do Premio de Fotografia REFLEX – RevistaCais/BES. Ganha o seu primeiro prémio em Outubro de 2006, no 2º Concurso do Alvalade Medieval. Em Maio de 2007 alcança o 3º prémio na edição de Lisboa do Mundo Mix.pt do concurso “Todas as cores a Preto e Branco” realizada pela revista Sábado e Etic. Em Julho de 2007 recebe a medalha Racal Algarve II, no 33º Salão Internacional de Arte Fotográfica do Algarve e, no mesmo ano em Outubro, recebe uma menção honrosa da FIAP no 1st International Salon of Digital Photography – CELJE 2007 na Eslovénia. Em 2008 é novamente candidato finalista com o trabalho fotográfico “Baby Incoming” no 5º Festival Black&White no Porto, e ganha em Março o 3º Prémio do Concurso Nacional de Fotografia realizado pelo Instituto de Meteorologia, com o tema “Nuvens”.

132

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


133

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

Desde de 2005 tem realizado várias exposições individuais e

Maio de 2009 - publicação de fotografia no nº49 da revista “O

colectivas, entre as quais se destacam “Enjoy the silence” na

Mundo da Fotografia Digital” como uma das melhores fotos

EMARP em Portimão e nos Artistas em Faro, “Séries” na gale-

do mês.

ria do IPJ em Faro e a colectiva “La Fotografia in rosso” na 2ª

Em Julho de 2009 ganha o Prémio Medalha Racal “Tourism

edição do Concorso Internazionale di Fotografia realizado pela

Prize” & o Prémio Medalha Racal “Melhor Português” na ca-

L’Associazione Culturale “L’Idea di Clèves” em Itália.

tegoria de Digital Monocromo no 35º ALgarve Photo Salon

Em Março de 2009 é convidado pela revista portuguesa DPho-

2009

tographer para uma edição especial sobre paisagem natural. Em Abril de 2009 é seleccionado para o 6º Festival Black&White

Em Agosto de 2009 é finalista no Prémio de Fotografia RE-

no Porto para a competição de fotografia com o trabalho “Whi-

FLEX – RevistaCais/BES com o tema “Gerações”.Actualmen-

tout you iam nothing” e no mesmo mês ganha uma menção

te é freelancer como fotógrafo e operador/editor de imagem.

honrosa no concurso anual de fotografia da APTCA (Associação Portuguesa de Tripulantes de Cabine).

134

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


O seu interesse pela fotografia nasce pela influência de um seu familiar, o fotógrafo Bernardino Correia, que possuía um estúdio de fotografia na cidade de Lagos nas décadas de 70/80.

135

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

136

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


137

Pedro Noel da Luz - www.olhares.com/petrosdune www.kameraeskura.blogspot.com kameraeskura@gmail.com

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

Telmo Pereira

Telmo Pereira é um jovem fotógrafo, finalista do curso de Fotografia Aplicada

fotografias de promoção do segundo álbum de Mundo Cão, A Geração da Matilha.

e Projecto no AR.CO (Centro de Arte e Comunicação), em Lisboa. Fez fotogra-

Actualmente desenvolve projectos no âmbito da fotografia de autor, em paralelo

fia de cena para a curta-metragem Memórias Que Nunca se Apagam, em que

com fotografia de moda (editoriais). Vai iniciar em Outubro o curso avançado de

também se encarregou da direcção de fotografia e da fotografia de cartaz. Além

fotografia do AR.CO.

disso, trabalhou em televisão (NBP/Plural) e em teatro. Levou ainda a cabo as

138

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


139

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

140

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


Telmo Pereira - telmo.pereira84@hotmail.com telmojgpereira@gmail.com


novos talentos

Pedro Taborda

Nasci na Ilha do Faial Açores e trabalhei na RTP Açores durante 7 anos, de

esta arte. Comecei a receber um bom feedback nos primeiros trabalhos e neste

onde nunca pensei sair. A inquietude por querer saber mais e viver num meio

momento dedico-me a tempo inteiro à fotografia.

mais movimentado fizeram com que viesse em 2002 até Lisboa fazer um curso de Repórter de Imagem. Até aqui a fotografia era apenas um passatempo, até que comecei a trabalhar com fotógrafos de referência e a aprender mais sobre

142

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


143

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novos talentos

“Não sei avaliar ao certo a importância que a fotografia tem para mim mas sinto que é um privilégio nascer-se com a sensibilidade que ela exige. A dimensão da sua importância poderá ser avaliada pelo facto de ter a certeza que me acompanhará durante toda a vida.”

144

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


145

Pedro Tadorda - http://pedrotaborda.blogspot.com ptabordafotografia@gmail.com

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL


novidades

Sony Vaio O tão esperado VAIO X Series é o notebook mais leve do mundo. Com apenas 655g e 13,9 mm de espessura é incrivelmente fino. Com um ecrã X-black widescreen LCD de 11.1” e até 16 horas de bateria, é uma óptima escolha para pessoas de negócios que viajam e o queiram fazer com estilo.

The Dam Book Uma das maiores preocupações para os fotógrafos do digital é a organização: como arquivar, encontrar, proteger e reutilizar as suas fotos. As melhores soluções podem ser encontradas em The DAM Book, o guia mais vendido para organizar as imagens digitais eficientemente. Quem fotografe, faça scan ou arquive fotografias digitais está a efectuar Digital Asset Management (DAM), mas poucos o fazem da melhor forma. Na segunda edição, o fotógrafo Peter Krogh – o maior especialista em DAM – dá novas ferramentas e técnicas para ajudar os profissionais, amadores e estudantes.

Disc Painter A impressora DiscPainter para CD/DVD consegue boa qualidade em poucos minutos a toda a velocidade. A tecnologia RadialPrint coloca a tinta directamente no disco enquanto ele roda. Ao contrário das outras impressoras para discos, não tem de escolher, pois esta garante qualidade e velocidade com tecnologia patenteada.

146

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL



Próxima Edição Jan/Fev/Mar

Portfólios, artigos, novos talentos e muito mais... A não perder tudo o que espera da directarts... passaporte: Simon Frederick - Fotógrafo

“ By Invitation Only ” Exposição de Simon Frederick Simon Frederick é um fotógrafo / criador de imagens contemporâneas, de arte, celebridades, moda e música, a viver em Lisboa. Começou a sua carreira como fotógrafo de música, trabalhando para MTV e BBC, com alguns artistas contemporâneos e companhias discográficas. Muitas das imagens de Simon apareceram em revistas no mundo inteiro. Radicado em Lisboa há três anos, desenvolveu o amor pela diversidade de som e ritmos da música moderna portuguesa. Foi este eclectismo que inspirou a ideia de criar uma exposição que inclua uma selecção de artistas do panorama musical português. A exposição intitula-se “ By Invitation Only “, já que só artistas convidados por Simon Frederick a integram. O trabalho não é limitado pelo género de música, sendo sim a celebração e a fusão dos artistas portugueses, com as suas personalidades unidas pelo fotógrafo numa nova e única perspectiva. As obras percorrem todos os centros geridos pela Multi Mall Management em Portugal, com inauguração nos Armazéns do Chiado e o seu fecho no Almada Fórum. Recentemente esteve no Fórum Algarve e depois passou para o Fórum Viseu, de 16/10 a 1/11. Em 2010 continua a percorrer o país.

Datas da Exposição: Fórum Aveiro 8/1 a 24/1 W Shopping Santarém 29/1 a 14/2 Fórum Castelo Branco 19/2 a 7/3 Fórum Coimbra 12/3 a 28/3 Fórum Montijo 2/4 a 18/4 Fórum Barreiro 23/4 a 9/5 Almada fórum 14/5 a 30/5

148

DIRECTARTS | REVISTA DE COMUNICAÇÃO VISUAL




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.